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Márcia Elcinda Luiz Fernandes Machado PRÁTICA JURÍDICA EM DIREITO PENAL PORTIFÓLIO DE PEÇAS E ATIVIDADES DO SEMESTRE Professor Paulo Sydney Dalla Corte CANOAS/RS 2023/02 SUMÁRIO 1 – Introdução; 2 - Relaxamento de Prisão em Flagrante Delito; 3 – Denúncia – Caso Milton; 4 – Denúncia – Caso Zoinho; 5 – Procuração/Queixa Crime casos Enrico e Rodolfo; 6 – Resposta a Acusação – Caso Patrick; 7 – Memoriais de Defesa – Caso Roberta; 8 – Recurso em Sentido Estrito – Caso Jerusa; 9 – Agravo de Execução – Caso Lucas; 10– Recurso de Apelação – caso Ticio; 11 – Relatório de Audiências 1; 12 – Relatório de Audiências 2; 13 – Conclusão. 1- INTRODUÇÃO Este relatório tem por objetivo de documentar as experiências vivenciadas ao longo da disciplina de Prática de Direito Penal, sob a orientação e supervisão do respeitável professor Paulo Sydney Dalla Corte. Durante este período, mergulhamos profundamente no mundo da prátiva do Direito Penal, participando ativamente na elaboração de peças que não apenas refletem os desafios encontrados no Exame da Ordem - OAB – mas também contrribuem para o desenvolvimento e aprimoramento de habilidades essecnciais no âmbito do Direito Penal. praticando ativamente da elaboração onde foram elaboradas peças que foram utilizadas nas provas da OAB, para assim praticarmos habilidades na área Penal. 2- RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FRAGRANTE EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXX – ESTADO DO XXXX JOSÉ ALVES, brasileiro, fazendeiro, portador do RG e CPF, residente e domiciliado na Rua xxx, Bairro xxx, na de cidade de xxxx, vem, por seu advogado infra assinado em anexo, mui respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, com base no artigo 5º, LXV, da CF/98 e artigo 310, I do CPP, requer RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, pelos motivos que possa a expor de fato e de direito: DOS FATOS No dia 10 de março de 2011, o Requerente foi detido após ser abordado por policiais e submetido ao teste de alcoolemia, resultando em um miligrama de álcool por litro de ar expelido. Diante desse resultado, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, imputando-lhe a prática do crime descrito no artigo 306 da Lei 9.503/1997, c/c artigo 2º, Inciso II, do Decreto 6.488/2008. Destaca-se que ao Requerente foi negado o direito de ter um advogado presente ou de comunicar-se com seus familiares durante esse procedimento. Surpreendentemente, dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, o delegado responsável não comunicou o ocorrido ao juízo competente, deixando também de informar a Defensoria Pública sobre o caso. Essa sequência de eventos levanta sérias questões quanto ao devido processo legal e aos direitos fundamentais do Requerente, exigindo uma análise minuciosa e uma defesa eficaz diante das possíveis irregularidades ocorridas durante sua prisão e detenção." DO DIREITO Considerando os apontamentos legais apresentados, emerge uma análise crítica acerca da situação do Requerente no contexto da abordagem policial e do subsequente processo. O artigo 5º, LVI, da Constituição Federal, destaca a proibição de utilização de provas ilícitas no processo. No caso em questão, a colheita forçada do teste de alcoolemia, em que o Requerente foi compelido a soprar o bafômetro, levanta questionamentos sobre a legalidade dessa prova, suscitando a possível violação desse preceito constitucional. Além disso, o artigo 157 do Código de Processo Penal reforça o princípio fundamental de que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo. A coerção para a realização do teste de alcoolemia sem o consentimento do Requerente pode configurar uma afronta a esse direito constitucional. No âmbito do direito de defesa, o artigo 5º, LVIII, da CF assegura ao Requerente o direito de comunicar-se com seu advogado e familiares. Tal prerrogativa é corroborada pelo artigo 7º, III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A negação desse direito durante a prisão levanta questões sérias quanto à garantia do amplo exercício da defesa. Além disso, o artigo 5º, LVII, da CF, estabelece a presunção de inocência, determinando que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. O artigo 306, §1º, do Código de Processo Penal, por sua vez, ressalta a necessidade de comunicar imediatamente a prisão ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Nesse contexto, é imperativo uma análise aprofundada desses dispositivos legais, a fim de avaliar se houve irregularidades durante a abordagem, a prisão e o posterior processo, garantindo assim a proteção dos direitos fundamentais do Requerente. DOS PEDIDOS Diate do exposto, requera procedência do pedido com o consequente RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com a imediata expedição ALVARÁ DE SOLTURA em favor do requerente, nos termos do artigo 310 do Código de Processo Penal. Nestes termo, pede deferimento. Local, dia, mês, ano. Advogado OAB 3- DENÚNCIA – CASO MILTON EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO TRIBUNAL JÚRI DA COMARCA DE xxxxxx O Ministério Público do Estado xxxxxx, no uso de suas atribuições legais, nos termos do art. 41 do CPP, com base no inquérito policial de número xxx, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer DENÚNCIA contra: MILTON HENRIQUE SILVA, nacionalidade), estado civil, profissão, RG, CPF, filho de xxx, nascido em xxxx, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade; e ELIZIER FELISBERTO, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, filho de xxx, nascido em xxxx, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade ..., pela prática do seguinte fato delituoso: I – DOS FATOS No dia 05 de abril de 2008, por volta das 00h50min, na rua Vaquiano Da, nº 25, bairro Vicentina, nesta cidade, os denunciados MILTON HENRIQUE SILVA e ELIZIER FELISBERTO, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, fazendo uso de arma de fogo (não apreendida), mataram a vítima Marcos Eugênio mediante 3 (três) disparos, conforme auto de necropsia de fl.xx/IP, que atesta a “causa mortis” decorrente de hemorragia intracraniana e intratorácica consecutiva à ferimento penetrante de crânio e tórax por projétil de arma de fogo.” Os denunciados incorreram nos seguintes artigos: No artigo 121, § 2º, I do Código Penal, “Art. 121. Matar alguém: § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;” No artigo 121, §2º, III do Código Penal, “Art. 121. Matar alguém: § 2° Se o homicídio é cometido: III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;” No artigo 121, §2º, IV do Código Penal, “Art. 121. Matar alguém: § 2° Se o homicídio é cometido: IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;” Assim agindo os denunciados MILTON HENRIQUE SILVA e ELIZIER FELISBERTO incorreram nas sanções do artigo 121, §2º, I, III, IV, do Código Penal, para tanto requer: a citação dos denunciados, a intimação das testemunhas do rol abaixo e a pronuncia dos denunciados. Local, dia, mês, ano. ASSINATURA DO(A) PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA Rol de testemunhas: 1) Sinair, nacionalidade, profissão, estado civil e endereço completo; 4- DENÚNCIA – CASO PAULO SÉRGIO REIS “ZOINHO” EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCADE SÃO LEOPOLDO/RS. O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições legais, nos termos do art. 41 do CPP, com base no inquérito policial de número 278/99, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer DENÚNCIA contra: PAULO SÉRGIO REIS, de alcunha “ZOINHO”, brasileiro, solteiro, pintor, 23 anos de idade no momento do fato, natural de Três Passos, filho de xxxx, nascido em xxxx, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade, ATUALMENTE RECOLHIDO A CADEIA PÚBLICA DE PORTO ALEGRE – PRESÍDIO CENTRAL, pela prática do seguinte fato delituoso: I – DOS FATOS No dia 14 de outubro do ano 2009, por volta as 20hs na rua Saldanha da Gama, nº 442, nesta cidade, o acusado, agindo com o adolescente Rodrigo Martins, “furtaram” após romper obstáculo, uma sacola de nylon, cor preta, marca penalty, contendo: quatro blusões, um rádio AM/FM continental; uma sacola de napa, cor cinza, contendo: um colete feminino de viscose, marca Ledancris, avaliados em R$ 420,00 (quatrocentos e vinte reais), pertencentes a ELOIR JOSEFINO. Na ocasião do fato, o acusado e seu companheiro estouraram a fechadura da porta da propriedade da vítima, para perpetrar o ilícito e quando estavam colocando as mercadorias em sacolas, foram surpreendidos pelos policiais militares, que procederam a sua prisão. Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, o acusado PAULO SÉRGIO REIS trazia consigo, para uso próprio, pequena quantidade de cannabis sativa, vulgarmente conhecido como” maconha”, substância entorpecente que causa dependência psíquica. O denunciado incorreu nos seguintes artigos: Artigo 155, §4º, I e IV do CP, usou do rompimento de obstáculo á subtração da coisa, mediante o concurso de duas ou mais pessoas; Artigo 244-B, do ECA, corromper ou facilitar a corrupção do menor de 18 anos com ele praticar infração penal ou induzi-lo a praticar; Artigo 28, da Lei nº11.343/06, trazer consigo para consumo pessoal drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal; Assim agindo o denunciado PAULO SÉRGIO REIS incorreu nas sanções do artigo 155, §4º, I e IV do CP, artigo 244-B do ECA, e artigo 28 da Lei nº11.343/06, para tanto requer: a citação do denunciado, a intimação das testemunhas do rol abaixo e a pronuncia do denunciado. Local, dia, mês, ano. ASSINATURA DO(A) PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA Rol de testemunhas: 1) ELOIR JOSEFINO, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço; 2) POLICIAL MILITAR 1, LOTADO EM 25º BATALHÃO MILITAR; 3) POLICIAL MILITAR 2, LOTADO EM 25º BATALHÃO MILITAR. 5- PROCURAÇÃO/QUEIXA CRIME ENRICO E RODOLFO PROCURAÇÃO OUTORGANTE: ENRICO, brasileiro, solteiro, idade, engenheiro civil, portador do rg: ..., cpf: ..., residente e domiciliado na rua, bairro, cidade Niterói, telefone, email. OUTORGADO: ADVOGADO, inscrito na oab/xx sob o número, com escritório profissional situado na rua, bairro, cidade, telefone, email. PODERES E FINS: Poderes para o foro em geral, com as cláusulas “AD JUDICIA” e “ET EXTRA”, incluindo representação judicial e extrajudicial, podendo, para tanto, em qualquer instância ou tribunal, usar de todos os meios de recursos em direito admitidos, podendo assinar o que necessário for em Juízo, perante autoridade policial, juntar documentos, arrolar testemunhas e inquiri-las, levantar suspeição de quem for usar dos poderes “ad judicia”, acordar, desistir e transigir, podendo, ainda, substabelecer esta a outrem, com ou sem reserva de iguais poderes, permitindo-lhe à realização de todos os atos necessários ao fiel e cabal desempenho deste mandato, agindo em conjunto ou separadamente, dando tudo por bom, firme e valioso, e, especificamente neste ato, com fulcro do art. 44 do Código de Processo Penal, conceder PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM JUÍZO COM QUEIXA CRIME contra HELENA, ora querelada, que no dia 19 de abril de 2014, publicou em uma rede social, com o intuito de OFENDER o querelante, com o seguinte comentário: “NÃO SEI O MOTIVO DA COMEMORAÇÃO, JÁ QUE HENRICO NÃO PASSA DE UM IDIOTA, BÊBADO, IRRESPONSÁVEL E SEM VERGONHA!”, e com o propósito de prejudicar o querelante perante seus colegas de trabalho e manchar sua reputação acrescentou, ainda, “ELE TRABALHA TODO DIA EMBRIAGADO! NO DIA 10 DO MÊS PASSADO, ELE CAMBALEAVA BÊBADO PELAS RUAS DO RIO, INCLUSIVE, ESTAVA TÃO BÊBADO NO HORÁRIO DO EXPEDIÊNTE QUE A EMPRESA EM QUE TRABALHA TEVE QUE CHAMAR UMA AMBULÂNCIA PARA SOCORRÊ-LO!”. Portanto, a querelada o ofendeu com o tipo penal dos artigos 139 e 140 do código Penal, tendo assim, praticado os crimes de DIFAMAÇÃO E INJÚRIA. Niterói, xx de xxx de xxx. ASSINATURA OUTORGANTE EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS DA COMARCA DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO ENRICO, brasileiro, estado civil, idade, engenheiro civil, RG, CPF residente e domiciliado na rua, bairro, cidade Niterói/RJ, telefone, e-mail, neste ato, representado por seu advogado infra constituído conforme procuração anexa, respeitando o art.44 do CPP, com base no Termo Circunstanciado nº Xxx, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA CRIME art.30 do CPP CONTRA: HELENA, nacionalidade, estado civil, idade, profissão, RG, CPF, residente e domiciada na rua, bairro, cidade Niterói/RJ, telefone, email, pela prática dos seguintes fatos delituosos: I - DOS FATOS No dia 19 de abril de 2014, pela manhã, o querelante que utiliza constantemente as ferramentas da internet para contatos profissionais e lazer, comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói- RJ., então resolveu enviar por meio de rede social, publicando postagem alusiva a comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. A querelada, vizinha e ex-namorada do querelante, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal deste, com o intuito de OFENDÊ-LO, com o seguinte comentário: “NÃO SEI O MOTIVO DA COMEMORAÇÃO, JÁ QUE HENRICO NÃO PASSA DE UM IDIOTA, BÊBADO, IRRESPONSÁVEL E SEM VERGONHA!”, e com o propósito de prejudicar o querelante perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ELE TRABALHA TODO DIA EMBRIAGADO! NO DIA 10 DO MÊS PASSADO, ELE CAMBALEAVA BÊBADO PELAS RUAS DO RIO, INCLUSIVE, ESTAVA TÃO BÊBADO NO HORÁRIO DO EXPEDIÊNTE QUE A EMPRESA EM QUE TRABALHA TEVE QUE CHAMAR UMA AMBULÂNCIA PARA SOCORRÊ- LO!”. O querelante que estava em sua residência, conectado as redes sociais, recebeu e visualizou a mensagem da querelada com os comentários ofensivos da querelada em seu perfil pessoal, onde ficou mortificado, pois não sabia o que dizer aos seus amigos Carlos, Miguel e Ramires, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, assim tentando disfarçar o constrangimento sofrido, deixou de realizar a festa comemorativa ao seu aniversário. II - DO DIREITO Art.139, do CP, - “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação”, quando difamou escrevendo “NÃO SEI O MOTIVO DA COMEMORAÇÃO, JÁ QUE HENRICO NÃO PASSA DE UM IDIOTA, BÊBADO, IRRESPONSÁVEL E SEM VERGONHA!”; Art. 140, do CP, - “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”, quando injuriou dizendo “ELE TRABALHA TODO DIA EMBRIAGADO! NO DIA 10 DO MÊS PASSADO, ELE CAMBALEAVA BÊBADO PELAS RUAS DO RIO, INCLUSIVE, ESTAVA TÃO BÊBADO NO HORÁRIO DO EXPEDIÊNTE QUE A EMPRESA EM QUE TRABALHA TEVE QUE CHAMAR UMA AMBULÂNCIA PARA SOCORRÊ-LO!”. III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, nos termos fáticos e legais, pede, encarecidamente, a Vossa Excelência, que seja recebida e autuada a presente queixa-crime, julgando-se ao final, totalmente procedenteos pedidos formulados na inicial acusatória, para o fim de condenar a querelada HELENA, nas sanções dos artigos 139 e 140 ambos do Código Penal, bem como ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais, por ser medida de DIREITO E DE JUSTIÇA. Ainda, requer: A) A tramitação do feito no procedimento sumário (art.531 a 538, do CPP), nos termos do artigo 394, III, do CPP; B) A citação do querelado, para que apresente resposta por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, bem como para que acompanhe os demais termos do processo; C) A designação de audiência de instrução e julgamento, nos termos do artigo 400 do CPP; D) A produção de todas as provas admissíveis em direito, em especial a tomada das declarações da querelada, bem como a oitiva das testemunhas abaixo arroladas, o que desde já, pugna para serem intimadas a comparecer em juízo; E) A fixação de valor mínimo para a reparação civil dos danos causados, Art. 387, IV, do CPP; F) A manifestação do Ministério