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AUDITORIA PARTE 03

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Análise do Parecer de Auditoria em relação às Normas de Empresas
no setor de Celulose, Siderurgia e Artefatos de Aço e Ferro
Mariana Natal Bortolotto ¹
Giancarlo Lucca ²
Resumo
O parecer de auditoria tem por objetivo a emissão da opinião do 
auditor sobre as demonstrações contábeis auditadas em relação a 
posição patrimonial e financeira da entidade. Assim o objetivo da 
pesquisa é verificar a aderência às exigências normativas na 
emissão dos pareceres da auditoria independente para as 
companhias com ações negociadas na bolsa de valores de São 
Paulo- Bovespa,verificando os pareceres emitidos e se estão de 
acordo as normas de auditoria. O presente artigo pode ser 
caracterizado como uma pesquisa aplicada, descritiva, qualitativa. 
Através da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedade Anônimas), tornou-se 
obrigatória a divulgação das demonstrações financeiras, chegando a
conclusão que há um forte concentração de pareceres de auditorias 
de empresas internacionais nas companhias auditadas, com ações 
na Bovespa e que os pareceres estão em conformidade com as 
Normas Brasileira de Contabilidade.
Palavras-chave: Parecer. Auditor Independente. Demonstrações 
Contábeis.
1. Introdução
A internacionalização da economia, com a quebra de barreiras 
comerciais entre os países, o aumento dos investimentos entre eles 
o avanço tecnológico, pode levar a instabilidades e turbulências 
econômicas.
Nesse cenário, as companhias abertas necessitam de uma forma de
controle para proteger os investidores e seu patrimônio. Para 
responder a essa demanda a auditoria contábil surge como técnica 
utilizada para examinar a escrituração e demonstrações contábeis, 
confirmando suas adequações, julgando da moralidade do ato 
praticado e da existência dos registros e dando veracidade aos 
comprovantes.
Essa prática da contabilidade foi regulamentada pela Lei das 
Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), que determinou que as 
demonstrações financeiras ou contábeis das companhias abertas 
seriam obrigatoriamente auditadas por auditores independentes 
registrados na Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
O parecer dos auditores independentes deve ser parte integrante do
relatório anual das companhias abertas, divulgado publicamente aos
usuários da informação contábil. Conforme Franco e Marra (2001, 
p.527) o relatório deve ser “Fiel e completo, ou seja, deve relatar 
com fidelidade os trabalhos executados e os fatos observados, 
tomando o necessário cuidado para não omitir fatos relevantes”.
As possibilidades de opinião dentro do relatório vão desde a 
ausência de qualquer ressalva até a recusa de opinião. O tipo de 
opinião é fruto do estudo do conteúdo técnico do parecer, no qual 
são apresentados os procedimentos adotados na realização do 
trabalho. O parecer pode ser também de caráter investigativo 
quando evidência fraudes e erros nas demonstrações contábeis.
O relatório de auditoria deve se tornar público para dar veracidade 
ao objeto da auditoria e às atividades financeiras realizadas pelas 
empresas, sendo um dos critérios fundamentais para uma 
companhia negociar suas ações na Bolsa de Valores.
Tendo por objetivo analisar a aderência dos pareceres de auditoria 
independente nas empresas do setor de papel e celulose, siderurgia
e artefatos de ferro às Normas Brasileiras de Contabilidade, em 
relação ao período de 2012, identificando empresas brasileiras da 
área de estudo com ações negociadas na Bolsa de Valores de São 
Paulo - Bovespa, verificando a classificação dos pareceres emitidos,
analisando sua estrutura e quais empresas de auditoria 
independente que realizaram serviços de auditoria nas organizações
de estudo.
2. Conceitos de Auditoria
A auditoria vem apresentar soluções e alternativas para prevenção 
de possíveis erros ou fraudes, garantindo a segurança das 
informações divulgadas, assegurando a uniformidade dos princípios 
aplicados em determinado período. Attie (2009, p.5) afirma que “a 
auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência 
e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de 
expressar uma opinião sobre determinado assunto”.
Ela tem como finalidade a emissão de um parecer, pelo auditor 
independente, no sentido das demonstrações contábeis traduzirem 
ou não, a situação do patrimônio da entidade em uma determinada 
data, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de 
seus recursos no período auditado. Devem ser observadas as 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCT), editadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além da legislação 
específica que rege o ramo de atividade.
A auditoria, no que se refere ao campo de atuação, pode ser 
realizada de duas formas: a interna e externa ou independente. A 
auditoria interna é realizada por um funcionário da empresa, 
devendo manter independência em relação ao trabalho a ser 
realizado, é dado ênfase aos controles internos, averiguando se as 
normas internas estão sendo adotadas. Verificando a qualidade e 
desempenho das áreas, e por fim analisando a necessidade de 
novas normas ou o aprimoramento das existentes, cumprindo um 
papel fundamental na empresa, que é subsidiar o administrador com
dados e informações verdadeiras.
Segundo Franco e Marra (2001, p.218), “a auditoria externa é 
aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem 
vínculo de emprego com a entidade auditada e que poderá ser 
contratado para auditoria permanente ou eventual”. Seu objetivo é 
examinar as demonstrações contábeis, se elas refletem a situação 
patrimonial e financeira naquele momento e se estão de acordo com
os Princípios Contábeis. Seus usuários são na maioria das vezes 
acionistas, instituições financeiras e governo.
O CFC, por meio da NBCT 11, estabelece que os procedimentos de 
auditoria abrangem testes de observância que proporcionam 
razoável segurança que os procedimentos de controle interno 
estabelecidos pela administração estão sendo executados, e o 
testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à 
suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema 
contábil da entidade.
Segundo Resolução CFC 820/97 (1997, p. 4): O risco de auditoria é 
a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente 
inadequada sobre as demonstrações contábeis significamente 
incorretas deve ser feito na fase de planejamento dos trabalhos”.
O CFC, por meio da NBCT 986/2003, estabelece que o relatório 
deve apresentar os resultados do trabalho, devendo ser redigido 
com objetividade e imparcialidade, de forma a expressar claramente 
suas conclusões, recomendações, e providências a serem tomadas 
pela entidade.
2.1 NORMAS DE AUDITORIA
O auditor ao elaborar seu parecer, deve-se ater a determinadas 
normas, de acordo com a Resolução do CFC nº828/98. Estas são 
classificadas em três categorias: normas relativas à pessoa do 
auditor, normas relativas à execução do trabalho e normas relativas 
ao parecer do auditor.
