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Geologia Unidade I - Origem e Formação dos Solos

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Geologia de Engenharia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Francieli Sant’ana Marcatto
Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Origem e Formação dos Solos
• Origem e formação dos solos;
• Classificação dos solos quanto à sua origem;
• Solos residuais;
• Solos transportados;
• Física dos solos;
• Fase Sólida;
• Fase Líquida e Gasosa;
• Diferença entre solo para construção e solo para agronomia.
• Conhecer a origem e os processos que atuam na formação dos solos;
• Diferenciar os elementos constituintes dos solos;
• Estudar os atributos físicos dos solos.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Origem e Formação dos Solos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Unidade Origem e Formação dos Solos
Origem e Formação dos Solos
Uma pequena parte da superfície terrestre é de grande interesse à Engenharia 
Civil, pois é onde se localizam os solos e as rochas que servirão de suporte à im-
plantação de obras de engenharia, ou como material para a construção civil.
Antes de falar sobre a origem e a formação dos solos, é importante conhecer a sua 
definição. Ele apresenta diferentes definições para os profissionais de distintas áreas. 
Para o agrônomo, é o substrato onde crescem as plantas; para os geólogos, é o produ-
to da alteração das rochas; para os ecólogos, é o habitat para os organismos vivos. E o 
engenheiro civil, como o define?
Segundo Ortigão (2007, p. 11) é “um aglomerado de partículas provenientes de 
decomposição da rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego 
de explosivos, e que são utilizados como material de construção ou de suporte para 
estruturas”.
Já Das (2007, p. 1), o define como “o agregado não-cimentado de grãos minerais 
e matéria orgânica decomposta (partículas sólidas), com líquido e gás nos espaços 
vazios entre as partículas sólidas”.
Os solos são formados a partir da alteração de corpos rochosos que, quando ex-
postos aos agentes de intemperismo, se fragmentam e têm seus minerais dissolvidos. 
O intemperismo é comandado por processos físicos, químicos e biológicos que mo-
dificam as características físicas e químicas das rochas, fragmentando-as em porções 
menores e solubilizando os seus constituintes (LEPSCH, 2011).
Os fatores que controlam o intemperismo são o clima, expresso pela quantidade 
de radiação solar e distribuição das chuvas; o relevo, que influencia a infiltração e 
drenagem das águas; os organismos vivos, que mobilizam materiais e fornecem 
material orgânico para as reações químicas; o material de origem, por apresentar 
diferentes resistências; e o tempo de exposição da rocha aos agentes do intempe-
rismo (TOLEDO et al., 2001).
O intemperismo pode ser dividido em processos físicos e químicos que promo-
vem a alteração do material rochoso. A desintegração das rochas por processos 
mecânicos é denominada de intemperismo físico, entre os quais podem atuar a 
oscilação de temperatura, a mudança no estado físico da água, o alívio de pressões 
e a própria água com sua ação erosiva.
A oscilação de temperatura promove a dilatação e contração térmica da rocha, fa-
cilitando a formação de fraturas. Já a água pode atuar sob essas fraturas, quando sofre 
uma mudança em seu estado físico, como ocorre em regiões de clima frio, nas quais 
a mudança do estado líquido para o sólido promove a desintegração do material ro-
choso (Figura 1). Em ambientes áridos, os sais dissolvidos na água podem se precipi-
tar, promovendo um aumento de volume e, consequentemente, de pressão sobre as 
fraturas das rochas.
8
9
Figura 1 - Fraturas na rocha ocasionada pela mudança no estado físico da água
Fonte: Press et al. (2006, p.183)
A desagregação da rocha por alívio de pressão ocorre quando blocos de rochas 
que estão em maiores profundidades da crosta terrestre passam por um soergui-
mento. A rocha exposta em superfície é erodida e retirada por agentes de erosão, 
diminuindo a pressão sobre a rocha, resultando em fraturas.
Já o intemperismo químico ocorre quando reações químicas alteram os minerais 
presentes nas rochas sob atuação da água e de substâncias nela dissolvidas, como o 
ácido carbônico, o oxigênio e compostos orgânicos. Entre as principais reações quí-
micas do intemperismo estão: a dissolução, a oxidação e a hidrólise (LEPSCH, 2011).
