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Prévia do material em texto

2014
AuditoriA e 
ControlAdoriA
Prof. Luciano Fernandes
Prof. Valdecir Knuth
Copyright © UNIASSELVI 2014
Elaboração:
Prof. Luciano Fernandes
Prof. Valdecir Knuth
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
657.45
F363a Fernandes, Luciano
 Auditoria e controladoria / Luciano Fernandes, Valdecir 
Knuth. 
 Indaial : Uniasselvi, 2014. 
 291 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-861-2
 1. Auditoria 
 2. Controladoria
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
III
ApresentAção
Caro(a) acadêmico(a)!
Diz o provérbio chinês que “podemos escolher o que semear, mas somos 
obrigados a colher aquilo que plantamos”.
Plantamos para você a semente do conhecimento na disciplina de 
Auditoria e Controladoria e, você poderá, ao fim da Unidade 3, colher os 
melhores frutos que conseguir.
Tenha certeza de uma coisa! Você está se preparando para uma das profissões 
mais valorizadas nos tempos atuais. Esta área de Auditoria e Controladoria é 
uma das principais e mais atuantes em atividade nas organizações, pois além 
da sua visão holística de todos os processos de negócio, possui competências e 
habilidades multidisciplinares para atuar no ponto nevrálgico que mais impacta 
na eficiência e eficácia das organizações, o processo de gestão.
A Auditoria vem experimentando no campo profissional uma 
expressiva evolução nos últimos anos e possibilita um aumento substancial de 
conhecimentos que envolvem, direta ou indiretamente, a contabilidade e os 
demais setores de uma empresa.
Para tanto, iniciaremos a Unidade 1 com o estudo do surgimento e 
evolução da auditoria, seus principais conceitos e os aspectos que envolvem 
a profissão de auditor. Conheceremos a importância das normas específicas 
da auditoria, bem como as formas de se encaminhar um trabalho nesta área 
de acordo com a realidade da organização que será auditada. Finalizando, 
conheceremos a fase final do trabalho do auditor, que é a comunicação dos 
resultados, transmitidos por meio de diversos tipos de relatórios e modelos de 
recomendações.
Na Unidade 2 abordaremos a controladoria e sua relação com o processo 
de gestão das organizações, considerando que a visão holística proporcionada 
pela controladoria requer conhecimento sistêmico, observando a empresa como 
sistema aberto e dinâmico. Também estamos levando a você a avaliação e uso 
dos procedimentos da auditoria no sistema de controle interno. Além disso, 
estudaremos a importância dos controles internos e da gestão da informação para 
a controladoria e, ainda, os princípios relacionados à governança corporativa.
Para finalizar, na Unidade 3 trataremos os conceitos básicos de 
controladoria, com o seu processo natural e evolutivo, a sua estrutura conceitual à 
luz da ciência, as funções que a controladoria deve exercer e as atribuições e o perfil 
do profissional controller. Ainda apresentaremos a estrutura organizacional, 
discutindo a controladoria como órgão formal do sistema empresa, dotado de 
objetivos e missão, e como a ciência se materializa nas organizações através das 
funções de controladoria.
Bons estudos!
Prof. Luciano Fernandes e Prof. Valdecir Knuth
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os 
seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que 
possuem o código QR Code, que é um código que 
permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1: AUDITORIA GERAL .................................................................................................. 1
TÓPICO 1: ORIGENS DA AUDITORIA ......................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3
2 ELEMENTOS HISTÓRICOS DA AUDITORIA NO MUNDO ................................................ 3
3 AUDITORIA NO BRASIL ............................................................................................................... 5
4 CONCEITUAÇÃO ............................................................................................................................. 7
5 O AUDITOR E A AUDITORIA....................................................................................................... 8
5.1 A PROFISSÃO ............................................................................................................................ 8
5.2 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ................................................................................... 9
5.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL DO AUDITOR .......................................................... 10
5.4 ÉTICA PROFISSIONAL ......................................................................................................... 11
5.5 RELAÇÕES HUMANAS E O AUDITOR ......................................................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2: NORMAS DE AUDITORIA .......................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 NORMAS DE AUDITORIA GERALMENTE ACEITAS ........................................................... 19
3 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS PROFISSIONAIS DE AUDITORIA NO BRASIL .............. 19
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 49
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 50
TÓPICO 3: RELATÓRIOS DO AUDITOR E MODELOSDE RECOMENDAÇÕES .............. 53
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 53
2 TIPOS DE RELATÓRIOS ................................................................................................................. 53
3 DISTRIBUIÇÃO DO RELATÓRIO ................................................................................................ 55
4 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO ................................................................................................. 55
5 MODELOS DE RECOMENDAÇÕES PARA RELATÓRIO DA AUDITORIA ..................... 60
5.1 DISPONIBILIDADES (CAIXA, BANCOS E APLICAÇÕES) ................................... 60
5.1.1 Boletins de caixa ................................................................................................................... 60
5.1.1.1 Inexistência de boletins auxiliares de caixa ......................................................... 62
5.1.2 Saldos bancários ................................................................................................................... 62
5.1.2.1 Saldos de aplicação financeira ............................................................................... 63
5.2 CONTAS A RECEBER ............................................................................................................ 63
5.2.1. Relatório das contas a receber ........................................................................................... 63
5.3 ADIANTAMENTOS E OUTROS CRÉDITOS ................................................................ 64
5.4 ATIVO IMOBILIZADO .......................................................................................................... 65
5.5 CONTAS A PAGAR ................................................................................................................. 67
5.6 DESPESAS .................................................................................................................................. 68
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 69
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 73
VIII
UNIDADE 2: CONTROLES INTERNOS ......................................................................................... 77
TÓPICO 1: ENFOQUE SISTÊMICO E O SISTEMA-EMPRESA ................................................ 79
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 79
2 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DE SISTEMA ................................................................... 79
3 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO E DINÂMICO ........................................................ 84
4 OS SUBSISTEMAS DO SISTEMA-EMPRESA ........................................................................... 88
5 FUNÇÃO CONTROLADORIA INSERIDA NO SISTEMA DE GESTÃO ............................ 96
5.1 PROCESSO DECISÓRIO ....................................................................................................... 98
5.2 MODELO DE GESTÃO E O PROCESSO DE GESTÃO............................................... 101
5.2.1 Planejamento ........................................................................................................................ 106
5.2.1.1 Processo de planejamento ...................................................................................... 107
5.2.1.2 Planejamento estratégico ........................................................................................ 111
5.2.1.3 Planejamento tático ................................................................................................. 134
5.2.1.4 Planejamento operacional ...................................................................................... 134
5.2.1.5 Estudo de caso: orçamento empresarial da empresa Controlatudo Ltda. ...... 138
5.2.2 Execução ................................................................................................................................ 150
5.2.3 Controle ................................................................................................................................. 151
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 158
TÓPICO 2: CONTROLES INTERNOS ............................................................................................. 161
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 161
2 ELEMENTOS DO CONTROLE INTERNO .................................................................................. 161
3 AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO .................................................................................. 165
3.1 UTILIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
 NA AVALIAÇÃO DOS CONTROLES INTERNOS ...................................................... 167
3.1.1 Aplicação de questionários dirigidos ............................................................................... 168
3.1.2 Montagem de planilhas de controle.................................................................................. 169
3.1.3 Fluxogramação dos procedimentos das atividades ........................................................ 171
4 A MUDANÇA NOS ENFOQUES DOS CONTROLES GERENCIAIS ................................... 173
5 O AUDITOR E AS PREVENÇÕES CONTRA FRAUDE ............................................................ 173
