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Psicologia da Aprendizagem

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Psicologia do Desenvolvimento
Psicologia da Aprendizagem
	 
Conceitos
Psicologia: é a área da ciência que estuda a mente e o comportamento humano e as suas interações com o ambiente físico e social. 	A palavra provém dos termos gregos psico (alma) e logía (estudo).
		O objetivo da psicologia é diagnosticar, compreender, explicar e orientar a mudança de comportamentos humanos.
Psicologia do Desenvolvimento: é a disciplina que busca compreender a forma como nos transformamos e aprendemos, permitindo adaptações e aperfeiçoamento constante. Dedica-se a estudar as mudanças – ou a ausência delas – que atingem as pessoas no decorrer de suas vidas.
	Parte desse campo a máxima de que todo ser humano passa por algumas fases ao longo de sua existência, marcadas, principalmente, por períodos de grandes transformações, também chamados de períodos de transição rápida (infância, adolescência e envelhecimento). 
Teorias contemporâneas do desenvolvimento aceitam que as mudanças são mais marcadas em períodos de transição rápida, mas mudanças ocorrem ao longo de toda a vida do indivíduo, não só nestes períodos. Portanto, é preciso se ampliar o escopo do entendimento do que é o estudo do desenvolvimento humano.
O desenvolvimento humano, portanto, é um processo de equilibração progressiva, uma passagem de um estado de menor equilíbrio para um estado de maior equilíbrio. Isto ocorre no âmbito da inteligência, da vida afetiva, das relações sociais, bem como no organismo de um modo geral. 
	O desenvolvimento é produto de uma soma de pequenos aprendizados, de experiências que levam o ser humano a avançar.
Psicologia do desenvolvimento ou da aprendizagem?
É comum a ideia de que o desenvolvimento é produto de uma soma de pequenos aprendizados, de experiências que levam o ser humano a avançar. 
	Contudo, dependendo da perspectiva e da fonte utilizada, pode haver grandes diferenças entre desenvolvimento e aprendizagem.
	O próprio Jean Piaget diferencia os dois termos em sua obra “Desenvolvimento e aprendizagem”, publicada em 1972. 
Para o autor, o desenvolvimento do conhecimento se refere a um processo espontâneo que conduz ao amadurecimento do corpo, mente e sistema nervoso.
	Assim, um bebê só completa esse processo quando chega à idade adulta, atingindo o ápice de seu desenvolvimento.
A aprendizagem, por outro lado, é causada por situações, eventos e experiências externas, incluindo a apresentação de um conteúdo novo por um professor, o contato com uma cultura, até então, desconhecida, ou a realização de um experimento científico.
	A conclusão de Piaget é que ambos são opostos, uma vez que o desenvolvimento do conhecimento é espontâneo, enquanto a aprendizagem é provocada.
Vejam agora a visão de Vygotsky:
Vygotsky levantou a questão da relação entre ensino e a aprendizagem escolar e desenvolvimento cognitivo. Ele afirmou que os vários pontos de vista relativos a esta questão enquadram-se em três categorias. Os psicólogos pertencentes à primeira categoria afirmam, em essência , que a aprendizagem escolar deve seguir o desenvolvimento: as funções psicológicas da criança devem ter atingido determinado nível de amadurecimento antes que o processo de aprendizagem possa começar. Considera-se que as funções psicológicas desenvolvem-se de uma maneira “natural”, às vezes porque os pesquisadores ligam seu desenvolvimento diretamente à maturação das funções cerebrais. Esta visão de que os processos de desenvolvimento da criança são independentes do aprendizado, Vygotsky atribuía, entre outros, a Piaget e Binet.
O segundo ponto de vista sobre a relação entre aprendizagem e desenvolvimento afirmava que o desenvolvimento cognitivo não se baseia no amadurecimento e que a aprendizagem é a principal força que atua no sentido de promovê-lo. Em última instância a consequência desta concepção é que o desenvolvimento é considerado como a sombra da aprendizagem. Vygotsky via Thorndike como representante desta categoria de pensamento, além da teoria behaviorista ( comportamentalista ), onde a base de tudo é o aprendizado, afirmando que a aprendizagem e o desenvolvimento na verdade coincidem.
Por fim, Koffka e o movimento gestaltista representavam o terceiro ponto de vista. Tentaram conciliar os dois primeiros pontos de vista contraditórios, afirmando que ambos estão parcialmente certos. O desenvolvimento da criança baseia-se em parte nos processos de amadurecimento e em parte na aprendizagem.
Vygotsky não estava plenamente satisfeito com nenhum dos pontos de vista acima, afirmando que a aprendizagem e o desenvolvimento são processos distintos e não deveriam ser confundidos, contudo interagem mutuamente. Segundo Vygotsky o aprendizado vem antes do desenvolvimento, ou seja, a aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento desde o nascimento da criança , o que esta aprende é a base fundamental para o seu desenvolvimento.
Objetivo da Psicologia do Desenvolvimento
Essa disciplina apoia o trabalho realizado por psicólogos, professores, pedagogos, especialistas em saúde mental, entre outros profissionais.
	Eles se valem do aprendizado sobre o processo de desenvolvimento em diferentes fases da vida, aplicando teorias e descobertas para mudar comportamentos no dia a dia de pacientes, alunos e clientes.
Finalidades
A primeira está no reconhecimento da origem das condutas, sejam elas cognitivas, sociais, afetivas ou psicomotoras.
	A segunda corresponde à identificação de mecanismos que provocam respostas e, por consequência, determinados padrões de comportamento.
	A terceira utiliza esses conhecimentos para delimitar fases de desenvolvimento, revelando características comuns a cada uma.
		Dessa forma, é possível estudar e produzir materiais específicos, adequados para a aplicação junto a crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Qual a importância da Psicologia do Desenvolvimento?
Ao estudar e identificar diferentes aspectos das fases da vida, a Psicologia do Desenvolvimento apoia a construção e aperfeiçoamento do indivíduo em cada uma delas.
	Em outras palavras, esse campo do conhecimento serve para evidenciar comportamentos normais e prejudiciais, incentivando melhorias e corrigindo falhas.
Qual a importância da Psicologia do Desenvolvimento para o professor?
A formação dos conhecimentos acompanha o desenvolvimento em cada fase da vida, determinando as melhores técnicas pedagógicas, conteúdos e linguagens que favorecem o aprendizado.
	Crianças tendem a compreender melhor mensagens transmitidas a partir de ferramentas lúdicas, de modo mais superficial, enquanto adultos precisam de aprofundamento e conteúdos mais robustos.
	Além de contribuir para a estrutura e técnicas de ensino-aprendizagem, conhecer os aspectos do desenvolvimento humano ajuda a construir vínculos entre educadores e alunos, fortalecendo a confiança e facilitando a prática pedagógica.
Quando surgiu a Psicologia do Desenvolvimento?
A data exata do surgimento dessa disciplina é controversa, mas acredita-se que tenha nascido no final do século 19, época em que foram registrados alguns marcos na área.
	Um deles foi a fundação das primeiras sociedades para o estudo do desenvolvimento humano, como o Child Research Institute at Clark, nos Estados Unidos, e a Société Libre pour l’Étude de l’Enfant, na França.