Na Figura 2, é possível observar a atuação do intemperismo químico, no qual as 
reações químicas passam a alterar a composição dos minerais da rocha e a sua cor.
 
Figura 2 - Fragmento de rocha com camada externa amarelada devido à ação do intemperismo químico
Fonte: Lepsch (2002, p. 12)
9
Unidade Origem e Formação dos Solos
Na dissolução, os íons organizados em cristais sólidos estão sujeitos à dissolu-
ção, quando em contato com a água, ocorrendo uma solubilização completa. É um 
processo mais comum em ambientes de rochas calcárias, que são mais suscetíveis 
a dissolução completa.
A oxidação é muito comum em ambientes mais úmidos. Minerais como o ferro, 
quando liberados pela dissolução, podem se oxidar e se precipitar como um novo 
mineral. Assim, o Fe2+, ao ser removido, passa por um processo de oxidação e 
transforma-se em Fe3+, formando o óxido de ferro (TOLEDO et al., 2001).
A hidrólise é uma reação entre os íons H+ e OH- da água e outros íons de mi-
nerais. Trata-se de uma substituição dos cátions da estrutura de silicatos por íons de 
hidrogênio, ocasionando a destruição do mineral. Os íons de hidrogênio penetram 
nos cristais dos minerais e causam um desbalanceamento de cargas, promovendo 
a remoção de cátions básicos, como o potássio, cálcio e magnésio, estendendo-se 
aos íons silício e alumínio (LEPSCH, 2011).
Importante!
O intemperismo químico é o processo que mais atua na decomposição de rochas em 
grande parte do território brasileiro. A ocorrência de climas quentes e úmidos favorece a 
alteração do material rochoso por processos químicos, resultando em solos profundos e 
com predomínio de material fino.
Você Sabia?
No processo de alteração das rochas, é importante entender que o intemperis-
mo físico e químico atua de maneira conjunta, predominando aquele cujas condi-
ções ambientais são mais favoráveis. Por vezes, o intemperismo químico é acele-
rado pela ação do intemperismo físico, no qual asrochas fraturadas em menores 
tamanhos, por processos mecânicos, têm uma maior superfície exposta à ação 
dos agentes químicos. Ou, ainda, a alteração química de alguns minerais diminui a 
força de coesão da rocha, facilitando a ação do intemperismo físico.
A ação do intemperismo sobre as rochas tem forte influência nas condições 
climáticas de determinado local. A velocidade e o tipo de processo que vão atuar 
sobre o material de origem possuem relação direta com a temperatura e com a 
umidade. Em ambientes com climas frios e secos, predomina a atuação de proces-
sos mecânicos, já em ambientes quentes e úmidos, os processos químicos são os 
mais atuantes.
Press et al. (2006) definiram os fatores que controlam a velocidade e o tipo de 
intemperismo atuante em diferentes condições climáticas, de material de origem, 
de relevo e tempo, conforme pode ser observado na Figura 3.
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11
Figura 3 - Quadro representativo dos fatores que atuam na alteração das rochas
Fonte: Adaptada de Press et al. (2006, p. 184)
Além dos processos que alteram as rochas, formando os solos, existem fatores 
ambientais que governam a formação e a diversidade dos solos, como o material 
de origem, o clima, os organismos vivos, o relevo e o tempo.
O material de origem pode ser mais ou menos resistente aos agentes de intem-
perismo, facilitando a formação de um solo mais ou menos espesso. Além disso, o 
solo pode herdar características do material de origem, como algumas proprieda-
des químicas e mineralógicas.
O clima, com as suas variáveis temperatura e umidade, regula o intemperismo 
das rochas e as características dos horizontes dos solos, como a sua espessura. As 
variáveis climáticas são reguladoras da velocidade com que ocorre as reações quí-
micas para a formação dos solos, ou seja, quanto maior a temperatura, mais rápida 
será a decomposição da rocha. Imaginemos, então, que em regiões de clima úmido 
e quente vão predominar os solos espessos e bem alterados. Já em ambientes de 
clima seco e frio, os solos serão menos espessos e pouco intemperizados, com 
características do material de origem.
