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Legislacao e organizacao de sistemas de distribuicao de energia eletrica

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DESCRIÇÃO
Desenvolvimento do sistema de distribuição e suas principais funções, responsabilidades e instituições que
participam do processo regulatório e operativo.
PROPÓSITO
Compreender o funcionamento do sistema de distribuição, bem como suas funções é indispensável ao estudante de
engenharia elétrica, pois promoverá conhecimentos técnicos relacionados à operação e às legislações vigentes nos
dias que decorrem. Esse conhecimento se faz importante não somente ao aluno, uma vez que a energia elétrica faz
parte do cotidiano e cabe ao consumidor conhecer seus direitos e deveres.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar, tenha em mãos caneta e papel para tomar notas e solucionar os exercícios propostos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever a estrutura organizacional, as áreas de atuação e responsabilidades inerentes ao sistema de distribuição
de energia elétrica
MÓDULO 2
Reconhecer a legislação básica vigente
MÓDULO 3
Identificar quais os itens de controles e índices de qualidade e confiabilidade, bem como sua forma de cálculo
LEGISLAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
MÓDULO 1
 Descrever a estrutura organizacional, as áreas de atuação e responsabilidades inerentes ao sistema de
distribuição de energia elétrica
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL, ÁREAS DE
ATUAÇÃO E RESPONSABILIDADES INERENTES
O SETOR ELÉTRICO: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
O sistema elétrico mundial passou por diversas mudanças que influenciaram o surgimento de instituições, no Brasil,
com a finalidade de desempenhar funções específicas relacionadas a questões políticas e regulatórias.
Essas instituições acabaram contribuindo para a evolução do sistema elétrico; veja a seguir um resumo histórico
(dividido em três fases) com os principais acontecimentos dessas modificações em nosso país:
INÍCIO DO SÉCULO XX
INVESTIMENTO ESTATAL
REESTRUTURAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO
Marco inicial das atividades elétricas no Brasil: nesta fase, surgiram as primeiras usinas hidrelétricas e também as
primeiras empresas operando no setor. Também foram promulgadas as primeiras leis para operação do sistema.
Forte atuação do estado nas tarefas do setor elétrico: nesta fase, observam-se grandes investimentos por causa da
presença do estado que perdura até o fim do século XX. Surgem os primeiros órgãos do setor como o Ministério de
Minas e Energia. Entra em operação a primeira geração de Itaipu.
Participação da iniciativa privada: nesta fase, identifica-se a desestatização do setor, com a implementação de novo
modelo, e a presença de empresas privadas.
Na Figura 1, é apresentada uma linha do tempo que representa a evolução histórica das três fases acima citadas.
Fonte: EnsineMe
 Figura 1: Evolução histórica do Setor Elétrico Brasileiro
O surgimento do modelo do “novo setor elétrico”, implementado em 2004, promoveu a criação de diversos agentes
que juntos são responsáveis pelos processos institucionais relacionados às políticas que vão desde a geração até a
comercialização de energia no país.
As principais funções dos membros institucionais são regulamentar, fiscalizar, mediar conflitos e organizar leilões de
energia entre as concessionárias.
A Figura 2 ilustra o modelo institucional do setor elétrico, em que se destacam os membros integrantes e sua relação
entre si.
Fonte: EnsineMe
 Figura 2 – Modelo institucional do setor elétrico
Cada uma das instituições apresentadas possui um papel individual e indispensável dentro da organização do setor
elétrico. Conheça os detalhes:
CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA (CNPE)
Órgão político, com a função de formular as políticas e diretrizes que devem ser tomadas pelo governo; os membros
do conselho são responsáveis por propor planos de ações para garantir o atendimento da demanda de carga em
todo território brasileiro e por avaliar e propor o uso econômico dos recursos energéticos do país, entre outras
funções correlatas.
COMITÊ DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO (CMSE)
Coordenado diretamente pelo MME (Default tooltip) , tem a função de garantir a segurança do suprimento de
energia em todo o Brasil; são avaliados os desenvolvimentos dos setores de geração, transmissão, distribuição e
comercialização.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME)
Criação e implementação de políticas para o setor energético. Segundo o próprio MME, entre as principais
responsabilidades estão a gestão do CNPE e o CMSE.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA
É uma empresa pública independente, cujas funções englobam o desenvolvimento de estudos e pesquisas no setor
energético e o incentivo financeiro a projetos voltados ao setor elétrico. Essa instituição presta serviços para o MME.
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (ONS)
Responsável por operar e coordenar o sistema elétrico brasileiro; entre as tarefas do órgão estão o planejamento e a
operação dos sistemas e a administração de novas instalações.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA
Responsável por fiscalizar e regular a transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de estabelecer
as tarifas para esse serviço. Essas ações podem ser definidas por meio de ações contratuais entre o órgão
regulador (Aneel) e as empresas prestadoras de serviço, distribuidoras, concessionárias e demais.
CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Opera o mercado de energia.
COMPOSIÇÃO DO SISTEMA ELÉTRICO
O sistema elétrico, apresentado na Figura 3 e operado pelo ONS, é composto por todos os equipamentos cuja
responsabilidade é gerar, transmitir e distribuir a energia. Essa divisão do sistema em três subgrupos só ocorreu,
porém, após a implementação do modelo de livre-mercado, segundo dados da CCEE, em que as atividades
passaram a ser desenvolvidas em seus respectivos setores.
O sistema elétrico tem a função principal de atender a carga, independentemente das condições em que ele se
encontre. Sendo assim, deve ser projetado de acordo com a demanda do consumidor, prevendo cenários de
aumento.
Fonte: Maila Facchini/Shutterstock.com
A energia (mecânica, térmica, química ou outra) é transformada em elétrica nas usinas e parte do sistema atribuída
por geração. Devido ao alto potencial hídrico brasileiro, a maioria das geradoras se situam em áreas distantes dos
centros de carga (consumidores), porque utilizam os recursos hidráulicos ofertados, o que requer uma vasta área
disponível para a instalação. Por essa razão, a eletricidade precisa percorrer longas distâncias, trafegando pelas
linhas de transmissão para que alcance o sistema de distribuição e, por meio dele, chegue até o ponto de consumo.
Fonte: EnsineMe
 Figura 3 – O sistema elétrico
Na Figura 4 está representado um fluxograma do processo de geração, transmissão e distribuição: o caminho
percorrido pela energia até o ponto de consumo. O percurso entre a geração e a carga exige cuidados quanto aos
níveis de tensão de cada trecho, por isso, na transação entre um subsistema e outro são inseridas subestações
abaixadoras ou ainda transformadores abaixadores ou elevadores. Tais alterações nos níveis de tensão da rede
também podem ser observadas por meio do fluxograma apresentado.
Fonte: EnsineMe
 Figura 4 – Processos do sistema elétrico
Fonte: Marko Kukic/Shutterstock.com
GERAÇÃO
Responsáveis pela conversão ou transformação de um tipo de energia em elétrica, em sua maioria, as usinas
geradoras brasileiras são de natureza hídrica; entretanto, tendo em vista a escassez de recursos naturais, a alta
emissão de gases poluentes, a preocupação com problemas socioambientais e o forte potencial para exploração de
recursos alternativos, o país vem apresentando uma grande diversidade na composição da matriz produtora.
Fonte: Bohbeh/Shutterstock.com
TRANSMISSÃO
Elo entre geração e distribuição, opera como via para que a eletricidade seja transportada de um subsistema para
outro. É composto de mais de 100km de linhas de transmissão que percorrem o país conectando geradoras e
distribuidoras e integrando os elementos da rede.
Fonte: Andrii Medvednikov/Shutterstock.comDISTRIBUIÇÃO
Responsável por distribuir a energia recebida pelo sistema de transmissão para os pontos consumidores (a ser
apresentado a seguir).
