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o estudo geográfico dos riscos e perigos

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NATURAL HAZARDS: O ESTUDONATURAL HAZARDS: O ESTUDONATURAL HAZARDS: O ESTUDONATURAL HAZARDS: O ESTUDONATURAL HAZARDS: O ESTUDO
GEOGRÁFICO DOS RISCOS E PERIGOSGEOGRÁFICO DOS RISCOS E PERIGOSGEOGRÁFICO DOS RISCOS E PERIGOSGEOGRÁFICO DOS RISCOS E PERIGOSGEOGRÁFICO DOS RISCOS E PERIGOS *****
EDUARDO MARANDOLA JR. **
DANIEL JOSEPH HOGAN ***
COLOCANDO A PROBLEMÁTICA
Os termos “risco” e “perigo” têm entrado, cada vez mais, na pauta e no
vocabulário dos cientistas. Este fenômeno chegou por último nas ciências sociais, tendo,
entretanto, com elas ganhado maior envergadura. Contudo, há várias tradições em
outros campos do conhecimento que se dedicam ao estudo dos riscos e dos hazards há
várias décadas.
Devido à polissemia destes termos, o seu estudo tornou-se particularizado
e fragmentado. Os vários campos do saber dedicam-se à sua perspectiva de
entendimento da questão, definindo-os em seus próprios termos e produzindo daí
reflexões e métodos de estudo. Alguns debruçam-se nos seus aspectos mais práticos,
outros mais teóricos. E as tradições, com algumas interseções e exceções, ignoram os
avanços das demais.
Este artigo é o primeiro resultado de um esforço que tem como objetivo
buscar o diálogo entre estas tradições. O pressuposto é que todas têm traços comuns
que podem se enriquecer mutuamente. Se, por um lado, os cientistas sociais têm
* Uma primeira versão deste artigo foi apresentada no I Encontro Transdisciplinar sobre Espaço e População,
promovido pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), ocorrido de 13 a 15 de novembro de
2003, no Núcleo de Estudos de População (NEPO/UNICAMP), em Campinas (MARANDOLA JR. & HOGAN,
2003). A versão aqui apresentada foi ampliada. Agradecemos à leitura e sugestões dos professores Carlos
Augusto de F. Monteiro, Lívia de Oliveira, Yoshiya N. Ferreira e Arlete M. Rodrigues.
** Geógrafo, Doutorando em Geografia (IG) e colaborador do Núcleo de Estudos de População (NEPO), Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP). eduardom@ige.unicamp.br.
*** Demógrafo, Professor do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).
Pesquisador do Núcleo de Estudos de População (NEPO) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
(NEPAM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). hogan@reitoria.unicamp.br.
Recebido em 08/05/2004 – Aceito em 10/08/2004.
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avançado grandemente na consideração do risco como uma marca fundamental de
nossa sociedade contemporânea e do atual estágio da modernidade, vários cientistas,
entre eles os geógrafos, têm utilizado os riscos – e sobretudo os hazards – de uma forma
aplicada com larga tradição e dedicação ao desenvolvimento de políticas públicas e
com preocupação no bem-estar da população. Nesse sentido, a necessidade de estudos
empíricos da Teoria da Sociedade de Risco tem muito a enriquecer-se com esta
tradição, enquanto os geógrafos podem ampliar o entendimento das implicações dos
fenômenos estudados a partir da compreensão das macro-transformações sociais no
atual estágio da modernidade.
Como primeira aproximação com esta problemática, debruçamo-nos sobre
uma breve consideração da utilização dos termos “risco” e “perigo” no trabalho dos
geógrafos sobre os natural hazards, buscando resgatar a história do desenvolvimento
desta linha de pesquisa, mostrando a preocupação premente com a relação população-
ambiente e sua contribuição neste sentido. Aqui virá à tona a problemática em torno
das traduções e do entendimento dos termos risco, perigo, acidente, azar, acaso, desastre,
entre outros, os quais têm freqüentado a literatura nacional e internacional sem um
esforço mais amplo e sistemático de precisá-los. Além disso, estaremos dando o primeiro
passo para reflexões posteriores que incidirão sobre a articulação entre estes termos
com outros campos do saber (MARANDOLA JR. & HOGAN, 2004a), as relações
entre os termos risco e vulnerabilidade na interface entre Geografia e Demografia
(MARANDOLA JR. & HOGAN, 2004b) e sobre o significado e uso do conceito de
vulnerabilidade em diferentes contextos teóricos (MARANDOLA JR. & HOGAN,
2004c).
Ao invés de começar diferenciando os termos “risco” e “perigo”, optamos
por traçar o que os geógrafos têm chamado de hazards, que não são apenas naturais,
identificando sua essência e características, para depois recorrer aos esforços já traçados
de compreensão destes termos e sua significação geográfica na distribuição espacial
da população, ou seja, a relação população-ambiente.