6 CONTROLE INTERNO EM PROCESSAMENTO DE DADOS .............................................. 178
6.1 SEGURANÇA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES................................................ 181
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 185
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 187
TÓPICO 3: GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................................................... 191
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 191
2 CONCEITO DE ACCOUNTABILITY E SUA RELAÇÃO COM A CONTROLADORIA ..... 192
3 TEORIA DA AGÊNCIA .................................................................................................................... 195
3.1 PROBLEMAS DE AGÊNCIA ................................................................................................ 197
3.2 CUSTOS DE AGÊNCIA .......................................................................................................... 198
3.3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÕES ................................................................................... 198
4 GOVERNANÇA CORPORATIVA ................................................................................................. 201
4.1 GOVERNANÇA CORPORATIVA NO BRASIL ............................................................ 203
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 205
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 208
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 210
IX
UNIDADE 3: CONTROLADORIA................................................................................................... 213
TÓPICO 1: ASPECTOS HISTÓRICOS DA CONTROLADORIA .............................................. 215
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 215
2 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE E O SURGIMENTO DA CONTROLADORIA ........ 216
3 DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE GERENCIAL
 E A CONTROLADORIA .................................................................................................................. 218
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 222
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 223
TÓPICO 2: ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTROLADORIA ......................................... 227
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 227
2 ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DE CONTROLADORIA ........................................... 228
3 DEFINIÇÃO E OBJETO DA CONTROLADORIA ..................................................................... 230
3.1 DEFINIÇÃO DA CONTROLADORIA ............................................................................ 230
3.2 OBJETO DA CONTROLADORIA ...................................................................................... 233
4 A CONTROLADORIA E O RELACIONAMENTO COM AS ÁREAS AFINS ..................... 235
5 SUBDIVISÕES DA CONTROLADORIA ..................................................................................... 237
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 238
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 239
TÓPICO 3: ESTRUTURA FUNCIONAL DA CONTROLADORIA ........................................... 243
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 243
2 ATIVIDADES E FUNÇÕES DA CONTROLADORIA ............................................................... 244
3 O PROFISSIONAL CONTROLLER NAS ORGANIZAÇÕES .................................................. 250
3.1 PERFIL DA FUNÇÃO ............................................................................................................ 252
3.2 ATRIBUIÇÕES DO CONTROLLER .................................................................................... 255
4 RELAÇÃO ENTRE CONTROLADORIA VERSUS CONTROLE INTERNO ........................ 256
5 RELAÇÃO ENTRE CONTROLADORIA VERSUS AUDITORIA
 INTERNA E FUNÇÃO DE CONTROLE INTERNO .................................................................. 258
6 FUNÇÕES DE CONTROLADORIA E TESOURARIA .............................................................. 260
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 261
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 263
TÓPICO 4: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA CONTROLADORIA ............................. 267
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 267
2 A UNIDADE ORGANIZACIONAL CHAMADA CONTROLADORIA .............................. 268
3 MISSÃO E OBJETIVOS DA CONTROLADORIA ..................................................................... 270
4 POSICIONAMENTO NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................. 273
5 ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CONTROLADORIA ............................................................ 275
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 277
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 279
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 280
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 283
X
1
UNIDADE 1
AUDITORIA GERAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer a origem e evolução da auditoria, seus principais conceitos e os 
aspectos que envolvem a profissão de auditor;
• compreender como as normas de auditoria estão estruturadas e a impor-
tância deste conhecimento para o trabalho do auditor;
• conhecer como são elaborados os relatórios e emitidas as opiniões que 
consistem no trabalho final do auditor;
• identificar os principais tipos de relatórios (opiniões do auditor);
• identificar os principais tipos de recomendações que o auditor pode emitir 
no relatório de recomendações e ajustes;
• compreender como os relatórios de recomendações do auditor podem 
contribuir para a melhoria na qualidade do sistema de controle interno da 
empresa.
Esta Unidade está dividida em três tópicos e no final de cada um deles, você 
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – ORIGENS DA AUDITORIA
TÓPICO 2 – NORMAS DE AUDITORIA
TÓPICO 3 – RELATÓRIOS DO AUDITOR E MODELOS DE 
RECOMENDAÇÕES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ORIGENS DA AUDITORIA
1 INTRODUÇÃO
Para uma melhor compreensão da auditoria, neste primeiro tópico 
vamos conhecer a sua origem e evolução, seus principais conceitos e os aspectos 
que envolvem a sua profissão. Conheceremos a importância da qualificação 
profissional, bem como a responsabilidade social e ética do auditor perante o 
auditado e a sociedade. 
2 ELEMENTOS HISTÓRICOS DA AUDITORIA NO MUNDO
Tem-se a impressão de que a auditoria é uma área de surgimento recente 
e que foi criada apenas com a internacionalização da economia a partir da 2ª 
Guerra Mundial. 
Mas não é bem assim. Conforme Krieck (2011), praticamente a auditoria 
surgiu com a contabilidade. Ao realizar a contagem (contabilização) de 
determinado patrimônio, também se fazia a sua conferência, cuja prática era um 
sinal claro de controle patrimonial, que pode ser entendido como uma forma de 
auditoria.
Assim, a auditoria existe há mais de 4.000 anos, desde a antiga Babilônia, 
embora que somente em 1314 foi criado o cargo de auditor, na Inglaterra. 
(KRIECK, 2011).
Ainda segundo o autor, no final do século XIII, na Europa, a auditoria 
era desenvolvida através de trabalhos executados por associações profissionais: 
os Conselhos Londrinos, o Tribunal de Contas em Paris ou, ainda, o Collegio dei 
Raxonati e a Academia dei Ragionieri, na Itália. 
Mas foi com o advento do comércio marítimo que, no final do século 
XV, surgiu a necessidade de prestação de contas das receitas e dos gastos das 
expedições marítimas às Américas, Índia e Ásia (expedições em forma de joint 
ventures financiadas pelos reis, príncipes, empresários e banqueiros de Portugal, 
da Espanha, da França, da Inglaterra e da Holanda), com o objetivo de haver 
maior controle e evitar possíveis desvios de recursos financeiros.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
4
As atividades de auditoria foram se desenvolvendo e tornaram-se mais 
complexas em função da própria complexidade produtiva e comercial que o 
mundo vivenciava a partir da Revolução Industrial (1756, na Inglaterra). 
Foi com a expansão do capitalismo que surgiram as primeiras fábricas 
com o uso intensivo de capital fora da jurisdição geográfica dos proprietários, o 
que provocou a necessidade de delegação de funções, atividades e atribuições de 
responsabilidades a pessoas que controlavamou comandavam grupos de trabalho 
em outras cidades. E para evitar que qualquer tipo de desvio de recursos pudesse 
ocorrer por motivos de fraudes ou erros, criaram-se controles que auxiliavam os 
auditores na execução do seu trabalho. (KRIECK, 2011).
A partir da expansão industrial e comercial ocorrida no início do 
século XX, surgiram as grandes corporações americanas (Ford, DuPont) 
e houve uma rápida expansão do mercado de capitais nos Estados 
Unidos. A auditoria teve um avanço em 1929, quando ocorreu o crash da 
Bolsa nos Estados Unidos devido à grande depressão econômica. Neste 
período foi criado o Comitê Maycom, com a finalidade de instituir regras 
de auditoria para as empresas que tivessem ações negociadas em bolsa, 
tornando obrigatória a auditoria contábil, independente da publicação das 
demonstrações contábeis.
FONTE: Adaptado de: <www.administradores.com.br/informe-se/.../auditoria...e.../4267/>. Aces-
so em: 7 fev. 2013.
Com o Pós-Guerra, a partir de 1959 a Accounting Principles Board (APB) – 
Junta de Princípios Contábeis passou a executar as pesquisas contábeis, emitindo 
mais de 30 pronunciamentos até 1973 com o intuito de padronizar a harmonização 
contábil e de auditoria naquela época. (KRIECK, 2011).
Em 1° de junho de 1973 foi criada a Financial Accounting Standards Board 
(FASB) – Junta de Normas de Contabilidade Financeira, com o objetivo de 
determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis. Esta 
Junta criou vários pronunciamentos FASB para consolidar a harmonização das 
informações contábeis das empresas multinacionais, pois com a Europa destruída 
no período da 2ª Guerra Mundial, as empresas norte-americanas tiveram seu 
auge na internacionalização da economia. (KRIECK, 2011).
TÓPICO 1 | ORIGENS DA AUDITORIA
5
Em 1909 surgiu a primeira empresa de auditoria, a Mc-Auliffe 
Davis Bell & Co, mais tarde denominada Arthur Andersen. A segunda 
empresa que foi criada era a Price Waterhouse, incorporando a W.B. Peat 
Com a contextualização dos principais fatos que contribuíram para o 
crescimento da auditoria, é possível conhecer um pouco mais sobre a história 
da auditoria no mundo e, a partir disso, compreender o desenvolvimento da 
auditoria no Brasil.
