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Vigilância Epidemiológica UNIFACS Medicina 2°semestre Maria Eduarda Martins e Morgana Catharina Índice Definição. Origem da Vigilância Epidemiológica. Finalidades. Funções. Dados que alimentam o sistema. Notificações. Sistemas Sentinelas. Definição de caso. Boletim epidemiológico. Referências. Definição A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei n° 8.080/90 . “Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva. A finalidade é de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Origem O termo vigilância epidemiológica começou a ser empregado em 1950 com algumas limitações, e após alguns anos o seu conceito foi ampliado. No Brasil, o marco da institucionalização das ações de vigilância corresponde à Campanha de Erradicação da Varíola de 1966 a 1973. Em 1975, durante a 5ª Conferência Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE). Em 1977, o primeiro MANUAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA foi elaborado. Definindo ações específicas frente a cada doença para evitar sua disseminação. Com a criação do SUS, o SVNE foi incorporado ao sistema através da Lei 8080/90. Finalidades Objetivo principal - fornecer dados atualizados e orientações técnicas aos diversos profissionais de saúde sobre: Ocorrência de agravos; Fatores relacionados à sua ocorrência; Medidas de controle; Entre outros. Para que isso seja possível, tem-se um trabalho contínuo focado na coleta e análise de dados. Esse entendimento de que a vigilância trabalha com dados é primordial. Funções Coletar dados, processar, analisar, interpretar e propor recomendações frente à esses dados; Observar a eficácia e efetividade das medidas propostas e divulgar essas informações; Dados que alimentam o sistema Tornam a vigilância capaz de identificar a ocorrência de diversos eventos relevantes em saúde pública, sendo os principais: Emergências de saúde pública, surtos e epidemias, e Emergências de saúde pública de interesse internacional. Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos: Quantificam grupos populacionais e descrevem sua distribuição, permitindo assim calcular as taxas. Dados de morbidade: Identificam os problemas sanitários de forma imediata ou precoce. Dados de mortalidade: Permitem inferir a gravidade do fenômeno avaliado, sendo mais indicados para análise de agravos com elevada letalidade. Notificações Há uma lista conhecida como Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública. Para fazer a notificação de forma correta, é preciso saber: O que estamos notificando (seja doença infecciosa, violência ou outros agravos). Para quem estamos notificando (podem ser feitas à Secretaria municipal, estadual ou ao ministério da saúde). Em quanto tempo a notificação deve ser realizada (periodicidade). Critérios para incorporação de doença ou agravo na lista Magnitude: Doenças com elevada incidência, prevalência, mortalidade e com anos potenciais de vida perdidos. Potencial de disseminação: Elevado poder de transmissão levando em consideração vetores associados e fontes de infecção. Transcedência: Características especiais da doença/agravo que a tornem relevante como: severidade, relevância social e relevância econômica. Vulnerabilidade: Existência de instrumentos que permitam interferir na disseminação da doença ou controlar sua ocorrência. Compromissos internacionais: Por meio da pactuação com diversas nações organizadas no atual Regulamento Sanitário Internacional(RSI-2005). Ocorrência de emergências de saúde pública, epidemias e surtos: Eventos que impliquem em risco de disseminação de doenças objetivando delimitar sua área de ocorrência, elucidar o diagnóstico e buscar maneiras de controlar sua propagação. Quem é responsável por notificar casos? Médicos(as), outros(as) profissionais de saúde e responsáveis pelo serviço de saúde: Tem OBRIGAÇÃO e DEVER de notificar e caso não o façam podem ser responsabilizados ética e judicialmente. População em geral: Pode notificar mas não tem obrigação de fazê-lo. Aspectos a se considerar ao realizar uma notificação Grande parte das notificações devem ser realizadas frente à suspeita. Não devendo-se aguardar a confirmação do caso. Toda notificação deve ser sigilosa e a quebra desse sigilo é permitida apenas em casos de risco para comunidade. Mesmo quando não é identificada a ocorrência de uma doença ou agravo no serviço de saúde, é necessário notificar. Ou seja, devemos realizar o que se chama de NOTIFICAÇÃO NEGATIVA, caracterizando um indicador de qualidade do sistema de informações. Sistema Sentinela Unidade Sentinela: Monitorizar e notificar agravos específicos. Estes eventos só precisam ser notificados se ocorrerem em uma unidade que seja sentinela para este agravo. Evento Sentinela: Eventos que servem como aviso e necessitam de ações especificas para evitar aumento de risco ou recorrência Sistemas de Informação em Saúde Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan): Registra dados relacionados a doenças de importância epidemiológica, surtos, endemias e epidemias, tais como as taxas de incidência, letalidade e mortalidade, coeficiente de prevalência, entre outros. Tem como principal fonte de informação a ficha de notificação compulsória. Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM): A partir das informações nele contidas, pode-se obter mortalidade proporcional por causas, faixa etária, sexo, local de ocorrência e residência, letalidade dos agravos de incidência conhecida, bem como taxas de mortalidade geral, infantil, materna ou por qualquer outra variável contida na declaração de óbito. Tem como fonte de informação a Declaração de Óbito. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc): permitem a construção de indicadores voltados para as condições e o perfil de nascimento, bem como para a avaliação de riscos à saúde materno-infantil. Tem como fonte de informação a Declaração de Nascido Vivo. Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS): permite identificar os agravos à saúde que necessitam de internação, contribuindo para o conhecimento da situação de saúde e da gestão dos serviços. O Instrumento de coleta de dados é a autorização de internação hospitalar. Definição de Caso Está relacionado com a padronização das informações e daquilo que deve ou não ser notificado. Essa padronização é feita a partir das definições de caso. 01 A partir da compreensão da história natural das diversas doenças , um caso pode se configurar como suspeito, confirmado ou descartado, a depender da doença em questão. 02 Boletim Epidemiológico Os boletins são divulgados de forma periódica. Eles servem para nos mantermos atualizados em relação a situação epidemiológica em que estamos inseridos. Além disso, frente a eventos inesperados e edições especiais podem ser liberadas. Esse instrumento foi instituído a partir da portaria SVS N. 15 de 26 de abril de 2018, que “regulamenta o Corpo Editorial e as condições para a manutenção e o aprimoramento da publicação”. Essa portaria ainda define o boletim epidemiológicos como: “O Boletim Epidemiológico é o veículo institucional da SVS/MS, com publicação periódica, de caráter técnico-científico, de acesso livre, em formato eletrônico. Responsável pela divulgação da situação epidemiológica de doenças e agravos de interesse da Saúde Pública, de descrições de monitoramento de eventos com potencial para desencadear emergência de Saúde Pública, de relatos de investigação de surtos e de outros temas de interesse das ações de vigilância em saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)”. Referências Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Situação da prevenção e controle das doenças transmissíveis no Brasil. In: Buss PM. Vacinas, soros e imunizações no Brasil. Rio de Janeiro:Editora FIOCRUZ, 2005. p. 25-50. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª edição. Brasília. 2009. 816 p. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. No fio da história: a construção da vigilância em saúde no Brasil. Programa da exposição. BARRETO, M.L.; TEIXEIRA, M.G.; BASTOS, F.I.; XIMENES, R.A.A.; BARATA, R.B.; RODRIGUES, L.C. Sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil: o contexto social e ambiental, políticas, intervenções e necessidades de pesquisa. The Lancet 2011: Saúde no Brasil 3; 47-60.
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