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Aula 04 - ECA

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Direito da Criança e do Adolescente 
Professor Paulo Lépore
Aula 04 - Intensivo I 
Ato Infracional. Medidas Socioeducativas. Sinase e Execução das Medidas Socioeducativas.
IX. Direito à Convivência Familiar e Comunitária - Artigos 12 a 52-D do ECA
Adoção (artigos 39 a 52 do ECA) – Continuação.
f) Requisitos Subjetivos: são requisitos subjetivos: (i) reais vantagens; (ii) motivos legítimos; e (iii) desejo de filiação. Vejamos:
i) Reais Vantagens - como a doutrina define o que são reais vantagens para a adoção? Deve-se entender as reais vantagens como um juízo de proporcionalidade ou de razoabilidade que se faz em relação a adoção. Assim, entre a criança ou adolescente ser adotado ou não, é claro que o melhor é a adoção. 
Exemplo: adolescente com dezessete anos e que passou a maior parte em instituição. Se aparecer alguém para adotar, pode ser melhor a que a adoção contando o adolescente com dezessete anos não seja a melhor opção, já que ele está para completar a maioridade.
ii) Motivos Legítimos - o motivo deve ser legítimo observado o bem do menor. 
Exemplo. Um irmão em seu leito de morte fez o outro prometer que iria adotar seu filho. Após a morte do irmão o outro ajuizou a competente ação de adoção e, ao ser indagado pelo juiz, disse que havia prometido ao irmão que cuidaria de seu filho. Veja-se, neste caso a promessa feita não é um motivo legítimo, já que não se está levando em consideração o bem do menor, mas sim a promessa feita. Mas é claro que se houver afinidade e afetividade e atender o melhor interessa da criança ou adolescente, mesmo diante da promessa poderá ser concedida a adoção.
iii) Desejo de Filiação - é necessário que quem busca a adoção tenha o desejo de tornar a criança seu filho.
Exemplo: antigamente era muito comum que crianças eram adotadas para trabalhar (empregadas domésticas) e nem recebiam por isso. Era uma troca, adotava-se em troca do trabalho.
g) Impedimentos: existem algumas situações que impedem a adoção. São elas:
a) Ascendentes - Avós não podem adotar netos, em regra: então, os parentes em linha reta não podem adotar seus descendentes. Assim, em regra, avós não podem adotar seus netos. Mas por que não podem? Não podem porque a lógica é que a adoção imite a realidade biológica e biologicamente não é razoável imaginarmos que um avô seja pai de seu neto.
IMPORTANTE: temos um julgado em que o STJ admitiu excepcionalmente a adoção por avós. O caso envolveu em que os avós haviam adotado a filha, uma criança de oito anos de idade que tinha sido vítima de violência sexual e estava grávida. Desde que a criança nasceu foi tratada pelos avós como filha. Então posteriormente foi pleiteada a adoção desta criança que na verdade seria sua neta. Neste caso, o STJ levou em consideração que essa criança sempre foi tratada como filha dos avós e como irmã de sua mãe. Note-se que foi uma situação excepcionalíssima. (Excepcional adoção por avós: STJ - Resp 1.448.969.Rel. Min. Moura Ribeiro. J. 21.10.2014)
b) Irmãos por irmãos: em regra não é possível a adoção de irmão por irmão, pois a adoção tende a imitar a realidade biológica, não permitindo adoção entre irmãos. 
c) tutor ou curador enquanto não forem prestadas as contas: a ideia é evitar que a adoção seja realizada com finalidade econômica pelo tutor ou curador.
	Já caiu!
(Cespe - Defensor Público - PR/ 2015) Julgue os itens a seguir, considerando o disposto na CF e na legislação aplicável aos direitos da criança e do adolescente.
Considere que João e Lúcia, após o ajuizamento do pedido de adoção de uma criança, tenham deixado de viver em união estável. Nesse caso, João e Lúcia ainda podem adotar conjuntamente, se aproado o vínculo de afinidade e afetividade de ambos com a criança, desde que em regime de guarda compartilhada e o estágio de convivência da criança com ambos adotantes tenha sido iniciado no período em que estavam juntos. 
Gabarito: ERRADO. A guarda compartilhada só será implementada se for no interesse da criança ou adolescente, ou seja, não há necessidade de ser guarda compartilhada.
	Já caiu!
(Vunesp - Juiz de Direito - MS/2015) A colocação em família substituta, nos termos dos artigos 28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente, far-se-á:
(A)mediante apreciação, em grau crescente de importância, de condições sociais e financeiras da família substituta e do grau de parentesco e da relação de afinidade e afetividade de seus integrantes. 
Errado, pois as condições sociais e financeiras não prevalecem sobre as outras condições.
(B)após realização de perícia por equipe multidisciplinar, que emitirá laudo com atenção ao estágio de desenvolvimento da criança e do adolescente e mediante seu consentimento sobre a medida, que condicionará a decisão do juiz. 
Errado, pois o consentimento da criança não condiciona a decisão. 
(C)mediante o consentimento maior de 12 (doze) anos de idade, colhido em audiência. Alternativa CORRETA. 