1- Normas relativas à pessoa do auditor: Segundo Perez Jr (1998, 
p.19) “o exame de auditoria deve ser executado por pessoa que 
tenha adequado treinamento técnico e reconhecida habilitação como
auditor”.
A auditoria deve ser exercida por profissional legalmente habilitado, 
registrado no CRC na categoria de contador, sendo que a educação 
formal e a experiência profissional do auditor se completam.
Ao opinar sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve ser 
imparcial, devendo aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização
dos trabalhos e na exposição.
Segundo a Resolução CFC 821/97 “O auditor deve estabelecer e 
documentar seus honorários mediante avaliação dos serviços (...) 
para fins de fiscalização, deve conservar pelo prazo de 5 (cinco) 
anos, toda a documentação a partir da emissão do seu parecer”.
O sigilo é a obrigatoriedade do auditor não revelar, salvo as 
contempladas no documento, as informações que obteve e tem 
conhecimento em função do seu trabalho.
Segundo a Resolução do CFC 1.100/07 (2007, p.2) “O auditor 
independentedeve respeitar e assegurar o sigilo relativamente às 
informações obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, 
não as divulgando”.
2- Normas relativas à execução do trabalho: estão relacionados pelo
auditor na realização de seu trabalho de auditoria, e que estejam de 
acordo com as normas de auditora, o trabalho deve ser 
adequadamente planejado e os assistentes devem ser 
supervisionados. Conforme a Resolução CFC 820/97 (1997, p.5) “O 
auditor deve estudar e avaliar o sistema contábil e o controle interno 
da empresa, bem como fixar a natureza da documentação, a 
extensão e a profundidade dos procedimentos de auditoria a serem 
aplicados”.
Os objetivos gerais do auditor e a condução da auditoria descritas 
conforme a Resolução CFC 1.203/09 (NBC TA 200), retrata de 
como obter segurança razoável nas demonstrações contábeis, 
possibilitando o auditor expressar sua opinião, apresentando 
relatório dentro das suas funções. O auditor terá acesso a todos os 
documentos, valores e livros importantes para o processo, 
documento ou informação.
As responsabilidades específicas do auditor em relação aos 
procedimentos de controle de qualidade da auditoria de 
demonstrações, estão expressas na Resolução CFC 1.205/09 (NBC 
TA 220), que estabelece como o objetivo do auditor implementação 
de procedimentos de controle de qualidade no nível do trabalho que 
forneçam segurança razoável de que a auditoria está de acordo com
as normas profissionais e técnicas legais e os relatórios emitidos 
pelo auditor são apropriados nas circunstâncias.
Segundo a Resolução CFC 1.208/09 (2009, p. 4) “Trata da 
responsabilidade do auditor pela consideração de leis e 
regulamentos, não se aplicando a outros trabalhos de asseguração 
em que o auditor seja especificamente contratado para testar e 
relatar separadamente sobre a conformidade”.
O auditor deve seguir as normas de auditoria independente das 
demonstrações contábeis estabelecidas pelas Resolução do CFC 
1.211/09 (NBC TA 300), a qual trata do planejamento e supervisão, 
procedimentos de auditoria, papeis de trabalho, fraude e erros, os 
riscos de auditoria, amostragem e etc.
O risco da auditoria é a possibilidade do auditor vir a emitir uma 
opinião tecnicamente errada sobre as demonstrações contábeis pelo
efeito de erros ou irregularidades existentes não detectadas no seu 
exame. Segundo os autores Franco e Marra (2001, p.61) “o risco de 
auditoria deve ser elaborada com base em dois níveis: em nível 
geral, considerando todo o sistema contábil e de controle interno da 
empresa e o nível especifico que refere-se aos saldos de contas em 
particular”.
Attie (2009, p. 61) ressalta “Aplicação dos procedimentos de 
auditoria refere-se aos testes que serão aplicados para determinar a
amplitude do trabalho”. Deve ser realizada através de provas 
seletivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e 
volume das operações, cabendo ao auditor, com base na análise de 
riscos de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a
amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de 
convicção que sejam válidos para o todo. Podendo ser tanto testes 
de observância como substantivos.
O auditor deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os 
elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam 
ter sido a auditoria executada de acordo com as normas aplicáveis. 
Franco e Marra (2001, p. 66) “Os papéis de trabalho devem ter 
abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciar o 
entendimento e o suporte da auditoria executada”.
Deve anexar junto aos papéis de trabalho, todos os documentos 
fornecidos pela empresa e que representam alguma utilidade na 
avaliação das demonstrações contábeis, devendo certificar-se de 
sua exatidão.
O auditor deve obter carta de responsabilidade da administração 
que evidencie a responsabilidade da mesma quanto as informações,
dados e a preparação e apresentação das demonstrações contábeis
submetidas aos exames de auditoria. A carta deve ser emitida com 
a mesma data do parecer do auditor sobre as demonstrações 
contábeis a que ela se refere.
Franco e Marra (2001, p. 71) afirmam “Devem ser executados 
alguns procedimentos como, discussão com a administração da 
entidade, obtenção de carta dos advogados da entidade quanto a 
existência de contingências na época de execução dos trabalhos 
finais”.
3- Normas relativas ao parecer do auditor: essas normas servem 
para verificar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de 
auditoria aceitas e se as demonstrações contábeis examinadas 
estão apresentadas de acordo com os princípios de contabilidade e 
normas contábeis, expressando a opinião do auditor sobre as 
demonstrações.
Conforme Attie (2009, p.75) “O parecer deve identificar as 
demonstrações contábeis sobre as quais o auditor expressa sua 
opinião, indicando o nome da entidade, as datas e períodos a que 
correspondem”. O auditor irá mencionar as responsabilidades da 
administração pela preparação e conteúdo das demonstrações 
contábeis, e as suas responsabilidades o qual é responsável pela 
opinião expressa sobre essas que representa objeto dos seus 
exames, declarando se os procedimentos foram efetuados de 
acordo com as normas de auditoria.
O título deve ser específico de modo a ajudar o leitor a identificar a 
área de trabalho do auditor. O parecer deve ser endereçado 
conforme determina o trabalho e as exigências. Em condições 
normais é dirigido aos acionistas, cotistas ou sócios, mas em 
circunstâncias próprias é dirigido ao contratante do serviço. Deve-se
evitar seu envio à pessoas da companhia.
Araujo et al (2008, p.296) “o parecer de auditoria deve mencionar 
claramente a opinião do auditor sobre a situação orçamentária, 
patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as 
mutações e variações do patrimônio liquido”. A opinião pode ser 
expressa afirmativa ou negativamente sobre as demonstrações 
contábeis da entidade auditada.
