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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
ESPECIAL
Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
Livro Eletrônico
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
Sumário
Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos ................................................................................................................3
Introdução ............................................................................................................................................................................3
1. Aspectos Iniciais da Lei n. 8.072/1990 ...........................................................................................................3
2. Condutas Atingidas pela Lei em Estudo ........................................................................................................3
3. Art. 1º – Rol de Crimes Hediondos ....................................................................................................................4
4. Aspectos Gerais ..........................................................................................................................................................5
5. Crimes em Espécie .....................................................................................................................................................6
5.1. Homicídio ......................................................................................................................................................................6
5.2. Lesões Corporais ..................................................................................................................................................19
5.3. Roubo ...........................................................................................................................................................................19
5.4. Extorsão ....................................................................................................................................................................20
5.5. Furto .............................................................................................................................................................................21
5.6. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Proibido ............................................................. 22
5.7. Demais Hipóteses de Crimes Hediondos ................................................................................................23
6. Tráfico de Drogas & Hediondez ........................................................................................................................ 24
7. Progressão de Regime ..........................................................................................................................................25
8. Prisão Temporária ...................................................................................................................................................27
9. Livramento Condicional .......................................................................................................................................27
10. Associação Criminosa ......................................................................................................................................... 28
11. Observações Importantes ................................................................................................................................. 28
Resumo ...............................................................................................................................................................................30
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................33
Gabarito ..............................................................................................................................................................................39
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................40
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
LEI N. 8.072/1990 – CRIMES HEDIONDOS
Introdução
Olá, querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje, estudaremos um dos diplomas de legislação extravagante mais cobrados 
em concursos: A Lei de Crimes Hediondos.
Estatisticamente, a legislação penal extravagante costuma apresentar uma incidência me-
nor do que a parte especial do Código Penal, mas sua importância é enorme para que possa-
mos extrair o máximo de pontos em nossas provas.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios com questões de diversas organi-
zadoras, para maximizar nosso aprendizado de cada tópico apresentado.
Espero que tenham um estudo proveitoso.
Lembrando que estou sempre às ordens dos senhores no fórum de dúvidas. Contem comi-
go caso precisem de alguma orientação.
Bons estudos!
1. Aspectos InIcIAIs dA LeI n. 8.072/1990
A Lei n. 8.072/1990 define quais são os delitos considerados hediondos em nosso ordena-
mento jurídico. Hediondos, pois são considerados repugnantes pelo legislador.
Essa lei simplesmente despenca em provas, e o conhecimento do rol dos crimes hedion-
dos é fundamental para qualquer concurseiro.
2. condutAs AtIngIdAs peLA LeI em estudo
Em primeiro lugar, note que o delito hediondo é aquele que o legislador diz que é (rol TAXA-
TIVO). Não depende das características de sua execução no caso concreto. Dizemos, nesse 
sentido, que foi adotado o sistema legal. Só é hediondo o delito que a lei diz que é. Não há 
discricionariedade do magistrado para identificar novos casos de hediondez.
O sistema legal é frequentemente confundido com o sistema judicial (no qual o magistrado 
possui liberdade para decidir sobre a hediondez do caso concreto) e com o sistema misto (no 
qual o legislador fornece um conceito para que o juiz enquadre a conduta no caso concreto).
Portanto, determinar se um crime integra tal categoria é bastante simples: Fez parte da lis-
ta, é hediondo, e ponto final. É por esse motivo, por exemplo, que crimes previstos no Código 
Penal Militar com descrição formal idêntica às condutas previstas no Código Penal não são 
classificados como hediondos (haja vista que não há previsão legal nesse sentido).
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
Você verá, ao longo da aula de hoje, que esse critério, embora simples, causa bastante 
confusão, principalmente em razão de alguns possíveis equívocos do legislador ao atualizar a 
Lei n. 8.072/1990.
3. Art. 1º – roL de crImes HedIondos
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 
8.930, de 1994) (Vide Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que co-
metido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX); 
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022)
I – A – lesão corporaldolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de 
morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de 
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte 
(art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso 
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, 
de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
VII – B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos 
ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de 
julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adoles-
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da 
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
rado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
O rol em si é essencial ao nosso estudo. Foi alterado em 2018 e novamente em 2019 (pelo 
pacote anticrime) e recentemente pela Lei n. 14.344/2022.
Vamos tratar tudo de forma estratégica. Peço que, primeiramente, você faça a leitura do 
art. 1º da lei e se familiarize com as hipóteses. Uma vez realizado esse procedimento, vamos 
tratar detalhadamente dos incisos que merecem atenção especial.
Antes de fazer isso, no entanto, é preciso tomar nota de alguns pontos gerais importantes.
4. Aspectos gerAIs
• Hediondez & Tentativa
1. Tanto o delito tentado quanto o consumado será considerado hediondo, por expressa 
previsão legal.
Esse tópico é recorrente em provas de concursos, portanto, tome nota. Não há diferen-
ciação entre a forma tentada ou consumada do delito quando se trata de reconhecimento da 
hediondez da conduta.
• Condutas EQUIPARADAS
2. Não confunda delito hediondo e delito equiparado a hediondo.
Existem ainda os delitos considerados equiparados a hediondos, conforme expressa o art. 
2º da lei em comento. Trata-se, é claro, do famoso “TTT”.
Tortura
Tráfico
Terrorismo.
É importante destacar que os efeitos jurídicos do reconhecimento de um delito como he-
diondo ou equiparado a hediondo é o mesmo. No entanto, para fins de prova, cuidado para não 
identificar um delito equiparado a hediondo como se fosse delito hediondo propriamente dito. 
É necessário diferenciar ambas as hipóteses.