E os organismos vivos, além de atuarem no intemperismo da rocha, fornecem 
compostos orgânicos para os solos. Diferentes tipos de vegetação podem fornecer 
diferentes compostos húmicos, que se comportarão de maneira específica nos per-
fis de solos (LEPSCH, 2011).
As diferentes formas de relevo influenciarão em algumas características dos so-
los, como em suas profundidade, infiltração e cor. As formas de relevo comandam 
a distribuição desigual de água, luz e da própria erosão sobre os solos. Se as formas 
de relevo são planas, elas favorecem a infiltração vertical e a formação de um solo 
profundo, bem drenado e de coloração uniforme. Já se as condições do relevo 
11
Unidade Origem e Formação dos Solos
são íngremes, há o escoamento hídrico superficial, tornando a erosão maior que a 
infiltração, e ocasionando uma situação comum para a ocorrência de solos rasos.
Por fim, o fator tempo determina a espessura do solo e refere-se ao tempo de ação 
dos processos de intemperização e ao estágio de evolução alcançado. Quanto maior o 
tempo exposto aos agentes de alteração, mais maduro (ou espesso) será o solo.
Assim, os fatores que atuam sobre a formação dos solos podem acelerar ou não 
o seu processo de formação e imprimem características a sua morfologia. Estes 
fatores são estudados em uma ciência denominada Pedologia, que busca compre-
ender a gênese e a evolução dos solos.
A revista National Geographic traz em seu website uma reportagem sobre os tipos de in-
temperismo que atuam na alteração das rochas e formação dos solos. O material pode ser 
consultado em: https://bit.ly/2Mtgq0u. Acesso em: 17 fev. 2019.
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Classificação dos Solos quanto à sua Origem
É importante conhecer e classificar os solos para compreender o seu comporta-
mento mecânico e hidráulico, possibilitando a instalação de obras de engenharia.
A classificação do solo em relação a sua origem é feita a partir dos processos 
de formação do solo e da rocha ao qual foi originado. Como relatado no item an-
terior, os solos podem ser formados pelo processo de intemperismo, por meio da 
decomposição da rocha de origem, resultando nos denominados solos residuais, 
ou por processos que envolvem a erosão, o transporte e a deposição dos materiais 
já intemperizados, sendo denominados de solos transportados. Existem, ainda, os 
solos de origem orgânica, chamados de solos orgânicos.
Solos residuais
Os solos residuais permanecem no local da rocha de origem e são formados pela 
intemperização da rocha “in situ”. O processo de alteração ocorre de forma lenta 
e apresenta variações nas suas características com o aumento da profundidade.
São comumente classificados em solos residuais jovens e maduros, cuja as ca-
racterísticas dependem do grau de alteração dos mesmos. Segundo Antunes et al. 
(2015), os solos residuais jovens e maduros ocupam duas feições ao longo de um 
perfil: uma superficial, constituída por minerais secundários e minerais primários 
resistentes ao intemperismo, recebendo a denominação de solo residual maduro 
(Figura 4). E uma feição subsuperficial, com características herdadas do material de 
origem e predomínio de minerais primários que, com o aumento da profundidade, 
tornam-se mais semelhante ao material de origem. A esta feição subsuperficial dá-
-se o nome de solo residual jovem (Figura 5).
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Figura 4 - Perfi l de um solo residual maduro profundo
Fonte: Acervo pessoal da autora.
Os solos residuais maduros apresentam características homogêneas ao longo 
do perfil, sem estruturas do material de origem. Os minerais mais comuns são os 
secundários, como os argilominerais ou minerais mais resistentes ao intemperismo, 
como o quartzo. Podem apresentar diferentes graus de transformação, conforme 
a atuação de processos pedogênicos comandados pela ação água (ANTUNES et 
al., 2015).
