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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA Apostila da disciplina Fotografia Professora Maria Magda de Lima Santiago Belo Horizonte 2014 2 Tipos de câmeras e formas de focalização As câmeras digitais oferecem o recurso da focalização automática, já utilizado nas câmeras analógicas mais modernas, numa evolução das antigas câmeras com foco apenas manual e das amadoras focus-free. O auto-focus possibilita ao fotógrafo escolher a área da cena em foco com bastante rapidez, desde que corretamente manuseado. A focalização automática é acionada na meia-pressão do botão disparador e atua numa área determinada do visor, que deve ser selecionada. Se regularmos a área de foco para o centro do visor, toda vez que vamos focalizar devemos primeiro realizar o enquadramento, depois sair do ângulo escolhido colocando o elemento principal no centro. Nesse momento pressiona-se o botão de disparo até o meio, mantém essa meia pressão (para segurar o foco) e então volta ao enquadramento planejado, quando então pressiona o restante do botão disparador, capturando a imagem. As digitais amadoras permitem uma aproximação máxima de foco próxima às profissionais (por volta de 30 cm), dependendo da posição do zoom. Para focalizar detalhes e objetos/seres pequenos podemos acionar o recurso macro ou close-up (símbolo da flor tulipa), próprio para chegar bem perto sem perder o foco (entre 2,5 e 5 cm nesse tipo de câmera). Câmera amadora com Auto-Focus (AF) regulado para a área central 3 Câmeras Reflexas ou SLR (Profissionais) AF (Auto-Focus) e MF (Manual-Focus) As câmeras com recursos profissionais são chamadas SLR (single lens reflex), pois um espelho posicionado a 45 graus reflete a imagem que vem da objetiva, direcionando-a para um pentaprisma, que a envia ao visor. Esse jogo de reflexos garante que a imagem vista seja a mesma que será gravada e armazenada. Quando apertamos o botão disparador esse espelho se levanta, permitindo que a luz entre através da objetiva, formando a imagem com fidelidade de enquadramento. Nas câmeras profissionais a forma de focalização é opcional, podendo ser automática ou manual. A focalização manual possibilita regular a distância do objeto à câmera através do anel de foco (localizado na objetiva). O foco manual pode ser usado para manter o foco no infinito (por exemplo em fotos de paisagens) ou quando o ambiente é escuro e o foco automático não consegue fazer a leitura. A focalização automática é acionada na meia-pressão do botão disparador e atua numa área determinada do visor, que deve ser selecionada. Se regularmos a área de foco para o centro do visor, toda vez que vamos focalizar devemos primeiro realizar o enquadramento, depois sair do ângulo escolhido colocando o elemento principal no centro. Nesse momento pressiona-se o botão de disparo até o meio, efetuando a focalização. Mantém essa meia pressão (para segurar o foco) e então volta ao enquadramento planejado, quando então pressiona o restante do botão disparador, capturando a imagem. 4 O enquadramento A composição da imagem dentro do retângulo do visor exige atenção e sensibilidade estética. O objetivo (assunto principal) do fotógrafo deve estar bem definido e, a partir daí, possibilidades de enquadramento serão consideradas, através do estudo dos diversos ângulos. Rodear o assunto, observar a forma como a luz incide sobre ele e considerar o que vai aparecer no fundo é essencial. Em qualquer situação é importante buscar eliminar elementos fora do contexto, que poluem a fotografia, tornando-a confusa. A análise dos diversos planos da imagem e da importância de cada um determina a forma como enquadramos. Muitas vezes é necessário lançar mão do primeiro plano, trazendo elementos para perto da câmera, enquanto ampliamos o enquadramento para registrar um plano posterior, revelando mais