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DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Angélica Ferreira Rosa 1ª Edição, 2022 EAD Reitor e Diretor Campus Engenheiro Coelho: Martin Kuhn Vice-reitor para a Educação Básica e Diretor Campus Hortolândia: Douglas Jefferson Menslin Vice-reitor para a Educação Superior e Diretor Campus São Paulo: Afonso Cardoso Ligório Vice-reitor administrativo: Telson Bombassaro Vargas Pró-reitor de graduação: Afonso Cardoso Ligório Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes Pró-reitor de educação à distância: Fabiano Leichsenring Silva Pró-reitor de desenvolvimento espiritual e comunitário: Henrique Melo Gonçalves Pró-reitor de Desenvolvimento Estudantil: Carlos Alberto Ferri Pró-reitor de Gestão Integrada: Claudio Knoener Educação Adventista a Distância Conselho editorial e artístico: Dr. Adolfo Suárez; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Allan Novaes; Me. Diogo Cavalcanti; Dr. Douglas Menslin; Pr. Eber Liesse; Me. Edilson Valiante; Dr. Fabiano Leichsenring, Dr. Fabio Alfieri; Pr. Gilberto Damasceno; Dra. Gildene Silva; Pr. Henrique Gonçalves; Pr. José Prudêncio Júnior; Pr. Luis Strumiello; Dr. Martin Kuhn; Dr. Reinaldo Siqueira; Dr. Rodrigo Follis; Esp. Telson Vargas Editor-chefe: Rodrigo Follis Gerente administrativo: Bruno Sales Ferreira Editor associado: Werter Gouveia Responsável editorial pelo EaD: Luiza Simões Editora Universitária Adventista Presidente Divisão Sul-Americana: Stanley Arco Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos Presidente Mantenedora Unasp (IAE): Maurício Lima 1ª Edição, 2022 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Editora Universitária Adventista Engenheiro Coelho, SP Angélica Ferreira Rosa Doutora em Direito pela UFPR Campagnoni, Mariana / dos Santos, Diego Henrique Moreira Formação da identidade profissional do contador [livro eletrônico] / Mariana Campagnoni. -- 1. ed. -- Engenheiro Coelho, SP : Unaspress, 2020. 1 Mb ; PDF ISBN 978-85-8463-172-8 1. Carreira profissional 2. Contabilidade 3. Contabilidade como profissão 4. Contabilidade como profissão - Leis e legislação 5. Formação profissional 6. Negócios I. Título. 20-33026 CDD-370.113 Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370) Direito das Organizações 1ª edição – 2022 e-book (pdf) OP 00123_024 Coordenação editorial: Luciana Lima Conteudista: Angélica Ferreira Rosa Preparador: Adriane Rodrigues Projeto gráfico: Ana Paula Pirani Capa e Diagramação: William Nunes Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900 Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 www.unaspress.com.br Editora Universitária Adventista Validação editorial científica ad hoc: Carlos Alexandre Hees Pós Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra - Portugal. Editora associada: Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte. SUMÁRIO INTRODUÇÃO AO DIREITO ORGANIZACIONAL .................................... 9 Introdução ........................................................................................10 Introdução ao estudo do direito ......................................................11 A constituição federal ......................................................................17 Conciliação, mediação e arbitragem ...............................................23 Políticas de inclusão .........................................................................40 Considerações finais.........................................................................49 Referências .......................................................................................52 ASPECTOS PRÁTICOS DO DIREITO APLICADO ÀS ORGANIZAÇÕES .............................. 57 Introdução ........................................................................................58 Direito empresarial ...........................................................................60 Direito do consumidor .....................................................................68 Direito do trabalho ...........................................................................73 Direito tributário...............................................................................95 Considerações finais.........................................................................99 Referências ......................................................................................103 VO CÊ ES TÁ A QU I EMENTA Introdução ao estudo do direito; Compreensão da Constituição Federal como base das demais normas legais; Apresentação dos aspectos práticos do direito aplicados às organizações: Direito empresarial, do consumidor, do trabalho e tributário. Consideração da conciliação, mediação e arbitragem como alternativa para resolução de questões empresariais. Políticas afirmativas de inclusão, tais como as direcionadas a afrodescendentes, indígenas e pessoas com deficiência. Temas contemporâneos sobre as relações de direito e as organizações. OB JE TI VO S - Analisar os fundamentos do direito empresarial, do direito do consumidor, do direito do trabalho e do direito tributário com foco nas organizações; - Compreender os principais conceitos do direito empresarial, do direito do consumidor, do direito do trabalho e do direito tributário nas organizações; - Contextualizar o conhecimento teórico dessas áreas ao conhecimento prático das organizações. ASPECTOS PRÁTICOS DO DIREITO APLICADO ÀS ORGANIZAÇÕES UNIDADE 2 58 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES INTRODUÇÃO Bem-vindo(a) ao nosso estudo! Ao logo desta jornada veremos aspectos práticos do direito aplicado às organizações. Para isso estudaremos sobre o direito organizacional, direito empresarial, direito do consumidor, direito do trabalho e direito tributário. Pode parecer um conteúdo denso, mas após conceituarmos cada área, conseguiremos aplicar facilmente esse conhecimento. O direito organizacional engloba outras áreas como direito civil e de empresa, o direito do consumidor, o direito do trabalho, a seguridade social e o direito tributário. Já o direito empresarial, com as normas que estabelecem a partir do art. 966 do Código Civil em diante, trata do empresário, da empresa individual de responsabilidade limitada, da sociedade, do estabelecimento e dos institutos complementares. Depois temos o direito do consumidor que, a princípio, trata de normas referentes a proteção e defesa do consumidor, além de ordem pública e interesse social, da política nacional de relações de consumo, dos direitos básicos do consumidor, da responsabilidade pelo fato do produto e 59 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs do serviço, da responsabilidade por vício do produto e do serviço, da decadência e da prescrição, da desconsideração da personalidade jurídica, das práticas comerciais, da proteção contratual, das sanções administrativas, das infrações penais, da defesa do consumidor em juízo, dentre outras situações. Partindo