(D)a partir da impossibilidade permanente - e não momentânea -, de a criança ou do adolescente permanecer junto à sua família natural e mediante a três formas: guarda, tutela e adoção. 
Errado, pois a impossibilidade no primeiro momento é momentânea.
(E)mediante comprovação de nacionalidade brasileira do requerente.
Errado, pois também há a adoção internacional.
10. Adoção Internacional (Artigos 52-A a 52-D do ECA)
Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas.
Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.
Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
§ 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
§ 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.
§ 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. 
§ 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
 Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.
A adoção internacional, desde a Lei 12.010/09 passou a integraro ECA. Assim, o regramento da adoção internacional está expressamente previsto no ECA.
A adoção internacional está ligada não necessariamente a nacionalidade de adotantes e adotandos. A adoção internacional caracteriza-se pela necessidade de retirar a criança do território nacional para o território internacional, podendo acontecer, também, quando realizada por brasileiro que more fora do território nacional.
Para que a adoção internacional se implemente, é necessário:
a) Habilitação no país de acolhida (para onde a criança irá caso seja adotada): assim, é necessário a comprovação dos requisitos de adoção no país de acolhida;
b) Relatório pela autoridade competente dando conta da habilitação feita no país de acolhida;
c) Comissões/Autoridades estaduais avaliam normativas dos países envolvidos (do adotante e do adotando);
d) Laudo de Habilitação e Cadastramento do país em que o adotando esteja;
e) Estágio de convivência, no país da criança indicada pelo prazo mínimo de 30 dias;
f) Sentença de adoção; e
g) Trânsito em julgado: somente após o trânsito em julgado da sentença é que pode ocorrer a saída do adotado para o país de acolhida.
11.Paternidade Socioafetiva e Multiparentalidade
Hoje nós sabemos que os dois grandes valores que regem a formação das famílias são o eudemonismo e a socioafetividade. No ECA temos a afinidade e a afetividade. O vínculo biológico/consanguíneo não é mais um vínculo prevalente sobre os elementos eudemonismo/afinidade e socioafetividade/afetividade. 
Há um julgado contundente no STF que reconheceu que a paternidade socioafetiva não impede o reconhecimento concomitante do vínculo biológico. Vejamos:
STF. RE 898.060. Rel. Min. Luiz Fux. Tese na Recuperação geral 622, em 2016: ''A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios''.
Do julgado conclui-se que não há hierarquia entre vínculos de parentesco. O que manda é a realidade dos fatos. Não há, portanto, nenhum impedimento que uma criança tenha dois pais e uma mãe, ou um pai e duas mães, ou ainda, dois pais e duas mães, etc. Imagine um pai e uma mãe biológicos que registram seu filho. O pai morre e a mãe passa a conviver em união estável. O companheiro da mãe poderá adotar sem a desconstituição do vínculo biológico. Ou seja, a criança passará a ter dois pais e uma mãe em seu registro.
12.Paternidade Científica/Ascendência Genética
Foi incluída no ECA pela Lei 12.010/09. Basicamente a lei diz que toda criança ou adolescente tem direito de conhecer a sua origem biológica, a sua paternidade científica, a sua ascendência genética. É um direito da personalidade, que não necessariamente exige que depois de descoberta seja modificado qualquer tipo de vínculo da paternidade biológica.
Por isso que se garante no ECA que após os dezoito anos, a criança ou adolescente que chegou a maioridade, possa acessar todo o seu processo de adoção, sem que com isso se reconheça outro vínculo de filiação.
Também é possível que a própria criança ou adolescente, mesmo antes de completar a maioridade, acessem o processo de adoção, mas neste caso haverá a necessidade de acompanhamento jurídico e psicológico.
	Já caiu!
(MPE - SC - Promotor de Justiça - SC/2012) Sobre a adoção:
I.Não é possível, em nenhuma hipótese, a adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos do Estatuto da criança e do adolescente. Errado
II.Existe cláusula impeditiva da Lei 8.069/90 à adoção por irmão e pelos ascendentes do adotado. Certo
III.A morte dos adotantes restabelece o poder familiar dos pais biológicos. Errado.
IV.O adotado tem direito de conhecer a sua origem biológica bem como obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. Certo.
V.Para fins do Estatuto da Criança e do Adolescente considera-se adoção internacional exclusivamente aquela pleiteada por estrangeiro residente fora do Brasil. Errado.
a)Apenas as assertivas II e IV estão corretas. Alternativa CORRETA.
b)Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
c)Apenas as assertivas II, III e V estão corretas.
d)Apenas as assertivas II, IV e V estão corretas.
e)Todas as assertivas estão corretas. 
X.Política de atendimento - Artigos 86 a 97 do ECA
        Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
        Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:          
        I - políticas sociais básicas; 
        II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;         
        III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; 
        IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; 
        V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente. 
        VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes;            
        VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.         
        Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
        I - municipalização do atendimento; 
        II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; 
        III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa; 
        IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente; 
        V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; 
        VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;          
        VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade.           
        VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;        
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral;        
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.        
         Art. 89. A funçãode membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada. 