O parecer de auditoria é assinado em nome da organização que a 
realizou, ou em nome do auditor, ou de ambos e deve conter o 
número do registro no Conselho Regional de Contabilidade. Na data
do parecer, este deverá corresponder ao de conclusão dos trabalhos
na entidade auditada, objetivando informar ao usuário que foi 
considerado o efeito sobre as demonstrações contábeis e a sua 
opinião.
O auditor assume ao emitir seu parecer, responsabilidade técnico- 
profissional perante a comunidade. Sua opinião deve ser expressa 
em um documento, de forma clara e objetiva sobre as 
demonstrações contábeis e se foram elaboradas de acordo com 
práticas contábeis adotadas no Brasil.
Perez Jr (1998, p.19): “Salvo declaração em contrário, entende-se 
que o auditor considera satisfatórios os elementos contidos nas 
demonstrações examinadas e nas exposições informativas 
constantes das notas que as acompanham”.
2.2 PARECER DE AUDITORIA
O parecer de auditoria é a opinião manifestada ou declarada pelo 
auditor em decorrência dos exames nas demonstrações contábeis. 
Nele o auditor informa aos administradores, sócios, investidores e 
demais interessados nas informações contábeis, de forma clara e 
objetiva, sua opinião concordando ou não com os fatos divulgados, 
apresentando as respectivas razões.
Para Franco e Marra (2001, p. 528) “Os pareceres emitidos por 
auditores independentes, variam de amplitude, forma e conteúdo de 
acordo com a natureza do exame executado, do alcance dos 
procedimentos efetuados, dos fins que se destinam.”
A auditoria interna possui como vantagem a existência de um 
departamento que exerce permanente controle, prévio, 
concomitante e consequente dentro da própria organização. A 
desvantagem é o risco dos funcionários do departamento de 
auditoria sejam envolvidos pela rotina de trabalho e só examinem 
aquilo que é oferecido para exame.
O parecer representa o produto final do trabalho do auditor, por meio
dele assume sua responsabilidade pelas demonstrações financeiras 
auditadas.
Segundo Araújo et al (1964, p.294) “O parecer compõe-se de três 
parágrafos: o referente a identificação das demonstrações e à 
definição das responsabilidades da administração e dos auditores, o
relativo à extensão dos trabalhos e o que expressa a opinião sobre 
as demonstrações contábeis”.
2.2.1 Estrutura do Parecer
O parecer de um auditor contém alguns elementos básicos na sua 
elaboração, conforme segue Resolução 830/98 do CFC:
- titulo: deve para informar sobre o assunto que se trata;
- destinatário: administração, acionistas, sócios ou as pessoas 
interessadas;
- 1º parágrafo introdutório: defina como principal objetivo distinguir, 
de forma clara, as responsabilidades da administração e as do 
auditor;
- 2º parágrafo de extensão: onde são descritas a natureza e a 
extensão dos exames realizados, bem como as limitações da 
auditoria para um correto entendimento de sua função;
- 3º parágrafo de opinião: o auditor se reporta a respeito da 
adequação das demonstrações contábeis auditadas, porém sem 
garantir ou assegurar a exatidão das mesmas. Deve conter 
expressões como “em nossa opinião”, para representar o resumo 
dos exames aplicados, de modo a confirmar todas informações 
constantes no parecer, sobre as demonstrações contábeis em todos
os aspectos relevantes, estando de acordo com as praticas 
adotadas no Brasil.
O auditor deverá mencionar as responsabilidades da administração 
e as suas, conforme Franco e Marra (2001, p.530) “a administração 
é responsável pela preparação e pelo conteúdo das demonstrações 
contábeis, o auditor é responsável pela opinião que expressa objeto 
dos seus exames”. Lembrando que o auditor declara que o exame 
foi efetuado de acordo com as normas de auditoria.
Poderão ocorrer situações em que haverá necessidade de menção 
de mais de uma data ou atualização da data original. Nessas 
condições, o auditor poderá optar por uma das alternativas, estender
os trabalhos até a data do novo evento ou emitir o parecer com data 
dupla.
2.2.2 Tipos de Parecer
O parecer representa o produto final do trabalho do auditor, ele é o 
instrumento pelo qual o auditor dá conhecimento aos usuários da 
informação contábil, do resultado do seu trabalho expresso, por 
meio da opinião contida no parecer, de forma clara e objetiva sobre 
as demonstrações contábeis.
O parecer classifica-se segundo a natureza da opinião: que pode 
ser: parecer sem ressalva, com ressalva, parecer adverso, e com 
abstenção de opinião.
Parecer sem ressalva: Este parecer é conciso, mencionado somente
o indispensável, conforme determinado pelas normas de auditoria.
Perez Jr (1998, p. 97) declara que “o parecer sem ressalva indica 
que o auditor está convencido de que as demonstrações contábeis 
foram elaboradas consoantes as disposições contidas no item 1 da 
NBC T 11, em todos os aspectos relevantes”.
Este é emitido quando o auditor não tem ressalvas com relação às 
demonstrações contábeis, expressando a situação patrimonial e 
financeira da entidade, elaboradas conforme os princípios 
fundamentais de contabilidade, normas brasileiras de contabilidade 
e a legislação específica. Tendo havido alterações em 
procedimentos contábeis, os efeitos foram adequadamente 
determinados e revelados nas demonstrações contábeis, assim não 
é requerida nenhuma referencia no parecer.
No caso de discordância com a administração a respeito do 
conteúdo e a forma de apresentação das demonstrações poderá 
conduzir à opinião com ressalva ou à opinião adversa com 
esclarecimentos para as devidas interpretações. A limitação na 
extensão do trabalho deve conduzir à opinião com ressalva ou à 
abstenção de opinião.
Os desvios apurados pelo auditor, não acatados pela administração,
representam divergências o qual deverá decidir sobre os efeitos no 
seu parecer. Entretanto se faz necessário limitação na extensão do 
parecer segundo os autores Franco e Marra ( 2001, p. 537) “ o 
auditor somente pode emitir parecer sem ressalva quando seu 
exame foi realizado de acordo com as normas de auditoria... a 
existência de limitações no seu trabalho, pode obrigá-lo a emitir 
parecer com ressalva ou com abstenção de opinião”.
Parecer com ressalva: O parecer com ressalva é aquele emitido 
pelo auditor quando uma ou mais informações não refletem 
adequadamente a posição patrimonial e financeira, de acordo com 
os princípios fundamentais de contabilidade, ou quando o auditor 
não consegue obter evidências suficientes que permitem a 
comprovação de valores.
