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O_DIREITO_NO_MERCADO_DA_MODA

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BENIGNA ARAUJO TEIXEIRA MAIA 
TERESA CRISTINA FERREIRA DE OLIVEIRA 
ORGANIZADORAS
O DIREITO NO 
MERCADO DA 
MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
 
Londrina/PR
2021
Diagramação e Capa: Editora Thoth
Revisão: Ana Clara Teixeira
Editor chefe: Bruno Fuga
Coordenador de Produção Editorial: Thiago 
Caversan Antunes
Diretor de Operações de Conteúdo: Arthur 
Bezerra de Souza Junior 
 
Dados Internacionais de Catalogação na 
Publicação (CIP)
Índices para catálogo sistemático
1. Direito Civil : 342.1 
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra 
sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é 
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98. 
Todos os direitos desta edição são reservados 
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se 
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por 
seus autores. 
© Direitos de Publicação Editora Thoth. 
Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br
contato@editorathoth.com.br
O direito no mercado da moda: estudos 
transdisciplinares. / Organizadoras: 
Benigna Araujo Teixeira Maia, Teresa 
Cristina Ferreira de Oliveira. – 
Londrina, PR: Thoth, 2021.
229 p.
Inclui bibliografias
ISBN 978-65-5959-211-1
1. Direito Civil. 2. Propriedade Intelectual. 
3. Empresarial. 4. Direito da Moda. I. 
Título.
CDD 342.1 
ORGANIZADORAS
BENIGNA ARAUJO TEIXEIRA MAIA
Doutoranda em Direito Processual pelo UniCEUB, mestre, professora de 
graduação e pós -graduação. Coordenadora de Especialização, membro da 
associação brasileira de Direito processual - ABDPro. autora de livros e 
artigos jurídicos.
TERESA CRISTINA FERREIRA DE OLIVEIRA
Doutora e Mestre em Família na Sociedade Contemporânea pela ( Ucsal), 
Especialista em Direito Civil (Ufba) Especialista em Relações Familiares 
(Ucsal), Professora de Graduação e Pós Graduação. Advogada e Mediadora 
Extrajudicial. Coordenadora da Pós em Psicologia Jurídica e Mediação 
de Conflitos ( Ucsal) Pesquisadora de Família, autora de livros e artigos 
científicos. Membro do grupo de pesquisa Gestão Social Sustentável 
Família e Sociedade ( UEFS/ Cnpq).
AUTORES 
ANA BEATRIZ BARBOSA PONTE
Professora, Advogada graduada pela Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro (UERJ). Masters of Laws pela New York University. LL.M em Direito 
Societário e de Mercado de Capitais no IBMEC Especialista em Direito de 
Empresa pela CEPED UERJ. Tem cursos de especialização em Técnico 
Contábil pela INE e Versões e Traduções pela Daniel Brito, bem como de 
cursos online Cursos Online da Escola Nacional de Administração Pública 
– ENAP, incluindo sobre a Lei Geral de Proteção de Dados e de Contratos 
pela Harvard University.
ANA ÚRSULA DA COSTA SILVA
Bacharel em Direito pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina - CEUT, 
pós graduada em Direito e Processo Tributários, pela Universidade de 
Fortaleza - UNIFOR. Advogada empresarial. Consultora de Negócios de 
Moda.
AMANDA OLIVEIRA DA CÂMARA MOREIRA
Mestre em Direito Constitucional (UFRN). Especialista em Direito 
Constitucional (UNI-RN). Professora substituta da UFERSA e da graduação 
da UNINASSAU Natal. Professora convidada da pós graduação e MBA 
da UnP, de capacitação da ESA/PE e do Curso de Direito da Moda do 
SeuFuturo.com. Advogada. Presidente da Comissão de Direito da Moda 
OAB/RN. Membro consultivo da Comissão de Direito da Moda OAB/PE. 
Membro da Comissão Especial de Cultura e Arte do Conselho Federal da 
OAB. Membro CDD e CORECON da OAB/RN. Representante brasileira 
do Portal Fashion Law Latam. Autora e coautora de obras jurídicas.
BÁRBARA VEIGA GÓES
Advogada. Pós-Graduanda em Direito Digital pela Universidade Salvador 
(Unifacs). Graduada em Direito pela Universidade Católica do Salvador 
(Ucsal). 
BEATRIZ FERNANDES GENARO
Professora, escritora, palestrante e advogada especialista em Fashion Law pela 
Faculdade Santa Marcelina (FASM-SP), Membro convidada da Comissão de 
Propriedade Intelectual da OAB/PE e do Comitê Técnico e Científico da 
Sviluppo & Cooperazione Italia Brasile (DIB), articulista do Portal Fashion 
Law Latam, cofundadora do canal @fashionlawlives e coorganizadora do 
Fashion Law de A a Z. E-mail: beatriz@fernandesgenaro.com.br.
BENIGNA ARAÚJO TEIXEIRA MAIA
Doutoranda em Direito Processual pelo UniCEUB, mestre, professora de 
graduação e pós -graduação. Coordenadora de Especialização, membro da 
associação brasileira de Direito processual - ABDPro. autora de livros e 
artigos jurídicos.
BRUNA KOPP
Advogada. Presidente da Comissão de Direito da Moda da OAB/DF; Pós- 
Graduada em Direito Civil e Processo Civil pelo Instituto Elpídio Donizetti;
Pós-Graduada em Direito da Moda – Fashion Law pela Universidade 
Unicesumar; Pós-Graduada em Direito Empresarial - Faculdade Legale. 
Formada em Propriedade Intelectual e Industrial pelo INPI – Instituto 
Nacional de Propriedade Industrial; Professora de Direito da Moda da ESA-/
DF Escola Superior da Advocacia do DF. Palestrante.
CAMILE SERRAGGIO GIRELLI
Advogada, Escritora e Professora Universitária. Doutoranda em Direito 
pela Universidade do Rio dos Sinos - UNISINOS. Mestre em Direito pela 
Universidade de Passo Fundo - UPF. Pós-Graduada em Direito Processual 
Civil pela Universidade Anhanguera-Uniderp. Membro do Comitê Técnico e 
Científico da Sviluppo & Copperazione Italia Brasile (DIB). Vice-presidente 
da Comissão de Direito da Moda da ABA/RS. Coordenadora Acadêmica do 
Grupo de Fashion Law da Law Talks. Co-fundadora do @justamoda_
ISADORA CASTELO BRANCO SOLON COSTA
Advogada. Especialista em Direito e Planejamento Tributário pela 
Universidade Estácio de Sá. Pós-Graduanda em Direito e Processo do 
Trabalho pela Faculdade Educacional da Lapa-FAEL.
CLÁUDIA MARTINS MOTA DE CARVALHO 
Mestra em Direitos Humanos, Cidadania e Violência pelo Centro Universitário 
Unieuro. Servidora do TJDFT.
DAYANE NAYARA DA SILVA ALVES
Mestra em Direito Econômico e Desenvolvimento pela UCAM. Especialista 
em Direito Fiscal pela PUC-RJ. Especialista em Fashion Law pela FASM-SP. 
Extensão em Fashion Law pela UERJ.
GRACIELE NETO CARDOSO LINS DUTRA
Doutora e Mestre em Direito Público pela Universidade de Coimbra - Portugal. 
Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de Franca – SP. Professora 
Universitária. Membro de corpo editorial da Revista Jurídica Virtù: Direito e 
Humanismo. Docente avaliadora para credenciamento e recredenciamento 
de Universidades do SINAES - MEC. Palestrante, colaboradora, instrutora, 
conteudista e docente nas seguintes temáticas: Direito Público, Constitucional, 
Ética no serviço público, Assédio Moral, Governança, Democracia, Direitos 
Fundamentais e temas correlatos. 
JOÃO PEDRO FRAGA DE CASTRO
Advogado do escritório João Fraga de Castro & Associados. Membro APORT 
– Advogados Portugueses em Consórcio.
LARISSA PIETRA ROCHA ARAUJO
Bacharel em Direito, Pós graduanda em Direito Público – Faculdade CERS.
