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AVALIAÇÃO INTERVENÇÃO & DIAGNÓSTICO TDA - TDAH VOL.01 Copyright-2019 por Daliane Oliveira Todos os direitos em língua portuguesa reservados por: Oliveira, Daliane_Moisés - PsiquEasy Rio de Janeiro – Bahia - Brasil +55(21) 97421-7212 https://www.psiqueasy.com.br OLIVEIRA, Daliane. ARTES GRÁFICAS: OLIVEIRA, Moisés; OLIVEIRA, Douglas. TDA – TDAH / Orientações - Seleção de Jogos e Atividades Autora da Seleção - Pp. Daliane Oliveira Edição e Distribuição: PsiquEasy Software e Materiais Programação Visual Moisés Rocha de Oliveira Artes Gráficas Douglas Soares Oliveira Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte. APRESENTAÇÃO Esse é mais um volume da Coleção: Avaliação, Intervenção e Diagnóstico, feito com o intuito de auxiliar milhares de profissionais em vários países. São 8 volumes abordando as Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAE), Psicomotricidade e Jogos Lúdicos/DAE. Sabemos quanto tem sido difícil encontrar materiais que contribuíam significativamente com o trabalho dos profissionais da Psicopedagogia, assim como da Neuropsicopedagogia. Existem muitos materiais que contemplam as mesmas temáticas, no entanto, muitas delas estão com uma linguagem e/ou formulação que dificultam a compreensão. Precisamos ter instrumentos que facilitem nosso dia a dia e que sejam de fácil interpretação. Foram essas características que procuramos desenvolver em nossa coleção. Tentamos ser o mais claro e objetivo possível. Nesse volume abordaremos a temática TDA/TDAH – orientações como: O TDAH é comum?, Sintomas de TDAH, Sintomas comuns de desatenção, Sintomas comuns de hiperatividade e impulsividade, Tratamento, Cuidados, Medicamentos, Convívio, Complicações, Questionário, SNPAP – IV, Entrevista, Direitos dos portadores de TDAH, Escala de Avaliação ASRS – 18 Adultos, Neurofeedback, o uso de brinquedos e jogos na intervenção do TDA/TDAH e Sugestões de Jogos para serem desenvolvidos como atividades e/ou brincadeiras. É importante conhecer mais sobre TDAH, os sintomas deste transtorno para saber lidar com a(s) situação(s) de maneira confiante, visto que esse distúrbio atinge 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo. A demora em diagnosticar o caso pode trazer sérias consequências para o desenvolvimento da criança. Após pesquisas na internet, livros, congressos e vídeos direcionados ao tema Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ficou comprovado que os profissionais da educação, precisam ser orientados em como lidar com alunos tanto com indisciplina e falta de limites, como saber diferenciar do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Enquanto psicopedagogos precisamos saber como orientar os professores caso venham perceber que um aluno demonstre agitação repetitiva, falta de atenção, dificuldades de relacionamento, entre outros, para saberem diferenciar uma situação da outra. Deixando claro que o sintoma de TDAH não se restringe apenas a uma criança agitada, mas que uma criança quieta ao extremo também pode ser portadora desse distúrbio. O professor bem como pais e responsáveis precisam ser auxiliados em como buscar ajuda caso o comportamento venha a persistir, encaminhando a criança, adolescente e/ou adulto para especialistas da área, como Psiquiatra, Psicólogo, Neuropediatra ou Psicopedagogo entre outros, que possam fazer a intervenção e um eventual tratamento. O diagnóstico é afirmado após várias observações desses especialistas como psiquiatras, psicólogos e neurologistas, após todos esses procedimentos a criança poderá ser encaminhada para intervenções e acompanhamento de um psicopedagogo. Devemos estar bem informados sobre as possibilidades de tratamento do quadro de TDAH, incluindo a medicação e como ela age no sistema nervoso central e sobre os comportamentos inadequados, além de entender que as melhoras ocorrem no aumento do foco, da atenção, na execução, na caligrafia, nas habilidades motoras finais e na melhora dos relacionamentos interpessoais. A utilização de jogos é indicada para trabalhar no processo de Intervenção de Portadores de TDA/TDAH, visto que é através dos jogos, que a criança e até mesmo adolescentes e adultos submetem-se às regras e normas, onde poderão desenvolver suas habilidades, seu raciocínio, auto-imagem, tolerar frustrações, saber ganhar ou perder, saber esperar sua vez, planejar uma situação, aprender a ouvir, etc. Segue no decorrer desse material diversas sugestões de jogos que podem ser impressos em papel cartão ou folha A4 e plastificadas para terem uma durabilidade e mobilidade bem maior. Além dos Jogos também é indicado utilizar a ARTETERAPIA, pois também é uma grande contribuição terapêutica durante o processo de diagnóstico ou mesmo de intervenção com um portador de TDAH. Essa coleção foi organizada com muito carinho, esperamos que sejam úteis e de grande valia para todos os profissionais que adquiri-las. Autora: Pp. Daliane Oliveira SUMÁRIO 1. O Que é TDAH: Causa, Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Intervenção............07 2. O TDAH é Comum?.................................................................................................07 3. Sintomas de TDAH...................................................................................................08 4. Sintomas Comuns de Desatenção.............................................................................08 5. Sintomas Comuns de Hiperatividade e Impulsividade.............................................09 6. Tipos de TDA/TDAH...............................................................................................09 7. Sintomas Principais do TDAH Tipo Combinado / Misto.........................................10 8. Sintomas Principais do TDAH Tipo Desatento / Distraído......................................13 9. Sintomas Principais do TDAH Tipo Hiperativo / Impulsivo....................................14 10. Quais são as Causas do TDAH?................................................................................16 11. Fatores Genéticos......................................................................................................17 12. Anormalidades Cerebrais..........................................................................................17 13. Fatores Ambientais....................................................................................................17 14. Diagnóstico e Exames...............................................................................................18 15. Diagnóstico de TDAH...............................................................................................19 16. Tratamento e Cuidados..............................................................................................20 17. Medicamentos para TDAH.......................................................................................21 18. Convivendo (Prognóstico).........................................................................................23 19. Lidando com a Criança com TDAH..........................................................................23 20. TDAH na Escola.......................................................................................................24 21. Complicações Possíveis............................................................................................25 22. Acompanhamento Psicopedagógicas para Portadores de TDAH.............................27 23. O Benefício do Uso de Jogos como Intervenção em Crianças .................................30 24. As Contribuições da Arteterapia na Atuação Psicopedagógica................................3225. Questionário TDAH-Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade...........37 26. SNAP-IV...................................................................................................................39 27. Questionário para Entrevista – TDAH......................................................................41 28. Direito dos Portadores de TDAH..............................................................................42 29. Escala de Avaliação ASRS-18 – Adultos..................................................................44 30. Neurofeedback como Tratamento Alternativo TDAH em Crianças.........................46 31. O Uso de Brinquedos e Jogos na Intervenção Psicopedagógica...............................49 32. TDA – TDAH e a Importância da Utilização de Jogos.............................................53 33. 