para o direito do trabalho, vemos que essa área está ligada as normas gerais de tutela do trabalho, emissão de carteira, entrega das carteiras de trabalho e previdência social, das anotações, das reclamações por falta ou recusa de anotação, do valor das anotações, dos livros de registros de empregados, da duração do trabalho, dos períodos de descanso, do trabalho noturno, do quadro de horário, das penalidades, do salário mínimo, das férias dentre outras. Por fim, trabalharemos com o direito tributário. Essa área se refere as normas gerais respectiva ao sistema tributário nacional, a competência tributária, as limitações da competência tributária, dos impostos, as normas gerais do direito tributário, legislação tributária, leis, tratados, convenções e decretos, normas complementares e crédito tributário.Desse modo, as áreas importantes ao direito das organizações englobam diversas temáticas, além do fato de possuírem inúmeros aspectos práticos que resultam da 60 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES própria rotina dos empresários, gestores e trabalhadores. Sendo assim, o objetivo da unidade é que o leitor entenda os seguintes pontos: • a relação do direito organizacional com as disciplinas de direito civil e de empresa; direito do consumidor; direito do trabalho; seguridade social e o direito tributário; • pontos importantes referentes as disciplinas de direito civil e de empresa, direito do consumidor, direito do trabalho, seguridade social e direito tributário; • o conhecimento teórico e prático sobre situações referentes ao direito das organizações. Bom estudo! DIREITO EMPRESARIAL O Direito Civil Lei n.10.406, de 10 de janeiro de 2002 que contempla a parte geral do Código Civil, (I) Das Pessoas, art. 1º a 78; (II) Dos Bens, arts. 79 a 103; (III) Dos Fatos Jurídicos, arts. 61 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs 104 a 232. A Parte Especial possui o (I) Direito das Obrigações, arts. 233 a 965; (II) Direito de Empresa, arts. 966 a 1.195; Direito das Coisas, arts. 1.196 a 1.510; (IV) Direito de Família, arts. 1.511 a 1.783; (V) Direito das Sucessões, arts. 1.784 a 2.027. Por fim, Das disposições finais e transitórias, arts. 2.028 a 2.046. O direito empresarial consta na Parte Especial do Livro II – Do Direito de Empresa (art. 966 a 1.195), no título I do empresário, capítulo I, da caracterização e da inscrição, título II, da sociedade, capítulo único, disposições gerais, título III, do estabelecimento, título IV, dos institutos complementares. Sabendo disso, conceituamos que o direito empresarial é um ramo do direito privado. Seus objetos de estudo são os empresários, os sócios, os terceiros, as marcas e patentes, além das relações com o direito do consumidor, o comercial, o econômico e dos contratos empresariais. Tudo isso para zelar pelo exercício da atividade econômica, afinal, a empresa é geradora de lucro, contudo, como aduz Brasilino (2020) também apresenta sua função social. Para entender melhor o direito empresarial é relevante a compreensão que ao tratar do tema empresa, a análise deve ser feita observando que se estará analisando os conflitos de interesses relacionados às empresas, em que há a figura da 62 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES empresa e do empresário. Nesta situação temos que a empresa é a atividade econômica explorada pelo empresário, a qual é constituída pela produção e circulação de bens e serviços. Ainda segundo Brasilino (2020) a empresa pode ser considerada como o “exercício de atividade”, sendo que como atividade econômica, profissional e organizada para produção ela é exatamente a atividade exercida pelo empresário e não se confunde com o empresário individual ou sociedade empresária, também não se pode confundi-la com o local do estabelecimento, pois é a atividade em si desenvolvida. Além disso, a figura do empresário desponta no Código Civil de 2002, precisamente no art. 966 como pessoa natural ou jurídica que exerce de modo profissional a atividade econômica organizada para a produção ou a A empresa é a atividade econômica explorada pelo empresário, a qual é constituída pela produção e circulação de bens e serviços. 63 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs circulação de bens e serviços. Por isso, ele deve exercê- la profissionalmente, e para tal, precisa ter constância. As atividades necessitam de habitualidade e visam o lucro, mas não deixam de assumir os riscos que são inerentes a produção. Resumindo, em relação ao empresário é salutar que para ser considerado nessa categoria são indispensáveis dois elementos: a atividade precisa ser exercida com profissionalismo, habitualidade, devendo a atividade econômica então ser praticada corriqueiramente e de modo organizado. É a preparação do empresário para desempenhar as atividades organizadas que propiciará a produção e a circulação dos bens e serviços. A atividade organizada consta com quatro fatores de produção: • o primeiro fator são os insumos, os quais são considerados a matéria prima que se adquire para que se possa desenvolver a atividade, desse modo, na padaria os insumos seriam a exemplo a própria farinha; • o segundo fator de produção é o capital, pois toda a atividade econômica tem investimento; 64 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES • o terceiro fator de produção é a tecnologia que tem os equipamentos como parte para o desenvolvimento e melhora da atividade; • o quarto fator é a produção da mão de obra que é o trabalho. Ressalvando que a mão de obra pode ser própria quando não é necessária a contratação de funcionários. Uma dúvida surge quando se trata do assunto de quem pode exercer a atividade empresarial, já que não estão todos nessa possibilidade. Sendo assim, os profissionais liberais constam no art. 966 do CC/02 no parágrafo único em que não se considera empresário aquele que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir o elemento da empresa. Considerando que o enunciado 194 da III jornada de direito civil do Conselho de Justiça Federal, da comissão de trabalho de direito de empresa, do coordenador da comissão de trabalho Newton de Lucca, “Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida”. 