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• Impossibilidades relacionadas à hediondez
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e 
o terrorismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
3. Os crimes hediondos e equiparados, portanto, não admitem anistia, graça, indul-
to e fiança.
Cuidado!
Apesar dessa previsão legal, o STF entende que é cabível a liberdade provisória sem fian-
ça, no caso de crimes hediondos e equiparados.
Uma vez que tratamos de todos os aspectos gerais sobre os crimes hediondos e equipa-
rados, é hora de discutir, detalhadamente, os delitos hediondos que merecem uma atenção 
especial em seu estudo, além da obrigatória memorização do rol do art. 1º.
5. crImes em espécIe
Vamos para a parte mais importante de nossa aula.
5.1. HomIcídIo
Via de regra, o homicídio simples não é hediondo, salvo se praticado em atividade típica de 
grupo de extermínio, conforme rege o art. 1º, I, 1ª parte, da Lei n. 8.072/1990.
O homicídio qualificado, por sua vez, é sempre hediondo em todas as suas variações, e 
passou a integrar a lista de crimes hediondos em 1994, após a grande repercussão do assas-
sinato da atriz Daniella Perez, que foi morta de forma brutal em 1992, quando se dirigia para 
um ensaio.
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Homicídio
Hediondo
Na forma qualificada
Simples quando
praticado em 
atividade típica de 
grupo de extermínio
Não hediondo
Via de regra, na forma 
simples, não é 
considerado crime 
hediondo.
Nesse contexto, após tal alteração na Lei n. 8.072/1990, todo o rol de homicídio qualificado 
passou a ser considerado hediondo. Por esse motivo, é muito importante conhecer também 
tais hipóteses, para facilitar sua identificação na hora da prova:
Homicídio qualificado
CP, art. 121, § 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação,a impunidade ou vantagem de outro crime.
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes 
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição;
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
IX – contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
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5.1.1. Mediante Paga ou Promessa de Recompensa, ou outro Motivo Torpe
Em seu primeiro trecho, o inciso trata do homicídio mercenário (mediante paga ou pro-
messa de recompensa). O autor recebe alguma vantagem ou promessa de tal vantagem para 
praticar o delito.
Em primeiro lugar, você precisa saber que este é um crime de concurso necessário. Afinal 
de contas, devem existir dois indivíduos: Um para pagar ou oferecer vantagem futura, e um 
para receber e praticar o homicídio.
Em segundo lugar, é preciso apresentar o debate sobre a natureza da recompensa. Há, 
atualmente, intensa querela na doutrina para definir se é preciso que a recompensa seja de 
natureza econômica.
Nesse sentido, embora alguns doutrinadores como Rogério Sanches entendam ser pacífi-
ca a posição de que a recompensa deve ter natureza econômica, ainda há alguns doutrinado-
res que divergem, tais como Rogério Greco e Cleber Masson.
A doutrina chama o delito de homicídio mercenário ou por mandato remunerado. Algumas 
vezes, o matador profissional é chamado de sicário.
A questão do Mercenário x Mandante
Uma vez apresentado(a) ao tema em estudo, você com certeza pode estar se perguntando: 
O reconhecimento da qualificadora aplica-se tão somente ao executor do crime ou também 
ao mandante?
Essa é uma questão de difícil solução, mas algumas orientações são muito pertinentes.
Em primeiro lugar, precisamos compreender que a qualificadora em estudo é subjetiva (tra-
ta da motivação) e não objetiva (pois não trata do MODO como a conduta é praticada).
Assim, o que torna tal tipo de homicídio mais reprovável é o motivo (matar por dinheiro, 
por recompensa). Quem MANDA MATAR, por sua vez, tem outro motivo para fazê-lo (o qual 
também pode ser torpe, a depender do caso), sendo recomendável que os motivos devem ser 
avaliados em separado.
E é aqui que mora o problema. A doutrina diverge, e o próprio STJ também já apresentou 
divergências de entendimento ao analisar casos concretos.
Doutrinadores como Rogério Greco e Sanches dão maior ênfase à primeira corrente, se-
gundo a qual a motivação deve ser avaliada em separado. Assim sendo, o executor do delito 
responde sempre pela qualificadora, podendo o mandante responder ou não, a depender de 
sua motivação pessoal.
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Por exemplo:
EXEMPLO
Imagine o pai que, sabendo que sua filha foi estuprada, manda matar o estuprador, por não ter 
coragem, ele próprio, de praticar o homicídio.
Nessa situação, aplicando-se a primeira corrente, aquele que recebeu o dinheiro do pai 
para matar o estuprador responderá por homicídio qualificado mediante paga ou promessa de 
recompensa, enquanto o mandante (o pai) deverá responder por homicídio com a diminuição 
de pena relacionada ao motivo de relevante valor moral.
O STJ também possui posicionamento nesse sentido (de que a qualificadora em estudo 
não se comunica automaticamente ao mandante, devendo a motivação deste último ser ava-
liada separadamente). No julgado em estudo (REsp 1209852/PR) entendeu-se que, se a mo-
tivação do mandante para encomendar a morte da vítima for, por si só, torpe ou desprezível, 
poderá este também ser apenado com a qualificadora.
Entretanto, o problema é que o próprio STJ (HC 291604) já se posicionou em sentido opos-
to considerando que a qualificadora é elementar do tipo, estendendo-se também ao mandan-
te do delito.
Resumindo: note que a qualificadora da “paga ou promessa de recompensa” prevista no 
inciso I do § 2º do art. 121 do CP é aplicada ao executor do crime, e que quanto a isso não res-
tam dúvidas. Resume-se a indagação sobre o mandante do crime na divergência (doutrinária 
e jurisprudencial. O STJ possui duas correntes sobre a querela: 1ª corrente: NÃO SE APLICA. 
A qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de recompensa é 
circunstância de caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30 do CP.1
2ª corrente: SE APLICA. No homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de 
recompensa é elementar do tipo qualificado, comunicando-se ao mandante do delito.2
Para fins de prova: acreditamos ser difícil que as organizadoras adentrem o tema, haja vis-
ta a enorme possibilidade de recurso para anular o item.
Um bom exemplo está na banca CESPE: O assunto em estudo já foi cobrado três vezes (no ano 
2000, em 2009 e 2012). Desde então, a banca não tem mais elaborado itens sobre o tema (a diver-
gência no âmbito do STJ iniciou-se após essa data, em 2015.
• Entendendo melhor o motivo torpe
É importante perceber que o legislador considerou que matar mediante paga ou promessa 
de recompensa é um motivo torpe. Assim, o próprio homicídio mercenário é uma espécie de 
motivo torpe.
1 Nesse sentido: STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/11/2018.
2 Sobre o tema: STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 03/05/2018.
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Entretanto, segundo a doutrina, motivo torpe é todo motivo que possa ser considerado re-
pugnante, que cause nojo ou repulsa pela conduta do agente.
Com isso em mente, é fácil perceber que existem outros motivos torpes, não apenas o 
que foi descrito pelo legislador, que também deveriam converter a conduta em homicídio 
qualificado.
Para resolver esse problema é que temos, no segundo trecho do inciso, a chamada inter-
pretação analógica: “ou outro motivo torpe”.
Mas você ainda se lembra qual é a diferença entre analogia e interpretação analógi-
ca? Vejamos:
• Analogia: Forma de integração da lei penal. A lei é omissa em um determinado ponto, 
e é utilizada uma análise por semelhança. Não pode ser utilizada para prejudicar o réu.
• Interpretação Analógica: O legislador deixa uma abertura na norma penal para uma in-
terpretação mais ampla, que ao contrário da analogia, pode ser utilizada em prejuízo do 
réu. Nesse caso, a previsão deve ser expressa.
Dessa forma, perceba que o legislador deixou a norma emaberto, permitindo ao julgador 
analisar com mais liberdade o caso concreto. Um exemplo trazido por Alexandre Salim e Mar-
celo Azevedo é o do filho que mata o pai para receber a herança.
Embora especificamente este caso não esteja previsto, é uma conduta capaz de gerar re-
pulsa e desprezo, e que poderá vir a ser considerada como outro motivo torpe.
Detalhes importantes sobre o motivo torpe:
• Ciúmes: Segundo a jurisprudência majoritária, o ciúme por si só não basta para consti-
tuir o motivo torpe.
• Vingança: A vingança pode, dependendo das circunstâncias, ser considerada para con-
figurar motivo torpe.
001. (CESPE/2012/TJ-RR/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Pedro, esposo ciumento, ao chegar em 
casa, surpreendeu sua esposa, Maria, na cama com outro homem. Maria, ao ser apanhada 
em flagrante, ofendeu verbalmente Pedro, com palavras de baixo calão. Em choque, o marido 
traído, completamente enraivecido e sob domínio de violenta emoção, desferiu dois tiros de 
revólver, matando Maria e ferindo seu amante. O laudo de exame cadavérico atestou não só o 
óbito de Maria, mas também que ela estava grávida de dois meses, circunstância desconheci-
da por Pedro.
O ciúme, por si só — que, nesse caso, não está acompanhado por outras circunstâncias — não 
caracteriza o motivo torpe, qualificadora do homicídio.
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Exatamente como falamos, o ciúme por si só realmente não caracteriza o motivo torpe. Não 
precisava nem ler o texto motivador. Note ainda que este tipo de assunto acaba sendo cobrado 
da maneira mais direta possível, para evitar recursos por conta das divergências doutrinárias 
e jurisprudenciais.
Certo.
5.1.2. Motivo Fútil
O motivo fútil é um motivo desproporcional. Nesse sentido, é bem mais simples de enten-
der do que o motivo torpe.
Um exemplo seria o de um autor que mata por uma dívida de cinco reais.
Perceba que nesse caso também está presente a interpretação analógica: cabe ao julga-
dor verificar se houve ou não um motivo fútil, de acordo com o caso concreto.
Este é um inciso bastante simples, mas sobre o qual também devemos observar al-
guns detalhes:
• Assim como no motivo torpe, não há consenso sobre a utilização do ciúme para confi-
gurar motivo fútil.
• Há julgados equiparando a ausência de motivo ao motivo fútil, mas não se trata de cor-
rente de grande expressividade.
• Para o STJ, o dolo eventual e o motivo fútil não são incompatíveis.
• Por fim, predomina o entendimento de que ou existe motivo torpe, ou existe motivo fútil 
(os dois não podem coexistir).
5.1.3. Com Emprego de Veneno, Fogo, Explosivo, Asfixia, Tortura ou outro Meio 
Insidioso ou Cruel, ou de que possa resultar Perigo Comum
O terceiro inciso trata dois meios insidiosos, cruéis e que causam perigo comum. Vejamos:
• Meio Insidioso: Meio do qual a vítima não toma conhecimento. É um meio desleal.
• Meio Cruel: Meio que causa sofrimento excessivo;
• Perigo comum: Abrange um número incerto de pessoas.
Mais uma vez, através da utilização da interpretação analógica, o legislador apresenta um 
rol exemplificativo de meios (veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura) mas deixa a qualificado-
ra em aberto (ou outro meio...) para que o julgador possa analisar o caso concreto e aplicar a 
norma se entender que é necessário.
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Importante: O meio insidioso, para ser considerado como tal, deve ser utilizado sem o co-
nhecimento da vítima. Logo, se o indivíduo obrigar a vítima a beber o veneno e a vítima tiver 
consciência do que está ingerindo, não há falar em meio insidioso.