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Segundo a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), o sistema de distribuição pode ser
confundido com a topologia das cidades, onde existem ramificações que permitem a conexão física entre o sistema
elétrico e o consumidor.
SUA CONSTITUIÇÃO É DADA POR EQUIPAMENTOS
RESPONSÁVEIS POR TRANSPORTAR A ENERGIA DO SISTEMA DE
TRANSMISSÃO AOS CENTROS DE CONSUMO, COMO CABOS,
TRANSFORMADORES, MEDIDORES, DISPOSITIVOS
RESPONSÁVEIS PELA PROTEÇÃO E PELO CONTROLE.
Entre as linhas de transmissão e as de distribuição, são construídas unidades de subestação abaixadoras, que
recebem a eletricidade do sistema de transmissão e alteram o nível de tensão, deixando-a em níveis adequados
para ser distribuída, mas ainda superiores e não ideais para a maioria dos consumidores. Para critérios didáticos,
essa primeira parcela abaixadora, é conhecida por subtransmissão, contudo, é importante destacar que esta
parcela do sistema é regulada e fiscalizada por distribuição em alta tensão.
Fonte: Paolo Diani/Shutterstock.com
Os consumidores conectados ao sistema de distribuição podem ser caracterizados por:
Residenciais
Comerciais
Industriais
Rurais
Outros
Os dados do Gráfico 1 foram publicados pelo relatório anual da EPE, em que são apresentados os detalhes da
composição da produção do consumo do produto energético do país, tais como suas respectivas variações ao longo
dos anos, permitindo com que demais estudos sejam desenvolvidos. Em análise ao Gráfico 1, é possível avaliar a
composição do sistema de distribuição considerando as características dos consumidores agregados.
Fonte: EnsineMe
 Gráfico 1 – Composição do sistema de Distribuição
COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO E FUNÇÕES
SUBTRANSMISSÃO OU DISTRIBUIÇÃO EM ALTA TENSÃO
Nível de tensão entre 69kV e 230kV: recebe a energia em níveis de tensão da transmissão e transfere para as
subestações de distribuição por meio de linhas que operam em valores de 138kV ou 69kV. Podem haver
consumidores conectados diretamente na subtransmissão, sendo eles definidos por grandes instalações industriais.
SUBESTAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO (SE)
Nível de tensão inferior a 69kV e superior a 1kV: recebem a energia em valores não ideais para a maioria dos
consumidores, assim, por meio de transformadores, alteram novamente o nível de tensão para valores
caracterizados por distribuição primária.
DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA: INFERIOR A 1KV
Atende aos consumidores primários, transformadores de distribuição e estações transformadoras que suprem a rede
secundária. Por consumidores primários podem ser identificadas as indústrias de médio porte, shoppings (conjuntos
comerciais) e iluminação pública. A energia pode ser distribuída em arranjos aéreos ou subterrâneos.
DISTRIBUIÇÃO SECUNDÁRIA
A distribuição primária alimenta as estações transformadoras; destas, a tensão sofre outra alteração de nível e,
assim, pode atender aos consumidores de baixa tensão, ou seja, residências, comércios, pequenas indústrias.
 COMENTÁRIO
Os níveis de tensão são definidos por lei, pela agência reguladora, Aneel, juntamente com a distribuidora local,
podendo haver algumas variações quanto aos níveis de tensão final entregue na distribuição secundária.
FUNÇÕES ATRIBUÍDAS ÀS DISTRIBUIDORAS
O sistema elétrico brasileiro, segundo o relatório da EPE, supre atualmente uma carga de aproximadamente
482.225,904GWh, distribuída não uniformemente pelo país. Foram registradas nos últimos anos, 109 distribuidoras,
cuja função é operar o sistema elétrico e garantir que essa demanda seja alimentada.
Essas empresas são divididas em:
OPERAR O SISTEMA ELÉTRICO
A tarefa de operar o sistema ocorre sob ação contratual e inclui funções como:
Levantamento da carga conectada e previsão de aumento da carga dentro do horizonte de planejamento;
Manutenção dos equipamentos e linhas do sistema de distribuição;
Segurança e qualidade do serviço prestado.
Concessionárias (53)
Permissionárias (43)
Autorizadas (13)
MERCADO DE ENERGIA
A eletricidade entregue aos consumidores é adquirida pelas distribuidoras por meio do mercado de energia. O Brasil
opera hoje com o chamado Sistema Interligado Nacional (SIN), isso implica que toda energia produzida no país,
possa ser transportada por meio de interligações, como mostra a Figura 5, para qualquer região, permitindo que haja
um intercâmbio de fornecimento entre as regiões de menores produções em estações onde a hidrologia é
desfavorável.
javascript:void(0)
Fonte: EnsineMe
 Figura 5 – SIN
A distribuidora encarregada por cada região, com reponsabilidade adquirida por meio de concessões, tem a tarefa de
estudar a carga conectada e adquirir um montante de energia das unidades geradoras que seja suficiente para supri-
las e, então, repassá-la, por meio de contratos, ao consumidor.
Existem dois ambientes de contratação que podem ser ofertados ao consumidor final e que dependem das
características da carga e instalação do mesmo: ambiente regulado (ou cativo) e ambiente livre (Figura 6).
Fonte: EnsineMe
 Figura 6 – Mercados de Energia
Vamos entender suas diferenças:
Ambiente de contratação regulada (ACR)
As distribuidoras contratam a energia por meio de leilões (conduzidos pela Aneel e CCEE) e repassam ao
consumidor regulado. Aos consumidores cativos, ou regulados, não têm a opção de contratar a energia, que é,
então, ofertada a eles pela distribuidora responsável pela região, conforme a Resolução Normativa 482 da Aneel.

Ambiente de contratação livre (ACL)
É caracterizado por promover as negociações entre os consumidores que têm a liberdade em escolher o fornecedor
da sua eletricidade. A Lei n. 9.648 dividiu em dois grupos aqueles que se enquadravam no contexto de migração
entre o ambiente regulado e o livre; o primeiro grupo engloba os consumidores cuja demanda é superior a 3MW e o
segundo grupo inclui aqueles cujo consumo varia entre 500kW e 3MW. Estes últimos podem participar do ACL desde
que a compra seja feita a partir de fontes alternativas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA AO CONSUMIDOR CATIVO SÓ É POSSÍVEL
APÓS A ENERGIA PASSAR POR:
A) Um transformador que transforma a corrente de CC em CA
B) Um transformador que transforma a corrente de CA em CC
C) Nada, o consumidor cativo consome a energia na forma CC direto do gerador
D) Nada, o consumidor cativo consome a energia na forma CA direto do gerador
E) Um poste de aterramento protetor
2. (TERMORIO, 2009) COM O ADVENTO DAS LEIS N. 10.847 E N. 10.848 DE 2004, DEU-SE
INÍCIO À IMPLANTAÇÃO DO NOVO MODELO INSTITUCIONAL DO SETOR ELÉTRICO. O
MERCADO ATACADISTA DE ENERGIA (MAE) FOI EXTINTO E NOVOS AGENTES
INSTITUCIONAIS FORAM CRIADOS, ALÉM DAS ATRIBUIÇÕES DE OUTROS AGENTES
EXISTENTES TEREM SIDO ALTERADAS. COM RELAÇÃO À COMERCIALIZAÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA NO ATUAL MODELO INSTITUCIONAL, O ÓRGÃO SUCESSOR DO
MAE, QUE TEM POR FINALIDADE VIABILIZAR A COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA NO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL, É A(O):
A) Aneel
B) EPE
C) CCEE
D) CMSE
E) CNPE
GABARITO
1. A distribuição da energia elétrica ao consumidor cativo só é possível após a energia passar por:
A alternativa "A " está correta.
Como mostra a figura 6, para o cliente cativo, a energia passa do gerador pela torre de transmissão e chega ao
transformador de CC em CA, que despeja a energia nas linhas distribuídas por postes (em cidades) e estes postes
guiam as linhas até os consumidores cativos. Ponto de retorno: mercado de energia.