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de: 
I - orientação e apoio sócio-familiar; 
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; 
III - colocação familiar; 
IV - acolhimento institucional;            
V - prestação de serviços à comunidade;         
VI - liberdade assistida;         
VII - semiliberdade; e         
VIII - internação.       
§ 1o  As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.            
§ 2o  Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei.         
§ 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento:         
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; 
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;         
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso.         
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. 
§ 1o  Será negado o registro à entidade que:      
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; 
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei; 
c) esteja irregularmente constituída; 
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. 
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis.
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo.            
Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios:              
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;        
II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural ou extensa;         
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; 
V - não desmembramento de grupos de irmãos; 
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; 
VII - participação na vida da comunidade local; 
VIII - preparação gradativa para o desligamento; 
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo. 
§ 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.            
§ 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.              
§ 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.         
 § 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.          
 § 5o  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.         
§ 6o  O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.           
§ 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.            
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.                
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.        
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras: 
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes; 
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação; 
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos; 
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente; 
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares; 
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares; 
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal; 
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dosadolescentes atendidos; 
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos; 
X - propiciar escolarização e profissionalização; 
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; 
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; 
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; 
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à  autoridade competente; 
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual; 
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; 
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes; 
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos; 
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem; 
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento. 
§ 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.           
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.       
Seção II
Da Fiscalização das Entidades
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares. 
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações orçamentárias. 
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:          
I - às entidades governamentais: 
a) advertência; 
b) afastamento provisório de seus dirigentes; 
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; 
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. 
II - às entidades não-governamentais: 
a) advertência; 
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas; 
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; 
d) cassação do registro. 
§ 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.              
§ 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.            
1.Linhas da Política de Atendimento
a) Políticas sociais básicas: nós precisamos para a criança e o adolescente implementar as políticas sociais básicas. Exemplo: saúde, educação, cultura, proteção ao trabalho, convivência familiar e comunitária.
b) Assistência social básica em caráter supletivo: Todo o sistema de assistência social que redunda de uma previsão constitucional também se aplica aos direitos da criança e do adolescente. Exemplo: CRAS, CREA. Os Centros de Referência e Atendimento especializados ao atendimento da criança e do adolescente atuam de forma muito profunda na política de atendimento da criança e do adolescente.
c) Prevenção e atendimento médico e psicossocial;
d) Localização de Desaparecidos: foi uma grande preocupação do ECA reconstruir as famílias com a localização dos desaparecidos, possibilitando o reencontro entre pais e filhos.
e) Prevenção ou abreviação do afastamento do convívio familiar: são necessárias todas as medidas para que as famílias voltem a conviver. Visa a manutenção da família.
f) Campanha de estímulo ao acolhimento sob guarda, e à adoção, especificamente inter-racial, crianças mais velhas (adoção tardia) e adolescentes, com necessidades específicas de saúde, com deficiências e grupos de irmãos: estatisticamente sabe-se da dificuldade do acolhimento de crianças ou adolescentes com deficiência, grupos de irmãos, etc. Assim, uma das vertentes da política de atendimento é a realização de campanhas de estímulo para que essas adoções possam se concretizar.
2. Diretrizes da Política de Atendimento
a) Municipalização do atendimento: uma vez que a Constituição Federal conferiu autonomia aos municípios, o ECA previu que uma das diretrizes da política de atendimento é justamente a municipalização do atendimento. É por isso que o Conselho Tutelar funciona atrelado ao município. As políticas de atendimento funcional melhor com a municipalização uma vez que é possível dar atenção a particularidade de cada lugar.
b) A criação dos conselhos de direitos: os conselhos de direitos são órgãos deliberativos e paritários, responsáveis pela gestão das políticas de infância em todos os âmbitos da federação. Esses conselhos tem uma importância vital para o ECA, pois ele que vão identificar as demandas de cada nível da federação e, ainda, fazem a gestão dos fundos dos direitos da criança e do adolescente.
Existe um fundo em cada conselho de direitos onde fica dinheiro/verba para ser investido nos direitos das crianças e dos adolescentes. Assim, cada conselho de direitos tem atrelado a si um fundo.
Quem é que compõe esses conselhos de direitos? Um dos princípios que rege esses conselhos de direitos é o princípio paritário, que significa que na composição desses conselhos de direitos nós temos que a metade são membros da sociedade civil e metade são membros do governo. No âmbito municipal é conhecido como CMDCA-Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. São esses conselhos que fazem a gestão do fundo para ser gasto com campanhas. Exemplo: há previsão de destinação do imposto de renda para esses fundos e os conselhos de direitos vão investir em áreas prioritárias dos direitos da criança e dos adolescentes. Quem decide o que fazer são os conselheiros.
Assim, é através do poder de deliberação que se define a destinação das verbas às políticas de atendimento a criança e do adolescente.
