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01Avaliação Intervenção Diagnostico TDA TDAH

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AVALIAÇÃO 
INTERVENÇÃO & DIAGNÓSTICO 
 TDA - TDAH 
VOL.01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright-2019 
por Daliane Oliveira 
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por: 
Oliveira, Daliane_Moisés - PsiquEasy 
Rio de Janeiro – Bahia - Brasil 
+55(21) 97421-7212 
https://www.psiqueasy.com.br 
 
 
 
OLIVEIRA, Daliane. 
ARTES GRÁFICAS: OLIVEIRA, Moisés; OLIVEIRA, Douglas. 
TDA – TDAH / Orientações - Seleção de Jogos e Atividades 
Autora da Seleção - Pp. Daliane Oliveira 
 
 
Edição e Distribuição: 
PsiquEasy Software e Materiais 
 
Programação Visual 
 
Moisés Rocha de Oliveira 
 
 
 
Artes Gráficas 
 
Douglas Soares Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com indicação da fonte. 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Esse é mais um volume da Coleção: Avaliação, Intervenção e Diagnóstico, feito 
com o intuito de auxiliar milhares de profissionais em vários países. São 8 volumes 
abordando as Dificuldades de Aprendizagem Específicas (DAE), Psicomotricidade e 
Jogos Lúdicos/DAE. Sabemos quanto tem sido difícil encontrar materiais que contribuíam 
significativamente com o trabalho dos profissionais da Psicopedagogia, assim como da 
Neuropsicopedagogia. 
Existem muitos materiais que contemplam as mesmas temáticas, no entanto, muitas 
delas estão com uma linguagem e/ou formulação que dificultam a compreensão. 
Precisamos ter instrumentos que facilitem nosso dia a dia e que sejam de fácil interpretação. 
Foram essas características que procuramos desenvolver em nossa coleção. Tentamos ser o 
mais claro e objetivo possível. 
Nesse volume abordaremos a temática TDA/TDAH – orientações como: O TDAH 
é comum?, Sintomas de TDAH, Sintomas comuns de desatenção, Sintomas comuns de 
hiperatividade e impulsividade, Tratamento, Cuidados, Medicamentos, Convívio, 
Complicações, Questionário, SNPAP – IV, Entrevista, Direitos dos portadores de TDAH, 
Escala de Avaliação ASRS – 18 Adultos, Neurofeedback, o uso de brinquedos e jogos na 
intervenção do TDA/TDAH e Sugestões de Jogos para serem desenvolvidos como 
atividades e/ou brincadeiras. 
É importante conhecer mais sobre TDAH, os sintomas deste transtorno para saber 
lidar com a(s) situação(s) de maneira confiante, visto que esse distúrbio atinge 5% das 
crianças e adolescentes de todo o mundo. A demora em diagnosticar o caso pode trazer 
sérias consequências para o desenvolvimento da criança. 
Após pesquisas na internet, livros, congressos e vídeos direcionados ao tema 
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ficou comprovado que os 
profissionais da educação, precisam ser orientados em como lidar com alunos tanto com 
indisciplina e falta de limites, como saber diferenciar do Transtorno do Déficit de 
Atenção e Hiperatividade (TDAH). Enquanto psicopedagogos precisamos saber como 
orientar os professores caso venham perceber que um aluno demonstre agitação repetitiva, 
falta de atenção, dificuldades de relacionamento, entre outros, para saberem diferenciar 
uma situação da outra. Deixando claro que o sintoma de TDAH não se restringe apenas a 
uma criança agitada, mas que uma criança quieta ao extremo também pode ser portadora 
desse distúrbio. 
 
 
 
 
O professor bem como pais e responsáveis precisam ser auxiliados em como buscar 
ajuda caso o comportamento venha a persistir, encaminhando a criança, adolescente e/ou 
adulto para especialistas da área, como Psiquiatra, Psicólogo, Neuropediatra ou 
Psicopedagogo entre outros, que possam fazer a intervenção e um eventual tratamento. 
O diagnóstico é afirmado após várias observações desses especialistas como 
psiquiatras, psicólogos e neurologistas, após todos esses procedimentos a criança poderá 
ser encaminhada para intervenções e acompanhamento de um psicopedagogo. 
Devemos estar bem informados sobre as possibilidades de tratamento do quadro de 
TDAH, incluindo a medicação e como ela age no sistema nervoso central e sobre os 
comportamentos inadequados, além de entender que as melhoras ocorrem no aumento do 
foco, da atenção, na execução, na caligrafia, nas habilidades motoras finais e na 
melhora dos relacionamentos interpessoais. 
A utilização de jogos é indicada para trabalhar no processo de Intervenção de 
Portadores de TDA/TDAH, visto que é através dos jogos, que a criança e até mesmo 
adolescentes e adultos submetem-se às regras e normas, onde poderão desenvolver suas 
habilidades, seu raciocínio, auto-imagem, tolerar frustrações, saber ganhar ou perder, 
saber esperar sua vez, planejar uma situação, aprender a ouvir, etc. 
Segue no decorrer desse material diversas sugestões de jogos que podem ser 
impressos em papel cartão ou folha A4 e plastificadas para terem uma durabilidade e 
mobilidade bem maior. 
Além dos Jogos também é indicado utilizar a ARTETERAPIA, pois também é uma 
grande contribuição terapêutica durante o processo de diagnóstico ou mesmo de 
intervenção com um portador de TDAH. 
Essa coleção foi organizada com muito carinho, esperamos que sejam úteis e de 
grande valia para todos os profissionais que adquiri-las. 
 
 
 
 
Autora: Pp. Daliane Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. O Que é TDAH: Causa, Sintomas, Diagnóstico, Tratamento e Intervenção............07 
2. O TDAH é Comum?.................................................................................................07 
3. Sintomas de TDAH...................................................................................................08 
4. Sintomas Comuns de Desatenção.............................................................................08 
5. Sintomas Comuns de Hiperatividade e Impulsividade.............................................09 
6. Tipos de TDA/TDAH...............................................................................................09 
7. Sintomas Principais do TDAH Tipo Combinado / Misto.........................................10 
8. Sintomas Principais do TDAH Tipo Desatento / Distraído......................................13 
9. Sintomas Principais do TDAH Tipo Hiperativo / Impulsivo....................................14 
10. Quais são as Causas do TDAH?................................................................................16 
11. Fatores Genéticos......................................................................................................17 
12. Anormalidades Cerebrais..........................................................................................17 
13. Fatores Ambientais....................................................................................................17 
14. Diagnóstico e Exames...............................................................................................18 
15. Diagnóstico de TDAH...............................................................................................19 
16. Tratamento e Cuidados..............................................................................................20 
17. Medicamentos para TDAH.......................................................................................21 
18. Convivendo (Prognóstico).........................................................................................23 
19. Lidando com a Criança com TDAH..........................................................................23 
20. TDAH na Escola.......................................................................................................24 
21. Complicações Possíveis............................................................................................25 
22. Acompanhamento Psicopedagógicas para Portadores de TDAH.............................27 
23. O Benefício do Uso de Jogos como Intervenção em Crianças .................................30 
24. As Contribuições da Arteterapia na Atuação Psicopedagógica................................3225. Questionário TDAH-Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade...........37 
26. SNAP-IV...................................................................................................................39 
27. Questionário para Entrevista – TDAH......................................................................41 
28. Direito dos Portadores de TDAH..............................................................................42 
29. Escala de Avaliação ASRS-18 – Adultos..................................................................44 
30. Neurofeedback como Tratamento Alternativo TDAH em Crianças.........................46 
31. O Uso de Brinquedos e Jogos na Intervenção Psicopedagógica...............................49 
32. TDA – TDAH e a Importância da Utilização de Jogos.............................................53 
33. 224 Páginas com Sugestões de Jogos..............................................................54 á 276 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
O QUE É TDAH: CAUSA, SINTOMAS, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E 
INTERVENÇÃO 
 
 
 
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um 
transtorno neurobiológico que aparece na infância e que na maioria dos casos acompanha o 
indivíduo por toda a vida. O TDAH (CID-10, F90) se caracteriza pela combinação de 
sintomas de desatenção, hiperatividade (inquietude motora) e impulsividade sendo a 
apresentação predominantemente desatenta conhecida por muitos como DDA (Distúrbio 
do Déficit de Atenção). É importante dizer que o TDAH não é uma doença, portanto não 
existe uma cura para solucioná-lo e sim um tratamento para melhor conviver com ele. 
Os sintomas de TDAH podem se manifestar no início da infância. No entanto, o 
diagnóstico pode ficar mais evidente a partir do momento que a criança vai para a escola, 
pois a criança com TDAH pode apresentar dificuldade em prestar atenção à aula, responder 
as questões sem terminar de ler e não conseguir ficar parado. 
O TDAH É COMUM? 
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção a prevalência do 
TDAH gira em torno de 3 a 5% da população infantil do Brasil e de vários países do 
mundo onde o transtorno já foi pesquisado. Nos adultos estima-se prevalência em 
aproximadamente 4%. Segundo o DSM-5, levantamentos populacionais sugerem que o 
TDAH ocorre na maioria das culturas em cerca de 5% das crianças e 2,5% dos adultos. 
 