Público. Nestes termos, pede e espera deferimento. Niterói/RJ, xx de xx de xxxx. Advogado, OAB/nº ROL DE TESTEMUNHAS: 1. CARLOS, nacionalidade, estado civil, idade, profissão, RG, CPF, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade; 2. MIGUEL, nacionalidade, estado civil, idade, profissão, RG, CPF, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade; 3. RAMIRES, nacionalidade, estado civil, idade, profissão, RG, CPF, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade. PROCURAÇÃO OUTORGANTE: RODOLFO T., brasileiro, divorciado, 57 anos de idade, administrador de empresas, RG, CPF, residente e domiciliado na rua bairro, cidade, telefone, email. OUTORGADO: ADVOGADO, inscrito na oab/xx sob o número,com escritório profissional situado na rua, bairro, cidade, telefon, email. PODERES E FINS: Poderes para o foro em geral, com as cláusulas “AD JUDICIA” e “ET EXTRA”, incluindo representação judicial e extrajudicial, podendo, para tanto, em qualquer instância ou tribunal, usar de todos os meios de recursos em direito admitidos, podendo assinar o que necessário for em Juízo, perante autoridade policial, juntar documentos, arrolar testemunhas e inquiri-las, levantar suspeição de quem for usar dos poderes “ad judicia”, acordar, desistir e transigir, podendo, ainda, substabelecer esta em outrem, com ou sem reserva de iguais poderes, permitindo-lhe à realização de todos os atos necessários ao fiel e cabal desempenho deste mandato, agindo em conjunto ou separadamente, dando tudo por bom, firme e valioso, e, especificamente neste ato, com fulcro do art. 44 do Código de Processo Penal, conceder PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM JUÍZO COM QUEIXA CRIME contra os QUERELADOS CLOVIS V. E TEODORO S., porque na data de 07 de janeiro de 2010, por volta das 21:30hs, no canal de televisão VX e publicado em seu blog de comentários esportivos na internet endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx e no jornal impresso de circulação nacional em 08 de janeiro de 2010, declarações de que o querelante “HAVIA ROUBADO E SE APROPRIADO INDEVIDAMENTE”, de 5 milhões pertencentes ao LX F.C., que teria gasto parte de tal fortuna “COM FESTAS, BEBIDAS, DROGAS E PROSTITUTAS”, na data de 13 de janeiro de 2010 em seu blog pessoal na internet, prosseguiu com ofensas de que o querelante seria “UM BURRO DE CAPACIDADE INTELECTUAL INFERIOR A DE UMA BARATA” e, por isso, “TERIA LEVADO O CLUBE A FALÊNCIA”, porém estava “COM OS BOLSOS CHEIOS DE DINHEIRO DO CLUBE E DOS http://www.clovisv.futebol.xx/ TORCEDORES”, no dia 15 de janeiro de 2010 na última edição do blog, afirmou que “o dirigente do clube está tão decadente que passou a sair com homens, por isso, a mulher o deixou”, portanto, os querelados ofenderam com o tipo penal dos artigos 138, 139, 140 e 141, III, todos do Código Penal Brasileiro, tendo assim praticado os crimes de CALÚNIA, DIFAMAÇÃO, INJÚRIA NA PRESENÇA DE VÁRIAS PESSOAS. São Paulo, xx, de xx, de xxxx. ASSINATURA OUTORGANTE EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL COMUM DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP. RODOLFO T., brasileiro, divorciado, 57 anos de idade, administrador de empresas, RG, CPF, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade, telefone, email, neste ato, representado por seu advogado infra constituído com procuração anexa, respeitando o art.44 do CPP, com base no Inquérito Policial nº xxx, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, oferecer QUEIXA CRIME nos termos do art.30 do CPP CONTRA: CLOVIS V., brasileiro, solteiro, 38 anos, jornalista, RG, CPF, residente e domiciliado na rua, bairro, cidade e TEODORO, brasileiro, casado, 60 anos, jornalista, redidente e domiciliado na rua, bairro, cidade, pela prática dos seguintes fatos delituosos: I - DOS FATOS Na data de 07 de janeiro de 2010, por volta das 21:30hs, no canal de televisão VX e publicado em seu blog de comentários esportivos na internet endereço eletrônico www.clovisv.futebol.xx e no jornal impresso de circulação nacional em 08 de janeiro de 2010, o querelado CLOVIS, deu declarações de que o querelante “HAVIA ROUBADO E SE APROPRIADO INDEVIDAMENTE”, de 5 milhões pertencentes ao LX F.C., que teria gasto parte de tal fortuna “COM FESTAS, BEBIDAS, DROGAS E PROSTITUTAS”. No dia 13 de janeiro de 2010 em seu blog pessoal na internet, prosseguiu com ofensas de que o querelante seria “UM BURRO DE CAPACIDADE INTELECTUAL INFERIOR A DE UMA BARATA” e, por isso, “TERIA LEVADO O CLUBE A FALÊNCIA”, porém estava “COM OS BOLSOS CHEIOS DE DINHEIRO DO CLUBE E DOS TORCEDORES”, no dia 15 de janeiro de 2010 na ultima edição do blog, afirmou que “O DIRIGENTE DO CLUBE ESTÁ TÃO DECADENTE QUE PASSOU A SAIR COM HOMENS, POR ISSO, A MULHER O DEIXOU”. Destaca-se que o canal de televisão VX e o jornal Notícias do Futebol de circulação nacional, pertencem ao mesmo grupo econômico e têm como diretor-geral e redator-chefe o querelado TEODORO, onde sabe-se que todas as notícias foram veiculadas por ordem direta e expressa deste. Entre os documentos coletados pelo querelante e pelo escritório deste advogado, encontra-se a gravação em DVD, do programa de televisão, com dia e hora em que foi veiculado (anexo fls xx), bem como a edição do jornal impresso em que foi difundida a matéria sobre o assunto (anexo fls xx), além de cópias de páginas e registros extraídos (anexo fls xx), com ofensas perpetradas pelo jornalista, ora querelado CLOVIS. http://www.clovisv.futebol.xx/ II - DO DIREITO Art. 138, §1º do CP, 2x - “Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. § 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga”, quando caluniou o querelante afirmando “HAVIA ROUBADO E SE APROPRIADO INDEVIDAMENTE”; Art.139, do CP, - “Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação”, quando difamou dizendo “COM FESTAS, BEBIDAS, DROGAS E PROSTITUTAS” e “TERIA LEVADO O CLUBE A FALÊNCIA”, porém estava “COM OS BOLSOS CHEIOS DE DINHEIRO DO CLUBE E DOS TORCEDORES. Art. 140, do CP, 2x - “Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”, quando injuriou dizendo “UM BURRO DE CAPACIDADE INTELECTUAL INFERIOR A DE UMA BARATA” e “O DIRIGENTE DO CLUBE ESTÁ TÃO DECADENTE QUE PASSOU A SAIR COM HOMENS, POR ISSO, A MULHER O DEIXOU”. Art. 141, III, do CP, - “As penas cominadas neste artigo Capítulo aumentam- se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: III – na presença de várias pessoas ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.”. Além de praticar os crimes contra honra, o fizeram por intermédio de rede social de grande abrangência, o que facilitou a divulgação das ofensas. Art. 69, do CP, - “Quando o agente, mediante mais de uma ação ouomissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.” III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, nos termos fáticos e legais, pede, encarecidamente, a Vossa Excelência, que seja recebida e autuada a presente queixa-crime, julgando-se ao final, totalmente procedente os pedidos formulados na inicial acusatória, para o fim de condenar os querelados CLOVIS E TEODORO, nas sanções dos artigos 138, §1º, 139, 140 e 141, III, todos do Código Penal, bem como ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais, por ser medida de DIREITO E DE JUSTIÇA. Ainda, requer: A) A tramitação do feito no procedimento sumário (art.531 a 538, do CPP), nos termos do artigo 394, III, do CPP; B) A citação dos querelados, para que apresentem resposta por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, bem como para que acompanhem os demais termos do processo; C) A designação de audiência de instrução e julgamento, nos termos do artigo 400 do CPP; D) A produção de todas as provas admissíveis em direito, em especial a tomada das declarações dos querelados; E) A manifestação do Ministério Público; F) A condenação dos querelados ao pagamento das custas e demais despesas processuais; G) A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do