2. (Termorio, 2009) Com o advento das Leis n. 10.847 e n. 10.848 de 2004, deu-se início à implantação do
novo modelo institucional do setor elétrico. O Mercado Atacadista de Energia (MAE) foi extinto e novos
agentes institucionais foram criados, além das atribuições de outros agentes existentes terem sido
alteradas. Com relação à comercializaçãode energia elétrica no atual modelo institucional, o órgão sucessor
do MAE, que tem por finalidade viabilizar a comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado
Nacional, é a(o):
A alternativa "C " está correta.
No âmbito do mercado regulado, é função da CCEE promover leilões de energia.
MÓDULO 2
 Reconhecer a legislação básica vigente
LEGISLAÇÃO BÁSICA VIGENTE
A distribuição de energia é um ramo do setor elétrico cuja responsabilidade é atender todos os consumidores, com o
suprimento de energia. Dentro desse contexto, cada região possui a companhia distribuidora responsável por
cumprir essa tarefa, delegada por meio de órgãos superiores por meio de concessões.
Após a implementação do novo setor elétrico, foi observado o surgimento de várias novas empresas
concessionárias, cooperativas e outras, que passaram a participar das licitações pelo direito de operar as redes,
abrindo espaço para um mercado competitivo. Por essa razão, foi desenvolvida a Aneel, com o objetivo de
regulamentar e padronizar a operação do sistema.
ANEEL
Criada em 1996, pela Lei n. 9.427, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é um órgão que tem como função
regulamentar e fiscalizar os setores da transmissão, distribuição e comercialização de energia.
CONCESSÕES
São períodos de tempo conferidos às distribuidoras – que podem ser públicas, privadas ou mistas –, nos quais
elas recebem o direito de operar o sistema de distribuição.
ISSO É FEITO POR MEIO DA PUBLICAÇÃO DE DECRETOS E
RESOLUÇÕES NORMATIVAS, QUE SÃO CONSTANTEMENTE
REVISADOS E ATUALIZADOS; POR MEIO DELES, SÃO
PUBLICADOS PROCEDIMENTOS OPERATIVOS QUE DEVEM SER
CUMPRIDOS PELOS RESPONSÁVEIS DE CADA SETOR.
Cabe ainda à Aneel, fixar tarifas pelo uso do sistema, e distribuí-las aos agentes, como, por exemplo, a tarifa pelo
uso da distribuição (TUSD), que pode ser facilmente identificada na conta de energia. Todos os processos, módulos
e procedimentos são abertos para consulta pública, cabendo ao consumidor conhecer os seus direitos diante do
serviço ofertado pela distribuidora. O não cumprimento da regulamentação resulta em punições dadas por meio de
multas impostas aos agentes operadores.
REGULAÇÃO DO SERVIÇO DE DISTRIBUIÇÃO
javascript:void(0)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9427cons.htm#:~:text=L9427consol&text=LEI%20N%C2%BA%209.427%2C%20DE%2026%20DE%20DEZEMBRO%20DE%201996.&text=Institui%20a%20Ag%C3%AAncia%20Nacional%20de,el%C3%A9trica%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias
O sistema de distribuição é operado por cerca de 109 agentes fiscalizados pela Aneel. A regulação técnica que visa
padronizar a operação desses agentes é conduzida pela Superintendência de Regulação de Serviços de Distribuição
(SRD).
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Estabelecimento do planejamento da expansão, acesso ao sistema de distribuição e operação desse
sistema, desenvolvimento de projetos voltados para automatização, ou redes inteligentes.
Definição dos chamados indicadores de qualidade do serviço e do produto, padronizando níveis de qualidade
de energia a ser entregue ao consumidor.
Regulação das condições de fornecimento do serviço.
Fomento a projetos de acesso à energia elétrica para a população (universalização);
Implementação de tarifas.
Entre as legislações apresentadas pela Aneel, destacam-se duas que afetam diretamente a operação do sistema de
distribuição:
Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – Prodist.
Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica – Resolução Normativa n. 414/2010.
PROCEDIMENTOS DA DISTRIBUIÇÃO – PRODIST
Os chamados Procedimentos da Distribuição são uma série de documentos, divididos em 11 módulos, que foram
desenvolvidos pela Aneel para normatizar e fiscalizar a operação do sistema de distribuição. Com isso, busca-se
conferir ao sistema condições de segurança e qualidade, tal como estabelecer os padrões para que o serviço seja
prestado e definir os procedimentos e as atividades que serão exercidos.
Fonte: Andrii Medvednikov/Shutterstock.com
A seguir são apresentados aspectos importantes de cada módulo, com o objetivo de apresentar e contextualizar
sobre as principais tarefas impostas pelo Prodist.
MÓDULO 1
Introdução
São definidos os objetivos, a aplicabilidade e a divisão dos módulos dos procedimentos de distribuição (Prodist).
MÓDULO 2
Planejamento da Expansão da Distribuição
São definidas as normas e diretrizes necessárias para desenvolvimento de um projeto de expansão do sistema de
distribuição; nesse contexto, as concessionárias devem avaliar se é necessário expandir o sistema desenvolvendo
estudos de carga e previsão de crescimento da demanda por um determinado período. A carga é caracterizada
pela demanda ativa e reativa, e as perdas técnicas do sistema, Módulo 7, devem ser estimadas. O planejamento da
expansão, quando proposto, deve considerar aspectos econômicos, sociais, ambientais e de qualidade, visando
sempre à escolha de menor custo para o consumidor.
MÓDULO 3
Acesso ao Sistema de Distribuição
Apresenta as condições de acesso ao sistema de distribuição, manutenção, segurança e acesso à mini e à
microgeração distribuída.
MÓDULO 4
Procedimentos Operativos do Sistema de Distribuição
São definidas as condições operativas do sistema, orientando os agentes ao desenvolvimento de planos
operacionais, a fim de padronizar os procedimentos envolvendo os centros de operação de todos os agentes
regulados pelo órgão. Inclui-se, neste módulo, o que é descrito por Controle de Carga, em que constam orientações
e critérios para que os responsáveis saibam lidar com a carga em situações de contingência (falta ou perda de
componentes).
MÓDULO 5
Sistemas de Medição
A Aneel estabelece as regras impostas tanto para os usuários quanto para as distribuidoras, no que se refere às
condições de medição da energia. Fica sob responsabilidade da distribuidora o cuidado pelo sistema de medição,
desde que ele se encontre em áreas acessíveis a ela, conforme a Resolução n. 414. São apresentados os
procedimentos para leitura e faturamento da energia consumida, bem como os pontos locacionais para medição das
unidades. Instrui-se ao conjunto de consumidores pertencentes ao Grupo B, baixa tensão, a instalar os medidores
em locais livres e de fácil acesso nas proximidades de conexão com a rede; aos consumidores conectados à média
e alta tensão (Figura 7), a medição deve ser feita no lado de alta tensão do transformador. Por fim, para os
consumidores do Grupo A, cativos, a ligação pode também ser feita no lado de baixa do transformador, como
exemplo da Figura 8.
Fonte: EnsineMe
 Figura 7 – Diagrama de medição para consumidores de média e alta tensão
Fonte: EnsineMe
 Figura 8 – Diagrama de medição lado de baixa para consumidores cativos
MÓDULO 6
Informações Requeridas e Obrigações
Definem-se as informações a serem trocadas entre os agentes e órgãos do setor elétrico para cada um dos módulos
do Prodist.
MÓDULO 7
Cálculo de Perdas na Distribuição
O sistema de distribuição, assim como todo sistema real, perde uma parcela de energia no transporte até o
consumidor final. É tarefa da distribuidora minimizar esses valores deixando-o mais eficiente. Neste capítulo do
Prodist, são estabelecidos métodos para cálculo das perdas na rede, tal como as formas de apuração e os valores a
serem cumpridos referentes a elas. A norma descreve o cálculo das perdas em transformadores de potência, as
perdas no fluxo de potência, nos medidores e os procedimentos de cálculo a serem seguidos para a aplicação das
equações apresentadas. Por fim, são tabelados os valores aceitos pelo regulador para os equipamentos utilizados
na distribuição.
