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Elaboração de Respostas Subjetivas APRESENTAÇÃO Olá! Quando você comunica algo, não está apenas transmitindo informações. Está, também, expondo o seu modo de ver o mundo. Não há, portanto, o uso "inocente" da língua: todo ato comunicativo veicula tanto uma informação quanto uma intenção de quem o produz. No entanto, há alguns recursos linguísticos que denotam mais claramente as intenções do falante, acentuando a subjetividade do discurso. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer esses recursos! Bons estudos. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a natureza intencional e dialógica dos discursos. Reconhecer as marcas de subjetividade inseridas no discurso. Avaliar a importância da subjetividade para a compreensão e a produção de textos. DESAFIO • • • Você recebe o seguinte bilhete do seu chefe: "Certas planilhas não estão certas." A repetição do termo "certas" é um pouco incômoda, não é mesmo? Mas a repetição não está incorreta, pois algumas palavras podem gerar sentidos diferentes, dependendo da posição que ocupam na frase. Pense mais sobre isso a partir das duas frases a seguir: INFOGRÁFICO A subjetividade/intencionalidade do enunciador é marcada pela maneira como ele seleciona e hierarquiza as informações que veicula por meio de seu discurso. Acompanhe a seguir a inserção de marcas de subjetividade em um fragmento textual. CONTEÚDO DO LIVRO Você sabe que alguns recursos da língua possibilitam a inserção da subjetividade nos textos. Dentre esses recursos estão as chamadas Figuras de linguagem, que conferem originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. Você conhecerá as figuras de linguagem lendo a partir de Recursos estilísticos e vícios de linguagem do livro Comunicação e expressão. Boa leitura! DICA DO PROFESSOR O vídeo desta Unidade de Aprendizagem está extremamente esclarecedor. Você consegue identificar a marca de subjetividade presente na frase anterior? Assista ao vídeo a seguir para entender de que forma as marcas aparecem no discurso. Você verá que nada é dito por acaso! Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Confira! EXERCÍCIOS 1) Numa aula, o professor lança a seguinte proposta: "Escreva um comentário sobre o Brasil." O professor pede as respostas por escrito. A seguir, são apresentadas algumas respostas produzidas pelos alunos. Uma delas não tem um tom subjetivo. Identifique-a. a) "O Brasil já foi considerado o país do futuro, mas esse futuro demorou muito a chegar." b) "Acho o patriotismo uma coisa patética. O Brasil é apenas mais um país no mundo, e não me sinto especial nem diferente das outras pessoas por ter nascido aqui.” c) "É como alguém um dia disse: 'o Brasil não é um país sério'." d) "O Brasil é um país com dimensões continentais e possui a quinta maior população do mundo." e) "Todos os brasileiros criticam o Brasil, mas poucos fazem alguma coisa para mudá-lo." 2) Além das marcas explícitas da inserção do sujeito no discurso (como o pronome "eu" e os verbos conjugados na primeira pessoa do plural), alguns recursos linguísticos denotam a impressão da subjetividade no texto. Certos advérbios desempenham esse papel. Qual das alternativas a seguir não apresenta um exemplo de efeito de subjetividade causado pelo advérbio destacado? a) Naquele restaurante servem uma cerveja bem gelada. b) A cidade realmente está violenta. c) Não se sabe quantos desempregados há no Brasil. d) Cecília é excessivamente emotiva. e) Finalmente, meu pai veio me visitar. 3) As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para conferir originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso. Uma figura de linguagem bastante utilizada é a metonímia, que ocorre quando uma palavra substitui outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Assinale a alternativa que não indica relação adequada estabelecida pelo termo destacado: a) Antes de sair, tomamos um cálice de licor. (Produção pelo produto.) b) Já li muito Jorge Amado. (Autor pela obra.) c) Os brasileiros se deixam guiar muito pelo coração. (Concreto pelo abstrato.) d) A criança de hoje está cercada pela tecnologia. (Singular pelo plural.) e) Almejando a medalha, a atleta treina por cinco horas diariamente. (Símbolo pela coisa simbolizada.) 4) Outra figura de linguagem comum é o eufemismo, que ocorre quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante. Apenas uma alternativa a seguir não traz um exemplo de eufemismo. Identifique-a. a) Pode haver uma redução da oferta de postos de trabalho em função da diminuição dos incentivos fiscais às empresas. b) Essa obra já foi vistoriada mil vezes e não apuraram as irregularidades. c) "E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir, Deus lhe pague" (Chico Buarque, canção "Deus lhe pague"). d) "Ele vivia de caridade pública" (Machado de Assis). e) A funcionária da empresa foi arrolada entre as testemunhas. 5) Considere a seguinte frase: "Parece haver relutância dos professores em fazer alterações no currículo do curso." Qual das alternativas a seguir apresenta uma interpretação equivocada sobre essa frase? a) O enunciador não tem certeza quanto à informação que ele relata. b) Ao usar o verbo de ligação "parece", o enunciador evita a exposição da sua própria opinião acerca da informação relatada. c) A frase tende à objetividade e à imparcialidade. d) O enunciador expressa de forma polêmica a informação relatada. e) Infere-se que os professores estão sendo pressionados para que as alterações no currículo do curso sejam feitas. NA PRÁTICA Você já deve ter ouvido falar que um texto acadêmico precisa ser escrito com neutralidade. Mas existe neutralidade no discurso? Muitos autores dizem que não. Sempre que produzimos textos – sejam eles informais ou formais –, escolhemos as informações que queremos transmitir (e as que queremos omitir) e elegemos o modo como as combinamos. Por exemplo, na frase "Ele é uma ótima pessoa", a seleção da palavra "ótima" exprime determinada intenção, mas a intenção seria outra se, no lugar, estivesse a palavra "péssima": "Ele é uma péssima pessoa". Agora, leia exemplos de como a seleção e a combinação de informações impedem que um texto seja visto como neutro e imparcial. SAIBA + Para ampliar seus conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo a(s) sugestão(ões) do professor: Enunciação: a categoria de pessoa. Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Confira! Marcas da subjetividade no gênero discursivo didático-científico Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Confira!
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