224 Páginas com Sugestões de Jogos..............................................................54 á 276 6 7 O QUE É TDAH: CAUSA, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E INTERVENÇÃO O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que aparece na infância e que na maioria dos casos acompanha o indivíduo por toda a vida. O TDAH (CID-10, F90) se caracteriza pela combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade (inquietude motora) e impulsividade sendo a apresentação predominantemente desatenta conhecida por muitos como DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). É importante dizer que o TDAH não é uma doença, portanto não existe uma cura para solucioná-lo e sim um tratamento para melhor conviver com ele. Os sintomas de TDAH podem se manifestar no início da infância. No entanto, o diagnóstico pode ficar mais evidente a partir do momento que a criança vai para a escola, pois a criança com TDAH pode apresentar dificuldade em prestar atenção à aula, responder as questões sem terminar de ler e não conseguir ficar parado. O TDAH É COMUM? De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção a prevalência do TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil e de vários países do mundo onde o transtorno já foi pesquisado. Nos adultos estima-se prevalência em aproximadamente 4%. Segundo o DSM-5, levantamentos populacionais sugerem que o TDAH ocorre na maioria das culturas em cerca de 5% das crianças e 2,5% dos adultos. 8 Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Ed. 2013), o TDAH é mais frequente no sexo masculino do que no feminino na população geral, na proporção de 2:1 em crianças e de 1,6:1 em adultos, com maiores chances de pessoas do sexo feminino se apresentarem primariamente com características de desatenção em comparação com as do sexo masculino. As pessoas que convivem com o TDAH precisam de atenção, tratamento e acolhimento. Isso porque esses indivíduos podem se sentir rejeitados e ter sua autoestima abalada devido aos sintomas causados pelo transtorno. Para se ter uma ideia, crianças que têm TDAH podem ter dificuldade em conseguir brincar com outras crianças, podem tirar notas mais baixas e apresentar maior dificuldade para manter o foco. Da mesma forma, um adulto com TDAH pode não ter um rendimento necessário para subir na carreira. Porém, com diagnóstico e tratamento adequado é possível que as pessoas que apresentam do TDAH tenham um rendimento adequado e uma boa qualidade de vida. SINTOMAS DE TDAH O DSM-5 tem alguns critérios que definem o diagnóstico de uma criança ou adulto com TDAH. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa apresente um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfira no funcionamento e no desenvolvimento. Para tanto, ela precisa apresentar sintomas destes dois aspectos. SINTOMAS COMUNS DE DESATENÇÃO: Deixar de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou durante outras atividades; Ter dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; Não escutar quando lhe dirigem a palavra; Não seguir instruções e não termina deveres de casa, tarefas domésticas ou tarefas no local de trabalho; Ter dificuldade para organizar tarefas e atividades; Evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (tarefas escolares, deveres de casa, preparo de relatórios etc.); Perder objetos necessários às tarefas ou atividades; Ser facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos pode incluir pensamentos não relacionados); Ser esquecido em relação a atividades cotidianas. 9 SINTOMAS COMUNS DE HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE: Remexer ou batucar mãos e pés ou se contorcer na cadeira; Levantar da cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado (sala de aula, escritório, etc.); Correr ou subir nas coisas, em situações onde isso é inapropriado ou, em adolescentes ou adultos, ter sensações de inquietude; Ser incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; Não conseguir ou se sentir confortável em ficar parado por muito tempo, em restaurantes, reuniões, etc.; Falar demais; Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma pergunta antes que seja terminada ou completando a frase dos outros; Ter dificuldade de esperar a sua vez; Interrompe ou se intrometer em conversas e atividades, tentar assumir o controle do que os outros estão fazendo ou usar coisas dos outros sem pedir. Em geral, é preciso que a criança apresente seis ou mais desses sintomas por mais de seis meses antes de ser feito o diagnóstico. Já em adultos ou adolescentes (com mais de 17 anos), é preciso apresentar apenas cinco destes sintomas. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade e em mais de dois ambientes, como a casa, escola, trabalho, com amigos... É preciso haver evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem a sua qualidade. E os sintomas não devem ser mais explicados dentro de outro transtorno mental, como transtorno bipolar, transtorno de personalidade, entre outros... TIPOS O TDAH pode se apresentar com sintomas de desatenção e de hiperatividade ou impulsividade. De acordo com a quantidade desses sintomas, podemos classificar o TDAH em três subtipos: 10 Apresentação combinada: Se tanto os critérios de desatenção e hiperatividade- impulsividade são preenchidos nos últimos 6 meses. Sintomas principais do TDAH Tipo Combinado / Misto Distração e Lentificação Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo. Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros (dificilmente termina um livro, a não ser que o interesse muito). Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta, desinteressado). Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro. Dificuldade em iniciar e finalizar tarefas que exijam esforço mental e atenção focada por muito tempo. Demora muito mais que outras pessoas para fazer atividades similares, se perde muito pelo meio do caminho. Sente sonolência e sensação de estar "desligando", especialmente quando precisa se concentrar. Esquecimentos Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas. Dificuldadeem seguir instruções, mesmo quando se propõe. Inicia bem e logo em seguida muda, fazendo de outro jeito ou deixando de lado. Pensa em fazer uma coisa e logo em seguida esquece o que iria fazer. Por exemplo, quando vai buscar algo, pelo meio do caminho esquece. Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e esquecer o que iria dizer. 11 Desorganização Forte desorganização, não consegue planejar para concretizar (fica somente na cabeça). Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...), tudo é uma permanente bagunça. Problemas com planejamento do tempo. Perde a noção da passagem do tempo. Pode sentir que o dia tem 48 horas ou que passou muito mais rápido do que pensava. Agitação Forte agitação e inquietação - em adultos, agitação mental é mais comum. Em crianças é a hiperatividade física. Inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do controle remoto. Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio. Parece que não se contenta com uma coisa apenas, especialmente coisas mais simples e menos estimulantes. Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é visto como imaturo, insaciável. Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como ele, sem dar-se conta que é igual. Pensa mais rápido que consegue falar, prejudicando a comunicação. Impulsividade / Impaciência Interrompe a fala do(s) outro(s); sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas. Sem filtro ao se expressar. Fala sem pensar, causando situações constrangedoras e até mesmo ofensivas. Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, atendimento em lojas, restaurantes, quer tudo para "ontem". A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa. 12 Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não acompanham a velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações e o que deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só interessa a quem está falando. Pode mudar inesperadamente de planos, metas… (mais em adultos). Em crianças, perde rapidamente o interesse em brinquedos ou coisas que antes gostava ou queria muito. Compulsão Pode falar, comer, comprar... compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics. Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… Tendência a sobrecarga, exaustão e compulsividade (em adultos), risco de abuso de álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… Intensidade Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe. Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito. Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar soluções. Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com outros de baixo desejo. Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição. Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos. Dificuldade em ver a realidade com objetividade e buscar soluções. 