art. 387, IV do CP. Nestes termos, pede e espera deferimento. São Paulo, xx de xx de xxxx. Advogado, OAB/ nº... 6- RESPOSTA A ACUSAÇÃO – CASO PATRICK EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...) VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARARUAMA/RJ Processo nº ... PATRICK, já qualificado nos autos da Ação Penal, através de seu representante que a esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem, perante Vossa Excelência, propor a presente RESPOSTA À ACUSAÇÃO com base nos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos expostos abaixo: I – DOS FATOS Patrick foi denunciado pela tentativa de lesão corporal de natureza grave decorrente da perda ou inutilização do membro, sentido ou função, pois no dia 05 de março de 2017 ele tentou defender sua sobrinha Natália, 18 anos, que estava sendo agredida pelo seu namorado, Lauro. Na tentativa de cessar a injusta agressão, após gritar para que Lauro parasse de agredir Natália, Patrick sacou sua arma de fogo e tentou efetuar disparos em Lauro. A arma possui registro e Patrick possui autorização para tal posse. Contudo, por razões alheias à sua vontade, a arma falhou em realizar os disparos. A falha no funcionamento da arma, entretanto, teve um desdobramento inesperado, levando Lauro a fugir do local e se dirigir diretamente à Delegacia de Polícia para prestar depoimento sobre o incidente. Diante dos fatos, Patrick restou denunciado, sendo procurado em sua residência, uma única vez, pelo Oficial de Justiça para a citação, o qual consignou que o réu tentou frustrar tal fato, sendo citado por hora certa para apresentar resposta à acusação no prazo legal. II – DAS PRELIMINARES II.I Nulidade da citação Conforme depreende-se dos autos, houve a tentativa de citação do réu em sua casa pelo Oficial de Justiça, que, não o encontrando, agiu conforme o Artigo 362 do Código de Processo Penal, citando-o por hora certa. Ocorre que tal citação não é cabível, pois houve apenas uma única tentativa de localizar o réu em sua residência, não esgotando, dessa forma, todos os meios para citá-lo, manifestando assim a nulidade do ato citatório. Assim, o acusado restou prejudicado no seu direito de ampla defesa, pois não teve tempo hábil para contatar seu advogado de defesa para narrar os fatos de forma integral, estando afastado de sua residência por motivos profissionais. III – DO DIREITO Nos fatos narrados percebe-se que Patrick utilizou de arma de fogo para cessar injusta agressão provocada por Lauro. Ocorre que tal meio empregado pelo acusado estava absolutamente incapaz de efetuar os disparos, conforme laudo pericial anexo. Logo, com fulcro no Artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, devendo o réu ser absolvido sumariamente com fulcro no artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal. Não obstante, caso o entendimento deste Juízo seja diferente, deverá ser declarada em favor do réu a excludente de ilicitude de legítima defesa, que encontra respaldo jurídico no Artigo 25 do Código Penal, conforme abaixo: “Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. No caso em tela, é cristalino o fato de que o objetivo primordial de Patrick era repelir a injusta agressão de terceiro, cuja vítima era sua sobrinha, Natália. Porém, a única alternativa para cessar os atos de Lauro foi fazendo o uso de sua arma de fogo, pois Patrick possuía 57 anos na data dos fatos, além de estar se recuperando de um acidente de trânsito que sofrera recentemente. Ademais, a tentativa de advertência verbal para que Lauro parasse não logrou êxito. Assim relatado, tem-se caracterizada a legitima defesa de outrem, devendo, amparado pela excludente de ilicitude, ser absolvido sumariamente, nos termos do art. 397, inciso I do CPP. IV– DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, pede e requer: A) A anulação do processo em razão da nulidade da citação, vez que o Sr. Oficial de Justiça não esgotou os meios de procura para citar o réu; B) Subsidiariamente, requer-se a absolvição sumária do réu, com fulcro no art. 397, incisos I e III do CPP; C) Por fim, pugna pela apresentação do rol de testemunhas. Nesses termos, pede deferimento. Araruama, dia, mês e ano. ADVOGADO OAB/..., Nº... Testemunhas: 1) Natália, brasileira, CPF, RG, endereço; 2) Maria, brasileira, CPF, RG, endereço; 3) José, brasileiro, CPF, RG, endereço. 7- MEMORIAIS DE DEFESA- CASO ROBERTA EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MANAUS/AM PROCESSO Nº... ROBERTA, já qualificada nos autos do processo, através de seus procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do art.403, §3º do Código de Processo Penal, apresentar: MEMORIAIS, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: I - DAS PREMILIMINARES Primeiramente, requer-se a nulidade dos atos processuais ocorridos durante a instrução probatória, considerando a ausência de oferta de proprosta de suspensão condicional do processo. Conforme o artigo 89 da Lei nº9.099/95, caberá ao Ministério Público oferecer proposta de suspensão condicional do processo, nos termos dos art.564, IV, do CPP, quando a pena mínima cominada ao delito for de até 01 ano, abrangidos ou não por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se destacam primariedade e a presença dos requisitos do Art.77 do Código penal. Tem-se também a necessidade de rejeição liminar da peça acusatória em virtude da ausência de interesse de ação, nos termos do art.395, II, do CPP. II – DOS FATOS A acusada frequentava um curso preparatório para concursos na cidade de Manaus/AM. No dia 23 de fevereiro de 2016, ao final da aula resolveu comprar um café na cantina do então estabelecimento, tendo deixado seu notebook carregando na tomada. Ao retornar, retirou um notebook da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, foi informada de que foi realizado registro de ocorrência na delegacia em seu desfavor, visto que as câmeras de segurança da salade aula captaram o momento em que subtraiu o notebook da autora, sua colega de classe, que havia colocado seu computador para carregar em substituição ao da ré, o qual estava ao lado. No dia seguinte, antes mesmo de qualquer busca e apreensão do bem ou atitude da autoridade policial, a ré restituiu a coisa subtraída. Roberta foi indiciada pelo crime de furto simples, tipificado no art.155, caput, do Código Penal. Durante a instrução, foi ouvida a autora que confirmou ter deixado seu notebook acoplado a tomada, mas que a ré o subtraíra, somente havendo restituição do bem com a descoberta dos agentes da lei. Também foram ouvidos os funcionários do curso preparatório, que disseram ter identificado a autoria a partir das câmeras de segurança. Juntada a folha de antecedentes criminais da ré sem qualquer outra anotação, o laudo de avaliação do bem subtraído que constatou seu valor de R$3.000,00 (três mil reais), e o CD com as imagens captadas pela câmera de segurança. III – DO MÉRITO III.I) Erro de Tipo, nos termos do caput do art. 20 do CP. Notoriamente a acusada subtraiu o computador de outra pessoa acreditando estar pegando algo que efetivamente lhe pertence. Nesta modalidade de erro, o agente pratica uma determinada conduta por entender equivocadamente que esta não caracterizaria nenhum tipo de infração penal, estando perfeitamente de acordo com os objetivos primários da norma no que tange a proteção dos bens jurídicos. Ou seja, o agente pratica uma conduta por acreditar sinceramente que seus atos não configuram nenhum tipo de crime ou contravenção, quando de fato estes atos correspondem a uma definição normativa típica. O erro de tipo essencial se subdivide em duas modalidades: evitável e inevitável. Contudo, em ambos os casos, o dolo estará eliminado. Como o crime imputado pelo MP a acusada foi de furto, nos termos do art.155 do CP, que só admite elemento subjetivo do dolo, o qual requer a intensão e consciência de cometer o ato, em qualquer