Attie (2009, p. 79) afirma: “o parecer com ressalva é emitido quando 
o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição 
na extensão do trabalho não é de tal grandeza que requeira parecer 
adverso ou abstenção de opinião”.
Algumas circunstâncias no parecer determinam a ressalva e os 
efeitos sobre as demonstrações, dentre as elas: quebra de 
consistência, inobservância de princípios contábeis, divulgação 
inadequada, falta de comprovantes suficientes ou válidos, 
contingência ou incerteza material, controle interno deficiente e 
registros contábeis incompletos ou inadequados.
No caso da emissão de um parecer com ressalva, Almeida (2010, p.
419) explica que o parágrafo da opinião deve ser alterado de forma 
a deixar clara a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situação 
patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do 
patrimônio liquido, os fluxos de caixa e os valores adicionados, se 
esse efeito puder ser razoavelmente determinado.
É necessário utilizar as expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou 
“com exceção de” quando referir aos efeitos do assunto objeto da 
ressalva. Quando houver restrições sobre os procedimentos, pelo 
cliente ou pelas circunstâncias, podem conduzir a um parecer com 
ressalva. A as razões significativas para ressalvas, devem ser 
descritas no relatório.
Parecer adverso: No parecer adverso, o auditor emite opinião 
quando as demonstrações contábeis não estão adequadamente 
representadas, de tal importância que comprometam o conjunto das 
demonstrações de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade.
Segundo Cook e Winkle (1983, p. 111) “ao emitir um parecer 
adverso, o auditor deve divulgar amplamente todos os motivos de 
sua decisão e as consequências desta para as demonstrações 
contábeis”.
Quando da emissão do parecer adverso o auditor descreve, em um 
ou mais parágrafos intermediários, anteriores ao parágrafo da 
opinião, nas datas e períodos indicados, os motivos e a natureza 
das divergências que suportam sua opinião adversa, bem como os 
principiais efeitos sobre a posição patrimonial e financeira e o 
resultado do exercício ou período.
Quando o auditor não consegue realizar exames necessários para 
ter a compreensão adequada das demonstrações contábeis para 
poder expressar sua opinião, ele emite o parecer com abstenção de 
opinião.
Parecer com abstenção de opinião: O parecer com abstenção de 
opinião é aquele que o auditor deixa de emitir opinião na extensão 
dos trabalhos quando houver limitações significativas sobre as 
demonstrações contábeis por não ter comprovação suficiente para 
fundamentá-la.
O auditor tem que declarar todos os aspectos em que seu exame 
não cumpriu os procedimentos necessários ao alcance da auditoria, 
bem como os motivos determinantes de seu descumprimento. Não 
deve referir-se aos procedimentos que executou.
No caso de limitações significativas, o auditor indicará claramente os
procedimentos omitidos e descrever à as circunstâncias de tal 
limitação. Além disso, são requeridas algumas alterações no modelo
de parecer: substituição da sentença “examinamos(...)” por “fomos 
contratados para auditar as demonstrações contábeis”; a eliminação
da sentença do primeiro parágrafo “nossa responsabilidade é a de 
expressar opinião sobre essas demonstrações contábeis” e a 
eliminação do parágrafo de extensão.
Franco e Marra (2001, p. 568) sugerem “no parágrafo final do 
parecer, o auditor deve mencionar claramente que os exames não 
foram suficientes para permitir a emissão de opiniãosobre as 
demonstrações contábeis por não estarem de acordo com os 
princípios fundamentais de contabilidade”.
A abstenção de opinião não elimina a responsabilidade do auditor 
de mencionar qualquer desvio relevante que normalmente seria 
incluído como ressalva no parecer e que, todavia, possa influenciar 
a decisão do usuário dessas demonstrações.
O auditor deverá elaborar seus relatórios e pareceres de auditoria 
sempre com imparcialidade e fundamentado em papéis de trabalho, 
pois se em algum momento seu trabalho for questionado, poderá 
exibir os documentos que fundamentaram sua opinião.
Tendo em vista o esforço empreendido para que as demonstrações 
contábeis elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas
no Brasil, sejam iguais àquelas elaboradas de acordo com as 
normas internacionais e como as diferenças remanescentes são 
pontuais, o auditor independente para enfatiza esse assunto, de 
forma a alertar os usuários, incluiu modelo de parágrafo de ênfase a 
ser adaptado à situação específica e adicionado após a opinião para
atender a CVM.
3. Técnica de Análise e Interpretação dos Dados
A técnica de análise de conteúdo configura-se como uma ferramenta
de compreensão da construção de significados, utilizada com ênfase
na interpretação de textos e dados. Assim, assegura o caráter de 
um método de investigação que tem por finalidade a descrição 
objetiva, sistemática do conteúdo manifesto. A aplicação dessa 
técnica dá-se pela adoção de uma sequências de três etapas 
organizadas para o tratamento dos dados de pesquisa, quais sejam:
a pré-análise das entidades, a análise do material coletado e o 
tratamento dos resultados.
As unidades de análise envolvidas no estudo são os pareceres dos 
auditores independentes selecionados para o estudo, individual ou 
conjuntamente investigados.
Segundo Beuren (2003, p.138), a análise consiste em “isolar os 
temas de um texto coletado e extrair as partes utilizáveis e 
correlacionáveis ao problema de pesquisa, para permitir a 
comparação com outros textos escolhidos do mesmo modo”.
Da confrontação das informações resulta a aderência ou a não 
aderência aos pontos normativos.
|ANÁLISE DOS CONTEÚDOS |
|1.Empresas de Auditoria |5.Parecer sem Ressalva |
|2.Respeito à Estrutura (básica) do Parecer NBC T 11- IT 5 |
6.Parecer com Ressalva |
|3.Responsabilidades |7.Limitação na extensão (ressalvas) |
|3.Data e Local do Parecer |8.Parágrafo de ênfase NBC T 11.3.7 |
Quadro 1: Análise dos Conteúdos. Fonte: Dados extraídos e 
adaptados das normas de auditoria do CFC
Em outras palavras, conforme pode ser observada no Quadro 1, é 
realizada por meio de ordenação sequencial dos itens constantes da
norma de auditoria: Norma Brasileira de Contabilidade (NBCT) T 11,
relacionadas ao trabalho.