Fonte: EnsineMe
 Figura 9 – Diagrama de perdas em um processo de distribuição de energia
MÓDULO 8
Qualidade da Energia Elétrica
Será detalhado no Módulo 3 deste estudo. Apresenta legislações que têm como objetivo regular a segurança e
qualidade do serviço prestado, garantindo assim que a energia chegue ao consumidor.MÓDULO 9
Ressarcimento de Danos Elétricos
São estabelecidos nesse capítulo os procedimentos a serem observados pela distribuidora no processo de
ressarcimento de danos ao consumidor. Fica decretado que a distribuidora deve avaliar todo processo de
ressarcimento e avaliar segundo as normas da Aneel.
MÓDULO 10
Sistema de Informação Geográfica Regulatório
Este módulo estabelece os dados geográficos da distribuidora, a fim de padronizar a base de dados da reguladora
para que esta possua um conjunto mínimo de informações para avaliar. Neste contexto, são estabelecidas ainda as
siglas a serem usadas, ou codificação, conforme o dicionário de dados da Aneel.
MÓDULO 11
Fatura de Energia Elétrica e Informações Suplementares
São apresentados, nesses capítulos, todos os procedimentos a serem cumpridos referentes à padronização da
emissão da fatura, como informações a serem fornecidas por meio dela ao consumidor e informações suplementares
referentes a faturas digitais.
javascript:void(0)
É importante destacar que o consumidor deve estar atento às informações fornecidas pelo Módulo 11, a fim de
conhecer sua fatura e entender as cobranças emitidas pela distribuição.
CONSUMIDOR
Módulo 3
Acesso ao Sistema de Distribuição, apresenta as condições de acesso ao sistema de distribuição,
manutenção, segurança e ainda acesso à mini e à microgeração distribuída.
RESOLUÇÃO NORMATIVA N. 414/2010
A Resolução Normativa n. 414 publicada pela Aneel, tem por objetivo fornecer informações gerais de
regulamentação tanto aos consumidores quanto às distribuidoras, estabelecendo direitos e deveres de cada uma
das partes. A resolução, dividida em 13 capítulos, pode ser encontrada em três versões distintas: original, atualizada
e compacta, em que se abordam as condições contratuais, formas de medição e o faturamento (Módulos 5 e 11 do
Prodist); as responsabilidades da distribuidora para com o consumidor; direitos e deveres do consumidor; e os
ressarcimentos de danos elétricos (Módulo 9).
Vejamos agora, alguns dos direitos e responsabilidades do consumidor.
DIREITOS
RESPONSABILIDADES
Alguns dos principais direitos do consumidor pontuados na norma podem ser vistos a seguir:
Receber a energia em sua unidade de consumo em conformidade com padrões de tensão estabelecidos e com
confiabilidade segundo estipulado no Módulo 8 do Prodist.
Receber orientações sobre o uso eficiente da energia, com o objetivo de reduzir os gastos desnecessários.
Ter o poder de escolha da data de vencimento da fatura e recebê-la com cinco dias de antecedência, pelo
menos.
Ter acesso a um serviço de atendimento gratuito disponível pela concessionária 24 horas por dia e ser
atendido em todas as solicitações.
Ser informado em caso de faturas não pagas e ser ressarcido por valores indevidamente cobrados.
A fatura deve informar ao consumidor sobre o reajuste tarifário.
Em caso de suspensão da energia, deve haver aviso prévio.
Em caso de interrupções, o tempo máximo para religamento é de 4 horas a partir do momento que a
distribuidora é ciente do problema. Em caso de suspensões indevidas, o cliente tem direito a crédito na fatura,
como está previsto no Módulo 8 do Prodist.
Em caso de descumprimento dos padrões de qualidade, o cliente deve ser ressarcido.
O consumidor possui também responsabilidades diante do bom funcionamento do sistema, tais como:
Garantir a adequação técnica e segurança da instalação que deve ter acesso livre para leitura e inspeção dos
representantes da distribuidora.
Assegurar a integridade dos medidores, se estes estiverem dentro da propriedade do cosumidor.
Pagar a fatura antes do vencimento.
Manter as informações da distribuidora atualizadas como exemplo em caso de residentes que use
equipamentos indispensáveis à vida, troca de titularidade, mudanças de atividades exercidas na instalação.
GRUPOS CONTRATUAIS E ESTRUTURA TARIFÁRIA
Toda atividade exercida pela distribuidora para o consumidor acontece por base contratual, cujo modelo é
apresentado na Resolução Normativa n. 414. No Brasil, as unidades consumidoras conectadas ao sistema de
distribuição são classificadas por grupos tarifários, Grupo A e Grupo B.
GRUPO A – CONSUMO DE ENERGIA EM MÉDIA OU ALTA
TENSÃO
O Grupo A, conforme a Resolução Normativa n. 414 é composto de unidades consumidoras cujo fornecimento em
nível de tensão é superior a 2,3kV. Também são englobados, nesse conjunto, os consumidores cuja alimentação é
dada por meio de sistema subterrâneo.
Assim, observa-se que há uma subdivisão conforme a Tabela 1:
Subgrupo Tensão de Fornecimento
A1 Igual ou superior a 230kV
A2 De 88kV a 138kV
A3 69kV
A3a De 30kV a 44kV
A4 De 2,3kV a 25kV
AS Inferior a 2,3kV subterrâneo
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 1- Subclassificação de consumidores do Grupo A
A estrutura tarifária do Grupo A, ou seja, a forma como o consumidor paga pela energia pode ser feita por uma
análise horária do consumo (horosazonal), em que a avaliação é dividida em ponta, três horas diárias
consecutivas (18h a 21h), não incluindo feriados, sábados e domingos e fora de ponta (restante do dia), aplicando
em sequência uma das modalidades tarifárias: azul ou verde.
Tarifa azul
É modelada por quatro fatores importantes: demanda e consumo no horário de ponta e o mesmo no horário fora de
ponta, o que pode ser visto no fluxograma da Figura 10. Essa modalidade é indicada para consumidores que
possuem alta demanda na ponta e tem a flexibilidade de deslocar o consumo para os demais horários.

Tarifa verde
É mais indicada para aqueles cuja demanda não é tão elevada nos horários críticos; essa modalidade fornece
valores distintos de acordo com o consumo, enquanto a tarifa por demanda é única, isso pode ser observado no
fluxograma da Figura 10.
Fonte: EnsineMe
 Figura 10 – Fluxograma de tarifas
GRUPO B – CONSUMO DE ENERGIA EM BAIXA TENSÃO
Nesse grupo, encontram-se distribuídos os pequenos consumidores cujo fornecimento em tensão é inferior a
2,3kV, como as residências, comércios, iluminação pública e indústrias de pequeno porte. Tal como o Grupo A, a
Aneel apresenta uma subclassificação desses consumidores, conforme as características da carga, o que pode ser
visto na Tabela 2.
Subgrupo Classificação
B1 Residencial
B2 Rural
B3 Demais classes
B4 Iluminação Pública
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 2 – Subclassificação de consumidores do Grupo B
Esse grupo é caracterizado pela tarifa monômia, que é uma tarifa de fornecimento, aplicada unicamente ao
consumo de energia ativa de baixa tensão. Essa modalidade é independente das horas de utilização, ou seja, não
são computadas tarifas mais elevadas para consumo no horário de maior carregamento (ponta).
 COMENTÁRIO
As unidades do grupo B, com exceção das redes de iluminação pública, podem optar pelo uso da tarifa branca, em
que há diferenciação do custo tarifário de acordo com o horário de consumo.