Assistente de Contratos no Instituto de Gestão e Humanização – IGH.
LÍVIA BARBOZA MAIA
Doutoranda e Mestre em Direito Civil pela UERJ. Especialista em Direito 
da Propriedade Intelectual pela PUC-Rio. Professora nos cursos de Pós-
Graduação lato sensu na PUC-Rio. Membro da Comissão de Direito da 
Moda e da Comissão de Direito Civil da OAB/RJ. Sócia de Denis Borges 
Barbosa Advogados
NAYARA SOARES SANTANA
Assessora legislativa na Câmara dos Deputados. Atua no gabinete da 
Deputada Edna Henrique-PSDB/PB. Função: Elaboração de Projetos de 
Lei, Emendas e outras proposições. Presta assessoria nas Comissões e em 
Plenário. Orientação de votos e consultorias. Elaboração de textos e discursos. 
Jornalista- registrada sob o nº 0012935/DF. Advogada -registrada sob o nº 
42.724-DF. Atua nas áreas cível e Direito de Família. Professora de História 
do Direito, Direito Civil, Oficina Jurídica. Especialista em Direito Público. 
Mestra em Direitos Humanos Cidadania e Violência -Área base: Ciência 
Política. Autora de artigo científico publicado nos EUA. Autora do livro 
“Cidadania Ambiental”. Autora do Livro “Direitos Humanos. Perspectiva 
Contemporânea dos Direitos Fundamentais”.
SILVIA LUISA EIFERT HAAS
Graduadaem Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). 
Extensão universitária em aperfeiçoamento em Direito pelo Centro de 
Estudos Jurídicos (Cejur). Extensão em Direito da Moda (Fashion Law) pela 
Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma). Extensão universitária em 
Compliance IPA/ABA pelo Centro Universitário Metodista e Associação 
Brasileira de Advogados. 
TEILA ROCHA
Mestra em Relações Sociais e Novos Direitos pela Universidade Federal da 
Bahia (UFBA). Mestra em Políticas Sociais e Cidadania pela Universidade 
Católica do Salvador (UcSal). Especialista em Direito do Trabalho e Processo 
do Trabalho pela UFBA. Professora de Direito Civil e Direito do Consumidor 
da UcSal. Professora substituta da UFBA. Membro dos grupos de pesquisa 
Privacidade e Proteção de Dados na Era Digital e Conversas Civilísticas, 
ambos da UFBA. Advogada. Parecerista.
TERESA CRISTINA DE OLIVEIRA 
Doutora e Mestre em Família na Sociedade Contemporânea pela ( Ucsal), 
Especialista em Direito Civil (Ufba) Especialista em Relações Familiares 
(Ucsal), Professora de Graduação e Pós Graduação. Advogada e Mediadora 
Extrajudicial. Coordenadora da Pós em Psicologia Jurídica e Mediação 
de Conflitos ( Ucsal) Pesquisadora de Família, autora de livros e artigos 
científicos. Membro do grupo de pesquisa Gestão Social Sustentável Família 
e Sociedade ( UEFS/ Cnpq).
PREFÁCIO 
A cadeia produtiva da moda, também chamada de fashion design chain, 
vivencia mudanças não previsíveis. Nos anos 2000, por exemplo, o acesso 
à internet e à informação rápida proporcionou uma verdadeira revolução 
que promoveu a sazonalidade intensa, diante do fácil acesso às tendências 
nas mídias sociais, assim como a mudança dos padrões de consumo, 
especialmente nas sociedades ocidentais. 
O aumento do consumo promoveu movimentos como o Fashion 
Revolution, diante dos elevados custos sociais decorrentes de grupos 
econômicos que promoveram o low cost e o fast fashion1. Discussões sobre 
sustentabilidade, direitos humanos, proteção marcária, propriedade 
intelectual, cadeias globais de valor, concorrência desleal, entre outros, 
passaram a ser cada vez mais frequentes diante da importância do setor.
Contudo, 2020 tornou-se um marco para a indústria e para toda 
cadeia produtiva da moda. Não há dúvidas sobre as dificuldades do setor, 
especialmente considerando a queda do consumo – e da renda, em geral - 
no período inicial da pandemia sendo que as marcas dependentes do fast 
fashion foram impactadas de maneira relevante. Consequentemente, grandes 
conglomerados entraram em falência (tais como Century 21, J.Crew, Neiman 
Marcus etc.), o que demonstra a relação de interdependência do varejo com 
o comportamento do consumidor (que deixou de consumir). Esse cenário 
também evidenciou como operam as cadeias globais de valor tão comuns 
na indústria de fashion design2 e as dificuldades impostas pelo fechamento de 
fronteiras para o abastecimento e funcionamento das empresas relacionadas 
à cadeia da moda.
1. SAAD-DINIZ, Eduardo; DOMINGUES, Juliana Oliveira. Fashion law: a nova moda entre 
o penal e o econômico. Boletim IBCCRIM, São Paulo, v. 24, n. 287, p. 5, 2016.
2. Neste sentido, veja-se: OECD (2021). Global Value Chains Efficiency and risks in the context 
of covid. Disponível em: https://www.oecd.org/coronavirus/policy-responses/global-
value-chains-efficiency-and-risks-in-the-context-of-covid-19-67c75fdc/ Acesso em: 21 de 
julho de 2021. 
Portanto, as relações jurídicas e sociais da sociedade de consumo 
merecem uma análise transversal e holística. Este tem sido o foco dos 
estudos do Fashion Law no mundo e, também, no Brasil. 
Assim, é digno de nota o trabalho da Dra. Benigna Teixeira e a Dra 
Teresa Oliveira ao trazer a temática do Fashion Law para um livro de fôlego, 
com autores e autoras que enfrentam temas que vão desde uma introdução 
ao Direito aplicado à moda, até mesmo a temas que estão conectados com 
os efeitos da pandemia de coronavírus, passando para métodos preventivos 
e autocompositivos de resolução de conflitos (tais como o compliance e a 
mediação nos contratos de Fashion Law).
Tal como já defendi em artigo sobre o tema no Brasil, em uma cadeia 
produtiva dinâmica como é a da moda:
“[...] alternativas mais inteligentes do que a via sancionadora 
deveriam estar disponíveis, até mesmo no sentido de 
apresentar uma “resposta econômica” aos problemas 
que não se resumem à via punitiva. Entender a dinâmica 
da indústria da moda passa a ser fundamental para que 
respostas jurídicas mais qualificadas possam ser desenhadas. 
Nesse sentido, não se pode deixar de pensar o problema 
dentro de um contexto multidisciplinar, atentando para a 
lógica industrial e para os hábitos de consumo.3” 
Nesta obra, o leitor também encontrará temas alinhados com ESG, 
como a sustentabilidade da moda e o e-commerce social ligado ao tema do 
contrato para digital influencers. O livro também traz artigos com abordagem 
constitucional, sem deixar de tratar da importância das formas alternativas 
de financiamento empresarial, de um regime empresarial mais competitivo 
e favorável. O leitor, ou leitora, também encontrará questões importantes 
atinentes aos direitos de personalidade e artigos que tocam na importância 
do valor da marca, das repressões às infrações ao Direito Marcário e do 
Combate às Falsificações na Indústria.
Portanto, trata-se de uma obra robusta, transdisciplinar – tal como o 
título sugere- e muito útil aos operadores do Direito e a todos que atuam 
na cadeia produtiva da moda. Assim, eu renovo meus cumprimentos à Dra. 
Benigna Teixeira e Dra Teresa Oliveira pelo trabalho de fôlego e às autoras 
e autor dos artigos pela qualidade dos textos. 