A respeito da limitação das técnicas de análise dos dados destaca-
se que sua aplicação é dotada de elementos da interpretação do 
pesquisador relativamente aos pontos da norma de auditoria e aos 
próprios dados pesquisados. A restrição é devido a compreensão do
pesquisador em relação à norma e ao conteúdo dos relatórios 
pesquisados e leva a limitar as evidências conforme sua 
interpretação.
Reduzindo ao máximo a limitação, fez-se uso da abordagem 
qualitativa, de modo a apresentar o entendimento obtido para se 
chegar às conclusões.
3.1 EMPRESAS AUDITADAS E EMPRESAS DE AUDITORIA
Assim a Tabela 1, apresentada adiante elenca as organizações, as 
empresas de auditoria e os responsáveis pela realização dos 
trabalhos, de acordo com os critérios estabelecidos.
Tabela 1 – Relação das Empresas Estudadas
|Empresa |Empresa de Auditoria |Auditores |
|1 - Celul Irani S.A |Deloitte Touche Tohmatsu |Roberto Wagner 
Promenzio |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC-2 SP011609/0-8/F-RS |CRC- 1SP-0868438/0-9/S/RS |
|2 - Klabin S.A |Deloitte Touche Tohmatsu |Gilberto Grando |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC Nº2 SP 011609/O-8 |CRC Nº1 |
|3 - Suzano Papel e Celulose S.A |Ernst & Young Terco |Antonio 
Carlos Fioravante |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP015199/O-6-F-BA |CRC 1SP184971/O-0/W-BA |
| | | |
| | |Alexandre Rubio |
| | |Contador |
| | |CRC 1SP 223361/O-2/S-BA |
|4 - Fibria Celulose S.A |PricewaterhouseCoopers |Carlos Eduardo 
G. Mendonça |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP000169/O-5 |Crc 1sp196994/O-3-“S” SP |
|5 - Cia de Melhoramentos de São Paulo |Audirmar |Wagner Mer |
| |Auditores Independentes S.C |Diretor |
| |CRC 2SP00982P/0-0 |CT- CRC 1SP184973/O-0 |
|6 - Suzano Holding S.A |Ernst & Young Terco |Antonio Carlos 
Fioravante |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP015199/O-6 |CRC 1SP184971/O-0 |
|7 - Santher Fab. De Papel Sta. Terezinha |PricewaterhouseCoopers
|Wander Rodrigues Teles |
|S.A |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP000169/O-5 |CRC 1DF005919/O-3-“S”-SP |
|8 - Tekno S.A |KPMG |Wagner Bottino |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP014428/0-6 |CRC 1SP19907/O-7 |
|9 - Panatlântica S.A |DRS |Valter Dall`Agnol |
| |Auditores Independentes |Sócio Responsável |
| |CRC RS-4.230 |CRC RS-43.306 |
|10 - Siderurgia J.L Aliperti S.A |SACHO |Hugo Francisco Sacho |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP017676/O-8 |CRC 1SP124067/O-1 |
|11 - Usinas Sid de Minas Gerais S.A – |PricewaterhouseCoopers |
Carlos Augusto da Silva |
|USIMINAS |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC 2SP000169/O-5 |CRC 1SP197007/O-2-“S”- MG |
|12 - Cia de Ferros Ligas da Bahia FEBRASA |Deloitte Touche 
Tohmatsu |Ruti Amaral Ramos |
| |Auditores Independentes |Contadora |
| |CRC Nº2 SP 011609/O-8 |CRC 1RJ 048044/O-8-“T”- BA |
|13 - Cia Siderurgia Nacional |KPMG |Anselmo Neves Macedo |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC SP 014428/O-6 F- RJ |CRC SP- 160482/O-6 S |
|14 - Gerdau S.A |Deloitte Touche Tohmatsu |Roberto Wagner 
Promenzio |
| |Auditores Independentes |Contador |
| |CRC Nº2 SP 011609/O-8 |CRC 1SP 088438/O-9-“S”- RJ |
Fonte: Elaborada pela autora
Conforme análise feita na tabela 1,constatado que das 14 (quatorze)
empresas auditadas, 4 (28,57%) são auditadas pela Deloitte Touche
Tohmatsu Auditores Independentes, sendo contadores diferentes 
para as análises, e apenas 1 (um) contador responsável por duas 
empresas. A empresa PricewaterhouseCoopers Auditores 
Independentes foi responsável por auditar 3 (21,42%) empresas. As 
empresas Ernst & Young Terco Auditores Independentes S.S e 
KPMG Auditores Independentes auditaram 2 (14,28)% empresas 
cada, com contadores responsáveis diferentes para cada 
companhia, o que percebe-se a predominância de empresas de 
auditoria multinacionais.
As demais empresas foram responsáveis por apenas uma 
organização para auditar e publicar seus pareceres.
A Deloitte é uma das maiores empresas do mundo prestadora de 
serviços profissionais de auditoria, possui mais de 700 escritórios 
em 150 países contando com 120.000 profissionais. No Brasil, é 
uma das maiores empresas de serviços profissionais nesta área. Os
serviços de auditoria contribuem para oferecer credibilidade às 
demonstrações financeiras da entidade, permitindo que investidores,
acionistas e todos os agentes de mercado reconheçam o valor real 
de sua empresa e propiciem maior solidez ao ambiente de negócios.
Como já exposto, existem indícios para a inferência de que as 
empresas brasileiras que participam do mercado acionário no 
exterior buscam serem auditadas por empresas reconhecidas 
internacionalmente, visando oferecer mais credibilidade e obter 
maior confiabilidade quanto à correção dos resultados 
apresentados.
3.2 ESTRUTURA DO PARECER
Por sua vez, foram elencados algumas empresas em setores 
diferentes, para comparação dos tipos de pareceres, e se estão de 
acordo com as normas da NBCT 11.3 que diz respeito as normas do
parecer do auditores externos.
Tabela 2- Estrutura do Parecer
|Empresa |Tipo de |1º |2º |3º |Data |Responsável |
| |Parecer |Parágrafo |Parágrafo |Parágrafo | | |
|1 - Celul Irani S.A |Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |29/02/2012 |SIM |
|3 - Suzano Papele Celulose |Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |
23/03/2012 |SIM |
|S.A | | | | | | |
|5 - Cia de Melhoramentos de |Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |
02/03/2012 |SIM |
|São Paulo | | | | | | |
|7 - Santher Fab. De Papel |Com Ressalva |SIM |SIM |SIM |
30/03/2012 |SIM |
|Sta. Terezinha S.A | | | | | | |
|9 - Panatlântica S.A |Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |03/02/2012 |
SIM |
|11 - Usinas Sid de Minas |Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |
06/03/2012 |SIM |
|Gerais S.A – USIMINAS | | | | | | |
|13 - Cia Siderurgia Nacional|Sem Ressalva |SIM |SIM |SIM |
26/03/2012 |SIM |
Fonte: Elaborada pela autora
Na análise feita nos setores de metalurgia, siderurgia e aço e ferro 
das empresas com ações negociadas na Bovespa, foi constado que 
apenas 3 pareceres contém ressalva na forma da opinião dos 
auditores responsáveis, as demais têm seu parecer publicados sem 
ressalva, sempre seguindo as normas do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) e a estrutura do parecer do auditor 
independente na Resolução 820/97, fica bem explícito a forma que 
tem que ser o parecer, juntamente com a NBCT 11.3 que retrata as 
normas do parecer do auditores independentes.