O reajuste tarifário tende a ser feito anualmente para compensar perdas econômicas (inflação) e recuperar custos
investidos em novas instalações. O valor depende da fonte geradora de eletricidade, por isso durante alguns
períodos do ano experimentam-se tarifas mais elevadas. Isso ocorre em períodos de seca (baixas precipitações) que
requerem a entrada de usinas termelétricas agregadas ao processo de geração. As térmicas carecem de
investimentos maiores quando comparadas às hidrelétricas, elevando o custo total de operação do sistema.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (PETROBRAS,2015) CONSIDERANDO-SE A ESTRUTURA INSTITUCIONAL ATUAL DO
SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO, O ÓRGÃO QUE, ENTRE OUTRAS FUNÇÕES, DEFINE AS
DIRETRIZES PARA OS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS E PROMOVER AS LICITAÇÕES
DESTINADAS À CONTRATAÇÃO DE CONCESSIONÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO PARA
PRODUÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA É:
A) EPE
B) Aneel
C) CCEE
D) CNPE
E) CMSE
2. (COPEVE/UNIFAL,2011) A ESTRUTURA TARIFÁRIA, CONJUNTO DETARIFAS
APLICÁVEIS ÀS COMPONENTES DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA E/OU DEMANDA
DE POTÊNCIA ATIVAS, DE ACORDO COM A MODALIDADE DE FORNECIMENTO, É
CARACTERIZADA PELA APLICAÇÃO DE TARIFAS DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA
E/OU DEMANDA DE POTÊNCIA INDEPENDENTEMENTE DAS HORAS DE UTILIZAÇÃO DO
DIA E DOS PERÍODOS DO ANO. NO MESMO SENTIDO, A ESTRUTURA TARIFÁRIA
HOROSAZONAL CARACTERIZA-SE PELA APLICAÇÃO DE TARIFAS DIFERENCIADAS DE
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA E DE DEMANDA DE POTÊNCIA, DE ACORDO COM AS
HORAS DE UTILIZAÇÃO DO DIA E DOS PERÍODOS DO ANO. ACERCA DISSO, CONSIDERE
AS SEGUINTES DEFINIÇÕES:
1. TARIFA VERDE: MODALIDADE ESTRUTURADA PARA APLICAÇÃO DE TARIFAS
DIFERENCIADAS DE CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA DE ACORDO COM AS HORAS DE
UTILIZAÇÃO DO DIA E OS PERÍODOS DO ANO, BEM COMO DE UMA ÚNICA TARIFA DE
DEMANDA DE POTÊNCIA.
2. HORÁRIO DE PONTA (P): PERÍODO DEFINIDO PELA CONCESSIONÁRIA E COMPOSTO
POR 3 (TRÊS) HORAS DIÁRIAS CONSECUTIVAS, EXCEÇÃO FEITA AOS SÁBADOS,
DOMINGOS, TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL, SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO, CORPUS CHRISTI,
DIA DE FINADOS E OS DEMAIS FERIADOS DEFINIDOS POR LEI FEDERAL,
CONSIDERANDO AS CARACTERÍSTICAS DO SEU SISTEMA ELÉTRICO.
3. HORÁRIO FORA DE PONTA (F): PERÍODO COMPOSTO PELO CONJUNTO DAS HORAS
DIÁRIAS CONSECUTIVAS E COMPLEMENTARES ÀQUELAS DEFINIDAS NO HORÁRIO DE
PONTA.
FAZ(EM) PARTE DA ESTRUTURA TARIFÁRIA HOROSAZONAL, ENTRE OUTRAS, A(S)
TARIFA(S) APRESENTADA(S):
A) No item 1 apenas.
B) Nos itens 1 e 2 apenas.
C) Nos itens 1 e 3 apenas.
D) Nos itens 2 e 3 apenas.
E) Nos itens 1, 2 e 3.
GABARITO
1. (Petrobras,2015) Considerando-se a estrutura institucional atual do setor elétrico brasileiro, o órgão que,
entre outras funções, define as diretrizes para os procedimentos licitatórios e promover as licitações
destinadas à contratação de concessionários de serviço público para produção, transmissão e distribuição
de energia elétrica é:
A alternativa "B " está correta.
A Aneel desempenha diversas atividades para garantir o bom funcionamento e desenvolvimento do setor elétrico.
Assim, fiscaliza, regula e promove leilões de concessão para promover o serviço público de energia.
2. (COPEVE/UNIFAL,2011) A estrutura tarifária, conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo
de energia elétrica e/ou demanda de potência ativas, de acordo com a modalidade de fornecimento, é
caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência
independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano. No mesmo sentido, a estrutura
tarifária horosazonal caracteriza-se pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e
de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano. Acerca disso,
considere as seguintes definições:
1. Tarifa Verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia
elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de uma única tarifa de
demanda de potência.
2. Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias
consecutivas, exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de carnaval, sexta-feira da Paixão, Corpus
Christi, dia de finados e os demais feriados definidos por lei federal, considerando as características do seu
sistema elétrico.
3. Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e
complementares àquelas definidas no horário de ponta.
Faz(em) parte da estrutura tarifária horosazonal, entre outras, a(s) tarifa(s) apresentada(s):
A alternativa "C " está correta.
Os itens corretos são 1 e 3. Do item 1, de acordo com a Aneel, a aplicação de tarifas diferenciadas (verde, amarela e
vermelha), varia de acordo com o consumo da energia elétrica, acerca das horas de utilização do dia e dos períodos
do ano. Do item 2, as regras se aplicam a feriados federais, pois são nesses quem em geral as grandes indústrias
param sua produção. Do item 3, a Aneel define como as 21 horas restantes do dia, que ficam fora do horário de
ponta, ou também conhecido como horário de pico.
MÓDULO 3
 Identificar os itens de controles e índices de qualidade e confiabilidade, bem como sua forma de cálculo
ITENS DE CONTROLE E ÍNDICES DE QUALIDADE E
CONFIABILIDADE
ITENS DE CONTROLE
Os itens de controle são medições numéricas, atribuídas ao controle de qualidade do processo de distribuição de
energia. Nesse contexto, são avaliados os seguintes aspectos:
Custo da distribuição
Qualidade do serviço prestado
Continuidade
Demais serviços
Para garantir que o sistema atenda aos critérios de qualidade, cada um dos itens acima deve ser medido e avaliado
isoladamente, com o objetivo de verificar seu efeito na distribuição de energia. Para que os itens de controle
apresentem bons resultados, implementam-se os itens de verificação que têm por objetivo verificar seu valor.
Esses últimos são representados pelos índices de qualidade e confiabilidade propostos pelo Módulo 8 do Prodist.
PRINCIPAIS ITENS A SEREM CONTROLADOS EM UM SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO
Nível de tensão nas barras;
Distorções harmônicas;
Fator de potência;
Desequilíbrio e flutuação de tensão;
Variação da frequência do sistema;
Qualidade do Serviço.
MÓDULO 8 DO PRODIST – QUALIDADE DA ENERGIA
Conforme decretado pela Aneel, o objetivo do Módulo 8 é estabelecer procedimentos referentes à qualidade da
energia elétrica, tratando tópicos que abordam a qualidade do produto, do serviço prestado e, ainda, do tratamento
dado às reclamações dos consumidores.
Quanto à qualidade do produto, definem-se indicadores e os limites estabelecidos para que eles possam ser
mensurados. Define-se, ainda, o método utilizado para medições e estudos específicos voltados para a qualidade de
energia. Ao se tratar da qualidade do serviço, são definidos métodos de apuração dos índices de continuidade que,
por sua vez, são apresentados no módulo. Apresenta-se também a padronização desses métodos e a
responsabilidade da distribuidora mediante o cumprimento desses índices. Por fim, para mensurar a qualidade de
tratamento das reclamações, a norma estabelece um cálculo de indicador de qualidade comercial.