situação, sendo reconhecido o erro de tipo, o crime estará excluído. III.II) Oferecimento de suspensão condicional O sursis processual é aplicável ainda que o crime não seja considerado de menor potencial ofensivo, e não esteja submetido a alçada de competência do JECRIM, bastando que sua pena mínima seja igual ou inferior a 01 e que os demais requisitos presentes no art.89 da lei 9.099/95 estejam presentes no caso concreto, o que de fato se manifesta. III.III) Do reconhecimento do Arrepednimento Posterior Há a possibilidade de reconhecimento do arrependimento posterior, nos termos do art.16 do CP, visto que a imputação constante na denuncia refere- se a um crime praticado sem violência ou grave ameaça e que a acusada, por sua voluntariedade, restituiu o bem a pretensa vítima, antes do recebimento da denúncia, sem que este estivesse gravado de qualquer ônus ou dano. Assim cabe a redução de pena de 1/3 a 2/3. III.IV) Atenuante Genérica Na determinação da pena intermediaria, deveria ser solicitado o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea, prevista no art.65, inciso III, alínea d, do Código Penal, assim como da menoridade relativa, uma vez que Roberta era menor de 21 anos na data dos fatos, conforme o art. 65, inciso I, do CP. O reconhecimento das atenuantes da reparação espontânea do bem e da confissão espontânea, nos termos do art.65, III, b e d do Código Penal, visto que no dia seguinte a data da pretensa subtração, ao perceber o equivoco, a acusada procurou de forma voluntaria e espontânea a pretensa vítima e devolveu o bem, além de ter confirmado a prática de todos os atos perante a autoridade, indicando seu equivoco. Em caso de aplicação de pena privativa de liberdade, deveria ser requerida a substituição desta por restritiva de direitos, pois preenchidos os requisitos do art.44 do Código penal. O regime inicial de cumprimento da pena a ser buscado é o aberto. Possibilidade de inicio da pena em regime aberto, por estarem satisfeito os requisitos constantes a o teor do art.33, paragrafo 20, c, do Código Penal. IV – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer Vossa Excelência digne-se de: a) Nulidade da instrução em decorrência da nulidade por omissão de formalidade essencial ao ato, nos termos do artigo 564, inciso IV do CPP, com oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo nos termos do artigo 89 da lei 9.099/95; b) Absolvição do crime de furto, na forma do art.289, inciso III, do CPP em decorrência da manifestação de erro de tipo; c) Aplicação da pena base no mínimo legal, por serem favorável todas as circunstâncias do artigo 59, do CP; d) Reconhecimento das atenuantes da menoridade relativa, pelo fato de ser a acusada menor de 21 anos a época do fato, conforma at.65, I; da voluntaria do bem do bem e confissão espontânea, conforme o art. 65, III, b e d do CP; e) Aplicação da causa de diminuição do arrependimento posterior conforme art.16 do CP; f) Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos nos termos do art.44 do CP. Não entendendo Vossa Excelência pela possibilidade de substituição da PPL por PRD na situação analisada, que seja decretada a suspensão condicional da pena, nos termos do art.77 do CP; g) Aplicação do regime aberto, nos termos do art.33, paragrafo 2º, c do CP pela necessidade de efetivo cumprimento da pena privativa de liberdade. Nestes termos, pede deferimento. Local, dia, mês, ano. ADVOGADO, OAB/Nº 8 - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – CASO JERUSA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE XXXX JERUSA, já qualificada nos autos em epígrafe, através de seu advogado infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por não se conformar com a decisão de fls xx, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, nos termos do art. 581, IV, do Código de Processo Penal: Neste ensejo, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 589, do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja o recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça, com as razões já inclusas, para o seu devido processamento. Nestes termos, pede deferimento. Local, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB/nº RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PROCESSO n° (...) EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE (...) COLENDA CÂMARA CRIMINAL RECORRENTE: Jerusa RECORRIDO: Ministério Público RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO I - DOS FATOS Jerusa trafegava com seu veículo em uma via de mão dupla. Atrasada para um compromisso, mas ainda assim dirigindo nos limites da velocidade permitida, ela decidiu ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade. No entanto, ao realizar a manobra, a ré não ligou a seta de sinalização e veio atingir o motociclista Diogo, que estava em alta velocidade com sua moto no sentido oposto da via. A própria Jerusa chamou socorro a fim de ajudar a vítima, mas Diogo faleceu em virtude dos ferimentos causados pela colisão. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do Código Penal). O órgão ministerial argumentou a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz de 1º grau, e finda a instrução probatória, o juiz decidiu pronunciar a ré pelo delito de homicídio simples, na modalidade dolo eventual. II - DO DIREITO II.I) Do mérito Nobres julgadores, de acordo com os autos em momentonenhum está evidenciado que a ré assumiu o risco de provocar a morte da vítima, sendo que conduzia seu veículo dentro dos limites da velocidade imposta à via. Ela estava preocupada pelo atraso diante de um importante compromisso profissional, e por um lapso, mas ainda dentro dos limites de velocidade, esqueceu de ligar a seta sinalizadora, o que poderia ter evitado o acidente. Some-se o fato também que a vítima conduzia a sua motocicleta em alta velocidade. O dolo eventual se configura quando o agente prevê o resultado, mas ainda assim assume o risco de provocá-lo. Tal hipótese não se adéqua a conduta da recorrente. Ela agiu com imprudência, sem o devido cuidado na ação, o que caracteriza culpa em sua conduta comissiva. Imperioso, pois, que o delito de homicídio doloso seja desclassificado, nos termos do art. 419, do Código de Processo Penal, para homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no caput do art. 302, do Código de Trânsito Brasileiro, sem incidir a causa de aumento de pena prevista no inciso III do referido artigo, pois provado está nos autos que Jerusa prestou socorro à vítima. Com efeito, o Tribunal do Júri não é competente para o julgamento do feito. III – DOS PEDIDOS Ante o exposto requer que o recurso seja conhecido e provido, e que a decisão do juízo a quo seja REFORMADA a fim de que o delito seja desclassificado, nos termos do art. 419 do CP, de forma que a recorrida resposta pelo delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no art. 302 do CTB, e os autos sejam remetidos para o juízo competente. Nestes termos, pede deferimento, Local, dia, mês e ano ADVOGADO OAB/nº 9- AGRAVO DE EXECUÇÃO – CASO LUCAS EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG PROCESSO n° (...) LUCAS, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu procurador signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a r. sentença, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO com fulcro no art. 197, da Lei 7.210/84, em face da respeitável decisão que indeferiu o pedido de progressão de regime. Requer, portanto, seja recebido o presente Recurso com as Razões ora acostadas, com a possibilidade de retratação, caso seja esse Vosso entendimento, forte no artigo 589 do CPP. Outrora, caso não seja esse entendimento, requer-se que Vossa Excelência conheça e admita este recurso, com sua consequente remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para seu devido processamento e que, ao final, tenha provimento. Nesses termos, pede deferimento. Belo Horizonte, xx de xx de