Por causar intenso sofrimento na maioria dos casos, o veneno ingerido nessa situação (com a 
ciência da vítima) poderá ser considerado meio cruel, permitindo novamente a aplicabilidade 
do inciso.
Ainda sobre o meio cruel, segundo Rogério Greco, a doutrina e a jurisprudência majoritárias 
entendem que não basta a utilização de meio cruel: o agente deve buscar infligir o sofrimento 
desnecessário.
Outra observação importante é sobre os meios que podem causar perigo comum. Nesses 
casos, é necessário que o meio atinja a vítima pretendida e crie uma situação de perigo a um 
número indeterminado de outros indivíduos.
5.1.4. À traição, de Emboscada, ou Mediante Dissimulação ou Outro Recurso 
que Dificulte ou Torne Impossível a Defesa do Ofendido
Como lecionam Alexandre Salim e Marcelo Azevedo, é interessante notar a diferença entre 
meio insidioso (inciso III) e modo insidioso (inciso IV).
Aqui estamos tratando de modos insidiosos de praticar o homicídio. Nesse sentido, vamos 
analisar cada caso:
• Traição: Agressão perpetrada que viola uma relação de confiança entre autor e vítima. 
Um exemplo clássico é o marido que mata a esposa durante o sono.
• Surpresa: A surpresa configura uma agressão inesperada, da mesma forma que a trai-
ção. Entretanto, no caso da surpresa, não existe uma relação de confiança entre as par-
tes. Um exemplo seria o autor que mata o indivíduo durante o sono, invadindo sua casa.
• Mediante Dissimulação: Neste caso, temos a utilização de modos que ocultam a inten-
ção homicida do agente. Exemplos seriam a utilização de disfarce, ou a demonstração 
de amizade ou consideração inexistentes para que a vítima não mostre resistência;
• Emboscada: Na emboscada, a defesa se torna mais difícil pois o agente irá esperar es-
condido para perpetrar o delito;
• Ou outro recurso: Como verificamos nos outros incisos, aqui também existe a possibi-
lidade de interpretação analógica para alcançar outras hipóteses não previstas em lei 
mas que também possam vir a dificultar a defesa da vítima.
Segundo o STF, a qualificadora em estudo é incompatível com o instituto do dolo eventual.
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5.1.5. Para Assegurar a Execução, a Ocultação, a Impunidade ou Vantagem de 
outro Crime
No último inciso, temos a chamada conexão. Assim, o agente tem em mente uma segunda 
conduta criminosa, e pratica o homicídio para assegurar sua execução, ocultação, impunidade 
ou vantagem.
Este é o inciso mais simples de todos os que já foram estudados. Você só precisa conhe-
cer as seguintes observações:
Se for praticado o homicídio para assegurar o cometimento de crime impossível, o que 
acontece?
Imagine que um autor tenha como objetivo matar uma autoridade de alto escalão, e que 
para chegar até ela, tenha que matar o segurança das instalações. No entanto, ao chegar aos 
aposentos do verdadeiro alvo, descobre que este já está morto, pois sofreu um ataque cardía-
co momentos antes.
Nessa situação, você só precisa saber que haverá a incidência do homicídio qualificado 
normalmente.
Se for praticado o homicídio para assegurar a execução de CONTRAVENÇÃO PENAL, e 
não de crime propriamente dito, o que acontece?
É uma hipótese bizarra, mas que pode sercobrada na prova, então precisamos tratar dela 
também. Nesse caso, não haverá a incidência da qualificadora, pois como estudamos na parte 
geral, não é permitida a analogia em prejuízo do réu quando tratamos de direito penal!
Se for praticado o homicídio para assegurar a prática de um segundo crime, que por qual-
quer motivo, não venha a ser praticado.
Do mesmo modo como ocorre com o crime impossível, a qualificadora será aplicada, mes-
mo que o agente desista ou por qualquer outro motivo seja impedido de praticar a segunda 
conduta criminosa.
• Observações importantes
A conexão em estudo se subdivide em duas categorias:
1) Quando o homicídio é praticado para assegurar a execução de outro crime (no futuro), 
chamamos a conexão de teleológica.
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2) Quando o homicídio visa assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime 
(crime este que está no passado, anterior à conduta), dizemos que a conexão é consequencial.
5.1.6. Feminicídio
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino;
Outra hipótese de homicídio qualificado, o Feminicídio foi adicionado pela lei n. 13.104/2015, 
com o objetivo de fortalecer a repressão da violência de gênero.
Caro aluno, o primeiro detalhe que você precisa ter em mente é que o Feminicídio não é 
simplesmente o homicídio praticado contra a mulher. Para ser considerado Feminicídio, o ho-
micídio deverá ser praticado contra mulher EM RAZÃO de sua condição de mulher.
Inclusive, a lei explica quais são as hipóteses em que o homicídio poderá ser considerado 
dessa forma. Vejamos:
Art. 121, § 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I – Violência doméstica e familiar;
II – Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Portanto, se uma mulher é vítima de um homicídio, mas fora do contexto do parágrafo aci-
ma, não será vítima de Feminicídio e sim de um homicídio comum.
Para entender melhor a previsão do inciso I, é preciso fazer uma remissão ao art. 5º da Lei 
Maria da Penha, cuja norma oferece o conceito de violência doméstica e familiar:
LMP, Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qual-
quer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou 
psicológico e dano moral ou patrimonial:
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pes-
soas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se 
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofen-
dida, independentemente de coabitação.