MEANDROS DE UMA TRADIÇÃO
O estudo dos natural hazards é uma tradição entre os geógrafos, que têm
se dedicado a eles desde a década de 1920. Esta tradição surge, portanto, muito antes
dos apelos mundiais acerca da degradação ambiental planetária ou mesmo antes dos
apelos mais recentes ao resgate da qualidade de vida urbana.
Segundo Gilbert F. White, considerado um dos mais importantes
pesquisadores e difusores desta linha de preocupação (juntamente com Ian Burton e
Robert W. Kates), a origem destes estudos possui como marco o ano de 1927, quando
o governo dos Estados Unidos solicita ao U.S. Corps of Enginners (Corpo de Engenheiros
dos EUA) que pesquisem e proponham medidas para solucionar o problema das
inundações que afligiam tanto áreas rurais como urbanas. White (1973) afirma que
desde o início, vários profissionais foram chamados a colaborar, em vista da amplitude
da problemática e das inúmeras variáveis que, aos poucos, os estudiosos iam
identificando.
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Assim, a motivação inicial foi um problema prático de gestão que estava
incorrendo em perdas humanas e materiais. As populações estavam sujeitas às
inundações e o Estado queria saber quais as melhores formas de intervenção. Por isso,
o Corpo de Engenheiros orientou inicialmente suas pesquisas a intervenções práticas,
como construção de barragens, canais, sistemas de irrigação e de navegação,
principalmente focadas na relação custo-benefício. Estas pesquisas resultaram nos
famosos 308 informes apresentados ao Congresso no ano de 1933, contendo análise
detalhada dos custos-benefícios e dos projetos de construção propostos. Porém, estes
informes careciam de uma visão mais ampla. Centrados numa postura tecnocrática
intervencionista (além de uma visão relativamente estática dos fenômenos), os 308
informes deixaram lacunas importantes. White (1973: 195) explica:
In theory, to present a benefit-cost appraisal of a proposed project for a
river basin required an analysis of the possible actions which man could
take in managing the water and associated land resources of the area,
and it also called for a systematic canvass of what, from the standpoint of
society, would be the flows of social gains and losses to whomsoever they
might accrue arising from any one of those interventions in the
ecosystem. This was a monumental and presumptuous task.
É neste âmbito que os geógrafos, assim como os psicólogos, técnicos
agrícolas, planejadores urbanos e outros foram chamados a participar de forma mais
efetiva destas pesquisas e da investigação acerca da natureza do problema que se
apresentava. A contribuição dos geógrafos foi imprescindível por incorporar uma visão
integrada do problema, tal como o formulou White (1973: 194): “How does man adjust
to risk and uncertainty in natural systems, and what does understanding of that process
imply for public policy?” Assim, a relação homem-meio/sociedade-natureza é colocada
no centro do processo de ocupação humana de um território, estando sua compreensão
no cerne dos mecanismos de intervenção e gestão deste território.
Com a incorporação destes profissionais às investigações, cada vez mais a
questão se direcionou para a relação homem-meio/sociedade-natureza, incidindo
diretamente nos impactos e embates decorrentes da ação antrópica sobre um
determinado ambiente. Estas preocupações, no seio da Geografia, manifestam-seprimeiramente entre os geógrafos que têm nos elementos da natureza o seu foco
principal de estudo, como os geomorfólogos, climatólogos e biogeógrafos: os geógrafos
físicos. Desta forma, são eles que tomarão a frente nestas pesquisas e, por isso mesmo,
a análise possui um forte componente físico, apesar de se manter uma perspectiva
integrada entre os elementos físicos e sociais.
Ken J. Gregory, fazendo uma avaliação do desenvolvimento da Geografia
Física, assinala os estudos dos hazards1 exatamente neste “despertar” para os impactos
da ação humana sobre o ambiente, devido a três fatores:
1. A tendência da análise dos eventos extremos, devido à geração de prejuízos e
danos;
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2. A tendência de realizar a justaposição das investigações do meio físico às da
relevância socioeconômica, avaliando o custo em termos de impacto econômico
e dos ocasionados pelos hazards; e
3. A crescente consciência de que havia diferentes percepções de mundo e,
consequentemente, dos problemas, havendo, assim, uma diferença entre a
percepção de quem deve tomar as decisões cotidianas (as populações expostas
aos hazards) e a percepção dos planejadores, por exemplo (GREGORY, 1992).
Estas três tendências tornam-se, segundo Gregory (1992), fundamentais
no desenvolvimento dos estudos de White e sua equipe nos Estados Unidos, e nos
trabalhos feitos ao redor do mundo. Esta rede internacional foi criada a partir da
Comissão sobre o Homem e o Meio Ambiente da União Geográfica Internacional
(UGI), chefiada pelo próprio White, que promoveu pesquisas sobre os hazards
relacionados, além das inundações, aos terremotos, erupções vulcânicas, vendavais,
furacões, nevascas, secas, ciclones tropicais, monções, erosão, geadas e avalanches.