São iniciativas exitosas como a deste livro que promovem pesquisas 
que fortalecem os estudos no Fashion Law, evidenciando que existe 
uma miríade de possibilidades diante dos desafios e fenômenos jurídicos 
3. SAAD-DINIZ, Eduardo; DOMINGUES, Juliana Oliveira. Fashion law: a nova moda entre o 
penal e o econômico. Boletim IBCCRIM, São Paulo, v. 24, n. 287, p. 5, 2016. Veja-se também: 
DOMINGUES, Juliana Oliveira (coord). Fashion Law: o Direito está na Moda. São Paulo: 
Singular: 2019.
que permeiam toda cadeia produtiva de um dos setores mais criativos e 
dinâmicos da nossa sociedade: a moda.
Desejo boa leitura a todos e todas!
Brasília, julho de 2021
Juliana Oliveira Domingues
Professora Doutora de Direito Econômico da Universidade de São 
Paulo - FDRP/USP, líder do Grupo de Direito Inovação e Fashion Law 
da Universidade de São Paulo. Secretária Nacional do Consumidor do 
Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
 SUMÁRIO 
ORGANIZADORAS .......................................................................................7
AUTORES ..........................................................................................................9
PREFÁCIO ......................................................................................................13
CAPÍTULO 1
MEDIAÇÃO NOS CONTRATOS DO DIREITO DA MODA ..........23
Introdução ......................................................................................................23
1 Visão conceitual da mediação de conflitos ............................................24
1.1 Marcos regulatórios da mediação de conflitos no Brasil ..................26
1.2 A mediação no Código de Processo Civil de 2015 ...........................28
2 Os conflitos nos contratos comerciais e empresariais do mercado da 
moda ...............................................................................................................30
3 Vantagens de utilizar a mediação nos contratos do Direito da 
Moda ...............................................................................................................32
Considerações finais .....................................................................................34
Referências .....................................................................................................35CAPÍTULO 2
FASHION LAW: O DIREITO APLICADO À MODA .........................37
Introdução ......................................................................................................37
1 Breve histórico sobre moda .....................................................................38
2 Fashion Law ...............................................................................................40
2.1 No mundo ...............................................................................................40
2.2 No Brasil ..................................................................................................41
3 Inspiração ou cópia: como distinguir isso no mundo da moda? ........43
4 Métodos de proteção da propriedade intelectual..................................44
4.1 Patente ......................................................................................................44
4.2 Direito autoral .........................................................................................46
4.3 Desenho industrial .................................................................................46
4.4 Marca ........................................................................................................47
5 Moda e a proteção por meio do Fashion Law .........................................49
6 Fashion Law e os tribunais .........................................................................52
7 Mediação está na moda? ...........................................................................53
Considerações finais .....................................................................................54
Referências .....................................................................................................56
CAPÍTULO 3
O COMPLIANCE COMO INSTRUMENTO PARA APRIMORAR AS 
RELAÇÕES DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA MODA ............61
Introdução ......................................................................................................61
1 As relações de trabalho na indústria da moda .......................................62
2 O compliance na indústria da moda ...........................................................70
Considerações finais .....................................................................................74
Referências .....................................................................................................78
CAPÍTULO 4
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DO FASHION LAW: EFICÁCIA 
HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .........................81
Introdução ......................................................................................................81
1 Direito contemporâneo ............................................................................82
1.1 Neoconstitucionalismo ..........................................................................83
1.2 Fashion Law e a Constituição Federal .................................................83
1.3 A eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas .............84
2 Conflitos de direitos fundamentais .........................................................85
2.1 Solução do conflito e a teoria da ponderação ....................................87
2.2 Direitos fundamentais nas relações do Fashion Law ..........................88
Considerações finais .....................................................................................91
Referências .....................................................................................................91
CAPÍTULO 5
OS DIREITOS DE PERSONALIDADE À LUZ DO FASHION 
LAW ...................................................................................................................93
Introdução ......................................................................................................93
1 Método ........................................................................................................94
2 Discussão ....................................................................................................95
Considerações finais ...................................................................................103
Referências ...................................................................................................104
CAPÍTULO 6
O VALOR DA MARCA PARA A INDÚSTRIA DA MODA E O 
MERCADO DE LUXO ...............................................................................107
Introdução ....................................................................................................107
1 A proteção marcária na indústria da moda ..........................................108
1.1 A proteção conferida pela marca .......................................................108
1.2 Como se adquire a titularidade de uma marca .................................111
1.3 A marca na indústria da moda ............................................................111
2 O que representa uma marca em termos de valores ..........................114
2.1 O valor de uma marca .........................................................................114
2.2 Como calcular o valor de uma marca ................................................116
3 Posicionamentos vinculados à marca e o impacto em seu valor ......118
3.1 Como o posicionamento pode influir no valor da marca ..............118
Considerações finais ...................................................................................120
Referências ...................................................................................................120
CAPÍTULO 7
OS EFEITOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NA INDÚSTRIA DA 
MODA: DO “NOVO” CONSUMO AOS CONTRATOS ...................125
Introdução ....................................................................................................125
1 Aspectos gerais das mudanças no perfil do consumo e jurídicos 
relacionados à pandemia ............................................................................127
2 A necessidade de readaptação às relações tradicionais do varejo ...132
2.1 Das “novas” relações de consumo ....................................................133
2.2 Das alterações contratuais e do contrato do marketplace .................135
3 O que podemos esperar do “novo”? ....................................................137
Considerações finais ...................................................................................138
Referências ...................................................................................................139
CAPÍTULO 8
SUSTENTABILIDADE NA MODA: TINGIMENTO TÊXTIL COM 
CORANTES NATURAIS ...........................................................................143
Introdução ............................................................................................... ....143
1 Sustentabilidade na indústria têxtil ........................................................144
2 Tingimento têxtil e tipos de corantes ...................................................146
2.1 Corantes sintéticos e seu impacto ambiental ...................................147
2.2 Corantes Naturais .................................................................................148
2.2.1 Corante extraído da castanha de baru e a fotoproteção...............149
Considerações finais ...................................................................................150
Referências ...................................................................................................151
CAPÍTULO 9
PROPRIEDADE INTELECTUAL E RESPONSABILIDADE CIVIL 
NO MUNDO DA MODA ..........................................................................153
Introdução ....................................................................................................153
1 Direito no mundo da moda ...................................................................154
2 Propriedade intelectual e direitos autorais ...........................................155
3 Responsabilidade civil no Fashion Law ..................................................1584 Perspectiva jurisprudencial acerca dos direitos autorais e 
responsabilidade civil na moda .................................................................160
Considerações finais ...................................................................................162
Referências ...................................................................................................163
CAPÍTULO 10
REPRESSÕES ÀS INFRAÇÕES AO DIREITO MARCÁRIO E 
COMBATE ÀS FALSIFICAÇÕES NA INDÚSTRIA DA MODA ....165
Introdução ....................................................................................................165
1 Moda e propriedade industrial: um breve panorama na história......166
1.1 Propriedade intelectual na legislação .................................................168
1.1.1 Violação ao direito marcário.............................................................170
2 Aspectos da contrafação na moda ........................................................172
3 A moda, contrafações e a Corte ............................................................174