 8 
Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª 
Ed. 2013), o TDAH é mais frequente no sexo masculino do que no feminino na população 
geral, na proporção de 2:1 em crianças e de 1,6:1 em adultos, com maiores chances de 
pessoas do sexo feminino se apresentarem primariamente com características de desatenção 
em comparação com as do sexo masculino. 
As pessoas que convivem com o TDAH precisam de atenção, tratamento e 
acolhimento. Isso porque esses indivíduos podem se sentir rejeitados e ter sua autoestima 
abalada devido aos sintomas causados pelo transtorno. Para se ter uma ideia, crianças que 
têm TDAH podem ter dificuldade em conseguir brincar com outras crianças, podem tirar 
notas mais baixas e apresentar maior dificuldade para manter o foco. Da mesma forma, um 
adulto com TDAH pode não ter um rendimento necessário para subir na carreira. 
Porém, com diagnóstico e tratamento adequado é possível que as pessoas que 
apresentam do TDAH tenham um rendimento adequado e uma boa qualidade de vida. 
SINTOMAS DE TDAH 
O DSM-5 tem alguns critérios que definem o diagnóstico de uma criança ou adulto 
com TDAH. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa apresente um padrão persistente 
de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfira no funcionamento e no 
desenvolvimento. Para tanto, ela precisa apresentar sintomas destes dois aspectos. 
SINTOMAS COMUNS DE DESATENÇÃO: 
 Deixar de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades 
escolares, de trabalho ou durante outras atividades; 
 Ter dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; 
 Não escutar quando lhe dirigem a palavra; 
 Não seguir instruções e não termina deveres de casa, tarefas domésticas ou tarefas 
no local de trabalho; 
 Ter dificuldade para organizar tarefas e atividades; 
 Evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço mental 
prolongado (tarefas escolares, deveres de casa, preparo de relatórios etc.); 
 Perder objetos necessários às tarefas ou atividades; 
 Ser facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e 
adultos pode incluir pensamentos não relacionados); 
 Ser esquecido em relação a atividades cotidianas. 
 
 9 
SINTOMAS COMUNS DE HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE: 
 Remexer ou batucar mãos e pés ou se contorcer na cadeira; 
 Levantar da cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que 
permaneça sentado (sala de aula, escritório, etc.); 
 Correr ou subir nas coisas, em situações onde isso é inapropriado ou, em 
adolescentes ou adultos, ter sensações de inquietude; 
 Ser incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente; 
 Não conseguir ou se sentir confortável em ficar parado por muito tempo, em 
restaurantes, reuniões, etc.; 
 Falar demais; 
 Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma pergunta antes que seja 
terminada ou completando a frase dos outros; 
 Ter dificuldade de esperar a sua vez; 
 Interrompe ou se intrometer em conversas e atividades, tentar assumir o controle do 
que os outros estão fazendo ou usar coisas dos outros sem pedir. 
Em geral, é preciso que a criança apresente seis ou mais desses sintomas por mais 
de seis meses antes de ser feito o diagnóstico. Já em adultos ou adolescentes (com mais de 
17 anos), é preciso apresentar apenas cinco destes sintomas. 
Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam 
presentes antes dos 12 anos de idade e em mais de dois ambientes, como a casa, escola, 
trabalho, com amigos... 
É preciso haver evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento 
social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem a sua qualidade. E os sintomas não 
devem ser mais explicados dentro de outro transtorno mental, como transtorno bipolar, 
transtorno de personalidade, entre outros... 
TIPOS 
O TDAH pode se apresentar com sintomas de desatenção e de hiperatividade ou 
impulsividade. De acordo com a quantidade desses sintomas, podemos classificar o TDAH 
em três subtipos: 
 
 10 
Apresentação combinada: Se tanto os critérios de desatenção e hiperatividade-
impulsividade são preenchidos nos últimos 6 meses. 
Sintomas principais do TDAH Tipo Combinado / Misto 
Distração e Lentificação 
 Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca 
atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então 
um simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo. 
 Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros (dificilmente 
termina um livro, a não ser que o interesse muito). 
 Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como 
egoísta, desinteressado). 
 Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, 
principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou 
enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro. 
 Dificuldade em iniciar e finalizar tarefas que exijam esforço mental e atenção 
focada por muito tempo. 
 Demora muito mais que outras pessoas para fazer atividades similares, se perde 
muito pelo meio do caminho. 
 Sente sonolência e sensação de estar "desligando", especialmente quando precisa se 
concentrar. 
Esquecimentos 
 Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, 
datas. 
 Dificuldadeem seguir instruções, mesmo quando se propõe. Inicia bem e logo em 
seguida muda, fazendo de outro jeito ou deixando de lado. 
 Pensa em fazer uma coisa e logo em seguida esquece o que iria fazer. Por exemplo, 
quando vai buscar algo, pelo meio do caminho esquece. 
 Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e esquecer o que iria dizer. 
 
 
 
 11 
Desorganização 
 Forte desorganização, não consegue planejar para concretizar (fica somente na 
cabeça). 
 Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...), tudo é 
uma permanente bagunça. 
 Problemas com planejamento do tempo. Perde a noção da passagem do tempo. Pode 
sentir que o dia tem 48 horas ou que passou muito mais rápido do que pensava. 
Agitação 
 Forte agitação e inquietação - em adultos, agitação mental é mais comum. Em 
crianças é a hiperatividade física. 
 Inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com 
dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do 
controle remoto. 
 Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de 
novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio. Parece que não se contenta com uma 
coisa apenas, especialmente coisas mais simples e menos estimulantes. 
 Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é 
visto como imaturo, insaciável. 
 Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber 
como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como 
ele, sem dar-se conta que é igual. 
 Pensa mais rápido que consegue falar, prejudicando a comunicação. 
 Impulsividade / Impaciência 
 Interrompe a fala do(s) outro(s); sua impaciência faz com que responda perguntas 
antes mesmo de serem concluídas. 
 Sem filtro ao se expressar. Fala sem pensar, causando situações constrangedoras e 
até mesmo ofensivas. 
 Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, 
atendimento em lojas, restaurantes, quer tudo para "ontem". 
 A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas 
inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou 
faz e depois pensa. 
 
 12 
 Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não acompanham a 
velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam sem parar sem se 
dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações e o que 
deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só interessa a quem está 
falando. 
 Pode mudar inesperadamente de planos, metas… (mais em adultos). Em crianças, 
perde rapidamente o interesse em brinquedos ou coisas que antes gostava ou queria 
muito. 
Compulsão 
 Pode falar, comer, comprar... compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. 
Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics. 
 Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… 
 Tendência a sobrecarga, exaustão e compulsividade (em adultos), risco de abuso de 
álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… 
Intensidade 
 Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, 
nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe. 
 Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de 
motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que 
costuma estar em eterno conflito. 
 Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao 
desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, 
incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar 
soluções. 
 Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com 
outros de baixo desejo. 
 Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição. 
Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos. 
 Dificuldade em ver a realidade com objetividade e buscar soluções. 
 
 
 
 13 
Predominantemente desatento: quando os critérios de desatenção são preenchidos nos 
últimos seis meses, mas os critérios de hiperatividade não são; 
Sintomas principais do TDAH Tipo Desatento / Distraído 
Distração e Lentificação 
 Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar 
pouca atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios 
ou então um simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo. 
 Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros (dificilmente 
termina um livro, a não ser que o interesse muito). 
 Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como 
egoísta, desinteressado). 
 Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, 
principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto 
ou enquanto "ouve" já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do 
outro. 
 Dificuldade em iniciar e finalizar tarefas que exijam esforço mental e atenção 
focada por muito tempo. 
 Demora muito mais que outras pessoas para fazer atividades similares, se perde 
muito pelo meio do caminho. 
 Sente sonolência e sensação de estar "desligando", especialmente quando 
precisa se concentrar. 
Esquecimentos 
 Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, 
datas. 
 Dificuldade em seguir instruções, mesmo quando se propõe. Inicia bem e logo 
em seguida muda, fazendo de outro jeito ou deixando de lado. 
 Pensa em fazer uma coisa e logo em seguida esquece o que iria fazer. Por 
exemplo, quando vai buscar algo, pelo meio do caminho esquece. 
 Durante uma fala, pode ocorrer um "branco" e esquecer o que iria dizer. 
 
 
 14 
Desorganização 
 Forte desorganização, não consegue planejar para concretizar (fica somente na 
cabeça). 
 Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis...), 
tudo é uma permanente bagunça. 
 Problemas com planejamento do tempo. Perde a noção da passagem do tempo. 
Pode sentir que o dia tem 48 horas ou que passou muito mais rápido do que 
pensava. 
 