13 Predominantemente desatento: quando os critérios de desatenção são preenchidos nos últimos seis meses, mas os critérios de hiperatividade não são; Sintomas principais do TDAH Tipo Desatento / Distraído Distração e Lentificação Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo. Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros (dificilmente termina um livro, a não ser que o interesse muito). Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta, desinteressado). Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro. Dificuldade em iniciar e finalizar tarefas que exijam esforço mental e atenção focada por muito tempo. Demora muito mais que outras pessoas para fazer atividades similares, se perde muito pelo meio do caminho. Sente sonolência e sensação de estar "desligando", especialmente quando precisa se concentrar. Esquecimentos Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas. Dificuldade em seguir instruções, mesmo quando se propõe. Inicia bem e logo em seguida muda, fazendo de outro jeito ou deixando de lado. Pensa em fazer uma coisa e logo em seguida esquece o que iria fazer. Por exemplo, quando vai buscar algo, pelo meio do caminho esquece. Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e esquecer o que iria dizer. 14 Desorganização Forte desorganização, não consegue planejar para concretizar (fica somente na cabeça). Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...), tudo é uma permanente bagunça. Problemas com planejamento do tempo. Perde a noção da passagem do tempo. Pode sentir que o dia tem 48 horas ou que passou muito mais rápido do que pensava. Predominantemente hiperativo-impulsivo: quando os critérios de hiperatividade são preenchidos nos últimos seis meses, mas os critérios de desatenção não são. Sintomas principais do TDAH Tipo Hiperativo / Impulsivo Agitação Forte agitação e inquietação - em adultos, agitação mental é mais comum. Em crianças é a hiperatividade física. Inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do controle remoto. Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio. Parece que não se contenta com uma coisa apenas, especialmente coisas mais simples e menos estimulantes. Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é visto como imaturo, insaciável. Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como ele, sem dar-se conta que é igual. Pensa mais rápido que consegue falar, prejudicando a comunicação. Impulsividade / Impaciência Interrompe a fala do(s) outro(s). Sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas. 15 Sem filtro ao se expressar. Fala sem pensar, causando situações constrangedoras e até mesmo ofensivas. Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, atendimento em lojas, restaurantes... quer tudo para "ontem". A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa. Dificuldade em expressar-se: muitas vezesas palavras e a fala não acompanham a velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações e o que deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só interessa a quem está falando. Pode mudar inesperadamente de planos, metas… (mais em adultos). Em crianças, perde rapidamente o interesse em brinquedos ou coisas que antes gostava ou queria muito. Compulsão Pode falar, comer, comprar, compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics. Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… Tendência a sobrecarga, exaustão e compulsividade (em adultos), risco de abuso de álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… Intensidade Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe. Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito. Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar soluções. 16 Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com outros de baixo desejo. Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição. Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos. Dificuldade em ver a realidade com objetividade e buscar soluções. Além disso, a pessoa pode ter três diferentes graus de TDAH: Leve: Poucos sintomas estão presentes além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que pequenos prejuízos no funcionamento social, acadêmico ou Profissional; Moderada: Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes; Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão presentes, ou vários sintomas particularmente graves estão presentes, ou os sintomas podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional. QUAIS SÃO AS CAUSAS DO TDAH? O TDAH é um dos transtornos psiquiátricos mais bem estudados no mundo, entretanto existe um questionamento contínuo sobre a sua origem e até o momento não há um consenso científico sobre as suas reais causas, ou seja, quanto a ele ser inato (genético) ou adquirido (ambiental). Considerando-se que o TDAH é um transtorno heterogêneo (manifesta-se de inúmeras formas) e dimensional (os sintomas se combinam nos mais variados graus de intensidade) é possível inferir a complexidade da questão, com múltiplas causas e fatores de risco. Assim, ainda continua difícil precisar a influência e a importância relativa de cada fator no aparecimento do transtorno, havendo necessidade de mais pesquisas sobre o tema. Em suma, a maioria dos estudiosos concorda com a origem multifatorial do TDAH, com seus componentes genéticos e ambientais, em que provavelmente vários genes anômalos de pequeno efeito em combinação com um ambiente hostil, formatariam um cérebro alterado em sua estrutura química e anatômica. Podemos dividir os fatores que causam o TDAH em fatores neurobiológicos (que incluem genética e anormalidades cerebrais) e fatores ambientais. Entenda melhor cada um deles: 17 FATORES GENÉTICOS Os fatores genéticos parecem ter um papel bastante relevante na origem do TDAH. As pesquisas são concordantes e mostram que a prevalência de TDAH é bem maior em filhos e familiares de pessoas com TDAH em relação a pessoas sem o problema e que a herdabilidade média do TDAH é estimada em 76%. Estudos usando famílias e casos de gêmeos e adoção estabeleceram as bases genéticas do TDAH, apoiando a contribuição genética para o surgimento do transtorno. Estudos verificaram que 60% das crianças com TDAH tinham um dos pais com o transtorno, que a probabilidade da criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes se os pais também tiverem o problema; que entre familiares de pessoas com TDAH o risco de se ter o transtorno era cinco vezes maior que o de pessoas sem história familiar; que apesar de não haver diferenças importantes na incidência de TDAH entre pais e irmãos de filhos adotivos comparados a pais e irmãos da população controle, havia um padrão familiar de TDAH entre os pais e irmãos biológicos de crianças com TDAH. ANORMALIDADES CEREBRAIS Muitos estudos de imagem feitos no cérebro mostraram evidências de disfunção em pessoas com TDAH (no córtex pré-frontal, núcleos da base, cerebelo e outras). FATORES AMBIENTAIS Baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g) confere um risco 2 a 3 vezes maior para TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso não desenvolva o transtorno. Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa associação reflete um risco genético comum. Uma minoria de casos pode estar relacionada a reações a aspectos da dieta. Pode haver história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, exposição a neurotoxinas (chumbo), infecções (por exemplo: encefalite) ou exposição ao álcool durante a gestação. Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada com o TDAH subsequente, embora ainda não se saiba se tais associações são causais. 18 DIAGNÓSTICO E EXAMES Se você estiver preocupado com o seu filho e suspeitar, pelos sinais apresentados, que ele tenha o TDAH, consulte logo um especialista no tema. Os médicos habilitados a fazerem um diagnóstico correto do TDAH precisam ser muito experientes no reconhecimento dos sintomas e no tratamento do TDAH. Os profissionais geralmente mais capacitados são os (neuro) psiquiatras, (neuro) pediatras e neurologistas. Entretanto, em virtude da maioria das comorbidades do TDAH ser de cunho psiquiátrico, o mais comum é que indivíduos com o transtorno procurem um psiquiatra. No caso de crianças e adolescente, recomenda-se que os profissionais sejam da área da infância e adolescência e experientes no assunto. Caso você ou seu filho já tiverem sido diagnosticados com TDAH e já iniciaram o tratamento, o mesmo deverá ser feito regularmente, sempre de acordo com as instruções dadas pelo profissional. Na consulta médica Especialistas que podem diagnosticar o TDAH são: Psiquiatra Neuropsiquiatra Neuropediatra Neurologista Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações: Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram Histórico médico, incluindo outras condições que você tenha apresentado bem como os medicamentos ou suplementos que esteja tomando com regularidade Receitas anteriores com os medicamentos já tomados Histórico de outras doença psiquiátricas. 