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158 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 67 - dezembro de 2012 Zanella12 descreve a visita de um grupo de inspetores europeus a abatedouros no Rio Grande do Sul. Os inspetores relataram que as autoridades brasileiras não estão observando o BEA em con- cordância com a diretiva 93/119/EC da Comunidade Europeia, de 22 de de- zembro de 1993, que trata da proteção dos animais ao abate. O relatório dos inspetores oferece a explicação de que a diretiva não é entendida nem implanta- da pelos serviços de inspeção no Brasil. O artigo de Zanella12 chama atenção às dificuldades encontradas por um gran- de número de profissionais brasileiros, que na sua grande maioria não recebe- ram formação em BEA. Admitindo-se que sistemas mais extensivos têm mais alto potencial de bem-estar animal, o Brasil tem uma posição privilegiada, favorecida pelas condições climáticas e pelo baixo custo de terras e mão de obra, se comparado aos mesmos parâmetros existentes para os produtores europeus. Entretanto, uma pecuária mais extensiva, apesar de apresentar um maior potencial de BEA, não significa automaticamente melhor qualidade de vida para os animais. A atuação de profissionais conhecedores dos princípios básicos da ciência do BEA é indispensável para incorporar de maneira organizada as práticas de BEA à pecuária nacional. Segundo Bellaver e Bellaver10, a situação demanda novas políticas para se aprimorar a produção animal em termos de BEA. Conclusão No Brasil, apesar de ainda imperar o pensamento de produtividade máxima, as cadeias produtoras começam a entrar em contato com esta nova demanda do mercado consumidor, que é o BEA. A adaptação da produção animal brasilei- ra ao BEA é um processo certo, ainda que lento e com alguns obstáculos a se- rem ultrapassados. As experiências e pesquisas inter- nacionais sobre BEA como conceito econômico compõem um bom alicerce para o desenvolvimento dessa área no Brasil. Entretanto, são necessários estu- dos nascidos e conduzidos em território nacional, a fim de elucidar alguns pon- tos ainda desconhecidos sobre o BEA em nossa sociedade. A necessidade de incorporar o BEA na pecuária brasileira talvez emane pri- meiramente de preocupações éticas da própria sociedade ou, talvez, de bar- reiras de comércio exterior fundamen- tadas em questões de BEA – de qual- quer maneira, é uma necessidade real e crescente. Apesar dos inúmeros desafios, o maior conhecimento sobre o assunto e a maior demanda da sociedade, aliados a uma aplicação gradativa das novas ten- dências de produção, poderiam viabili- zar a transição. Nesta fase inicial de aplicação dos conceitos básicos de BEA a campo, pequenas alterações de manejo e insta- lações, associadas a baixo ou nenhum ct dez2012.indb 158 11/12/2012 14:14:55
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