65 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs Assim, os profissionais liberais que não são considerados empresários, são os médicos, dentistas, escritores, escultores, os quais mesmo que exerçam as profissões de natureza cientifica, literária ou artística com profissionalismo e de forma organizada, não serão considerados empresários. A exceção se dará quando a situação se caracterizar como elemento da empresa. Outra característica para ser empresário é que o sujeito precisa ter capacidade civil, por isso o art. 972 do CC/02 assevera que quem pode exercer a atividade de empresário são aqueles que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. A pessoa que for legalmente impedida de exercer a atividade própria de empresário de acordo com o art. 973 do CC/02 se a exercer, responderá pelas obrigações que contrair, ainda é relevante entender que o incapaz também poderá entendimento do art. 974 do CC/02 por meio do seu representante ou devidamente assistido continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou até pelo autor de herança. Os incisos do mesmo artigo entendem: I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011), II – o 66 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) e III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. IMPORTANTE Os profissionais liberais não são considerados empresários. Para ser empresário é preciso que o indivíduo tenha capacidade para isso, ou seja, aqueles que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Ainda com o entendimento do art. 975 do CC/02, em relação ao incapaz se representante ou assistente do incapaz for pessoa que não puder exercer a atividade de empresário, nomeará então com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes, em que seus parágrafos constam que haverá nomeação gerente em todos os casos em que o juiz entender conveniente, além de que a aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados. Desse modo, importa compreender as nuances que envolvemo direito empresarial, já que as empresas desempenham papel relevante a manutenção e ao crescimento 67 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs econômico de um país, nelas se incluem as grandes, as pequenas e as empresas de médio porte, não sendo apenas empresas de grande porte como geradoras de negócios, afinal, todas elas criam empregos e renda para a população ajudando a diminuir a desigualdade social. O direito organizacional então tem uma função social na empresa, diga-se que esse conceito de função social da propriedade advém dos princípios do direito empresarial que é a função social da empresa, então ela se refere a atividade empresarial que é parte dos bens de produção pelo empresários, a exemplo, a propriedade, o exercício da empresa, além da própria função específica, em que se alcança a criação de empregos, os pagamentos dos tributos, situações que geram riquezas e que elas vão contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural, com práticas de práticas sustentáveis, a exemplo. O direito empresarial consta com a figura do empresário, das empresas, da organização da atividade econômica, sendo que, a empresa movimenta a economia e por intermédio da atividade empresarial vinculada será possível compreender adequadamente as normas legais, as organizações então elas não somente buscam o lucro, já que apresentam grande importância para a economia. 68 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES DIREITO DO CONSUMIDOR O direito civil e empresarial, como visto, possuem inúmeros elementos que são parte das organizações. Assim como o direito do consumidor também se faz de extrema relevância para o direito organizacional, pois ele envolve todos os direitos daqueles que estão numa relação de consumo, pela existência dos elementos que compõe a relação de consumo, o consumidor, o fornecedor e o produto ou serviço. A relação de consumo é parte do direito do consumidor como ramo do direito, as quais os fornecedores disponibilizam os produtos ou serviços ao mercado e os consumidores, eles são os que disponibilizam os produtos ou serviços ao mercado e aos consumidores, os que consomem os produtos ou serviços como destinatário final. O Código de Defesa do Consumidor entrou em vigor na década de 90. Trata-se da Lei nº 8.078/90 e tem a função de proteger as relações de consumo, as pessoas que fazem compras ou contratam algum serviço pela existência da legislação de cunho específica que fica a cargo do fornecedor, como na troca de uma mercadoria que o consumidor precisasse. O art. 1 do diploma que solidificou o entendimento referente as normas de 69 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs proteção e defesa do consumidor, as quais são de ordem pública e de interesse social. O art. 2, da Lei nº 8.078/90, disciplina que consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. O parágrafo único ainda equipara o consumidor a coletividade de pessoas indetermináveis que são parte em determinada relação de consumo. Além disso, afirma-se que se considera qualquer pessoa que compra um produto ou que contrata um serviço para satisfazer suas necessidades pessoais ou familiares, como qualquer produto consumido ou serviço contratado, até mesmo uma bala. No art. 3 da Lei nº 8.078/90, art. 3, vemos que o fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como, os entes despersonalizados que desenvolvam atividade de produção, montagem, A relação de consumo é parte do direito do consu- midor. Fonte: Shutterstock 70 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. São pessoas, empresas públicas ou particulares, nacionais ou estrangeiras que oferecem produtos ou serviços para os consumidores, então elas são pessoas ou empresas que produzem, montam, criam, transformam, importam, exportam e/ou distribuem. Os produtos ou serviços oferecidos para os consumidores de acordo com o art. 3, da Lei nº 8.078/90, em seu parágrafo primeiro e segundo, produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Já o serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo aquelas decorrentes das relações de caráter trabalhista. Os produtos podem ser de dois tipos: • produto durável: é aquele que não desaparece com o seu uso, por exemplo, um carro. • produto não durável: é aquele que acaba logo após o uso, por exemplo, os alimentos. 71 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs Desse modo, são os elementos da relação de consumo três elementos: o consumidor, o fornecedor e um produto/serviço. É requisito objetivo de existência para configurar a relação de consumo que necessariamente deve ter de forma concomitante os três elementos. Para alguém vender, é preciso ter pessoas interessadas em comprar. Ou o contrário: para alguém comprar um produto é preciso ter alguém para vender. Essa troca de dinheiro por produto ou serviço, entre o fornecedor e o consumidor, é uma relação de consumo. O próprio Código do Consumidor em seu art. 4 preceitua que o consumidor é a parte mais vulnerável da relação de consumo, pois é a mais fraca na relação jurídica de consumo. Por isso, para esse diploma todos os consumidores são vulneráveis, TODOS. Desse modo, a abrangência é enorme, já que as relações de consumo são todas aquelas que há um consumidor, um fornecedor e uma prestação ou serviço, sendo considerado como mais vulnerável o consumidor. Segue o entendimento do art. 4 do Código do Consumidor: Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e 72 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. A vulnerabilidade do consumidor é de ordem jurídica, técnica e econômica, o direito do consumidor é então uma realidade cotidiana na vida de todas as