3 AUDITORIA NO BRASIL
Em síntese, podemos elucidar os seguintes fatores que contribuíram para o 
fortalecimento da auditoria quanto à origem, evolução e organização da profissão: 
• Grandes companhias inglesas de comércio e navegação. Com o advento da marinha 
mercantil, grandes operações comerciais foram realizadas e, por conseguinte, havia a 
necessidade de maiores controles.
• A necessidade de credibilidade nos registros contábeis. Devido ao advento do comércio 
internacional, houve a necessidade da oferta do crédito, que, por consequência, era apenas 
concedido para as empresas devidamente controladas e auditadas.
• Tributação do Imposto de Renda na Inglaterra, pois o governo inglês necessitava de maiores 
controles sobre o erário público.
• Desenvolveu-se com o aparecimento das grandes empresas, com operações mais 
complexas e necessidade de maior volume de controles.
• Empresas formadas por capitais de muitas pessoas. Poderiam ocorrer conflitos de interesses, 
e para evitar que uma minoria da sociedade de capital fosse prejudicada, a auditoria tornou-se 
necessária. 
• Criação do cargo de auditor em contas públicas na Inglaterra, a partir de 1314, devido à 
necessidade do controle do governo.
• Desenvolvimento da prática sistematizada nos séculos XIX e XX, em função da Revolução 
Industrial e expansão econômica do pós-guerra.
• Surgimento do Guia Profissional de New York e do Guia Comercial inglês em 1786.
• Aparecimento das primeiras associações de contadores na Inglaterra de 1854 a 1867, e da 
Sociedade dos Contadores da Inglaterra em 1879.
• Aparecimento das primeiras associações de contadores nos Estados Unidos, de1874 a 1882, 
da American Accounting Association (AAA) em 1916 e da American Institute of Certified Public 
Accountants (AICPA) em 1886.
• Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos, em 1894.
FONTE: Floriani (2011) 
ATENCAO
A Auditoria no Brasil teve cunho relevante em função do surgimento das 
grandes corporações econômicas a partir da década de 50.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
6
& Co e a Touche, Faller & C, mais tarde Arthur Andersen S/C, já mantinha 
um escritório no Rio de Janeiro, que tinha o objetivo de fiscalizar os 
demonstrativos contábeis desde 21 de outubro de 1909. (FLORIANI, 2011).
Em 1985, o Banco Central do Brasil emitiu a Resolução nº 1.007 
- Normas Gerais de Auditoria, com o auxílio do atual Instituto dos 
Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). (FLORIANI, 2011).
FONTE: Adaptado de: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfkmQAB/auditoria-governanca-
-corporativa-online>. Acesso em: 6 fev. 2013.
As bolsas de valores de Rio de Janeiro e de São Paulo iniciaram suas 
atividades em 1876 e 1890, respectivamente. E no período pós-guerra foram 
fundados, em 1957, o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB), em 
1968, o Instituto dos Auditores Independentes (IBAI) e, em 1971, o Instituto 
Brasileiro de Contadores, atual Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 
(IBRACON), com a fusão do ICPB e do IBAI. (FLORIANI, 2011).
Em 1972, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) pronunciou-se a 
respeito dos princípios a serem seguidos sobre os procedimentos do trabalho 
do auditor, definindo as normas relativas à pessoa do auditor, à execução dos 
trabalhos e ao parecer da auditoria, pois ainda não haviam sido divulgadas 
normas que orientassem essas condutas. (FLORIANI, 2011).
Em 1976, ocorreu a normatização das práticas e dos relatórios contábeis 
com a Lei n◦ 6.404, das Sociedades por Ações, que harmonizou no âmbito nacional 
as atividades da contabilidade frente às empresas e assim determinou padrões de 
registro e de controle para viabilizar as atividades da auditoria. (FLORIANI, 2011).
Ainda em 1976 foi criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com 
a responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria 
das empresas de capital aberto, além de exercer as funções de fiscalização 
(semelhante à SEC dos Estados Unidos), pois com o advento da Lei das S.A´s isso 
se tornou necessário (FLORIANI, 2011).
FONTE: Disponível em: <www.administradores.com.br/informe-se/.../auditoria...e.../4267/>. 
Acesso em: 7 fev. 2013.
Segundo Almeida (2010, p. 4): 
Nas últimas décadas, instalaram-se no Brasil diversas empresas com 
associações internacionais e auditoria externa. Esse fato ocorreu em 
função da necessidade legal, principalmente nos Estados Unidos 
da América e da Europa, de os investimentos no exterior serem 
TÓPICO 1 | ORIGENS DA AUDITORIA
7
A apuração da falta de registros que deveriam ter sido feitos, 
por exemplo, é uma das formas de comprovar que inexiste exatidão nas 
demonstrações contábeis, principal objetivo da auditoria. 
4 CONCEITUAÇÃO
Vimos nos itens anteriores a origem e a evolução da auditoria. Agora 
vamos estudar o que vem a ser a auditoria propriamente dita. Para Crepaldi (2009, 
p. 3), “de forma bastante simples, pode-se definir auditoria como o levantamento, 
estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas 
e das demonstrações financeiras de uma entidade”.
Em outras palavras, podemos dizer que auditoria é a técnica utilizada 
para verificar e confirmar a veracidade das informações e dos registros contábeis, 
principal meio de que se vale a Contabilidade para alcançar seu fim, que é o de 
apresentar a situação da saúde econômica e financeira da empresa.
Com isto não queremos simplesmente afirmar que a ação da auditoria se 
limita em verificar aquilo que está registrado nos livros contábeis, pois a auditoria 
tem uma finalidade mais ampla e ela poderá também apurar o que foi omitido 
nos registros.
As provas extracontábeis podem ser o testemunho de pessoas ligadas à 
empresa e que possam confirmaras ações ilícitas que os gestores ou inclusive os 
próprios funcionários da empresa tenham tomado.
Quer um exemplo de uma ação ilícita e que não tenha registro contábil? 
É o caso dos juros das duplicatas pagas em atraso e cuja cobrança é feita no caixa 
da empresa em dinheiro. Pode-se colocar um carimbo de “PAGO” na duplicata 
sem mencionar o valor dos juros e como não fica registrado o valor, o próprio 
funcionário pode fraudar a empresa ficando com parte deste dinheiro. Mas há 
meios de a auditoria detectar isso, que veremos mais adiante.
auditados. Essas empresas praticamente iniciaram a auditoria no 
Brasil e trouxeram todo um conjunto de técnicas de auditoria, que 
posteriormente foram aperfeiçoadas.
Assim, o Brasil passou a assumir importantes compromissos junto às 
empresas no que se refere a órgãos fiscalizadores em contabilidade e auditoria.
FONTE: Disponível em: <www.learned.com.br/download.php?pasta=_upl/file...aidc...>. Acesso 
em: 7 fev. 2013.
Para Attie (2010, p. 5), “a auditoria é uma especialização contábil voltada 
a testar a eficiência e a eficácia do controle patrimonial implantado, com o 
objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”. O autor afirma 
que a “auditoria das demonstrações contábeis visa as informações contidas 
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
8
nessas afirmações, assim é evidente que todos os itens, formas e métodos que as 
influenciam também estarão sendo examinados”. (ATTIE, 2010, p. 5). 
Desta forma, conforme Almeida (2010, p. 34), “os procedimentos de 
auditoria representam um conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher 
as evidências sobre as informações das demonstrações financeiras”.
Assim, entende-se que o auditor deve executar procedimentos pautados 
de acordo com a sua qualificação profissional e emitir opiniões sobre as 
demonstrações contábeis à medida que investigar as evidências necessárias para 
a sua execução.
5 O AUDITOR E A AUDITORIA
A partir de agora vamos compreender um pouco mais sobre a 
regulamentação do trabalho de contabilidade, que é a formação específica para 
o profissional de auditoria. E como tal, é um trabalho realizado por profissionais 
devidamente capacitados e que possuem formação técnica para o desempenho 
da sua função com competência e acurácia.