de uma informação. Através da utilização de recursos mais avançados, como o controle do diafragma, pode-se eleger as áreas que terão nitidez além do plano focalizado, enriquecendo a fotografia com as possibilidades da profundidade de campo. Fotografar com a câmera inclinada para cima ou para baixo, ao invés do enquadramento paralelo, influencia o conteúdo informativo da imagem (se fotografamos uma pessoa de baixo para cima ela transmite a sensação de poder e vice-versa). Também a distância focal da objetiva que estamos usando integra os recursos que compõem o conjunto do enquadramento e que contribuem para uma representação original da cena real. A distância focal das objetivas As duas características principais das objetivas são a sua distância focal (expressa em milímetros) e a maior abertura do seu diafragma (expressa em números F). Estas duas informações são apresentadas na frente da objetiva (junto ao encaixe para filtros) e/ou no seu corpo. A distância focal da objetiva é o ângulo de visão permitido pela posição do zoom que estamos usando. Assim, uma objetiva zoom significa várias objetivas em uma, acionadas pelos botões: W – wide, grande angular / T – tele nas amadoras e pelo anel do zoom nas câmeras profissionais. 5 Objetivas Grande Angulares Variam entre 8 mm e 35 mm. Abrem o ângulo de visão, possibilitando fotografar em ambientes pequenos, com pouco espaço para que o fotógrafo se distancie. São essenciais para o fotojornalismo, fotos em ambientes fechados ou com muitas pessoas e elementos. Sobre o foco, permitem uma aproximação maior da câmera ao objeto fotografado, se comparadas às demais objetivas. Ideais para festas de aniversário, auditórios, decoração e arquitetura, têm como característica uma boa profundidade de campo. Por outro lado, provocam distorções na imagem, observadas principalmente quando, no enquadramento, inclinamos a câmera para baixo ou para cima. Para atenuar as distorções devemos buscar um enquadramento paralelo ao assunto. 6 Objetivas Normais Variam entre 45 mm e 55 mm. Possuem um ângulo visual aproximado ao do olho humano. São utilizadas para quase todos os tipos de fotografia, mas indicadas, especificamente, para reprodução de objetos de arte e fotos de pessoas, pois não distorcem a imagem, que sempre fica com uma aparência próxima à realidade visual do olho humano. As objetivas normais fixas (sem o zoom) conseguem ser as mais claras, com as maiores aberturas de diafragma, pela sua própria construção. Em geral, a aproximação máxima permitida por uma objetiva normal, sem desfocar o assunto, é de 20 cm. Meia-Teles e Tele-Objetivas Variam entre 70 mm e 300 mm, as mais comuns. As meia-teles (de 70 mm a 135 mm) aproximam o assunto um pouco mais que as objetivas normais. As tele- objetivas (de 200mm a 1200mm), utilizadas na fotografia de esportes, atuam como um binóculo, não apresentam distorções, mas causam uma certa compressão na imagem, tornando difícil distinguir a distância real entre os planos. Têm como característica uma pequena profundidade de campo, o que proporciona destaque ao elemento principal (ao perder nitidez no fundo). A distância mínima de foco pode ser grande nas tele-objetivas, não permitindo focalização a menos de 1,5 metro, por exemplo. 7 Objetivas Zoom São aquelas de distância focal variável, podendo ser grande angulares (12 mm a 24 mm), de grande angular a meia-tele (18 mm a 70 mm / 35 mm a 80 mm / 28 mm a 105 mm) e de meia-tele a tele (80 mm a 200 mm / 75 mm a 300 mm), entre outras.Com essas objetivas podemos variar o ângulo de visão apenas com a regulagem do anel do zoom, proporcionando maior agilidade e comodidade ao fotografar. Atualmente, ao adquirir um equipamento não precisamos de várias objetivas. A aquisição de duas objetivas zoom já garante um boa cobertura em termos de distâncias focais e menor peso na bolsa de equipamentos. Objetivas Macro Utilizadas para fotografias de objetos pequenos (flores, insetos, comprimidos, partes do rosto), permitem boa aproximação da câmera ao assunto, podendo-se chegar a menos de 20 cm sem perder o foco. São menos comuns, mais caras e apresentam pequena profundidade de campo, favorecendo o elemento principal da imagem. Nas câmeras amadoras acionar o recurso macro permite obter fotos a cerca de 3cm de aproximação quando se está na posição do zoom grande angular. 