Esses conselheiros exercem uma função de interesse público relevante e não remunerada.
c) Criação de manutenção de Programas Específicos: os programas desenvolvidos devem ser criados especificamente para o atendimento das crianças e adolescentes.
d) Manutenção dos Fundos dos Conselhos, em especial para suprir aspectos prioritários e emergenciais. Isso porque as políticas ordinárias devem ser supridas por dotações orçamentárias, ou seja, o Poder Executivo não pode utilizar o dinheiro do fundo para as políticas básicas. Estas é o município que deve implementar. Não se pode utilizar o dinheiro do fundo para desincumbir o Executivo de prestar as políticas básicas. O dinheiro do fundo é somente para suprir aspectos prioritários e emergenciais.
e) Integração operacional de órgãos para apuração de ato infracional: essa integração operacional é ilusão. Será muito difícil ser implementada. Exemplo: delegacia especializada no atendimento a criança e adolescente; CRAS, CREA integrado com a vara da infância e juventude, etc.
f) Integração operacional de órgãos para acolhimento: integração também difícil de ser implementada.
3. Entidades de Atendimento
Nós temos organizações governamentais e não governamentais que fazem estes atendimento, seguindoas diretrizes do ECA. Sobre essas entidades é preciso saber que há vários regimes. Vejamos:
a )Regimes de atendimento das entidades.
i.Orientação e apoio sociofamiliar
ii.Apoio socioeducativo (cuidado: não está relacionado com as medidas socioeducativas que são as aplicadas aos adolescentes que praticam atos infracionais)
iii.Colocação Familiar
iv.Acolhimento Institucional
v.Liberdade Assistida
iv. Semiliberdade	
vii.Internação
Obs 1: Apoio Socioeducativo x Medidas Socioeducativas - Na pratica o regime de apoio socioeducativo não deve ser confundido com medida socioeducativa, não se aplica para adolescentes que praticaram atos infracionais, mas a todos os adolescentes que necessitam de apoio.
Obs 2: as três últimas situações (liberdade assistida, semiliberdade e internação) são medidas socioeducativa. Esses são regimes para quem cumpre medidas socioeducativas.
b) Programas (são os projetos):
i.Inscrições do CMDCA com reavaliações a cada 2 anos;
ii.Entidades não governamentais devem se cadastrar no CMDCA (validade máxima 4 anos)
Os programas/projetos devem ser inscritos, desenvolvidos e aprovados pelo CMDCA que cuida da aprovação e avaliação. Quem desenvolve programas tem que se inscrever no CMDCA.
Já as entidades não governamentais (fundações, associações) devem se cadastrar no CMDCA antes de desenvolver projetos na área da infância. Os projetos de atendimento deverão ser inscritos posteriormente ao cadastramento.
CUIDADO: não confundir cadastro da entidade no CMDCA x Inscrição do projeto ou programa de atendimento no CMDCA: para poder iniciar o funcionamento vinculado a política de infância e juventude, é necessário primeiro olhar qual é a natureza da entidade. É uma entidade governamental ou uma entidade não governamental. Se for uma entidade governamental vai precisar se cadastrar no CMDCA, mas não precisa se cadastrar previamente, pois não está impedida de desenvolver a atividade por não ter se cadastrado. Já a entidade não governamental antes mesmo de desenvolver o programa é preciso se cadastra e para isso se cadastra no CMDCA com validade máxima de quatro anos. Além de se cadastrar a entidade não governamental precisa inscrever o programa. Assim, toda entidade deve se cadastrar, mas a não governamental deve se cadastrar previamente. Já a inscrição de programa é igual para entidades governamentais ou não governamentais.
c) Outras normas (normas específicas da política de atendimento):
i.Cada entidade é responsável por sua manutenção e execução de programas: as entidades governamentais recebem verba do governo e as não governamentais, em regra, não recebem (mas podem receber), sobrevivem de doações e do financiamento de seus programas via fundo dos conselhos de direitos da criança e do adolescente. Normalmente é publicado um edital para que as entidades inscrevam seus programas e os melhores recebem dinheiro do fundo.
ii.Poderão receber recursos públicos: como mencionado, poderão ou não receber recursos públicos.
iii.Dirigentes são equiparados a guardiões: especialmente aqueles que exercem programas de acolhimentos.
iv.Dirigentes devem encaminhar relatório individualizado: realizam um programa individual de atendimento, denominado PIA, dando conta da situação de cada criança e adolescente.
v.Poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher criança ou adolescente sem prévia determinação da autoridade competente: neste caso, deverão fazer a comunicação do fato em até 24 horas ao Juiz da Vara da Infância e Juventude. Sabe-se que, em regra o Conselho Tutelar não pode retirar a criança do seio familiar e colocar em acolhimento institucional, sem uma decisão judicial, salvo casos excepcionais. Não só o Conselho Tutelar pode retirar a criança do seio familiar sem autorização judicial, como qualquer cidadão, em situação excepcional também pode. E se não houver tempo hábil para comunicar o juiz, deverá fazê-lo em até 24 horas. Exemplo: criança encontrada de madrugada. Neste caso, poderá a instituição acolher sem decisão judicial e dentro do prazo de até 24 horas comunicar o juiz da vara da infância e juventude.
	Já caiu!
