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Antibiograma SENA, K.X.F.R. Em 14 de dezembro de 2018, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 64 de 11/12/2018 que “Determina aos laboratórios de rede pública e privada, de todas as Unidades Federadas, a utilização das normas de interpretação para os testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA), tendo como base os documentos da versão brasileira do European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST). A versão em português é o Brazillian Committee on Susceptibility testing (BrCAST). Estes testes devem ser feitos no laboratório clínico por dois motivos principais. → Para guiar o clínico na seleção do melhor agente antimicrobiano para o paciente segundo padrões analíticos referendados. → Para acumular informações epidemiológicas sobre a resistência de microrganismos de importância em saúde pública dentro da comunidade. Os testes de suscetibilidade antimicrobiana medem a capacidade de um antibiótico ou outro agente microbiano inibir o crescimento bacteriano “in vitro”. . Antibiograma (Bauer-Kirby modificado) Intercâmbio entre o clínico e o bacteriologista Clínico -Estar consciente da complexidade dos exames. -Conhecer o tempo real necessário para obtenção dos resultados. Bacteriologista -Avaliar aspectos clínicos da condição do paciente (idade, doença de base, fase da infecção, hipótese de diagnóstico e outros). -Ser capaz de sugerir exames adicionais, caso necessário, para ajudar na elucidação diagnóstica. O antibiograma reflete basicamente duas variáveis DROGA – EFICAZ OU NÃO EFICAZ. BACTÉRIA – RESISTENTE ou SENSÍVEL. BREAKPOINT É o valor da concentração inibitória mínima (CIM) ou do diâmetro da zona de inibição usado para caracterizar um microrganismo como suscetível dose padrão, susceptivel aumentando exposiçao (intermediário) ou resistente. Categorias segundo os pontes de corte EUCAST/ BrCAST, 2020 S - Sensível, dose padrão: Um microrganismo é categorizado como Sensível, dose padrão quando há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico utilizando o regime de dose padrão do agente. . Categorias segundo os pontes de corte EUCAST/ BrCAST, 2022 I - Sensível, aumentando exposição: Um microrganismo é categorizado como Sensível, aumentando exposição* quando há uma alta probabilidade de sucesso terapêutico devido ao aumento da exposição ajustando-se o regime de dosagem ou sua concentração no local de infecção. * Exposição é uma função de como o modo de administração, dose, intervalo entre as doses, tempo de infusão assim como a distribuição, metabolismo e excreção do antimicrobiano influenciam o microrganismo no local de infecção. Categorias segundo os pontes de corte EUCAST/ BrCAST, 2022 R - Resistente: um microrganismo é categorizado como Resistente quando há alta probabilidade de falha terapêutica mesmo quando há aumento da exposição. Fatores que influenciam o tamanho da zona de inibição no método de difusão em disco - Densidade do inóculo. - Meio de cultura apropriado. - Sincronização na aplicação do disco. - Temperatura de incubação. - Tamanho da placa, profundidade do meio de ágar e distância entre os discos de antibiótico. - Potência dos discos de antibiótico. PREPARAÇÃO DO INÓCULO A. Método de crescimento ➢Transferir duas a três colônias bem isoladas e do mesmo tipo morfológico para tubo contendo caldo BHI ou caldo de soja tríptica. ➢ Incubar os tubos a 35º C até alcançar a turbidez necessária ( 2 a 6 horas). B. Método de suspensão direta das colônias ➢ Transferir duas a três colônias bem isoladas e do mesmo tipo morfológico (a partir de um crescimento overnight em um meio não seletivo) para tubo contendo solução salina até alcançar a turbidez necessária. É recomendado que um dispositivo fotométrico seja utilizado para ajustar a densidade da suspensão. A leitura deve ser feita na absorbância em 625 nm deve estar na faixa de 0,08 a 0,13. Alternativamente, a