8 O primeiro controle de luz — o Diafragma O diafragma está localizado na objetiva e controla a quantidade de luz que entra através dela para “impressionar” o sensor CCD (área sensível à luz na câmera digital). Ele é composto de palhetas que se encaixam, formando orifícios de tamanhos variados. Em situações de luz intensa a câmera fecha automaticamente pontos no diafragma, tornando menor o orifício de abertura. Por outro lado, quando não contamos com boa qualidade de luz (por exemplo, num dia nublado), o diâmetro do orifício é ampliado, garantindo assim uma fotometragem correta dentro dessa condição de luz. As aberturas do diafragma são, com algumas variações: Estas aberturas são representadas por i: ou pela letra F, além de 1:. Quanto mais aberto o diafragma menor o número que o identifica (por exemplo: F 2.8) e, quanto mais fechado, maior o número (por exemplo: F 22). Quando vamos adquirir uma nova objetiva devemos nos informar sobre qual é a maior abertura de seu diafragma. Quanto mais clara (ou seja, quanto menor for o número de sua abertura máxima) mais valorizada ela é, pois além de captar maior quantidade de luz permite obter pouca profundidade de campo. O controle do diafragma é feito por meio de um dial nas câmeras profissionais ou através do multi-selector (o círculo com quatro setas) localizados no corpo da câmera. Os equipamentos profissionais oferecem aberturas com intervalos de meio ponto de um diafragma para outro, ou até de um terço de ponto. 9 A Profundidade de Campo A profundidade de campo está relacionada às aberturas do diafragma. Ela significa os planos da imagem que estão nítidos, além do plano focalizado. Quanto mais aberto o diafragma, menor a profundidade de campo da imagem; quanto mais fechado o diafragma, mais planos nítidos. Também está relacionada à distância focal da objetiva que estamos usando (melhor profundidade de campo nas grande- angulares e pior nas tele-objetivas e macros). Considerando-se a abertura F5.6 como uma abertura média, onde temos uma razoável profundidade de campo, podemos dizer que os números abaixo dela (4.0, 3.5, 2.8, 2.0, 1.4, 1.2 ) são de aberturas que determinam imagens com pequenas áreas em foco. Já as aberturas acima de F 5.6 (que representam os diafragmas mais fechados (8.0, 11, 16, 22, 32) garantem, progressivamente, maior definição em todos os planos da imagem. O foco no primeiro plano e uma abertura média ou grande do diafragma garante que os planos posteriores fiquem menos nítidos na medida em que estão mais afastados do plano focalizado, proporcionando uma visão natural ao olho humano. Focalizar no segundo plano ou nos planos do fundo provoca um borrão menos natural e mais acentuado do primeiro plano. Na fotografia de esportes a utilização de diafragmas mais abertos é a melhor opção, pois destaca o primeiro plano (jogador e bola) ao perder nitidez nos planos do fundo (outros jogadores ou torcedores). A pouca profundidade de campo também é bastante usada nos retratos, chamando atenção para o modelo. A nitidez em todos os planos da imagem, ou boa profundidade de campo, torna esse tipo de cena confusa, com excesso de informação. O leitor não identifica, de imediato, qual o elemento principal da imagem. Já que a qualidade da luz define a abertura do diafragma, devemos ter grande atenção na focalização do assunto principal. Se precisamos trabalhar com um diafragma mais aberto (opção pela pouca profundidade de campo), já sabemos que, por isso, teremos uma menor área nítida. Nesse caso, quanto mais precisa for a focalização melhor, pois garantimos a qualidade de definição do elemento da imagem que for mais importante. 