QUESTÃO: (Vunesp - Promotor de Justiça - SP/2013) Relativamente às entidades de atendimento a crianças e adolescentes, assinale a alternativa CORRETA.
a) São responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados a crianças e adolescentes. Alternativa CORRETA.
b) Seus programas em execução deverão ser reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada intervalo de 12(doze) meses. Errado.
c) As entidades governamentais estão dispensadas de proceder à inscrição de seus programas no Conselho municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. Errado.
d) Constitui um dos critérios para a renovação da autorização de funcionamento de qualquer entidade, dentre os previstos em lei, a aprovação de suas contas pelo Conselho Tutelar, Ministério Público ou pela Justiça da Infância e da Juventude. Errado.
e) O registro junto ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente para entidades não governamentais que desenvolvem programas de acolhimento institucional ou familiar terá validade máxima de 4(quatro) anos, e para as que desenvolvam outros programas a validade máxima é de dois anos. Errado.
XI.Conselho Tutelar – Artigos 131 a 140 do ECA
Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. 
Art. 132.  Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.             
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: 
I - reconhecida idoneidade moral; 
II - idade superior a vinte e um anos; 
III - residir no município.
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a:            
I - cobertura previdenciária;             
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;              
III - licença-maternidade;             
IV - licença-paternidade;             
V - gratificação natalina.             
Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.             
Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral.    
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: 
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII; 
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: 
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; 
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações. 
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente; 
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; 
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescenteautor de ato infracional; 
VII - expedir notificações; 
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário; 
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; 
 X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal; 
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.  
Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família.             
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse. 
Capítulo III
Da Competência
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147. 
Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.             
§ 1o  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.             
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.             
§ 3o  No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. 
Capítulo V
Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. 
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. 
1.Participação popular e conceito
Parte do pressuposto de que a tutela dos interesses da criança e do adolescente exige-se uma participação popular. É um reflexo da ideia de que a política de atendimento a infância deve contar com a maior proximidade possível de todas as pessoas. 
Deste modo, o Conselho Tutelar aparece como órgão de maior proximidade entre as crianças e as demandas que o Estado busca suprir em relação as crianças e adolescentes.
Os conselheiros tutelares, por isso, podem ser qualquer pessoa. Não se exige formação superior, prova de conhecimento, conhecimento sobre o ECA.
Conceito de Conselho Tutelar: de acordo com o ECA, é um órgão permanente e autônomo não jurisdicional e encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Trata-se de órgão permanente porque uma vez criado não tem prazo certo e não deverá ser desconstituído. É autônomo ainda que administrativamente esteja ligado ao Poder Executivo local ele não tem com este relação de hierarquia ou subordinação. É ainda não jurisdicional pois não se encontra na estrutura do Poder Judiciário e os conselheiros não possuem poder jurisdicional.
2.Número de conselhos
Só existem Conselhos Tutelares no âmbito dos municípios e das regiões administrativas do DF. Exige-se no mínimo 01 Conselho Tutelar por município ou região administrativa do DF.
Há a Resolução 170/2014 do Conanda que recomenda a existência de um Conselho Tutelar a cada cem mil habitantes – trata-se a resolução de uma simples recomendação (não obrigatório).
3.Composição dos conselhos
A composição é fixa, são sempre cinco conselheiros tutelares por Conselho Tutelar.
Todavia, nos municípios maiores pode ser criados vários Conselhos Tutelares, mas cada Conselho Tutelar terá sempre cinco conselheiros.
Dentro de cada conselho podem haver auxiliares.
4.Mandato: (4 anos + 1 recondução)
Os conselheiros chegam aos conselhos por um processo de escolha para exercer mandato de 04 (quatro) anos, com possibilidade de somente 01 (uma) recondução, mediante um novo processo de escolha.
5.Conselheiros
a) requisitos: para ser conselheiro tutelar, há a necessidade do preenchimento dos seguintes requisitos:
a) Idade mínima de 21 anos;
b) Residir no município; e
c) Comprovada idoneidade moral.
A idade mínima não tem relação com capacidade, ou seja, não tem relação com a maioridade. Há a necessidade de ter no mínimo 21 anos.
Satisfeitos os três requisitos poderá ser eleito conselheiro tutelar. A doutrina prefere a ideia de escolha dos conselheiros (não eleição) para tirar a ideia de política na escolha de conselheiros.
b) Impedimentos
No mesmo Conselho Tutelar há certos impedimentos. Ex.: Marido e mulher / Pai e Filhos/ Companheiro e companheira, sogro e sogra, etc.
A ideia é que o conselho seja profissional. Os impedimentos ocorrem dentro do mesmo conselho, nada impede que marido e mulher por exemplo atuem em conselhos diferentes. Exemplo: municípios em que há mais de um conselho tutelar o marido pode participar de um e a mulher de outro.
c) Remuneração: obrigatória + recursos na LO Municipal e do DF
Hoje em dia é obrigatória a remuneração, com direitos trabalhistas. Os recursos para a remuneração dos conselheiros veem da Lei Orçamentária do município ou do Distrito Federal.
Os poderes Executivo e Legislativo devem fazer a devida previsão na lei orçamentária.
d)Privilégios: serviço público relevante + presunção de idoneidade moral
Antigamente existia o privilégio de prisão especial; hoje não existe mais. Hoje o que temos é um serviço público relevante e a presunção de idoneidade moral.
Interessante é que essa presunção de idoneidade moral serve para depois o conselheiro ser reconduzido no próximo processo de escolha, já que é admitido uma recondução.
