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1 INFORMAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO Peça Processual 02 INFORMAÇÕES DOCENTE CURSO: Direito DISCIPLINA: Prática Penal TURN O MAN HÃ TARD E NOIT E PERÍODO/SALA : 8M1 x PROFESSOR (A):Ronaldo Passos Braga INFORMAÇÕES DISCENTE ALUNO(A): LUCAS FERNANDO LOPES CUNHA RA: 11612032 DATA: NOTA: CASO PRÁTICO No dia 23 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo competente, tampouco à Defensoria Pública. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito pertinente ao caso. 2 EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX. José Alves , nacionalidade, estado civil, CPF, portador da cédula de identidade nº: xxx, residente na rua X, bairro XX, cidade XX, devidamente representado por esse advogado, com procuração anexa, , vem à presença de Vossa Excelência, requerer RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com fundamento no art. 5º, inciso LXV, da Constituição da República Federativa do Brasil c/c art. 310, I, do Código de processo Penal, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: I.DOS FATOS No dia 23 de março deste ano, o requerente foi surpreendido e abordado por uma guarnição da Polícia Militar, em uma estrada próximo a sua fazenda, onde o mesmo transitava com seu veiculo. Ao ser abordado pela guarnição, foi o requerente compelido pelos policiais presentes de maneira incisiva a realizar teste de alcoolemia, sendo constatado 1 miligrama por litrro de ar expelido. O requerente foi conduzido à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, inciso II, do Decreto 6.488/2008, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares. Onde este permanece até a presente data. E ainda continua lhe sendo vedado o contato com a familia e seus advogados. Bem como a demora da autoridade policial em comunicar os fatos ao poder judiciário e ao Ministério Público. II.DOS FUNDAMENTOS Conforme narrado e comprovado, não foi assegurado ao preso os direitos fundamentais previstos na Constituição federal art. 5º, incisos LXII e LXIII: LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Bem como foi praticado a violação do direito de não produzir provas contra si, e outros aspectos de garantias judiciárias previstas no Decreto 678 de 1992 que Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), em seu art. artigo 8, números 2 e 3: 3 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal; b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada; c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa; d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor; e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei; f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presente no tribunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos. g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior. 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza. Ainda incorre sobre a autoridade policial a violação do arts. 157 e 306 do CPP: Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. III. DOS PEDIDOS Assim posto, requer o imediato relaxamento da prisão ilegal, com a consequente expedição de alvará de soltura, após ouvido o Representante do Ministério Público. O requerente compromete-se a comparecer a todos os atos de persecução penal, ocasião em que provará sua inocência. Termos em que, colocando-se à disposição para maiores esclarecimentos, pede e espera deferimento. Local, xx/xx/xx. Advogado OAB XXX