(WHITE, 1974a)
Gregory reforça que entre todas as tendências da Geografia Física, a
investigação acerca dos natural hazards é a que, de forma mais significativa e consciente,
integrou os fatores humanos e físicos na gênese e importância dos problemas estudados,
conforme o próprio White (1974b: 3) registra: “By definition, no natural hazard exists
apart from human adjustment to it. It always involves human initiative and choice.”
Mas qual o elo que une fenômenos tão distintos como avalanches,
enchentes, erupções vulcânicas e nevascas sob o mesmo termo? O que caracteriza um
hazard? White (1974b: 03-04) explica:
Extreme natural events illuminate one aspect of the complex process by
which people interact with biological and physical systems. Every
parameter of the biosphere subject to seasonal, annual, or secular
fluctuation constitutes a hazard to man to the extent that his adjustments
to the frequency, magnitude, or timing of its extremes are based on
imperfect knowledge.
[...]
Natural hazard was defined as an interaction of people and nature
governed by the coexistent state of adjustment in the human use system
and the state of nature in the human use system and the state of nature
in the natural events system. Extreme events which exceed the normal
capacity of the human system to reflect, absorb, or buffer them are
inherent in hazard. An extreme event was taken to be any event in a
geophysical system displaying relatively high variance from the mean.
Todos estes fenômenos são eventos, não raro, eventos extremos, que
rompem um ciclo ou um ritmo de ocorrência dos fenômenos naturais, sejam estes
geológicos, atmosféricos ou na interface destes. Contudo, não serão todos os terremotos
ou furacões que serão considerados hazards, mas, como mostra White, apenas aqueles
que estão em relação ou ocorrendo em áreas ocupadas pelo homem, gerando danos,
perdas e colocando em perigo estas populações. É por isso que um hazard não é natural
em si, mas trata-se de um evento que ocorre na interface sociedade-natureza. Os
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chamados natural hazards têm tal denominação por terem origem (força motriz) dos
elementos geofísicos.
Porém, logo os geógrafos foram identificando novos hazards, com outras
origens que não a natural.
Em publicação de 1978, que objetivava traçar um histórico e avaliação
das investigações e avanços neste campo, Ian Burton, Robert W. Kates e Gilbert F.
White deixam claro estas posições. The environment as hazard traz importante panorama
da orientação dos geógrafos até aquele ano, deixando clara a preocupação com as
implicações das dinâmicas naturais na geração de incertezas e danos às populações,
sem perder de vista, no entanto, que os danos são causados pela forma de ocupação do
território e pela não consideração dos impactos e riscos que tal uso ou o próprio local
podem gerar a si mesmas. Os autores apontam para a interação natureza-sociedade-
tecnologia, enfatizando assim o caráter integrado das análises e os diferentes níveis de
vulnerabilidade aos hazards, que variam de acordo com os diferentes termos desta
relação. (BURTON, KATES & WHITE, 1978) Desta maneira, os autores apontam
para o desenvolvimento seqüente desta linha investigativa, que passa, a partir dos
anos 1980, a considerar de forma mais sistemática os fatores sociais e tecnológicos ao
lado dos elementos naturais.
David Jones fez uma avaliação no começo da década de 1990, apontando
que estas primeiras décadas de estudo dos hazards foram dominadas por uma orientação
tecnocêntrica, onde a técnica e a intervenção eram a “ponta-de-lança” na estratégia
de conhecimento e redução dos hazards. Ele reconhece o esforço dos geógrafos de
trabalharem simultaneamente os fatores físicos e humanos, porém afirma que os hazards
e seu mais complexo produto, o risco, são onipresentes e, os mais significativos, divididos
em três categorias: environmental hazards (que operam via ambiente físico e biótico),
technological hazards (que emanam das estruturas, processos e produtos tecnológicos)
e social hazards (resultados do comportamento humano). (Figura 01) Estes diferentes
hazards, segundo o autor, possuem hoje maior complexidade, gerando, além destes,
outros hazards híbridos e quasi-naturais, que possuem origens muito mais complexas
do que aqueles que os geógrafos começaram a estudar no início do século XX (JONES,
1993).
Conforme a Figura mostra, os hazards sociais e tecnológicos incidem sobre
o meio natural, produzindo diferentes hazards, entre eles os quasi-naturais, que possuem
uma dimensão do meio físico modificada ou determinada por elementos sociais ou
tecnológicos. Os hazards híbridos são resultado da interação de fenômenos sociais e
tecnológicos, enquanto os ambientais são o resultado da interação do três elementos
(natural, social e tecnológico), num plano mais contemporâneo de análise.
O autor também aponta para a alteração das perspectivas utilizadas nos
estudos que não se centram mais no Paradigma Comportamental, que os pioneiros
utilizavam através de questionários, para investigar as diferentes percepções do hazard
e com isso guiar as ações e intervenções. Junto com este paradigma, o tecnocentrismo
também caiu, havendo hoje maior abertura para o uso do conceito de vulnerabilidade,
em diversos níveis, fortemente ligados a estruturas socioeconômicas e político-
institucionais.