19 O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como: Qual o principal motivo pelo qual você veio à consulta? Quais os sintomas que mais o prejudicam? Quando e como começaram? Os sintomas são frequentes ou ocasionais? Outras pessoas da família apresentam ou já apresentaram quadro parecido? Você tem ou já teve outros problemas de saúde e quais? Como é ou era o seu comportamento na escola? Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. DIAGNÓSTICO DE TDAH O diagnóstico para TDAH é inteiramente clínico, feito por médico especialista em TDAH. Não é necessário exame de ressonância,eletroencefalograma ou qualquer outro que avalie características físicas. Também não é preciso fazer avaliação neuropsicológica, só em certos casos. O processo diagnóstico de TDAH segue uma relação de critérios médicos específicos, incluindo a determinação de subtipo, nível de remissão e gravidade do transtorno. Geralmente as consultas de pessoas com TDAH são mais longas, pois é preciso colher as histórias não só do paciente, como também as de seus familiares mais próximos (pais, irmãos, avós, etc.), em função da grande herdabilidade do TDAH. Não menos importante é saber como transcorreram a gestação, parto, período pós- parto, o desenvolvimento neuropsicomotor, a esfera social e a escolaridade (para adolescentes investigar também a vida acadêmica, se há planos para ingressar em faculdade, etc., e para adultos saber como está sendo a vida conjugal e profissional). A primeira consulta deve ser feita só com a mãe ou com os pais. A segunda deve ser feita com o paciente que pode ser a criança ou o adolescente. E a terceira, com todos reunidos. 20 É também muito importante entender com detalhes o funcionamento da dinâmica familiar do paciente, ou seja, qual é o modo que os pais e familiares lidam com ele, se os pais o rotulam ou se fazem comparações com irmãos ou colegas, se eles sabem que o filho apresenta um transtorno que tem tratamento, entre outras questões. Inclusive, alguns adultos precisam chamar os pais, ou o cônjuge ou outros familiares para reportarem como se transcorreram nos primeiros anos de vida, pois muitos adultos podem não se recordar de dados importante de sua infância, escolaridade e outros dados da vida. Os especialistas que tratam o TDAH só fazem o diagnóstico do transtorno após a obtenção de todos os dados necessários ao mesmo. O TDAH costuma ser observado com mais facilidade durante o ensino fundamental pela desatenção, que fica mais saliente e prejudicial. Na adolescência, a hiperatividade costuma diminuir podendo limitar-se a comportamentos mais irrequietos ou sentimentos de inquietude interna e impaciência. O transtorno pode permanecer “estável” neste período, mas alguns têm piora no curso da doença e podem apresentar comportamentos antissociais. A maioria dos adolescentes e adultos com TDAH apresentam redução da atividade motora, embora persistam sintomas de desatenção, inquietude, impulsividade e comprometimento das funções executivas (planejamento, organização, etc.). O adulto costuma sofrer de desatenção, inquietude, impulsividade e presença de compulsões. Uma parcela significativa de crianças com TDAH permanecem prejudicadas por toda a vida. TRATAMENTO E CUIDADOS O tratamento precoce do TDAH é o “ponto-chave” para que a vida daqueles que têm o transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso é imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados corretamente. O tratamento de crianças e adolescentes com TDAH é multidisciplinar, ou seja, se baseia na intervenção com profissionais de várias áreas, como os da área médica, de saúde mental e pedagógica. Avaliações com psicólogo, fonoaudiólogo, psicomotricista, psicopedagogo, otorrinolaringologista, oftalmologista, e outros, podem ser necessárias, conforme a demanda de cada caso. 21 Os psicoestimulantes são o padrão-ouro no tratamento do TDAH até os dias atuais. Eles apresentam um alto poder de eficácia e melhoram o funcionamento das áreas cerebrais responsáveis pelos sintomas do transtorno. Portadores do TDAH e familiares devem frequentar Grupos de Apoio Psicoeducativos sobre o TDAH, nos quais o profissional de saúde falam tudo sobre o transtorno com informações claras e objetivas, para que eles aprendam a lidar com os sintomas e também possam trocar vivências e experiências com outros portadores e familiares. A orientação aos pais é fundamental, pois os instrui sobre a doença, facilita o convívio em família, os ensinam a lidar com a criança e como prevenir futuras recaídas. Em relação às intervenções psicoterápicas, a mais estudada e com maior evidência científica de eficácia para os sintomas cardinais do TDAH é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Crianças com TDAH muito desadaptativas demandam técnicas comportamentais que podem ajudar muito. Nem toda a criança com TDAH necessita fazer psicoterapia, o quadro sempre exige orientação familiar. Nos casos mais complexos, com prejuízo funcional em várias áreas, presença de comorbidades e pais de opiniões discordantes, devemos iniciar o tratamento pela psicoeducação familiar e suporte educacional. Nas famílias em que o TDAH for frequente, deve-se ter muito cuidado com as variáveis ambientais que possam servir de gatilho para aqueles que tiverem predisposição ao transtorno. MEDICAMENTOS O tratamento de primeira linha do TDAH é psicofarmacológico e feito com drogas psicoestimulantes aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que são o Metilfenidato (MPH) e o Dimesilato de Lisdexanfetamina, ambos com alto poder de eficácia (78%) no tratamento de crianças acima dos seis anos, adolescentes e adultos com TDAH. Apesar do nome, essas drogas na verdade têm um efeito “calmante” em pessoas com TDAH, e os resultados positivos do tratamento não tardam a serem percebidos pelo paciente, escola e pelos que convivem com eles. 22 O MPH é encontrado na forma de liberação imediata (curta ação, 4h) e na forma de liberação prolongada (8h e 12h de ação). O Dimesilato de Lisdexanfetamina é um psicoestimulante derivado da anfetamina e de ação prolongada de 13 horas. No Brasil temos três medicamentos à base de Metilfenidato e um, derivado de anfetamina. As medicações à base de MPF devem ser feitas de acordo com o peso da pessoa. Já os derivados anfetamínicos não dependem do peso. As doses devem ser feitas nas doses indicadas, sob risco de fazermos subdoses e com isso não obtermos os resultados esperados. Outras drogas são consideradas de 2ª escolha e não têm efeito na desatenção: Imipramina, Nortriptilina e Bupropiona (Antidepressivos). E a Clonidina (Anti- hipertensivo). Na prática, os efeitos adversos são raros, o mais comum é falta de apetite. PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS: Perda de peso Sintomas gastrointestinais (náusea, dor abdominal) Insônia Tonturas Irritabilidade, labilidade afetiva Tiques. É importante relatar qualquer um desses efeitos ao médico, que saberá aconselhar a melhor forma de dribrá-los. MEDICAMENTOS PARA TDAH Os medicamentos mais usados para o tratamento de TDAH são: Concerta Efexor XR Ritalina Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações 23 do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. CONVIVENDO (PROGNÓSTICO) Uma das primeiras técnicas ensinadas à família é a suspensão das repreensões e dos castigos. É importante que pessoas com TDAH sejam elogiadas, reconhecidas e valorizadas pelo que elas têm de bom, sempre que fizerem algo corretamente. Este reforço positivo aumenta a autoestima da criança e evita sérios problemas futuros. É muito prejudicial ficar repreendendo ou castigando a criança todo o tempo. Intervenções no âmbito escolar são importantes e muitas vezes é preciso um acompanhamento psicopedagógico e reforço escolar. A intervenção escolar facilita o convívio dessas crianças com os colegas e tenta impedir que elas se desinteressem pela escola, o que é muito comum no TDAH. Muitas escolas não apenas ainda desconhecem o TDAH, como não têm a possibilidade de participar do tratamento dessas crianças, pelas mais variadas razões. É fundamental que a escolareceba todo o suporte informativo pertinente ao TDAH, seus mecanismos e suas manifestações nas diferentes idades. É preciso que a escola saiba de sua importância como uma das principais fontes encaminhadoras de alunos para avaliação médica. Cada vez mais, é maior o número de crianças e adolescentes que chegam aos