Usualmente, para fins de prova, nos basta conhecer as hipóteses legais, pois o examinador 
elabora as situações hipotéticas e assertivas a partir da previsão legal, e pronto. Nesse caso, 
no entanto, há algumas questões jurisprudenciais importantes para você tomar nota:
a) Para a doutrina, a unidade doméstica prevista no inciso I abrange a empregada domés-
tica, haja vista a natureza do convívio que ocorre no núcleo familiar.
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b) Os laços familiares (âmbito da família) podem ser naturais, por afinidade e por vonta-
de expressa.
c) No âmbito das relações intimas de afeto é preciso observar que a coabitação é desne-
cessária (previsão legal que é reforçada pela Súmula 600 do STJ).
• Orientação Sexual
Outro ponto de destaque extraído da Lei Maria da Penha e aplicável ao tema em estudo 
está no parágrafo único do art. 5º, o qual possui relevante impacto na análise de situações 
hipotéticas de prova:
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Assim sendo, há previsão legal expressa que permite o reconhecimento do feminicídio pra-
ticado contra a mulher homossexual, vitimada por conduta de sua parceira.
• Natureza da qualificadora
Existe grande polêmica na doutrina quanto à natureza da qualificadora do feminicídio. Se-
gundo parte dos estudiosos, trata-se de qualificadora subjetiva (haja vista sua relação com a 
motivação do crime).
Entretanto, o STJ tem manifestado entendimento no sentido de que classificar a qualifica-
dora como subjetiva é “desprestigiar o esforço do legislador”, e que é necessário compatibili-
zar sua existência com as qualificadoras motivo fútil e motivo torpe.
Assim sendo, para o STJ, prevalece hoje o posicionamento de que a natureza da qualificadora 
do feminicídio é objetiva, ao contrário do entendimento doutrinário a respeito.
5.1.7. Homicídio “Funcional”
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes 
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição;
Outra inclusão importante no rol de condutas consideradas como homicídio qualificado, 
o homicídio funcional foi adicionado pela lei n. 13.142/2015, com o objetivo de fortalecer a 
repressão da violência contra os agentes responsáveis por atribuições de segurança pública e 
de segurança nacional.
Para conhecimento, vamos listar o rol de autoridades e agentes públicas protegidos pelo 
inciso VII:
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Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica;
Art. 144. Segurança pública:
I – Polícia federal;
II – Polícia Rodoviária Federal;
III – Polícia Ferroviária Federal;
IV – Polícias civis;
V – Polícias militares e Corpos de bombeiros militares.
VI – Polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, 
de 2019)
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, ser-
viços e instalações, conforme dispuser a lei.
10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pesso-
as e do seu patrimônio nas vias públicas.
Soma-se ao rol acima os integrantes do sistema prisional e da força nacional. Es-
quematizando:
Art. 142 CF
• Exército
• Marinha
• Aeronáutica
Art. 144 CF
• PF
• PRF
• PFF
• Polícias Civis
• PM
• CBM
• Guardas 
Municipais
• Segurança Viária
• Polícias PENAIS
Outros
• Sistema Prisional
• Força Nacional
Agentes protegidos pelo inciso VII (homicídio funcional)
Cuidado!
Atenção para a EC n. 104/2010, a qual incluiu a Polícia PENAL no rol do art. 144. A norma 
abrange todo o artigo, de modo que tal mudança impacta em sua aplicação.
Assim como no caso do Feminicídio, não basta que o homicídioseja praticado contra um 
agente dos órgãos listados pela norma. A qualificadora só incidirá em dois casos:
Requisitos do homicídio funcional:
I – Agente no exercício da função;
II – Homicídio praticado em decorrência da função.
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Assim, se um policial for assassinado em serviço, automaticamente incidirá a qualifica-
dora. No entanto, se estiver em sua folga, a qualificadora só incidirá se ele tiver sido morto em 
decorrência da função. Vejamos dois exemplos para ficar mais claro:
EXEMPLO
Primeiro caso: Policial de folga se envolve em briga de bar, e acaba sendo morto em razão de 
um desentendimento causado por uma partida de futebol: Não incidirá a qualificadora.
Segundo caso: Policial de folga é assassinado como retaliação por uma investigação do qual 
este participou. Incidirá a qualificadora.
Isso vale para o homicídio praticado contra os familiares dos agentes de segurança pública 
(cônjuge, companheiro ou parente até terceiro grau). Só incidirá a qualificadora caso o homicí-
dio do familiar tenha sido perpetrado em razão da condição funcional do agente.
Obs.: � São considerados parentes até terceiro grau:
 � Ascendentes: Pais, avós e bisavós;
 � Descendentes: Filhos, netos e bisnetos;
 � Lateralmente: Irmãos, tios e sobrinhos.
Lembrete:
A lesão corporal gravíssima ou seguida de morte praticada contra estes indivíduos, nesse 
mesmo contexto fático (em razão da função) também é crime hediondo! Veremos esse ponto 
mais à frente.
• Homicídio funcional & outros integrantes do art. 144
Existem outras categorias de profissionais que estão listadas nos parágrafos do art. 144, 
tais como as guardas municipais (parágrafo 8º) e os agentes de trânsito (parágrafo 10º). Na-
turalmente, surge a questão:
A qualificadora em estudo se aplica também a estes agentes públicos?
E a resposta é afirmativa!
A lei n. 13.142/2015, que fez a alteração no art. 121 do CP e incluiu o chamado homicídio fun-
cional fala apenas no art. 144 da CF/1988, de forma irrestrita.
Por esse motivo a qualificadora em estudo se estende também aos demais agentes de segu-
rança sobre os quais dispõem os artigos 8º e 10º.
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5.1.8. Inciso VIII
A Lei n. 13.964/2019 havia, em seu texto original, adicionado mais um inciso ao rol de 
qualificadoras do homicídio, tornando qualificada a conduta daquele que mata alguém com 
emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.