	Na ocasião, ambas as nações ganharam periódicos abordando o tema, a exemplo do Pedagogical Seminars e do L’Année Psychologique.
	O ano de 1882 também se destaca, devido à publicação do livro “The mind of the child”, no qual William Preyer já chamava a atenção para as particularidades da mente infantil, despertando o interesse de pesquisadores pelo assunto.
Principais teorias e teóricos da Psicologia do Desenvolvimento
1. Teoria do Desenvolvimento Psicossexual de Sigmund Freud
Freud é considerado o pai da psicanálise. A teoria psicanalítica do desenvolvimento infantil  tende a se concentrar em coisas como o inconsciente, os impulsos e a formação do ego. Embora suas propostas não tenham grande popularidade nos dias de hoje, poucos duvidam da importânciaque eventos e experiências da infância tenham no desenvolvimento futuro da criança.
Segundo Freud, o desenvolvimento da criança é descrito como uma série de estágios psicossexuais : oral, anal, fálico, latência e genital . Agora, essa concepção do desenvolvimento da mente e da personalidade é filha de seu tempo e atualmente está desatualizada.
2. Teoria do Desenvolvimento Psicossocial de Erikson
A Teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson é uma das mais difundida e aceita em teorias da Psicologia do Desenvolvimento . É também uma teoria psicanalítica, e esse teórico, como Freud, propôs que existem diferentes estágios de desenvolvimento.
Erikson acredita que a resolução dos diferentes estágios gera a aquisição de uma série de competências que ajudam a resolver os objetivos que serão apresentados na próxima etapa vital. Desta forma, o crescimento psicológico ocorre.
Por exemplo, o principal conflito durante o período de 6 a 12 anos, chamado Laboriosity vs .. Inferioridade implica o domínio da experiência social. Nesta fase, a criança inicia sua instrução pré-escolar e escolar, e está ansiosa para fazer as coisas em conjunto com outras pessoas, para compartilhar tarefas etc. Se a criança não conseguir superar esse estágio da maneira apropriada, isto é, se ela se sentir inferior, isso afetará negativamente seu funcionamento geral.
3. Teoria da Aprendizagem de Jean Piaget
O psicólogo suíço Jean Piaget, considerado o pai do construtivismo, sugeriu que o desenvolvimento cognitivo das crianças ocorra em uma série de estágios. Ele observou que as crianças desempenham um papel ativo na obtenção do conhecimento do mundo, ou seja, que ele as considera “pequenos cientistas” que ativamente constroem seu conhecimento e compreensão do mundo, por meio de normas mentais que diferem qualitativamente daquelas usadas pelas pessoas adultas.
As ideias de Piaget não são mais válidas quando ele as formulou, mas essa é  uma das teorias de desenvolvimento mais importantes e, de fato, considera-se que ele lançou as bases do que hoje é conhecido como Psicologia do Desenvolvimento.
4. Teoria Sociocultural de Lev Vygotsky
Outro psicólogo chamado Lev Vygotsky propôs uma teoria do desenvolvimento cognitivo das crianças que se tornou uma das teorias mais influentes e importantes, especialmente no campo da educação e aprendizagem.
Como Piaget, Vygotsky é um psicólogo construtivista e achava que as crianças aprendem ativamente e através de experiências práticas. Agora, diferentemente de Piaget, que explica que o conhecimento é construído individualmente, Vygotsky conclui que o aprendizado é construído por meio de interações sociais, com o apoio de alguém mais experiente.
Assim, de acordo com essa teoria do desenvolvimento psicológico, o contexto social faz parte do processo de desenvolvimento cognitivo, e não pode ser considerado algo externo que apenas “influencia”. O uso da própria linguagem, por exemplo, é ao mesmo tempo coletivo e individual, e permite que apareçam grandes habilidades cognitivas superiores, baseadas no desenvolvimento de conceitos muito abstratos.
Vygotsky foi importante para entender a aprendizagem colaborativa e saber mais sobre a influência do ambiente sociocultural no desenvolvimento cognitivo das crianças.
5. Teorias Comportamentais: Condicionamento Clássico e Condicionamento Operacional
As teorias behavioristas  foram importantes porque eles enfatizaram como a interação de um indivíduo com seu ambiente influencia o seu comportamento. Três foram os principais expoentes dessas teorias: Ivan Pavlov e John B. Watson como precursores do condicionamento clássico e BF Skinner como pai do condicionamento operacional.
Embora ambas as teorias sejam importantes no domínio da aprendizagem, eles lidam apenas com comportamentos observáveis. Portanto, o desenvolvimento é considerado uma consequência de recompensas (ou reforços) e punições, e não leva em consideração pensamentos ou sentimentos internos como são concebidos por psicólogos cognitivos, mas os considera meras atribuições a comportamentos mais difíceis; observar os movimentos.
6. Social Learning Theory Albert Bandura
Albert Bandura percebeu que as teorias comportamentais não explicam o aprendizado dos indivíduos como um todo, pois subestimam a dimensão social do comportamento humano e a dimensão interna do sujeito, reduzindo-o a uma associação que ocorre devido a repetidas tentativas. Portanto, ele entendeu que o aprendizado e o desenvolvimento das crianças não podem ser entendidos sem os dois componentes.
Além de destacar a importância das expectativas e reforços intrínsecos, como um sentimento de orgulho, satisfação e conquista, na motivação dos seres humanos, em sua teoria ele enfatiza que as crianças aprendem novos comportamentos a partir da observação de outras pessoas. Ao observar as ações de outras pessoas, incluindo pais e colegas, as crianças desenvolvem novas habilidades e adquirem novas informações.
Teoria do Desenvolvimento de Freud
Vamos ver agora um resumo dos estágios psicossexuais, as 5 fases que Freud propôs.
Fase Oral
(Nascimento até 1 ano)
No primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade, a libido é centrada na boca do bebê.
Ele fica muito satisfeito ao colocar todo tipo de coisa em sua boca para satisfazer a libido.
Isso significa que nesta fase da vida, seus prazeres são orais ou orientados para a boca, como sucção, mordida e amamentação. Como vimos, Freud disse que a frustração em obter esta satisfação, ou a estimulação oral exagerada pode levar a uma fixação oral mais tarde na vida.
As pessoas que podem ter esta “personalidade oral” seriam os fumantes, os roedores de unhas e chupadores de polegar. Estas pessoas se envolvem em tais comportamentos orais, principalmente quando estão sob estresse.
Obviamente, nem todos que têm este tipo de comportamento são “personalidades orais”. Como o próprio Freud disse quando indagado se seu hábito de fumar charutos era uma atividade simbólica:
Às vezes um charuto é apenas um charuto.
Sigmund Freud
Fase Anal
(1 a 3 anos)
Segundo Freud, nesta fase a libido se concentra no ânus, e a criança sente grande prazer em defecar.
(Pois é… concordo que é um pouco estranho pensar dessa forma, mas é assim que a psicanálise entende o desenvolvimento psicossexual.)