pessoas! Sendo um direito que também visa proteger os mais vulneráveis na relação de consumo que somos nós consumidores. É importante considerarmos que a vulnerabilidade é diferente da hipossuficiência. A hipossuficiência é um critério para inversão do ônus da prova e pertence ao ramo do Direito Processual. A presunção é relativa, já que nem todo consumidor é hipossuficiente. SAIBA MAIS A hipossuficiência acesse o site da JusBrasil que explica os dois conceitos. Disponível em: https://ebradi.jusbrasil. com.br/artigos/386310664/qual-a-diferenca-entre-hi- possuficiencia-e-vulnerabilidade. Acesso em: 23 fev. 2022. Ainda, para o direito organizacional, em relação a sua estrutura é relevante também o direito do trabalho e o direito https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/386310664/qual-a-diferenca-entre-hipossuficiencia-e-vulnerabilidade https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/386310664/qual-a-diferenca-entre-hipossuficiencia-e-vulnerabilidade https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/386310664/qual-a-diferenca-entre-hipossuficiencia-e-vulnerabilidade https://ebradi.jusbrasil.com.br/artigos/386310664/qual-a-diferenca-entre-hipossuficiencia-e-vulnerabilidade 73 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs tributário, eles são duas realidades, nas quais todos estão inseridos, pois todos trabalham ou trabalharão, além de que pagam os impostos de forma direta ou indireta. Desse modo, o conteúdo a ser compreendido é de extrema relevância. DIREITO DO TRABALHO O direito do trabalho está relacionado com a teoria do direitoprivado que estabeleceu que a raiz do mesmo está no direito civil, nas locações de serviços. Os que defendem essa teoria entendem que embora existam normas cogentes sobre a matéria, elas não afastam a natureza privada da relação jurídica, haja vista que os contratantes (empregador e empregado) são livres para estipular as regras de seu pacto de emprego, restando claro que a maioria das normas da Consolidação das Leis Trabalhistas (BRASIL, 1943) são de natureza privada, tal legislação exerce salutar importância na proteção dos direitos dos trabalhadores. No direito do trabalho existe a figura do trabalhador, o empregador, sendo o empregador: Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. 74 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência). § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência). O empregador, pelo entendimento legal da Consolidação da Legislação Trabalhista, pode ser pela legislação uma pessoa física ou jurídica. Desse modo, o empregador pode exercer uma atividade ou explorar um negócio e contratar empregados. O empregador segundo o Código Civil de 2002, no art.966 “considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços”. 75 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs O empregado segundo o mesmo diploma, o “Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Então, o mesmo se trata de pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador, sendo que ainda sob a forma de dependência e também de modo remunerado, assim se configura a relação de trabalho. Como visto os elementos que configuram a relação de trabalho ocorrem durante a jornada de trabalho, pela compreensão do art. 58, CLT: A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. § 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) § 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não 76 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES ser tempo à disposição do empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) § 3º Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006) (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017). Desde que não haja nenhum acordo ou convenção coletiva nas organizações, a jornada de trabalho não pode ser maior do que 8 horas diárias. As variações em relação ao cartão ponto não serão descontadas nem computadas até a quantidade de tempo de 5 minutos. O tempo despendido do empregado de a sua residência até a ocupação do trabalho não será computado como tempo de trabalho. É possível também trabalhar em regime de tempo parcial, mas quando isso acontece não poderá exceder a trinta horas semanais, de acordo com o art. 58-A da CLT, sendo o salário proporcional pago aos empregados de acordo com a sua jornada, sendo que haverá instrumentos decorrentes de negociação coletiva, mas em relação as horas suplementares a duração do trabalho semanal normal será paga com acréscimo o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. 77 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs A duração normal do trabalho ela pode ser acrescida ainda de horas suplementares, as quais não podem exceder ao número de duas, desde que haja um acordo escrito entre o empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. A duração diária também do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número que não se exceda a duas, utilizando-se de acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. A remuneração da hora extra será de, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal, ressalvando que empregados que estejam sob regime parcial não podem prestar horas extras. Outro apontamento importante: Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. Por meio de convenção coletiva ou acordo de trabalho ainda se pode estabelecer o horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. 78 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Em relação as outras modalidades para a prestação de serviços vemos de acordo com a lei nº 13.467 (BRASIL, 2017): Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência). Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência). A modalidade de prestação de serviço pelo teletrabalho deve constar de forma expressa no contrato individual de trabalho, ele pode ser considerado como prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do 79 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação. O art. 382 do mesmo diploma considera que entre duas jornadas de trabalho onde haverá um intervalo de 11 onze horas consecutivas, no mínimo, as quais são destinadas ao repouso. Durante a jornada de trabalho se considerará a empregadaum período para refeição e repouso o qual não pode ser inferior a uma hora, salvo hipótese prevista no art. 71, § 3º. Em relação ao descanso semanal: Art. 385 - O descanso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa de serviço, a juízo da autoridade competente, na forma das disposições gerais, caso em que recairá em outro dia. Como pode se observar o descanso semanal é de vinte e quatro horas consecutivas no todo ou em parte como o domingo, ressalvando que quando ocorre do trabalho acontecer aos domingos será organizada uma escala de revezamento quinzenal que favoreça o repouso dominical, como consta no art. 386 do mesmo diploma. 