densidade da suspensão pode ser comparada visualmente com a turbidez do padrão 0,5 da escala de McFarland. Para auxiliar a comparação, comparar o teste e padrão contra um fundo branco com linhas pretas. A suspensão deve ser utilizada, de preferência, em até 15min e obrigatoriamente até 60min após a preparação. Densidade do inóculo Padronizar a densidade do inóculo na turbidez equivalente ao tubo 0.5 da escala de McFarland (108 UFC/mL). ATENÇÃO: A suspensão de Streptococcus pneumoniae deve ser de preferência, preparada a partir de cultura obtida de ágar sangue de modo a obter densidade equivalente ao padrão 0,5 da escala de McFarland. Quando a suspensão for preparada a partir de cultura em ágar chocolate, a turbidez do inóculo deve ser equivalente ao padrão 1.0 da escala de McFarland. ATENÇÃO: Estudos taxonômicos recentes ressaltam que alguns membros anteriormente pertencentes da família Enterobacteriaceae estão agora incluídos em outras famílias da ordem Enterobacterales. Meio de cultura apropriado Microrganismos não fastidiosos MH agar - Agar Mueller Hinton ■ Enterobacterales ■ Pseudomonas spp. ■ Stenotrophomonas maltophilia ■ Acinetobacter spp. ■ Burkholderia pseudomallei ■ Staphylococcus spp. ■ Enterococcus spp. Microrganismos fastidiosos MH-F (MH + 5% de sangue de cavalo desfibrinado mecanicamente + 20 mg/L β-NAD ) Streptococcus grupos A, B, C e G Streptococcus pneumoniae Streptococcus Grupo Viridans Haemophilus influenzae Listeria monocytogenes Corynebacterium spp. GC – Neisseria gonorrhoeae - suplemento VCNT (que contém vancomicina, colistina, nistatina e trimetoprim) OBSERVAÇÃO: O meio deve ter uma espessura de 4,0 ± 0,5mm por placa. TAMANHO DA PLACA, PROFUNDIDADE DO MEIO DE ÁGAR 25mL em uma placa circular de 90mm 31mL em uma placa circular de 100mm 71mL em uma placa circular de 150mm Embeber o Swab no inóculo. Remover o excesso apertando e rodando firmemente o swab contra a parede do tubo acima do nível do líquido, para os Gram negativos. Para bactérias Gram positivas, não pressionar o swab contra a parte interna do tubo Semeadura Semeadura Fazer a semeadura da suspensão bacteriana com o “swab”, passando-o sobre toda superfície do meio de cultura por três vezes, girando a placa num ângulo de 60°C após cada aplicação, em seguida passar o “swab” ao redor das bordas das superfície do ágar. ARMAZENAMENTO DOS DISCOS Armazenar os discos, incluindo os que estão em dispensadores, em embalagens fechadas com dessecador (sílica gel) e protegidos da luz (alguns agentes como, metronidazol, cloranfenicol e fluoroquinolonas, são inativados por exposição prolongada à luz). a refrigeradores e freezer com porta de vidro e iluminação interna! Colocar os discos de antibióticos sobre a superfície do meio semeado assepticamente e uniformemente obedecendo a mesma distância e a uma distância de aproximadamente 15 mm da borda da placa. Cada disco deve ser delicadamente pressionado para assegurar contato uniforme com o meio. Aplicação dos discos APLICAÇÃO DOS DISCOS NA PLACA Verificar se a potência dos discos estão adequadas. Os discos devem estar à temperatura ambiente. O número de discos nas placas deve ser limitado. Aplicar os discos em até 15min após a inoculação da placa. Incubação e Leitura dos resultados ➢ Incubar a 35°C por um período de 18±2 horas ➢ Fazer a leitura medindo o diâmetro de cada zona de inibição em mm, com auxílio de uma régua ou paquímetro ➢Interpretar os tamanhos dos halos de inibição classificando os microrganismos segundo as categorias propostas de acordo com os valores de pontes de cortes contidos nas tabelas. Para detecção da resistência induzível à clindamicina em estafilococos e estreptococos, os discos de eritromicina e clindamicinadevem ser posicionados a uma distância (borda a borda) de 12 a 20 mm para estafilococos e 12 a 16 mm para estreptococos. Enterobacterales 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Pseudomonas spp. 