Considerações finais ...................................................................................179
Referências ...................................................................................................180
CAPÍTULO 11
REGIME TRIBUTÁRIO COMPETITIVO PARA O SETOR TÊXTIL 
E DE CONFECÇÃO ...................................................................................183
Introdução ....................................................................................................183
1 Evolução histórica e notas conceituais da indústria da moda: segmentos 
têxtil e de confecção ...................................................................................185
1.1 Conceito de moda ................................................................................185
1.2 Indústria têxtil e seus precedentes históricos ...................................186
1.3 Indústria de confecção .........................................................................187
1.4 Indústria de facção ...............................................................................187
1.5 Indústria da moda.................................................................................188
2 Panorama da indústria têxtil e de confecção nacional e regime tributário 
competitivo favorável .................................................................................189
2.1 Breves noções acerca da indústria têxtil e de confecção no cenário 
nacional .........................................................................................................189
2.2 Modelo competitivo de tributação .....................................................191
Considerações finais ...................................................................................195
Referências ...................................................................................................196
CAPÍTULO 12
FORMAS ALTERNATIVAS DE FINANCIAMENTO EMPRESARIAL 
NA INDÚSTRIA: OS MODELOS DE ORGANIZAÇÃO PÚBLICA E 
PRIVADA .......................................................................................................199
Introdução ....................................................................................................199
1 Modelos de organização de natureza pública ......................................199
1.1 Sociedades de Investimento Mobiliário para Fomento da Economia 
(SIMFE) .......................................................................................................200
1.1.1 Contributo da IFD (Instituição Financeira de Desenvolvimento, 
S. A.) na economia e os FEEI (Fundos Europeus Estruturais e de 
Investimento)...............................................................................................200
1.1.1.1 Fundo de Coinvestimento 200M – DL n.º 126-C/2017 ..........201
1.1.1.2 Fundo de Capital & Quase Capital - DL n.º 225/2015 (doravante 
designado por FC&QC)..............................................................................201
1.1.1.3 Fundo de Dívida e Garantias – DL n.º 226/2015.....................201
1.1.1.4 Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular – DL n.º 
86-C/2016....................................................................................................201
Considerações finais ...................................................................................202
2 Modelos de organização de natureza privada: joint ventures agreement, 
business angels e capital de risco ...................................................................202
2.1 Crowdfunding: financiamento colectivo ...............................................202
Considerações finais ...................................................................................205
2.2 Regime jurídico do capital de risco e da Sociedade de Capital de 
Risco (SCR) ..................................................................................................205
Considerações finais ...................................................................................208
2.3 Empreendedorismo social e investimento especializado.................208
Considerações finais ...................................................................................209
2.4 Business angel .......................................................................................209
Considerações finais.................................................................................... 211
2.5 Joint venture agreement e outras formas de organização empresarial 211
Considerações finais ...................................................................................212
2.5.1 Consórcio.............................................................................................213
Considerações finais ...................................................................................214
2.5.2 Agrupamento Complementar de Empresas (ACE)......................214
2.5.3 Agrupamento Europeu de Interesse Económico (AEIE) ..........216
Considerações finais ...................................................................................216
Referências ...................................................................................................216
CAPÍTULO 13
A IMPORTÂNCIA DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE 
PARCERIA COMERCIAL DO DIGITAL INFLUENCER ..............219
Introdução ....................................................................................................219
1 Os contratos do digital influencer .........................................................220
1.1 O digital influencer ...............................................................................220
1.2 Conceito e princípios dos contratos ..................................................220
1.2.1 Alguns dos princípios fundamentais aplicados aos contratos.....222
2 A importância da formalização dos contratos realizados entre o digital 
influencer e as empresas ............................................................................223
3 Publicidade nas redes sociais .................................................................227
Conclusão .....................................................................................................228
Referência bibliográfica ..............................................................................229
CAPÍTULO 1
 
MEDIAÇÃO NOS CONTRATOS DO 
DIREITO DA MODA
BENIGNA ARAÚJO TEIXEIRA MAIA
Doutorando em Direito Processual no Centro Universitário de Brasília 
- Uniceub. Mestra em Direitos Humanos e Cidadania. Especialista em 
Direito Civil. Professora de Direito Civil e Processual Civil de Graduação 
e Pós-Graduação. Mediadora judicial no TJDFT e Extrajudicial com 
certificação ICFML. Coordenadora de Pós-Graduação em Mediação 
e Arbitragem no Advogada cível. Membro da Associação Brasileira de 
Processual (ABDpro) e da Associação Brasiliense de Processo Civil 
(ABPC). Associada ao Global Collaborative Law Council. Palestrante e 
Conferencista.Autora de obras jurídicas. E-mail: benigna.adv@gmail.com.
INTRODUÇÃO
O Direito da Moda, conhecido também como Fashion Law, não é 
um ramo do direito autônomo, mas, sim, um segmento do Direito que 
cuida de assuntos referentes ao mercado da moda, como a indústria têxtil, 
de calçados, joalheria e acessórios. Assim, suas questões estão entrelaçadas 
ao Direito Civil, Trabalhista, Tributário, Empresarial, Ambiental, Penal, 
Propriedade Intelectual, entre outros. 
Nesse sentido, procura-se responder no presente artigo à seguinte 
indagação: é mais vantajoso utilizar a mediação para resolver conflitos 
relativos a contratos do mercado da moda, ao invés de socorrer ao Judiciário? 
A mediação nos contratos do Direito da Moda justifica-se em razão 
do dinamismo que o mundo da moda exige do profissional do Direito para 
oferecer soluções de conflitos de forma rápida e eficaz. Em outras palavras, 
em muitas questões desse segmento específico, não há tempo hábil para 
aguardar um processo judicial que, na maioria dos casos, permanece longos 
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
22
anos em trâmite no Judiciário até ser finalizado de um modo com o qual 
nem sempre as partes terminarão satisfeitas. 
O objetivo geral deste trabalho é demonstrar que a mediação pode 
ser um meio mais adequado, benéfico e célere para que aqueles envolvidos 
em conflitos relacionados a contratos da moda possam resolver seus 
contratos de forma satisfatória e até mesmo confidencial.
Assim, o estudo apresentará como primeiro objetivo específico a 
abordagem conceitual da mediação e dos marcos regulatórios para o 
desenvolvimento da prática da mediação no Brasil. 
O segundo objetivo específico consiste em analisar os conflitos 
derivados dos contratos comerciais e empresariais do mercado da moda. 
Por fim, o terceiro objetivo específico é demonstrar os possíveis 
benefícios da mediação nos conflitos decorrentes dos contratos do Direito 
da Moda. 
A metodologia da presente pesquisa constitui-se de revisão 
bibliográfica dogmático-instrumental, qualitativa e documental. 
1 VISÃO CONCEITUAL DA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
A mediação de conflitos é conhecida como um dos métodos 
adequados de soluções de conflitos. Trata-se de um meio de acesso à 
justiça de que o cidadão poderá se valer para buscar a resolução de uma 
determinada questão. A fim de compreender melhor seu conceito, vale 
revisar algumas definições propostas. 
No entendimento de Maria Nazareth Serpa (1997, p. 20):
[...] mediação é o desenvolvimento da negociação de 
interesse, assistido por terceiro (mediador), o qual é 
encarregado pelo Estado a facilitar os passos do processo, 
cabendo a ele, desta forma, administrar os fatos e conduzir 
as pessoas a uma solução que pacifique o conflito e atenda 
as necessidades de ambas as partes. 
A mediação é compreendida também como uma forma de solução 
de conflito na qual:
[...] um terceiro intervém em um processo negocial, com 
a função de auxiliar as partes a chegar à autocomposição. 
Ao terceiro não cabe resolver o problema, como acontece 
na arbitragem o mediador/conciliador exerce um papel de 
catalisador da solução negociai do conflito. Não são, por 
isso, espécies de heterocomposição do conflito; trata-se de 
exemplos de autocomposição, com a participação de um 
terceiro. (DIDIER JR, 2015, p. 276).
23Mediação nos contratos do direito da moda
De um modo geral, entende-se que a mediação é a possibilidade 
de uma terceira pessoa intervir em uma questão que pode ser negocial de 
âmbito empresarial ou de um conflito específico entre pessoas físicas, a qual 
é apresentada pelas partes envolvidas, sendo que esse terceiro tem o papel 
de facilitar um acordo. Portanto:
[...] a mediação é geralmente definida como a interferência 
em uma negociação ou em um conflito de uma terceira 
parte aceitável, tendo um poder de decisão limitado ou 
não-autoritário, e que ajuda as partes envolvidas a chegarem 
voluntariamente a um acordo, mutuamente aceitável com 
relação as questões em disputa.(MOORE, 1998, p. 28).
O autor citado logo acima analisa quatro elementos importantes do 
conceito, quais sejam: aceitabilidade, intervenção, ajuda e voluntariedade. 
Esses aspectos conceituais demonstram a essência da mediação. 
Depreende-se de aceitabilidade, segundo Moore (1998), a aquiescência 
da presença do mediador para auxiliar as pessoas envolvidas a encontrar uma 
solução na disputa. As partes devem aceitar o mediador e estar dispostas a 
ouvi-lo, seguindo corretamente o processo de mediação.