O que seria essa comprovação de idoneidade moral? O tema é controverso e nunca foi explorado em concurso.
6.Processo de Escolha dos Conselheiros
a) Lei Municipal: todo o processo de escolha dos Conselheiros deve estar previsto na legislação Municipal. 
b) Responsabilidade CMDCA: as eleições são de responsabilidade do CMDCA. É o CMDCA que é responsável pela organização/processo de escolha dos conselheiros tutelares.
c) Fiscalização do MP: o responsável pela fiscalização é de competência do Ministério Público.
d) Voto, direto, secreto, universal e facultativo
e) As eleições são unificadas nacionalmente e sempre um ano após as eleições presidenciais, ou seja, no primeiro domingo de outubro do ano subsequente as eleições presidenciais.
f) A posse é no ano seguinte ao das eleições.
Atenção: Nos municípios onde não existir conselho tutelar quem exerce essa função é o juiz da vara da Infância e Juventude.
7.Atribuições do Conselho Tutelar:
a) Atendimento básico aos direitos da criança e do adolescente
b) Requisição de serviços e certidões - pode determinar a realização de um serviço. Requisitar é dar uma ordem. O Conselho Tutelar por força do ECA tem poder de requisição. Não precisa representar ao MP, basta requisitar serviços, requisitar autoridade policial para cumprir diligência, etc. Se o Conselho Tutelar requisitar e for descumprida deverá ser comunicado a autoridade judiciária para que tome as providência cabíveis.
c)Assessoramento do Executivo - presta assessoramento ao executivo diante das demandas. O assessoramento também é prestado ao CMDCA.
d) Representação diante de violação de direitos: normalmente se faz a representação perante o Ministério Público.
O conselho tutelar é o órgão mais próximo da tutela do direito das crianças e adolescentes. Ele presta atendimento as famílias. As famílias podem voluntariamente procurar o Conselho Tutelar e este pode aplicar medida de proteção ou em situações mais graves representa ao Ministério Público e comunicar o juiz.
8.Papel da Lei Municipal: dia, hora e local de funcionamento dos CTs
O papel da Lei Municipal é determinar o dia, hora e local de funcionamento dos Conselhos Tutelares. Os recursos para manutenção e funcionamento dos conselhos tutelares devem estar previstos na lei orçamentária municipal.
9.Recursos para funcionamento: Lei Orçamentária Municipal
Como mencionado, é a lei municipal, através da lei orçamentária anual que tem papel fundamental na manutenção dos conselhos tutelares. É na lei orçamentária que devem estar previstos o orçamento para manutenção e funcionamento dos Conselhos Tutelares.
	
	CONSELHOS TUTELARES
	CONSELHOS DE DIREITOS
	1-missão / função
	Encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
	Participa na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
	2. Presença nos Entes da Federação
	Apenas nos Municípios e Regiões Administrativa do DF
	Em todos os entes da federação
	3. Composição
	5 membros, eleitos pelo povo, por voto direto e facultativo, permitida uma reeleição (recondução)
	Número variável de membros, em composição paritária (sociedade e governo) indicados de acordo com a lei regente
	4. Remuneração
	Obrigatória
	Vedada
	Já caiu!
(UFG – Defensor Público - GO/2014) Em relação aos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, às entidades governamentais e não governamentais e aos conselhos tutelares entende-se que
(A) a função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e está isenta de remuneração. Alternativa CORRETA
(B) as entidades governamentais são dispensadas de proceder à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento junto ao conselho municipal dos direitos da criança.
(C) os conselhos tutelares são órgãos temporários e subordinados, encarregados pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos no texto constitucional.
(D) o funcionamento das entidades não governamentais é condicionado ao registro junto ao conselho estadual dos direitos da criança e do adolescente, que comunicará ao conselho tutelar esse registro.
(E) a lei orçamentária estadual deverá prever os recursos necessários ao funcionamento dos conselhos tutelares e de sua respectiva estruturação material e pedagógica.
(Vunesp – Juiz de Direito – MS/2015) Com relação à eleição dos Conselheiros Tutelares, é correto afirmar que
(A)ocorre a cada 2 (dois) anos, em data unificada em todo o território nacional.
(B)todos aqueles que tiverem completado 18 (dezoito) anos poderão ser eleitos por voto direto, secreto e facultativo.
(C)em caso de não possuírem residência fixa no Município, os candidatos devem apresentar autorização do Juiz da Vara da Infância e da Juventude como condição de elegibilidade.
(D)o processo para escolha será estabelecido por lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos das Crianças, sob fiscalização do Ministério Público. Alternativa CORRETA.
(E)os candidatos devem possuir idoneidade moral e reputação ilibada, vedada a reeleição. 
XII. Medidas de Proteção – Artigos 98 a 102 do ECA
Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: 
        I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
        II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
        III - em razão de sua conduta. 
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
        Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. 
        Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. 
        Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas:
        I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;
        II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; 
        III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;
        IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; 
        V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
        VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida;
        VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; 
        VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada;
        IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente;
        X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua integração em família substituta;
        XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;
        XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
        Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: 
        I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
        II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 
        IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente;
        V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; 
        VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
        VII - acolhimento institucional;
        VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
        IX - colocação em família substituta.