QUALIDADE DO PRODUTO
A Seção 8.1 do Módulo 8 é dedicada à avaliação da qualidade do produto, em que são verificados os itens de
controle atribuídos a qualidade em regime transitório e regime permanente, como segue:
CONTROLE DOS NÍVEIS DE TENSÃO
O estabelecimento da tensão busca definir os limites adequados para o estado do sistema em condições de regime
permanente.
REGIME TRANSITÓRIO
Variação de tensão de curta duração.
REGIME PERMANENTE
Tensão
Fator de potência
Harmônicos
Desequilíbrio de tensão
flutuação de tensão
Variação de frequência
javascript:void(0)
javascript:void(0)
ESSE VALOR DEVE SER MEDIDO EM TODA A REDE, CABENDO À
DISTRIBUIDORA APLICAR MEDIDAS E RECURSOS PARA
GARANTIR QUE ELES SE ENCONTREM DENTRO DO ESTIPULADO
PELA ANEEL.
Para fins de controle, a tensão medida é comparada à tensão estipulada, normatizada como tensão de referência
(TR) pelo Módulo 8. Os valores encontrados são classificados em precários, críticos ou adequados em função
dessa comparação, sendo ideal que se encontre entre 95% a 105% da tensão nominal, quando o sistema opere
superior a 1kV.
A Figura 11, adaptada do Módulo 8, representa as faixas ideais de tensão em torno da referência, TR, para o sistema
de distribuição.
Fonte: EnsineMe
 Figura 11 – Faixas de tensão em relação à referência
Quando identificadas variações nos níveis de tensão por meio de reclamações ou leitura, devem ser calculados
fatores capazes de mensurar essa variação em torno da tensão adequada.
 COMENTÁRIO
A norma propõe o cálculo de índices coletivos de duração relativa à transgressão para tensão precária e para a
crítica, DRP e DRC respectivamente.
Esses índices são computados mediante um conjunto de medições (1008), feitas em intervalos de 10 minutos:
DRP = 100%
nlp
1008
DRC= 100%nlc
1008
Onde:
nlp e nlc se referem ao maior valor computado entre as fases para a faixa precária e crítica, respectivamente. Os
índices DRP e DRC são associados a um mês civil, ou seja, 168 horas, e o valor final é dado pela média das leituras
computadas. O limite imposto pelo órgão para o DRP é de 3% e de 0,5% para o DRC.
O índice das unidades consumidoras com tensão crítica pode ainda ser calculado pela equação seguinte:
Os índices DRC e DRP podem ser calculados individualmente, ou seja, por unidade consumidora, sendo
representados pela duração relativa equivalente como mostra as equações que seguem:
Onde:
i varia com a unidade consumidora e NL o total de consumidores amostrados.
 ATENÇÃO
DRP e DRC tanto individuais ou coletivos, são índices de duração.
CONTROLE DO FATOR DE POTÊNCIA
O fator de potência do sistema é calculado partindo dos valores de potência ativa e reativa mensurados, conforme
estipulado pelo Módulo 8. Sabe-se que esse fator é capaz de mostrar a eficiência por meio da indicação do quanto
de energia está em uso, relacionando as grandezas ativa e aparente, como pode ser visto no triângulo de potencias,
na Figura ao lado.
DRPEquivalente = ∑ [%]
DRP i
NL
DRCEquivalente = ∑ [%]
DRCi
NL
Fonte: EnsineMe
 Figura 12 – Triângulo de potências
É desejável que consumidores e concessionárias ou distribuidoras mantenham o fator de potência (cosseno do
ângulo indicado na Figura 12) o mais próximo possível de 1, conferindo o melhor uso do sistema. A Aneel definiu por
0,92 o fator de potência referência, conforme a Resolução Normativa n. 414.
Assim, define-se:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para controlar o fator de potência, são feitas medições permanentes e obrigatórias tanto para unidades atendidas
em média quanto em alta tensão e ainda nas conexões entre as distribuidoras; já para unidades do Grupo B,
atendidas pela baixa tensão, as medições são individuais e facultativas, ou seja, não computadas.
Definem-se os seguintes critérios de medição:
Unidade consumidora ou ponto de conexão de tensão inferior a 230kV: fator de potência deve ser superior a
0.92 e inferior a 1 (indutivos ou capacitivos), o que dependerá da regulamentação.
Unidades consumidoras de acesso à rede básica (>230kV) devem seguir os procedimentos da rede.
Controle das distorções harmônicas
Segundo a Aneel, as distorções harmônicas são efeitos observados no perfil de onda das tensões e correntes do
sistema de distribuição, fazendo com que este seja alterado. Assim, estipula-se o limite de distorção em percentual,
segundo um valor de tensão nominal a ser observado no sistema, como pode ser visto pela Tabela 3.
fp (fator de potência)= =P
√P 2+Q2
Energia Ativa
√ (Energia Ativa ) 2+ (Energia Reativa ) 2
Indicador
Tensão Nominal (Vn)
Vn 1kV 1kV Vn 69kV
DDT95% 10% 8,0%
DTTp95% 2,5% 2,0%
DTTi95% 7,5% 6,0%
DTT395% 6,5% 5,0%
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela 3 – Valores limite referentes aos indicadores harmônicos
Onde definem-se:
DTT
A distorção harmônica total.
DTTP
As distorções para as componentes pares não múltiplas de 3.
DTTI
As distorções ímpares não múltiplas de 3.
DTT3
As componentes múltiplas de 3.
 COMENTÁRIO
O número 95 incluso no indicador, por norma, mostra que houve superação das distorções em apenas 5% das
leituras feitas, sendo amostradas 1.008 medições.
≤ < <
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
CONTROLE DE DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO
Qualquer alteração observada no equilíbrio entre as três fases de um sistema trifásico é caracterizada por
desequilíbrio e pode ser calculado, como pede a norma, pela seguinte equação:
Assim como os demais indicadores de controle, o desequilíbrio de tensão deve estar dentro da faixa estipulada pela
legislação, em que:
Para tensão nominal do sistema menor ou igual a 1kV: aceita-se até 3% de desequilíbrio.
Para tensão nominal entre 1kV e 230KV: o desequilíbrio deve ser no máximo de 2%.
QUALIDADE DO SERVIÇO
A Seção 8.2 do Módulo 8 do Prodist é dedicada à avaliação da qualidade do serviço prestado pelas agências
distribuidoras de energia e centrais geradoras. São definidos, portanto, os padrões de qualidade desse serviço e a
forma como eles serão acompanhados, oferecendo parâmetros para a sua avaliação.
Para melhor entendimento desses indicadores, faz-se necessário a introdução de alguns conceitos referentes a
confiabilidade de sistemas elétricos.
CONFIABILIDADE
A confiabilidade, ou o quanto o serviço ou produto é confiável, contínuo e seguro, pode ser avaliada em níveis
distintos do sistema, que são chamados de níveis hierárquicos (NH), Figura 13.
A falha, ou defeito, de um equipamento pode promover a interrupção da energia em trechos ou pode levar ao que é
conhecido por corte de carga, cenário em que a energia não consegue alcançar o consumidor. O ideal na análise de
um sistema é considerar uma avaliação integrada, isto é, todos os subníveis (NH3), mas esse processo, em geral,
requer elevado esforço computacional.
Fonte: EnsineMe
 Figura 13 – Níveis hierárquicos
ANÁLISE DA FALTA
Considera-se que todo equipamento em sua condição normal de operação, está em funcionamento (operando). Por
diversas razões, podem ocorrer problemas técnicos ou naturais, como defeitos em trechos ou equipamentos da
rede, e interromper a alimentação dos consumidores.
Para evitar que o problema se propague e danifique mais equipamentos, o sistema é construído com diversas
proteções (disjuntores, chaves seccionadoras, fusíveis) que têm a função de atuar isolando o defeito.