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Stenotrophomonas maltophilia 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Acinetobacter spp. 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Staphylococcus spp. 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Enterococcus spp. 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h (24h para glicopeptídeos) Burkholderia pseudomallei 35±1°C em aerobiose por 18 ± 2h Streptococcus spp. Grupos A, B, C e G 35±1°C com 4-6% de CO2, em ar, por 18 ± 2h Streptococcus pneumoniae 35±1°C com 4-6% de CO2, em ar, por 18 ± 2h Streptococcus Grupo Viridans 35±1°C com 4-6% de CO2, em ar, por 18 ± 2h Haemophilus influenzae 35±1°C com 4-6% de CO2, em ar, por 18 ± 2h Listeria monocytogenes 35±1°C com 4-6% de CO2, em ar, por 18 ± 2h Corynebacterium spp. 35±1°C com 4-6% de CO2, em aerobiose por 18 ± 2h. Isolados com crescimento insuficiente em 16-20h devem ser reincubados imediatamente e os halos de inibição devem ser lidos após um total de 40-44h de incubação. Condições de incubação para placas de teste de sensibilidade (EUCAST, 2021 ) Regra dos 15-15-15 minutos: usar a suspensão do inóculo dentro de 15min da preparação, aplicar os discos dentro de 15min da semeadura e incubar as placas dentro de 15min da aplicação do discos. (EUCAST, 2021 ) Leituras de halos de inibição Fazer a leitura na parte posterior (fundo) da placa de MH, contra fundo escuro, sob luz refletida Fazer a leitura da placa de MH-F sem tampa, e observar a superfície que contém os discos, sob luz refletida. Leituras de halos de inibição (EUCAST, 2021 ) Sem halo de inibição Se culturas puras, as colônias dentro do halo de inibição devem ser consideradas na leitura do halo. Ler a inibição do crescimento ignorando o swarming (observado mais frequentemente com Proteus spp.). (EUCAST, 2021 ) Halos de inibição duplos • Na presença de halos duplos, verificar a pureza do isolado e repetir o teste, se necessário. • Se culturas puras, ler o halo interno de inibição. (EUCAST, 2021 ) Halo de inibição com bordas difusas/mal definidas Enterobacterales e em Staphylococcus (EUCAST, 2021 ) β-hemólise • α-hemólise EUCAST, 2021 Para alguns microrganismos, há uma α-hemólise adicional sem crescimento. Inclinar a placa para diferenciar hemólise de crescimento. Enterobacterales com ampicilina, ampicilina- sulbactam e amoxicilina-ácido clavulânico Ignorar o crescimento discreto que pode aparecer como um halo interno em alguns lotes de ágar Mueller- Hinton. Este crescimento não é visto em alguns lotes de ágar MH e quando o halo externo é lido não existe nenhuma diferença entre os lotes. Fatores importantes • Testes de rotina nem sempre predizem eficácia clínica. • Microrganismos podem apresentar sensibilidade “in vitro” mas a resposta clínica ao tratamento é falha. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Beta Lactâmicos PENICILINAS ❑ Penicilinas Naturais Penicilina G (benzilpenicilina) Penicilina V (fenoximetilpenicilina) feneticilina (fenoxietilpenicilina) ❑ Penicilinas resistentes a ação beta-lactamases Oxacilina Isoxazolilpenicilinas Meticilina ❑ Penicilinas de Espectro Ampliado ✓ Aminopenicilinas - ampicilina, amoxicilina 2 geração ✓ Carboxipenicilinas - carbenicilina, ticarcilina 3 geração ✓ anti-Pseudomonas Ureidopenicilinas - piperacilina, azlocilina, mezlocilina 4 geração Amidinopenicilinas - Bactérias Gram negativas aeróbias . O pivmecilinam é o único antimicrobiano desta classe, não incluindo Pseudomonas. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS PENICILINAS + INIBIDORES DE BETALACTAMASE ✓AMOXICILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO - CLAVULIN ✓AMPICILINA + SULBACTAM - UNASYN ✓TICARCILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO- TIMETIM ✓ PIPERACILINA + TAZOBACTAM- TAZOCIN Beta Lactâmicos CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Beta Lactâmicos CEFENS ✓Cefalosporinas de 1º geração: Cefalotina (IV), Cefalexina (VO) - Ativos frente a cocos Gram positivos (exceção Enterococcus), pouco ativo para enterobactérias. ✓Cefalosporinas de 2º geração: Cefuroxima (IV/IM), Cefoxitina (IV/IM/VO), Cefaclor (VO) - Pouco ativos frente a cocos Gram positivos, aumento da atividade para Gram negativos. CEFENS ✓Cefalosporinas de 3º geração: Cefotaxima, Ceftriaxona, Ceftazidima -Ativos frente a Gram- negativos, praticamente sem atividade contra cocos Gram positivos. ✓ Cefalosporinas de 4º geração: Cefepima, Cefpiroma - Ativos frente a Gram-negativos, Gram positivos e anaeróbios. Beta Lactâmicos CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Beta Lactâmicos MONOBACTAM AZTREONAN ✓Foi o primeiro monobactam a ser usado na prática clínica. ✓ É bactericida, atua especificamente contra bactérias Gram negativas. ✓ É resistente a ação das betalactamases. ✓Apenas de uso hospitalar. CARBAPENENS IMIPENEM, MEROPENEM, ERTAPENEM, DORIPENEM ✓ São ativos contra Gram positivos, Gram negativos e anaeróbios. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Beta Lactâmicos Observação: Todos os beta lactâmicos inibem a síntese da parede celular. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Glicopeptídeos ➢ Representantes: Vancomicina e Teicoplanina ➢ Inibe a síntese da parede celular ➢ Atua exclusivamente contra Gram positivos ➢ Ocorre sinergismo com Aminoglicosídeos ou Rifampicina contra Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Cloranfenicol 50S ➢Tem sido usado no tratamento de infecção por Enterococcus resistentes à vancomicina. ➢Pode ser utilizada nas salmoneloses, principalmente na febre tifóide. ➢ É alternativa no tratamento de meningite bacteriana e epiglotite, artrite séptica e osteomielite por Haemophilus influenzae em pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos. Aminoglicosídeos ➢ Principais representantes: Gentamicina. Amicacina, Neomicina, Streptomicina, Tobramicina, Netilmicina. ➢ Inibem a síntese de proteínas através da unidade 30S. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Tetraciclinas 30s Clortetraciclina (aureomicina, biomicina), oxitetraciclima, oxiciclina, minociclina. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Glicilciclina 30s Tigeciclina (2006) É ativo contra bactérias Gram-negativas, Gram-positivas e anaerobios - incluindo atividade contra Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA). Não tem atividade contra Pseudomonas spp. ou Proteus spp Macrolídeos 50S ✓Tem como protótipo a Eritromicina ✓ Amplo espectro de ação incluindo os gêneros Mycoplasma, Chlamydia, Treponema e Riquettsia. Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa são resistentes ✓EX: Claritromicina, Azitromicina, Roxitromicina Os macrólideos são úteis no tratamento de infecções causadas por Streptococcus e Enterococcus constituindo uma alternativa às penicilinas bem como nas infecções respiratórias por Haemophilus influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila (primeira escolha). CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Ketolídeos (2004) Os ketolídeos são derivados semi-sintéticos dos macrólideos. Constituem uma nova classe de antimicrobianos que apresenta uma atividade antibacteriana contra cocos Gram positivos multirresistentes e contra Haemophilus superior à dos macrólideos. A telitromicina, único antibiótico desta classe que se encontra atualmente comercializado, não é ativa contra Enterobactereaceae nem contra Pseudomonas aeruginosa. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Quinolonas e Fluoroquinolonas ➢ Espectro estreito (1º geração): Ácido nalidíxico. ➢Espectro Largo (2º geração): Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino. ➢ Espectro Largo (3º geração): Levofloxacino, Gatifloxacino. ➢ Espectro largo ( 4º geração): Moxifloxacino, Delafloxacino. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Lincosamidas 50S ✓ A Clindamicina é o principal representante. ✓ Inibe a síntese proteica. ✓ É um dos mais ativos antibióticos contra anaeróbios ✓ Resistência Induzida = Clindamicina (2µg) x Eritromicina (15µg) Distância de 12 a 16mm CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Oxazolidinonas 50S ➢ Representante: Linezolide ➢ Inibe a síntese de proteínas ➢ Deve ser utilizado em infecções por Gram positivos com resistência aos glicopeptídeos e aos beta-lactâmicos. Sulfonamidas e Trimetoprim ➢ Atuação Gram-positivos e Gram-negativos ➢ Inibe a síntese do DNA ➢ Combinação: SULFAMETOXAZOL-TRIMETOPRIM Esses agentes atuam sinergicamente contra algumas bactérias. Bactérias resistentes a um agente dificilmente serão resistentes ao outro. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS Polimixinas ➢ Polimixinas A, B, C, D, E (Colistina) ➢ Ativa contra Gram-negativas. ➢ Todas as Gram-positivas são resistentes ➢ Atuam na membrana Celular Mecanismo de Ação Bactérias de crescimento rápido: 1. Enterobacterales 2. P. aeruginosa 3. Staphylococcus spp. 4. Enterococcus spp. 5. Acinetobacter spp. 6. Burkholderia cepacia 7. Stenotrophomonas maltophilia Enterobacterales AIT= AREA DE INSTABILIDADE TÉCNICA Regras para utilização dos antimicrobianos 1. Benzilpenicilina é usada representando todas as penicilinas sensíveis a ação da ß-lactamase (como fenoximetilpenicilina, feneticilina). 2. Oxacilina é o representante de todo o grupo das penicilinas resistentes a ação da ß-lactamase (incluindo meticilina, nafcilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina). 3. A desvantagem de se utilizar o disco de meticilina como representante das penicilinas resistentes à ß-lactamase é sua grande instabilidade química mesmo em condições convencionais de estocagem. Regras para utilização dos antimicrobianos 4. Os resultados obtidos no disco tetraciclina podem ser aplicados a clorotetraciclina, oxitetraciclina e outros membros deste grupo. 5. Os resultados com o disco de cloranfenicol podem ser extrapolados ao tianfenicol. 6. Somente um representante de sulfonamidas é necessário em um teste. 7. Ampicilina é o protótipo para o grupo penicilinas de amplo espectro. Como é sensível a ß-lactamase não deve ser usada para testar Staphylococcus produtor de ß-lactamase. Geralmente a susceptibilidade à ampicilina é valida para outros membros do grupo como a amoxicilina. Regras para utilização dos antimicrobianos 8. A cefalotina é testada como representante de todas as cefalosporinas de primeira geração (cefalexina, cefradina, cefaloridina, cefazolina, cefapirina). Podem-se usar ainda representantes de cefalosporinas de 2 e 3 gerações (cefoxitina, cefuroxima, cefotaxima, ceftriaxona). 9. Cefepima e cefpiroma são cefalosporinas de 4 geração muito ativas para Pseudomonas e outros Gram-negativos. 10. A Eritromicina é o representante dos Macrolídeos. Regras para utilização dos antimicrobianos 11.O uso de nitrofurantoina esta limitado somente para infecções do trato urinário (Escherichia coli. Enterococcus faecalis e Staphylococcus spp). 12.Ácido nalidíxico somente para cepas urinárias de Enterobacterales. 13.Carbenicilina somente para cepas urinárias de Enterobacterales, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. 14.Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina e Clindamicina não devem ser informadas rotineiramente em cepas isoladas do trato urinário. Resultados não confiáveis Resultados enganosos perigosos relatados como sensíveis contra microrganismos específicos - Cefalosporinas de primeira e segunda geração e aminoglicosídeos contra Salmonella e Shigella spp. - Todos os agentes antimicrobianos β-lactâmicos contra estafilococos resistentes a meticilina/ oxacilina. - Cefalosporinas, aminoglicosídeos, clindamicina e sulfametoxazol /trimetoprim contra Enterococcus. (Com exceção dos aminoglicosídeos de alta concentrações). ESBL Extended Spectrum β-Lactamases Primeiramente encontrado em: ➢Klebsiella, E. coli Também em: ➢Proteus, Serratia, ➢Enterobacter, Salmonella ➢ Morganella....... A maioria são inibidos por Ácido Clavulânico e Tazobactam. Detecção fenotípica da produção de ESBL GRAM NEGATIVO Detecção fenotípica de uma amostra de K. pneumoniae produtora de ESBL pelo teste de disco combinado (TDC), utilizando disco de ceftazidima (CAZ) e cefotaxima (CTX) associado ou não ao ácido clavulânico. Observar um aumento maior que 5 mm da associação β-lactâmico/inibidor de β-lactamase em comparação àquelas do β-lactâmico sozinho. Teste de aproximação dos discos ou Teste de sinergismo de disco duplo (TSDD) O aumento do diâmetro do halo de inibição ou o aparecimento da zona fantasma, distorção do halo ao redor do disco β-lactâmico, indica a presença de uma amostra produtora de ESBL. Expansão do halo de inibição da cefalosporina indicadora em direção ao disco de amoxicilina-ácido clavulânico Etest ESBL: É um teste confirmatório baseado na inibição das enzimas ESBL in vitro pelo ácido clavulânico. São utilizadas fitas contendo em um lado gradiente de antibiótico (ceftazidima ou cefotaxima) e na outra extremidade o mesmo antibiótico associados ao inibidor, ácido clavulânico (TZ/TZL ou CT/CTL). ETEST ESBL LEITURAS POSITIVO: razão de CIMs for ≥ 8 ou se houver deformação da elipse. Os pontos de corte de cefalosporinas para Enterobacterales permitem detectar todos os mecanismos de resistência clinicamente relevantes incluindo ESBL. Alguns isolados produtores de β- lactamases são sensíveis ou sensíveis , aumentando exposição a cefalosporinas de 3ª ou 4ª gerações, considerando-se os pontos de corte determinda pelo BrCAST, e devem ser reportados de acordo com o resultado do teste, ou seja, a presença ou ausência de ESBL não influencia na categorização da sensibilidade. A detecção e caracterização de ESBL são recomendadas para fins de saúde pública e controle de infecções. Isolados sensíveis à cefadroxila e/ou cefalexina podem ser reportados como "sensível, aumentando exposição" (I) para cefazolina. Detecção fenotípica da produção de carbapenemases Teste de Hodge modificado Fazer o TSA por disco-difusão semeando a cepa de E. coli ATCC 25922 em uma placa de ágar Müeller-Hinton e colocar no centro da placa um disco de meropenem ou ertapenem de 10 µg. Notar a distorção do halo de inibição, que é indicativa da produção de carbapenemase pela amostra de K. pneumoniae testada, pelo método de disco-difusão. Método de Inativação de Carbapenem Modificado para Detecção Fenotípica da Produção de Carbapenemase entre Enterobacterales. Procedimento: 1. Suspensão bacteriana com a amostra a ser testada bem concentrada. 2. Adicionar um disco de meropenem de 10 μg nesta suspensão. Incubar a 36 °C por 2 horas. (CP-CRE) = enterobacteria resistente a carbapenêmicos, produtoras de carbapenemases (mCIM) = método de inativação de carbapenemicos modificado 3. Retirar o disco da suspensão e colocar em uma placa de ágar Müeller-Hinton semeada com E. coli ATCC 25922 na escala de 0,5 de Mac Farland. 4. Incubar a placa a 36 °C por 24 horas. Leitura: A = negativo para produção de carbapenemase, pois a enzima Não hidrolisou o antimicrobiano presente no disco. B = positivo para carbapenemase, pois a enzima hidrolisou o antimicrobiano inativando o fármaco. Alguns isolados produtores de carbapenemases são categorizados como sensíveis utilizando os pontos de corte determinado pelo BrCAST e devem ser reportados de acordo com o resultado do teste, ou seja, a presença ou ausência de carbapenemases não influenciana categorização da sensibilidade. A detecção e a caracterização de carbapenemases são recomendadas para fins de saúde pública e controle de infecções. Para a triagem de carbapenemases, é recomendado um ponto de corte para meropenem de >0,125 mg/L (diâmetro de halo <28 mm). ATENÇÃO Metallo ß-lactamases (MBLs) são enzimas de classe B cuja atividade é dependente de cátions divalentes como o zinco ou cádmio, por isso sua