Predominantemente hiperativo-impulsivo: quando os critérios de hiperatividade são 
preenchidos nos últimos seis meses, mas os critérios de desatenção não são. 
Sintomas principais do TDAH Tipo Hiperativo / Impulsivo 
Agitação 
 Forte agitação e inquietação - em adultos, agitação mental é mais comum. Em 
crianças é a hiperatividade física. 
 Inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com 
dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o "dono" do 
controle remoto. 
 Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de 
novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio. Parece que não se contenta com uma 
coisa apenas, especialmente coisas mais simples e menos estimulantes. 
 Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é 
visto como imaturo, insaciável. 
 Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber 
como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como 
ele, sem dar-se conta que é igual. 
 Pensa mais rápido que consegue falar, prejudicando a comunicação. 
Impulsividade / Impaciência 
 Interrompe a fala do(s) outro(s). 
 Sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas. 
 
 15 
 Sem filtro ao se expressar. Fala sem pensar, causando situações constrangedoras e 
até mesmo ofensivas. 
 Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, 
atendimento em lojas, restaurantes... quer tudo para "ontem". 
 A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas 
inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou 
faz e depois pensa. 
 Dificuldade em expressar-se: muitas vezesas palavras e a fala não acompanham a 
velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam sem parar sem se 
dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações e o que 
deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só interessa a quem está 
falando. 
 Pode mudar inesperadamente de planos, metas… (mais em adultos). Em crianças, 
perde rapidamente o interesse em brinquedos ou coisas que antes gostava ou queria 
muito. 
Compulsão 
 Pode falar, comer, comprar, compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. 
Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics. 
 Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… 
 Tendência a sobrecarga, exaustão e compulsividade (em adultos), risco de abuso de 
álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo… 
Intensidade 
 Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, 
nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe. 
 Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de 
motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que 
costuma estar em eterno conflito. 
 Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao 
desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, 
incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar 
soluções. 
 
 16 
 Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com 
outros de baixo desejo. 
 Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição. 
Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos. 
 Dificuldade em ver a realidade com objetividade e buscar soluções. 
Além disso, a pessoa pode ter três diferentes graus de TDAH: 
 Leve: Poucos sintomas estão presentes além daqueles necessários para fazer o 
diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que pequenos prejuízos no 
funcionamento social, acadêmico ou Profissional; 
 Moderada: Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes; 
 Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão 
presentes, ou vários sintomas particularmente graves estão presentes, ou os sintomas 
podem resultar em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional. 
QUAIS SÃO AS CAUSAS DO TDAH? 
O TDAH é um dos transtornos psiquiátricos mais bem estudados no mundo, 
entretanto existe um questionamento contínuo sobre a sua origem e até o momento não há 
um consenso científico sobre as suas reais causas, ou seja, quanto a ele ser inato (genético) 
ou adquirido (ambiental). 
Considerando-se que o TDAH é um transtorno heterogêneo (manifesta-se de 
inúmeras formas) e dimensional (os sintomas se combinam nos mais variados graus de 
intensidade) é possível inferir a complexidade da questão, com múltiplas causas e fatores de 
risco. Assim, ainda continua difícil precisar a influência e a importância relativa de cada 
fator no aparecimento do transtorno, havendo necessidade de mais pesquisas sobre o tema. 
Em suma, a maioria dos estudiosos concorda com a origem multifatorial do TDAH, 
com seus componentes genéticos e ambientais, em que provavelmente vários genes 
anômalos de pequeno efeito em combinação com um ambiente hostil, formatariam um 
cérebro alterado em sua estrutura química e anatômica. 
Podemos dividir os fatores que causam o TDAH em fatores neurobiológicos (que 
incluem genética e anormalidades cerebrais) e fatores ambientais. Entenda melhor cada um 
deles: 
 
 17 
FATORES GENÉTICOS 
Os fatores genéticos parecem ter um papel bastante relevante na origem do TDAH. 
As pesquisas são concordantes e mostram que a prevalência de TDAH é bem maior em 
filhos e familiares de pessoas com TDAH em relação a pessoas sem o problema e que a 
herdabilidade média do TDAH é estimada em 76%. 
Estudos usando famílias e casos de gêmeos e adoção estabeleceram as bases 
genéticas do TDAH, apoiando a contribuição genética para o surgimento do transtorno. 
Estudos verificaram que 60% das crianças com TDAH tinham um dos pais com o 
transtorno, que a probabilidade da criança ter o TDAH aumenta em até oito vezes se os pais 
também tiverem o problema; que entre familiares de pessoas com TDAH o risco de se ter o 
transtorno era cinco vezes maior que o de pessoas sem história familiar; que apesar de não 
haver diferenças importantes na incidência de TDAH entre pais e irmãos de filhos adotivos 
comparados a pais e irmãos da população controle, havia um padrão familiar de TDAH 
entre os pais e irmãos biológicos de crianças com TDAH. 
ANORMALIDADES CEREBRAIS 
Muitos estudos de imagem feitos no cérebro mostraram evidências de disfunção em 
pessoas com TDAH (no córtex pré-frontal, núcleos da base, cerebelo e outras). 
FATORES AMBIENTAIS 
 Baixo peso ao nascer (menos de 1.500 g) confere um risco 2 a 3 vezes maior para 
TDAH, embora a maioria das crianças que nascem com baixo peso não 
desenvolva o transtorno. 
 Embora o TDAH esteja correlacionado com tabagismo na gestação, parte dessa 
associação reflete um risco genético comum. 
 Uma minoria de casos pode estar relacionada a reações a aspectos da dieta. 
 Pode haver história de abuso infantil, negligência, múltiplos lares adotivos, 
exposição a neurotoxinas (chumbo), infecções (por exemplo: encefalite) ou 
exposição ao álcool durante a gestação. 
 Exposição a toxinas ambientais foi correlacionada com o TDAH subsequente, 
embora ainda não se saiba se tais associações são causais. 
 
 
 
 
 18 
DIAGNÓSTICO E EXAMES 
Se você estiver preocupado com o seu filho e suspeitar, pelos sinais apresentados, 
que ele tenha o TDAH, consulte logo um especialista no tema. Os médicos habilitados a 
fazerem um diagnóstico correto do TDAH precisam ser muito experientes no 
reconhecimento dos sintomas e no tratamento do TDAH. 
Os profissionais geralmente mais capacitados são os (neuro) psiquiatras, (neuro) 
pediatras e neurologistas. Entretanto, em virtude da maioria das comorbidades do TDAH 
ser de cunho psiquiátrico, o mais comum é que indivíduos com o transtorno procurem um 
psiquiatra. No caso de crianças e adolescente, recomenda-se que os profissionais sejam da 
área da infância e adolescência e experientes no assunto. 
Caso você ou seu filho já tiverem sido diagnosticados com TDAH e já iniciaram o 
tratamento, o mesmo deverá ser feito regularmente, sempre de acordo com as instruções 
dadas pelo profissional. 
Na consulta médica 
Especialistas que podem diagnosticar o TDAH são: 
 
 Psiquiatra 
 Neuropsiquiatra 
 Neuropediatra 
 Neurologista 
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. 
Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações: 
 Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram 
 Histórico médico, incluindo outras condições que você tenha apresentado bem como 
os medicamentos ou suplementos que esteja tomando com regularidade 
 Receitas anteriores com os medicamentos já tomados 
 Histórico de outras doença psiquiátricas. 
 
 
 
 19 
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como: 
 Qual o principal motivo pelo qual você veio à consulta? 
 Quais os sintomas que mais o prejudicam? 
 Quando e como começaram? 
 Os sintomas são frequentes ou ocasionais? 
 Outras pessoas da família apresentam ou já apresentaram quadro parecido? 
 Você tem ou já teve outros problemas de saúde e quais? 
 Como é ou era o seu comportamento na escola? 
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando 
pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas 
relevantes antes da consulta acabar. 
DIAGNÓSTICO DE TDAH 
O diagnóstico para TDAH é inteiramente clínico, feito por médico especialista em 
TDAH. Não é necessário exame de ressonância,eletroencefalograma ou qualquer outro que 
avalie características físicas. Também não é preciso fazer avaliação neuropsicológica, só 
em certos casos. 
O processo diagnóstico de TDAH segue uma relação de critérios médicos 
específicos, incluindo a determinação de subtipo, nível de remissão e gravidade do 
transtorno. 
Geralmente as consultas de pessoas com TDAH são mais longas, pois é preciso 
colher as histórias não só do paciente, como também as de seus familiares mais próximos 
(pais, irmãos, avós, etc.), em função da grande herdabilidade do TDAH. 
Não menos importante é saber como transcorreram a gestação, parto, período pós-
parto, o desenvolvimento neuropsicomotor, a esfera social e a escolaridade (para 
adolescentes investigar também a vida acadêmica, se há planos para ingressar em 
faculdade, etc., e para adultos saber como está sendo a vida conjugal e profissional). 
A primeira consulta deve ser feita só com a mãe ou com os pais. A segunda deve ser 
feita com o paciente que pode ser a criança ou o adolescente. E a terceira, com todos 
reunidos. 
 