NA OCORRÊNCIA DE UMA FALHA EM ALGUM EQUIPAMENTO OU
TRECHO, A PROTEÇÃO SEGUINDO O DEFEITO EM SENTIDO À
FONTE IRÁ ATUAR PARA CESSAR A ALIMENTAÇÃO; OUTRAS
PROTEÇÕES VÃO ATUAR NO SENTIDO DE BUSCAR CAMINHOS
ALTERNATIVOS PARA ALIMENTAR CARGAS QUE POSSAM VIR A
PERDER A ALIMENTAÇÃO.
Esse processo pode ser visto na Figura ao lado. Inicialmente, os pontos 01 e 02 são alimentados pelo circuito
principal destacado por “A”. Na ocorrência de um defeito no trecho entre o disjuntor e o primeiro ponto, o disjuntor
atua cessando a alimentação; a chave seccionadora atua em seguida, isolando o defeito para que não haja
propagação e prejuízo de demais trechos. Com a falta desenergizada, pode-se pensar em alternativas existentes,
para minimizar os consumidores afetados. Nesse caso, o ponto 02 pode ser alimentado pelo caminho alternativo:
mantendo a seccionadora S aberta, fecha-se a chave NA, que possui estado normal de operação em aberto, e
restaura a alimentação desse trecho. O ponto 01 aguarda, assim, o reparo do defeito.
Fonte: EnsineMe
 Figura 14 – Análise da falta em sistema com recurso
TEMPO DE RESTAURAÇÃO
Subentende-se durante o processo da análise de falha, que todo equipamento que sai de operação será reparado e
voltará para seu estado de funcionamento. Essa ação demanda um tempo (atribuído ao reparo) que reflete no
quanto o consumidor estará submetido ao corte de energia, o que pode ser observado na Figura 15.
Fonte: EnsineMe
 Figura 15 – Duração da falta
No diagrama apresentado, são ilustrados tempos que podem ser atribuídos à análise da Figura 14, em que o defeito
ocorre após o disjuntor.
A ANÁLISE DESSA FALTA, JÁ APRESENTADA, PERMITE CONCLUIR
QUE O PONTO DE CARGA 01 TERÁ A ENERGIA SUSPENSA E
AGUARDARÁ O REPARO DO TRECHO, ENQUANTO O PONTO 02
TEM A POSSIBILIDADE DE SER ATENDIDO POR UM CAMINHO
ALTERNATIVO DADO A ATUAÇÃO DE UM CHAVEAMENTO.
Destaca-se que o tempo que atuação da chave NA é inferior ao tempo de restauração do trecho. O tempo atribuído
ao consumidor depende de mais variáveis e não somente o tempo de restauração do equipamento, envolvem-se
questões como:
Deslocamento da equipe de manutenção até o local da falta.
Possibilidade de atendimento do consumidor por outro alimentador, ou caminho de energização distinto.
Diante dos conceitos mencionados, fica claro que o tempo de atendimentoda equipe de manutenção é fator
importante na avaliação do desempenho do serviço prestado pelas distribuidoras.
 COMENTÁRIO
O atendimento a uma chamada, bem como o desempenho da equipe, é mensurado por meio de indicadores que têm
por objetivo avaliar a eficiência da comunicação, o dimensionamento de equipes e o fluxo de informações.
Devem ser avaliados o tempo médio de deslocamento, considerando a localização geográfica do defeito e da
equipe, e também o tempo médio de execução do serviço requerido. Esses valores são calculados, conforme o
tópico 4.5.1 do Módulo 8 do Prodist, pelas seguintes equações:
TEMPO MÉDIO DE PREPARAÇÃO
TEMPO MÉDIO DE DESLOCAMENTO
TEMPO MÉDIO DE EXECUÇÃO
TEMPO MÉDIO DE ATENDIMENTO
(TMP)=
∑ni=1 TP(i)
n
(TMD)=
∑ni=1 TD(i)
n
(TME)=
∑ni=1 TE(i)
n
(TMAE)= TMP + TMD + TME
OCORRÊNCIAS EMERGENCIAIS COM INTERRUPÇÃO DE ENERGIA
Onde:
n é o número de ocorrências emergenciais para o conjunto de unidades consumidoras avaliado. O tempo é
analisado em minutos.
TP, TD e TE atribuídos aos tempos de preparação, deslocamento e execução do serviço em situações de
emergência.
NIE por sua vez, é o número de ocorrências em que houve interrupção de energia.
O período de apuração desses indicadores é mensal, não sendo consideradas reclamações como: consumo
elevado, substituições programadas e serviços na rede de iluminação pública.
O controle das interrupções do serviço é uma prática de extrema importância para as distribuidoras; a divulgação e
computação desses dados permite que o órgão regulador, Aneel, avalie o serviço prestado ao consumidor. Os
indicadores podem ser individuais (por ponto consumidor) ou coletivos e apurados por mês, trimestre ou anual.
UM BOM INDICADOR É FATOR POSITIVO PARA A DISTRIBUIDORA,
POIS CONTRIBUI PARA QUE ELA SE MANTENHA NO MERCADO DE
ENERGIA. DO PONTO DE VISTA DO CONSUMIDOR, ESSES
VALORES GARANTEM QUE O SUPRIMENTO DA CARGA
ACONTEÇA DE FORMA SEGURA E CONFIÁVEL.
Os principais índices de continuidade do serviço, por consumidor, podem ser calculados como mostram as equações
a seguir:
Onde:
DIC: Duração de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de conexão: é computado em horas
e reflete o tempo t(i) que o consumidor ficou sem energia.
FIC: Frequência de Interrupção Individual por Unidade Consumidora ou por Ponto de Conexão. Reflete quantas
falhas, n, ocorrem na unidade no período de apuração.
DMIC: Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora ou por Ponto de conexão. Reflete a
maior interrupção computada t(i)max.
Agora, vejamos dois exemplos para entender melhor.
(PNIE)= 100%NIE
n
DIC = ∑ni t(i)
FIC = n
DMIC = t(i)max
EXEMPLO 1
Para a Figura 14, cuja análise de faltas foi apresentada, considere:
Tempo de duração da falta: 10 horas
Tempo para execução do chaveamento: 1 hora
Calcular os índices FIC e DIC para os pontos 1 e 2.
RESOLUÇÃO
FIC ponto 1 = 1 ocorrência
FIC ponto 2 = 1 ocorrência
DIC ponto 1= 10 horas
DIC ponto 2= 1 hora
Os indicadores coletivos são calculados para o conjunto de unidades consumidoras e devem ser computados como
mostra as equações a seguir:
Onde:
DEC: Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora, expresso em horas.
FEC: Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora, expresso em interrupções.
Cc: Número total de unidades pertencentes ao conjunto.
EXEMPLO 2
Para o mesmo sistema da Figura 14, considerando os índices calculados anteriormente, calcular DEC e FEC.
RESOLUÇÃO
Para apurar esses índices, deve-se atentar aos seguintes critérios definidos por norma:
DEC =
∑Cci=1 DIC(i)
Cc
FEC =
∑Cci=1 FIC(i)
Cc
DEC =
DIC1+DIC2
total de pontos
DEC =
10+1
2
FEC = FIC1+FIC2
total de pontos
FEC = 1+1
2
Consideram-se apenas as interrupções com duração superior a três minutos.
Considera-se que há interrupção sempre que a tensão for inferior a 70% do valor nominal.
Todas as interrupções programadas devem ser comunicadas previamente.
Se excedidos os valores dos índices, a distribuidora é penalizada. Essa penalização é feita por meio de uma
compensação ao consumidor, atribuída posteriormente (em até 60 dias) na própria fatura sob forma de crédito,
calculada, por exemplo, pela seguinte equação:
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A equação acima pode ser aplicada para DIC, FIC e DMIC, sendo alterado o índice violado. DICv indica o valor
medido pela distribuidora e DICp, o padrão definido pela Aneel. A variável EUSDmedio implica encargos de uso do
sistema durante o período de análise, 730 é a representação das horas mensais e kei é um coeficiente que pode ser
fixado de acordo com o nível de tensão.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (FAURGS,2012) ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA OS INDICADORES
INDIVIDUAIS DE CONTINUIDADE DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA QUE
AVALIAM A QUALIDADE DO FORNECIMENTO E SUBSIDIAM O CÁLCULO DA TARIFA DE
ENERGIA ELÉTRICA.