O próximo elemento é a intervenção, que compreende a intromissão 
de alguém alheio ao conflito em um relacionamento contínuo, sendo 
então capaz de alterar-lhe a dinâmica. Dessa forma, influencia crenças e 
comportamentos, “[...] proporcionando conhecimento ou informação, ou 
usando um processo de negociação mais eficiente” (MOORE, 1998, p. 28).
Ademais, a intervenção do mediador deve ser entendida como uma 
forma de aproximar as pessoas que apresentaram o conflito, ou seja, o 
mediador terá a missão de provocar as partes a dialogar, pois de modo 
algum poderá impor acordo. De acordo com Moore (1998, p. 30): “Um 
mediador, via de regra, tem um poder de tomada de decisão limitado ou 
não-oficial; ele não pode unilateralmente mandar ou obrigar as partes a 
resolverem suas diferenças e impor a decisão”.
Esta, aliás, é uma das diferenças entre o mediador e o magistrado. 
Geralmente, o juiz é o terceiro imparcial investido de jurisdição estatal e tem 
o poder de impor sua decisão aos particulares, desde que pronunciamento 
judicial esteja pautado em leis e jurisprudências. Por sua vez, na mediação, as 
próprias partes dialogam para identificar um ponto em comum e estabelecer 
um acordo. 
O terceiro elemento é a ajuda, que, na atividade da mediação, está 
vinculada aos diversos papéis que o mediador desempenha para auxiliar os 
particulares (MOORE, 1998). Aqui, ele deve ter a sensibilidade de verificar 
nos casos os tipos de conflitos, a fim de direcionar mais adequadamente 
a sessão de mediação. É uma de suas funções, por exemplo, auxiliar na 
comunicação entre as partes. 
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
24
O quarto e último elemento da definição de mediação é a 
voluntariedade, que significa a liberalidade dos envolvidos em construir 
acordo: “Voluntário refere-se a uma participação por livre escolha e a um 
acordo realizado livremente. Os litigantes não são obrigados a negociar, 
mediar ou fazer acordo influenciados por nenhuma parte interna ou externa 
à disputa” (MOORE, 1998, p. 31).
Observa-se que, no elemento da voluntariedade, os conflitantes não 
estão obrigados a fazer acordo, haja vista que o mediador não tem o poder 
de fazê-lo. Além do mais, nota-se que a voluntariedade está relacionada 
à aceitação das partes em participar do processo de mediação. O efeito 
esperado pela mediação é de gerar respeito e confiança entre os mediandos, 
de forma que estes poderão continuar a se relacionar ou até mesmo desfazer 
o relacionamento de um modo menos oneroso.
Compreendido o conceito de mediação, percebe-se que essa prática 
poderá existir em diversas áreas do campo jurídico, contanto que o direito 
em disputa seja disponível, isto é, transacional. Assim, a mediação pode, por 
exemplo, ser aplicada nos contratos de Fashion Law cujos direitos discutidos, 
em muitos casos, permitem a transação.
No entanto, é necessário entender que a técnica da mediação recebeu 
regulamentação própria há poucos anos. Ela ainda está sendo experimentada 
e conhecida no mundo dos negócios da moda. 
1.1 MARCOS REGULATÓRIOS DA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
NO BRASIL
No Brasil, a prática da mediação de conflitos ocorreu antes de 
qualquer regulamentação sobre o processo de mediação, mas foi a partir 
da Lei 9099/95 que se iniciaram as práticas consensuais de soluções de 
disputas – a conciliação, que abriu no Judiciário uma nova forma de resolver 
conflitos de menor complexidade. 
O Poder Judiciário,com passar dos anos, recebeu muitas demandas, 
a ponto de a estrutura judicante não corresponder com celeridade na 
prestação jurisdicional. Fez-se necessária, com isso, a realização da política 
pública judiciária, na esperança de responder com eficiência e reeducar a 
sociedade sobre as maneiras de soluções de conflitos. 
A política pública judiciária evidenciada na Resolução 125/10 do 
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criada com base nos estudos da 
Rede de Pesquisas Internacionais em ADR (Resolução Alternativa de 
Conflitos) da Universidade de Saint Thomas (UST) e no modelo do Sistema 
Multiportas, previsto na justiça norte-americana.
25Mediação nos contratos do direito da moda
Neste cenário, a rede de pesquisas internacionais sobre Alternative 
Dispute Resolution da Universidade de Saint Thomas tem o seguinte objetivo:
[...] é um programa de pesquisa destinado a criar modelos 
inclusivos de resolução de problemas que utilizam 
técnicas de capital social e de construção de consenso 
(isto é, processos de resolução de conflitos que levam em 
consideração as opiniões de todas as partes envolvidas, 
em especial os integrantes sem direito de opinião de uma 
comunidade). (CRESPO, 2012, p. 25).
Importa esclarecer que o sentido de capital social é o de substâncias 
tangíveis, como boa vontade, solidariedade, entre outros: 
O conceito de capital social foi empregado pela primeira 
vez por L. J. Hanifan, supervisor estadual das escolas rurais 
do Estado de West Virginia em 1916. Hanifan invocou 
o conceito de capital social como argumento para um 
maior envolvimento da comunidade no sistema escolar: 
“as substâncias tangíveis [que são] mais importantes para 
a maioria das pessoas no seu dia a dia — boa vontade, 
companheirismo, solidariedade e relações sociais entre as 
pessoas e as famílias que constituem uma unidade social”. 
O indivíduo é socialmente desamparado quando está 
sozinho. Ao entrar em contato com seus vizinhos, e estes 
com outros vizinhos, haverá uma acumulação de capital 
social que poderá atender de imediato as suas necessidades 
sociais e criar um potencial social suficiente para que ocorra 
uma melhoria considerável das condições de vida no 
interior de toda a comunidade. (PUTNAM apud CRESPO, 
2012, p. 25).
Ainda sobre o modelo do Sistema Multiportas, sabe-se que foi 
conceituado pelo professor Frank Sander, da Faculdade de Negociação e 
Direito de Harvard. Segundo Crespo (2012, p. 27):
Em 1976, lançou o documento de sua autoria denominado 
Varieties of dispute processing (Variedades do processamento 
de conflitos), na Pound Conference. Nele o professor 
Sander lançou o conceito do Tribunal Multiportas — 
modelo multifacetado de resolução de conflitos em uso 
atualmente em vários setores dos Estados Unidos e outros 
países. 
Para o professor Sander, o conceito do Tribunal Multiportas parte 
da ideia inicial de examinar as diferentes formas de resolução de conflitos: 
mediação, arbitragem, negociação. De forma lúdica, a expressão multiportas 
decorre da seguinte metáfora: “[...] seria como se houvesse um átrio do 
fórum em que tivesse várias portas; a depender do problema apresentado, 
as partes seriam encaminhadas para a porta da mediação, ou conciliação, ou 
da arbitragem ou da própria justiça” (CUNHA, 2018, p. 1). 
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
26
Considerando esses aspectos, a Resolução 125/2010 do CNJ 
determinou a criação de Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de 
Solução de Conflitos (NUPEMECs) para atender os órgãos judiciários e os 
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, conhecidos como 
os CEJUSCs, responsáveis por realizar as sessões de conciliação e mediação 
no âmbito do Poder Judiciário (BRASIL, 2010, online):
Art. 7º - Os tribunais deverão criar, no prazo de 30 dias, 
Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução 
de Conflitos (Núcleos), coordenados por magistrados 
e compostos por magistrados da ativa ou aposentados e 
servidores, preferencialmente atuantes na área, com as 
seguintes atribuições, entre outras. (Redação dada pela 
Emenda nº 2, de 08.03.16).
Art. 8º - Os tribunais deverão criar os Centros Judiciários 
de Solução de Conflitos e Cidadania (Centros ou 
Cejuscs), unidades do Poder Judiciário, preferencialmente, 
responsáveis pela realização ou gestão das sessões e 
audiências de conciliação e mediação que estejam a cargo de 
conciliadores e mediadores, bem como pelo atendimento e 
orientação ao cidadão. (Redação dada pela Emenda nº 2, 
de 08.03.16).