Figura 5 - Solo residual jovem com a presença de fragmentos de rochas 
indicando um material pouco desenvolvido
13
Unidade Origem e Formação dos Solos
Já nos solos residuais jovens, ainda há características minerais e estruturais que 
remetem ao material de origem, encontrando-se em processo de intemperização, 
com pouca atuação de processos pedogênicos (ANTUNES et al., 2015).
Solos transportados
Os solos transportados, como o próprio nome diz, foram transportados do local 
de sua formação e acumulados em um novo local, sofrendo a ação de agentes de 
transporte, como a água, o vento e por ação da gravidade.
Os grãos minerais que compõem os solos transportados são, em grande parte, 
originados dos solos residuais. Estes solos podem variar de acordo com o material 
de origem; com as condições de acumulação, já que são comuns transformações 
mineralógicas na fase de deposição dos materiais; e com o meio de transporte 
(VAZ, 1996).
Conforme o agente de transporte, Vaz (1996) define seis classes de solos trans-
portados:
1. Aluviões: são solos associados a ambientes fluviais, transportados pelos 
cursos d’água e depositados nos leitos e margens de rios. Devido à capaci-
dade de transporte dos rios serem diferentes de acordo com a declividade e 
a sazonalidade climática, o material depositado se diferencia em camadas 
com características distintas, onde cada camada representa uma fase de 
deposição.
2. Terraços fluviais: são antigos aluviões que se encontram em posição su-
perior aos atuais, tendo sido depositados quando o nível de base do rio 
era superior. A principal diferença entre os terraços e aluviões é que os 
terraços não estão saturados por água e apresentam, em grande parte dos 
casos, constituição por areia grossa ou cascalho.
3. Coluviões: tratam-se de depósitos constituídos exclusivamente de solos 
transportados pela ação da gravidade para o sopé de encostas. São, em 
geral, solos homogêneos em relação a sua mineralogia e granulometria e 
muito porosos, facilmente colapsíveis com a saturação (Figura 6).
14
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Figura 6 -Depósito de material no sopé de encostas transportado 
pela ação da gravidade, denominado de coluvião
Fonte: Antunes (2006 apud ANTUNES et al., 2015)
4. Tálus: são formados pela atuação da gravidade, que movimenta blocos de 
rochas e os deposita no sopé de encostas. Diferenciam-se dos coluviões 
pela predominância de rochas (Figura 7).
Figura 7 - Blocos de rochas transportados pela ação da gravidade
 e depositados nos sopés de encostas, chamados de tálus
Fonte: Polivanov (1980 apud ANTUNES et al., 2015)
15
Unidade Origem e Formação dos Solos
5. Sedimentos marinhos: são materiais depositados em ambientes de 
praias e manguezais. Nas praias, são compostos por areias finas a médias, 
essencialmente quartzosas. Nos manguezais, constituem-se de sedimentos 
muito finos e argilosos que são incorporados à matéria orgânica.
6. Solos eólicos: transportados pela ação dos ventos. São constituídos, prin-
cipalmente, de areias finas bem arredondadas e quartzosas. As dunas re-
presentam a principal composição formada pelo depósito deste material.
Solos Orgânicos
Os solos orgânicos têm, como principal constituinte, a matéria orgânica prove-
niente de restos vegetais ou animais. Podem ser reconhecidos por apresentarem a 
coloração preta nos primeiros 40 cm de profundidade e pelos vestígios vegetais em 
decomposição com o aumento da profundidade. São solos muito compressíveis e 
de baixa resistência (ANTUNES et al., 2015).
Os solos orgânicos são recomendados para a construção civil?
Construir sobre um solo com elevada quantidade de matéria orgânica pode ser um problema 
para a construção civil, por serem muito compressíveis e, portanto, facilmente deformáveis. 
Antes de construir sobre um solo com tais características, é necessário um estudo detalhado 
para saber qual a melhor técnica a ser utilizada, tornando-o adequado ao uso.
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Física dos Solos
O solo é constituído por partículas sólidas, com espaços vazios entre si que po-
derão estar preenchidos pela água ou pelo ar. Assim, é um sistema formado por 
três fases: sólida, líquida e gasosa (CAPUTO, 1988). Na Figura 8, é possível ver 
como se organizam os constituintes das três fases do solo.