 20 
É também muito importante entender com detalhes o funcionamento da dinâmica 
familiar do paciente, ou seja, qual é o modo que os pais e familiares lidam com ele, se os 
pais o rotulam ou se fazem comparações com irmãos ou colegas, se eles sabem que o filho 
apresenta um transtorno que tem tratamento, entre outras questões. 
Inclusive, alguns adultos precisam chamar os pais, ou o cônjuge ou outros familiares 
para reportarem como se transcorreram nos primeiros anos de vida, pois muitos adultos 
podem não se recordar de dados importante de sua infância, escolaridade e outros dados da 
vida. Os especialistas que tratam o TDAH só fazem o diagnóstico do transtorno após a 
obtenção de todos os dados necessários ao mesmo. 
O TDAH costuma ser observado com mais facilidade durante o ensino fundamental 
pela desatenção, que fica mais saliente e prejudicial. 
Na adolescência, a hiperatividade costuma diminuir podendo limitar-se a 
comportamentos mais irrequietos ou sentimentos de inquietude interna e impaciência. O 
transtorno pode permanecer “estável” neste período, mas alguns têm piora no curso da 
doença e podem apresentar comportamentos antissociais. 
A maioria dos adolescentes e adultos com TDAH apresentam redução da atividade 
motora, embora persistam sintomas de desatenção, inquietude, impulsividade e 
comprometimento das funções executivas (planejamento, organização, etc.). 
O adulto costuma sofrer de desatenção, inquietude, impulsividade e presença de 
compulsões. Uma parcela significativa de crianças com TDAH permanecem prejudicadas 
por toda a vida. 
TRATAMENTO E CUIDADOS 
O tratamento precoce do TDAH é o “ponto-chave” para que a vida daqueles que 
têm o transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso é 
imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados corretamente. 
O tratamento de crianças e adolescentes com TDAH é multidisciplinar, ou seja, se 
baseia na intervenção com profissionais de várias áreas, como os da área médica, de saúde 
mental e pedagógica. Avaliações com psicólogo, fonoaudiólogo, psicomotricista, 
psicopedagogo, otorrinolaringologista, oftalmologista, e outros, podem ser necessárias, 
conforme a demanda de cada caso. 
 
 21 
Os psicoestimulantes são o padrão-ouro no tratamento do TDAH até os dias atuais. 
Eles apresentam um alto poder de eficácia e melhoram o funcionamento das áreas cerebrais 
responsáveis pelos sintomas do transtorno. 
Portadores do TDAH e familiares devem frequentar Grupos de Apoio 
Psicoeducativos sobre o TDAH, nos quais o profissional de saúde falam tudo sobre o 
transtorno com informações claras e objetivas, para que eles aprendam a lidar com os 
sintomas e também possam trocar vivências e experiências com outros portadores e 
familiares. A orientação aos pais é fundamental, pois os instrui sobre a doença, facilita o 
convívio em família, os ensinam a lidar com a criança e como prevenir futuras recaídas. 
Em relação às intervenções psicoterápicas, a mais estudada e com maior evidência 
científica de eficácia para os sintomas cardinais do TDAH é a Terapia Cognitivo 
Comportamental (TCC). Crianças com TDAH muito desadaptativas demandam técnicas 
comportamentais que podem ajudar muito. Nem toda a criança com TDAH necessita fazer 
psicoterapia, o quadro sempre exige orientação familiar. 
Nos casos mais complexos, com prejuízo funcional em várias áreas, presença de 
comorbidades e pais de opiniões discordantes, devemos iniciar o tratamento pela 
psicoeducação familiar e suporte educacional. 
Nas famílias em que o TDAH for frequente, deve-se ter muito cuidado com as 
variáveis ambientais que possam servir de gatilho para aqueles que tiverem predisposição 
ao transtorno. 
MEDICAMENTOS 
O tratamento de primeira linha do TDAH é psicofarmacológico e feito com drogas 
psicoestimulantes aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que 
são o Metilfenidato (MPH) e o Dimesilato de Lisdexanfetamina, ambos com alto poder 
de eficácia (78%) no tratamento de crianças acima dos seis anos, adolescentes e adultos 
com TDAH. 
Apesar do nome, essas drogas na verdade têm um efeito “calmante” em pessoas 
com TDAH, e os resultados positivos do tratamento não tardam a serem percebidos pelo 
paciente, escola e pelos que convivem com eles. 
 
 22 
O MPH é encontrado na forma de liberação imediata (curta ação, 4h) e na forma 
de liberação prolongada (8h e 12h de ação). O Dimesilato de Lisdexanfetamina é um 
psicoestimulante derivado da anfetamina e de ação prolongada de 13 horas. 
No Brasil temos três medicamentos à base de Metilfenidato e um, derivado de 
anfetamina. As medicações à base de MPF devem ser feitas de acordo com o peso da 
pessoa. Já os derivados anfetamínicos não dependem do peso. As doses devem ser feitas 
nas doses indicadas, sob risco de fazermos subdoses e com isso não obtermos os resultados 
esperados. 
Outras drogas são consideradas de 2ª escolha e não têm efeito na desatenção: 
Imipramina, Nortriptilina e Bupropiona (Antidepressivos). E a Clonidina (Anti-
hipertensivo). 
Na prática, os efeitos adversos são raros, o mais comum é falta de apetite. 
PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS: 
 Perda de peso 
 Sintomas gastrointestinais (náusea, dor abdominal) 
 Insônia 
 Tonturas 
 Irritabilidade, labilidade afetiva 
 Tiques. 
É importante relatar qualquer um desses efeitos ao médico, que saberá aconselhar a 
melhor forma de dribrá-los. 
MEDICAMENTOS PARA TDAH 
Os medicamentos mais usados para o tratamento de TDAH são: 
 Concerta 
 Efexor XR 
 Ritalina 
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, 
bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações 
 
 23 
do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem 
consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores 
do que a prescrita, siga as instruções na bula. 
CONVIVENDO (PROGNÓSTICO) 
Uma das primeiras técnicas ensinadas à família é a suspensão das repreensões e dos 
castigos. É importante que pessoas com TDAH sejam elogiadas, reconhecidas e valorizadas 
pelo que elas têm de bom, sempre que fizerem algo corretamente. Este reforço positivo 
aumenta a autoestima da criança e evita sérios problemas futuros. É muito prejudicial ficar 
repreendendo ou castigando a criança todo o tempo. 
Intervenções no âmbito escolar são importantes e muitas vezes é preciso um 
acompanhamento psicopedagógico e reforço escolar. A intervenção escolar facilita o 
convívio dessas crianças com os colegas e tenta impedir que elas se desinteressem pela 
escola, o que é muito comum no TDAH. 
Muitas escolas não apenas ainda desconhecem o TDAH, como não têm a 
possibilidade de participar do tratamento dessas crianças, pelas mais variadas razões. É 
fundamental que a escolareceba todo o suporte informativo pertinente ao TDAH, seus 
mecanismos e suas manifestações nas diferentes idades. 
É preciso que a escola saiba de sua importância como uma das principais fontes 
encaminhadoras de alunos para avaliação médica. Cada vez mais, é maior o número de 
crianças e adolescentes que chegam aos consultórios médicos por indicação da escola. 
LIDANDO COM A CRIANÇA COM TDAH 
Saber lidar com os sintomas é uma das partes mais difíceis do processo de 
tratamento do TDAH. Algumas medidas, no entanto, podem facilitar a convivência, tanto 
por parte da criança quanto por parte da família. Veja quais são as dicas que você deve 
aplicar ao seu filho com TDAH: 
 
 
 