80 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Para as organizações além dessa legislação e que cada tipo de empresa terá a sua especificada, mas por conta do art. 389 – Toda empresa é obrigada: I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente; II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico; III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences; IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos, do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho. § 1º - Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas 81 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). § 2º - A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas, diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de entidades sindicais. Desse modo, ressaltamos novamente que toda a empresa é obrigada a prover nos estabelecimentos as medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tudo em número suficiente para atender o público feminino. Além disso, a empresa precisa instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, a exceção se dá aos estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, nas quais não seja exigida a troca de roupa, ainda, fornecer de modo gratuito a juízo da autoridade competente os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, já os estabelecimentos que trabalham pelo menos trinta mulheres com mais de dezesseis anos de idade terão local apropriado onde seja permitido as empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação, mas quando não possível suprir por meio de creches distrais. 82 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES As organizações precisam garantir a proteção a maternidade, sendo que não se trata de justo motivo rescindir o contrato de trabalho da mulher o fato de ter contraído matrimônio ou encontrar em estado de gravidez, por isso, não são permitidos em contratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego pelo motivo de casamento ou de gravidez, de acordo com o art. 391, CLT. Pelo entendimento do art. 391-A se houve a confirmação do estado de gravidez que veio no curso do contrato de trabalho, mesmo que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, o que garante a gestante a estabilidade provisória. A empregada gestante tem o direito a licença maternidade de 120 dias, sem o prejuízo do emprego e do salário, art. 392, para tal a empregada precisa notificar o seu empregado, mediante atestado médico, na data de início do afastamento do emprego, o qual pode ocorrer a partir do 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste. A gestante possui períodos de repouso antes e depois do parto que poderão sofrer aumentos de duas semanas cada um, mediante atestado médico. Em caso de parto antecipado a mulher terá direito aos 120 dias previstos, sendo que ainda as organizações precisam: 83 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs § 4o É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais direitos: (Redação dada pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999) II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares (Incluído pela Lei nº 9.799, de 26.5.1999). § 5o (VETADO) (incluído pela Lei nº 10.421, de 2002). (BRASIL, 2012). As organizações também necessitam garantir a licença maternidade para a empregada que adotar ou obter a guarda judicial para os fins de adoção de criança ou adolescente, como aduz o art. 392 da CLT, do mesmo diploma que estabelece que a empregada tem direito a licença maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e salário. No mesmo diploma, porém no art. 392-B que pela morte da genitora se assegura ao cônjuge ou companheiro empregado o direito a licença por todo o período da licença maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto pelo falecimento do filho ou de seu abandono, ainda o art. 393 84 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES entende que durante esse período a mulher terá direito aos salários integrais e quando variável calculado de acordo com os seis últimos meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo ainda facultado reverter à função que anteriormente ocupava. Em relação ao período da licença maternidade a mulher terá o direito ao salário integral e quando o mesmo for variável, ele será calculado de acordo com a média dos seis últimos meses de trabalho, assim como, os direitos e vantagens adquiridos, podendo por faculdade reverter a função que anteriormente ocupava. O art. 394 estabelece que mediante atestado médico é facultado a mulher grávida romper o compromisso resultando de qualquer contrato de trabalho quando seja prejudicial à sua gestação (BRASIL, 1943) O art. 394-A do mesmo diploma considera: Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938) 85 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938) § 1o (VETADO) (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2o Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observadoo disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3o Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). As organizações ainda podem permitir que as gestantes exerçam as atividades e operações insalubres em grau médio ou mínimo, desde que seja voluntário e ela apresente o atestado de saúde emitido pelo médico de confiança do sistema privado ou público de saúde que autorize sua permanência no exercício de suas atividades, por isso, caberá a empresa pagar o adicional de insalubridade a gestante ou lactante quando da efetivação da compensação por ocasião 86 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título a pessoa física que preste serviço. Na situação que a gestando ou lactante for afastada por exercer suas atividades em local salubre na empresa, o que será considerada como gravidez de risco o que ocasionará a percepção de salário maternidade, durante o período de afastamento. Em relação ao mesmo diploma, o art. 395 estabelece: Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. É importante ressalvar que nos casos de aborto, desde que, não criminoso comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de duas semanas, sendo assegurado o direito ao retorno à função que ocupava antes de seu afastamento. A empresa ainda precisa se atentar ao fato que terá direito de amamentar o próprio filho até que ele complete os seis meses de idade, a mulher terá direito durante a jornada de trabalho a dois descansos especiais de meia hora cada um. 87 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs O direito é também para aquela mãe que amamentar o seu filho inclusive quando adotado, até a idade de seis meses de idade, ela terá direito durante a jornada de trabalho a dois descansos especiais de meio hora cada um, mas se por acaso o estado de a saúde do filho carecer de maiores cuidados, o prazo de seis meses poderá ser dilatado a critério da autoridade competente. Os horários dos descansos precisam estar previstos no acordo individual entre a mulher e o empregador, em relação ao que dispõe o art. 399, CLT: Art. 399 - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio conferirá diploma de benemerência aos empregadores que se distinguirem pela organização e manutenção de creches e de instituições de proteção aos menores em idade pré- escolar, desde que tais serviços se recomendem por sua generosidade e pela eficiência das respectivas instalações. O art. 400 ainda no mesmo diploma entende que os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período da amamentação deverão possuir no mínimo um berçário, uma saleta de amamentação, uma cozinha dietética e uma instalação sanitária. Sendo que, as organizações também necessitam de proteger os direitos dos menores em relação a sua possível contratação e manutenção no ambiente de trabalho, desse 88 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES modo, cumpre caracterizar o que é considerado menor para a legislação trabalhista. Seguindo o entendimento do art. 402, CLT: Art. 402. Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador de quatorze até dezoito anos (Redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000) Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo, exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto nos arts. 404, 405 e na Seção II (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967). É proibido ao menor de 14 anos o trabalho, disposição do art. 403 do mesmo diploma, em 1967 se proibia até mesmo o menor de 12 anos, no parágrafo único não se incluem na proibição situações que os internados ou as instituições que ministrem exclusivamente o ensino profissional e nas de caráter beneficente ou disciplinar submetidas à fiscalização oficial. Por força decreto-lei nº 229, de 28.2.1967 que proíbe o trabalho de menores de 12 anos, o parágrafo único do art. 403 que compreende o trabalho dos menores de 12 e 14 anos fica sujeito às condições de garantia de frequência à escola que 89 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs assegura sua formação ao menos ao nível primário; ao serviço de natureza leve, que não sejam nocivos à sua saúde e ao seu desenvolvimento normal. Já por força da redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000, o art. 403 da CLT é proibida qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos, sendo que, o parágrafo único estabelece que o trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais a sua formação, ao seu desenvolvimento físico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola. O art. 404 da CLT assevera que ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, aquele que se considera compreendido entre as 22 horas e as 5 horas, o art. 405 nesse sentido assevera que ao menor não será permitido o trabalho nos locais e serviços perigosos ou insalubridades constantes de quadro para este fim aprovado pelo Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene de trabalho; em locais, ou serviços prejudiciais à sua moralidade; em locais, ou serviços prejudiciais à sua moralidade, em que considera prejudicial à sua moralidade o prestado em teatros de revistas, cinemas, cassinos, cabarés, “dancings”, cafés-concertos e 90 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES estabelecimentos análogos; em empresas circenses, em funções de acrobata, saltimbanco, ginasta e outras semelhantes. Outras situações são de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes, desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que possam, a juízo da autoridade competente, ofender aos bons costumes ou à moralidade pública; relativo aos objetos referidos na alínea anterior que possa ser considerado pela sua natureza prejudicial à moralidade do menor consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas. Algumas situações específicas em relação aos menores foram especificadas no mesmo diploma e artigo, quando o trabalho for exercido nas ruas, praças e outros logradores que dependerá de prévia autorização do juiz de menores, autoridade que precisa verificar a se a ocupação do menor é indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo à moralidade do menor. Outra situação importante é que nas localidades onde existem oficialmente reconhecidas destinadas ao amparo dos menores jornaleiros, só aos menores que se encontrem sob o 91 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs patrocínio dessas entidades será outorgada a autorização de trabalho a que alude o parágrafo anterior. O art. 406 estipula que o juiz ainda assim pode autorizar o menor de 18 anos a trabalhar, desde que a representação tenha fim educativo ou a peça, ato ou cena, de que participe, não possa ofender o seu pudor ou a sua moralidade, quando a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízoà moralidade do menor. Quando a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa ser prejudicial à sua formação moral; desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral; além de que se verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou à sua moralidade poderá obriga-lo a abandonar o serviço, nesses casos, o empregador deverá proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções, sendo que no caso da empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á em rescisão contratual. 92 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Ainda, estabelece o art. 408 que o responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato de trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física ou moral. Sendo que, para maior segurança do trabalho e garantia da saúde dos menores, a autoridade fiscalizadora poderá proibir-lhes o gozo dos períodos de repouso nos locais de trabalho como consta no art. 409 do mesmo diploma, além de se quando se desaparece parcial ou totalmente o caráter perigoso ou insalubre poderá ser derrogada qualquer proibição. Em relação a duração do trabalho do menor, o art. 413 aduz que não se pode prorrogar a duração do trabalho do menor, salvo até duas horas, independente de acréscimo desde que mediante acordo ou convenção coletiva, de modo excepcional por motivo de força maior até o máximo de 12 horas, com acréscimo salarial de até 25% sobre a hora normal desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento, mas que quando trabalhar em dois trabalhos a hora será computada, como consta o art. 414. Importante também considerar que o emprego nas organizações não pode diminuir o tempo dos menores nos estudos, que reduzem o tempo de repouso necessário a sua saúde e constituição física, ou prejudiquem sua constituição moral, cabendo aos responsáveis legais dos menores, pais, mães 93 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs ou tutores afastá-los de empregos nessas situações, como consta no art. 424 do mesmo diploma. Os empregadores dos menores de 18 anos precisam velar pela observância nos seus estabelecimentos ou empresas, dos bons costumes e da decência pública, assim como, as regras de segurança e medicina do trabalho, art. 