consultórios médicos por indicação da escola. LIDANDO COM A CRIANÇA COM TDAH Saber lidar com os sintomas é uma das partes mais difíceis do processo de tratamento do TDAH. Algumas medidas, no entanto, podem facilitar a convivência, tanto por parte da criança quanto por parte da família. Veja quais são as dicas que você deve aplicar ao seu filho com TDAH: 24 ESTABELEÇA LIMITES E REGRAS Seja paciente, demonstre afeição e amor Faça elogios a seu filho, incentive-o e cumprimente-o sempre que ele conseguir cumprir uma atividade. Quando precisar repreendê-lo, tome cuidado com a forma com que vai fazer isso. O excesso de críticas prejudica a autoestima da criança Procure passar mais tempo na companhia de seu filho Busque formas de aumentar a autoestima de seu filho e coloque disciplina em sua rotina Ensine seu filho a adquirir formas de organização adequadas, como calendário de atividades diárias Seja claro e objetivo. Evite usar palavras de difícil entendimento ao se comunicar com seu filho, procure usar palavras mais fáceis e frases curtas Ao falar com seu filho, fique à sua frente, olho no olho e fale com calma até ter certeza de que ele o compreendeu Jamais exponha a criança ou crie constrangimentos a ela Tente usar criatividade e usar técnicas de motivação e recompensa com ele Não grite, use menos o “não” em detrimento de diálogos que o motivem a pensar e refletir Seja um “expert” em TDAH, assim você certamente otimizará o tratamento do seu filho. TDAH NA ESCOLA O ambiente em sala de aula pode ser desafiador para crianças que possuem o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Elas têm dificuldades para ficarem paradas, escutar silenciosamente e concentrar-se, o que torna o aprendizado mais difícil, pois estas são posturas exigidas em período integral dentro das escolas. Os pequenos acabam ficando frustrados, pois querem se comportar e aprender da mesma forma que os colegas de classe. Entretanto, seus déficits neurológicos o impedem de aprender de maneiras tradicionais. O que está ao alcance dos pais, é ajudar os filhos a lidar com suas limitações, para que possam cumprir os desafios da escola. Equipar a criança com estratégias de aprendizado que ela possa levar para sala de aula, e falar com os professores sobre a melhor 25 forma de educar a criança, são apenas algumas das dicas para tornar essa fase menos incômoda para os pequenos. Veja a seguir, alguns planos de ação que podem melhorar a experiência da criança com TDAH na escola: Planeje com antecedência: É possível falar com os professores ou diretores da escola antes mesmo do ano letivo começar, para planejar estratégias de ensino Promova encontros: Combine um horário com o professor de seu filho, para falar sobre a situação da criança. Se possível, realize os encontros na sala de aula, para entender o ambiente físico que o pequeno vive parte do dia. Criem objetivos juntos: Discuta suas expectativas em relação ao ensino da criança com o professor, para que em conjunto, vocês possam desenvolver metas realistas e possíveis de serem alcançadas pelos pequenos. Escute atenciosamente: Por mais que seja difícil, ouça o que o professor tem a dizer sobre as dificuldades de seu filho. Dessa forma, você entenderá melhor o seu raciocínio. Troquem informações: Você conhece a história de seu filho, e o professor convive com ele todos os dias. Juntos, vocês podem entender melhor as dificuldades da criança. Faça observações livremente, e encoraje o educador a fazer o mesmo Seja sincero: Não se esqueça de citar quaisquer medicamentos que seu filho esteja tomando, e explique quaisquer tratamentos. Pergunte ao professor quais táticas de aprendizado estão funcionando em sala de aula, e quais não, para que você possa aplicá-las em casa, por meio de educação domiciliar COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS O TDAH não tratado ou mesmo não diagnosticado pode trazer diversas consequência no dia a dia da criança, adolescente ou adulto com o quadro. Pessoas não diagnosticadas não receberão tratamento e certamente continuarão sendo rotuladas de preguiçosas e malcriadas, quando na verdade o que elas apresentam é um comportamento biologicamente determinado, com um amadurecimento em regiões do cérebro que é diferente daquele apresentado por indivíduos sem o transtorno. Ainda, os estudos mostram que pessoas não tratadas precocemente terão mais “prejuízos” ao longo dos anos e maior comprometimento da qualidade de vida em todos os setores. 26 O TDAH em crianças e adolescentes, em relação a seus pares e ou controles, se associa a: Maiores taxas de sentimento precoce de fracasso Menores índices de desempenho escolar e menos sucesso acadêmico Maiores chances de sentimentos de autoestima, autoconfiança e autoimagem baixos Maiores taxas de rejeição social e bullying Chances significativamente maiores para desenvolverem Transtorno de conduta na adolescência. O TDAH em adultos se associa a: Pior desempenho, sucesso, assiduidade e pontualidade no campo profissional Maiores taxas de desemprego Altos níveis de conflito interpessoal Maiores índices de problemas e de assédio moral no trabalho Chance significativamente maior para desenvolver Transtorno de Personalidade Antissocial Taxas maiores de Transtorno de Conduta, Transtornos por uso de substâncias e de problemas com a Lei, prisão, crimes, morte precoce Maior probabilidade de sofrerem lesões, fraturas e hospitalizações além de acidentes com ou sem vítimas, violações de trânsito, multas Maior probabilidade de obesidade ou outras compulsões. Prevenção Prevenção A Neurociência ainda não sabe dizer ao certo de que forma é possível prevenir a ocorrência de TDAH. O que se conhece hoje são formas que ajudam a reduzir o risco de seu filho desenvolver o distúrbio. Confira alguns exemplos: Durante a gravidez, evite fazer uso de substâncias que possam prejudicar o desenvolvimento fetal. Não beba bebidas alcoólicas, evite cigarros e outras drogas. Evite, também, a exposição a toxinas ambientais. Proteja seu filho da exposição a poluentes e toxinas, incluindo a fumaça de cigarro, produtos químicos agrícolas ou industriais e chumbo. FONTE: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah 27 ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICAS PARA PORTADORES DE TDAH A psicopedagogia foi criada com o intuito de atender a uma demanda, que apresentassem dificuldades de aprendizagem, e que geralmente vem acompanhada de TDAH. O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas de forma terapêutica e preventiva, podendo assim compreender todos os processos de desenvolvimento e também das aprendizagens humana, recorrendo a várias estratégias e ocupando-se dos problemas que possam surgir. O psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola para poderem trabalhar com uma criança que apresente o transtorno, é um trabalho árduo que necessita de muito empenho e dedicação, precisa de muita informação e uma intensa relação com a família dessa criança e que não seja apenas um profissional da educação, precisa ser acolhedor, e transmitir confiança tanto para a criança, quanto para a família. Cabe ao professor detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem e encaminhar a criança ou adolescente para uma avaliação psicopedagógica. Portanto o psicopedagogo poderá participar da dinâmica de relaçõesda comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca, promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; pode realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo. O trabalho psicopedagógico consiste em atuar diretamente sobre a dificuldade escolar apresentada pela criança, procurando suprir essa defasagem e trabalhando para reforçar o conteúdo possibilitando condições para que novas aprendizagens possam ocorrer e orientar os professores em planejar atividades que possam atrair o portador do TDAH. Ao fazer as intervenções com antecedência, o psicopedagogo poderá apresentar um grande passo para minimizar o impacto negativo que o TDAH traz à vida da criança. Mas quando ela não é tratada no momento certo, podem ocorrer experiências negativas de ordem social, pessoal, familiar e escolar que permanecem na adolescência e fase adulta. Na escola é necessário que haja alguma forma em que possa beneficiar a criança portadora do TDAH, ficar atento para o histórico das famílias e estar o mais próximo possível de todos, procurando estar em contato com os responsáveis, firmando assim um vinculo verdadeiro com o intuito de ajudar o aluno e toda a família, o profissional precisa dar importância às mesmas coisas que os pais dão ser é uma escola que complete a educação que o aluno recebe em casa ou completar o que falta. 