Inicialmente, o Presidente da República vetou o referido inciso, mantendo apenas os sete 
incisos que estudamos até agora como parte do Código Penal. No entanto, esse veto acabou 
sendo derrubado pelo Congresso Nacional.
Assim sendo, cuidado! O rol de qualificadoras atualmente conta com o inciso VIII, a saber:
Homicídio Qualificado [...]
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019) (Vigência)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Portanto, atualmente, o homicídio praticado com emprego de arma de fogo de uso restrito 
ou proibido é considerado qualificado, e, portanto, hediondo, nos termos da Lei n. 8.072/1990.
Homicídio contra Menor de 14 Anos 
Recentemente sancionada, a Lei nº 14.344 de 2022, também conhecida como Lei Henry 
Borel, faz alusão ao caso do menino Henry de apenas quatro anos espancado e morto no apar-
tamento em que morava com a mãe e o padrasto, no Rio de Janeiro.
Dessa forma, o presente instrumento legal teve por fim a criação de mecanismos para a 
prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescen-
te por meio de medidas protetivas específicas. Nessa seara, passou a tornar hediondo o crime 
de homicídio contra menor de 14 anos. Tome nota!
5.1.9. Observações Importantes sobre o Homicídio Qualificado e a Hediondez
Antes de seguirmos em frente para tratar do homicídio culposo, é importante observar 
alguns detalhes sobre o homicídio qualificado que são muito cobrados em prova. Vejamos:
1) Como você já sabe, o homicídio qualificado é considerado em todas as suas hipóteses 
hediondo pela lei em estudo.
2) É possível a ocorrência, em alguns casos, de homicídio qualificado-privilegiado, ou seja, 
que possui simultaneamente características que de ambas as hipóteses. Essa possibilidade, 
no entanto, depende da compatibilidade entre ambas as classificações (devendo a privilegia-
dora ser de natureza SUBJETIVA e a qualificadora de natureza OBJETIVA).
3) A doutrina majoritária e a jurisprudência entendem que caso o homicídio possua carac-
terísticas que permitam configurá-lo como qualificado e privilegiado, este NÃO será conside-
rado hediondo!
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002. (CESPE/2015/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) De acordo com a doutrina 
e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio privilegiado-qualificado, caracterizado 
pela coexistência de circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras, 
de natureza objetiva, não é considerado crime hediondo.
Embora a questão seja um pouco mais avançada, pois envolveu o conceito de natureza subje-
tiva e objetiva das qualificadoras, você consegue resolvê-la com tranquilidade apenas se lem-
brando da regra que acabamos de estudar: homicídio qualificado-privilegiado não é hediondo.
Certo.
5.2. Lesões corporAIs
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de 
morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, 
no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
A hipótese do inciso I-A é simples uma vez que estudamos detalhadamente o chamado ho-
micídio funcional. Aplicam-se as mesmas disposições de tal modalidade do delito, no entanto, 
aos casos de lesão corporal gravíssima e de lesão corporal seguida de morte.
Muito cuidado: Note que não é qualquer lesão corporal dolosa de natureza gravíssima 
ou seguida de morte que ensejará a hediondez, mas tão somente aquela praticada contra as 
referidas autoridades e seus familiares, em razão da função ou em decorrência dela.
5.3. roubo
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciadopela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei 
n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de 
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
O delito de roubo sofreu modificações significativas, e merece alguns comentários breves 
para sua adequada memorização.
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Primeiramente, note que tanto o roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da víti-
ma quanto o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo emprego de arma 
de fogo de uso proibido ou restrito integram o rol de crimes hediondos.
Ademais, note que o latrocínio continua eivado de hediondez (roubo qualificado pela mor-
te), havendo também menção ao roubo qualificado pela lesão corporal grave.
Segundo a doutrina, a expressão lesão corporal grave foi utilizada em sentido amplo, 
abrangendo também as hipóteses de lesão gravíssima.
5.4. extorsão
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou 
morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso 
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
Caro(a) aluno(a): Eis um momento para redobrar a atenção em seu estudo. As formas de 
extorsão previstas nos artigos 158 e 159 sofreram severo impacto com a edição do pacote 
anticrimes.
Para facilitar a compreensão, faremos um esquema comparando todas as hipóteses pos-
síveis previstas nos artigos 158 e 159 do CP:
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Ex
to
rs
ão
Art. 158, caput
Forma simples de 
extorsão
Não requer resultado 
mais gravoso (lesão ou 
morte) e não integra o 
rol de crimes 
hediondos. 
Art. 158, §2º
Extorsão qualificada 
pela morte da vítima.
NÃO É MAIS CRIME 
HEDIONDO APÓS A 
EDIÇÃO DA LEI N. 
13.964/2019.
Art. 158, §3º
É o famoso "sequestro 
relâmpago".
É crime hediondo em 
todas as suas 
hipóteses:
Extorsão qualificada 
pela restrição de 
liberdade da vítima
Extorsão qualificada 
pela restrição de 
liberdade da vítima com 
ocorrência de lesão 
corporal
Extorsão qualificada 
pela restrição de 
liberdade da vítima com 
ocorrência de morte.
Art. 159
Extorsão mediante 
sequestro.
Trata-se do sequestro 
"tradicional", com 
pedido de resgate para 
liberação da vítima.
É hediondo em todas as 
suas hipóteses e 
modalidades.
5.5. Furto
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Em razão do surto de explosões de caixas eletrônicos que ocorreu em 2018, o legislador 
resolveu endurecer o combate à referida conduta, incluindo como hediondo o furto qualificado 
pelo emprego de explosivo ou artefato análogo que cause perigo comum.
Nesse sentido, tome cuidado:
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
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• Não é o furto de explosivos – mas o furto com o emprego de explosivos – que configura 
crime hediondo.