 
 24 
 ESTABELEÇA LIMITES E REGRAS 
 Seja paciente, demonstre afeição e amor 
 Faça elogios a seu filho, incentive-o e cumprimente-o sempre que ele conseguir 
cumprir uma atividade. Quando precisar repreendê-lo, tome cuidado com a forma 
com que vai fazer isso. O excesso de críticas prejudica a autoestima da criança 
 Procure passar mais tempo na companhia de seu filho 
 Busque formas de aumentar a autoestima de seu filho e coloque disciplina em sua 
rotina 
 Ensine seu filho a adquirir formas de organização adequadas, como calendário de 
atividades diárias 
 Seja claro e objetivo. Evite usar palavras de difícil entendimento ao se comunicar 
com seu filho, procure usar palavras mais fáceis e frases curtas 
 Ao falar com seu filho, fique à sua frente, olho no olho e fale com calma até ter 
certeza de que ele o compreendeu 
 Jamais exponha a criança ou crie constrangimentos a ela 
 Tente usar criatividade e usar técnicas de motivação e recompensa com ele 
 Não grite, use menos o “não” em detrimento de diálogos que o motivem a pensar e 
refletir 
 Seja um “expert” em TDAH, assim você certamente otimizará o tratamento do seu 
filho. 
TDAH NA ESCOLA 
O ambiente em sala de aula pode ser desafiador para crianças que possuem o 
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Elas têm dificuldades 
para ficarem paradas, escutar silenciosamente e concentrar-se, o que torna o aprendizado 
mais difícil, pois estas são posturas exigidas em período integral dentro das escolas. 
Os pequenos acabam ficando frustrados, pois querem se comportar e aprender da 
mesma forma que os colegas de classe. Entretanto, seus déficits neurológicos o impedem de 
aprender de maneiras tradicionais. 
O que está ao alcance dos pais, é ajudar os filhos a lidar com suas limitações, para 
que possam cumprir os desafios da escola. Equipar a criança com estratégias de 
aprendizado que ela possa levar para sala de aula, e falar com os professores sobre a melhor 
 
 25 
forma de educar a criança, são apenas algumas das dicas para tornar essa fase menos 
incômoda para os pequenos. 
Veja a seguir, alguns planos de ação que podem melhorar a experiência da criança 
com TDAH na escola: 
 Planeje com antecedência: É possível falar com os professores ou diretores da 
escola antes mesmo do ano letivo começar, para planejar estratégias de ensino 
 Promova encontros: Combine um horário com o professor de seu filho, para falar 
sobre a situação da criança. Se possível, realize os encontros na sala de aula, para 
entender o ambiente físico que o pequeno vive parte do dia. 
 Criem objetivos juntos: Discuta suas expectativas em relação ao ensino da criança 
com o professor, para que em conjunto, vocês possam desenvolver metas realistas e 
possíveis de serem alcançadas pelos pequenos. 
 Escute atenciosamente: Por mais que seja difícil, ouça o que o professor tem a 
dizer sobre as dificuldades de seu filho. Dessa forma, você entenderá melhor o seu 
raciocínio. 
 Troquem informações: Você conhece a história de seu filho, e o professor convive 
com ele todos os dias. Juntos, vocês podem entender melhor as dificuldades da 
criança. Faça observações livremente, e encoraje o educador a fazer o mesmo 
 Seja sincero: Não se esqueça de citar quaisquer medicamentos que seu filho esteja 
tomando, e explique quaisquer tratamentos. Pergunte ao professor quais táticas de 
aprendizado estão funcionando em sala de aula, e quais não, para que você possa 
aplicá-las em casa, por meio de educação domiciliar 
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS 
O TDAH não tratado ou mesmo não diagnosticado pode trazer diversas 
consequência no dia a dia da criança, adolescente ou adulto com o quadro. Pessoas não 
diagnosticadas não receberão tratamento e certamente continuarão sendo rotuladas de 
preguiçosas e malcriadas, quando na verdade o que elas apresentam é um comportamento 
biologicamente determinado, com um amadurecimento em regiões do cérebro que é 
diferente daquele apresentado por indivíduos sem o transtorno. 
Ainda, os estudos mostram que pessoas não tratadas precocemente terão mais 
“prejuízos” ao longo dos anos e maior comprometimento da qualidade de vida em todos os 
setores. 
 
 26 
O TDAH em crianças e adolescentes, em relação a seus pares e ou controles, se associa a: 
 Maiores taxas de sentimento precoce de fracasso 
 Menores índices de desempenho escolar e menos sucesso acadêmico 
 Maiores chances de sentimentos de autoestima, autoconfiança e autoimagem baixos 
 Maiores taxas de rejeição social e bullying 
 Chances significativamente maiores para desenvolverem Transtorno de conduta na 
adolescência. 
 O TDAH em adultos se associa a: 
 Pior desempenho, sucesso, assiduidade e pontualidade no campo profissional 
 Maiores taxas de desemprego 
 Altos níveis de conflito interpessoal 
 Maiores índices de problemas e de assédio moral no trabalho 
 Chance significativamente maior para desenvolver Transtorno de Personalidade 
Antissocial 
 Taxas maiores de Transtorno de Conduta, Transtornos por uso de substâncias e de 
problemas com a Lei, prisão, crimes, morte precoce 
 Maior probabilidade de sofrerem lesões, fraturas e hospitalizações além de acidentes 
com ou sem vítimas, violações de trânsito, multas 
 Maior probabilidade de obesidade ou outras compulsões. 
 Prevenção 
 Prevenção 
A Neurociência ainda não sabe dizer ao certo de que forma é possível prevenir a 
ocorrência de TDAH. O que se conhece hoje são formas que ajudam a reduzir o risco de 
seu filho desenvolver o distúrbio. 
Confira alguns exemplos: 
Durante a gravidez, evite fazer uso de substâncias que possam prejudicar o 
desenvolvimento fetal. Não beba bebidas alcoólicas, evite cigarros e outras drogas. Evite, 
também, a exposição a toxinas ambientais. Proteja seu filho da exposição a poluentes e 
toxinas, incluindo a fumaça de cigarro, produtos químicos agrícolas ou industriais e 
chumbo. 
 
FONTE: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tdah
 
 27 
ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICAS PARA PORTADORES DE TDAH 
 
A psicopedagogia foi criada com o intuito de atender a uma demanda, que 
apresentassem dificuldades de aprendizagem, e que geralmente vem acompanhada de 
TDAH. O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas de forma terapêutica e preventiva, 
podendo assim compreender todos os processos de desenvolvimento e também das 
aprendizagens humana, recorrendo a várias estratégias e ocupando-se dos problemas que 
possam surgir. 
O psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação 
de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola para poderem trabalhar com 
uma criança que apresente o transtorno, é um trabalho árduo que necessita de muito 
empenho e dedicação, precisa de muita informação e uma intensa relação com a família 
dessa criança e que não seja apenas um profissional da educação, precisa ser acolhedor, e 
transmitir confiança tanto para a criança, quanto para a família. 
Cabe ao professor detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem e 
encaminhar a criança ou adolescente para uma avaliação psicopedagógica. Portanto o 
psicopedagogo poderá participar da dinâmica de relaçõesda comunidade educativa a fim de 
favorecer o processo de integração e troca, promover orientações metodológicas de acordo 
com as características dos indivíduos e grupos; pode realizar processo de orientação 
educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo. 
O trabalho psicopedagógico consiste em atuar diretamente sobre a dificuldade 
escolar apresentada pela criança, procurando suprir essa defasagem e trabalhando para 
reforçar o conteúdo possibilitando condições para que novas aprendizagens possam ocorrer 
e orientar os professores em planejar atividades que possam atrair o portador do TDAH. 
Ao fazer as intervenções com antecedência, o psicopedagogo poderá apresentar um 
grande passo para minimizar o impacto negativo que o TDAH traz à vida da criança. Mas 
quando ela não é tratada no momento certo, podem ocorrer experiências negativas de ordem 
social, pessoal, familiar e escolar que permanecem na adolescência e fase adulta. 
Na escola é necessário que haja alguma forma em que possa beneficiar a criança 
portadora do TDAH, ficar atento para o histórico das famílias e estar o mais próximo 
possível de todos, procurando estar em contato com os responsáveis, firmando assim um 
vinculo verdadeiro com o intuito de ajudar o aluno e toda a família, o profissional precisa 
dar importância às mesmas coisas que os pais dão ser é uma escola que complete a 
educação que o aluno recebe em casa ou completar o que falta. 
 
 28 
A escola desempenha um papel de grande importância ao observar uma criança 
hiperativa, pois geralmente nos intervalos de aula, ela costuma se meter em brigas e 
confusões, ou prefere às vezes brincar sozinha, essa criança estará sempre tentando chamar 
a atenção e se comporta como se fosse alienada. As meninas que sofrem desse transtorno, 
são mais distraídas, falam demais ou simplesmente se isolam. 
Os meninos não conseguem firmar amizades por muito tempo, são muitos agitados e 
sempre interrompem as aulas. Na idade escolar, uma criança com sintoma de 
hiperatividade, começa a ter que resolver os próprios problemas, sem a presença da família 
para interceder por elas. 
Um comportamento que antes era visto com engraçadinho ou imaturo, passa a não 
ser mais tolerado e precisa então aprender a lidar com as regras, estruturas e também com 
os limites estabelecidos pela instituição escolar organizada e geralmente demora certo 
tempo para que se ajuste bem com as expectativas da escola. 
Um dos fatores que mais dificultam o rendimento escolar da criança hiperativa é o 
déficit de atenção, pois em todo momento sua atenção em sala de aula é requisitada pelos 
colegas e professores. 
Se a criança hiperativa tem dificuldades de atenção, toda sua aprendizagem pode 
estar comprometida. A atenção da criança é flutuante, pois qualquer barulho ou movimento 
a impede de concentrar-se no que começou a fazer. 
A criança não consegue memorizar o que aprendeu devendo então ser ensinado 
novamente no dia seguinte para que possa ser memorizado o conteúdo do dia anterior. O 
professor não deve exigir a atenção demasiadamente, pois, aumenta a tensão emocional da 
criança e reduz sua capacidade de prestar atenção. 
A falta de atenção e concentração, como também a excessiva atividade motora em 
uma criança hiperativa, interfere na aprendizagem levando ao baixo rendimento escolar, 
como também a um desequilíbrio no convívio familiar. 
É importante que as escolas estimulem os profissionais a fazerem cursos de 
capacitação em como trabalhar com uma criança que apresente qualquer tipo de 
dificuldades, tanto de aprendizagem, como dificuldades físicas de locomoção, visão e 
audição. Uma escola preparada, treinada e orientada, está pronta para receber todo o tipo de 
aluno, aplicando o direito a inclusão escolar. 
A função de um psicopedagogo não se restringe apenas em intervir e diagnosticar, 
mas também tratar o TDAH. Existem vários métodos para serem aplicados em um possível 
tratamento, um deles são os jogos que exijam a concentração. 
 
