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Prof. Dr. Alexandre Dias UNIDADE III Genética e Citogenética Humana Variantes genômicas Fonte: autoria própria Tipos de variantes: SNP SNV Missense Nonsense Silenciosa CNVs InDels ROHs Somáticas Germinativas Variantes genômicas Impacto das variantes genômicas nas pessoas Benigna VUS Patogênicas Variantes genômicas Bancos de Dados Proteinas UNIPROT Ontologia Gene Ontology Expressão gênica ArrayExpr ess Vias Metabólicas BioCyc Dados Primários GENBANK /NCBI Dados Genômicos USCS/ENSEM BL Meta-Data ENTREZ Fonte: autoria própria Compreendendo o impacto das variantes genômicas na espécie humana! Variantes genômicas Fonte: autoria própria A genética e as doenças complexas DMT2 Epigenética Obesidade Interação com o meio Depressão e distúrbios de humor Autismo Variantes genômicas e as doenças complexas Variantes genômicas e as doenças complexas Fonte: Ramos-Lopez (2017). Nutrigenetic, nutrigenomic and nutriepigenetic knowledge for actions SNPs and other structural variants DNA methylation, histone modifications, and miRNA expression Gene expression profiles Age, gender, ethnicity Physiopathological status Microbiome Nutrition (dietary intake, absorption, transport, metabolismo, excretion) Physical activity Precision nutrition Disease risk prediction Genotype – and phenotype – based personalized treatment Therapy responsiveness Obesity Dyslipidemia NAFLD CVD T2DM Cancer Other Variante C677T no gene MTHFR Responsável pela conversão da homocisteína em metionina A alteração resulta em um produto proteico com atividade reduzida Conduta sugerida: aumentar a ingestão de ácido fólico Variante no gene APOA1 Principal apoproteína da HDL Pode influenciar nos níveis plasmáticos da HDL em função da ingesta de ácidos graxos poli-insaturados Variantes genômicas e as doenças complexas Os SNPs e a predisposição genética! Variantes genômicas Fonte: Ramos-Lopez (2017). “Todo SNP é uma SNV, mas nem toda SNV é um SNP!” Essa afirmativa é correta? Justifique sua resposta. Interatividade Todo SNP é uma SNV! Os polimorfismos de nucleotídeos únicos são variantes do genoma! Essas variantes são polimórficas, ou seja, apresentam uma frequência populacional elevada (>1%). Assim, os SNPs são variantes de elevada frequência, em pessoas sem fenótipo. Dessa forma, o impacto é importante, porém deve-se avaliar a relação genótipo-fenótipo. Resposta Câncer Deriva do latim: “caranguejo” (analogia entre este e a forma pela qual a moléstia ataca os tecidos). Neoplasia maligna. Doença de origem genética – envolve genes responsáveis pelo ciclo celular (proliferação, diferenciação e reparo no DNA). Causas: fatores externos e internos interferem na probabilidade da ocorrência de mutações. 5 ~ 10% dos casos são hereditários (mutações em linhagens celulares germinativas). Oncogenética Afeta ~ 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo ~ 23,6 milhões de novos casos por ano até 2030 Mais frequentes: Câncer de mama Câncer de próstata Câncer de pulmão Câncer de intestino Juntos: mais de 53% de todos os casos de câncer. Oncogenética Desenvolvimento: Proliferação celular descontrolada – variantes genômicas. CA: múltiplas alterações, resultando no desequilíbrio entre as forças que controlam positivamente e negativamente o ciclo celular. Duas classes de genes reguladores normais são os principais alvos da lesão genética: os proto-oncogenes e os genes supressores tumorais. Genes que regulam a apoptose e genes de reparo do DNA – duas outras classes também relevantes. Oncogenética Proto-oncogene Controle positivo do ciclo celular Caráter dominante Superexpressão gênica = desenvolvimento do câncer Genes HER2, BCL2, Família RAS Supressores tumorais: Controle negativo do ciclo celular Caráter recessivo Diminuição da expressão = desenvolvimento do câncer Genes Rb, p53 e BRCA-1 e BRCA-2 Oncogenética A epigenética e o câncer: O silenciamento e o despertar de genes. Câncer hereditário e a predisposição genética: Síndrome de Li-Fraumeni: variantes de função germinativa no gene p53 – afeta ~ 1 a 4 indivíduos a cada 20.000 indivíduos. Início precoce de vários tipos de tumores diferentes. O risco de desenvolver câncer nesse indivíduo é de, aproximadamente, 50% aos 30 anos, chegando a 90% aos 70 anos. Herdabilidade de uma variante e variação somática – hipótese de Knudson. Oncogenética Distúrbios da hemoglobina Doenças moleculares – evento primário da doença é uma variante genética São as doenças monogênicas mais comuns em humanos e causam morbidade significativa Hemoglobinopatias Mutações causadoras de doença afetam o funcionamento: Perda de função Ganho de função Aquisição de uma nova