5.1 A PROFISSÃO
A profissão de auditor não está regulamentada, então cabe ao contador, 
profissional de contabilidade formado pelos cursos de graduação em Ciências 
Contábeis, a atribuição ao direito de executar os serviços de auditoria.
Esta prerrogativa para o desempenho das atividades de auditoria é 
privativa dos contadores, sendo vedada aos técnicos em contabilidade ou outros 
profissionais de categoria diversa. 
A legislação que estabelece as normas referentes à competência profissional 
do auditor é o Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, com alterações de 
acordo com a Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010. (BRASIL, 2013).
É preciso salientar que as companhias abertas devem ser auditadas por 
auditor independente registrado na Comissão de Valores Mobiliários para o 
exercício da auditoria independente, como está conceituada nas Leis nos 6.404/76 e 
6.385/76, o qual fica subordinado às instruções da CVM, que disciplina e fiscaliza o 
mercado de capitais e legislações posteriores.
Segundo Attie (2010, p. 7), “a origem do termo auditor em português, 
muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, 
ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, 
corrigir, certificar) [...]”.
TÓPICO 1 | ORIGENS DA AUDITORIA
9
5.2 QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
O profissional de auditoria tem a incumbência de realizar atividades 
de acompanhamento, ajustes, correção e certificação dos registros contábeis 
e procedimentos contábeis adotados pela empresa e assim validar os mesmos 
perante os stakeholders.
NOTA
Stakeholders: que significa, nas palavras de Gruel, Santos e Knuth (2010 p.114), 
“grupos ou indivíduos cujos interesses são afetados pelas medidas que a organização toma”.
Assim como outras profissões, a qualificação profissional exigida de 
um auditor é a de uma pessoa com devida escolaridade, experiência necessária 
nessa função e conhecimentos em contabilidade e finanças, auditoria, ciências 
do comportamento, comunicações, sistemas e equipamentos de informática, 
economia, aspectos legais de negócios, métodos quantitativos, processo 
administrativo e atividades gerenciais. 
E ainda, atualmente, conhecimento em áreas não muito familiares para 
o auditor, tais como: processos informatizados da produção de bens e serviços, 
tecnologia de produção, automatização e robotização, práticas comerciais e de 
negócios, fatores motivacionais, entre outros.
Isso tudo para facilitar as atividades do auditor, que deve ter preparo para 
assumir atividades em qualquer ramo empresarial.
Desde o início dos estudos na universidade, o contador se relaciona com os 
problemas das áreas de seu exercício profissional e, portanto, necessita conhecer 
auditoria, sistemas de informações e de controles internos. 
Através de cursos específicos, o auditor recebe orientações para identificar-
se com os propósitos dos serviços e da profissão. E assim familiarizar-se com 
todas as nuances da profissão.
A profissão de auditor impõe aos que a ela se dedicam um trabalho 
estruturado com base nos seguintes princípios básicos:
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
10
 Capacidade técnica para rapidamente identificar possíveis problemas na 
empresa.
 Apego a estritas normas morais e éticas para assegurar a melhor qualidade das 
atividades da auditoria.
	 Independência de julgamento que lhe permite expressar-se com liberdade, ou 
seja, não ficar “preso” a situações que comprometam a idoneidade do auditor 
em nenhuma situação.
5.3 RESPONSABILIDADE SOCIAL DO AUDITOR
Todo o trabalho do auditor possui reflexo no relatório final de auditoria. 
O que basicamente caracteriza a responsabilidade da auditoria é a emissão do 
parecer (opinião) sobre as demonstrações contábeis examinadas.
É evidente que a simples emissão de um parecer, com relação à situação 
de uma determinada empresa, implica necessariamente num comprometimento 
que deve estar pautado em evidências implícitas da regularidade da situação 
examinada e da confiabilidade nos demonstrativos que foram utilizados como base 
para as pesquisas das evidências do auditor.
Com base nisso, se estabelece que a responsabilidade do auditor contábil é 
abrangente e tem em seu plano de trabalho áreas ilimitadas a serem investigadas, 
principalmente nos dias atuais, em que se divulga que para cada empresa existe 
uma forma de “hipoteca social”, cuja responsabilidade perante a sociedade 
precisa ser cumprida.
Entende-se então que a responsabilidade do trabalho do auditor 
independente está voltada ao envolvimento de interesses dos sócios e acionistas 
da empresa para que sejam protegidos e vigiados. Mas, atenção para o fato de 
que o auditor independente não é apenas um profissional liberal prestando 
serviços à diretoria de uma empresa. Ele está a serviço da verdade contábil e 
patrimonial e por isso deve zelar pelos interesses múltiplos e intrincados na 
dinâmica patrimonial, na proteção das informações da empresa.
Prosseguindo, há outros interesses em jogo. De um lado, encontram-se 
os interesses dos controladores, geralmente representados pelos diretores em 
exercício. De outro lado, os interesses dos clientes, fornecedores, financiadores e 
todos aqueles que para transacionar com a empresa precisam conhecer o potencial 
de seu patrimônio, para se certificarem do mínimo de risco aceitável dentro da 
normalidade dos negócios.
TÓPICO 1 | ORIGENS DA AUDITORIA
11
5.4 ÉTICA PROFISSIONAL
A ética, em sua expressão filosófica, começou com a filosofia no século VI 
a.C., na Grécia.
Vejamos alguns cuidados necessários ao desempenho de uma auditoria:
a) Realizar as avaliações nos locais onde os trabalhos estão sendo executados.
b) Verificar e comprovar as evidências antesde qualquer conclusão. O auditor não deve 
basear-se em opiniões ou informações recebidas de quaisquer pessoas. Deve apenas 
utilizar-se dessas informações para aprofundar evidências em casos de fraudes que ocorram 
nas empresas. 
c) Constatar as evidências como verdadeiras após a verificação de mais de uma pessoa 
integrante da equipe. É importante elaborar o relatório da auditoria em conjunto com a 
equipe, não se esquecendo de revisá-lo antes da entrega final.
d) Registrar as deficiências à medida que forem sendo encontradas, para que, no relatório de 
auditoria, possam ser relatadas com exatidão de detalhe.
e) Condições adversas que sejam encontradas durante a auditoria e que requeiram atenção 
especial devem conter relatórios prontos para corrigi-las e serem comunicadas de imediato 
aos diretores da entidade. Geralmente se encontram anormalidades nas empresas e, nesse 
caso, transmiti-las de imediato para os diretores.
f) Registrar as evidências objetivas de tal modo que não permitam dúvidas de interpretação. 
Termos como alguns, muitos, poucos, diversos etc. devem ser evitados.
g) Não fazer comentários sobre as evidências descobertas, mantendo-se o sigilo profissional. 
Entretanto, se necessário, fazê-los por códigos secretos.
h) Evitar opiniões de terceiros sobre como o serviço deve ser feito.
i) Não interromper a auditoria. Caso seja necessário, os elementos que estão sendo 
examinados devem ficar blindados, fechados ou lacrados.
j) Não esquecer que o objetivo não é somente localizar irregularidades, mas também destacar 
aspectos positivos encontrados durante a auditoria. 
k) Saber distinguir os aspectos vitais das evidências.
l) Ficar atento a ações contrárias à auditoria por parte da entidade auditada, como a ausência 
de pessoas-chave alegando doença, o prolongamento do tempo de almoço e outras atitudes 
que possam dificultar os trabalhos de auditoria.
m) Utilizar de canais de comunicação adequados e transparentes, exceto para assuntos 
sigilosos.
ATENCAO
IMPORTANT
E
Ética é conceituada como o ramo da filosofia que estuda o que é moralmente 
bom ou mal, certo ou errado.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
12
No uso popular, o termo ética diz respeito aos princípios de conduta que 
orientam o indivíduo ou grupo de indivíduos, o que na realidade é definido por 
moral.
A ética ou moralidade das pessoas ou grupos sociais não consiste 
simplesmente naquilo que elas fazem costumeiramente, mas naquilo que elas 
pensam o que é correto fazer, ou são obrigadas a isso.
Tomemos, por exemplo, o caso do auditor contábil, que está incumbido 
de auditar as contas da empresa de um parente seu. Esse auditor estará agindo 
de acordo com suas crenças e podendo dizer sim ou não para esta tarefa. Mas o 
comportamento esperado do auditor é que o mesmo recuse o serviço. 