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Contudo, algo que não caiu e que continua sendo uma das maiores virtudes
desta linha de investigação é sua preocupação simultânea e integrada com os fatores
de origem natural e social, abrindo assim importantes horizontes para a preocupação
corrente com a relação população-ambiente e a qualidade de vida, tanto no campo
quanto nas cidades.
RISCO E PERIGO: EXPLORANDO O LÉXICO
Traçados em linhas gerais o campo de investigação e o significado de
hazard nos estudos geográficos, como localizar os termos “risco” e “perigo” neste campo
investigativo? Comecemos pelo risco.
Risco (risk) é utilizado pelos geógrafos como uma situação, que está no
futuro e que traz a incerteza e a insegurança. Assim,há regiões de risco (regions of
risk) ou regiões em risco (regions at risk). O que é estar em risco? É estar suscetível à
ocorrência de um hazard.
O termo mantém, portanto, seu sentido vernáculo, que transmite a idéia
da incerteza mas que, na modernidade, assume um sentido negativo. Se na pré-
Figura 01 – O espectro do hazard
O aumento da influência humana, associado ao desenvolvimento tecnológico, tem resultado
na progressiva atenuação da distinção entre os natural, social e technological hazards,
resultando no crescimento da variedade e do significado, como os hazards híbridos e quasi-
naturais.
Fonte: JONES (1993: 162)
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modernidade o risco poderia ser bom ou ruim (como o risco do jogo ou o risco do
direito marítimo), na modernidade ele assume um sentido danoso, de perigo (LIEBER
& ROMANO-LIEBER, 2002). Neste caso, qual a melhor acepção de hazard?
A verdade é que não há uma palavra correspondente em português (ou
em outras línguas latinas, como o Espanhol e o Francês) que exprima o verdadeiro
significado desta palavra. E aí reside uma certa confusão nas traduções, utilização e
entendimento destes conceitos.
Os franceses, conforme mostra Carlos A. de F. Monteiro, optaram por
utilizar o termo risco como tradução de hazard,2 assim como os espanhóis.3 Esta escolha
se justifica para o autor na medida que o risco considera os componentes antropogênicos
e a noção de “possibilidade de perigo”. Indo mais a fundo na etimologia da palavra,
Monteiro (1991: 10) argumenta ainda que risco está ligado aos termos latinos risicu e
riscu, ligados por sua vez a resecare, que significa “cortar”. Neste caso, o autor encara
este sentido apropriado ao hazard, pois este significa uma ruptura numa continuidade,
como um risco, contendo a idéia de corte-ruptura, como, por exemplo, “[...] numa
seqüência de estados atmosféricos que se bifurcasse ou dirigisse a outras trajetórias
menos prováveis ou inesperadas”.
Outro termo sugerido pelo autor, e que acaba sendo sua escolha no caso
dos climatic hazards, seu foco de estudo, é o termo “acidente”. Monteiro reconhece
que no sentido lato, esta palavra também contém a noção do imprevisto, de um
acontecimento casual, fortuito, possuindo uma aceitação e distribuição mais ampla
nas línguas contemporâneas. Além disso, em acidente também temos a noção de corte-
ruptura, assemelhando-se mais uma vez ao termo risco.
O autor acaba optando por este termo, por apresentar uma trama maior
de considerações e de elementos para a compreensão dos hazards. Contudo, a escolha
do autor limitava-se a um empreendimento pessoal, de compreensão dos climatic hazards,
onde as noções de ritmo e de tempo eram fundamentais, além da menor importância
dos fatores sociais (como a modernização) em suas preocupações.
Se para Monteiro esta foi uma definição satisfatória naquele momento,
uma avaliação da tradição dos estudos geográficos, onde os termos risk e hazard aparecem
combinados, e a consideração das teorias sociológicas do risco (como a Sociedade de
Risco e a modernização reflexiva), tornam a escolha pelo termo acidente insatisfatória,
tanto quanto a opção dos franceses de usar o termo risques.
Mas há mais um termo a considerar. Na geomorfologia brasileira há a
adoção, embora não de forma homogênea, do termo “azares”. Antonio Christofoletti é
um dos que traduziram livremente natural hazards por azares naturais sem, no entanto,
fazer uma discussão mais elaborada sobre esta adoção (CHRISTOFOLETTI, 1999:
146 e ss.). Contudo, consideramos esta escolha igualmente insuficiente, por centrar-
se apenas em fenômenos biofísicos. Além disso, o sentido vernáculo de azar está mais
associado à contraposição com sorte. É verdade que há um sentido mais antigo na
língua portuguesa para azar que guarda afinidades maiores com a noção de incerteza.