propriedade Expressão ectópica ou heterocrônica Hemoglobinopatias Variantes ocorrem: Elementos codificantes Elementos reguladores α-talassemia – deleções de gene de α-globinas β-talassemias – mutações de troca de sentido no gene de β-globinas Hemoglobinopatias Hemoglobina A ou Hb A – α2β2 5 outras hemoglobinas humanas normais Hemoglobinopatias Hemoglobina A (a2b2) – 92% em adultos. Hemoglobina A2 (a2d2) – 2,5% em adultos. Hemoglobina F (a2g2) – 50 a 85% em fetos e recém-nascidos. Pequena quantidade em adultos. Gower I (x2e2), Gower II (a2e2) e Portland (x2g2) – vida embrionária, antes de 7 a 10 semanas de gestação. Hemoglobinopatias Divididas em 3 grandes grupos: Variantes estruturais: alteram o polipeptídio globina, sem alterar a taxa de síntese. Talassemias: ocorre síntese reduzida de uma ou mais cadeias de globinas (desequilíbrio das quantidades relativas entre α e β globinas). Persistência hereditária de hemoglobina fetal: compromete a mudança da síntese de g-globina para b-globina. Hemoglobinopatias Anemia falciforme A hemoglobina falciforme (Hb S). Autossômica recessiva. Homozigotos: hemólise acelerada e hemácias na forma de foice em baixas tensões de O2. Heterozigotos – traço falcêmico: clinicamente normais, as hemácias se tornam falciformes in vitro, mas raramente acontece in vivo (codominância). Hemoglobinopatias Grupo heterogêneo de doenças associadas à síntese ou à estabilidade das cadeias α-globina e β-globina, causando, respectivamente, α-talassemia e β-talassemia. O desequilíbrio entre as cadeias α e β é a causa da doença – cadeia produzida normalmente está em excesso e se precipita. Também resulta na anemia hipocrômica microcítica. A frequência alta é devido à vantagem protetora contra a malária que confere aos heterozigotos. Mais frequente no Mediterrâneo, no Oriente Médio e em partes da África, da Índia e da Ásia. Ausência das cadeias de α-globina. Afetam a formação de ambas as hemoglobinas: fetal e do adulto. A hemoglobina com composição 4 γ é conhecida como Hb Bart’s e com 4 β, Hb H. Formas mais comuns – resultam de deleções dos genes de α-globina. Hemoglobinopatias – talassemias A oncogenética é uma subespecialidade da genética que estuda fatores genéticos de transmissão e herdabilidade para o câncer. O câncer, em 90% dos casos, é de origem esporádica. Sobre esse tema, responda à seguinte questão: O estudo do genoma, em busca de variantes genéticas relacionadas ao câncer, deve ser realizado em que tipo de material biológico? No tumor ou no sangue? Explique sua resposta! Interatividade O estudo do genoma, em busca de variantes genéticas relacionadas ao câncer, pode ser realizado nos dois tipos de materiais biológicos. No sangue, caso haja suspeita de herdabilidade de variantes patogênicas, ou no tumor, caso se acredite que a variante tenha sido adquirida e não herdada! Resposta Processo de comunicação Preceitos éticos, morais e legais Livre arbítrio deveser respeitado, incondicionalmente Especificidades: Doenças monogênicas Doenças cromossômicas Doenças multifatoriais Aconselhamento genético Risco de recorrência Anormalidades monogênicas Aconselhamento genético Risco de recorrência Anormalidades cromossômicas Especificidades: Alterações novas Alterações herdadas Aconselhamento genético Risco de recorrência Doenças multifatoriais SNPs Fatores ambientais Epigenética Aconselhamento genético Doenças multifatoriais: Obesidade Nutrição Microbioma Tecnologias de sequenciamento genético – preditivo! Novos testes diagnósticos A compreensão precisa e detalhada dos efeitos das variantes nas regiões codificantes e não codificantes do genoma é o próximo grande desafio na nova era da genômica. As descobertas envolvendo a heterogeneidade genética e fenotípica das doenças tiveram repercussões em todos as áreas da ciência, especialmente representando um grande impacto para a medicina personalizada. Assim, a compreensão da relação gene-variante-doença e sua complexidade abrange desde a definição dos genes patogênicos, ou seja, aqueles efetivamente causadores de doenças, até as variantes cujo significado ainda é considerado incerto. Os recentes avanços tecnológicos incluindo a utilização dos métodos de sequenciamento massivo paralelo do DNA, conhecido como sequenciamento de nova geração (NGS), foram responsáveis por inovações em todas as áreas da genética clínica, e, principalmente, no diagnóstico molecular. Nos últimos anos, a anotação precisa das variantes nas regiões codificantes e nas regiões intergênicas, não codificantes, vem sendo essencial para entender os efeitos funcionais que alteram o equilíbrio do genoma e perturbam a regulação gênica. Concluindo… ATÉ A PRÓXIMA!