xxxx. ADVOGADO OAB/nº EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PROCESSO n° (...) AGRAVANTE: LUCAS AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO COLENDA CÂMARA CRIMINAL, EMINENTES JULGADORES, RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO I - DOS FATOS: O agravante restou condenado pela prática do delito capitulado no artigo 35 da Lei 11.343/06 à pena de 06 (seis) anos de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No mês subsequente, durante o cumprimento da pena, sofreu nova condenação definitiva pela prática do crime previsto no artigo 147, CP, sendo lhe aplicada pena de multa, motivo pelo qual não houve regressão de regime. O referido crime de ameaça ocorrera anteriormente ao de associação. Após o cumprimento de um ano da pena fixada pelo crime de associação, a defensoria pública, na defesa do agravante, apresentou requerimento de progressão de regime sob o argumento de que o apenado não sofreu sanção disciplinar. Ocorre que o r. Magistrado indeferiu o pedido de progressão de regime arguindo que: o crime de associação ao tráfico é hediondo e que inclusive o livramento condicional somente poderá ser deferido após o cumprimento de 2/3 da pena aplicada; que o apenado é reincidente em razão da prática do crime de ameaça; e que deve cumprir 3/5 da pena aplicada; e alegou 57 a imprescindibilidade do exame criminológico, relativamente à gravidade do crime previsto no artigo 35 da Lei 11.343/06. II - DO DIREITO: A r. sentença, contudo, merece reforma dado que, concessa magna venia, o magistrado não agiu com total acerto. Isto por que se percebe equívocos na respeitável sentença exarada pelo nobre magistrado. Senão vejamos: II.I) Da não hediondez do crime do art. 35 da lei 11.343/06: O inciso XLIII do artigo 5º da Constituição Federal/1988, equipara os crimes de tortura, tráfico ilício de entorpecentes e drogas e o terrorismo aos hediondos, regulamentada na lei n.º 8.072/1990, onde consta o rol taxativo dos seus crimes. O Art.2º da Lei de Crimes Hediondos, repete o inciso XLIII do art. 5º da CF/88, nesses termos: CF/88- Art. 5º [...] XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Lei n.º 8072/90. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: I - anistia, graça e indulto; II - fiança. Neste sentido, o Superior Tribunal de Justiça se manifestou e encerrou a discussão sobre a hediondez do crime ao decidir que o crime de associação para o tráfico de entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11. 343/2006) não figura no rol taxativo de crimes hediondos ou de delitos a eles equiparados. Portanto, basta, o cumprimento de 1/6 da pena aplicada para que seja concedido o benefício da progressão, nos termos do artigo 112 da LEP. II.II) Da não reincidência: De acordo com a r. decisão o Magistrado entendeu que o agravante era reincidente por haver cometido crime de ameaça. Ocorre que o momento do cometimento do crime de ameaça foi antes da sentença que o condenou pela prática do crime de associação para o tráfico. Conforme previsão do art. 63 do Código Penal, a reincidência ocorre quando o agente comete novo crime após o trânsito em julgado de sentença condenatória de crime anterior. Nesses termos: Art. 63, CP: Verifica- se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Logo, percebe-se que o caso em comento não se trata de reincidência, dado que não se verifica as circunstâncias do artigo 63 do Código Penal ao passo que a apesar de a condenação pelo crime de ameaça ser posterior, o cometimento do crime foi anterior à sentença do crime de associação. Portanto, demonstra-se evidente o preenchimento dos requisitos para a progressão de regime em razão do cumprimento de 1/6 da pena. II.III) Da desnecessidade do exame criminológico: O doutor juiz a quo ateve-se à suposta gravidade do delito para arguir a necessidade de realização de exame criminológico, porém, a gravidade do delito cometido não justifica a necessidade de realização de exame criminológico para concessão de progressão de regime. Ocorre que a fundamentação apresentada pelo magistrado não foi idônea, pois considerou a natureza em abstrato do delito e não em concreto. Outrossim, deixou de observar a disposição da Súmula Vinculante n. 26 do STF e a Súmula 439 do STJ, violando-as. III - DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer seja conhecido e provido, para que seja concedida a progressão de regime para um menos gravoso, nos termos do artigo 112 da LEP. Nesses termos, pede deferimento. Local, dia, mês e ano. ADVOGADO OAB/ nº 10- RECURSO DE APELAÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1a VARA CRIMINAL DA COMARCA DE xxxxxxxxPROCESSO N° xxxxxxxxxx TÍCIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu procurador signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a R. sentença condenatória, tempestivamente, interpor RECURSO DE APELAÇÃO com base no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal. Requer, portanto, seja recebido o presente Recurso com as Razões ora acostadas, com a oitiva do Ministério Público Estadual, requer-se que Vossa Excelência conheça e admita este recurso, com sua consequente remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado para que, ao final, tenha provimento. LOCAL, DATA ADVOGADO OAB EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE (xxx) PROCESSO n° (...) APELANTE: TÍCIO APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COLENDA CÂMARA, EMINENTES JULGADORES RAZÕES DE APELAÇÃO I - DOS FATOS: O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face do apelante, dando-o como incurso nas sanções do artigo 157, § 2º, inciso I do Código Penal, por supostamente ter cometido o crime de roubo com emprego de arma de fogo. O apelante foi processado pela 1ª Vara Criminal da Comarca do Município X. Tício foi reconhecido pela vítima em sede policial que observou através de um orifício existente em uma porta. Apenas o apelante encontrava- se no local. O reconhecimento não foi confirmado em juízo. Em sede processual, durante a instrução criminal, as testemunhas e a vítima em seus depoimentos não afirmaram terem ouvido disparo da arma de fogo, porém, foram categóricas ao assegurarem que o apelante portava arma. As testemunhas policiais afirmaram em sede processual que após escutarem “pega ladrão”, perceberam o apelante correndo e iniciaram perseguição. Relataram que durante a perseguição notaram que o réu dispensou um objeto em um córrego. O réu, durante o interrogatório, exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio. A suposta arma de fogo não foi apreendida. Não houve perícia. O r. juízo, levando em consideração o reconhecimento em sede policial, os depoimentos das testemunhas, bem como a reincidência e os maus antecedentes, proferiu sentença condenando o réu pela prática do delito tipificado no artigo 157, § 2º, inciso I do Código Penal, à pena privativa de liberdade de 08 (oito) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em inicial fechado. II - DO DIREITO: A r. sentença, contudo, merece reforma dado que, Concessa magna vênia, o magistrado não ágil com total acerto. PRELIMINARMENTE - RECONHECIMENTO EM ESCONFORMIDADE COM O 226, II, CP: O douto juízo condenou o apelante com base em reconhecimento feito em sede policial em desacordo com o previsto no artigo 226 do Código de Processo Penal. O artigo é claro ao estabelecer a forma que deve ser procedido o reconhecimento de pessoas. Lembrando que procedimentos são formas e formas são garantias individuais do réu. Senão vejamos: Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la; - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Inclusive pelo fato de que se tratam de garantias processuais e constitucionais, que devem ser rigorosamente cumpridas para que o princípio do devido processo legal seja observado em sua integralidade. O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no artigo 