A criança agora está plenamente consciente de que é uma pessoa por si só, e que seus desejos podem colocá-la em conflito com as demandas do mundo exterior (ou seja, seu ego se desenvolveu).
Freud acreditava que esse tipo de conflito tende a surgir no treinamento do uso do vaso sanitário, no qual os adultos impõem restrições sobre quando e onde a criança pode defecar.
A natureza desse primeiro conflito com a autoridade pode determinar o futuro relacionamento da criança com todas as formas de autoridade.
O treinamento precoce ou rigoroso com o vaso sanitário pode levar a criança a se tornar uma personalidade anal-retentiva.
Este tipo de personalidade é a que odeia a bagunça, é obsessivamente arrumada, pontual e respeitosa da autoridade. Eles podem ser teimosos e rígidos no trato com o dinheiro e suas posses.
Tudo isso está relacionado ao prazer de segurar as fezes quando crianças. A mãe então insiste que a criança se livre dessas fezes de modo adequado, colocando-a no vaso sanitário até que se aliviem!
Perceba que este conceito não é tão tolo quanto parece.
A personalidade anal-expulsiva, por outro lado, passou por um regime liberal de treinamento do banheiro durante o estágio anal.
Na idade adulta, o anal expulsivo é a pessoa que deseja compartilhar as coisas com você.
Eles gostam de doar coisas. Em essência, eles não estão retendo de si, mas expulsando e ‘compartilhando’ de si com o mundo.
Interessante notar que, se essa liberalidade for demasiada, esta pessoa anal-expulsiva pode se tornar confusa, desorganizada e rebelde.
Fase Fálica
(3 a 6 anos)
A sensibilidade agora na fase fálica se concentra nos órgãos genitais, e a masturbação (em ambos os sexos) se torna uma nova fonte de prazer.
A criança toma consciência das diferençasanatômicas sexuais, que desencadeiam o conflito entre atração erótica, ressentimento, rivalidade, ciúme e medo.
Freud chamou isso de complexo de Édipo nos meninos, e complexo de Electra nas meninas.
Esse conflito é resolvido através do processo de identificação, no qual a criança adota as características dos pais do mesmo sexo.
Explicando o Complexo de Édipo
O aspecto mais importante da fase fálica é o complexo de Édipo.
Já vou avisando que essa é uma das ideias mais controversas de Freud e que muitas pessoas rejeitam completamente.
O nome do complexo de Édipo deriva do mito grego em que Édipo, um jovem, mata seu pai e se casa com sua mãe. Ao descobrir isso, ele abre os olhos e fica cego. Este Édipo é o termo genérico (isto é, geral) para os complexos Édipo e Electra.
No menino, o conflito de Édipo surge porque ele desenvolve desejos sexuais (agradáveis) para com sua mãe. Ele quer “possuir” sua mãe exclusivamente. Para isso, ele deseja (irracionalmente) se livrar do pai para que possa atender a esse desejo.
O garoto então (inconscientemente) entende que, se o pai descobrisse tudo isso, o pai levaria o que mais ama. Durante a fase fálica, o que o garoto mais ama é o pênis.
Portanto, o menino desenvolve ansiedade de castração.
O menino então decide resolver esse problema imitando, copiando e participando de comportamentos masculinos do pai. Isso se chama identificação, e é assim que o menino de três a cinco anos resolve seu complexo de Édipo.
Identificação significa adotar internamente os valores, atitudes e comportamentos de outra pessoa.
A consequência disso é que o menino assume o papel de gênero masculino e adota um ideal e valores do ego que se tornam o superego.
Freud ofereceu o estudo de caso Little Hans como evidência do complexo de Édipo.
Sobre o Complexo de Electra
No passado, foi usado o termo “complexo de Electra” para se referir ao complexo de Édipo feminino, porém esse termo já não é mais usado.
O Complexo de Édipo é o nome do conflito tanto para meninos como para meninas, que funcionaria de forma análoga em relação ao progenitor com o mesmo sexo da menina, ou seja, sua mãe.
Resumidamente, a menina deseja o pai, mas percebe que ela não tem um pênis. Isso, segundo esta teoria, leva ao desenvolvimento da inveja do pênis e ao desejo de ser menino.
A menina resolve isso reprimindo seu desejo por seu pai e substituindo o desejo por um pênis pelo desejo por um bebê. A menina (inconscientemente) culpa a mãe por seu “estado castrado”, e isso cria uma grande tensão.
A menina então reprime seus sentimentos (para remover a tensão) e se identifica com a mãe para assumir o papel de gênero feminino.
Fase de latência
(6 anos à puberdade)
Latente significa “oculto”. Isso significa que nesta fase não há mais desenvolvimento psicossexual.
A libido está adormecida.
Freud pensou que a maioria dos impulsos sexuais é reprimida durante o estágio latente. Assim, a energia sexual é sublimada. Isso quer dizer que grande parte da energia da criança é canalizada para o desenvolvimento de novas habilidades e a aquisição de novos conhecimentos.
E nesta fase, as brincadeiras são feitas em sua maioria com outras crianças do mesmo sexo.
Fase genital
(puberdade para adulto)
Este é a última fase da teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud e começa na puberdade.
É um momento de experimentação sexual adolescente, cuja resolução bem-sucedida é estabelecer um relacionamento amoroso com outra pessoa nos nossos 20 anos.
O instinto sexual é direcionado ao prazer heterossexual, ao invés do prazer próprio, como no estágio fálico.
Para Freud, a saída apropriada do instinto sexual em adultos era por meio de relações heterossexuais. Fixação e conflito podem impedir isso, tendo como consequência as perversões sexuais.
Por exemplo, a fixação no estágio oral pode resultar em uma pessoa obtendo prazer sexual principalmente por beijos e sexo oral, em vez de relações sexuais.
Conclusão sobre o desenvolvimento psicossexual
Segundo Freud, nossa personalidade se desenvolve durante a infância e é moldada pelas cinco fases, que ele chamou de teoria do desenvolvimento psicossexual.
Durante cada fase, uma criança é confrontada com um conflito entre impulsos biológicos e expectativas sociais. Se ela passar de forma bem-sucedida por esses conflitos internos, acabará tendo domínio de cada estágio de desenvolvimento e, finalmente, obterá uma personalidade totalmente madura.
Na época, as ideias de Freud foram recebidas com críticas. E hoje não é diferente. Isso em parte é por causa de seu foco na sexualidade como o principal motor do desenvolvimento da personalidade humana.