No entanto, o próprio Monteiro (1991: 9) rejeita ou coloca esta opção como secundária,
afirmando que “[...] em português do Brasil, a semântica primordial [para azar] é
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aquela de ‘caiporismo’. Em linguagem turfística o ‘azarão’ é o cavalo de menor
probabilidade de classificação que, contudo, vence a prova.” Neste respeito, azar recebe
uma conotação mais próxima de acaso, envolvendo sorte ou falta de sorte em uma
aposta. É algo inesperado, assim como o hazard, mas suas raízes e implicações estão
muito marginalmente relacionadas ao dano e ao perigo, características centrais do hazard.
Anne V. White e Ian Burton, ligados à primeira fase do estudo dos hazards,
reconhecem que esta “confusão” também ocorre na língua inglesa. Eles mencionam a
existência de uma diferença entre os termos risk e hazard, embora não se detenham
muito nesta discussão:
One school of thought sees risk as more or less synonymous with hazard;
that is, an event or act which holds adverse consequences. In this view
the degree of risk is related both to its probability and to the magnitude
of its consequences. (WHITE & BURTON, 1980: 1)
Apesar dos autores reconhecerem que os termos são apresentados
freqüentemente como sinônimos, eles não apontam muito claramente a diferença entre
eles. No entanto, mantêm os dois vinculados ao mesmo processo. Em especial nesta
obra, os autores focalizam o risco, realizando uma ampla revisão sobre a avaliação do
risco ambiental, enfatizando o momento anterior ao hazard.
Contudo, é numa das publicações da nova fase dos estudos sobre os hazards
(agora encarados como ambientais), nos Estados Unidos, que encontraremos maiores
esclarecimentos. O geógrafo Keith Smith reforça que a confusão entre os termos não
está apenas nas línguas latinas. Em vista disso, ele marca, mais uma vez, a diferença
entre risk e hazard:
Risk is sometimes taken as synonymous with hazard but risk has the
additional implication of the chance of a particular hazard actually
occurring. Thus, we may define hazard as ‘a potential threat to humans
and their welfare’ and risk as ‘the probability of hazard occurrence’. The
distinction was neatly illustrated by Okrent (1980), who considered two
people crossing an ocean, one in a liner and the other in a rowing boat.
The hazard (death by drowning) is the same in both cases but the risk
(probability of drowning) is very different. If the drowning actually
occurred, it could be called a disaster. So a disaster may be seen as ‘the
realization of hazard’. (SMITH, 1992: 06)
O autor demarca assim risco como um fator probabilístico, independente
de ser quantificável ou não, e o hazard como um evento danoso, que coloca em
perigo. Smith inclui ainda a noção de desastre, muito presente no estudo dos geógrafos
e entendida como a realização de um hazard.
Nesta mesma linha, a argentina Susana D. Aneas de Castro nos fornecerá
o último elemento que reunimos para a compreensão, em nossa língua, do termo hazard.
Ela utiliza-se da mesma concepção de Smith, traduzindo risk por riesgo (risco) e hazard
por peligro (perigo). Este termo, embora em língua vernácula seja intercambiável com
risco e em inglês tenha uma outra mais usada (danger), aplica-se, em nossa opinião, à
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amplitude atual que o termo hazard tem tomado internacionalmente. Neste caso,
Aneas de Castro (2000) utiliza peligros naturales como natural hazards.
Aneas de Castro (2000) reconhece que no caso do risco, “El concepto
incluye la probabilidad de ocurrencia de un acontecimiento natural o antrópico y la
valoración por parte del hombre en cuanto a sus efectos nocivos (vulnerabilidad)”,
havendo tanto valoração quantitativa quanto qualitativa, estando a incerteza presente
nas questões referentes ao risco. Quanto ao perigo, a autora afirma que “[...] se ha
puesto cada vez más de manifiesto que peligro es un evento capaz de causar pérdidas
de gravedad en donde se produzca”. Elatambém considera os perigos antrópicos ou
sociais, que têm atingido atualmente um número muito maior de pessoas mas que, no
entanto, estão sendo mais negligenciados. E conclui:
El riesgo ambiental es una circunstancia de la existencia social cuya
naturaleza y significado depende de la experiencia, del desarrollo socioeconómico y
de las estrategias con que se enfrentan los peligros. [...] La percepción adecuada de
las características del peligro es un elemento decisivo a la hora de dar respuestas al
evento, situación que influye no sólo en los costos que este provoca sino en todas las
actividades de la vida del grupo.
Portanto, o risco é para a autora a probabilidade de realização de um
perigo, enquanto o desastre é o resultado de um perigo derivado de um risco, com
determinada magnitude. Já o perigo, conforme vemos na Figura 02, é tanto o fenômeno
potencial (quando da existência do risco) quanto o fenômeno em si. Significa dizer
que não há perigo sem risco, nem risco sem perigo. A existência de um perigo potencial
tem embutido um risco, enquanto um risco só existe a partir de um fenômeno, seja
potencial ou consumado.