1.2 A MEDIAÇÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015
O Novo Código de Processo Civil (CPC), regulamentado pela Lei 
13.105 de 16 de março de 2015 e tendo entrado em vigência um ano após sua 
publicação, sedimentou a política judiciária prevista na Resolução 125/10 
do CNJ, consagrando os métodos consensuais de resolução de conflitos 
na prestação dos serviços do Judiciário, a saber, a conciliação e a mediação. 
A propósito da conciliação e da mediação, a saudosa professora 
Ada Pellegrini Grinover (2015, p. 2) explicou que ambos os métodos “[...] 
utilizam um terceiro facilitador para que as próprias partes cheguem à 
solução do conflito e à pacificação completa”. 
Interessa destacar que esse movimento de retirar das mãos do Estado 
o poder de decidir toda e qualquer controvérsia já estava presente no Brasil 
na Constituição de 1824, em seu art. 160: “Nas civeis, e nas penaes civilmente 
intentadas, poderão as Partes nomear Juizes Arbitros. Suas Sentenças serão 
executadas sem recurso, se assim o convencionarem as mesmas Partes.” 
(BRASIL, 1824, online). 
Verifica-se, pois, que o Brasil já adotou há tempos um método 
de resolução de conflitos. De certa forma, foi um “[...] precursor desse 
movimento, quando determinou, na Constituição Imperial, que nenhuma 
causa seria submetida ao Poder Judiciário, se antes não se tentasse a 
conciliação” (GRINOVER, 2015, p. 2). 
27Mediação nos contratos do direito da moda
Em contrapartida, tal disposição acabou por se perder, possivelmente, 
em razão de duas situações naquela época: “[...] ou o momento não era 
oportuno, ou foi infeliz a atribuição do encargo aos juízes de paz, que se 
transformaram rapidamente em autoridades celebrantes de matrimônios” 
(GRINOVER , 2015, p. 2).
Mas, certo é que esses meios adequados de solução de disputas estão 
presentes hoje na América e na Europa, tendo em vista que foram estudados 
e experimentados em diversos países, entre os quais o Brasil.
Uma das grandes mudanças trazidas pelo CPC/15 foi determinar que 
todos os processos passíveis de negociação distribuídos na Justiça tenham 
seus direcionamentos para a conciliação ou mediação, que serão conduzidas 
por um terceiro facilitador – mediador ou conciliador – devidamente 
capacitado: 
CPC/15, art. 334 - Se a petição inicial preencher os 
requisitos essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação 
ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) 
dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) 
dias de antecedência. § 1o O conciliador ou mediador, onde 
houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação 
ou de mediação, observando o disposto neste Código, 
bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
(BRASIL, 2015a, online).
Dessa maneira, a lei processual prevê que a conciliação ou mediação 
é uma fase pré-processual. Isso significa que, antes da decisão do juiz, é 
possível que os cidadãos dialoguem para buscar um acordo da questão que 
foi encaminhada para o Judiciário. Caso não haja acordo, o processo seguirá 
para o juiz decidi-la.
Importa salientar que a Lei n. 13.105/15 reproduziu parte da 
Resolução n. 125/2015, a qual determina que a conciliação e mediação 
devam ser realizadas no CEJUSC, responsável por receber as demandas 
judiciais das Varas Cíveis e Juizados Especiais Cíveis. 
Além disso, no mesmo ano, foi editada a Lei da Mediação n. 
13.140/2015, para regulamentar especificamente sobrea prática da mediação 
no Brasil e complementar o CPC/15. Sua abrangência inclui disciplinar “[...] 
a mediação entre particulares e a autocomposição de conflitos no âmbito da 
Administração Pública” (CUNHA, 2018, p. 2).
Observa-se que o CPP/15 reforça a Resolução 125/2010 e estabelece, 
em geral, a necessidade de apanhar a melhor forma adequada de resolver 
os conflitos, isto é, que não seja necessariamente por meio de decisão do 
Poder Judiciário.
CAPÍTULO
 13
A IMPORTÂNCIA DA FORMALIZAÇÃO 
DOS CONTRATOS DE PARCERIA 
COMERCIAL DO DIGITAL INFLUENCER
BRUNA MARIA SOARES KOPP
Especialista em Direiro da Moda e Direito Civil e Processo Civil – 
brunakopp.adv@gmail.com
INTRODUÇÃO
O Direito da Moda, Fashion Law, está crescendo cada vez mais no 
Brasil, e com isso vem buscando regulamentar diversas questões no mundo 
da moda. Entre elas está a profissão do Digital Influncer. 
A influência digital está em ascensão, porém não possui regulamentação 
própria, e assim, os profissionais deste segmento e as empresas que tem 
interesse em contratá-los, acabam ficando desprotegidos ao fechar um 
acordo comercial, visto que não conhecem a legislação aplicada a relação.
Sendo assim, o presente artigo científico tem o objetivo de trazer 
o conhecimento de como devem ser realizados os contratos de parceria 
comercial entre o Digital Influencers e as Empresas. 
Desta forma, será abordado o conceito de Digital influencer e a 
importância da formalização dos contratos para a realização de parceria, 
as principais clásulas que devem conter no instrumento, bem como as 
consequencias jurídicas ocasionadas pela falta do contrato nas relações 
comerciais, buscando proporcionar maior segurança para as parcerias 
digitais.
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
218
1 OS CONTRATOS DO DIGITAL INFLUENCER 
1.1 O DIGITAL INFLUENCER
O Digital Influencer é um profissional que atua diretamente nas redes 
sociais e que consegue influenciar milhares de pessoas, com possibilidade 
de alcance de mais consumidores do que a televisão, a rádio, o outdoor e 
outros meios de comunicação.
O Digital Influencer realiza uma conexão de identidade, costumes e 
crenças com os seus seguidores que acabam se espelhando no “blogueiro” 
e no seu estilo de vida. 
Quem nunca seguiu um influenciador digital e começou a querer 
consumir os produtos e serviços que o mesmo indicava? Com certeza a 
maior parte desta resposta é sim. Isso acontece porque pessoas se conectam 
com pessoas.
Tal comportamento começou a ser observado pelas empresas, 
fazendo as mesmas verificarem que ter aquele influenciador divulgando a 
sua marca poderia levar o seu produto a mais pessoas e, além disso, ao seu 
público direto, aqueles que se identificam com a marca.
As marcas começaram a contactar os influenciadores digitais, 
enviando os seus produtos e pedindo como “retribuição” que o influencer 
divulgasse o “presente” que recebeu. Esta prática se tornou comum e foi 
além. As marcas começaram não somente oferecer a permuta, mas também 
a pagar o blogueiro pela divulgação. 
Ocorre que tais práticas podem ocasionar diversos problemas 
jurídicos, pois entre as partes esta sendo estabelecida uma relação contratual 
verbal, sem nenhum respaldo para ambos. 
Importante ressaltar que o ambiente digital não é um lugar sem lei, e em 
que pese o Digital Influencer ainda ser uma profissão sem regulamentação, 
a sua contratação deve obsevar alguns direitos e deveres para que ocorra o 
devido cumprimento da parceria comercial. 
1.2 CONCEITO E PRINCÍPIOS DOS CONTRATOS 
O contrato é um acordo bilateral de vontades com o fim de criar, 
modificar ou extinguir uma relação jurídica de direitos e deveres. 
219
A importância da formalização dos contratos de parceria comercial do digital influencer
Anterior ao Código Civil atual, tinhamos a definição de Maria Helena 
Diniz1, que afirma ser o contrato uma regulamentação de interesses entre 
as partes. Vejamos:
“Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na 
conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer 
uma regulamentação de interesses entre as partes, com o 
escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas 
de natureza patrimonial.”
Ocorre que nos dias atuais, com o advento do Código Civil de 2002, 
houve um abandono da ideia de que o contrato deve ter sempre um fim 
patrimonial.