10 Na primeira imagem visualizamos o dial de controle do diafragma, que fica na frente da câmera. Na segunda imagem o dial de controle do obturador, na parte de trás da câmera, que também é utilizado para regular as funções presentes nos botões de atalho direto para os recursos principais: O segundo controle de luz — o Obturador O obturador controla o tempo durante o qual o CCD está sendo exposto à luz, acionado através do botão disparador. Ele é regulado no corpo da câmera, como o diafragma. As velocidades de obturação são: 1/8000 - 1/4000 - 1/2000 - 1/1000 - 1/500 - 1/250 - 1/125 - 1/60 1/30 - 1/15 - 1/8 – 1/4 – 1/2 - 1” - 2” - 4” - 8” - 15” - 30” - B Todos esses números correspondem ao tempo de captura da imagem. Os números com o sinal de aspas são números inteiros e representam segundos. Todos os números à esquerda de 1” são frações de segundo: 1/2,1/8, 1/15, 1/125, 1/500...Quanto mais rápido o obturador (1/500, 1/1000, 1/8000), maior a velocidade de disparo e menor o tempo de exposição à luz. Quanto mais lento o obturador (1/15, 2”, 30”), menor a velocidade de disparo e maior o tempo de exposição à luz. Também são chamadas velocidades altas (rápidas) ou baixas (lentas). 11 Numa situação de luminosidade intensa a câmera utiliza uma velocidade mais alta (boa qualidade de luz, menos tempo de exposição do filme a ela). E, em ambientes com baixa luminosidade, para que a fotometragem da luz seja correta, é selecionada automaticamente uma velocidade menor, com mais tempo de exposição, para que essa luz de pouca qualidade impressione corretamente o CCD. A velocidade média de obturação é 60 (podemos dizer que são médias as velocidades 30, 60 e 125). É uma velocidade segura, onde não há risco de ‘tremer’ a câmera. Se for utilizada para fotografar elementos em movimento a imagem sairá ‘borrada’. Assim, as velocidades médias são usadas para fotografar retratos ou quando se pretende borrar o movimento à luz do dia. O borrão do movimento muitas vezes é mais expressivo do que seu congelamento, por exemplo, para mostrar a hélice acionada de um helicóptero. São objetos que não se modificam quando estão em movimento e, se forem paralisados, terão a aparência de que não estavam em ação. Por outro lado, o congelamento de um cavalo de corrida ou de um jogador de futebol é a técnica indicada, já que toda a musculatura demonstra o movimento dos animais e pessoas. Assim, acima das velocidades médias as velocidades são consideradas altas e utilizadas para imobilizar elementos em movimento, como na fotografia de esportes. Para as velocidades altas pode ser acionado o motor-drive, que proporciona a captura ininterrupta do movimento, cuja potência (número de fotos (ou frames) por segundo - fps) depende do modelo da câmera. Numa cena noturna é praticamente impossível paralisar o movimento. Mesmo que seja utilizado um ISO elevado, como será explicado adiante, alcançar uma velocidade de obturador de 1/500 de segundo sóé possível com luz diurna ou em estádios bem iluminados. As velocidades abaixo de 1/30 são consideradas lentas e usadas em condições de luz piores, como em fotos noturnas. Pode-se obter o longo borrão dos faróis dos carros com exposições de 10 a 30 segundos. Para as velocidades baixas devemos utilizar o tripé e também o cabo disparador ou propulsor (cabo de disparo conectado ao botão disparador, que aciona o obturador sem movimentar a câmera). Se acionarmos o relógio (também chamado auto-retrato) temos alguns segundos antes do disparo até o movimento da câmera cessar, no caso da falta do propulsor. 