Teoria do desenvolvimento cognitivo de Lev Vygotsky
A teoria de aprendizagem de Vygotsky — psicólogo bielorrusso que morreu há mais de 80 anos — tem uma ênfase importante no papel das relações sociais no desenvolvimento intelectual. Para ele, o homem é um ser que se forma em contato com a sociedade. "Na ausência do outro, o homem não se constrói homem", diz. Sua compreensão é a de que a formação se dá na relação entre o sujeito e a sociedade a seu redor. Assim, o indivíduo modifica o ambiente e este o modifica de volta. Dessa maneira, a interação que cada pessoa estabelece com um ambiente, a experiência pessoalmente significativa, é muito importante para ela. Por isso, a teoria de aprendizagem de Vygotsky ganhou o nome de socioconstrutivismo e tem como temas centrais o desenvolvimento humano e a aprendizagem. A partir desse entendimento, seu estudo tem peso nas possíveis rupturas do processo de construção das ideias pedagógicas. Afinal, a base de seus estudos é a psicologia evolutiva e a perspectiva usada para concebê-los é a da função social do professor. O contexto social é, então, determinante quando se fala em desenvolvimento cognitivo e, assim, o profissional tem de responder aos desafios impostos pela diversidade na sala de aula. Quando o professor aplica esse conhecimento no processo ensino-aprendizagem, ele pode acompanhar, no decorrer do desenvolvimento infantil, a evolução da manifestação de pensamento e da expressão (verbal ou não) da criança. Segundo o teórico, grande parte do desenvolvimento infantil ocorre pelas interações com o ambiente, que determinam o que a criança internaliza.
Papel do professor na aprendizagem
 Estudioso do processo de aprendizagem, Vygotsky defende que ela é resultante da atividade de cada pessoa e da reflexão que ela consegue fazer a partir daquilo. Ou seja, cada aluno é um agente ativo nesse processo. Dessa forma, o papel do professor consiste em guiá-lo enquanto fornece as ferramentas adequadas para que seu desenvolvimento cognitivo ocorra da forma mais apropriada. Assim, a função do profissional é conduzir o indivíduo até a aquisição do conhecimento. Afinal, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter sempre a participação de um adulto. Depois que internaliza um procedimento, ela se apropria dele e o torna voluntário. O papel do educador, então, é ativo e determinante nesse processo. 
Estruturas mentais
Para educar, o professor deve entender as estruturas mentais e seus mecanismos. No contexto educacional, os conceitos da teoria de aprendizagem de Vygotsky percebem a escola como o local onde a intervenção pedagógica é intencional e é isso o que promove o processo de ensino-aprendizagem. Para o estudioso, a aquisição do conhecimento ocorre por mediação, convivência, partilha e assim por diante até que diversas estruturas sejam internalizadas. Um de seus principais conceitos é a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que destaca o papel do outro — em especial o do professor. A ZDP, segundo seu criador, é a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e o que ela ainda tem o potencial de aprender. Esse potencial é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. O profissional interfere de forma objetiva, intencional e direta na ZDP. O aluno é aquele que aprende os valores, a linguagem e o conhecimento que seu grupo social produz a partir dainteração com o outro — no caso, o professor. Segundo Vygotsky, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais: um aspecto se alimenta do outro. Por isso, o ensino deve se antecipar àquilo que a criança ainda não sabe e nem é capaz de aprender sozinha. Para ele, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes.
Mediação da aprendizagem
 Nesse cenário, um dos recursos mais úteis é o trabalho de pares. Afinal, a ZDP é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. O professor deve ser capaz de identificar essas duas capacidades e, a partir disso, determinar qual deve ser o percurso de cada aluno entre elas. Por isso, a relação entre professor e estudante deve ser de cooperação, respeito e crescimento, não de imposição. A criança deve ser considerada ativa no processo de construção de conhecimento. O educador é o suporte para que a aprendizagem seja satisfatória. O educador deve, então, interferir na ZDP do estudante com metodologia. Para Vygotsky, isso ocorre pela linguagem — pelo diálogo entre professor e aluno. Esse conceito é essencial na adaptação na educação infantil e o papel do professor é fazer com que a criança se sinta estimulada. 
Principais definições da Teoria de Aprendizagem de Vygotsky
Segundo o estudioso, o desenvolvimento da linguagem implica o desenvolvimento do pensamento, já que é pelas palavras que o pensamento ganha existência. Para ele, a linguagem tem duas funções básicas: intercâmbio social e pensamento generalizante. O intercâmbio social é bem visível em bebês, por exemplo: por meio de gestos, expressões e sons, eles demonstram sentimentos, desejos e necessidades. O pensamento generalizante ocorre quando se fala uma palavra: ao dizer, por exemplo, frango, o pensamento classifica a palavra em “animais” e remete à imagem dele. Assim, as funções psicológicas superiores, ou seja, as ações e os pensamentos inteligentes que só são encontrados no homem (como pensar, refletir, organizar, categorizar, generalizar e outros), são construídas ao longo de sua história social.
 Os pilares da teoria de aprendizagem de Vygotsky são: ● as funções psicológicas têm suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral. O cérebro é um sistema aberto, com estruturas que são moldadas ao longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual; ● o funcionamento psicológico tem como base as relações sociais dentro de um contexto histórico; ● a cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana; ● a relação entre o homem e o mundo é mediada por sistemas simbólicos, que auxiliam a atividade humana. 
Conceitos de aprendizagem
 As observações de Vygotsky foram obtidas a partir de um estudo com primatas. Ao avaliar os animais, o teórico percebeu que existe uma inteligência prática em ação, já que eles conseguem atingir um nível em que podem resolver problemas ao seu redor com o uso de instrumentos. A partir disso, ele formulou alguns conceitos. 
Linguagem e pensamento
 A fase da resolução de problemas no entorno foi chamada pelo psicólogo de “linguagem pré-intelectual”. Paralelamente, o estudioso percebeu que os primatas usam expressões faciais, gritos e urros para se comunicar — algo que chamou de “pensamento pré-verbal”. Quando analisou crianças, ele notou que elas passam por um processo semelhante. Depois, por volta dos dois anos de idade, a linguagem pré-intelectual e o pensamento pré-verbal se unem e dão origem à linguagem intelectual e ao pensamento verbal. Nesse momento, seu vocabulário ganha mais consistência, ela passa a questionar o que lhe intriga e sua linguagem e seu pensamento passam a ser internalizados. Isso ocorre em três momentos:
 ● fala social (ou exterior): a comunicação engloba elementos do entorno e tem como finalidade apenas a comunicação com adultos; 
● fala egocêntrica: a prioridade não é ser ouvida pelo adulto, mas ela ainda não saber expressar sua fala apenas para si; 
● fala interior: quando atinge a potencialidade da reflexão. 
Mediação semiótica
A mediação é um conceito central da teoria de aprendizagem de Vygotsky e representa a intervenção de um elemento intermediário em uma relação. Os mediadores podem ser instrumentos ou signos. Instrumentos são objetos criados pelo homem para facilitar sua vida e signos são fatores psicológicos que auxiliam nos processos internos. A significação pressupõe a criação e o uso de signos por meio dos quais é possível construir novas conexões cerebrais. Com isso, a partir dos processos mentais elementares ocorre o desenvolvimento mental superior, que usa a mediação semiótica. Tanto os instrumentos quanto os signos ajudam o homem a agir no mundo. Assim, quando o indivíduo cria uma lista de supermercado, por exemplo, ele está usando signos. Afinal, trata-se de um suporte psicológico que pode auxiliá-lo, mais tarde, a fazer as compras no mercado. De acordo com o teórico, quando nasce, a criança interage com o ambiente de forma típica e peculiar. A forma mais elementar de relação do homem com o ambiente tem uma ligação direta de estímulo-resposta. É por isso, por exemplo, que se retira a mão rapidamente ao ter contato com uma superfície quente. O processo de educação ocorre, então, por meio da mediação semiótica. Ela, por sua vez, atua na construção de processos mentais superiores. Essa construção de Vygotsky é prolongada e complexa, pois passa por uma série de transformações qualitativas em que um estágio é precondição para o próximo (que é uma ampliação ou uma inovação de um antecedente). 