A norma NBCT 11.3 descreve o parecer em sua estrutura, que deve 
conter 3 parágrafos, e a composição dos mesmos, o primeiro 
parágrafo que refere-se à identificação das demonstrações 
contábeis e à definição das responsabilidades da administração e 
dos auditores. O segundo parágrafo refere-se à extensão dos 
trabalhos, o terceiro parágrafo refere-se à opinião sobre as 
demonstrações contábeis, podendo ter um parágrafo de ênfase ou 
exceção (ressalva).
Nas empresas auditadas, todos os auditores seguiram as normas e 
a estrutura proposta, cada um no seu estilo e forma diferente de 
expressar sua opinião e ao final do parecer colocando local e data 
com veracidade ao que foi relatado e auditado.
3.3 ESTRUTURA DOS PARÁGRAFOS
3.3.1 Parágrafo referente à identificação das demonstrações
As normas de auditoria independente definem que o auditor deve 
obter evidências ou provas suficientes e adequadas para 
fundamentar sua opinião sobre as demonstrações contábeis 
auditadas. No primeiro parágrafo define as responsabilidades da 
administração e dos auditores referente à identificação das 
demonstrações contábeis.
Tabela 3 – Estrutura do 1º Parágrafo – Introdução
|Empresa |Normas |1º Parágrafo |
|1 - Celul Irani S.A |Nome da Empresa |Celulose Irani S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|2 - Klabin S.A |Nome da Empresa |Klabin S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|3 - Suzano Papel e Celulose S.A |Nome da Empresa |Suzano Papel
e Celulose S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|4 - Fibria Celulose S.A |Nome da Empresa |Fibria Celulose S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|5 - Cia de Melhoramentos de São Paulo |Nome da Empresa |Cia de
Melhoramentos de São Paulo |
| | |Acionistas/ Administradores |
| |Destinatário |SIM |
| |Demons. Individual/Consolidada |31/12/2011 |
| |Época de Levantamento |SIM |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa | |
|6 - Suzano Holding S.A |Nome da Empresa |Suzano Holding S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|7 - Santher Fab. De Papel Sta. |Nome da Empresa |Santher Fab. de
Papel Sta. Terezinha |
|Terezinha S.A | |Acionistas/ Administradores |
| |Destinatário |SIM |
| |Demons. Individual/Consolidada |31/12/2011 |
| |Época de Levantamento |SIM |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa | |
|8 - Tekno S.A |Nome da Empresa |Tekno S.A Ind e Comércio |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|9 - Panatlântica S.A |Nome da Empresa |Panatlântica S.A |
| |Destinatário |Acionistas / Diretores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|10 - Siderurgia J.L Aliperti S.A |Nome da Empresa |Siderurgica J.L 
Alpireti S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|11 - Usinas Sid de Minas Gerais S.A – |Nome da Empresa |Usinas 
Siderurgicas de Minas Gerais S.A – |
|USIMINAS | |USIMINAS |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|12 - Cia de Ferros Ligas da Bahia |Nome da Empresa |Cia de Ferro 
Ligas da Bahia – FERBASA |
|FEBRASA | |Acionistas / Diretores |
| |Destinatário |SIM |
| |Demons. Individual/Consolidada |31/12/2011 |
| |Época de Levantamento |SIM |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa | |
|13 - Cia Siderurgia Nacional |Nome da Empresa |Companha 
Siderúrgica Nacional |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
|14 - Gerdau S.A |Nome da Empresa |Gerdau S.A |
| |Destinatário |Acionistas/ Administradores |
| |Demons. Individual/Consolidada |SIM |
| |Época de Levantamento |31/12/2011 |
| |Mutuações do PL/ Fluxo de Caixa |SIM |
Fonte: Elaborada pela autora
De acordo com NBCT 11.3, Resolução 830/98, referente ao parecer 
dos auditores independentes, sendo usado para interpretação 
técnica, visa explicitar as normas de auditoria independentes das 
demonstrações contábeis denominada parecer.
No primeiro parágrafo foi verificado que as empresas em análise 
seguiram a estrutura do parecer dos auditores independentes, 
descrevendo a quem o parecer foi dirigido, seguido da cidade em 
que foi feita a auditoria.
O parecer em condições normais é dirigido aos acionistas, diretores 
e administração, os quais contrataram o serviço e todas as 
empresas remeteram seus pareceres aos contratantes dos serviços.
Todas as empresas analisadas tiveram a época do levantamento do 
balanço patrimonial na mesma data, seguindo a obrigatoriedade do 
Conselho Federal de Contabilidade.
No parágrafo em análise foram examinadas as demonstrações 
financeiras e consolidadas de cada companhia e as suas 
respectivas mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, 
sendo que todas elas tiveram análise em suas respectivas 
empresas.
4.3.2 Parágrafo referente à extensão dos trabalhos
Nessa etapa, a análise dos pareceres visa observar o planejamento 
dos trabalhos realizados avaliando as práticas e estimativas 
contábeis. Na execução de seu trabalho o auditor deve ter em 
mente a influência que os fatos relevância ou materialidade e os 
riscos relativo exercem sobre a aplicação dos procedimentos de 
auditoria.
A Resolução nº 321/72, entende por fator relevância ou 
materialidade a maior importância de um fato ou de um elemento em
particular, em relação ao objetivo do exame ao parecer do auditor.
Por fator risco relativo, entende-se o maior ou menor risco que pode 
emergir da natureza ou valor das operações examinadas, devido à 
carência ou à deficiência nos elementos comprobatórios das 
demonstrações contábeis.