28 A escola desempenha um papel de grande importância ao observar uma criança hiperativa, pois geralmente nos intervalos de aula, ela costuma se meter em brigas e confusões, ou prefere às vezes brincar sozinha, essa criança estará sempre tentando chamar a atenção e se comporta como se fosse alienada. As meninas que sofrem desse transtorno, são mais distraídas, falam demais ou simplesmente se isolam. Os meninos não conseguem firmar amizades por muito tempo, são muitos agitados e sempre interrompem as aulas. Na idade escolar, uma criança com sintoma de hiperatividade, começa a ter que resolver os próprios problemas, sem a presença da família para interceder por elas. Um comportamento que antes era visto com engraçadinho ou imaturo, passa a não ser mais tolerado e precisa então aprender a lidar com as regras, estruturas e também com os limites estabelecidos pela instituição escolar organizada e geralmente demora certo tempo para que se ajuste bem com as expectativas da escola. Um dos fatores que mais dificultam o rendimento escolar da criança hiperativa é o déficit de atenção, pois em todo momento sua atenção em sala de aula é requisitada pelos colegas e professores. Se a criança hiperativa tem dificuldades de atenção, toda sua aprendizagem pode estar comprometida. A atenção da criança é flutuante, pois qualquer barulho ou movimento a impede de concentrar-se no que começou a fazer. A criança não consegue memorizar o que aprendeu devendo então ser ensinado novamente no dia seguinte para que possa ser memorizado o conteúdo do dia anterior. O professor não deve exigir a atenção demasiadamente, pois, aumenta a tensão emocional da criança e reduz sua capacidade de prestar atenção. A falta de atenção e concentração, como também a excessiva atividade motora em uma criança hiperativa, interfere na aprendizagem levando ao baixo rendimento escolar, como também a um desequilíbrio no convívio familiar. É importante que as escolas estimulem os profissionais a fazerem cursos de capacitação em como trabalhar com uma criança que apresente qualquer tipo de dificuldades, tanto de aprendizagem, como dificuldades físicas de locomoção, visão e audição. Uma escola preparada, treinada e orientada, está pronta para receber todo o tipo de aluno, aplicando o direito a inclusão escolar. A função de um psicopedagogo não se restringe apenas em intervir e diagnosticar, mas também tratar o TDAH. Existem vários métodos para serem aplicados em um possível tratamento, um deles são os jogos que exijam a concentração. 29 Trata-se de um instrumento importantíssimo no tratamento de um portador de TDAH, o jogo permite que se estabeleçam regras. Quando a criança aprende e brinca, ela ocupa o mesmo espaço transacional no qual razão e emoção, objetividade e subjetividade se encontram. Para jogar, é preciso exercitar uma lógica e uma ética, pois não basta apenas jogar bem para ganhar, é preciso ganhar com dignidade. Por isso, o jogo é um material de extrema importância na intervenção psicopedagógico, pois possibilita o exercício das lógicas racionais e afetivas, fazendo-se necessário para a ressignificação dos aspectos patológicos relacionados com a aprendizagem humana. As terapias ajudam as crianças a se autovalorizarem e a encontrarem alternativas para se adaptarem socialmente. A ludoterapia, a psicopedagogia, o psicodrama, podem ser técnicas valiosíssimas para serem usadas no tratamento de crianças hiperativas. Autora: Eliane de Castro 30 JOGOS para TDAH – O benefício do uso de jogos como intervenção em crianças com TDAH Leonardo Seda Você já pensou em jogos para TDAH como tratamento do transtorno? Estudo mostra que alguns subgrupos de TDAH em crianças podem se beneficiar com um novo modelo de intervenções através de jogos. O TDAH é um transtorno recorrente que atinge 5% das crianças no mundo todo (por volta de uma a cada vinte crianças tem TDAH) e se manifesta de diversas formas. Conhecemos a mais tradicional: a criança agitada na sala de aula que têm dificuldade de realizar as tarefas, mas também existem outras manifestações do transtorno, como dificuldades de planejamento, organização, e sem contar o peso da interação com outros transtornos (chamado de comorbidades). Estudos já mostraram que essa variabilidade em padrões sintomas estão relacionados à qualidade da resposta frente à diferentes estratégias de tratamentos – uma estratégia pode funcionar para alguns, mas não para outros, e assim vai. Aliás, um grande estudo chamado de Multimodal Treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder study (MTA) já identificou alguns potencias mediadores de tratamento. Nos últimos anos, vêm sendo estudada uma nova modalidade de intervenção chamada Serious Games Interventions (pode ser traduzido para algo como Intervenções por Jogos Sérios). Sérios Games são jogos desenvolvidos com uma finalidade específica, não se limitando somente para promover entretenimento ao usuário. Um estudo foi realizado por pesquisadores do Reino Unido e Holanda para determinar quais subgrupos de crianças com TDAH podem se beneficiar com tal intervenção. O estudo, que foi realizado na Bélgica e Holanda, examina 10 características pré- intervenção (como gênero, idade, uso de medicação, gravidade dos sintomas, entre outros) para examinar o impacto de Sérios Games em habilidades de gerenciamento de tempo, planejamento/organização e cooperação. Ao todo, 143 crianças com TDAH e com média de idade de 9 anos participaram do estudo. O game escolhido foi um jogo online chamado “Plan-it Commander”, desenvolvido por uma equipe multiprofissional, desde pesquisadores até pais de crianças com TDAH. Este game visa melhorar habilidades como gerenciamento de tempo, organização/planejamento e cooperação. 31 Screenshot do jogo "Plan-it Commander" Os participantes foram instruídos a jogar este jogo por uma hora, três vezes por semana, durante 10 semanas como adição aos cuidados usuais (medicamento e/ou psicoterapia). Os resultados mostraram que meninas se beneficiaram mais com a intervenção, seguido por meninos com menores níveis de sintomas de hiperatividade e maiores níveis de Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). Estes dados são muito importantes, pois mostram que características como gênero, nível de hiperatividade e comorbidadecom Transtorno de Conduta (TC) são fatores importantes a serem considerados para a escolha de estratégias de tratamento para jovens com TDAH. Estudos como este desempenham um papel fundamental para embasar decisões médicas, como a melhor estratégia para cada caso individual. O Estudo MAPPA é um estudo que avalia duas estratégias de intervenção eficazes para crianças escolares em uma população de crianças pré-escolares. Para saber mais sobre nosso trabalho, clique aqui e confira como participar e seus benefícios. 32 AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NA ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Juliana Bielawski Stroh* O psicopedagogo em sua atuação institucional ou clínica pode exercer um trabalho de reflexão e orientação familiar, possibilitando elaboração acerca do direcionamento das condutas que favorecem a adequação e integração do indivíduo com TDAH, trazendo perspectivas sob diretrizes de vida e evolução. A criança ou adolescente portador de TDAH precisa ser estimulada de maneira correta em tempo integral, para que mantenha sua atenção no que está fazendo ou estudando. Neste processo, o psicopedagogo tem papel importante, cabendo-lhe intervir no método cognitivo, junto à construção do saber, e fazer com que o paciente sinta-se capaz de ter um bom desenvolvimento intelectual, profissional e pessoal. Quando a criança ou adolescente estiver no processo de avaliação diagnóstica ou mesmo já fazendo o tratamento interventivo: O profissional pode focalizar dificuldades específicas da criança, em termos de habilidades sociais, criando um espaço e situações para desenvolvê-las, por meio da interação com a criança por intermédio de qualquer atividade lúdica. (Benczik, 2000, pg. 92) Com isso a criança ou adolescente poderá desenvolver habilidades como: Saber ouvir; Iniciar uma conversa; Olhar nos olhos para falar; Fazer perguntas e dar respostas apropriadas; Oferecer ajuda para alguém; Brincar cooperando com o grupo; Sugerir outras brincadeiras, usando sua criatividade; Agradecer, falando obrigado; Saber pedir por favor; Manter-se sentada ou quieta por um período; Saber esperar sua vez para falar ou jogar; Ser amigável e gentil; Mostrar interesse em algum assunto; 33 Respeitar o outro como um ser diferente que possui sentimentos e diferentes opiniões; Dar atenção às outras pessoas; Saber perder, entendendo que não se pode sempre ganhar. A arteterapia também é uma grande contribuição terapêutica durante