Internalização
Para o estudioso, o ambiente tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual da criança. Ou seja, o desenvolvimento ocorre de fora para dentro. Assim, a internalização, que permite absorver o conhecimento vindo do contexto, é fundamental. As influências sociais, então, em vez de biológicas, são à base da teoria de aprendizagem de Vygotsky. A internalização está diretamente relacionada à repetição: a criança se apropria da fala do outro e a torna sua. Isso ocorre no processo de socialização, já que, quando se relaciona com o adulto, a criança reconstrói as formas culturais, o pensamento, as significações e os usos das palavras. Em resumo, todos os dias, em todos os lugares, a criança observa o que as pessoas dizem, como o dizem, o que fazem e por que o fazem. Ela, então, internaliza tudo isso e o transforma em sua propriedade. Para isso, ela recria, dentro de si, as conversações e demais interações observadas. Esse processo é essencial para o crescimento do funcionalismo psicológico humano. Afinal, ele compreende uma atividade externa que deve ser mudada para tornar-se uma atividade interna: assim, ela começa como interpessoal e se torna intrapessoal. Dessa forma, quando uma criança está na cozinha, por exemplo, e a mãe lhe diz apenas para não mexer no fogo, ela perde a chance de lhe ensinar algo. Se, ao contrário, disser que, se mexer no fogo ela pode se machucar, a criança pode internalizar esse aprendizado e usá-lo em outras circunstâncias. Assim, os adultos podem ajudar a ampliar o conhecimento da criança e facilitar sua aprendizagem por meio das interações que têm com ela. Dessa forma, sempre que há algum tipo de troca, há aprendizagem, já que o homem não é um ser passivo. 
Zonas de desenvolvimento
Como na teoria de aprendizagem de Vygotsky, o desenvolvimento da criança está diretamente relacionado à sua socialização, ele categorizou esse processo em três níveis. 
1. Zona de desenvolvimento real: refere-se às etapas já alcançadas pela criança e que permitem que ela solucione problemas de forma independente.
 2. Zona de desenvolvimento potencial: é a capacidade que a criança tem de desempenhar tarefas desde que seja ajudada por adultos ou companheiros mais capazes. 
3. Zona de desenvolvimento proximal: é a distância entre as zonas de desenvolvimento real e potencial. Ou seja, é o caminho a ser percorrido até o amadurecimento e a consolidação de funções. 
Isso significa que, antesmesmo de frequentar a escola, a criança desenvolve seu potencial a partir das trocas estabelecidas e adquire conhecimento. Quando vai para o ambiente escolar, ela se familiariza com esse mundo e sai da zona de desenvolvimento real para, com auxílio do professor, atingir seu desenvolvimento potencial. A noção de desenvolvimento remete a um contínuo de evolução. Assim, é como se o indivíduo caminhasse ao longo do ciclo vital. Essa evolução nem sempre é linear e ocorre nos aspectos afetivo, cognitivo, social e motor. O processo inclui tanto a maturação biológica quanto as interações com o meio. A cultura ao redor do indivíduo é uma das principais influências nesse processo. Pela interação social, cada pessoa aprende, se desenvolve, cria formas de agir no mundo e amplia os meios de atuar no complexo contexto que a cerca.
A teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget sugere que as crianças passam por quatro estágios diferentes de desenvolvimento mental.
Sua teoria se concentra não apenas no entendimento de como as crianças adquirem conhecimento, mas também no desenvolvimento da inteligência na infância.
Construtivismo e Jean Piaget
Construtivismo é uma teoria sobre a origem do conhecimento que considera que a criança passa por estágios para adquirir e construir o conhecimento. Tem como objeto de estudo da alfabetização a língua escrita (Nunes, 1990).
Piaget, o criador da teoria Construtivista, considera quatro fatores como essenciais para o desenvolvimento cognitivo da criança:
1. Biológico: relacionado ao crescimento orgânico e à maturação do sistema nervoso;
2. De experiências e de exercícios: é obtido na ação da criança sobre os objetos;
3. De interações sociais: se desenvolve por meio da linguagem e da educação;
4. De equilibração das ações: relacionado à adaptação ao meio e/ou às situações (Fossile, 2010).
Conhecimento/Aprendizagem
O Construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal do aluno; o professor é um importante mediador do processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento do aluno, mas sim como o próprio desenvolvimento do aluno (Fossile, 2010).
Piaget afirma que quando uma criança interage com o mundo à sua volta, ela atua (interna e externamente) e muda a realidade que vivencia. Para que isso ocorra, a criança deve ter um esquema de ação. É por meio do esquema de ação que a criança organiza e interpreta a ação, para que esta seja praticada. É uma estratégia de ação generalizável, de forma que a criança consiga se adaptar às mudanças ocorridas no seu meio. Consequentemente, surgem dois mecanismos necessários à elaboração de novos esquemas: assimilação e acomodação (Fossile, 2010).
Assimilação e acomodação: equilibração
Para o construtivismo, o ambiente social e o ambiente físico ocasionam oportunidades de interação entre sujeito e objeto, gerando conflitos e, consequentemente, uma reestruturação, pelo sujeito, de suas construções mentais anteriores. O equilíbrio/equilibração surge quando o indivíduo organiza o conhecimento (Nunes, 1990).
A assimilação ocorre quando novas experiências ou informações são introduzidas na estrutura cognitiva da criança, não havendo modificação em suas estruturas mentais. A acomodação acontece quando a criança modifica suas estruturas cognitivas para “enfrentar” o novo.
Quando ocorrem esses mecanismos, a criança encontra-se no estado de equilibração.
Pensamento e Linguagem
Para Piaget, “a linguagem não é suficiente para explicar o pensamento, uma vez que este tem raízes na ação e nos mecanismos sensório-motores”. A origem do pensamento é anterior à linguagem (e independente dela) (Miranda e Senra, 2012; Magalhães). A linguagem é uma construção da inteligência (Magalhães) e tem origem no estágio sensório-motor, quando se inicia a função simbólica (Miranda e Senra, 2012).
As estruturas da linguagem não são ofertadas pelo meio ambiente, mas sim concebidas pelo nascimento e desenvolvidas no dia a dia. Piaget afirma que o desenvolvimento da linguagem é um processo de equilibração progressiva: “uma permanente passagem de um estágio de menor equilíbrio para outro” (Magalhães).
Piaget denomina a fala privada de “fala egocêntrica”, uma vez que a função simbólica não está desenvolvida inteiramente (Miranda e Senra, 2012).