De acordo com a ética, esse auditor deverá solicitar a sua exclusão da tarefa 
a ele incumbida comunicando as razões ao gerente de auditoria. O seu gerente, 
sob o enfoque da ética profissional, deverá substituí-lo, mostrando à sociedade 
que a empresa de auditoria está agindo de acordo com os procedimentos éticos.
No caso do auditor aceitar a tarefa de auditar as contas de seu parente, 
este tipo de atitude pode ser contraditório às opiniões de outros indivíduos, 
chamamos isso de dilema. O dilema implica que a ação de determinado indivíduo 
ou um grupo social contrariou aquilo que determinada sociedade acredita ser o 
comportamento adequado para aquela situação. 
Vejamos o caso da história de Robin Hood: analisando as suas ações como 
saqueador, elas apresentam enorme ausência moral. Se analisarmos os motivos 
que o levaram a agir daquela maneira (o sofrimento do povo em consequência da 
tirania de um soberano), tal comportamento pode ser moralmente aceito.
Sabemos que a humanidade está em constante transformação. O 
comportamento humano muda ao longo da vida das pessoas, e estas alterações 
são em decorrência da evolução tecnológica ou ascensão ao poder de pessoas com 
novas formas de pensamento.
A ética geral se constitui de normas pelas quais o indivíduo estabelece 
uma conduta pessoal adequada. A ética profissional nada mais é que uma divisão 
especial da ética geral e dela o profissional recebe normas específicas de conduta 
UNI
A moral é a aprovação do comportamento humano, através dos princípios de 
conduta ética. Seria como dizer: a prática da teoria. A moral são as atitudes dos indivíduos e 
a ética é a ciência que estuda esses comportamentos.
TÓPICO 1 | ORIGENS DA AUDITORIA
13
5.5 RELAÇÕES HUMANAS E O AUDITOR
em questões que refletem responsabilidade para com a sociedade, com os clientes 
e com outros membros de sua profissão, assim como com a própria pessoa. A 
profissão de auditor se autoimpôs um código de ética bastante rígido.
Conforme Attie (2010), os princípios éticos que regem a profissão do 
auditor independente são os seguintes: 
 Independência, integridade e objetividade: deve manter sua integridade e 
objetividade e, quando exercer a auditoria, ser independente daqueles a quem 
presta serviços.
	Competência e padrões técnicos: deve observar os padrões técnicos 
profissionais e esforçar-se continuamente para tornar-se mais competente e 
melhorar a qualidade de seus serviços.
	Responsabilidade perante o auditado: deve ser justo e honesto com 
seus auditados e servi-los o melhor que puder, cuidando de defender 
profissionalmente os interesses desses clientes, de forma condizente com as 
responsabilidades que tem para com o público.
	Responsabilidade perante os colegas: deve conduzir-se de maneira a promover 
a cooperação e o bom relacionamento entre os membros de sua profissão.
 Outras responsabilidades e práticas: deve conduzir-se de modo a elevar o 
nível de sua profissão e sua capacidade de servir ao público.
O auditor, em seu trabalho, deverá ter sempre em mente que nas relações 
humanas (em seu significado mais amplo, o estabelecimento e/ou a manutenção de 
contato entre pessoas), quer seja dentro de sua própria empresa ou departamento 
como fora dele quando se dirige à empresa que o contratou, poderão ou não estar 
presentes atitudes que vão de acordo com os princípios éticos. Na ausência dessas 
atitudes, o que resulta é um clima de ressentimento, resistência, incompreensão, 
falta de colaboração e iniciativa. Enfim, uma atmosfera que não conduz a um 
aproveitamento positivo na relação que se estabelece. Isso prejudicará a condução 
de seu plano de trabalho, trará um consequente mal-estar, além de péssima 
imagem que deixará perante o auditado.
No caso de o auditor manifestar a prática de relações humanas assentada no 
princípio do reconhecimento dos seres humanos dotados de uma personalidade 
própria que merece ser respeitada, ele, auditor, conseguirá conduzir o seu 
trabalho e terá a cooperação daqueles que estão dentro deste contexto.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
14
O auditor deverá sempre reconhecer que cada um de seus colegas, chefe 
e subordinado, mais do que simples executor de uma tarefa, é um ser humano e 
como tal deve ser tratado.
A relação humana é condição básica para um resultado positivo do 
trabalho do auditor. Em síntese, presume-se uma atitude que envolve uma 
compreensão mútua e sincera dos sentimentos e anseios que todo ser humano 
leva consigo. Sentimentos e anseios estes que deverão estar presentes em todo 
trabalho do auditor, qualquer que seja o nível de formação intelectual das pessoas 
com as quais irá tratar.
15
Chegamos ao final do tópico 1. Faremos uma revisão do que estudamos 
até agora.
• A auditoria existe há mais de 4.000 anos, desde a antiga Babilônia, embora que 
somente em 1314 foi criado o cargo de auditor, na Inglaterra.
• A prática sistematizada da auditoria começou a desenvolver-se nos séculos 
XIX e XX, em função da Revolução Industrial e da expansão econômica do 
pós-guerra.
• A auditoria no Brasil teve cunho relevante em função do surgimento das 
grandes corporações econômicas, a partir da década de 50.
• Em 1976 ocorreu a normatizaçãodas práticas e dos relatórios contábeis com a 
Lei n◦ 6.404, das Sociedades por Ações, que harmonizou no âmbito nacional 
as atividades da contabilidade frente às empresas e assim determinou padrões 
de registro e de controle para viabilizar as atividades da auditoria.
• Pode-se conceituar auditoria como um controle gerencial que funciona por 
meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia dos controles da empresa. 
E não é só isso, também a auditoria deve ser entendida como a atividade de 
assessoramento à administração para medir o desempenho das atribuições 
definidas para cada área da empresa, mediante a aplicação das diretrizes 
políticas e objetivos determinados.
• A ética profissional nada mais é que uma divisão especial da ética geral, e dela 
o profissional recebe normas específicas de conduta em questões que refletem 
responsabilidade para com a sociedade, com os clientes e com outros membros 
de sua profissão, assim como com a própria pessoa.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 Assinale a alternativa CORRETA:
 Devido ao advento do comércio internacional, houve a necessidade da 
oferta do crédito, que, por consequência, era apenas concedido somente a 
determinadas empresas com:
a) ( ) Contabilidade implantada.
b) ( ) Uma situação econômica viável.
c) ( ) Devidamente controladas e auditadas.
d) ( ) Determinados procedimentos contábeis, porque a auditoria ainda não 
 existia.
2 Assinale a alternativa CORRETA:
 Em 1976, foi criada a Lei n◦ 6.404, das Sociedades por Ações, que normatizou 
as práticas e os relatórios contábeis. Qual a consequência desta lei para a 
auditoria?
a) ( ) Normatizou a profissão do auditor.
b) ( ) Harmonizou no âmbito nacional as atividades da contabilidade frente 
às empresas e assim determinou padrões de registro e de controle 
para viabilizar as atividades da auditoria.
c) ( ) Fez com que o Conselho Federal de Contabilidade se pronunciasse a 
respeito dos princípios a serem seguidos sobre os procedimentos do 
trabalho do auditor.
d) ( ) Permitiu que surgisse a primeira empresa de auditoria no país.
3 Assinale a alternativa CORRETA:
 A auditoria pode ser conceituada da seguinte forma:
a) ( ) Como um controle gerencial que funciona por meio de medição 
e avaliação da eficiência e eficácia dos controles da empresa. Além 
disso, pode ser entendida como uma atividade de assessoramento à 
administração para medir o desempenho das atribuições definidas 
para cada área da empresa, mediante a aplicação das diretrizes 
políticas e objetivos determinados.
b) ( ) É um ramo da ciência usado no estudo da verificação de relatórios 
analíticos da contabilidade.
c) ( ) É uma área da contabilidade que apenas se preocupa em apurar 
fraudes nas empresas.
d) ( ) É uma área da economia que presta serviços de controle.