16
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Figura 8 - Fase sólida, líquida e gasosa do solo
Fonte: Rennó e Borma (2013)
A parte sólida é composta pelos minerais provenientes de forma direta ou in-
direta do material de origem e pela matéria orgânica. Já as fases líquida e gasosa 
ocupam os poros dos solos (espaços vazios) e apresentam proporções distintas de 
acordo com o tipo de solo.
Fase Sólida
As partículas minerais que constituem a fase sólida do solo são compostas por 
frações grossas, com o predomínio de grãos silicosos como o quartzo, e por fra-
ções finas que representam os minerais secundários e compõem a fração argilosa 
do solo.
Estas partículas possuem formas distintas e podem ser classificadas em três clas-
ses, de acordo com Caputo (1988):
1. Partículas arredondadas: são as que predominam entre pedregulhos, 
siltes e areias.
2. Partículas lamelares: semelhantes a lamelas ou escamas. São as formas 
que são encontradas nas argilas.
3. Partículas fi brilares: características de solos com grande quantidade de 
matéria orgânica, como os turfosos.
Além de serem caracterizados quanto a sua forma, os sólidos dos solos possuem 
diferentes tamanhos, que recebem designações próprias. Segundo a NBR 6502 da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1995), as partículas dos solos 
podem ser classificadas em quatro classes com relação ao tamanho:
•	 Pedregulho: diâmetro entre 2,0 mm e 60 mm
17
Unidade Origem e Formação dos Solos
•	 Areia: diâmetro entre 0,06 mm e 2,0 mm
•	 Silte: diâmetro entre 0,002 mm e 0,06 mm
•	 Argila: compreende diâmetro inferior a 0,002 mm
O tamanho destas partículas e a sua distribuição é chamado de textura. Em re-
lação à textura, os solos podem ser grossos quando compostos por areia e pedre-
gulho ou finos, se predominar em sua composição o silte e a argila. Para tanto, é o 
tamanho de partículas predominantes que define a textura de um solo.
A determinação da textura é realizada por meio de um ensaio chamado granu-
lometria, que será discutido em capítulo posterior.
Fase Líquida e Gasosa
As fases líquida e gasosa dos solos ocupam os espaços vazios formados pelo ar-
ranjo espacial dos elementos da fase sólida. O volume de espaços vazios ocupados 
por ar ou água depende do regime pluviométrico do local. Dessa forma, quando o 
solo está encharcado reduz-se os espaços ocupados por ar e aumenta os espaços 
vazios ocupados por água, de forma inversa, quando os solos estão secos, o volu-
me de poros ocupados com ar aumenta.
A água presente nos solos pode apresentar-se de diferentes formas dentro des-
ses vazios, sendo classificada em:
1. Água de constituição: compõe a estrutura das moléculas da partícula sólida.
2. Água de adesão: moléculas de água que são retidas nas partículas sólidas 
do solo.
3. Água livre ou gravitacional: é a água que se encontra livre do grão e 
circula no solo por ação da gravidade.
4. Água higroscópica: é a quantidade máxima de água que o solo consegue 
absorver da atmosfera em forma de vapor.
5. Água capilar: é a capacidade que a água tem em aderir a uma superfície, 
ficando presa às partículas do solo por tensão superficial.
Quanto à fase gasosa, os espaços vazios podem ser preenchidos por ar ou por 
gases, estabelecendo uma relação inversamente proporcional com a água.
Diferença entre Solo para Construção 
18
19
e Solo para Agronomia
Os solos, como recurso natural de interesse à engenharia e à agronomia, apre-
sentam objetivos distintos quanto a sua utilização. Para a agronomia, é o meio 
onde as plantas crescem. Para a construção, é o substrato onde serão fixadas as 
fundações de uma construção.
Nota-se que, para fins agrícolas, os solos devem dar condições ao desenvolvi-
mento das plantas, com boa aeração e percolação da água, sendo convenientes 
solos com elevada porosidade. Já para a construção, solos altamente compactados 
podem ser convenientes, como para a instalação de um aterro ou uma estrada.