 29 
Trata-se de um instrumento importantíssimo no tratamento de um portador de 
TDAH, o jogo permite que se estabeleçam regras. Quando a criança aprende e brinca, ela 
ocupa o mesmo espaço transacional no qual razão e emoção, objetividade e subjetividade se 
encontram. Para jogar, é preciso exercitar uma lógica e uma ética, pois não basta apenas 
jogar bem para ganhar, é preciso ganhar com dignidade. 
Por isso, o jogo é um material de extrema importância na intervenção 
psicopedagógico, pois possibilita o exercício das lógicas racionais e afetivas, fazendo-se 
necessário para a ressignificação dos aspectos patológicos relacionados com a 
aprendizagem humana. 
As terapias ajudam as crianças a se autovalorizarem e a encontrarem alternativas 
para se adaptarem socialmente. A ludoterapia, a psicopedagogia, o psicodrama, podem 
ser técnicas valiosíssimas para serem usadas no tratamento de crianças hiperativas. 
 
 
 
Autora: Eliane de Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
JOGOS para TDAH – O benefício do uso de jogos como intervenção em crianças com 
TDAH 
 
Leonardo Seda 
 
 
Você já pensou em jogos para TDAH como tratamento do transtorno? 
Estudo mostra que alguns subgrupos de TDAH em crianças podem se 
beneficiar com um novo modelo de intervenções através de jogos. 
 
O TDAH é um transtorno recorrente que atinge 5% das crianças no mundo todo 
(por volta de uma a cada vinte crianças tem TDAH) e se manifesta de diversas formas. 
Conhecemos a mais tradicional: a criança agitada na sala de aula que têm dificuldade de 
realizar as tarefas, mas também existem outras manifestações do transtorno, como 
dificuldades de planejamento, organização, e sem contar o peso da interação com outros 
transtornos (chamado de comorbidades). Estudos já mostraram que essa variabilidade em 
padrões sintomas estão relacionados à qualidade da resposta frente à diferentes estratégias 
de tratamentos – uma estratégia pode funcionar para alguns, mas não para outros, e assim 
vai. Aliás, um grande estudo chamado de Multimodal Treatment of Attention Deficit 
Hyperactivity Disorder study (MTA) já identificou alguns potencias mediadores de 
tratamento. 
Nos últimos anos, vêm sendo estudada uma nova modalidade de intervenção 
chamada Serious Games Interventions (pode ser traduzido para algo como Intervenções 
por Jogos Sérios). Sérios Games são jogos desenvolvidos com uma finalidade específica, 
não se limitando somente para promover entretenimento ao usuário. Um estudo foi 
realizado por pesquisadores do Reino Unido e Holanda para determinar quais subgrupos de 
crianças com TDAH podem se beneficiar com tal intervenção. 
O estudo, que foi realizado na Bélgica e Holanda, examina 10 características pré-
intervenção (como gênero, idade, uso de medicação, gravidade dos sintomas, entre 
outros) para examinar o impacto de Sérios Games em habilidades de gerenciamento de 
tempo, planejamento/organização e cooperação. Ao todo, 143 crianças com TDAH e com 
média de idade de 9 anos participaram do estudo. 
O game escolhido foi um jogo online chamado “Plan-it Commander”, desenvolvido 
por uma equipe multiprofissional, desde pesquisadores até pais de crianças com TDAH. 
Este game visa melhorar habilidades como gerenciamento de tempo, 
organização/planejamento e cooperação. 
 
 
 31 
Screenshot do jogo "Plan-it Commander" 
 
 
 
Os participantes foram instruídos a jogar este jogo por uma hora, três vezes por 
semana, durante 10 semanas como adição aos cuidados usuais (medicamento e/ou 
psicoterapia). 
Os resultados mostraram que meninas se beneficiaram mais com a intervenção, 
seguido por meninos com menores níveis de sintomas de hiperatividade e maiores níveis 
de Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). 
Estes dados são muito importantes, pois mostram que características como gênero, 
nível de hiperatividade e comorbidadecom Transtorno de Conduta (TC) são fatores 
importantes a serem considerados para a escolha de estratégias de tratamento para jovens 
com TDAH. 
Estudos como este desempenham um papel fundamental para embasar decisões 
médicas, como a melhor estratégia para cada caso individual. O Estudo MAPPA é um 
estudo que avalia duas estratégias de intervenção eficazes para crianças escolares em uma 
população de crianças pré-escolares. Para saber mais sobre nosso trabalho, clique aqui e 
confira como participar e seus benefícios. 
 
 
 32 
AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTETERAPIA NA ATUAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
Juliana Bielawski Stroh* 
 
O psicopedagogo em sua atuação institucional ou clínica pode exercer um trabalho 
de reflexão e orientação familiar, possibilitando elaboração acerca do direcionamento das 
condutas que favorecem a adequação e integração do indivíduo com TDAH, trazendo 
perspectivas sob diretrizes de vida e evolução. 
A criança ou adolescente portador de TDAH precisa ser estimulada de maneira 
correta em tempo integral, para que mantenha sua atenção no que está fazendo ou 
estudando. Neste processo, o psicopedagogo tem papel importante, cabendo-lhe intervir no 
método cognitivo, junto à construção do saber, e fazer com que o paciente sinta-se capaz 
de ter um bom desenvolvimento intelectual, profissional e pessoal. 
Quando a criança ou adolescente estiver no processo de avaliação diagnóstica ou 
mesmo já fazendo o tratamento interventivo: 
O profissional pode focalizar dificuldades específicas da criança, em termos de 
habilidades sociais, criando um espaço e situações para desenvolvê-las, por meio da 
interação com a criança por intermédio de qualquer atividade lúdica. (Benczik, 2000, pg. 
92) 
 
Com isso a criança ou adolescente poderá desenvolver habilidades como: 
 
 Saber ouvir; 
 Iniciar uma conversa; 
 Olhar nos olhos para falar; 
 Fazer perguntas e dar respostas apropriadas; 
 Oferecer ajuda para alguém; 
 Brincar cooperando com o grupo; 
 Sugerir outras brincadeiras, usando sua criatividade; 
 Agradecer, falando obrigado; 
 Saber pedir por favor; 
 Manter-se sentada ou quieta por um período; 
 Saber esperar sua vez para falar ou jogar; 
 Ser amigável e gentil; 
 Mostrar interesse em algum assunto; 
 
 33 
 Respeitar o outro como um ser diferente que possui sentimentos e diferentes 
opiniões; 
 Dar atenção às outras pessoas; 
 Saber perder, entendendo que não se pode sempre ganhar. 
 