        § 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
        § 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. 
        § 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
        I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos;
        II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;
        III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;
        IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.
        § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
        § 5o  O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
        § 6o  Constarão do plano individual, dentre outros:
        I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
        II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
        III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária.   
        § 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido.
            § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.         
        § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.    
        § 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou outras providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda.   
        § 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.     
        § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.             
        Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização do registro civil. 
        § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária. 
        § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. 
        § 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será  deflagrado procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992.          
        § 4o  Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção.   
        § 5o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.            
§ 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.
1.Situação de Risco: direitos ameaçados ou violados – Art. 98
As medidas de proteção se aplicam todas as vezes que a criança ou o adolescente estiverem em situação de risco.
Qual o conceito de situação de risco? A situação de risco está definida no art. 998 do ECA. É aquela que decorre de ação ou omissão da sociedade ou do estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis ou, ainda, da próprio conduta da criança ou do adolescente. 
Exemplo de situação de risco: maus-tratos, violência, não ter vaga em creche, não ter vaga em hospital, prática de ato infracional, etc.
2.Aplicação Cumulativa ou Isolada, substituível a qualquer tempo
A aplicação das medidas de proteção pode ocorrer de forma cumulativa ou isolada. As medidas de proteção podem ser substituídas a qualquer tempo.
3.Necessidades Pedagógicas e Fortalecimentos dos Vínculos Familiares e Comunitários
As medidasde proteção devem atender as necessidades pedagógicas e também ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
4.Medidas de Proteção em Espécie (Art. 101)
4.1.Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade: é o que acontece com frequência. Leva-se até a delegacia, onde é chamado os pais que assinam um termo de responsabilidade.
4.2.Orientação, apoio e acompanhamento temporários: junto com o encaminhamento aos pais (item anterior) é feito uma orientação, apoio e acompanhamento. As medidas de proteção são aplicadas pelo próprio Conselho Tutelar (em regra, não precisa do juiz – mas há medidas que só podem ser aplicadas pelo juiz);
4.3.Matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental: diante de uma situação de risco, onde a criança está fora da escola, deve-se efetivar a matrícula e acompanhar a frequência.
4.4.Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente: a ideia é sempre que o Estado tem que tomar uma providência para proteção/acompanhamento e não de punição.
4.5.Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial: pode acontecer quando uma criança ou adolescente apresentem um distúrbio, retardo mental, dependência de drogas, comportamento que não segue um padrão para a idade da criança ou adolescente, etc.
4.6.Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos: é medida específica para tratamento de alcoólatras e toxicômanos.
4.7.Acolhimento institucional: não pode ser determinada pelo Conselho Tutelar. É o juiz que determina o acolhimento institucional. É expedida uma guia de acolhimento formalizando a entrada da criança e adolescente ao acolhimento institucional. Para o acolhimento institucional é necessário a expedição de uma guia de recolhimento e se fazer um plano individual de atendimento pela equipe técnica para individualização do atendimento.
4.8.Inclusão em programa de acolhimento familiar;
4.9.Colocação em família substituta: assim, a natureza da colocação em família substituta é medida de proteção que atende a criança ou adolescente que se encontra em situação de risco. Faz-se, como já se viu, através da guarda, tutela ou adoção.
XIII.Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsáveis – Artigos 129 a 130 do ECA
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: 
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar; 
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado; 
VII - advertência; 
VIII - perda da guarda; 
IX - destituição da tutela; 
X - suspensão ou destituição do poder familiar.
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. 
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. 
Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.  
São medidas de proteção aplicáveis aos pais ou responsáveis. Em regra aplicáveis pelo Conselho Tutelar, e em alguns casos só podem ser aplicadas pelo juiz. Toda vez que se determina o afastamento da criança ou adolescente aplicam-se medidas de proteção tanto para as crianças ou adolescentes quanto aos pais.
São medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis:
a) Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
b) Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
c) Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
d) Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
e) Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar a frequência e aproveitamento escolar;
f) Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
g) Advertência;
h) Perda da guarda (Só juiz);
i) Destituição da tutela (Só juiz);
j) Suspensão ou destituição do poder familiar (Só juiz).
3.Maus tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável:
Em caso de maus tratos, opressão ou abuso sexual perpetrados por pais ou responsáveis haverá a presença do Estado-juiz. A autoridade judiciária poderá determinar como medida cautelar:
a) o afastamento do agressor da moradia comum; e
b) a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.
	Já caiu!
(Cespe-Juiz de Direito-DFT/2014) Ao analisar autos de ação penal em curso, um magistrado constatou que os filhos de um réu preso, de sete e nove anos de idade, não estavam matriculados na escola. ( = situação de risco)
Nessa situação hipotética,
a)o magistrado não pode adotar, de ofício, qualquer medida, já que a informação em apreço é estranha ao processo criminal. 
b)deve-se determinar vista dos autos ao MP, para que este se manifeste a respeito e adote medidas de sua atribuição previstas no ECA.
c)cópias de peças pertinentes e suficientes à análise do caso devem ser encaminhadas ao conselho tutelar da localidade de residência das crianças. Alternativa CORRETA
d)deve-se determinar a colocação das crianças em família substituta.
e)cópias de peças pertinentes e suficientes à análise do caso devem ser encaminhadas à delegacia especial de proteção à criança e do adolescente.
