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Apostila Arte VR 2023-095-096

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@vestibularesumido
95
Elementos e origens da cultura hip-hop
Ao contrário do que muitos pensam, o hip-hop não é uma 
dança ou um ritmo musical, mas sim todo um contexto cultural 
que abrange essas e outras expressões. Originário do subúrbio 
dos Estados Unidos, o hip-hop se tornou um espaço de voz 
para os negros, os latinos e a comunidade pobre daquele país, 
ou seja, figurou como um movimento de pessoas que não se 
sentiam representadas pela mídia nem pela arte das elites. No 
ambiente das gangues de rua, alguns jovens organizavam festas e 
bailes para manifestar o desejo por mudanças ou simplesmente 
para se divertir. Os movimentos contra a segregação racial e a 
inspiração em líderes como Malcolm X e Martin Luther King Jr. 
formavam as bases desse
movimento, cuja força se expandiu por todo o mundo. O termo 
"hip-hop" não tem um significado específico, indicando apenas a 
cadência do ritmo apresentado pelos DJs em seus shows.
Atualmente o hip-hop é tanto uma cultura de rua 
como parte da mídia de massa presente em 
muitos lugares do mundo. As músicas podem ser 
de protesto ou românticas, os músicos podem ser 
brancos, negros, indigenas, mas o teor político e 
de contestação, especialmente das populações 
negras, ainda é a base dessa expressão cultural.
O hip-hop tem como configuração a expressão nas 
seguintes formas de arte:
Grafite
Os primeiros grafites surgem nesses eventos. Muitos 
frequentadores das festas deixavam abreviaturas números nos 
muros como forma de identificação. Aos poucos as tags, ou 
marcas pessoais, foram se tornando mais complexas, com cores 
e efeitos tridimensionais, bem parecidos com os que são vistos 
atualmente, No início do hip-hop, não havia diferenças entre 
grafite e pichação, tendo ambos a mesma origem. Ambas as 
práticas eram ilegais e, ao longo da década de 1980, foram 
sendo inseridas no mercado de arte e também se diferenciando,
tendo em vista as legislações e contextos em que ocorriam.
MC
O MC, ou Master of Ceremonies, "Mestre de Cerimônias", era 
uma espécie de apresentador ou narrador das festas de rua. No 
início, sua função era entreter e cativar as pessoas naqueles 
eventos. Com o tempo eles começaram a se especializar e se 
apresentar em batalhas ou duelos, de forma a ver quem era o 
melhor nas rimas e nas improvisações. Junto ao MC estava o DJ.
BBOV
O termo "BBoy" se refere aos dançarinos de break, dança de 
rua com movimentos circulares e até mesmo acrobáticos 
fortemente expressivos, apresentados durante
essas festas. Os movimentos derivam da black music, 
tendo o soul e o funk como bases das principais batidas 
propostas pelos MCs. As batalhas de dançarinos são 
comuns até hoje nas festas de rua.
DJ
O Disc Jockey, "Disco-Jóquei" em tradução literal, Ou 
simplesmente DJ, era personagem fundamental nesses 
eventos. Com duas mesas de som e muitos discos de vinil,
o DJ tinha a função de colocar as bases de músicas nas 
quais o MC rimaria. Era necessário muito conhecimento 
musical e agilidade para criar efeitos sonoros e misturar as 
músicas (mixagem) de forma perfeita, sem que as batidas 
entrassem em conflito. Era preciso saber de forma exata o
número de batidas e rotações de cada faixa para que não 
se misturasse, por exemplo, uma melodia rápida com uma
lenta, causando assim, uma mudança brusca que afetaria as 
pessoas na pista de dança.
RAP
Rap é a abreviação para rithym and poetry, "ritmo e 
poesia". O gênero musical se constituiu aos poucos, na 
somatória entre a ação do MC e do DJ. O rap é muito 
difundido nos dias de hoje, tendo a rima e o improviso 
como elementos fundamentais. A música é mais falada que 
cantada, embora haja muitas melodias harmônicas. Um 
rapper tem o desafio de compor a rima em cima da 
batida proposta pelo MC sem perder o ritmo.
A EXPRESSIVIDADE NOS 
ANOS 1980: O PÓS-
MODERNISMO
@vestibularesumido
96
1980: a década do rock brasileiro
O rock nacional dos anos 1980 aparece como um
movimento efervescente, jovem e de grande 
repercussão, o que não significa que tenha surgido no 
pais naquele instante. As suas influências percorrem as 
décadas de 1950 e 1960, passando por movimentos 
como a Jovem Guarda e o Tropicalismo, até chegarem a 
gêneros musicais populares nos Estados Unidos e 
Inglaterra nos anos 1970.
A partir de 1964, o Brasil vivia uma ditadura 
militar que impôs forte censura a toda a 
produção criativa, especialmente a partir do 
AI-5. No fim da década de 1970, com o 
processo de abertura democrática, a 
juventude da década de 1980 vivenciava um 
descolamento dos discursos partidários ao 
mesmo tempo que demonstrava uma visão 
crítica sobre o país.
A partir de 1985, Brasília e São Paulo despontam no 
cenário nacional. De Brasília, surgiram Legião Urbana, 
Capital Inicial e Figura 26. Apresentação da banda Blitz, 
em 1985. Plebe Rude, com influências do punk rock e 
letras que variam entre uma forte posição crítica sobre 
questões sociopolíticas e temas amorosos. São Paulo viu 
aparecerem Ultraje a Rigor, Titàs, RPM e Ira!, também 
com influências semelhantes e trazendo questões 
próprias das metrópoles e grandes centros urbanos.
Nos primeiros anos da década, surgem, 
principalmente na cidade do Rio de Janeiro, 
bandas de rock, como Barão Vermelho, Os 
Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Biquini 
Cavadão. Outra banda que fez muito 
sucesso também foi a Blitz, de pop rock 
formada no ano de 1982, em pleno verão 
carioca. 
As letras engraçadas e descontraídas e os 
figurinos coloridos refletem a postura alegre 
dos músicos. A casa de show Circo Voador 
era um espaço cultural no Rio que se tornou 
ponto de referência para os shows do 
grupo. Os músicos Evandro Mesquita (1952) 
e Fernanda Abreu (1961) fizeram parte da 
banda, que tinha referências do rock, pop, 
reggae e blues. Cenicamente o grupo trouxe 
a bagagem teatral do grupo Asdrúbal 
Trouxe o Trombone.
Também no ano de 1985, ocorreu no Rio de Janeiro a 
primeira edição do festival Rock in Rio. Quase um 
milhão e meio de pessoas estiveram presentes no 
primeiro grande festival de música no pais. Artistas 
brasileiros como Cazuza, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, 
Rita Lee, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Blitz, Barão 
Vermelho, Elba Ramalho dividiram a plateia com os 
internacionais Queen, Ozzy Osbourne, AC/DC, 
1980: A DÉCADA DO ROCK 
BRASILEIRO

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