Tabela 4 – Estrutura do 2º Parágrafo referente a Realização dos 
Trabalhos
|Empresa |Normas |2º Parágrafo |
|1 - Celul Irani S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|2 - Klabin S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dosregistros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|3 - Suzano Papel e Celulose S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM
|
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|4 - Fibria Celulose S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|5 - Cia de Melhoramentos de São Paulo |Planejamento dos 
Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|6 - Suzano Holding S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|7 - Santher Fab. De Papel Sta. Terezinha |Planejamento dos 
Trabalhos | |
|S.A |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis |SIM |
| | | |
|8 - Tekno S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|9 - Panatlântica S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|10 - Siderurgia J.L Aliperti S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|11 - Usinas Sid de Minas Gerais S.A – |Planejamento dos Trabalhos
|SIM |
|USIMINAS |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|12 - Cia de Ferros Ligas da Bahia FEBRASA |Planejamento dos 
Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|13 - Cia Siderurgia Nacional |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
|14 - Gerdau S.A |Planejamento dos Trabalhos |SIM |
| |Constatação dos registros |SIM |
| |Avaliação das práticas e das estimativas |SIM |
| |contábeis | |
Fonte: Elaborada pela autora
Na análise feita na tabela 4, observou-se que todos os pareceres 
seguiram a Resolução 830/98 do CFC, onde os exames 
compreenderam o planejamento dos trabalhos, considerando a 
relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil 
e de controles internos da empresa.
A constatação dos procedimentos, com base em testes, das 
evidências e dos registros que suportam os valores e as 
informações contábeis divulgados e a avaliação das práticas e das 
estimativas contábeis mais representativas adotadas pela 
administração da entidade, bem como da apresentação das 
demonstrações contábeis tomadas em conjunto.
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de 
acordo com as normas de auditoria. Normas de auditoria significam 
aquelas emitidas ou aprovadas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade. Na ausência de disposições específicas, prevalecem 
as normas já consagradas pela profissão contábil, formalizadas ou 
não pelos seus organismos próprios.
4.3.3 Parágrafo referente à opinião
O parecer deve expressar, claramente, a opinião do auditor sobre as
demonstrações contábeis da entidade se representam 
adequadamente ou não, em todos os aspectos relevantes.
Tabela 5 – Estrutura do 3º Parágrafo – Conclusão
|Empresa |Normas |3º Parágrafo |
|1 - Celul Irani S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|2 - Klabin S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|3 - Suzano Papel e Celulose S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|4 - Fibria Celulose S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|5 - Cia de Melhoramentos de São Paulo |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |NÃO |
| |financeiro (IFRS) | |
|6 - Suzano Holding S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|7 - Santher Fab. De Papel Sta. Terezinha |Opinião |Com Ressalva |
|S.A |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |NÃO |
| |financeiro (IFRS) | |
|8 - Tekno S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|9 - Panatlântica S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|10 - Siderurgia J.L Aliperti S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|11 - Usinas Sid de Minas Gerais S.A – |Opinião |Sem Ressalva |
|USIMINAS |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|12 - Cia de Ferros Ligas da Bahia FEBRASA |Opinião |Sem 
Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|13 - Cia Siderurgia Nacional |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
|14 - Gerdau S.A |Opinião |Sem Ressalva |
| |Práticas adotadas no Brasil |SIM |
| |Normas internacionais de relatório |SIM |
| |financeiro (IFRS) | |
Fonte: Elaborada pela autora
Mediante a quantificação realizada na tabela 5, pode-se dizer que 
100% das empresas verificadas seguiram as práticas adotadas no 
Brasil e, por conseguinte obedeceram as normas internacionais de 
relatório financeiro.
Entre as empresas auditadas, 7,14% tiveram seu parecer com 
ressalva, e as demais entidades publicaram seu parecer sem 
ressalva. Dentre eles, existe a justificativa elaborada pelo auditor 
externo.
De acordo com a análise feita na entidade Santher Fábrica de Papel
Sta Terezinha S.A, a base para uma opinião com ressalva, foi que a 
companhia tem saldo de debêntures e empréstimos com cláusulas 
restritivas financeiras que não foram cumpridas pela mesma na 
data-base das demonstrações financeiras, tornando as debêntures e
os empréstimos exigíveis antecipadamente, a critério das 
contrapartes. Embora a companhia tenha obtido a renúncia dos 
direitos de requerer o vencimento antecipado das dívidas, o CPC 
requer que os efeitos dessa renúncia sejam reconhecidos de forma 
prospectiva nas demonstrações contábeis. Consequentemente, a 
companhia deveria ter reclassificado para o passivo circulante as 
parcelas registradas o passivo não circulante de debêntures e 
empréstimos. Assim, o passivo circulante e o passivo não circulante 
estariam apresentados no montante correto e mais próximo da 
realidade.
4.3.4 Ênfase
Na hipótese do emprego de parágrafo de ênfase segundo a 
Resolução 1.203/09 da NBCT 11.3.7, o parecer permanece na 
condição de parecer sem ressalva. Quando ocorrer a incerteza em 
relação a fato relevante, que poderá afetar a posição patrimonial e 
financeira da entidade, bem como o resultado das suas operações, 
o auditor deve adicionar um parágrafo de ênfase, fazendo referência
à nota explicativa da administração, que deve descrever de forma 
mais extensa, a natureza, e quando possível, o efeito da incerteza.
Tabela 6 – Ênfase
|Empresa |Diferença no IFRS |Outros |
|1 - Celul Irani S.A |Avaliação do Investimento |------------ |
|2 - Klabin S.A |Avaliação do Investimento |------------ |
|3 - Suzano Papel e Celulose S.A |Avaliação do Investimento |
Auditoria dos valores ao exercício |
| | |anterior |
|4 - Fibria Celulose S.A |Avaliação do Investimento |Auditoria dos 
valores ao exercício |
| | |anterior |
|6 - SuzanoHolding S.A |Avaliação do Investimento |Auditoria dos 
valores ao exercício |
| | |anterior |
|7 - Santher Fab. De Papel Sta. Terezinha |-------------- |Transação de
vendas de crédito |
|S.A | | |
|8 - Tekno S.A |Avaliação do Investimento |------------ |
|9 - Panatlântica S.A |Avaliação do Investimento |------------ |
|10 - Siderurgia J.L Aliperti S.A |Avaliação do Investimento |------------
|
|11 - Usinas Sid de Minas Gerais S.A – |Avaliação do Investimento 
|------------ |
|USIMINAS | | |
|12 - Cia de Ferros Ligas da Bahia FEBRASA |Avaliação do 
Investimento |------------ |
|13 - Cia Siderurgia Nacional |Avaliação do Investimento |
Negociação no Brasil e exterior |
Fonte: Elaborada pela autora
O parágrafo de ênfase serve para o auditor colocar um assunto 
apresentado ou divulgado nas demonstrações contábeis, que 
segundo seu entendimento, é fundamental para o entendimento dos 
usuários. Este só poderá ser incluído no relatório se o auditor tiver 
obtido evidências de auditoria suficiente e apropriada de que não 
houve distorção no assunto.