• Em que pese existir previsão de modalidade de roubo (art. 157) com emprego de explo-
sivos no Código Penal, tal modalidade da conduta não integra o rol de crimes hedion-
dos, por ausência de previsão legal.
5.6. posse ou porte ILegAL de ArmA de Fogo de uso proIbIdo
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Outro ponto que merece destaque, o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de 
uso proibido recebeu significativa mudança tanto no Código Penal quanto na lei de crimes 
hediondos.
Anteriormente, as armas de fogo de uso restrito ou proibido recebiam tratamento idêntico. 
Atualmente, isso não acontece. Veja que, no Estatuto do Desarmamento, o porte ilegal de arma 
de fogo de uso proibido recebeu parágrafo distinto da arma de fogo de uso restrito:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
[...]
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proi-
bido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos
Verifica-se, portanto, que apenas o porte previsto no §2º (de arma de fogo de uso proibido) 
estaria eivado de hediondez.
Cabe ressaltar que a interpretação acima é doutrinária, e está aberta para debate e análise 
em sentido contrário (dificilmente seria objeto de prova). No entanto, a jurisprudência já tem 
começado a se posicionar nesse sentido.
Por exemplo, as condutas equiparadas do art. 16 (equiparadas ao porte de arma de fogo 
de uso restrito) já possuem julgado do STJ no sentido do afastamento da hediondez, em que 
pese sobre fato ocorrido antes da vigência da Lei n. 13.964/2019. Vejamos um trecho do refe-
rido julgado:
“No mais, importante ainda esclarecer que a Lei n. 13.964/2019 alterou a redação da Lei de Crimes 
Hediondos. Antes da vigência de tal norma, o dispositivo legal considerava equiparado à hedion-
do o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826/2003. Atualmente, considera-se equiparado à hediondo o crime de posse ou porte ilegal de 
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arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/2003. Embora o crime ora em aná-
lise tenha sido praticado antes da vigência da Lei n. 13.964/2019, deve-se destacar que a alteração 
na redação da Lei de Crimes Hediondos apenas reforça o entendimento ora afirmado, no sentido da 
natureza não hedionda do porte ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca 
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. Por oportuno, ressalta-se 
que no Relatório apresentado pelo Grupode Trabalho, coordenado pela Deputada Federal Margarete 
Coelho, destinado a analisar e debater as mudanças promovidas na Legislação Penal e Processual 
Penal pelos Projetos de Lei n. 10.372, de 2018, n. 10.373, de 2018, e n. 882, de 2019 (GTPENAL), 
foi afirmada a especial gravidade da conduta de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito ou 
proibido, de modo que se deve “coibir mais severamente os criminosos que adquirem ou “alugam” 
armamento pesado [...], ampliando consideravelmente o mercado do tráfico de armas”. Outrossim, 
ao alterar a redação do art. 16 da Lei n. 10.826/2003, com a imposição de penas diferenciadas para 
o posse ou porte de arma de fogo de uso restrito e de uso proibido, a Lei n. 13.964/2019 atribuiu 
reprovação criminal diversa a depender da classificação do armamento como de uso permitido, res-
trito ou proibido. Vale ainda referir que esta Corte Superior, até o momento, afirmava que os Legis-
ladores atribuíram reprovação criminal equivalente às condutas descritas no caput do art. 16 da Lei 
n. 10.826/2003 e ao porte ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração suprimida, 
equiparando a gravidade da ação e do resultado. Todavia, diante dos fundamentos ora apresenta-
dos, tal entendimento deve ser superado (overruling).”3
5.7. demAIs HIpóteses de crImes HedIondos
Por fim, as hipóteses restantes precisam apenas de memorização, não sendo necessários 
comentários adicionais:
Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); 
Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 
2o, 3o e 4o); 
Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de 
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação 
dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998)
3 stj-hc-arma-nueracao-raspada1.pdf (conjur.com.br).
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Favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
O crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 
3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O crime de comércio ilegal de armas de fogo, 
previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
O crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003;
O crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
6. tráFIco de drogAs & HedIondez
Como você já sabe, o tráfico integra o mnemônico “TTT” e é considerado delito equiparado 
a hediondo. Entretanto, a lei de drogas (11.343/2006) prevê inúmeras condutas relacionadas 
ao tráfico ilícito de entorpecentes.
Nesse sentido, é essencial ressaltar que não são TODAS as condutas previstas na lei n. 
11.343/2006 que são consideradas como crime hediondo.
Segundo o STF, apenas os artigos 33, 33 §1º, 34 e 36 da lei n. 11.343/2006 são conside-
rados equiparados a crimes hediondos!
Tome nota:
Lei de Drogas, Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor 
à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar 
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem 
em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em 
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desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guar-
da ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização 
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
IV – vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação 
de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexis-
tente.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, 
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qual-
quer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autori-
zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois 
mil) dias-multa.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 
34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 
(quatro mil) dias-multa.
7. progressão de regIme
A progressão de regime quando o autor comete um crime hediondo é um ponto importan-
tíssimo pois foi modificado de forma severa pela Lei n. 13.964/2019.
Os alunos veteranos com certeza já ouviram falar da regra aplicada anteriormente (prevista 
especificamente na Lei n. 8.072/1990 e revogada pela Lei n. 13.964/2019:
Se o autor é primário: A progressão de regime se dava após o cumprimento de 2/5 da pena.
Se o autor é reincidente: A progressão ocorria após o cumprimento de 3/5 da pena.
Professor, e como ficou após a vigência do pacote anticrime?