425, CLT. Ainda, quando o empregador contrata menores será obrigado a conceder tempo necessário para a frequência as aulas, como consta no art. 427, CLT, parágrafo único os estabelecimentos situados em lugar onde a escola estiver a maior distância de dois quilômetros e que ocuparem de forma permanente mais de 30 menores analfabetos, de 14 a 18 anos serão obrigados a manter local apropriado em que lhes seja ministrada a instrução primária. O contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 anos e menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológica, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação consta no art. 428, CLT, o parágrafo primeiro, ainda estipula que a validade pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, com a matrícula e frequência 94 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico profissional metódica. O parágrafo segundo do mesmo artigo entende pela garantia de salvo condição mais favorável, o aprendiz ter assegurado o salário mínimo hora, o parágrafo terceiro aduz que o contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos, exceto quando se tratar de aprendiz com deficiência. Evidentemente que as organizações observarão todas as situações peculiares, as quais estarão envolvidos os empregados, principalmente no contexto econômico, pois uma economia em crise tem alguns reflexos, um desses reflexos seria a flexibilização dos diretos trabalhistas com a intervenção do Estado somente para assegurar as normas básicas, sem as quais não se pode conceber à vida do empregado com dignidade, respeitando assim, o que for negociado entre o empregador e o empregado. A flexibilização dos direitos trabalhistas é debatida entre os doutrinadores, alguns são favoráveis em determinadas situações, como crises, também tem que se filie a essa ideia e desde que o Estado intervenha diante de afrontas aos direitos 95 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs basilares trabalhistas, outros são totalmente contrários, em quaisquer situações. Desse modo, mesmo que se flexibilizem os direitos dos trabalhadores para que possa amenizar os efeitos catastróficos das crises econômicas, não se pode olvidar que os direitos mínimos desses trabalhadores não podem ser flexibilizados, mesmo que pela reforma trabalhista Lei 13.467/17 houve a valorização do princípio da autonomia privada que permite as partes negociar as normas. DIREITO TRIBUTÁRIO O direito tributário é o ramo da ciência do direito que estuda as instituições, cobrança e arrecadação de tributos pelo Estado para a soberania econômica do mesmo. O direito tributário é o norteador do desenvolvimento de todos os países. O Brasil possui alta carga tributária e o emprego desses tributos para a população é sempre questionável, ademais muitas vezes se pagam planos de saúde, por exemplo, pelo caos enfrentado na saúde pública, dentre outros serviços, fazendo com que o pagamento desses tributos não tenha um retorno efetivo para todos. 96 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES O tributo segundo o Código Tributário Nacional (BRASIL, 1966), de acordo com o art. 3º, tributo é toda prestação que ela é inserida de forma compulsório, ou seja, o Estado estipula se tem de pagar, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O art. 4º aduz que a natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação sendo irrelevantes para qualificá-la, de acordo com os incisos a denominação e demais características formais adotadas pela lei, a destinação legal do produto da sua arrecadação, sendo que os tributos são considerados impostos, taxas e contribuições de melhoria com o art. 5º do mesmo diploma. É importante frisar que a atribuição de competência tributária é aquela estipulada na Constituição Federal de 1988, onde o art. art. 6º defende que a competência constitucional é plena nessa atribuição nas Constituições dos Estados e nas Leis Organizas do Distrito Federal e dos Municípios, sendo que o parágrafo único ainda estipula que os tributos cuja receita seja distribuída no todo ou em parte a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá a competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. 97 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs O art. 7º que disciplina que essa competência tributária é indelegável, salvo quando a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, sendo que os parágrafos desse artigo estipulam que a atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir, ainda a atribuição pode ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral da pessoa jurídica de direito públicoque a tenha conferido, não constitui delegação de competência o cometimento de pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. São diversos os impostos cobrados pelos entes municipais, estaduais e federais que as organizações necessitam dispor para esses órgãos, com suas porcentagens específicas. São diversos os impostos, ainda mais em determinadas áreas específicas. Nesse contexto, importa ressaltar a relação com a economia. Para o início da análise se entende que a economia é o conjunto de atividades desenvolvidas pelos homens visando a produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e a qualidade de vida. 98 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES Um país com uma economia estável permite que todos gozem de condições adequadas de saúde, por exemplo, além de que uma economia estável atrai mais investimentos melhorando cada vez mais o padrão de vida dos seus moradores. Desse modo, a economia é importante para que o país se desenvolva ou não, inclusive as organizações. Outros reflexos das crises econômicas também são o estabelecimento das políticas tributárias, os impostos resultam em crescimento econômico, reduz a desigualdade de renda e fornece os recursos para os governos ampliarem o acesso aos serviços públicos. Os impostas, desde que estabelecidos por políticas tributárias adequadas, serão os catalisadores das mudanças sociais e organizacionais. Porém se essas políticas forem instituídas sem estudo prévio, sem planejamento, sem aplicação correta e sem recurso orçamentário, terão um efeito inverso. Para o planejamento tributário, algumas características estratégicas da empresa podem ajudar a reduzir os tributos, pois alguns exemplos são a mudança de estrutura de capital, de localização geográfica, a contratação de mão de obra, a terceirização de determinadas operações, dentre outras. Sendo que o direito do trabalho está atrelado a essas mudanças, afinal, a própria flexibilização é utilizada nas organizações para a 99 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs incidência menor dos tributos, em prol de se adequar as novas mudanças sociais e econômicas. Cabe ressalvar que mesmo com as flexibilizações, os trabalhadores precisam que seus direitos recebam o apoio necessário, tendo a dignidade respeitada, então não basta ter o amparo legar para se flexibilizar