12 A Fotometragem A relação diafragma/obturador é a responsável pela correta medida da luz. Podemos utilizar formas de fotometragem automáticas, executadas pela própria câmera (P) ou manuais, aprendendo a fazer a leitura do fotômetro (M). Também se pode escolher entre os modos de fotometragem semi-automáticos, em que o diafragma ou o obturador são regulados manualmente, enquanto a câmera corrige automaticamente o outro controle. Assim, ou se tem preferência pela profundidade de campo, regulando o diafragma no modo A (Nikon, Sony) ou Av (Canon) ou se prioriza o controle do movimento, regulando o obturador no modo S (Nikon, Sony) ou Tv (Canon). Tanto o fotômetro quanto os números do diafragma e do obturador podem ser vistos no visor monitor e no visor ótico, permitindo ao fotógrafo regular manualmente o obturador e o diafragma sem ter que ficar olhando no painel, por cima da câmera. Confirmando, os semi-automáticos com preferência para diafragma (A ou Av) nos dão liberdade para escolher a abertura do diafragma, optando por uma maior ou menor profundidade de campo. Uma vez selecionada a abertura, basta tocar no botão disparador para que a câmera nos mostre qual será a velocidade de obturação correspondente. Os automáticos com preferência para obturador (S ou Tv) nos permitem selecionar o obturador, optando por exposições rápidas ou lentas, que imobilizam ou borram o movimento, fornecendo o diafragma correto para cada velocidade escolhida. Quando começamos a fotografar utilizando essas formas de fotometragem aprendemos que a liberdade para escolher a abertura e a velocidade dependem da condição da luz. Não adianta tentar imobilizar o movimento, usando uma velocidade bem alta, se não temos uma boa condição de luz – na hora em que regulamos o obturador, a câmera mostrará que não existe diafragma correspondente para tal velocidade em tal condição de luz (a imagem ficará sub-exposta). Com o tempo e a prática concebemos possibilidades mais realistas de fotometragem. Na regulagem manual, selecionamos obturador e diafragma de acordo com a leitura do fotômetro (cujo desenho pode variar). Em geral composto de uma régua em cujas extremidades se vê os sinais + e - , a fotometragem está correta quando o pontilhado se aproxima do meio da régua, sinalizado pelo zero. Quando pontilhar na 13 direção do menos está sub-exposto (devemos abrir mais o diafragma ou baixar a velocidade de obturação); quando pontilhar na direção do mais está super-exposto (devemos fechar o diafragma ou aumentar a velocidade de exposição). Estas são as informações no painel na parte de cima das câmeras. Em outros modelos essas informações são vistas no visor monitor na parte de trás da câmera, pois não possuem visor na parte de cima: Podemos experimentar inúmeras combinações de diafragma e obturador, em cada condição de luz. Por exemplo: obturador 60 e diafragma 5.6 é igual, em termos de fotometragem, a obturador 250 e diafragma 2.8 (ao aumentar a velocidade em dois pontos a câmera abre iguais dois pontos no diafragma, para compensar). Não precisamos nos preocupar com esses cálculos, que buscamos conhecer apenas para compreender a lógica da fotometragem. O que temos que avaliar é se o diafragma e o obturador encontrados vão nos proporcionar, além da correta medida da luz, uma boa fotografia no seu aspecto plástico, aplicando a técnica de acordo com os objetivos da captura da imagem. A próxima ilustração mostra a relação de proporção entre os controles do diafragma e do obturador na medida da luz: 14 As imagens mostram a regulagem da área de medida da luz. Na primeira, uma média da leitura de todo o retângulo (matrix), que é o utilizado na maioria das fotos. Também há a medição em área central e ainda a medição em área pontual. O recurso +/- é chamado de compensação de luz e permite clarear ou escurecer a imagem, já que o fotômetro é calibrado para o tom cinza médio e áreas muito claras ou muito escuras podem perder informação. Só é utilizado nos modos automático e semi-automáticos. 