Figura 02 – Relações entre os conceitos de risco, perigo e desastre
Fonte: ANEAS DE CASTRO (2000).
Fenômeno
Fenômeno em si
Risco
Probabildade de realização
de um perigo
Desastre
Conjunto de dados produtos
de perigo derivado de um
risco
Perigo
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A maioria dos autores brasileiros, na área da Geografia, que procuraram
uma revisão conceitual acerca desta problemática, não consideraram perigo como
alternativa a risco. Isto se explica, em nossa opinião, pelo peso maior, em suas análises,
dos fenômenos físicos, ficando as noções de natural e evento prioritariamente
consideradas neste contexto. Nestes casos, as diversas opções de tradução parecem
menos problemáticas, como risco, acidente e azar, diferente do que ocorre quando se
pensa em consonância com as dinâmicas sociais e a Teoria da Sociedade de Risco.
No entanto, um texto traduzido em meados da década de 1970, não por
geógrafos, reforça nossa opção. Trata-se do artigo de Robert W. Kates publicado numa
coletânea de artigos na International Social Sciences Journal, da Unesco, decorrente de
um Encontro interdisciplinar sobre o papel do homem na transformação do meio,
ocorrido na Finlândia, naquele mesmo ano. A tradução foi feita pela Fundação Getúlio
Vargas e publicada em 1975 com o título O homem e seu ambiente. No texto de Kates
(1975), intitulado “De como o homem percebe sua ambiência”, a tradução de hazard
e natural hazard é, em todas as aparições, perigo e perigo natural, respectivamente.
Este talvez seja o único texto traduzido para o português dos autores desta tradição, e
esta referência precoce, mesmo antes das ciências sociais terem “despertado” para a
teoria do risco, é indicativo importante do sentido empregado por aqueles geógrafos
em seus estudos, coadunando com nossa opção de tradução.
Portanto, fica evidente que a problemática dos riscos e perigos, a partir
de uma perspectiva geográfica, tem efetiva ligação com a forma como as sociedades
ocupam e usam o território ou, em outras palavras, como as populações se distribuem
por este espaço. E é sobre isto que nos deteremos agora.
A RELAÇÃO POPULAÇÃO – AMBIENTE E OS HAZARDS
A preocupação com a relação população-ambiente está presente no
trabalho dos geógrafos desde que estes despertaram para os impactos da ação humana
sobre o ambiente. Assim, antes mesmo do “grande despertar” mundial para a finitude
do planeta, os geógrafos estavam entre os que já se ocupavam com a “equação de
Malthus”, ou seja, os limites dos recursos naturais em virtude das exigências crescentes
do contingente populacional. (BURTON & KATES, 1965)
Desta forma, o manejo e a conservação dos recursos, assim como os
impactos, perigos e riscos do ambiente, estão diretamente relacionados, estando a
relação população-ambiente no próprio âmago da problemática em torno dos natural
hazards. Esta recebeu atenção desde os primeiros trabalhos dos geógrafos acerca das
enchentes, sendo central a questão da mobilidade populacional de determinadas áreas
de risco, além de uma discussão acentuada sobre como lidar com o risco e como gerir
o perigo.
Calvo García-Tornel (1984) aponta que os processos de urbanização e
intensificação agrícola estão no cerne dos perigos (chamados por ele de riesgos), pois
estes processos atingem áreas que apresentam riscos à população. No caso da
urbanização, assistimos em nossas cidades o processo de urban sprawl, que avança
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sobre a área rural dos entornos urbanos e metropolitanos, levando as populações a
ocuparem diferentes áreas que não apresentam condições ambientais adequadas, como
várzeas, planícies inundáveis e encostas. Além disso, com a aceleração deste processo,
fatores cruciais, como a drenagem urbana, não são considerados, criando perigos
eminentemente urbanos. Os exemplos mais freqüentes são as enchentes e os
movimentos gravitacionais de massa em encostas urbanizadas, que têm entre os fatores
de sua gênese o processo de desnudação da encosta e a subseqüente impermeabilização
do solo, que modifica a drenagem e os processos de absorção da água pluvial.
Contudo, podemos pensar maneiras mais estruturais que implicam ter a
relação população-ambiente no cerne da preocupação com os riscos e perigos. Além
da questão óbvia colocada (que as populações são afligidas pelo risco e pelo perigo
ambientais), os geógrafos contribuíram muito ao formular uma questão anterior: como
é percebido o perigo pelas populações afetadas? Têm as populações percepção da
natureza do risco que correm? Esta é, sem dúvida, uma questão central que ainda
continua passando desapercebida ou não operacionalizada pelos órgãos gestores do
território de todos os âmbitos, nem completamente colocada em relevo pela academia.
O que ocorre em conseqüência é a delimitação de intervenções sem considerar como
de fato as populações concebem a sua situação.