A arteterapia também é uma grande contribuição terapêutica durante o processo 
de diagnóstico ou mesmo de intervenção com um portador de TDAH. Isto, porque tal 
técnica traz ainda mais conhecimento no "lidar com o aprender", pelas mediações 
artísticas. Além disso, a criança ou adolescente pode entrar em contato com suas emoções 
mais profundas, sem precisar se expor, ou seja, falar quando não tem vontade. 
Utilizando a arteterapia, a criança ou adolescente poderá compartilhar suas 
experiências através da expressão da arte, facilitando a exteriorização de seus sentimentos 
íntimos, demonstrando melhor seu jeito de pensar, de agir e sentir. 
A arteterapia tem também como objetivo promover a autodescoberta do sujeito 
pelo lúdico, pelas cores, representações, imaginações e fantasias, etc. Deve lhe ser 
solicitado que descreva sua representação artística, encorajando-lhe a ir mais longe, 
mantendo o diálogo entre a "Arte" e o "eu", ou seja, quando a criança expressa sua arte, ela 
está expressando a si mesma. 
Utilizando a arteterapia juntamente com a psicopedagogia, o paciente irá adquirir 
um melhor auto-conhecimento, desenvolvendo a auto-estima e maior consciência de suas 
dificuldades, melhorias e ações. 
Durante o processo avaliativo que, como já colocado, pode ser também 
interventivo, o profissional (psicopedagogo/arteterapeuta) deve antes de mais nada listar 
alguns indicadores que devem ser observados, tais como: 
 
 A imaturidade com relação ao desenvolvimento da atenção, (que pode ser 
associado a um jogo ou atividades com arteterapia); 
 O Déficit de atenção do paciente (que pode ser associado a um jogo ou a atividades 
de arteterapia para diagnósticos); 
 
Existem alguns tipos de intervenções relacionadas à psicopedagogia e à 
arteterapia que podem ser utilizadas durante o processo, como: 
 
 Jogo com regras: Através dos jogos, a criança deverá submeter-se às regras e 
normas, onde poderá desenvolver suas habilidades, seu raciocínio, auto-imagem, 
 
 34 
tolerar frustrações, saber ganhar ou perder, saber esperar sua vez, planejar uma 
situação, aprender a ouvir, etc. 
 Brincadeiras de representação (psicodrama): Através dos diálogos e da troca de 
papéis, a criança pode desenvolver algumas habilidades, e o psicólogo servirá como 
espelho, onde a criança poderá ver com mais clareza ser jeito de ser. 
 Atividade corporal cinestésica: O relaxamento associado ao controle da 
respiração, ouvir silenciosamente uma música relaxante ou mesmo a massagem 
corporal são medidas úteis para reduzir a tensão dos músculos do corpo e trazer a 
atenção da criança para si mesma, fixando-se em si mesma e promovendo maior 
centralização. 
 Uso de sucata: O uso de sucata para as crianças com TDA/H é muito bom, pois 
elas podem utilizar sua criatividade, podem criar e formar novos materiais. 
 
A seguir, há algumas indicações de jogos e atividades que podem ser trabalhadas 
com uma criança ou adolescente que estejam num processo avaliativo/diagnóstico, ou 
mesmo que já tenham sido diagnosticadas com TDAH (Fagali, 2010). 
 
 O trabalho com o barro: Gera concentração, captando a energia excessiva e 
relaxando o paciente. 
 
 Jogos que alternam expansão de percepção e liberação do movimento com foco em 
figuras, seus detalhes e na concentração de ações. 
 
 Atividades de construção criativa em que se usa a força com as mãos, liberando 
energia represada, exemplo de trabalho de construção com madeira, pregos e 
martelos. Alterna-se com atividades sutis, enfatizando a suavidade e delicadeza dos 
movimentos. Os instrumentos podem ser as próprias mãos, pincéis de várias 
texturas, giz de cera colorido (pintura e expansão da aquarela, guache e giz de cera, 
no movimento alternado de contensão e expansão). 
 
 Atividades com velas, utilizando copinhos de plástico para formar uma mandala. 
Esta atividade exige concentração, apesar de trabalhar também com fogo, o que traz 
excitação à criança. 
 
 O trabalho com o corpo: Tensão alternada com relaxamento, diretamente 
 
 35 
associada aos movimentos corporais, imagens e elementos: Endureço e fico mole, 
sou pedra, sou água. 
 
 Andar e contar histórias sobre situações de tensão e relaxamento, rápido e lento. 
 
 (Fazer com o movimento corporal amplo, ou apenas com as mãos e braços, os pés e 
pernas). 
 
 O trabalho respiratório: Inspirar até o abdominal, bem lentamente, como se 
enchesse uma bexiga, expirar como se soprasse pela boca tirando tudo que precisa 
sair desde o abdômen. (inspiração e expiração com vários ritmos e duração, em 
função das facilidades progressivas do aprendiz). Associar a histórias e imagens, 
criando algo a partir disto, com sopros no canudo (de refresco) sobre um papel 
molhado com tinta aguada (papel molhado e gotas de guache que são pintados com 
auxílio do sopro no canudo). 
 
 Tocar com tambores liberando a energia e conversando com eles: forte, leve, no 
centro e nas bordas do tambor, acelerado e lentamente, alterações de ritmos. 
Conversas com o tambor do companheiro ou terapeuta, mantendo palavras, cantos, 
ou acompanhando pelo som de uma música rítmica. 
 
Jogos: 
 
 Furar com estiletes pontos no papel (exercício de pulsão nos detalhes), com curta e 
longa duração, rápido e lento, formando uma figura, ou aleatoriamente. 
 
 Exercícios de detalhes, selecionar e reconhecer detalhes no fundo variado e 
complexo. Jogo de quem descobre mais rápido: Cara a Cara. 
 
 Jogos de quem achano todo, descoberta de erros, sempre alternado com projeções 
mais excessivas do movimento e relaxamento: jogo dos sete erros, por exemplo. 
 
 Jogos de figura e fundo: Quem acha primeiro: Lince, Onde está Wally e outros. 
 
 Jogos com movimentos que requeiram atenção e rapidez diante de um sinal. 
 
 36 
 
Na área clínica, o trabalho do psicopedagogo pode ser preventivo, visando também 
evitar o fracasso, seja este escolar, profissional ou pessoal, além de encaminhar à 
propositura de novas possibilidades de ações, que farão com que ocorra uma melhora na 
prática pedagógica, contribuindo para sua própria evolução. 
Com relação à escola, a psicopedagoga vai atuar junto aos coordenadores e 
professores, com o objetivo de levantar dados da rotina escolar do aluno, como seu 
rendimento nas disciplinas, sua organização na sala e com seu material, interesse na 
matéria, comportamento em sala de aula e nas atividades fora da sala, além de seu 
relacionamento com os colegas e professores. 
Durante o processo de aprendizagem, o psicopedagogo está voltado para o portador 
de TDAH, sempre considerando as realidades objetivas e subjetivas que habitam o entorno 
da criança e/ou adolescente. Além disso, deve considerar também o conhecimento em sua 
complexidade dentro de uma dinâmica, onde os aspectos afetivos, cognitivos e sociais se 
complementam. 
A psicopedagogia possui uma estrutura interdisciplinar, pois seu principal objeto de 
estudo é o ser cognoscente e todo o seu universo relacional, tendo como objetivo ajudar na 
adequação da realidade da criança à sua possibilidade de aprendizagem, promovendo uma 
ponte entre a criança e o conhecimento que está sendo transmitido, além de investigar e 
considerar a forma como esta criança aprende, e quando isso não ocorre, por qual motivo 
não ocorre esta aprendizagem. 
Existem algumas técnicas que são mais utilizadas durante o "tratamento" de um 
TDAH com o psicopedagogo, como: jogos de exercícios sensório-motores (amarelinha, 
bola de gude), combinações intelectuais (damas, xadrez, carta, memória, quebra-cabeça, 
etc.) 
Quando é apresentado á criança temas e assuntos que ela goste, isso pode despertar 
o gosto pela leitura, curiosidade por conhecer livros, gibis, e revistas novas, 
Os contos de fadas também podem ser utilizados, tanto na fase do diagnóstico, 
quanto durante a intervenção psicopedagógica. Utilizando esta técnica, o psicopedagogo 
pode coletar dados cognitivos e mesmo psicanalíticos da criança. 
Os jogos que possuem regras permitem que a criança, além de ter seu 
desenvolvimento social quanto a limites, possa participar saber ganhar, perder, melhorar 
seu desenvolvimento cognitivo, e possibilita a oportunidade para a criança saber onde está, 
o motivo e o tipo de erro que cometeu, tendo chance de refazer, naquele momento, da 
maneira correta. (Edyleine Bellini Peroni Benczik, 2000) 
 
 37 
QUESTIONÁRIO TDAH 
Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade 
 
Diagnóstico para Crianças 
 
 
( 1 )Nem um ( 2 )Só um ( 3 ) Bastante ( 4 )Demais ( 5 )Pouco 
 
 
 
1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou 
comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou 
tarefas. 
2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou 
atividades de lazer 
3. Parece não estar ouvindo quando se fala 
diretamente com ele 
4. Não segue instruções até o fim e não termina 
deveres de escola, tarefas ou obrigações. 
5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 
6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em 
tarefas que exigem esforço mental prolongado. 
7. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: 
brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros). 
8. Distrai-se com estímulos externos 
9. É esquecido em atividades do dia-a-dia 
10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na 
cadeira 
11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras 
situações em que se espera que fique sentado 
12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas 
coisas em situações em que isto é inapropriado 
13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em 
atividades de lazer de forma calma 
 
 38 
 
 
 
 
Como avaliar: 
 
1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 
9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 
 
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 
a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa 
criança ou adolescente. 
 
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) 
para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. 
 
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! 
Veja abaixo os demais critérios. 
 
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima) 
 
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. 
 
CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 
contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). 
 
CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos 
sintomas. 
 