AUTOATIVIDADE
17
4 Assinale a alternativa CORRETA:
 Existem alguns princípios éticos que regem a profissão do auditor 
independente. Dentre eles podemos citar o seguinte:
a) ( ) Atender às exigências do auditado quanto ao resultado da auditoria. 
b) ( ) Evitar emitir pareceres contrários à empresa auditada para terceiros.
c) ( ) Independência, integridade e objetividade. 
d) ( ) Interpretar e decidir suas próprias normas nos encaminhamentos dos 
serviços de auditoria.
5 Assinale a alternativa CORRETA:
 A auditoria precisa de alguns cuidados no desempenho de sua função. Um 
deles é o seguinte:
a) ( ) Condições adversas que sejam encontradas durante a auditoria e que 
requeiram atenção especial devem conter relatórios prontos para fazer 
denúncias. 
b) ( ) Realizar as avaliações fora dos locais onde os trabalhos estão sendo 
executados.
c) ( ) Registrar as deficiências à medida que forem sendo encontradas, para 
que no relatório de auditoria possam ser relatadas com exatidão de 
detalhe. 
d) ( ) Ouvir opiniões de terceiros sobre como o serviço deve ser feito.
18
19
TÓPICO 2
NORMAS DE AUDITORIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
As normas de auditoria têm a função principal de serem instrumentos de 
padronização dos exames, com a finalidade de evitar distorções nas análises. Desta 
forma, determinam as condições básicas que devem ser observadas pelo auditor 
no exercício da sua profissão. A forma como estas normas estão estruturadas e 
a profundidade com que são determinadas é o que vamos estudar neste tópico.
2 NORMAS DE AUDITORIA GERALMENTE ACEITAS
Segundo Crepaldi (2009, p. 208), “essas normas determinam a estrutura 
dentro da qual o auditor decide sobre o que é necessário à elaboração de um exame 
de demonstrações financeiras, à realização do exame e à redação do relatório”.
Então, Normas de Auditoria são instrumentos de padronização dos 
exames de auditoria, de forma que não ocorram distorções em determinados 
tipos de análises. É inadequado cada auditor proceder as suas análises de acordo 
com suas próprias interpretações.
3 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS PROFISSIONAIS DE 
AUDITORIA NO BRASIL
No exercício de suas funções, o auditor deve observar determinadas 
normas profissionais estabelecidas e aprovadas pelas entidades responsáveis 
pela regulamentação e fiscalização da atividade. No Brasil, estas entidades 
responsáveis são:
• Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
• Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON).
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
• Banco Central do Brasil (BACEN).
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
20
• Instituto dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA).
• Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Além disso, Crepaldi (2009, p. 55) coloca que “[...] muitos auditores estão 
sujeitos aos regulamentos do American Institute of Certified Public Accountants 
(AICPA), que exerce considerável autoridade sobre seus membros e sobre a 
profissão de auditor independente”.
As normas profissionais representam as condições mínimas necessárias 
a serem observadas pelos auditores no desenvolvimento de seus serviços, e são 
dividi das em três partes:
• Normas relativas à pessoa do auditor.
• Normas relativas à execução do trabalho.
• Normas relativas ao parecer do auditor externo independente.
a) Normas profissionais de auditoria relativas à pessoa do auditor
Estas normas dizem respeito à natureza pessoal e às qualificações do 
auditor, estabelecendo as normas éticas e morais que, conforme Almeida (2010, 
p. 16), são as seguintes:
• a auditoria deve ser executada por pessoa legalmente habilitada, 
perante o CRC;
• o auditor deve ser independente em todos os seus assuntos 
relacionados com seu trabalho;
• o auditor deve aplicar o máximo de cuidado e zelo na realização do 
seu exame e na exposição de suas conclusões.
IMPORTANT
E
Estas normas estabelecem as atitudes profissionais do auditor, a obrigatoriedade 
de ter registro em um órgão de classe devidamente reconhecido para o desempenho do 
exercício da sua profissão. Também é necessário não estar “preso” a relações de parentesco 
ou amizade, pois isso não garante a integridade do trabalho executado, sendo que o auditor 
deve zelar por toda a qualidade das informações analisadas e auditadas.
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
21
As normas relativas à pessoa do auditor estão subdivididas em duas 
categorias, que são as seguintes:
● Normas profissionais do auditor externo independente: foram regulamentadas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade em 17 de dezembro de 1997, pela 
Resolução CFC nº 821/97, que aprovou a NBC P 1 - Normas Profissionais de 
Auditor Independente. 
● Normas profissionais do auditor interno: foram regulamentadas pelo Conselho 
Federal de Contabilidade em 24 de março de 1995, pela Resolução CFC nº 
781/95, que aprovou a NBC P 3 - Normas Profissionais do Auditor Interno. Essa 
resolução elencou as seguintes normas relativas à pessoa do auditor interno:
• competência técnico-profissional;
• autonomia profissional;
• responsabilidade do auditor interno na execução dos trabalhos;
• relacionamento com profissionais de outras áreas;
• sigilo;
• cooperação com o auditor independente.FONTE: Disponível em: <http://www.apcontabilidade.com.br/artigos/auditoria.htm>. Acesso em: 
7 fev. 2013.
b) Normas profissionais de auditoria relativas à execução do trabalho
Tais normas foram regulamentadas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
em 17 de dezembro de 1997, pela Resolução CFC nº 820/97, que aprovou a NBC 
T 11 - Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis. Essa 
resolução elencou as seguintes normas de execução dos trabalhos:
• planejamento da auditoria;
• relevância;
• risco de auditoria;
• supervisão e controle de qualidade;
• estudo e avaliação do sistema contábil e de controles internos;
• aplicação dos procedimentos de auditoria;
• documentação da auditoria;
• continuidade normal das atividades da entidade;
• amostragem;
• processamento eletrônico de dados (PED);
• estimativas contábeis;
• transações com partes relacionadas;
• transações e eventos subsequentes;
• carta de responsabilidade da administração;
• contingências.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
22
As normas do trabalho no campo determinam o que podemos chamar 
de mecanismo de execução do exame. Almeida (2010, p. 16-17) define-as como 
“normas relativas à execução do trabalho” e as descreve da seguinte forma:
o trabalho deve ser adequadamente planejado; quando executado 
por contabilistas-assistentes, estes devem ser convenientemente 
supervisionados pelo auditor responsável;
o auditor deve estudar e avaliar o sistema contábil e o controle interno 
da empresa, como base para determinar a confiança que neles pode 
depositar, como fixar a natureza, a extensão e a profundidade dos 
procedimentos de auditoria a serem aplicados;
os procedimentos de auditoria devem ser estendidos e aprofundados 
até a obtenção dos elementos comprobatórios necessários para 
fundamentar o parecer do auditor. (ALMEIDA, 2010, p. 16-17).
Estes mecanismos de execução do trabalho é que determinam a 
profundidade do exame de auditoria a ser realizado e estabelecem os elementos 
comprobatórios para que o auditor possa fundamentar sua opinião no relatório 
final de auditoria.
c) Normas relativas ao parecer do auditor externo independente
As normas do parecer têm a premissa de determinar a profundidade dos 
exames a serem realizados, a natureza da auditoria realizada, dentre outros.
Podemos dizer que estas normas determinam o alcance da opinião 
formulada e devem atender aos seguintes requisitos:
o parecer deve esclarecer: (1) se o exame foi efetuado de acordo com as 
normas de auditoria geralmente aceitas; (2) se as demonstrações contábeis 
examinadas foram preparadas de acordo com os princípios fundamentais 
de contabilidade; (3) se os referidos princípios foram aplicados, no 
exercício examinado, com uniformidade em relação ao exercício anterior;
salvo declaração em contrário, entende-se que o auditor considera 
satisfatórios os elementos contidos nas demonstrações contábeis 
examinadas e nas exposições informativas constantes das notas que as 
acompanham;
o parecer deve expressar a opinião do auditor sobre as demonstrações 
contábeis tomadas em conjunto. Quando não se puder expressar opinião 
sem ressalvas sobre todos os elementos contidos nas demonstrações 
contábeis e nas notas informativas, devem ser declaradas as razões que 
motivaram esse fato. Em todos os casos, o parecer deve conter indicação 
precisa da natureza do exame e do grau de responsabilidade assumida 
pelo auditor. (ALMEIDA, 2010, p. 17).