atividade pode ser inibida por quelantes de metais tais como o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA). (eCIM) = diferenciação de metalo-β-lactamases de serina carbapenemases (KPC) Metalo-β-lactamases EDTA NÃO INIBIU A CARBAPENEMASE MEROPENEM NÃO ATIVO EDTA INIBIU A CARBAPENEMASE (MBL) MEROPENEM ATIVO Resultado: mCIM e eCIM positivos • Relatório: metalo-β-lactamase detectada Resultado: mCIM positivo e eCIM negativo • Relatório: serina carbapenemase detectada-KPC Cepas produtoras de metalo-beta-lactamases (MBL) são Resistentes aos Carbapenêmicos. Resistencia a oxacilina / meticilina em Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus resistente à oxacilina é denominado de ORSA (oxacillin resistant S. aureus) ou MRSA (methicillin resistant S. aureus). A resistência à oxacilina/meticilina pode ser detectada fenotipicamente pela determinação da CIM bem como por teste de disco-difusão. A cefoxitina é um marcador muito sensível e específico da resistência mediada por mecA/mecC e é o fármaco de eleição para o disco- difusão. A maioria dos S. aureus são produtores de penicilinase e alguns são resistentes à meticilina (oxacilina). Qualquer um desses mecanismos os torna resistentes à benzilpenicilina, fenoximetilpenicilina, ampicilina, amoxicilina, piperacilina e ticarcilina. Isolados sensíveis à benzilpenicilina e à cefoxitina podem ser reportados como sensíveis a todas as penicilinas. Isolados resistentes à benzilpenicilina, mas sensíveis à cefoxitina, são sensíveis às combinações de inibidores de β- lactamase, isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina e flucloxacilina) e à nafcilina. Isolados resistentes à cefoxitina são resistentes a todas as penicilinas. A sensibilidade às cefalosporinas em estafilococos é inferida pela sensibilidade à cefoxitina, exceto para ceftazidima, ceftazidima-avibactam e ceftolozana-tazobactam, que não têm pontos de corte definidos e não devem ser utilizadas para tratamento de infecções estafilocócicas. Se forem relatados cefotaxima e ceftriaxona para estafilococos sensíveis à meticilina (oxacilina), estes devem ser relatados como “Sensível, aumentando exposição” (I). A sensibilidade dos estafilococos aos carbapenêmicos é inferida a partir da sensibilidade à cefoxitina. TESTES LABORATORIAIS PARA DETECTAR O GENE mecA O gene mecA se expressa em níveis maiores na presença de cefoxitina quando comparado com oxacilina. O uso do teste de disco-difusão com oxacilina deve ser desencorajado. CIM > 4 mg/L para cefoxitina deve ser reportadas como resistentes a meticilina. halo de inibição < 22 mm para a cefoxitina devem ser reportadas como resistentes a meticilina. Categorização da sensibilidade a oxacilina usando como marcador a cefoxitina CEFOXITINA Os resultados de difusão em disco com cefoxitina ou testes MIC cefoxitina pode ser utilizado para prever a presença de resistência à oxacilina mecA mediada em S. aureus e S. lugdunensis . A cefoxitina é utilizado como um substituto para a detecção de resistência à oxacilina. ➢ Estafilococos sensíveis à penicilina são também susceptíveis a outros agentes Beta - lactâmicos com estabelecida eficácia clínica para infecções por estafilococos. ➢ Estafilococos resistentes a Penicilina são resistentes a penicilinas penicilinase - lábeis. ➢ Estafilococos resistentes à oxacilina/cefoxitina são resistentes a todos os agentes antimicrobianos Beta - lactamicos atualmente disponíveis, com a exceção das cefalosporinas mais recentes com ATIVIDADE anti – MRSA. ATENÇÃO A susceptibilidade ou resistência a uma grande variedade de agentes antimicrobianos Beta - lactâmicos pode ser deduzida a partir de testes apenas com penicilina e cefoxitina. Os testes de rotina de outro agente Beta –lactâmicos, exceto aqueles com atividade anti- MRSA, não é aconselhável. Não recomenda que o teste de susceptibilidade a vancomicina seja realizado pelo método de disco difusão, e sim pelo método de