CRITÉRIO E: Se existe outro problema (tal como depressão, deficiência mental, 
psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. 
14. Não para ou frequentemente está a “mil por 
hora”. 
15. Fala em excesso. 
16. Responde as perguntas de forma precipitada antes 
delas terem sido terminadas 
17. Tem dificuldade de esperar sua vez 
18. Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete- 
se nas conversas / jogos). 
 
 39 
SNAP-IV 
A.B.D.A QUESTIONÁRIO ESCOLAR E FAMILIAR – CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
(LEVANTAMENTO DE INDICATIVOS DE TRANSTORNOS DO DÉFICIT DE 
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE) 
 
 
O questionário denominado SNAP-IV foi construído a partir dos sintomas do 
Manual de Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana 
de Psiquiátrica. Esta é a tradução validada pelo GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de 
Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS. 
 
IMPORTANTE: este questionário é apenas um ponto de partida para levantamento de 
alguns possíveis sintomas primários do TDAH. O diagnóstico correto e preciso do TDAH 
só pode ser feito através de uma longa anamnese (entrevista) com um profissional médico 
especializado (psiquiatra, neurologista, neuropediatra). Muitos dos sintomas relacionados 
podem estar associados a outras comorbidades correlatas ao TDAH e outras condições 
clínicas e psicológicas. 
 
Lembre-se sempre que qualquer diagnóstico só pode ser fornecido por um 
profissional médico. 
 
 
COMO AVALIAR: 
 
1) Se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 
9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 
2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 
= existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança 
ou adolescente. 
3) O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) 
para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! 
 
 
 40 
CRITÉRIOS 
 
A: Sintomas (vistos no quadro). 
B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade. 
C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes 
(por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa). 
D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas. 
E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os 
sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele. 
 
 
http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=13&Itemid=118&lang=br#sthash.5wT8rh7I.dpuf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.tdah.org.br/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=13&Itemid=118&lang=b
 
 41 
Aluno 
Idade Ano escolar: _________________________________ 
 
ENTREVISTA - TDAH 
 
Para cada item, escolha a coluna que melhor descreve o (a) aluno (a) (MARQUE UM X): 
 
 
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p
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1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por 
descuido nos trabalhos da escola ou tarefas 
 
2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de 
lazer 
 
3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele 
4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, 
tarefas ou obrigações. 
 
5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 
6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que 
exigem esforço mental prolongado 
 
7. Perde coisas necessárias para atividades ( ex: brinquedos, deveres 
da escola, lápis ou livros) 
 
8. Distrai-se com estímulos externos 
9. É esquecido em atividades do dia-a-dia 
10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira 
11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se 
espera que fique sentado 
 
12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em 
situações em que isto é inapropriado 
 
13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer 
de forma calma 
 
14. Não para ou frequentemente está a “mil por hora” 
15. Fala em excesso 
16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido 
terminadas 
 
17. Tem dificuldade de esperar sua vez 
18. Interrompe os outros ou se intromete (por exemplo: intromete-se 
nas conversas, jogos, etc.) 
 
 
 
 42 
 
DIREITO DOS PORTADORES DE TDAH 
(Doutrina – Jurisprudência) 
 
Segue abaixo algumas dúvidas constantes sobre os direitos dos Portadores de TDAH 
 
Perguntas e Respostas 
 
1. O que é Constituição? 
A palavra constituição tem vários significados como: constituição do universo, constituição 
da associação, da propriedade, da família, etc. A Constituição, propriamente dita, sob o aspecto 
jurídico, é a lei maior que diz respeito à organização do Estado e às suas funções, que dispõe sob a 
forma de Estado e de Governo e que disciplina e assegura a plena proteção dos direitos individuais. 
 
2. Todos têm garantia ao acesso à educação escolar, inclusive os portadores de TDAH? 
Sim. A Constituição Federal assegura esse direito, uma vez que a educação constitui condição 
fundamental para o exercício da cidadania. Ademais a Constituição Federal veda quaisquer formas de 
discriminação (artº 3º - inciso IV) e expressa no artº 228 inciso III que é dever do Estado garantir 
atendimento especializado aos portadores de deficiência. Lembramos que o TDAH não é um simples 
transtorno, mas um problema grave de saúde que afeta aproximadamente 10% da população mundial 
caracterizada por uma combinação de dois tipos de sintomas: Desatenção e Hiperatividade – 
Impulsividade. O que caracteriza a deficiência, assim entendida, de acordo com o Dicionário de 
Língua Portuguesa, Aurélio – Ed.2010, é a falta, carência, insuficiência (física ou psíquica). Portanto, 
não há como deixar de considerar tal transformação grave de saúde como deficiência. 
 
3. As escolas podem proibir o acesso à educação escolar aos portadores do TDAH? 
Além da proibição de qualquer discriminação contida expressamente na Constituição a própria 
Lei de Diretrizes e Bases para Educação Nacional reafirma o direito aos portadores de TDAH e 
quaisquer diferenças que caracterizam a condição humana. Cabe à família, à escola e demais membros 
da sociedade promoverem o entendimento com vistas a criar processos educativos e pedagógicos a fim 
de coibir as diferenças por ventura existentes. 
 
4. As escolas devem desenvolver projetos pedagógicos que contemplem a diversidade de alunos? 
Sim. É requisito fundamental para promover a educação escolar, a criação de diretrizes básicas 
para inclusão de pessoas com TDAH no sistema de educação inclusiva. 
 
 43 
 
5. Como agir em defesa dos direitos do aluno? 
Buscar primeiramente a conciliação junto à instituição de ensino, não ocorrendo, procurar o 
Conselho Tutelar, órgão permanente e autônomo encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos 
da criança e do adolescente observado o art.131 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em cada 
município há no mínimo um Conselho Tutelar composto de cinco membros escolhidos pela 
comunidade local. 
 
6. Todo o problema que envolva portador de TDAH, na instituição de ensino, tem que ser 
resolvido pelo Conselho Tutelar ou pelo Poder Judiciário? 
Não. Devem ser esgotados todos os recursos no âmbito escolar. 
 
7. Há uma legislação específica que dispõe sobre o diagnóstico e tratamento do TDAH na 
educação básica? 
Existe somente um projeto de Lei do Senado de nº402, de 2008, que ainda não se transformou 
em lei. Entretanto, lembramos que dentre os direitos fundamentais assegurados pela Constituição, que 
é a Lei Maior, está o direito à vida e à saúde. A criança e o adolescente que estão em fase de 
desenvolvimento, devem merecer a proteção especial da família, da sociedade e do poder público, 
como expressa a Carta Magna. O direito à vida reflete a mais importante das reivindicações do ser 
humano através de padrões de comportamento biológico, quando se luta pela sobrevivência e pelas 
necessidades orgânicas e psicossociais, quando se busca a coesão interna e sua própria valorização. 
 
8. Não tendo recursos pode o portador de TDAH receber os medicamentos gratuitamente? 
Deve, cabe ao Poder Público fornecer os medicamentos, quando demonstrado a sua 
necessidade através da declaração médica. 
 
9. Não estando à medicação na lista elaborada pelo Poder Público, mesmo assim é dever 
fornecer a medicação? 
Sim, uma vez que há responsabilidade solidária da União, dos Estados e dos Municípios, de 
acordo com o art. 6º, 23º, II, 24, XII, 194º, 195º, 196º e 198º da Constituição, no que se refere ao 
fornecimento de medicação, não estando incluída sua obrigatoriedade de constar na listagem do Poder 
Público. 
 
10. Caso não seja atendido o pedido pelo Poder Público, a quem recorrer? 
Ao Poder Judiciário e não tendo recursos para fazê-lo, poderá efetivá-lo através da Defensoria 
Pública. 
 
Eduardo Pessôa - Advogado ABDA – OAB/RJ 215556 
 
 44 
ESCALA DE AVALIAÇÃO ASRS-18 – ADULTOS 
 
Os critérios mais utilizados para o diagnóstico de transtorno do déficit de 
atenção/hiperatividade (TDAH) são aqueles listados pela 5ª edição do Diagnostic and Statistical 
Manual (DSM-V) da Associação Americana de Psiquiatria, baseados em estudos de campo com 
crianças e adolescentes. A Adult Self-Report Scale (ASRS) foi desenvolvida para adaptar os 
sintomas listados no DSM-V para o contexto da vida adulta. O presente estudo consistiu em uma 
adaptação transcultural do instrumento original em inglês para uma versão final para uso corrente no 
Brasil. Os resultados indicaram uma equivalência satisfatória entre as versões, tendo sido realizadas 
alterações após o debriefing, ressaltando a importância dessa etapa em estudos desta natureza. 
 
COMO AVALIAR 
Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) E/OU os itens de hiperatividade-impulsividade da 
parte B (1 a 9) tiverem várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO 
FREQUENTEMENTE existem chances do paciente ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada 
uma das partes). 
O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se 
fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. 
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos na tabela abaixo). 
CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes desde precocemente

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