Esta constatação foi derivada logo no começo dos estudos, onde observou-
se que a percepção do perigo dos técnicos não era a mesma das populações. Desta
maneira, Gregory (1992: 204) afirma que a partir destas pesquisas, “[...] tornou-se
axiomático dizer que o conhecimento do meio ambiente era dependente do tempo e
que a percepção ambiental na época da tomada de decisões poderia ser muito
significativa”, deslocando a percepção ambiental dos elementos socioeconômicos (como
era predominante até então) para o meio físico.
Calvo García-Tornel (1984) também indicou esta necessidade, apontando
onde estava o equívoco dos planejadores:
A la hora de analizar el papel humano ante las oscilaciones extremas del
medio, se ha puesto en evidencia la insistencia de las poblaciones en
ocupar áreas peligrosas. [...] Los modelos de localización tradicionales,
basados en la racionalidad económica no pueden explicarlo, de manera
que ha sido necesario explorar modelos de comportamiento, con lo que
la geografía de los riesgos desde un primer momento ha estado ligada en
su avance con el de la geografía de la percepción.
Esta percepção influi não apenas na forma como as pessoas enfrentam os
problemas mas como habitam o lugar e se relacionam entre si (indivíduos e coletividade)
e com o ambiente (indivíduos e coletividade com o ambiente). Além disso, Burton,
Kates & White (1978) enfatizaram, além da percepção, os ajustamentos aos perigos e
os processos de escolha e de tomadas de decisão, nas diversas escalas, desde a individual
até a internacional.
É evidente que esta constatação de que as populações não ocupam o
espaço guiadas por uma racionalidade que busca o optimum econômico não é, hoje,
Ambiente & Sociedade – Vol. VII nº. 2 jul./dez. 2004
1 0 61 0 61 0 61 0 61 0 6
algo de tão novo. Porém, mesmo assim, observamos que isto parece ser o que pensam
muitos proponentes depolíticas que traçam seus planos sem se perguntar qual a opinião
das populações envolvidas. Por exemplo, no caso de retirar populações que vivem em
áreas de enchentes ou de deslizamentos. O simples construir um outro bairro em outro
local não é o suficiente para resolver o problema, e isto a experiência de inúmeros
municípios brasileiros tem como mostrar. É evidente que o que conduz o homem em
suas ações, principalmente o habitante da urbs metropolitana, é muito mais complexo
do que apenas o valor econômico.
Além disso, a cada dia a técnica age de forma mais intensa na
transformação dos espaços, modificando a forma de relação homem-meio (SANTOS,
2002). Contudo, não há independência total do ambiente, conforme assinala Aneas
de Castro (2000): “Pese a los progresos tecnológicos, la población humana no ha dejado
de depender del medio natural. Por lo tanto, analizar los riesgos que este le presenta
es de vital importancia para su supervivencia.” Não se trata de ceder ao determinismo
geográfico, antes, trata-se de reconhecer a relação orgânica que o homem (população)
possui no/com o meio (ambiente).
Além disso, os perigos e os riscos não são apenas de origem natural,
conforme os geógrafos reconheceram e hoje os cientistas sociais têm contundentemente
enfatizado. Porém, não podemos ignorar a força avassaladora que o ambiente exerce
sobre o homem, assim como os geógrafos não ignoraram a percepção dos perigos e os
mecanismos institucionais e socioeconômicos para enfrentar e dar resposta a eles
(vulnerabilidade).
Apresenta-se assim a necessidade de enfrentar esta problemática de forma
ampla e abrangente, em vista da inerente interdisciplinaridade do tema/problema.
Surge, portanto, a necessidade da colaboração entre pesquisadores e do diálogo entre
as ciências e os campos do saber.
O DIÁLOGO: UMA NECESSIDADE
Este artigo integra um esforço de trazer maior clareza conceitual à
discussão acerca dos riscos e vulnerabilidades no campo dos estudos ambientais e de
população. Não buscamos uma unificação de linguagem, mas um esclarecimento que
permita um diálogo mais frutífero, principalmente entre a Geografia, a Demografia e a
Sociologia Ambiental. Esta última utiliza as mesmas palavras, mas em outro plano de
análise. A literatura sobre Sociedade de Risco e modernização reflexiva nos leva a
uma consideração sobre as macro-transformações da sociedade contemporânea,
podendo complementar ou até servir como base teórica para o estudo dos perigos,
riscos e vulnerabilidades – aspectos materiais desta grande transformação.
Além disso, o caminho trilhado por estes geógrafos revela e levanta
questões importantes a este debate no âmbito das ciências sociais, pois trata-se de
uma perspectiva que surge de problemas empíricos, de gestão e enfrentamento, que
muito tem a acrescentar ao quadro cada vez mais complexo que se desenha em torno
do homem contemporâneo, sua sociedade e seu ambiente.