Neste sentido, as normas do parecer dos auditores independentes 
estabelecem que esses pareceres (opiniões dos auditores) devem expressar a 
situação econômica e financeira da empresa e salvaguardar o interesse dos 
investidores.
A seguir, apresentamos a síntese de alguns pontos da Resolução n◦ 
1.203/2009, que trata dos objetivos gerais do auditor independente e a condução 
da auditoria em conformidade com normas de auditoria.
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
23
RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.203/09
Aprova a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente 
e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. 
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas 
atribuições legais e regimentais,
CONSIDERANDO o processo de convergência das Normas Brasileiras de 
Contabilidade aos padrões internacionais;
CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade é membro 
associado da IFAC – Federação Internacional de Contadores;
CONSIDERANDO a Política de Tradução e Reprodução de Normas, 
emitida pela IFAC em dezembro de 2008; 
CONSIDERANDO que a IFAC, como parte do serviço ao interesse público, 
recomenda que seus membros e associados realizem a tradução das suas 
normas internacionais e demais publicações; 
CONSIDERANDO que mediante acordo firmado entre as partes, a IFAC 
autorizou, no Brasil, como tradutores das suas normas e publicações, o 
Conselho Federal de Contabilidade e o IBRACON – Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil;
CONSIDERANDO que a IFAC, conforme cessão de direitos firmada, 
outorgou aos órgãos tradutores os direitos de realizar a tradução, publicação 
e distribuição das normas internacionais impressas e em formato eletrônico, 
RESOLVE: 
Art. 1º Aprovar a NBC TA 200 – “Objetivos Gerais do Auditor 
Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas 
de Auditoria”, elaborada de acordo com a sua equivalente internacional 
ISA 200.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor nos exercícios iniciados em ou 
após 1º de janeiro de 2010.
Art. 3º Aplicam-se as normas atualmente vigentes para os trabalhos 
de auditoria de exercícios iniciados antes de 1º de janeiro de 2010.
Art. 4º Observado o disposto no artigo anterior, ficam revogadas, a 
partir de 1º de janeiro de 2010, as Resoluções CFC nºs. 820/97, 830/98, 836/99, 
953/03, 981/03, 1.012/05, 1.022/05, 1.024/05, 1.029/05, 1.035/05, 1.036/05, 
1.037/05, 1.038/05, 1.039/05, 1.040/05 e 1.054/05, publicadas no D.O.U., Seção 
I, de 21/1/98, 21/12/98, 2/3/99, 3/2/03, 11/11/03, 25/1/05, 22/4/05, 9/5/05, 6/7/05, 
22/9/05, 22/9/05, 22/9/05, 22/9/05, 22/9/05, 22/9/05 e 8/11/05, respectivamente. 
Brasília, 27 de novembro de 2009.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
24
O trabalho do auditor apresentado no parecer do auditor independente é 
a parte em que o público poderá conhecer e avaliar a competência do seu trabalho 
e a sua responsabilidade legal assumida sobre o conteúdo exposto. Chama-se 
“função de certificar” a responsabilidade que os auditores têm em atestar a 
fidelidade e fidedignidade dos relatórios contábeis. Pode-se dizer que o parecer é 
um atestado fundamentado nos conhecimentos especializados de contabilidade 
e auditoria em conformidade com as normas de auditoria. 
O parecer padrão, geralmente, possui três parágrafos, nos quais deverão 
declarar que foram adotados os princípios fundamentais de contabilidade, se 
esses princípios foram aplicados uniformemente, se a divulgação foi realizada 
de forma correta, e qual é o grau de responsabilidade assumido pelo auditor em 
relação às demonstrações contábeis. 
O Parecer do Auditor Independente é o documento elaborado pelo 
auditor para expressar, de forma clara e objetiva, obedecendo às características 
estabelecidas em normas específicas de auditoria, sua opinião sobre as 
demonstrações contábeis auditadas. Mediante o parecer, o auditor assume 
responsabilidade de ordem técnico-profissional, inclusive publicamente. 
Normalmente, o parecer é enviado aos acionistas, cotistas ou sócios, ao 
conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outro órgão equivalente. 
Contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim
Presidente
Ata CFC nº. 931
Fonte: Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codgo=2009/001203>. 
Acesso em: 22 set. 2012.
DICAS
Para a leitura completa da Resolução CFC nº 1.203/09, acesse o link: <http://
www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2009/001203>.
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
25
No parecer devem constar o nome da entidade auditada, a identificação 
das demonstrações contábeis sobre as quaiso auditor expressa a sua opinião e as datas 
e períodos a que correspondem. O contador responsável pelos trabalhos deve ter seu 
número de registro no Conselho Regional de Contabilidade, assinar e datar o parecer. Se a 
auditoria foi realizada por empresa especializada, o nome e o número de registro cadastral 
no Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer. A data do 
parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.
ATENCAO
Os principais tipos de pareceres de auditor independente são classificados 
em:
● Opinião não modificada.
− Opinião sem ressalva.
● Opinião modificada.
− Opinião com ressalva.
− Opinião adversa.
− Abstenção de opinião.
Veremos a seguir cada tipo de opinião, separadamente. 
d) Relatório/parecer do auditor independente com opinião sem ressalva 
É o tipo de parecer usado quando o auditor não tem dúvidas das 
demonstrações financeiras auditadas. O primeiro e o segundo parágrafo 
destinam-se à apresentação do escopo do parecer. É o momento em que o auditor 
informa o objetivo e o tipo de exame que foi realizado pelo auditor. No terceiro 
parágrafo, o auditor expressa sua opinião sobre o trabalho auditado. Salienta-
se que, para emitir o parecer sem ressalva, o auditor deve estar certo de que as 
demonstrações contábeis foram elaboradas conforme as normas de contabilidade 
e legislação em vigor. 
Por isso, o parecer deve estar alicerçado em alguns critérios, entre os quais:
a) A observância dos princípios contábeis geralmente aceitos.
b) A aplicação de testes dos registros contábeis ao invés de uma verificação completa. 
c) Os erros de pouca relevância devem ser desconsiderados. 
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
26
d) O nível de segurança do sistema de controle interno deve ser o suficiente para 
o auditor estabelecer confiança nas informações contábeis auditadas.
e) Os livros e registros da empresa auditada devem ter suas informações 
relacionadas nas demonstrações contábeis. 
Franco e Marra (2001, p. 534) apresentam um modelo de relatório/parecer 
do auditor independente com opinião sem ressalva, que demonstraremos a seguir:
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE
Destinatário
(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados 
em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstrações do 
resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de 
recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados 
sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a 
de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria 
e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a 
relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e os 
controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das 
evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis 
divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais 
representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da 
apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.
(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas 
representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição 
patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 
19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido 
e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos 
naquelas datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador nº de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria 
Nº de registro cadastral no CRC
(FRANCO E MARRA, 2001, p. 534)
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
27
No relatório do auditor independente com opinião sem ressalva não se 
encontra nenhum tipo de evidência que constate irregularidade, portanto pode ser 
considerado “parecer limpo”.
e) Relatório/parecer do auditor independente com opinião com ressalva 
A opinião com ressalva ocorre quando o auditor observa algum tipo de 
discordância ou restrição na extensão de seus exames de auditoria, mas que não 
requeiram parecer adverso ou abstenção de opinião.
 A única diferença entre a opinião com ressalva e a opinião sem ressalva 
é a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de” 
quando se refere ao assunto objeto da ressalva. 
Ressaltando esse aspecto, Franco e Marra (2001, p. 538) citam a Resolução 
820/97 do Conselho Federal de Contabilidade – CFC que define o parecer com 
ressalva da seguinte forma:
11.3.4.1 – O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui 
que o efeito de qualquer discordância ou restrição na extensão de um 
trabalho não é tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção 
de opinião.
11.3.4.2 – O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer 
sem ressalva, com a utilização das expressões ‘exceto por’, ‘exceto quanto’ 
ou ‘com exceção de’ referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva.