 Agora, busca-se mais uma função social do contrato, na qual 
os princípios de maior importância são o da boa-fé objetiva e da justiça 
contratual. 
O Contrato, para ser válido precisa observar três pontos muito 
importantes, quais sejam:
•	Capacidade contratual;
•	Objeto Lícito; e
•	Forma.
Capacidade Contratual:
É necessário que ambas as partes sejam capazes de contratar. Aqui 
tratamos da capacidade civil, exigindo-se que as partes sejam maiores de 
18 anos (ou se menor, devidamente representada), e de que não sejam 
portadoras de nenhuma incapacidade relativa ou absoluta nos termos do 
art. 3º e 4º do Código Civil2. 
1. (DINIZ, 2008, p. 30).
2. Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores 
de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada 
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
(Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência).
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
220
Objeto Lícito: 
Que o objeto do contrato não provenha de ilegalidade e esteja de 
acordo com ordenamento jurídico.
Forma:
 O contrato pode ser formal ou Informal, conforme a previsão legal. 
Pode ser de livre pactuação, ou de forma prevista em lei.
O recomendado é sempre formalizar os contratos, de forma escrita 
(formal), pois assim a segurança jurídica é maior, e consequentemente serão 
evitados problemas jurídicos futuros para o seu cliente (empresa ou digital 
influencer).
Importante ressaltar que nos contratos de parceria comercial do 
Digital Influencer, a forma do contrato é livre, conforme as vontades das 
partes, visto que para reger essas parcerias comerciais não há uma exigência 
de uma forma específica prevista na lei.
1.2.1 ALGUNS DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS APLICADOS 
AOS CONTRATOS
•	Princípio da Autonomia da Vontade: É a liberdade de contratar 
que as partes possuem.
•	Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos: É o famoso “pacta 
sunt servanda”, que significa “os contratos devem ser cumpridos”. 
Dessa forma, o contrato vincula as partes, desde que seja lícito e 
abrangido pela boa – fé contratual;
•	Princípio da Revisão dos Contratos ou da Onerosidade Excessiva: 
Os contratos podem ser revisados caso haja onerosidade excessiva 
que deixe uma das partes em exarcerbado prejuízo; e.
•	Princípio da Boa-Fé Contratual: Elencado no artigo 113 e 422 do 
Código Civil3, diz que os contratos deverão observar a probidade e 
a boa – fé. 
A seguir temos a definição de Fábio Ulhoa Coelho4 sobre a boa-fé 
contratual: 
“A boa-fé subjetiva corresponde à virtude de dizer o 
3. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar 
de sua celebração.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
4. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil: contratos. 5. ed., São Paulo: Saraiva,2012, p. 
83/84).
221
A importância da formalização dos contratos de parceria comercial do digital influencer
que acredita e acreditar no que diz. Tem relevância para 
o direito das coisas, na qualificação da posse, mas não 
operacionalizável no direito doscontratos. Já a boa-fé-
objetiva é representada por condutas do contratante que 
demonstram seu respeito aos direitos da outra parte.”
Maria Helena Diniz, também fala sobre a boa-fé do contrato, 
ressaltando que:
“(...) da boa-fé objetiva (CC, arts. 113 e 187), intimamente 
ligado não só a interpretação do contrato, mas também 
ao interesse social de segurança das relações jurídicas, 
uma ves que as partes deverão agir com lealdade, 
honestidade, honradez, probidade (intgridade de carácter), 
denodo e confiança recíprocas, isto é, proceder com 
boa-fé, esclarecendo os fatos e o conteúdo das cláusulas, 
procurando o equilíbrio nas prestações, respeitando o 
outro contratante,não traindo a confiança depositada, 
procurando cooperar, evitando o enriquecimento indevido, 
não divulgando informações sigilosas, etc.”.
Dessa forma, esse princípio deve ser à base do contrato. Um contrato 
pautado na boa-fé contratual dificilmente será objeto de ação judicial. 
2 A IMPORTÂNCIA DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS 
REALIZADOS ENTRE O DIGITAL INFLUENCER E AS EMPRESAS
Conforme mencionado nos tópicos acima, é muito importante que 
seja formalizado um contrato para a realização da parceria com o digital 
Influencer, para que se tenha uma segurança jurídica na prestação dos 
serviços pactuados.
Para elaborar um bom contrato com o objetivo de resguardar os 
direitos e deveres do digital influencer e da empresa é preciso ficar atento a 
muitas peculiaridades que advém dessa relação.
O contrato deve ser elaborado de forma específica, delimitando 
exatamente como será realizada a parceria. Por exemplo: a quantidade 
específica de posts, vídeos no feed, a quantidade de stories a serem realizados, 
a frequência da divulgação, entre outros aspectos.
Essa parte do contrato é chamada de objeto e se trata de uma das 
partes mais importantes do instrumento, visto que se o acordado for 
fielmente cumprido, dificilmente a relação terá algum tipo de problema. 
Portanto, além do objeto bem descrito, algumas cláusulas são essenciais e 
prescisam estar formalizadas. 
Agora passaremos a comentar algumas delas de modo mais analítico. 
Vejamos:
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
222
- Cláusula de Responsabilidade Civil:
 O contrato com o Digital Influencer deve conter uma cláusula 
especificando de quem é a responsabilidade pelos produtos e serviços 
divulgados. 
Pode parecer óbvio que é da empresa não é mesmo? Porém, não é 
bem assim que acontece. Veja:
O Código de Defesa do Consumidor é uma lei de ordem 
pública e que visa à proteção do consumidor em decorrência 
da sua fragilidade e vulnerabilidade.
O artigo 6º da referida lei preleciona quais são direitos 
básicos do consumidor, in verbis:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos 
provocados por práticas no fornecimento de produtos e 
serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado 
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha 
e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes 
produtos e serviços, com especificação correta de 
quantidade, características, composição, qualidade, 
tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos 
que apresentem;(Redação dada pela Lei nº 12.741, de 
2012) Vigência. 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como 
contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no 
fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão 
de fatos supervenientes que as tornem excessivamente 
onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais 
e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com 
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a 
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive 
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo 
civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias 
de experiências;
IX - (Vetado);
223
A importância da formalização dos contratos de parceria comercial do digital influencer
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em 
geral.
O parágrafo único do artigo 7º da referida lei aduz que: “Tendo mais 
de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação 
dos danos previstos nas normas de consumo”. 
O §1º do artigo 25 da mesma lei traz que: “Havendo mais de 
um responsável pela causação do dano, todos responderão 
solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções 
anteriores”. 
Com isso, é possível observar que a lei 8.078/90 (código de defesa 
do consumidor), é bem clara quanto a responsabilização civil dos danos 
causados ao consumidor.
Claro é que quando o influencer está divulgando uma empresa/
marca, com uma parceria comercial, ele está induzindo o seu seguidor a 
comprar aquele determinado produto e serviço e com isso pode sofrer 
responsabilização.
Confirmando o acima exposto, Gasparatto, Freitas e Efing,5 
preconizam que:
“deve-se atribuir aos influenciadores responsabilidade de 
reparação frente aos consumidores, em razão da indicação 
de produtos e serviços. Eis que tais pessoas possuem grande 
poder de influência, além de contarem com a confiança de 
seus seguidores”. 
Dessa forma, caso o Digital Influencer não tenha um contrato 
indicando de quem é a responsabilidade pelos produtos e serviços 
divulgados, pode acabar sendo responsabilizado nos termos da legislação 
brasileira vigente.
Importante ressaltar, que essa cláusula limitando a responsabilidade 
civil deve ser somente pactuada entre a Empresa e o Digital Influencer. 
Não é possível a isenção da responsabilidade civil perante o consumidor. 
Assim, havendo uma condenação, ambos irão responder nos limites da lei 
e do dano causado.