Em primeiro lugar, lembre-se: o §2º foi REVOGADO. A progressão de regime agora é regula-
da pela LEP (Lei de Execuções Penais), nos termos abaixo:
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência 
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: 
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à 
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido 
com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência 
à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo 
ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, 
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada 
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (Incluído pela Lei n. 13.964, 
de 2019)
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo 
ou equiparado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equipa-
rado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Note que as previsões da LEP atingem muito mais do que os crimes hediondos. Entretanto, 
vamos aqui esquematizar apenas aquelas previsões voltadas para o tema da aula de hoje:
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Progressão: 
Crimes 
hediondos
40%
se o apenado for 
condenado pela prática de 
crime hediondo ou 
equiparado, se for primário
50%
condenado pela prática de 
crime hediondo ou 
equiparado, com resultado 
morte, se for primário, 
vedado o livramento 
condicional
condenado por exercer o 
comando, individual ou 
coletivo, de organização 
criminosa estruturada para 
a prática de crime 
hediondo ou equiparado
60%
reincidente na prática de 
crime hediondo ou 
equiparado
70%
apenado for reincidente 
em crime hediondo ou 
equiparado com resultado 
morte, vedado o livramento 
condicional.
Pós Lei 13.964/19:
Regulação na LEP
8. prIsão temporárIA
Os prazos de prisão temporária nos casos de crimes hediondos também não seguem o 
padrão da lei de prisão temporária (5+5).
O prazo de prisão temporária no caso de delito hediondo é de 30 dias, prorrogável por mais 30 
dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.
9. LIvrAmento condIcIonAL
Por fim, cabe observar que embora inicialmente a Lei n. 8.072/1990 tenha previsto a im-
possibilidade de concessão de livramento condicional no caso de crimes hediondos, a lei n. 
11.464/2007 mudou a redação do diploma legal em estudo, tornando possível a concessão de 
livramento condicional no caso de delitos hediondos.
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No entanto, a concessão de livramento condicional, nos delitos hediondos, só pode ocorrer 
após o cumprimento de 2/3, e só poderá ocorrer se o beneficiado não for reincidente especí-
fico em crimes hediondos.
Livramento condicional
Regra geral (demais crimes)
1/3 (primário) ou 1/2 da pena 
(reincidente em crime doloso
Livramento Condicional
Crimes Hediondos
requer cumprimento de 2/3 da 
pena
Não pode ser reincidente 
específico.
10. AssocIAção crImInosA
Por fim, cabe mencionar que a pena do delito do art. 288 do CP (Associação criminosa) 
varia se a associação se destinar à prática de delitos hediondos ou equiparados:
Art. 288 
(regra geral)
Pena: 1 a 3 anos.
Art. 288 
(Crimes Hediondos)
Pena: 3 a 6 anos.
11. observAções ImportAntes
Muito cuidado: As bancas costumam gostar de elaborar questões com o tema direitos que 
não sofrem influência da reincidência e da hediondez. Embora reincidência não seja um assunto 
de nossa aula, vamos extrapolar um pouquinho o tema em nome de nossa preparação ser a 
mais completa possível:
• Reincidência influi em:
− Comutação (redução da pena em determinados casos previstos no CP);
• Hediondez influi em:
− Indulto (conforme estudamos, crimes hediondos não são passíveis de concessão de 
indulto);
− Progressão de regime (maior prazo, também conforme estudamos);
− Livramento condicional (também conforme apresentado, sofre limitações face a cri-
mes hediondos);
Tenha sempre em mente, portanto, que a concessão de perdão, graça, indulto, a progres-
são de regime e o livramento condicional são direitos que sofrem limitações face a prática de 
crimes hediondos.
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• Crimes hediondos e regime inicial obrigatoriamente fechado
É inconstitucional a fixação de regime inicial fechado com base unicamente na hediondez 
do delito:
JURISPRUDÊNCIA
“É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990, do 
regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâme-
tros previstos no artigo 33 do Código Penal.”
STF. Plenário. ARE 1052700 RG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 02/11/2017.Fonte: 
Dizer o direito.
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RESUMO
Lei n. 8.072/1990
A Lei n. 8.072/1990 define quais são os delitos considerados hediondos em nossoordena-
mento jurídico.
Hediondos pois são considerados repugnantes pelo legislador.
Rol de crimes hediondos (Leitura essencial)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que co-
metido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX); 
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de mor-
te (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no 
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente con-
sanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de 
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei n. 
13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte 
(art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso 
incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei n. 12.015, 
de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos 
ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de 
julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adoles-
cente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum 
(art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: (Redação dada pela 
Lei n. 13.964, de 2019)
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da 
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equipa-
rado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
*Tanto o delito tentado quanto o consumado será considerado hediondo, por expressa 
previsão legal.
Condutas EQUIPARADAS
Tortura
Tráfico
Terrorismo.
Os crimes hediondos e equiparados, portanto, não admitem anistia, graça, indulto e fiança.
Apesar dessa previsão legal, o STF entende que é cabível a liberdade provisória sem fiança, 
no caso de crimes hediondos e equiparados.
Homicídio Privilegiado-Qualificado
Para a maioria da doutrina e da jurisprudência, o homicídio privilegiado-qualificado, em 
regra, não é crime hediondo.
Tráfico de Drogas & Hediondez
Segundo o STF, apenas os artigos 33 e 36 da lei n. 11.343/2006 são considerados equipa-
rados a crimes hediondos.
Progressão de Regime
Novas regras após o pacote anticrime.
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Lei n. 8.072/1990 – Crimes Hediondos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Douglas Vargas
Progressão: 
Crimes 
hediondos
40%
se o apenado for 
condenado pela prática de 
crime hediondo ou 
equiparado, se for primário
50%
condenado pela prática de 
crime hediondo ou 
equiparado, com resultado 
morte, se for primário, 
vedado o livramento

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