Natural hazards: o estudo geográfico dos riscos e perigos – EDUARDO MARANDOLA JR. E DANIEL JOSEPH HOGAN
1 0 71 0 71 0 71 0 71 0 7
Contudo, é com o campo de estudos populacionais (ou Demografia) que
buscamos um maior diálogo. Os demógrafos que entraram nesse debate (por exemplo,
HOGAN et al, 2001; CUNHA et al, 2000; TORRES, 2000) estão examinando os
mesmos fenômenos que os geógrafos. O conceito de população em situação de risco,
elaborado por estudiosos do Grupo de Trabalho de População e Meio Ambiente da
Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), visava, desde o início dos
anos noventa, identificar os sub-grupos populacionais expostos a environmental hazards
(na concepção delineada neste texto). Como esse campo de estudos evoluiu para uma
ênfase nos aspectos territoriais (uso e ocupação do solo, urbanização, movimentos
migratórios, densidade populacional, padrões de distribuição populacional no espaço),
o diálogo com a Geografia parece promissor e de provável enriquecimento mútuo.4
Fundamental para este diálogo é o maior conhecimento dos perigos e dos
riscos ambientais, conforme aponta Aneas de Castro (2000), sem encará-los como
conceitos equivalentes, mas complementares, pois desta maneira, abre-se maiores
possibilidades tanto para o avanço do “conocimiento científico como para el beneficio
de la especie humana, lo cual contribuye a elevar al hombre – principal responsable
de ambos – por sobre sus intereses materiales.”
Fica latente, neste sentido, a necessidade de avançar no diálogo entre as
disciplinas acadêmicas, buscando o entendimento de todas as dimensões que estão no
cerne desta problemática, buscando uma postura multidimensional e transescalar,
para melhor conhecer a dinâmica e a natureza dos riscos e dos perigos que estão
presentes na vida do homem e, dos quais, ele próprio é o principal agente e o principal
afligido. O crescente diálogo entre os campos de estudo e a acepção mais ampla dos
riscos e perigos que afligem as populações é um caminho e um desafio que se impõem,
e que começamos a caminhar.
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NOTAS
1. A tradução brasileira do livro de GREGORY (1992) verteu hazards tanto por acaso quanto por azares.
2. Esta escolha foi feita por ocasião do colóquio da Association Geographique Française, em Paris, no ano de 1990,
onde foi discutido e posteriormente publicado a tradução de natural hazard como risques naturels. (XAVIER,
1996, p.15; FAUGÈRES, 1990). Esta escolha é confirmada como consolidada no artigo escrito por Charles-Pierre
Péguy para a Encyclopédie de Géographie, organizada por Antoine Bailly, Robert Ferras e Denise Pumain, que
traçou importante panorama do estado da arte da Geografia Francesa no final do século passado. O título do
artigo foi “Les risques naturels majeurs” (PÉGUY, 1998).
3. Na tradução da obra Directions in Geography, onde WHITE (1973) publicou seu texto já comentado “Natural
hazard research”, a tradução foi “La investigacion de los riesgos naturales” (WHITE, 1975). Na maior parte do texto
a palavra hazard é traduzida por risco, embora haja algumas passagens em que é vertida por “risco e perigo”.
Outra evidência da preferência espanhola de utilizar o termo risco, pelo menos por alguns autores, é a
manutenção de um subcampo de investigação chamado “Geografía de los riesgos”, com uma considerável
produção. Estes riesgos referem-se, na verdade, aos hazards (CALVO GARCÍA-TORNEL, 1984; ESPEJO
MARÍN & CALVO GARCÍA-TORNEL, 2003).
4. A relação entre os estudos dos demógrafos e a linha de investigação dos natural hazards, bem como as possibilidades
de diálogo entre estes dois campos, foi melhor delineada por MARANDOLA Jr. & HOGAN (2004b).
ABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOSABSTRACTS/RESUMOS
EDUARDO MARANDOLA JR.
DANIEL JOSEPH HOGAN
PERIGOS NATURAIS: O ESTUDO GEOGRÁFICO
DE RISCOS E PERIGOS
O estudo dos natural hazards, desenvolvido pelos geógrafos desde a década
de 1920, aparentemente continua paralelo às discussões da modernização reflexiva e
da Sociedade de Risco. Não há por parte dos geógrafos nem dos sociólogos um esforço
sistemático de diálogo entre estas abordagens. Neste artigo, pretendemos resgatar a
forma de tratamento dos termos risco e perigo entre os geógrafos, objetivando o diálogo
com outras teorias do risco e o estudo de suas implicações para as populações.
Palavras-chave: perigos naturais, risco, perigo, Geografia Física
NATURAL HAZARDS: THE GEOGRAPHICAL
STUDY OF RISKS AND HAZARDS
The study of natural hazards, developed by geographers since the 1930’s,
continues to evolve in parallel with discussions of reflexive modernization and the
Risk Society. There has not been, neither by geographers nor by sociologists, a systematic
effort at dialog between these approaches. In this article, we intend to recuperate the
ways geographers have employed the terms risk and danger, seeking to communicate
with other theories of risk and the study of its implications for populations.
Keywords: natural hazards, risk, hazard, Physical Geography
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