XIV. Justiça da Infância e Juventude – Artigos 145 a 151 do ECA
O ECA prevê que devem ser criadas varas especializadas e exclusivas para crianças e adolescentes. Não temos varas especializadas em todo o país. Normalmente as varas especializadas encontram-se nos grandes centros.
Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. 
Seção II
Do Juiz
        Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local. 
        Art. 147. A competência será determinada: 
        I - pelo domicílio dos pais ou responsável; 
        II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. 
        § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção. 
        § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. 
        § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado. 
        Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para: 
        I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; 
        II - conceder a remissão, como forma de suspensãoou extinção do processo; 
        III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; 
        IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209; 
        V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas      cabíveis; 
        VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou     adolescente; 
        VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. 
        Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de: 
        a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; 
        b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
        c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; 
        d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;
        e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais; 
        f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; 
        g) conhecer de ações de alimentos; 
        h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito. 
        Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará: 
    I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em: 
        a) estádio, ginásio e campo desportivo; 
        b) bailes ou promoções dançantes; 
        c) boate ou congêneres; 
        d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; 
        e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. 
        II - a participação de criança e adolescente em: 
        a) espetáculos públicos e seus ensaios; 
        b) certames de beleza. 
        § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores: 
        a) os princípios desta Lei; 
        b) as peculiaridades locais; 
        c) a existência de instalações adequadas; 
        d) o tipo de freqüência habitual ao local; 
        e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes; 
        f) a natureza do espetáculo. 
        § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral. 
Seção III
Dos Serviços Auxiliares
        Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. 
        Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. 
Competências das varas especializadas de infância e juventude:
2.1.Critérios sobre competência.
a )Regra: Domicílio dos pais ou responsável.
b) Subsidiariamente (exceção): Lugar onde se encontra a criança ou adolescente (à falta dos pais ou responsável)
c) Ato Infracional: Lugar da ação ou omissão para o caso de ato infracional, observadas regras de conexão, continência e prevenção. 
Ato infracional – é a a conduta descrita em lei como crime ou contravenção penal, praticada por ação ou omissão por criança ou adolescente.
d) Execução de Medidas Socioeducativas: Lugar da residência dos pais ou responsável, ou local onde sediar-se a entidade que abriga a criança ou adolescente, no caso de execução de medidas decorrentes da prática de ato infracional. 
Medidas Socioeducativas: são as aplicadas para o adolescente que pratica o ato infracional.
e) Infração por Rádio e TV: Local da sede da emissora ou rede em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio e televisão, que atinja mais de uma comarca, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo Estado.
1.Varas Especializadas e Exclusivas e livres de custas e emolumentos
2.Competências
2.2.Hipóteses
i. Competência Exclusiva da vara da Infância e Juventude: é competência exclusiva é toda situação que estiver prevista no ECA. Assim, são competência exclusiva:
1) Conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
2) Conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
3) Conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; (adoção de criança e adolescente, se for adoção de adulto será competente a vara de família);
4) Conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
5) Conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
6) Aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança e ao adolescente;
7) Conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as	medidas cabíveis.
2.2.1. Competência “Concorrente” (situação de risco – art. 98 do ECA): na verdade essas hipóteses não são de competência concorrente, mas sim competência da vara da infância e juventude nos casos de ocorrência de casos em que há situação de risco. Se não há situação de risco não haverá competência da vara da infância e juventude.
Obs.: Todos os processos que tramitam perante a vara da infância e juventude são livres de custas e emolumentos.
São hipóteses de competência concorrente:
1. Conhecer de pedidos de guarda e tutela: se não houver situação de risco irá para vara de família.
2. Conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da	tutela ou guarda: em regra, será na vara de família. Se houver situação de risco será na vara de infância e juventude. ATENÇÃO: na adoção sempre será na vara de infância e juventude, independente de existir situação de risco.
3. Suprir a capacidade ou consentimento para o casamento
4. Conhecer de pedidos baseados na discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do poder familiar.
5. Conceder emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
6. Designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente.
7. Conhecer de ações de alimentos: em regra, será na vara da família. Só será na vara de infância e juventude se houver situação de risco. Assim, por exemplo, revisional de alimentos não há situação de risco e, portanto, tramitará na vara de família.
8. Determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito: em regra o registro não há situação de risco. Mas se a criança ou adolescente não possuir registro e, por exemplo, precisar do registro para matrícula em escola (e, portanto, se enquadra em situação de risco) será na vara da infância e juventude.
3.Expedições de Portarias e Alvarás
O juiz da vara da infância e juventude tem competência para expedir portarias e alvarás para a tutela dos direitos da criança e do adolescente.
3.1.Portarias servem para o juiz regulamentar a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhados dos pais ou responsável, em:
3.1.1.Estádio, ginásio e campo desportivo;
3.1.2.Bailes e promoções dançantes;
3.1.3.Boates ou congêneres;
3.1.4.Casa que explore comercialmente diversões

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