226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de suspeito da prática de um crime. Em recente julgado, o Superior Tribunal de Justiça absolveu um homem acusado de “tentativa de latrocínio”, devido à falha no processo de reconhecimento fotográfico do suspeito. Para o colegiado, o reconhecimento não seguiu as formalidades mínimas exigidas pelo artigo 226 do Código de Processo Penal. Neste sentido: Pelo exposto, demonstra-se imperioso o reconhecimento da nulidade processual, forte no artigo 564, inciso IV do Código de Processo Penal. DA INEXISTÊNCIA DE PROVA DE AUTORIA: Da leitura dos autos, depreende-se que inexistem provas concretas desfavoráveis ao réu, senão a produzida eivada de nulidade em sede policial, obtida em ofensa ao Código de Processo Penal. Não há, portanto, nos autos, prova da autoria do crime, o que demonstra a viabilidade da absolvição do apelante. Isto é, o que há no processo não se faz suficiente para comprovar a autoria do crime: houve reconhecimento do apelante em sede policial, em absoluta desconformidade com o que prevê o artigo 226 do Código de Processo Penal e, além disso, tal reconhecimento não foi confirmado em sede processual. A vítima reconheceu o acusado através do orifício de uma porta. O acusado estava sozinho. Há que se fazer valer, no caso em tela, o que dispõe o artigo 157 do Código de Processo Penal que determina que são inadmissíveis e devem ser desentranhadas as provas ilícitas. Logo, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência pelo reconhecimento da nulidade, que haja o provimento do recurso para reformar a sentença no sentido de absolver o apelante por inexistência de prova de autoria, nos termos do artigo 386, VII do Código de Processo Penal. DA NÃO APREENSÃO DE ARMA DE FOGO - DA INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA: Outro ponto que merece reparo na sentença guarda relação com a majorante de emprego de arma de fogo. O douto juiz a quo ateve-se aos depoimentos das testemunhas que alegaram que o réu portava arma de fogo e o condenou neste sentido. Ocorre que a referida não restou apreendida e, portanto, não houve perícia e sequer perícia indireta, pois as testemunhas e as vítimas não relataram terem ouvido disparos. Ou seja, mais uma vez não houve observância do Código de Processo Penal ao passo que o processo deixou de cumprir os procedimentos dos artigos 158 e 167. Logo, mais uma vez não se fez prova a respeito do emprego da arma de fogo, motivo pelo qual não se pode dizer sequer que houve grave ameaça. Absolutamente viável, portanto, a desclassificação do delito previsto no caput artigo 157, CP para o previsto no caput do artigo 155, Código Penal. III - DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer seja REFORMADA A DECISÃO de 1º grau, com provimento do presente recurso, a fim de que: a) Seja reconhecida a nulidade nos termos do artigo 564, inciso IV, do Código de Processo Penal; b) Subsidiariamente, seja o réu absolvido, forte no artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal; 53 c) Ainda, caso não seja esse o entendimento de Vossas Excelências, seja o delito desclassificado para furto, em razão da inexistência de prova de grave ameaça. Nesses termos, pede deferimento. Local (...) e data (...) Advogado OAB 11- Relatório de Audiências 1 1. Processo nº: 0046774-90.2014.8.12.0001 Autor: Ministério Público Réu: Silvio Misrael da Silva e Alex Henrique Pedro Vítima: Hermes Coeva Natureza: Homicídio Simples (Competência do Júri) Tipo de Audiência: Instrução e Julgamento Relatório: Trata-se de audiência de instrução e julgamentopela prática do suposto crime de homicídio, no qual o Ministério Público ofereceu a denúncia para dar início à Ação Penal Pública contra os acusados SILVIO MISRAEL DA SILVA, alcunha "buguinho," e o acusado ALEX HENRIQUE PEDRO, alcunha "negão," agindo com animus necandi, contra vítima Hermes Coeva. Segundo apurou-se, no dia dos fatos, ALEX estava discutindo com SILVIO na esquina do Bar do Edson, momento em que a vítima Hermes apareceu no local. Verificou-se que o denunciado ALEX e a vítima Hermes moravam juntos debaixo da ponte e momentos antes do fato haviam discutido e, por isso, Alex teria efetuado um golpe de faca contra Hermes, lesionando-o na mão. Em decorrência desse fato, a vítima Hermes, portando uma faca, foi tirar satisfação com Alex; no entanto, foi desarmado pelos denunciados. A vítima, ao visualizar que Silvio e Alex também estavam armados com facas, empreendeu fuga. Diante da situação, os denunciados começaram a correr atrás da vítima Hermes. Conforme investigações, ALEX, com auxílio de SILVIO, esfaqueou a vítima Hermes com a faca que havia retirado da própria vítima momento antes do fato, causando-lhe a morte. 2. Processo nº: 0037754-41.2015.8.12.0001 Autor: Ministério Público Réu: Fabiano Santa de Souza, Danilo Campos Garcia, Vitor Henrique Santana e Renan da Silva Vítima: Elton Troche de Mendonça Natureza: Homicídio Qualificado (Competência do Júri) Tipo de Audiência: Interrogatório Relatório: No dia 18 de agosto de 2015, por volta de 00h00min, na Rua Padre João Delfino, nº 1290, bairro Jardim Itamaracá, os denunciados Fabiano Santana de Souza, Danilo Campos Garcia, Vitor Henrique Santana e Renan da Silva Ferreira, em unidade de desígnios com os menores Maysson Vinicius Vitório Costa, alcunha "neguinho," e Ygor Toledo de Jesus, de alcunha "ygão," mataram a vítima Elton Troche de Mendonça. Segundo restou apurado, a vítima Elton adquiriu uma motocicleta Honda 150 do adolescente Ygor Toledo de Jesus, na qual constava na documentação o nome do denunciado Fabiano Santana de Souza. Posteriormente, o referido veículo foi entregue pela vítima a seu amigo Matheus Vinicius de Souza Garcia. Ocorre que, mesmo após as transações de compra e venda, o veículo permaneceu registrado em nome do denunciado Fabiano. Este, acreditando que Matheus estava cometendo infrações com a motocicleta, assim, tomou de volta a motocicleta e afirmou que só a entregaria mediante transferência do documento para o adquirente, sendo que se ele não o fizesse, acionaria a polícia. Sendo este o relato do Parquet na denúncia, entretanto, em depoimento ficou claro que os réus estavam sendo ameaçados com arma de fogo diariamente pela vítima, que era o traficante da “área” onde moravam. Dessa forma, estando coagidos e com medo, foram tirar satisfações e foi quando ocorreu o crime de Homicídio por parte dos réus. 3. Processo nº: 0047707-58.2017.8.12 Autor: Ministério Público Réu: Erick Wiliam dos Santos Britez (Furto), Douglas Fernando Rodrigues (Furto) e Leopoldo Garcia (Receptação). Vítima: Luiz Alberto da Silva Natureza: Furto e Receptação (Procedimento Ordinario) Tipo de Audiência: Instrução e Julgamento Relatório: Prisão em flagrante dos acusados Erick Willian, Douglas Fernando e Leopoldo Garcia, que, no dia 13 de dezembro de 2017, pela manhã, os denunciados ERICK e DOUGLAS subtraíram, em concurso de agentes e em unidade de desígnios, mediante emprego de chave falsa "micha," o veículo VW Voyage, cor azul, ano 1984, placa HQI-8178, bem como o "macaco hidráulico" preto, ambos de propriedade de Luiz Alberto da Silva. No mesmo dia, o denunciado LEOPOLDO GARCIA adquiriu coisas que sabia serem produtos de crime, quais sejam, as rodas do referido veículo furtado por Erick e Douglas, no exercício de atividade comercial. Nos autos de inquérito policial, foi instaurado após a prisão em flagrante dos réus; em interrogatório, confessaram que furtaram, em conluio, o veículo VW Voyage, cor azul, placa HQI-8178, fazendo uso de chave micha, e que, após, venderam uma das rodas para o denunciado Leopoldo, que, segundo Erick, é conhecido dos usuários de drogas por comprar objetos roubados e furtados. 