15 Portanto, podemos compensar a luz quando as imagens ficam mais escuras (já que as áreas claras influenciam a fotometragem) ou escurecer imagens que na primeira captura ficaram “estouradas”, ou com excesso de luz. Por isso é difícil fotografar em situações de sombra e luz. Podemos optar por efetuar a fotometragem na área mais luminosa ou nas áreas mais sombreadas, por exemplo. No modo manual, para compensar uma imagem que ficou escura ou clara, devemos regular para uma super-exposição (diafragma mais aberto que o indicado pelo fotômetro) ou para uma sub-exposição (diafragma mais fechado que o indicado pelo fotômetro), a depender da aparência da primeira foto capturada. Ao pressionar o botão +/- (em alguns modelos devemos manter a pressão), giramos o dial de trás da câmera (no caso da Nikon) para aumentar ou diminuir a numeração, que vai de 0.3 até 5.0 na maioria dos modelos. As imagens a seguir mostram as câmeras Nikon D5000 e Nikon D90 com a identificação dos principais recursos: 16 Fonte (imagem): revista Fotografe Melhor 17 Os números ISO e a sensibilidade à luz O ISO indica a sensibilidade à luz. Um ISO 1600 é mais sensível à luz que um ISO 400, por sua vez mais sensível que um ISO 100. Para saber esta diferença basta multiplicarmos: 100 x 2 = 200 (diferença de 1 ponto de diafragma ou obturador entre um ISO e outro) 200 x 2 = 400 (diferença de 1 ponto do 200 para o 400 e de 2 pontos do 100 para o 400) 400 x 2 = 800 (diferença de 1 ponto do 400 para o 800, de 2 pontos do 200 para o 800 e de 3 pontos do 100 para o 800) Numa mesma condição de luz informamos à câmera que estamos com ISO 100, e depois, ISO 400. Supondo que a primeira fotometragem seja obturador 60/diafragma 5.6, ao mudarmos para ISO 400 obteremos: obturador 250/diafragma 5.6 ou obturador 60/diafragma 11 ou obturador 125/diafragma 8. Portanto, filmes mais sensíveis nos permitem ganhar pontos no obturador e/ou no diafragma. Dessa forma, se vamos fotografar esporte, que exige alta velocidade de obturação, a preferência será por um ISO 400 ou mais sensível. Este tipo de filme também deve ser usado quando se pretende ter uma boa profundidade de campo, pois com ele podemos fechar a abertura do diafragma sem que prejudiquemos a qualidade da fotometragem. Os ISO de sensibilidade menor são indicados para boas situações de luz, como dias claros em horários de luminosidade intensa. Também devem ser usados quando pretendemos aumentar o tamanho de impressão da fotografia, já que produzem imagens com melhor definição ao serem ampliadas. Os ISO acima de 800 não permitem grandes ampliações pois provocam perda de qualidade. Seguem imagens da escala do ISO ou ASA nas câmeras profissionais mais antigas e o ISO entre os atalhos disponibilizados pelos fabricantes para um acesso rápido a esse controle no corpo da câmera. Em seguida, imagens dos menus da câmera D-90 da Nikon: 18 19 Flashes Inúmeros são os modelos de flashes para câmeras fotográficas - dosmais antigos, com regulagem apenas manual, aos mais modernos, que se comunicam eletronicamente com as câmeras - mas a utilização desse equipamento segue uma mesma regra: uma velocidade máxima de obturação na câmera e um diafragma baseado na sensibilidade ISO e calculado pela distância do fotógrafo ao objeto. Manuais Nos mais simples há uma tabela com duas colunas perpendiculares, indicando o ISO e a distância (em metros e pés) da câmera ao assunto. Ao relacionar essas duas informações, chegamos às aberturas de diafragma descritas no centro do quadro. Ao fotografar, basta ajustar na câmera o diafragma indicado na tabela do flash. É importante realizar testes confirmando a tabela antes de utilizar o equipamento; muitas vezes é necessário abrir um ou mais pontos, além do que está indicado, para obter uma exposição correta. Nas câmeras com flash embutido é importante consultar o