O alfabetizador/professor
Para trabalharmos sob a visão do Construtivismo, primeiramente, devemos conhecer as concepções que uma criança tem da língua escrita. Logicamente, a compreensão da criança é diferente da compreensão dos adultos, sendo obrigação do educador entender esse processo. Ao mesmo tempo, o professor deve lembrar à criança as conquistas que ela fez antes de formular sua ideia “errada”, com o objetivo de estimular seu entendimento. Esse olhar do educador sobre tais acréscimos obtidos pela criança é de extrema importância e característica principal do Construtivismo. Os alfabetizadores devem compreender as produções da criança e saber respeitá-las, vendo-as como construções genuínas, indicadoras de progresso e não de erros. São os “erros” construtivos (Nunes, 1990).
O professor deve criar desafios para seus alunos em contextos que façam sentido para eles. Deve estimular a criticidade, a pesquisa, a discussão, o debate (Fossile, 2010).
O ambiente alfabetizador
O construtivismo defende que as crianças da Educação Infantil devem ter contato com a língua escrita. A professora, ao ler para a criança, proporciona que esta perceba a leitura em si e adquira interesse em escrever. Tanto a leitura quanto a escrita devem estar presentes no ambiente alfabetizador (Nunes, 1990).
Após essa descoberta, entendemos as ideias que a criança tem de escrita e leitura. Todos “os processos que ocasionam mudanças nas concepções infantis devem ser ligados aos conflitos gerados pela interação sujeito-objeto” (Nunes, 1990).
A sala de aula deve ser enriquecida com atividades que englobem discussão, reflexão e tomada de decisões; os alunos são os responsáveis pela defesa, pela justificativa e pelas ideias (Fossile, 2010).
Os estágios de desenvolvimento
Piaget divide o desenvolvimento cognitivo em quatro estágios:
1. Sensório-motor: ocorre entre 0 e 2 anos de idade. Tudo se dá pelas sensações e pelos movimentos da criança, o que coopera para que ela desenvolva seus primeiros esquemas de ação. Aparecem os reflexos básicos dos bebês, que mudam conforme a maturação do sistema nervoso e a interação com o meio. Ainda não estão envolvidos representações mentais e pensamentos.
2. Pré-operatório: entre 2 e 7 anos de idade. A criança começa a desenvolver sua capacidade simbólica, não dependendo exclusivamente de suas sensações e movimentos. Passa a distinguir o significante (imagem/palavra/símbolo) do significado (conceito). Exemplo: a criança, ao ver a mãe com uma bolsa, compreende que ela sairá de casa. Ainda não compreende a reversibilidade – compreende que 6 + 1 = 7, mas não compreende que 7 – 1 = 6. Tem pensamento animista (dá vida aos seres inanimados), pensamentos egocêntricos (particulares da realidade), raciocínio transdutivo – raciocínio particular (banana verde causa dor de barriga, então abacate verde também causa dor de barriga).
3. Operatório concreto: entre 7 e 11 anos de idade. A criança começa a pensar de forma lógica; no entanto, ainda precisa do auxílio da realidade concreta. Consegue desenvolver o pensamento reversível. Sai o pensamento transdutivo e começa o pensamento indutivo – interioriza a ação ou a previsão do resultado que vai do particular para o geral. Abandona o pensamento egocêntrico e passa a pensar o mundo de forma sociável. Dessa forma, percebe que existem regras para todos e tenta compreender o pensamento dos outros, ao mesmo tempo que procura transmitir seu próprio pensamento.
4. Operatório formal: dos 11/12 anos em diante. Encontramos nessa fase um adolescente, que utiliza o raciocínio hipotético-dedutivo, elabora e testa suas hipóteses, alcança a abstração, entende que a linguagem é de importância extrema, pois com ela poderá formular hipóteses e realizarpesquisas (Fossile, 2010).
Cada fase de desenvolvimento mental é marcada por uma faixa etária e por processos de aprendizagem novos. Confira cada um de modo mais detalhado:
Fase sensório-motora: nascimento até cerca de 2 anos
Durante este estágio, as crianças aprendem sobre o mundo por meio dos seus sentidos e da manipulação de objetos. A principal conquista durante este estágio é a permanência do objeto, ou seja, saber que um objeto ainda existe, mesmo que você não possa vê-lo.
Isso requer a capacidade de formar uma representação mental dos objetos.
Fase pré-operacional: de 2 a 7 anos
Durante esse estágio, as crianças desenvolvem a imaginação e a memória. Elas também são capazes de entender a ideia de passado e futuro, e interpretar as coisas simbolicamente.
O pensamento nessa fase ainda é egocêntrico, desse modo, a criança tem dificuldade em ver o ponto de vista dos outros.
Estágio operacional concreto: 7 a 11 anos
Durante esse estágio, as crianças se tornam mais conscientes do sentimento dos outros e dos eventos externos. Elas vão se tornando menos egocêntricas, começando a entender que nem todos compartilham seus pensamentos, crenças ou sentimentos.
Para Piaget, esse estágio é um grande ponto de virada no desenvolvimento cognitivo da criança, pois marca o início do pensamento lógico ou operacional. Isso significa que a criança pode resolver as coisas internamente em sua cabeça, em vez de apenas fisicamente.
Estágio operacional formal: 11 anos ou mais
O estágio operacional formal começa aproximadamente aos onze anos e dura até a idade adulta. Durante esse estágio, as crianças são capazes de usar a lógica para resolver problemas, planejar seu futuro e ver o mundo ao seu redor.
Os principais conceitos da teoria de Piaget
Piaget acreditava que as crianças assumem um papel ativo no processo de aprendizagem, agindo como pequenos cientistas enquanto realizam experimentos, fazem observações e aprendem sobre o mundo.
À medida que as crianças interagem com o mundo ao seu redor, elas vão adicionando novos conhecimentos, se baseando no que já conhecem e adaptando ideias anteriores.
Deste modo, o desenvolvimento cognitivo seria uma reorganização progressiva dos processos mentais, que evolui de acordo com a maturação biológica e a experiência ambiental.
Em sua teoria, Piaget descreve alguns componentes básicos para esse processo:
Esquemas: os blocos de construção do conhecimento
Os esquemas são os conjuntos de representações mentais que relacionamos com o mundo, que permitem que possamos entender e responder a situações. Ou seja, eles são a maneira de organizar o conhecimento que temos do mundo.
Esse conhecimento fica armazenado em blocos, cada um relacionado a um aspecto do mundo, incluindo objetos, ações e conceitos abstratos. Esses esquemas podem ser considerados como um manual para o cérebro, dizendo ao indivíduo como reagir a certos estímulos ou informações recebidos.
Como estamos sempre recebendo novas informações e estímulos, esses esquemas estão em constante processo de transição e reorganização.
Os processos de transição: assimilação e acomodação
Jean Piaget via o crescimento intelectual como um processo de adaptação ao mundo, que poderia ocorrer por meio dos seguintes modos:
Assimilação
Durante a assimilação, a criança utiliza um esquema já existente para lidar com um novo objeto ou situação. Por exemplo, uma criança de dois anos vê uma maçã, mas anteriormente ela apenas conhecia o que era uma laranja. Por ver uma fruta com formato parecido, a criança ira pensar que a maçã também é uma laranja.