Outro exemplo é o solo com elevada quantidade de matéria orgânica, que po-
dem ser muito compressíveis, conferindo ao solo baixa capacidade de suporte e 
tornando-o inviável para a implantação de algumas obras de engenharia. Para o 
cultivo, solos com matéria orgânica oferecem nutrientes ao desenvolvimento das 
plantas e, dependendo do estágio de decomposição, eles recobrem o solo contra a 
ação direta da água da chuva, protegendo-o da erosão.
Importante!
Nesta unidade, analisamos a alteração das rochas pelo intemperismo e a origem dos 
solos, como os solos podem ser classifi cados em relação a sua origem, os elementos da 
composição física do solo e quais as diferenças entre os solos utilizados na agricultura e 
para a construção. Alguns pontos importantes podem ser destacados:
1. A alteração das rochas e a formação dos solos decorre de processos físicos e quími-
cos, chamados de intemperismo;
2. Em relação a sua origem, os solos podem ser classifi cados em residuais, transpor-
tados ou orgânicos;
3. Os solos são constituídos por três fases: sólida, líquida e gasosa;
4. A fração grossa dos solos apresenta diferentes formas e tamanhos;
5. Na fase sólida é possível distinguir frações com diferentes tamanhos, sendo deno-
minadas de frações fi nas (argila e silte) e frações grossas (areia e pedregulho);
6. A água presente nos solos ocupa os seus espaços vazios de diferentes formas..
Em Síntese
Diante da complexidade que envolve o estudo dos solos, o primeiro passo para 
o seu conhecimento foi dado, reconhecendo como é formado, os processos atuan-
tes na sua formação e transformação, como podem ser classificados geneticamen-
te e quais os seus principais constituintes. Nas próximas unidades, conheceremos 
outras importantes características deste recurso natural.
19
Unidade Origem e Formação dos Solos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:Sites
Revista RBGEA
A Revista brasileira de geologia de engenharia e ambiental possui um grande volume 
de estudos aplicados e teóricos na área de geotécnica, possibilitando o conhecimento 
dos diferentes campos de atuação e como os estudos aplicados são executados.
A consulta do material pode ser feita no sítio eletrônico da revista.
https://bit.ly/2IPjdV1
 Vídeos
Conhecendo o Solo
O vídeo produzido pela TV Paulo Freire, em parceria com o Programa Solo na Escola, 
da UFPR, traz alguns conceitos de como os solos são formados, a sua composição e os 
seus fatores de alteração, trazendo a classificação dos solos utilizadas pelos profissionais 
da Pedologia.
https://bit.ly/2T74EAz
 Livros
Elementos da Natureza e Propriedades dos Solos
O livro “Elementos da natureza e propriedades dos solos” traz importantes conceitos, 
exemplos e aplicações técnicas da Ciência do Solo. Retrata a teoria aplicada às 
diferentes áreas que estudam os solos, como na Engenharia, na Agronomia, na 
Geografia e na Geologia.
BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. Porto 
Alegre: Bookman, 2013..
Como Entender a Terra
O livro “Como entender a terra” revela importantes aspectos da geologia, que devem 
ser estudados e compreendidos por profissionais da Engenharia. A caracterização dos 
tipos de rochas e como se alteram para a formação dos solos é um destes aspectos, 
que são trazidos de forma detalhada e com riqueza de ilustrações. 
PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. 
Tradução e coordenação de MENEGAT, R. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
20
21
Referências
ANTUNES, F. S.; POLIVANOV, H.; PORTOCARRERO, H.; CAMPOS, T. M. P. 
Solos: subsídio para estudos de geologia e engenharia. Anuário do Instituto de 
Geociências - UFRJ, v. 38, n. 1, p.180-198, 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: Rochas e 
solos. Rio de Janeiro, 1995.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Livros Técnicos e Científicos, 1988.
DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 7. ed. São Paulo: Cengage 
Learning, 2007.
LEPSCH, I. F. 19 Lições de Pedologia. São Paulo: Oficina de textos, 2011.
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