manual para saber qual a maior distância alcançada pelo facho de luz. Automáticos Os flashes com regulagem automática, além da manual, facilitam o trabalho do fotógrafo e são os mais encontrados. Para cada automático há uma distância mínima e máxima até a qual se pode fotografar com determinado diafragma. O próprio flash calcula a intensidade da luz que será emitida, ao medir a distância da câmera ao assunto. Por exemplo: utilizando filme ISO 400, o automático para diafragma 5.6 é apropriado para fotografias cujo assunto principal está entre 3 e 6 metros de distância da câmera. Nas câmeras profissionais mais modernas os flashes indicados são os do próprio fabricante, permitindo uma comunicação câmera/flash independente da regulagem do fotógrafo. Ao ser acoplado à câmera, o flash é automaticamente informado sobre a sensibilidade ISO que está em uso e sobre a distância focal da objetiva usada. No automático TTL, quando alteramos o diafragma ele é 20 automaticamente alterado no visor do flash, assim como o alcance em metros. Nessas câmeras podemos trabalhar com o flash utilizando fotometragem de luz ambiente automática (P) ou manual (M). Em alguns modelos de câmeras a opção pela fotometragem semi-automática A/Av faz com que a câmera selecione velocidades mais baixas para tentar acompanhar a luz ambiente e não é indicada. A opção pela fotometragem semi-automática S/Tv faz com que o diafragma fique totalmente aberto na maioria dos ambientes, à noite. A utilização do flash com a fotometragem manual garante maior controle do obturador pelo fotógrafo. Sincronismo flash/câmera A velocidade de sincronismo é o maior valor do obturador que pode ser usado com o flash. É justamente a última velocidade na qual as cortinas ainda se abrem totalmente. Se colocarmos um número de obturação acima deste, a imagem ficará parcialmente iluminada. Todas as velocidades abaixo dessa são aceitas. As câmeras profissionais modernas não deixam o fotógrafo errar a velocidade de sincronismo (ela retorna automaticamente à velocidade máxima permitida), ao 21 contrário das manuais mais antigas, que exigem maior atenção. Em geral, a velocidade de sincronismo é entre 200 e 250 nas câmeras modernas. Quanto maior a velocidade de sincronismo, mais possibilidades de fotometragem e de utilização do flash com luz do dia. Nesse tipo de situação devemos levar em conta o que o fotômetro mostra, ao contrário do uso do flash à noite. Mas, quando queremos informação tanto nos primeiros planos quanto nos planos de fundo, à noite, também devemos considerar a fotometragem da luz ambiente e utilizar um tripé, além do flash. Redirecionamento da luz do flash Quando trabalhamos com flash acoplável (independente do flash embutido existente em alguns modelos de câmeras profissionais), utilizamos recursos como o redirecionamento da cabeça do flash e o uso de rebatedores. Os flashes mais completos têm cabeças com movimentos verticais e horizontais. O redirecionamento atenua sombras do fundo, elimina olhos vermelhos (já que o facho de luz não incide diretamente nos olhos) e torna a iluminação mais natural. . Referências Bibliográficas: ADAMS, Ansel. A câmera. São Paulo: Ed. Senac, 2006. GONZALEZ, Ivo. Fotografia de esportes. São Paulo: Ed. Photos, 2010. BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Pioneira Thompson, 1979. HEDGECOE, John. Guia completo de fotografia. São Paulo: Martins Fontes, 1986. MARTINS, Nelson. Fotografia: Da analógica à digital. SENAC Editora. RAMALHO, José Antônio. A fotografia digital. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ZUANETTI, Rose; REAL, Elizabeth; MARTINS, Nélson; et al . Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2002. http://pt.scribd.com/doc/11091509/Apostila-SENAC-PDF http://www.mnemocine.art.br http://pt.scribd.com/doc/11091509/Apostila-SENAC-PDF
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