Dentre as empresas auditadas, a Cia Melhoramentos de São Paulo 
e a Gerdau S.A, na emissão do parecer não tiveram ênfase, pois em
todos os dados analisados não tiveram nenhuma circunstância que 
houvesse necessitada a existência de incerteza, aplicação 
antecipada na nova norma contábil.
Nas demais empresas, as demonstrações financeiras individuais 
foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no 
Brasil. Diferenciando do IFRS, aplicável às demonstrações 
financeiras separadas, somente no que se refere à avaliação dos 
investimentos controladas pelo método de equivalência patrimonial, 
enquanto que para fins de IFRS seria custo ou valor justo.
A Santher Fábrica de Papel Sta. Terezinha S.A, no seu parágrafo de
ênfase chama a atenção onde as demonstrações financeiras que 
divulgam transação com parte relacionada referente à venda de 
créditos gerando ganho em 2011 no montante de R$ 10.164 mil, 
líquido dos efeitos tributários, ficando a opinião não ressalvada 
nesse assunto.
5 Conclusão
A auditoria exerce um papel de grande importância no mercado 
financeiro, expressando de forma clara e objetiva, por meio do 
parecer dos auditores independentes, sua opinião sobre a 
adequação em todos os aspectos importantes, da posição 
patrimonial e financeira das demonstrações contábeis da empresa 
auditada.
Na pesquisa desenvolvida, observou-se uma forte concentração do 
mercado das empresas de auditoria internacionais, para 
acompanhar o andamento das atividades das organizações com 
ações negociadas na Bovespa, fato este que também ocorre em 
outros mercados financeiros.
Tem-se que as quatro principais empresas mundiais de auditoria 
detêm participação majoritária na responsabilidade pela emissão do 
parecer de auditoria das empresas pesquisadas. Assim, cada vez 
mais empresas brasileiras têm procurado abrir seu capital para o 
mercado e negociar suas ações na bolsa de valores (Bovespa), 
conforme a pesquisa realizada, a tendência é que as empresas 
brasileiras de auditoria venham a ter reduzidas suas participações 
na emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis de 
companhias abertas.
A Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) tornou obrigatória 
a divulgação das Demonstrações Financeiras, para as companhias 
abertas, ou seja, aquelas que têm ações negociadas na Bolsa de 
Valores. Dispõe também sobre a atuação da CVM, visando proteger 
os acionistas em geral.
Analisados os pareceres emitidos pela auditoria independente 
acerca das demonstrações contábeis de companhias com registro 
na Bovespa, relativas ao período de 2011, pode-se concluir que 
estas empresas estão respeitando, nos seus aspectos relevantes, 
as normas contábeis brasileiras e as internacionais, nas 
demonstrações publicadas.
Verificou-se a predominância do parecer sem ressalva, sendo que 
em média apenas 7,14% dos pareceres contêm ressalva e 85,71% 
contêm parágrafos de ênfase.
Dentre os motivos mais freqüentes dos pareceres com ressalva, 
verificou-se a presença da limitação de trabalho e da impossibilidade
de formar opinião. Fato que pode justificar dificuldades nos 
procedimentos de auditoria em ampliar o trabalho ou limitação no 
tempo de execução dos procedimentos necessários e emissão do 
parecer de auditoria, principalmente nas empresas, que tem prazos 
reduzidos para a divulgação de relatórios e convocação de reuniões 
e assembléias.
Nos parágrafos de ênfase, verificou-se um número elevado de 
indicações das demonstrações financeiras com déficit na avaliação 
dos investimentos, segundo International Financial Reporting 
Standards (IFRS), deveriam ser avaliados pelo custo e não valores 
justos, alerta ainda da auditoria ao fato de que não estão sendo 
efetuado ajustes nas demonstrações contábeis para o caso de 
descontinuidade.
Este estudo teve objetivo de avaliar a adequação dos pareceres de 
auditora emitidos, suas classificações segundo as normas de 
auditoria citados na NBTC. Entre os dois tipos de pareceres 
encontrados na pesquisa, foram observados motivos que ora se 
apresentam com ressalva, ora com parágrafo de ênfase, havendo 
uniformidade nos pareceres.
No decorrer do estudo, detectou-se a necessidade de continuidade 
da pesquisa visando uma ampliação dos dados analisados, bem 
como a utilização de outros fatores não considerados. De fato, as 
internacionalizações dos pareceres contábeis e de auditoria 
viabilizam melhor entendimento das divergências ainda existentes e 
soluções alternativos para sua redução.
Nesse sentido, com o propósito de contribuir para a ampliação das 
pesquisas na área de auditoria, sugere-se que os novos estudos 
analisem a qualidade das informações contábeis e dos serviços 
prestados pelas auditorias para aquelas empresas classificadas 
como sociedades de grande porte e o efeito da convergência das 
normas brasileiras às normas internacionais sobre a qualidade da 
auditoria.
6. Referências
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completo. 7º ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ANDRADE, Maria Marguarida. Introdução à metodologia do trabalho
científico. 9º ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos et al. Auditoria Contábil: enfoque 
teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008.
ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 4º ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
BEUREN, I. M. Como elaborar trabalhos monográficos em 
contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2003.
COOK, John W e WINKLE, Gary M. Auditoria: filosofia e técnica. 1º 
ed. São Paulo: Saraiva, 1983.
FRANCO, Hilário e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4º ed. São 
Paulo: Atlas, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5º ed. 
São Paulo: Atlas, 1999.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia 
do trabalho cientifico. 6º ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MARQUES, Heitor Romero et al. Metodologia da pesquisa e do 
trabalho cientifico. Campo Grande: UCBS, 2006.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 
3º ed. São Paulo: Atlas, 1999.
PEREZ JR, Jose Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis:
normas e procedimentos. 2º ed. São Paulo: Atlas, 1998.
Sites das Normas Profissionais dos Auditores Independentes, 
segundo o Conselho Federal de Contabilidade:
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
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http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
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http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2003/000986 acessado em 12/09/2012.
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2009/001203 acessado em 17/10/2012.
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2009/001205 acessado em 17/10/2012.
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?
Codigo=2009/001208 acessado em 17/10/2012.
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Codigo=2009/001211 acessado em 17/10/2012.

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