A) DIC, DMIC e FIC.
B) DIC, DEC e DMIC.
C) DIC, DEC e FEC.
D) DMIC, DEC e FEC.
E) DIC, DEC, DMIC, FIC e FEC.
2. (ADAPTADO DA ANEEL) CONSIDERE O DIAGRAMA ABAIXO E DEPOIS MARQUE A
ALTERNATIVA CORRETA.
V alor =( − 1)(DICp) keiDICv
DICp
EUSDmedio
730
FONTE: ENSINEME
 FIGURA 16 – DIAGRAMA DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
AS LINHAS 1, 2 E 3 POSSUEM REGISTROS ONDE FALHAM EM UMA RAZÃO DE 0.04
VEZES AO ANO. COMO NÃO HÁ ALIMENTAÇÃO SECUNDÁRIA, O DEFEITO, AINDA QUE
ISOLADO, PROMOVE O CORTE DE TODOS OS PONTOS. CALCULE OS INDICADORES DE
QUALIDADE INDIVIDUAIS E COLETIVOS PARA ESSE SISTEMA. ATRIBUI-SE A DURAÇÃO
DA FALTA DE 5 HORAS E 1 HORA PARA CHAVEAR E UM PERÍODO DE AVALIAÇÃO
ANUAL.
A) Ponto 1, 2 e 3 iguais sendo DIC=0.5 FIC=0,12 e FEC=0,14, DEC=0,5.
B) FIC=0,12 iguais para todos os pontos, FEC=0,04, DIC=0,18 para todos dos pontos, DEC=0,18.
C) FIC=0,12 iguais para todos os pontos, FEC=0,04, DIC1=0,84, DIC2=1,32, DIC3=1,8, DEC=1,32.
D) FIC1=0,12, FIC2=0,08, FIC3=0,04, FEC=0,12, DIC1=0,84, DIC2=1,32, DIC3=1,8, DEC=1,32.
E) FIC1=0,12, FIC2=0,08, FIC3=0,04, FEC=0,12, DIC=0,18 para todos dos pontos, DEC=0,18.
GABARITO
1. (FAURGS,2012) Assinale a alternativa que apresenta os indicadores individuais de continuidade de
fornecimento de energia elétrica que avaliam a qualidade do fornecimento e subsidiam o cálculo da tarifa de
energia elétrica.
A alternativa "A " está correta.
Para mensurar a qualidade do fornecimento, a Aneel propõe os chamados índices de qualidade ou de confiabilidade,
que indicam a continuidade de energia ofertada pela concessionária ao consumidor, esses podem ser calculados por
conjunto ou por unidade consumidora (coletivos ou individuais).
2. (Adaptado da Aneel) Considere o diagrama abaixo e depois marque a alternativa correta.
Fonte: EnsineMe
 Figura 16 – Diagrama de um sistema de distribuição
As linhas 1, 2 e 3 possuem registros onde falham em uma razão de 0.04 vezes ao ano. Como não há
alimentação secundária, o defeito, ainda que isolado, promove o corte de todos os pontos. Calcule os
indicadores de qualidade individuais e coletivos para esse sistema. Atribui-se a duração da falta de 5 horas e
1 hora para chavear e um período de avaliação anual.
A alternativa "C " está correta.
Falha na linha 1: Abre o disjuntor e a seccionadora 1, todos os pontos aguardam o reparo.
Falha na linha 2: Abre o disjuntor, em seguida, pode-se isolar o defeito abrindo as seccionadoras 2 e 3 e
fechando novamente o disjuntor, que volta a alimentar o ponto 1; pontos 2 e 3 aguardam o reparo.
Falha na linha 3: Abre o disjuntor para cessar a alimentação, em seguida, a falha é isolada pela abertura da
seccionadora 3 e do fusível do trecho 3. Podendo restaurar os pontos 1 e 2.
FIC = soma das razões das falhas
FIC = 3*0,04 = 0,12 falhas ao ano
FEC = = = 0,04
FIC1+FIC2+FIC2
consumidores
0,36
3
Os índices FIC são iguais, pois há interrupção em todos os pontos dado a abertura do disjuntor. Nota adicional: se
o tempo para chavear for rápido o suficiente para não ser computado em norma, isto é, inferior a 3 minutos,não são
computadas falhas, o que não ocorre nesse exemplo.
anim.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem trazida por este material teve por objetivo a apresentação estrutural e legislativa do sistema de
distribuição, pontuando as principais funções delegadas a ele, bem como os órgãos institucionais envolvidos no
processo de distribuição da energia elétrica.
Resumidamente, o módulo 1 é composto das características físicas do sistema, com uma apresentação do setor
elétrico em toda sua extensão. Em seguida, o módulo 2 complementa os dados apresentados, pontuando aspectos
regulatórios, em que é possível ver direitos e deveres tanto do consumidor quanto da distribuidora responsável pelo
trecho. Finalmente, apresentando uma análise de qualidade do produto (energia) e do sistema, o módulo 3 é
responsável por pontuar aspectos operacionais atribuídos pelo regulador.
Com isso, é possível observar que os módulos possuem relação em seus conteúdos apresentados, fazendo
indispensável que todos sejam devidamente estudados para melhor entendimento do seguinte.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
DIC1 = 0,12*5 + 0,12*1 + 0,12*1 = 0,84 horas/ano
DIC2 = 0,12*5 + 0,12*5 + 0,12*1 = 1,32 horas/ano
DIC3 = 0,12*5 + 0,12*5 + 0,12*5 = 1,8 horas/ano
DEC = = = 1,32horas/ano
DIC1+DIC2+DIC3
consumidores
3,96
3
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5. ed. Porto Alegre: Amgh, 2013.
ANEEL. Resolução Normativa n. 414/2010. p. 205, 2010. Consultado em meio eletrônico em: 11 jan. 2021.
ANEEL. Os Procedimentos de Distribuição - PRODIST. Consultado em meio eletrônico em: 11 jan. 2021.
BOYLESTAD, R. L. Introdução a Análise de Circuitos Elétricos. 10. ed. Upper Saddle River: Prentice Hall/
Pearson, 2004.
BRASIL. Resenha Energética Brasileira: Oferta e Demanda de Energia; Instalações Energéticas; Energia no
Mundo. Brasília, DF. Consultado em meio eletrônico em: 14 dez. 2020.
ELETROBRÁS. Planejamento de Sistemas de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 1982.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário Estatístico de Energia Elétrica. Rio de Janeiro, 2020.
Consultado em meio eletrônico em: 14 dez. 2020.
KAGAN, N.; OLIVEIRA, C. C. B.; ROBBA, E. J. Introdução aos Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. 1.
ed. São Paulo: Blucher, 2005.
PIMENTA, A. P. A. Legislação Básica do Setor Elétrico. 2010. Consultado em meio eletrônico em: 14 dez. 2020.
EXPLORE+
Explore a estrutura tarifária aplicada aos consumidores de baixa tensão proposta pela Aneel no site do órgão.
Note como a distribuição de energia e a legislação do sistema vêm sofrendo alterações com a inclusão de fontes
renováveis, principalmente geração distribuída; para isso, a Aneel propõe a Resolução 687/2015.
Observe como a compensação e controle de fator de potência é feita por Charles K. Alexander e Matthew N. O.
Sadiku no livro Fundamentos de Circuitos Elétricos.
Pesquise sobre qualidade do serviço na página da Aneel, buscando pelo Módulo 8 do Prodist.
CONTEUDISTA
Isabela Oliveira Guimarães
 CURRÍCULO LATTES
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