As circunstâncias que geram uma opinião com ressalva, segundo Floriani 
(2006, p. 78-79) (grifo do autor), são as seguintes:
a.1. Quebra de consistência - Essa situação surge quando o cliente não 
emprega consistentemente os princípios contábeis e isto tem consequências 
materiais para as demonstrações financeiras; 
a.2. Inobservância de princípios contábeis - Essa decorre da aplicação, 
pelo cliente, de princípios contábeis que não têm aceitação geral ou que 
diferem daqueles promulgados por entidades normativas; 
a.3. Divulgação inadequada - Deve-se incluir nas demonstrações 
financeiras, ou em notas às mesmas, todas as informações necessárias 
a uma apresentação fidedigna. De outra forma, não se pode considerar 
fidedigna uma demonstração financeira e o auditor tem de emitir parecer 
com ressalva. 
a.4. Limitação de escopo - Se, por qualquer motivo, o auditor foi impedido 
de aplicar todos os procedimentos ou de reunir todas as evidências 
consideradas necessárias, talvez seja o caso de emitir parecer com ressalva; 
a.5. Contingências ou incerteza material - Nas atividades de negócios 
surgem muitas situações cujo desfecho é imprevisível, exemplo: processos 
legais, resultado de renegociação de contrato e apelação contra glosa no 
imposto; 
a.6. Registros contábeis incompletos ou inadequados - Uma circunstância 
intimamente relacionada com a deficiência de controles e a de registros 
contábeis incompletos ou inadequados. 
Para melhor compreensão, apresentaremos a seguir alguns exemplos de 
parágrafos com opinião com ressalva, contendo as diversas expressões utilizadas.
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
28
Exemplo 1:
(a) O terreno e os edifícios da fábrica da companhia foram dados em 2XX2 
em garantia de financiamento a longo prazo.
(b) Em nossa opinião, exceto pela falta de divulgação da informação 
mencionada no parágrafo anterior, as demonstrações contábeis acima referidas 
representam etc., etc., etc.
(c) Conforme mencionado na nota explicativa nº X, a companhia mudou 
no exercício social de 2XX2 o método de avaliar seus estoques.
Neste caso, tanto a redação do parágrafo de alcance como o de opinião 
precisa ser modificada, para justificar a causa da limitação de alcance e a ressalva 
de opinião. Por exemplo, quando o auditor não tem condições ou é impedido 
pela administração de acompanhar o levantamento de estoque, ou de fazer 
a circularização dos créditos, ele dirá, no parágrafo explicativo dos trabalhos 
executados, que seu exame: “foi efetuado de acordo com as normas brasileiras de 
auditoria geralmente aceitas, exceto quanto ao acompanhamento do inventário, 
ou quanto à circularização dos créditos...”, ou, simplesmente, “salvo quanto ao 
descrito no parágrafo seguinte...”. 
Exemplo 2:
(2) Exceto quanto ao mencionado no parágrafo 3, nosso exame foi 
conduzido de acordo com as normas de auditoria e compreendeu: etc.,etc., 
(conforme padrão deste parágrafo no parecer sem ressalva).
(3) Pelo fato de termos sido contratados pela empresa ABC S.A. após 31 de 
dezembro de 2XX2, não acompanhamos o inventário físico dos estoques naquela 
data, registrados no balanço patrimonial pela importância de R$ 700.000,00, 
nem foi possível satisfazer-mo nos sobre a existência dos estoques por meio de 
procedimentos alternativos de auditoria. O valor dos estoques em 31 de dezembro de 
2XX2 contribui significativamente para a determinação do resultado das operações, 
das mutações do patrimônio líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2XX3. 
Como consequência, não estamos em condições de emitir, e por isso não emitimos 
opinião sobre as demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido 
correspondentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2XX3.
(4) Em nossa opinião, o balanço patrimonial representa adequadamente, 
em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa 
ABC S.A. em 31 de dezembro de 2XX3, de acordo com os princípios fundamentais 
de contabilidade.
(5) Não examinamos, nem foram examinadas por outros auditores 
independentes, as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro 
de 2XX1, cujos valores são apresentados para fins comparativos, e consequentemente 
não emitimos opinião sobre elas.
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
29
Exemplo 3:
a) A companhia está, atualmente, contestando certas incorreções no 
cálculo do Imposto de Renda que a Secretaria da Receita Federal arbitrou para 
os exercícios sociais de 2XX3 e 2XX2 no valor de R$ 500.000,00, excluídos de 
juros e correção monetária. O ponto de discórdia refere-se a decisões conflitantes 
emanadas da Secretaria da Receita Federal, sobre as quais poderão ampliar-
se as discussões. Como consequência é impossível determinar, nesta ocasião, 
o montante da dívida da companhia, se alguma ou nenhuma provisão foi 
constituída para atender a esse passivo contingente.
b) Em nossa opinião, sujeitas a quaisquer ajustes nas demonstrações 
contábeis que possam advir da solução final da dívida de responsabilidade da 
empresa, relativo ao Imposto de Renda de exercícios anteriores, conforme exposto no 
parágrafo anterior (ou na nota explicativa), as demonstrações contábeis etc., etc., etc. 
Agora podemos observar, a seguir, um modelo de relatório/parecer do 
auditor independente com opinião com ressalva completo, proposto por Araújo 
(1998, p. 195-196).
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE COM
OPINIÃO COM RESSALVA
Destinatário
(Parágrafo do escopo)
Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa Vou 
Passar, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e 19X0, e as respectivas 
demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das 
origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos 
naquelas datas, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. 
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas 
demonstrações contábeis.
(Parágrafo das normas e procedimentos)
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas 
de auditoria, e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, 
considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema 
contábil e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base 
em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as 
informações contábeis divulgadas; e (c) a avaliação das práticas e das 
estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da 
entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas 
em conjunto. 
UNIDADE 1 | AUDITORIA GERAL
30
(Parágrafo da ressalva)
(3) De acordo com suas instruções, não solicitamos a nenhum 
cliente que confirmasse seus saldos relativos ao contas a receber. Como 
consequência, não podemos expressar opinião sobre o saldo de Duplicatas 
a Receber no montante de R$ 200.000,00, que representa 5% do total do 
Patrimônio Líquido da Companhia e 10% do seu resultado. 
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, exceto quanto ao fato mencionado no parágrafo 
anterior, as demonstrações contábeis acima referidas representam 
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e 
financeira da Empresa Vou Passar em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, 
o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as 
origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas 
datas, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
N. de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N. de registro no CRC 
A NBC TA 705, aprovada pela Resolução CFC nº. 1.232/09, estabelece 
modificações na opinião do auditor independente, definindo no item 7 o seguinte: 
O auditor deve expressar uma opinião com ressalva quando:
(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, 
conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são 
relevantes, mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou
(b) ele não consegue obter evidência apropriada e suficiente de 
auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis 
efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações 
contábeis, poderiam ser relevantes, mas não generalizados. 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2013). 
Vejamos dois exemplos de relatório do auditor independente com opinião 
com ressalva, conforme a NBC TA 705.
Exemplo 1:
Relatório do auditor independente com opinião com ressalva devido a 
distorção relevante nas demonstrações contábeis.
 
As circunstâncias incluem o seguinte:
TÓPICO 2 | NORMAS DE AUDITORIA
31
• auditoria do conjunto completo de demonstrações contábeis para fins 
gerais elaboradas pela administração da entidade de acordo com as 
práticas contábeis adotadas no Brasil;
• os termos do trabalho de auditoria refletem a descrição da responsabilidade 
da administração sobre as demonstrações contábeis na NBC TA 210;
• os estoques estão superavaliados. A distorção é considerada relevante, 
mas não generalizada para as demonstrações contábeis.
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (1)
[Destinatário apropriado] (2)
Examinamos as demonstrações contábeis da Companhia ABC, que 
compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 20X1(3) e 
as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio 
líquido e dos fluxos de caixa (4) para o exercício findo naquela data, assim 
como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração (5) da Companhia sobre as 
demonstrações contábeis
A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada 
apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas 
contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou 
como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres 
de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores independentes (6)
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas 
demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo 
com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas 
requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria 
seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que 
as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante. 
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para 
obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados 
nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem 
do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção 
relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por 
fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles 
internos relevantes

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