determinação da concentração inibitória mínima (CIM). O ponto de corte clínico (CIM) do EUCAST para a resistência à vancomicina em S. aureus é > 2 mg/L. Resistência a Vancomicina VRSA - S. aureus resistente à vancomicina: Isolados de S. aureus com alto nível de resistência à vancomicina (CIM > 8 mg/L). VISA: S. aureus intermediário à vancomicina: Isolados de S. aureus com resistência de baixo nível à vancomicina (CIM 4-8 mg/L). hVISA: S. aureus com heterorresistência intermediária à vancomicina: Isolados de S. aureus sensíveis à vancomicina (CIMs ≤2 mg/L), mas com populações minoritárias (1 em cada 106 células) com CIM de vancomicina > 2 mg/L, conforme investigação do perfil por análise populacional. Teste de indução do fenótipo MLSB ou teste D Colocar um disco de 2 µg de clindamicina a uma distância de 12- 16 mm da borda de um disco de 15 µg de eritromicina como parte da rotina laboratorial no teste de disco difusão. Teste D negativo; ou seja, fenótipo MLSB negativo. gene msrA Teste D positivo; ou seja, fenótipo MLSB positivo. A resistência à eritromicina e à clindamicina poderia ser justificada pela presença do gene ermA. Eritromicina Clindamicina Quinupristina-dalfopristina, em uma mistura 30:70 (Synercid) (Constitutiva) ATENÇÃO A RESISTÊNCIA INDUZÍVEL À CLINDAMICINA PODE SER DETECTADA PELO ANTAGONISMO DA ATIVIDADE DA CLINDAMICINA POR AGENTE MACROLÍDEO. O TESTE DEVE SER REALIZADO PARA O GÊNERO Staphylococcus E PARA Streptococccus DOS GRUPOS A, B, C e G. Surgimento de Resistência Alguns agentes antimicrobianos estão associados com o surgimento de resistência durante cursos prolongados de tratamento. Assim, os isolados inicialmente sensíveis podem se tornar resistentes após o início do tratamento. • Isso acontece nos três ou quatro primeiros dias, com mais freqüência em Enterobacter, Citrobacter e Serratia spp. com as cefalosporinas de terceira geração; • em P. aeruginosa com todos os agentes antimicrobianos; • e nos estafilococos com as quinolonas. Para Enterococcus spp., Cefalosporinas, aminoglicosídeos (exceto para a resistência de alto nível), clindamicina, e trimetoprim - sulfametoxazol pode aparecer ativos in vitro , mas não são eficaz clinicamente e não devem ser relatados como suscetíveis. OBSERVAÇÕES GERAIS Enterococcus sensíveis à penicilina são previsivelmente suscetíveis à ampicilina, amoxicilina, ampicilina-sulbactam, amoxicilina - clavulanato, piperacilina, e piperacilina - tazobactam. No entanto, os Enterococcus suscetíveis à ampicilina não pode ser considerado como sensíveis à penicilina. A terapia de combinação com ampicilina, penicilina, ou vancomicina (por cepas sensíveis), mais um aminoglicosídeo é normalmente indicado para infecções enterocócicas graves, como a endocardite. OBSERVAÇÕES GERAIS Slide 1: Antibiograma Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5: Antibiograma (Bauer-Kirby modificado) Slide 6: Intercâmbio entre o clínico e o bacteriologista Slide 7: O antibiograma reflete basicamente duas variáveis Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12: Fatores que influenciam o tamanho da zona de inibição no método de difusão em disco Slide 13: PREPARAÇÃO DO INÓCULO Slide 14: B. Método de suspensão direta das colônias Slide 15 Slide 16: Densidade do inóculo Slide 17 Slide 18 Slide 19: Meio de cultura apropriado Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24: Semeadura Slide25 Slide 26 Slide 27 Slide 28: Incubação e Leitura dos resultados Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66: Regras para utilização dos antimicrobianos Slide 67: Regras para utilização dos antimicrobianos Slide 68: Regras para utilização dos antimicrobianos Slide 69: Regras para utilização dos antimicrobianos Slide 70: Resultados não confiáveis Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103 Slide 104 Slide 105 Slide 106 Slide 107 Slide 108 Slide 109 Slide 110
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