o processo de diagnóstico ou mesmo de intervenção com um portador de TDAH. Isto, porque tal técnica traz ainda mais conhecimento no "lidar com o aprender", pelas mediações artísticas. Além disso, a criança ou adolescente pode entrar em contato com suas emoções mais profundas, sem precisar se expor, ou seja, falar quando não tem vontade. Utilizando a arteterapia, a criança ou adolescente poderá compartilhar suas experiências através da expressão da arte, facilitando a exteriorização de seus sentimentos íntimos, demonstrando melhor seu jeito de pensar, de agir e sentir. A arteterapia tem também como objetivo promover a autodescoberta do sujeito pelo lúdico, pelas cores, representações, imaginações e fantasias, etc. Deve lhe ser solicitado que descreva sua representação artística, encorajando-lhe a ir mais longe, mantendo o diálogo entre a "Arte" e o "eu", ou seja, quando a criança expressa sua arte, ela está expressando a si mesma. Utilizando a arteterapia juntamente com a psicopedagogia, o paciente irá adquirir um melhor auto-conhecimento, desenvolvendo a auto-estima e maior consciência de suas dificuldades, melhorias e ações. Durante o processo avaliativo que, como já colocado, pode ser também interventivo, o profissional (psicopedagogo/arteterapeuta) deve antes de mais nada listar alguns indicadores que devem ser observados, tais como: A imaturidade com relação ao desenvolvimento da atenção, (que pode ser associado a um jogo ou atividades com arteterapia); O Déficit de atenção do paciente (que pode ser associado a um jogo ou a atividades de arteterapia para diagnósticos); Existem alguns tipos de intervenções relacionadas à psicopedagogia e à arteterapia que podem ser utilizadas durante o processo, como: Jogo com regras: Através dos jogos, a criança deverá submeter-se às regras e normas, onde poderá desenvolver suas habilidades, seu raciocínio, auto-imagem, 34 tolerar frustrações, saber ganhar ou perder, saber esperar sua vez, planejar uma situação, aprender a ouvir, etc. Brincadeiras de representação (psicodrama): Através dos diálogos e da troca de papéis, a criança pode desenvolver algumas habilidades, e o psicólogo servirá como espelho, onde a criança poderá ver com mais clareza ser jeito de ser. Atividade corporal cinestésica: O relaxamento associado ao controle da respiração, ouvir silenciosamente uma música relaxante ou mesmo a massagem corporal são medidas úteis para reduzir a tensão dos músculos do corpo e trazer a atenção da criança para si mesma, fixando-se em si mesma e promovendo maior centralização. Uso de sucata: O uso de sucata para as crianças com TDA/H é muito bom, pois elas podem utilizar sua criatividade, podem criar e formar novos materiais. A seguir, há algumas indicações de jogos e atividades que podem ser trabalhadas com uma criança ou adolescente que estejam num processo avaliativo/diagnóstico, ou mesmo que já tenham sido diagnosticadas com TDAH (Fagali, 2010). O trabalho com o barro: Gera concentração, captando a energia excessiva e relaxando o paciente. Jogos que alternam expansão de percepção e liberação do movimento com foco em figuras, seus detalhes e na concentração de ações. Atividades de construção criativa em que se usa a força com as mãos, liberando energia represada, exemplo de trabalho de construção com madeira, pregos e martelos. Alterna-se com atividades sutis, enfatizando a suavidade e delicadeza dos movimentos. Os instrumentos podem ser as próprias mãos, pincéis de várias texturas, giz de cera colorido (pintura e expansão da aquarela, guache e giz de cera, no movimento alternado de contensão e expansão). Atividades com velas, utilizando copinhos de plástico para formar uma mandala. Esta atividade exige concentração, apesar de trabalhar também com fogo, o que traz excitação à criança. O trabalho com o corpo: Tensão alternada com relaxamento, diretamente 35 associada aos movimentos corporais, imagens e elementos: Endureço e fico mole, sou pedra, sou água. Andar e contar histórias sobre situações de tensão e relaxamento, rápido e lento. (Fazer com o movimento corporal amplo, ou apenas com as mãos e braços, os pés e pernas). O trabalho respiratório: Inspirar até o abdominal, bem lentamente, como se enchesse uma bexiga, expirar como se soprasse pela boca tirando tudo que precisa sair desde o abdômen. (inspiração e expiração com vários ritmos e duração, em função das facilidades progressivas do aprendiz). Associar a histórias e imagens, criando algo a partir disto, com sopros no canudo (de refresco) sobre um papel molhado com tinta aguada (papel molhado e gotas de guache que são pintados com auxílio do sopro no canudo). Tocar com tambores liberando a energia e conversando com eles: forte, leve, no centro e nas bordas do tambor, acelerado e lentamente, alterações de ritmos. Conversas com o tambor do companheiro ou terapeuta, mantendo palavras, cantos, ou acompanhando pelo som de uma música rítmica. Jogos: Furar com estiletes pontos no papel (exercício de pulsão nos detalhes), com curta e longa duração, rápido e lento, formando uma figura, ou aleatoriamente. Exercícios de detalhes, selecionar e reconhecer detalhes no fundo variado e complexo. Jogo de quem descobre mais rápido: Cara a Cara. Jogos de quem achano todo, descoberta de erros, sempre alternado com projeções mais excessivas do movimento e relaxamento: jogo dos sete erros, por exemplo. Jogos de figura e fundo: Quem acha primeiro: Lince, Onde está Wally e outros. Jogos com movimentos que requeiram atenção e rapidez diante de um sinal. 36 Na área clínica, o trabalho do psicopedagogo pode ser preventivo, visando também evitar o fracasso, seja este escolar, profissional ou pessoal, além de encaminhar à propositura de novas possibilidades de ações, que farão com que ocorra uma melhora na prática pedagógica, contribuindo para sua própria evolução. Com relação à escola, a psicopedagoga vai atuar junto aos coordenadores e professores, com o objetivo de levantar dados da rotina escolar do aluno, como seu rendimento nas disciplinas, sua organização na sala e com seu material, interesse na matéria, comportamento em sala de aula e nas atividades fora da sala, além de seu relacionamento com os colegas e professores. Durante o processo de aprendizagem, o psicopedagogo está voltado para o portador de TDAH, sempre considerando as realidades objetivas e subjetivas que habitam o entorno da criança e/ou adolescente. Além disso, deve considerar também o conhecimento em sua complexidade dentro de uma dinâmica, onde os aspectos afetivos, cognitivos e sociais se complementam. A psicopedagogia possui uma estrutura interdisciplinar, pois seu principal objeto de estudo é o ser cognoscente e todo o seu universo relacional, tendo como objetivo ajudar na adequação da realidade da criança à sua possibilidade de aprendizagem, promovendo uma ponte entre a criança e o conhecimento que está sendo transmitido, além de investigar e considerar a forma como esta criança aprende, e quando isso não ocorre, por qual motivo não ocorre esta aprendizagem. Existem algumas técnicas que são mais utilizadas durante o "tratamento" de um TDAH com o psicopedagogo, como: jogos de exercícios sensório-motores (amarelinha, bola de gude), combinações intelectuais (damas, xadrez, carta, memória, quebra-cabeça, etc.) Quando é apresentado á criança temas e assuntos que ela goste, isso pode despertar o gosto pela leitura, curiosidade por conhecer livros, gibis, e revistas novas, Os contos de fadas também podem ser utilizados, tanto na fase do diagnóstico, quanto durante a intervenção psicopedagógica. Utilizando esta técnica, o psicopedagogo pode coletar dados cognitivos e mesmo psicanalíticos da criança. Os jogos que possuem regras permitem que a criança, além de ter seu desenvolvimento social quanto a limites, possa participar saber ganhar, perder, melhorar seu desenvolvimento cognitivo, e possibilita a oportunidade para a criança saber onde está, o motivo e o tipo de erro que cometeu, tendo chance de refazer, naquele momento, da maneira correta. (Edyleine Bellini Peroni Benczik, 2000) 37 QUESTIONÁRIO TDAH Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade Diagnóstico para Crianças ( 1 )Nem um ( 2 )Só um ( 3 ) Bastante ( 4 )Demais ( 5 )Pouco 1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas. 2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer 3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele 4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações. 5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado. 7. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros). 