4. Processo nº: 0006484-85.2019.8.12.0800 Réu: Fernando Sabino Gomes Natureza: Roubo Tipo de Audiência: Custódia Relatório: Durante audiência o custodiado disse que está respondendo por tráfico de drogas, homicídio e ganhou indulto para visitar a família, e foi pego fugindo de motocicleta após a prática de roubo; a guarnição policial pegou o indivíduo fugindo, prendeu o acusado e ainda corre o risco de responder por agressão. O custodiado diz ao juiz que tomou coronhadas, tapas e foi humilhado pelos policiais. O juiz perguntou para o flagrado se ele reconheceria os policiais que bateram nele, ao qual respondeu que não viu quem foram os policiais. Foi lavrado na Delegacia o Auto de Prisão em Flagrante Delito. A Defensoria Pública pedia para o Magistrado que o mesmo aplicasse o art. 319 do Código Penal. 5. Processo nº: 0006487-40.2019.8.12.0800 Réu: Juarez Espindola dos Santos Natureza: Porte Ilegal de Arma de Fogo Tipo de Audiência: Custódia Relatório: Durante a audiência de custódia foi perguntado para o réu se ele sofreu algum tipo de agressão física ou verbal; o mesmo respondeu que não sofreu nenhum tipo de agressão. Custodiado estava respondendo por tráfico de drogas; no momento da prisão, o réu estava sendo acusado por porte ilegal de armas de fogo, e o mesmo tinha rompido a tornozeleira eletrônica para poder trabalhar em outra cidade. Benefício dado para o réu ir visitar sua família. Por fim, a Defensoria Pública pediu uma medida cautelar conforme o art. 319, inciso I do Código de Processo Penal. 6. Processo nº: 0006483-03.2019.8.12.0800 Réu: Nilson Fernandes Ribeiro Natureza: Embriaguez ao Volante Tipo de Audiência: Custódia Relatório: A audiência de custódia se refere ao crime de trânsito; o condutor do veículo estava dirigindo sob efeito de álcool. O réu não era primário, pois já estava respondendo por outro delito semelhante. O juiz de custódia perguntou para o réu se o mesmo estava sendo bem tratado e se sofreu algum tipo de agressão, tanto física como psicológica. O Magistrado perguntou também se o réu sofria de algum tipo de doença; o réu respondeu que sofria com pressão alta e tomava medicação para a cabeça devido a um acidente de moto sofrido no passado. O delegado de polícia estipulou uma fiança de R$1.000,00 (mil reais) para que o réu fosse liberado, mas o mesmo não possuía este valor, devido a ser um marceneiro, com ganhos mensais de R$2.000,00 (dois mil reais). A Defensoria Pública pediu para o Magistrado que não fosse cobrado o valor da fiança, que fosse aplicado o art. 350 do Código de Processo Penal e o art. 319 do Código de Processo Penal. 12- Relatório de Audiências 2 Processo nº: 0046774-90.2014.8.12.0001 Autor: Ministério Público Réu: Silvio Misrael da Silva e Alex Henrique Pedro Vítima: Hermes Coeva Natureza: Homicídio Simples (Competência do Júri) Tipo de Audiência: Instrução e Julgamento Relatório: Trata-se de audiência de instrução e julgamento pela prática do suposto crime de homicídio, no qual o Ministério Público ofereceu a denúncia para dar início à Ação Penal Pública contra os acusados SILVIO MISRAEL DA SILVA, alcunha "buguinho," e o acusado ALEX HENRIQUE PEDRO, alcunha "negão," agindo com animus necandi, contra vítima Hermes Coeva. Segundo apurou-se, no dia dos fatos, ALEX estava discutindo com SILVIO na esquina do Bar do Edson, momento em que a vítima Hermes apareceu no local. Verificou-se que o denunciado ALEX e a vítima Hermes moravam juntosdebaixo da ponte e momentos antes do fato haviam discutido e, por isso, Alex teria efetuado um golpe de faca contra Hermes, lesionando-o na mão. Em decorrência desse fato, a vítima Hermes, portando uma faca, foi tirar satisfação com Alex; no entanto, foi desarmado pelos denunciados. A vítima, ao visualizar que Silvio e Alex também estavam armados com facas, empreendeu fuga. Diante da situação, os denunciados começaram a correr atrás da vítima Hermes. Conforme investigações, ALEX, com auxílio de SILVIO, esfaqueou a vítima Hermes com a faca que havia retirado da própria vítima momento antes do fato, causando-lhe a morte. 5. Processo nº: 0006487-40.2019.8.12.0800 Réu: Juarez Espindola dos Santos Natureza: Porte Ilegal de Arma de Fogo Tipo de Audiência: Custódia Relatório: Durante a audiência de custódia foi perguntado para o réu se ele sofreu algum tipo de agressão física ou verbal; o mesmo respondeu que não sofreu nenhum tipo de agressão. Custodiado estava respondendo por tráfico de drogas; no momento da prisão, o réu estava sendo acusado por porte ilegal de armas de fogo, e o mesmo tinha rompido a tornozeleira eletrônica para poder trabalhar em outra cidade. Benefício dado para o réu ir visitar sua família. Por fim, a Defensoria Pública pediu uma medida cautelar conforme o art. 319, inciso I do Código de Processo Penal. 6. Processo nº: 0006483-03.2019.8.12.0800 Réu: Nilson Fernandes Ribeiro Natureza: Embriaguez ao Volante Tipo de Audiência: Custódia Relatório: A audiência de custódia se refere ao crime de trânsito; o condutor do veículo estava dirigindo sob efeito de álcool. O réu não era primário, pois já estava respondendo por outro delito semelhante. O juiz de custódia perguntou para o réu se o mesmo estava sendo bem tratado e se sofreu algum tipo de agressão, tanto física como psicológica. O Magistrado perguntou também se o réu sofria de algum tipo de doença; o réu respondeu que sofria com pressão alta e tomava medicação para a cabeça devido a um acidente de moto sofrido no passado. O delegado de polícia estipulou uma fiança de R$1.000,00 (mil reais) para que o réu fosse liberado, mas o mesmo não possuía este valor, devido a ser um marceneiro, com ganhos mensais de R$2.000,00 (dois mil reais). A Defensoria Pública pediu para o Magistrado que não fosse cobrado o valor da fiança, que fosse aplicado o art. 350 do Código de Processo Penal e o art. 319 do Código de Processo Penal. 13. Conclusão Ao concluir este relatório, é inegável destacar a relevância e a riqueza das experiências vivenciadas ao longo da disciplina de Prática de Direito Penal, sob a orientação e supervisão do professor Paulo Sydney Dalla Corte. O período dedicado a essa disciplina representou não apenas um mergulho profundo no universo prático do Direito Penal, mas também uma oportunidade valiosa para aprimorar habilidades fundamentais no contexto jurídico. Durante esse percurso, participamos ativamente na elaboração de peças que transcendem a teoria, refletindo os desafios tangíveis encontrados no Exame da Ordem - OAB. A contribuição direta para a elaboração de peças utilizadas em provas da OAB foi não apenas gratificante, mas também uma validação da eficácia do aprendizado adquirido. Essa prática constante não apenas nos desafiou, mas também nos impulsionou a alcançar um entendimento mais profundo e uma aplicação mais precisa dos preceitos do Direito Penal. Cabe ressaltar que a condução meticulosa do professor Paulo Sydney Dalla Corte desempenhou um papel crucial em nossa jornada, proporcionando insights valiosos, orientação perspicaz e um ambiente propício para o desenvolvimento acadêmico. Sua expertise e dedicação à formação dos alunos foram elementos fundamentais para o nosso progresso ao longo desta disciplina. À medida que encerramos este capítulo, é inegável que as habilidades essenciais cultivadas na Prática de Direito Penal não apenas nos preparam para os desafios da advocacia criminal, mas também enriquecem nossa compreensão do papel do jurista na sociedade. A experiência prática adquirida não se limita apenas à resolução de casos, mas serve como um alicerce sólido para enfrentar os complexos dilemas éticos e legais que permeiam o campo do Direito Penal. Expresso minha sincera gratidão ao professor Paulo Sydney Dalla Corte. Sigo confiante de que as lições aqui aprendidas continuarão a reverberar em nossa prática profissional, fortalecendo nosso compromisso com a justiça e a ética no exercício do Direito Penal. Que esta disciplina seja apenas o início de uma trajetória profissional marcada pelo constante aprimoramento e pela busca incansável pela verdade e justiça.
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