Acomodação
A acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar a informação em um esquema já existente, então ela precisa alterá-lo, ou criar um novo esquema.
Continuando com o exemplo acima, quando a mãe da criança explicar que apesar do formato aquela é uma fruta diferente, a criança irá reorganizar o seu esquema sobre "laranja", sabendo da existência de outras frutas.
O conceito de equilíbrio
Quando os esquemas existentes de uma criança são capazes de explicar o que ela percebe ao redor, diz-se que ela está em um estado de equilíbrio. No entanto, quando novas informações não podem ser encaixadas em esquemas existentes, ela entra em um incômodo estado de desequilíbrio.
Como não gostamos de estar frustrados, procuraremos restaurar o equilíbrio dominando o novo desafio. Deste modo, podemos dizer que o equilíbrio é a força que impulsiona o processo de aprendizagem.
Esses conceitos criados por Piaget revolucionaram o entendimento sobre o desenvolvimento infantil, fazendo com que a teoria piagetiana se tornasse a mais importante na área, guiando professores e especialistas até a atualidade.
Psicologia da Aprendizagem
A aprendizagem é um processo permanente e contínuo, que se reflete em todas as nossas ações. “Explicar o mecanismo da aprendizagem é esclarecer a maneira pela qual o ser humano se desenvolve, toma conhecimento do mundo em que vive, organiza sua conduta e se ajusta no meio físico e social” (CAMPOS, 2014, p. 16). A afirmação de Campos conduz a alguns questionamentos: afinal, o que é aprendizagem? Como aprendemos? Existem diferentes tipos de aprendizagem? Campos (2014) apresenta algumas características da aprendizagem, resultantes da contribuição das diferentes teorias.
1. Processo dinâmico: a aprendizagem envolve a participação ativa do indivíduo. 
	2. Processo contínuo: a aprendizagem está presente desde o nascimento até o fechamento de nosso ciclo vital. Aprendemos de maneiras diferentes, de acordo com nossa faixa etária, nível de desenvolvimento, contexto em que estamos inseridos, sejam estes formais ou informais.
3. Processo global: por provocar mudanças no comportamento, o processo de aprendizagem requer a participação total do indivíduo, em seus aspectos físicos, intelectuais, emocionais e sociais. O desenvolvimento humano ocorre de maneira global, em que todos os aspectos que o constituem evoluem gradativa e concomitantemente, necessitando um completo envolvimento do indivíduo no ato de aprender.
	 4. Processo pessoal: a aprendizagem é uma experiência individual, ninguém pode aprender por nós, tampouco podemos aprender por outrem. Cada indivíduo tem uma maneira de aprender e um ritmo de aprendizagem, o que lhe confere um caráter pessoal e intransferível. 
5. Processo gradativo: a aprendizagem se desenvolve de modo gradativo, em que as operações realizadas vão se tornando cada vez mais complexas. Uma nova aprendizagem sempre agrega elementos às aprendizagens anteriores, aumentando sua complexidade.
	 6. Processo cumulativo: as aprendizagens somam-se umas às outras de modo que vamos acumulando experiências. O acúmulo de experiências provoca a organização de novos padrões de comportamento que, quando incorporados pelo indivíduo, geram mudanças no seu próprio repertório comportamental. Quanto mais experiências são vivenciadas, maiores são as possibilidades de aprender.
Para que a aprendizagem ocorra de maneira satisfatória, além de outros aspectos, deve-se considerar que cada estudante apresenta uma inclinação à aquisição do conhecimento por diferentes canais sensoriais. A estas diferentes tendências de aprendizado, dá-se o nome de estilos de aprendizagem. Para Campbell, Campbell e Dickinson (2000, p. 161) “Os estilos de aprendizagem referem-se às diferenças individuais na maneira como a informação é compreendida, processada e comunicada”. A respeito dos estilos de aprendizagem, várias são as teorias que buscam defini-los e classificá-los. Dentre elas, merece destaque a desenvolvida por Fernald e Keller e Orton-Gilingham, que propõe o modelo VAC (VISUAL, AUDITIVO e CINESTÉSICO). Este modelo é baseado nos sentidos e compreende três estilos:
· Estilo visual: o indivíduo tem inclinação ao aprendizado utilizando estímulos visuais, estabelece relações entre ideias e conceitos a partir de imagens. O uso de fotos, vídeos, demonstrações e outros recursos visuais é indicado. A observação e a leitura podem ser métodos de estudo interessantes para estes estudantes.
· Estilo Auditivo:o indivíduo tem inclinação ao aprendizado utilizando estímulos auditivos, estabelece relações entre ideias e conceitos a partir de sons, especialmente da linguagem falada. O estudo deve priorizar o ouvir e o falar. O aluno pode ler em voz alta, utilizar recursos audiovisuais. Em sala de aula a explicação do professor é de grande importância. 
· Estilo Cinestésico: o indivíduo tem inclinação ao aprendizado por meio dos movimentos corporais. O uso de experiências que envolvem tocar, sentir e explorar é de grande relevância. Indica-se o uso de atividades práticas, pois o tocar e o fazer são importantes para estes alunos. 
É comum haver um estilo de aprendizagem dominante. Cabe, no entanto, salientar que todos os canais sensoriais são importantes para a aquisição do conhecimento. Além disso, em uma sala de aula, a diversidade entre os alunos exige o uso de uma abordagem multissensorial. 