8. Distrai-se com estímulos externos 9. É esquecido em atividades do dia-a-dia 10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira 11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado 12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado 13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma 38 Como avaliar: 1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. CRITÉRIO E: Se existe outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. 14. Não para ou frequentemente está a “mil por hora”. 15. Fala em excesso. 16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas 17. Tem dificuldade de esperar sua vez 18. Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete- se nas conversas / jogos). 39 SNAP-IV A.B.D.A QUESTIONÁRIO ESCOLAR E FAMILIAR – CRIANÇAS E ADOLESCENTES (LEVANTAMENTO DE INDICATIVOS DE TRANSTORNOS DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE) O questionário denominado SNAP-IV foi construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. Esta é a tradução validada pelo GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS. IMPORTANTE: este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH. O diagnóstico correto e preciso do TDAH só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra). Muitos dos sintomas relacionados podem estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições clínicas e psicológicas. Lembre-se sempre que qualquer diagnóstico só pode ser fornecido por um profissional médico. COMO AVALIAR: 1) Se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. 3) O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! 40 CRITÉRIOS A: Sintomas (vistos no quadro). B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=13&Itemid=118&lang=br#sthash.5wT8rh7I.dpuf http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=13&Itemid=118&lang=b 41 Aluno Idade Ano escolar: _________________________________ ENTREVISTA - TDAH Para cada item, escolha a coluna que melhor descreve o (a) aluno (a) (MARQUE UM X): N e m u m p o u c o S ó u m p o u c o B a s ta n te D e m a is 1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas 2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer 3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele 4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações. 5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado 7. Perde coisas necessárias para atividades ( ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros) 8. Distrai-se com estímulos externos 9. É esquecido em atividades do dia-a-dia 10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira 11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado 12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado 13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma 14. Não para ou frequentemente está a “mil por hora” 15. Fala em excesso 16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas 17. Tem dificuldade de esperar sua vez 18. Interrompe os outros ou se intromete (por exemplo: intromete-se nas conversas, jogos, etc.) 42 DIREITO DOS PORTADORES DE TDAH (Doutrina – Jurisprudência) Segue abaixo algumas dúvidas constantes sobre os direitos dos Portadores de TDAH Perguntas e Respostas 1. O que é Constituição? A palavra constituição tem vários significados como: constituição do universo, constituição da associação, da propriedade, da família, etc. A Constituição, propriamente dita, sob o aspecto jurídico, é a lei maior que diz respeito à organização do Estado e às suas funções, que dispõe sob a forma de Estado e de Governo e que disciplina e assegura a plena proteção dos direitos individuais. 2. Todos têm garantia ao acesso à educação escolar, inclusive os portadores de TDAH? Sim. A Constituição Federal assegura esse direito, uma vez que a educação constitui condição fundamental para o exercício da cidadania. Ademais a Constituição Federal veda quaisquer formas de discriminação (artº 3º - inciso IV) e expressa no artº 228 inciso III que é dever do Estado garantir atendimento especializado aos portadores de deficiência. Lembramos que o TDAH não é um simples transtorno, mas um problema grave de saúde que afeta aproximadamente 10% da população mundial caracterizada por uma combinação de dois tipos de sintomas: Desatenção e Hiperatividade – Impulsividade. O que caracteriza a deficiência, assim entendida, de acordo com o Dicionário de Língua Portuguesa, Aurélio – Ed.2010, é a falta, carência, insuficiência (física ou psíquica). Portanto, não há como deixar de considerar tal transformação grave de saúde como deficiência. 3. As escolas podem proibir o acesso à educação escolar aos portadores do TDAH? Além da proibição de qualquer discriminação contida expressamente na Constituição a própria Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional reafirma o direito aos portadores de TDAH e quaisquer diferenças que caracterizam a condição humana. Cabe à família, à escola e demais membros da sociedade promoverem o entendimento com vistas a criar processos educativos e pedagógicos a fim de coibir as diferenças por ventura existentes. 4. As escolas devem desenvolver projetos pedagógicos que contemplem a diversidade de alunos? Sim. É requisito fundamental para promover a educação escolar, a criação de diretrizes básicas para inclusão de pessoas com TDAH no sistema de educação inclusiva. 43 5. Como agir em defesa dos direitos do aluno? Buscar primeiramente a conciliação junto à instituição de ensino, não ocorrendo, procurar o Conselho Tutelar, órgão permanente e autônomo encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente observado o art.131 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em cada município há no mínimo um Conselho Tutelar composto de cinco membros escolhidos pela comunidade local. 6. Todo o problema que envolva portador de TDAH, na instituição de ensino, tem que ser resolvido pelo Conselho Tutelar ou pelo Poder Judiciário? Não. Devem ser esgotados todos os recursos no âmbito escolar. 7. Há uma legislação específica que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH na educação básica? Existe somente um projeto de Lei do Senado de nº402, de 2008, que ainda não se transformou em lei. Entretanto, lembramos que dentre os direitos fundamentais assegurados pela Constituição, que é a Lei Maior, está o direito à vida e à saúde. A criança e o adolescente que estão em fase de desenvolvimento, devem merecer a proteção especial da família, da sociedade e do poder público, como expressa a Carta Magna. O direito à vida reflete a mais importante das reivindicações do ser humano através de padrões de comportamento biológico, quando se luta pela sobrevivência e pelas necessidades orgânicas e psicossociais, quando se busca a coesão interna e sua própria valorização. 8. Não tendo recursos pode o portador de TDAH receber os medicamentos gratuitamente? Deve, cabe ao Poder Público fornecer os medicamentos, quando demonstrado a sua necessidade através da declaração médica. 9. Não estando à medicação na lista elaborada pelo Poder Público, mesmo assim é dever fornecer a medicação? Sim, uma vez que há responsabilidade solidária da União, dos Estados e dos Municípios, de acordo com o art. 6º, 23º, II, 24, XII, 194º, 195º, 196º e 198º da Constituição, no que se refere ao fornecimento de medicação, não estando incluída sua obrigatoriedade de constar na listagem do Poder Público. 10. Caso não seja atendido o pedido pelo Poder Público, a quem recorrer? Ao Poder Judiciário e não tendo recursos para fazê-lo, poderá efetivá-lo através da Defensoria Pública. Eduardo Pessôa - Advogado ABDA – OAB/RJ 215556 44 ESCALA DE AVALIAÇÃO ASRS-18 – ADULTOS Os critérios mais utilizados para o diagnóstico de transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) são aqueles listados pela 5ª edição do Diagnostic and Statistical Manual (DSM-V) da Associação Americana de Psiquiatria, baseados em estudos de campo com crianças e adolescentes. A Adult Self-Report Scale (ASRS) foi desenvolvida para adaptar os sintomas listados no DSM-V para o contexto da vida adulta. O presente estudo consistiu em uma adaptação transcultural do instrumento original em inglês para uma versão final para uso corrente no Brasil. Os resultados indicaram uma equivalência satisfatória entre as versões, tendo sido realizadas alterações após o debriefing, ressaltando a importância dessa etapa em estudos desta natureza. COMO AVALIAR Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) tiverem várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existem chances do paciente ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes). O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. CRITÉRIO A: Sintomas (vistos na tabela abaixo). CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes desde precocemente
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