A empresa também deve ficar atenta sobre a responsabilidade civil, 
uma vez que o influenciador estará usando o nome da marca para divulgar 
os produtos e serviços, e claramente tal divulgação, a depender da forma 
como é feita, pode ocasionar uma responsabilidade para a marca frente ao 
consumidor.
Destarte, nítida é a importância da especificação da responsabilidade 
civil dentro do contexto do contrato de parceria, visando resguardar as 
partes dentro dos limites da sua atuação.
5. (GASPARATTO, FREITAS e EFING, 2019, p. 79)
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
224
- Cláusula de Exclusividade: 
A cláusula de exclusividade na parceria comercial é de extrema 
importância no contrato. Como já retratado a empresa contrata o Digital 
Influencer para realizar a divulgação dos seus produtos e serviços nas suas 
redes sociais, buscando alcançar os seus seguidores para aumentar as vendas 
e a propagação da sua marca.
Porém, vamos supor que você seja proprietário de uma marca que 
fabrica calça jeans e que a sua empresa começa a realizar uma parceria 
com um Digital Influencer para divulgar o jeans que você produz 
e acaba percebendo após um tempo que o influenciador está divulgando 
outra marca também no perfil da rede social. Como fica a questão com o 
blogueiro que você contratou?
Se entre as partes não houver um contrato formalizado que 
especifique que durante a vigência do instrumento o influencer somente 
poderá divulgar a sua marca de jeans, a sua empresa simplesmente não 
poderá reclamar sobre essa questão. 
Caso houvesse tal cláusula contratual, a empresa poderia requerer os 
seus direitos inerentes à exclusividade. Portanto, mais uma vez se verifica a 
grande relevância da formalização contratual nessas parcerias.
- Cláusula da Confidencialidade:
A importância desta cláusula dentro do contrato de parceriacomercial 
do Digital Influencer é enorme, visto que visa proteger as informações que 
as partes desejam que não sejam divulgadas, informações que até poderiam 
ocasionar uma concorrência desleal com “adversários” mercadológicos.
Assim, ter uma especificação de confidencialidade das informações 
abarcadas pelo contrato é uma forma de aumentar ainda mais a segurança 
jurídica da relação comercial entre as partes.
Ressalta-se que se a confidencialidade prevista em contrato for 
violada, a parte que não cumpriu o acordo poderá ser responsabilizada, 
inclusive com o pagamento de indenização.
- Uso da Imagem:
Outra cláusula de extrema importância que deve conter nestes 
contratos é a cláusula sobre o uso da imagem do influencer pela marca e 
vice-versa. 
O uso indevido e sem autorização da imagem pode também ocasionar 
indenização, assim deve ser especificado no contrato com detalhes como 
ocorrerá o uso da imagem e por quanto tempo ele irá perdurar.
225
A importância da formalização dos contratos de parceria comercial do digital influencer
Importante dizer que é de extrema importância que também esteja 
descrito no contrato a previsão de responsabilização civil e criminal, além 
de multa por difamação, injúria e calúnia entre os pactuantes.
 Acima foram expostas algumas das cláusulas mais fundamentais do 
contrato, porém não menos importantes que estas, também devem estar 
presentes as seguintes cláusulas:
•	Remuneração;
•	Vigência;
•	Indicação de cupom de desconto;
•	Rescisão Contratual; e
•	Indicação de que entre as partes não exite nenhum vínculo 
societário, previdenciário ou trabalhista.
Outras cláusulas também podem ser acrescentadas no contrato a 
depender da relação de parceria que será formada entre as partes, visto que 
cada relação tem as suas peculiaridades.
Um ponto importante a se reiterar é que tais contratos precisam 
seguir o princípio da boa-fé contratual. O importante é que as empresas e os 
Digital Influencers comecem a compreender a relevância da formalização 
do contrato.
3 PUBLICIDADE NAS REDES SOCIAIS
Outro ponto importante a ser tratado quando o assunto é o contrato 
de parceria entre o digital influencer e a empresa é sobre a publicidade das 
divulgações dos produtos e serviços advindos dessa relação.
Como já relatado a internet não é uma terra sem lei e algumas regras 
devem ser observadas nas divulgações de propagandas em ambientes 
virtuais.
O CONAR – Conselho de Autorregulamentação Publicitária prevê 
que toda propaganda deve ser sinalizada, seja em meio digital ou não. 
Portanto, quando o digital influencer for “falar” sobre um produto nas suas 
redes sociais, que adveio de uma parceria paga, deve indicar que está sendo 
patrocinado, tratando-se de uma propaganda, ou como se diz nas redes 
sociais, um publipost.
O influencer precisa avisar os seus seguidores quando for indicar uma 
parceria paga. Indica-se o uso da #Publipost. Essa sinalização visa proteger o 
consumidor que será alcançado nas redes sociais e sua não observação pode 
gerar responsabilização civil. 
O DIREITO NO MERCADO DA MODA
ESTUDOS TRANSDISCIPLINARES
226
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que é fundamental que as parcerias realizadas em 
ambiente digital entre influenciadores e empresas sejam protegidas por um 
contrato de parceria, visando à proteção do profissional (digital influencer), 
da empresa e dos consumidores (seguidores), como forma de melhor 
desenvolvimento do trabalho de parceria e de estabelecer os limites de 
responsabilidade entre ambas às partes. 
Conclui-se também que quando se realiza uma parceria entre um 
Digital Influencer e uma empresa, é necessária a observação de diversos 
aspectos para que o acordo seja cumprido da melhor forma, sem trazer 
nenhum empecilho para ambas às partes, proporcioando um maior respaldo 
jurídico. 
É possível concluir que a formalização do contrato evita ruídos na 
comunicação e, consequentemente, o melhor desenvolvimento da parceria, 
e de que o contrato deve estar abarcado pelo princípio da boa-fé contratual. 
Além de ter um objeto bem definido, é essencial que no contrato 
de parceria sejam observadas outras cláusulas fundamentais para um 
bom desenvolvimento do trabalho, quais sejam: responsabilidade civil e 
contratual, vigência, exclusividade, remuneração, confidencialidade, direito 
sobre a imagem, entre outras. 
Conclui-se também que a internet não é uma “terra sem lei” e que 
os aspectos sobre propaganda precisam ser observados na formalização 
da parceria. O CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação 
Publicitária deixa bem claro que toda propanga deve ser sinalizada sob a 
pena de responsabilização.
Assim, o influencer que não indicar a #publipost poderá responder 
perante o CONAR, que inclusive, já condenou diversos influencers nesse 
sentido.
Concluiu-se também que o código de Defesa do Consumidor é uma 
lei de ordem pública e deve ser respeitada e cumprida em sua totalidade, e o 
Digital Influencer pode ser responsabilizado por eventuais danos advindos 
da parceria, caso não esteja protegido por um contrato, assim como a 
empresa pode acabar respondendo por ações do influencer. 
Assim, ao final, chega-se a conclusão de que é de extrema importância 
a formalização do contrato para o bom cumprimento da relação de parceria 
comercial formada pelo Digital Influencer e pela Empresa/Marca parceira, 
como uma forma de prevenção de riscos. 
227
A importância da formalização dos contratos de parceria comercial do digital influencer
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Brasil. Lei 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm. Acessado no dia 21 de julho de 2020.
Brasil. Código Civil. Lei 10.406/2002. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
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Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. http://www.conar.org.
br/. Acessado no dia 21 de julho de 2020.
DINIZ, HELENA, 2008, p. 30, Curso de Direito Civil Brasileiro. 
GASPARATTO, Ana Paula Gilio; FREITAS, Cinthia Obladen de Almendra; 
EFING, Antônio Carlos. 2019. Responsabilidade Civil dos Influenciadores 
Digitais. Revista Jurídica Cesumar janeiro/abril 2019, v. 19, n. 1, p. 72.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil: contratos. 5ª edição, São Paulo. 
Editora: Saraiva,2012, páginas 83 e 84.
CARDOSO, Gisele Ghanem. 2018. Direito da Moda: Análise dos produtos 
“inspireds”, 2ª Edição. Editora: Lumen Juris Direito, p. 24 a 35,

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