os direitos dos trabalhadores, já que eles precisam de suas garantias de seus direitos resguardados. Desse modo, o direito do trabalho e o direito tributário são ambos de extrema importância para todos, sendo que, quando a economia encontra crises, eles são direitos que podem sofrer determinadas flexibilizações, como ocorre com o direito do trabalho, além de que políticas tributárias adequadas ao momento também devem ser aplicadas, em prol de amenizar e até mesmo reverter o agravamento ou até mesmo a crise em si, mas desde que se respeitem os direitos mínimos dos trabalhadores, pois não podemos estabelecê-los a jornadas degradantes a exemplo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Entendemos que o direito empresarial faz parte do direito privado. É relevante considerar que as organizações possuem o 100 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES direito empresarial. Ele é responsável por tratar dos direitos e deveres inerentes as empresas e aos empresários, sabendo que a empresa é indispensável para toda a sociedade, pois apresenta função social. Não basta somente o lucro, pois é necessário ter uma devolutiva social pela empresa, a qual seja responsável pelo desempenho da economia. Vemos ainda que o direito do consumidor é parte do direito organizacional, atrelado também ao direito empresarial, o qual do consumidor é empregado na realidade corriqueira de todas as pessoas, que podem estar empregadas ou comprando serviços/produtos. Nesta área existe a figura do consumidor, do fornecedor e do produto ou serviço. Considera- se o consumidor como a parte mais vulnerável, pois carece de maiores garantias frente a figura do fornecedor. Já os fornecedores gozam de maior poder econômico. O direito empresarial e o direito do consumidor estão ainda relacionados com o direito tributário e o direito trabalhista, os quais também são parte do desenvolvimento econômico do país. Esses ramos tem papel fundamental para estimular o fim da crise, pois tem a flexibilização dos direitos trabalhistas como garantia de manutenção dos empregos, além de que a incidência tributária é direta, afinal, até mesmo o recolhimento do FGTS é suspenso quando das medidas provisórias em época 101 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs de crise. É relevante entender que essas medidas provisórias de 1.045 e 1.046 de 2021, não podem deixar ferir os direitos mínimos dos trabalhadores. Nem mesmo a reforma trabalhista da lei 13467/2017 que foi responsável por garantir a autonomia para essas estipulações, pode deixar de garantir a dignidade dos trabalhadores, em relação ao direito tributário. Sua incidência está nas atividades, serviços, ou seja, ele consta na realidade das pessoas, sendo viável o seu estabelecimento para a garantia de uma economia mais viável para o Estado. Em momentos de crises que vemos uma mudança nos cenários econômicos, as novas políticas tributárias serão alternativas ideais na adequação para o desenvolvimento da economia do país. RESUMO Nesta unidade aprendemos: • que para o entendimento do direito organizacional é indispensável compreender o direito empresarial, o direito do consumidor, o direito do trabalho e previdenciário e o direito tributário; 102 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES • que o direito empresarial é civil, pois a empresa é indispensável para toda a sociedade. Ela apresenta função social, já que não basta somente o lucro, pois há que se ter uma devolutiva social pela empresa, a qual seja responsável pelo desempenho da economia; • o direito do consumidor é aquele empregado na realidade corriqueira de todas as pessoas, assim como o direito empresarial, afinal as pessoas ou estão empregadas ou compram serviços ou produtos; • observando os elementos que configuram a relação consumidor-fornecedor e o produto ou/serviços, sabemos que consumidor é a parte mais vulnerável, a qual portanto carece de maiores garantias frente a figura do fornecedor por que eles gozam de maior poder econômico; • sobre o direito do trabalhado referente as normas gerais de tutela do trabalhador, a flexibilização dos direitos trabalhistas como garantia de manutenção dos empregos, além de que a incidência tributária é direta, afinal, até mesmo o recolhimento do FGTS é suspenso quando das medidas provisórias em época de crise. É relevante entender que essas medidas provisórias MP nº 1.045 e MP nº 1.046 de 2021, não podem 103 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs ferir os direitos mínimos dos trabalhadores, nem mesmo com a reforma trabalhista implementada pela Lei nº 13.467/2017; • o direito tributário referente as normas gerais que se referem ao sistema tributário nacional, a competência tributária, as limitações da competência tributária que em determinadas situações torna o planejamento estratégico como indispensável em momentos de crises em que se mudam os cenários econômicos. As novas políticas tributárias serão alternativas ideais na adequação para o desenvolvimento da economia do país. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletânea de legislação: edição federal, São Paulo, v. 7, 1943. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#:~:text=%C3%89%20 adotada%20no%20territ%C3%B3rio%20nacional,ou%20 presta%C3%A7%C3%A3o%20de%20servi%C3%A7os%20 remunerados. Acesso em: 17 fev. 2022. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 104 DIREITO DAS ORGANIZAÇÕES 17 março 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 17 fev. 2022. BRASIL. Lei nº 10.421, de 15 de abril de 2002. Institui o Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 de abril de 2002. Disponível em: http:// http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10421.htm#:~:text=LEI%20 N%C2%BA%2010.421%2C%20DE%2015%20DE%20ABRIL%20 DE%202002.&text=Estende%20%C3%A0%20m%C3%A3e%20 adotiva%20o,24%20de%20julho%20de%201991. Acesso em: 17 fev. 2022. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Código Tributário. Diário Oficial da União, Brasília, 1966. BRASILINO, F. Bem jurídico empresarial: função social, preservação da empresa e proteção ao patrimônio mínimo empresarial. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 4. Ed. São Paulo: Rideel, 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 105 AsPECTos PRáTICos Do DIREITo APlICADo às oRgANIzAçõEs CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS. 6 ed. São Paulo: Rideel, 2021. MACHADO, H. B. Código Tributário Nacional. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2018. Introdução ao direito organizacional Introdução Introdução ao estudo do direito A constituição federal Conciliação, mediação e arbitragem Políticas de inclusão Considerações finais Referências Aspectos práticos do direito aplicado às organizações Introdução Direito empresarial Direito do consumidor Direito do trabalho Direito tributário Considerações finais Referências Botão 1:
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