Fatores que interferem no processo de aprendizagem
Que fatores influenciam a aprendizagem? Algum deles se sobressai? Ou são complementares no processo de aprendizagem? Qual a relevância dos aspectos orgânicos, emocionais e sociais? A respeito disso, Paín (1985) entende que a aprendizagem está relacionada a quatro fatores (orgânicos, específicos, psicógenos e ambientais), a partir dos quais se pode compreender os problemas de aprendizagem. Fatores orgânicos: Referem-se ao funcionamento anatômico, como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do Sistema Nervoso Central. Quando sadio, o sistema nervoso apresenta ritmo, plasticidade e equilíbrio, garantindo um funcionamento harmonioso. Porém, havendo lesões ou desordens corticais a aprendizagem fica comprometida. Por exemplo: lesões neurológicas, deficiência auditiva, deficiência visual, podem trazer, como consequência, problemas cognitivos com maior ou menor gravidade. Apesar de, por si sós, não caracterizarem um problema de aprendizagem, tais problemas podem comprometer a aprendizagem. Fatores específicos: Referem-se à adequação perceptivo-motora. São desordens específicas ligadas a determinadas áreas cerebrais também específicas, que abrangem questões cognitivas/perceptivas e motoras, mas sem possibilidade de verificação de sua origem orgânica. Citamos como exemplo a dislexia. O aluno com dislexia não possui nenhuma lesão na estrutura anatômica cerebral, mas uma desordem no funcionamento do cérebro, específica da área de leitura e escrita. Tal desordem dificulta a decodificação dos símbolos gráficos registrados pelo cérebro, não havendo uma constância na construção mental daquele símbolo, que se expressa na dificuldade de leitura e escrita. O aluno com dislexia não tem deficiência intelectual, mas há casos em que as dificuldades são tão expressivas que podem gerar confusão no diagnóstico. O caso da dislexia será abordado de maneira mais aprofundada na unidade 5. Fatores psicógenos: Estão relacionados a traumas e conflitos internos, onde o não aprender se constitui como inibição (restrição da capacidade) ou como sintoma, defesa (medo de relembrar ou viver novamente alguma situação traumática). O olhar do profissional não deve estar voltado para o problema de aprendizagem em si, mas para o que ele representa. Tomemos como exemplo crianças que não conseguem lidar com frustrações, 3.4 licenciatura em computação| Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem · 71 seja quando contrariadas ou diante de erros cometidos; elas podem evitar a tentativa da aprendizagem pelo medo do fracasso. Outro exemplo são os erros ortográficos que a criança pode apresentar em função da dificuldade de atribuir significado à aprendizagem ou a atribuição inadequada de significados à aprendizagem escolar. Fatores ambientais: Dizem respeito ao ambiente concreto do sujeito, “às possibilidades reais que o meio lhe fornece, à quantidade, à qualidade, à frequência e à abundância dos estímulos que constituem seu campo de aprendizagem habitual” (PAÍN, 1995, p. 33). Incluem-se as condições de moradia, trabalho, acesso ao lazer, esportes, aos bens culturais, ao grau de consciência e participação social. Como exemplo podemos citar um aluno de 10 anos que chega à escola com um vocabulário restrito e rudimentar aprendido dos irmãos mais velhos, demonstrando dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita. Os estímulos ambientais não tiveram a qualidade necessária para garantir que ele se apropriasse das estruturas linguísticas necessárias ao domínio da língua, podendo ser a causa das dificuldades de aprendizagem que tem apresentado. Os fatores elencados nos apontam caminhos para compreender com mais propriedade as dificuldades de aprendizagem, permitindo um olhar atento no sentido de identificar as causas que impedem ou atrapalham o adequado desenvolvimento da aprendizagem. E, a partir dessa identificação, adequar e direcionar as estratégias de ensino para superar tal problemática. 
A EDUCAÇÃO INTEGRAL NA BNCC 
Entendendo a complexidade do sistema educacional do Brasil, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) surge como um documento de caráter normativo que orienta a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares do país, assegurando a qualidade da educação e mitigando os desafios da equidade de ensino. Completo e contemporâneo, o documento corresponde às demandas do estudante desta época, rompendo com visões educacionais reducionistas que privilegiam determinadas dimensões formativas em detrimento de outras. 
Os fundamentos pedagógicos da BNCC se pautam em um compromisso com a Educação Integral a partir da compressão das singularidades e diversidades dos sujeitos. A proposta é promover uma educação voltada para o desenvolvimento pleno do aluno em suas diferentes dimensões formativas. 
(…) a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. (BNCC, 2018, pág. 14) 
Assim, a visão plural e multidimensional da criança e do adolescente proposta na BNCC, leva o ideal de formação integral para perto das escolas brasileiras, considerando que a Educação Básica deve estimular o desenvolvimento do estudante na sua totalidade e potencialidade. 
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC PARA A FORMAÇÃO INTEGRAL 
Desde o seu texto introdutório, a BNCC apresenta a Educação Integral como proposta formativa de todos os segmentos escolares. De acordo com as premissas do documento, o desenvolvimento integral do estudante deve alicerçar-se no trabalho com as dez Competências Gerais para a Educação Básica. 
O conjunto dessas competências consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Para além do acúmulo de informações, elas se inter-relacionam e perpassam todos os componentes curriculares ao longo da Educação Básica, para a construção de conhecimentos, habilidades, comportamentos, atitudes e valores. 
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (BNCC, 2018, pág. 8)
Ao determinar as aprendizagens essenciais a partir das dez Competências Gerais, a BNCC abrange a construção do conhecimento a partir de significados, facilitando a transposição de saberes e práticas entre a escola e a vida. Dessa maneira, o processo educativo integral considera o desenvolvimento de competências e habilidades de todas as potencialidades ou dimensões formativas dos sujeitos. 
AS DIMENSÕES FORMATIVAS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL 
A concepção de Educação Integral reconhece que o desenvolvimento pleno de um indivíduo só é possível quando se observam suas diferentes dimensões formativas. Além dos aspectos cognitivo e intelectual, os processos pedagógicos devem também articular as dimensões física, afetiva e socioemocional, social e cultural. 
Isso significa que, para alémdo desenvolvimento intelectual comumente privilegiado no modelo educacional tradicional, o ensino deve se ocupar também do aspecto multidimensional humano. É a junção dessas diversas dimensões formativas que atua de maneira propulsora para o desenvolvimento dos estudantes. 
Assim, o ideal formativo da Educação Integral considera que as dimensões físicas, sociais, culturais, intelectuais e emocionais sejam intencionalmente reconhecidas e estimuladas. Articular essas dimensões do desenvolvimento integral assegura às crianças e jovens a compreensão de questões do corpo e de autoconhecimento. Além disso, permite a leitura crítica do mundo, das questões sociais, da atuação individual no coletivo, do exercício da cidadania, considerando, inclusive, o pensamento analítico-crítico, possibilitando sua atuação com discernimento e responsabilidade em todos os contextos sociais e culturais. 
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Referência bibliográfica
https://www.significados.com.br/psicologia/
https://fia.com.br/blog/psicologia-do-desenvolvimento/
https://maestrovirtuale.com/psicologia-do-desenvolvimento-principais-teorias-e-autores/
https://educacaoinfantil.aix.com.br/teoria-de-vygotsky/
https://www.hipercultura.com/teoria-de-piaget/
https://www.somoseducacao.com.br/educacao-integral/
FOSSILE, Dieysa K. Construtivismo versus sociointeracionismo: uma introdução às teorias cognitivas. Revista Alpha, Patos de Minas, UNIPAM. 2010. Disponível em: http://alpha.unipam.edu.br/documents/18125/23730/construtivismo_versus_socio_interacionsimo.pdf.
MAGALHÃES, Mônica M. G. A perspectiva da linguística: linguagem, língua e fala. Rio de Janeiro, 2007.
MIRANDA, Josete Barbosa; SENRA, Luciana Xavier. Aquisição e desenvolvimento da linguagem: contribuições de Piaget, Vygotsky e Maturana. 2012.
Atividade Avaliativa
Questões:
1- Como as teorias do desenvolvimento do aprendizado podem contribuir para o aprimoramento e desempenho do Psicopedagogo? 
2- Muitas escolas ainda utilizam as abordagens Construtivista de Piaget e Sociointeracionista de Vygotsky, como metodologias de ensino. Considerando o indivíduo como ser integral, estimulado a desenvolver suas habilidades cognitivas, físicas, emocionais, sociais, conforme diretriz da BNCC, você considera eficaz essas abordagens? Explique.
3- Escolha uma fase de desenvolvimento de um autor de sua preferência e dê exemplos práticos de como ela auxilia na avaliação e intervenção de um aluno com dificuldade de aprendizagem.
4- Quais são os tipos de aprendizagem e de que maneira eles podem influenciar o comportamento do indivíduo?

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