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Barroco - estudo em andamento

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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG 
 
Química 1 
Ana Clara Maia Cruz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barroco 
Estudo dirigido e exercícios do livro (capítulo 10) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte, 2022 
Barroco 
Contexto histórico, artístico e religioso 
A arte barroca surge na Europa em um contexto político, social e cultural conturbado. É 
válido ressaltar que com o fim da Idade Média, deu-se a ascensão da burguesia e de seus 
interesses mercantis, possibilitando o renascimento antropôcenico, que contrastava com 
os valores teocêntricos da Igreja Católica. A Reforma Protestante iniciada por Martinho 
Lutero havia se difundido pela Europa, deixando marcas profundas na Igreja Catolica. A 
Igreja passava por uma grave crise que que seu poder e legitimidade eram questionados, 
ocasionando em uma diminuição do contingente de fiéis. 
Diante da necessidade de fortalecer seu poder já enfraquecido, a Igreja Católica inicia o 
movimento de contrarreforma a partir da instalação do Concílio de Trento (1545 – 1563), 
uma ferramenta doutrinária, que, dentre outras medidas, observou a produção de arte para 
que esta fosse produzida para a condução da fé, ou seja, usou a arte como propaganda. 
A arte barroca surge como uma herança renascentista, e demarca um processo de 
transição do teocentrismo para o antropocentrismo. Demarca características de uma fusão 
entre o teocentrismo medieval resgatado pela igreja e o antropocentrismo herdado do 
renascimento. 
. 
Principais características e artistas do barroco 
A sobreposição do emocional sobre o racional. Ao contrário da arte renascentista que 
exaltava a racionalidade, a arte barroca busca exaltar a Emoção. Baseando-se no princípio 
de que a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção, e não apenas da razão. 
O conflito na arte barroca representa a dúvida existencial presente na sociedade, em uma 
época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco é uma tentativa de conciliar 
forças antagônicas, demonstradas pelo contraste entre o Bem e o Mal, Deus e o Diabo, 
Céu e a Terra, Pureza e Pecado, Alegria e Tristeza, Paganismo e Cristianismo, o Espirito 
e a Matéria, o Divino e o Humano. 
 
Essa fusão das visões medievais e r,enascentistas recebe o nome de fusionismo. Na 
pintura, se traduz pelas misturas e contrastes de luz e sombra, enquanto na música pela 
mistura entre sons. 
Os altos contrastes entre luz e sombra, a profundidade, o entrelaçamento entre escultura 
e arquitetura e a busca por efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, 
colunas retorcidas e etc. 
 
Artes plásticas 
 
Pintura 
A composição assimétrica revela o estilo monumental e grandioso, 
característica essa que se opõem a geometria e equilibro buscadas pela arte 
renascentista. As linhas curvas buscam criar a sensação de movimento, 
demarcando a instabilidade do período. 
O caráter mais dramático do barroco se expressa na pintura através de traços 
hiper-realistas, que dão a obra caráter exagerado e teatral, abrangendo todas as 
camadas sociais. Além disso, a representação pessimista da figura humana 
objetiva representar a vida como tristeza e sofrimento em oposição à felicidade 
da vida celestial. Dessa maneira, as obras exploram a miséria da condição 
humana, apresentando aspectos cruéis para atingir aos pecadores. 
 
Dentre os principais pintores do barroco estão: 
 
Caravaggio 
 
Caravaggio foi um dos principais artistas do barroco e secularizou a arte 
religiosa. Representava santos como pessoas comuns e milagres como cenas 
do cotidiano. Caravaggio pensava a arte em si mesma e não buscava uma 
beleza ideal, fazendo o que chamava de pintura direta da natureza. Sua vivência 
nas mais diversas esferas sociais da Itália o permitiram conhece-las para que 
pudesse retrata-las. Dentre as pinturas diretas de paisagens figuram os mais 
sórdidos cortiços. Em “A vocação de São Mateus”, por exemplo, Caravaggio 
mostra uma taverna escura em que cinco homens bem vestidos contam moedas 
em volta de uma mesa. Levi, que se tornaria o apóstolo Mateus é identificado 
como coletor de impostos por uma moeda no chapéu. Um foco de luz diagonal 
ilumina a expressão aterrada e o gesto de perplexidade do coletor de impostos. Esse 
raio de luz passa pela cabeça de Cristo, iluminando a parte superior da cena, onde há 
uma simples janela aberta com vidros escuros. Essa fonte de luz única (característica 
da arte barroca) apresenta níveis de iluminação, incidindo no objeto considerado de 
maior importância. As sombras provocam a sensação de volume dos objetos, criando 
uma necessidade de atenção maior do observador. Ao usar a perspectiva, Caravaggio 
leva o observador para dentro da ação. Outro ponto notável da obra é o naturalismo 
característico de caravaggio, que foi o primeiro a retratar no presente um episódio 
bíblico, notado pelas vestes características de Roma no século XVI. O aspecto 
naturalista é reforçado pela escolha de pessoas comuns como modelos. 
A tensão dramática típica das obras de Caravaggio também pode ser observada 
em “A Vocação de São Mateus”. A cena é retratada no exato momento em que 
Jesus entra na sala, possivelmente logo após este dizer “Siga-me”. Levi, que acabou 
de ouvir o “chamamento” de Cristo está em um momento de indecisão. A cena 
representa, portanto, o momento de transição entre Levi e Mateus, entre o cobrador 
de impostos e o apóstolo. 
 
 
 
Rubens 
Sir Peter Paul Rubens foi um importante artista belga. Conhecido como “Príncipe dos 
pintores e pintor dos príncipes”, Rubens teve uma vida sofisticada nas cortes. 
Além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir 
das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. 
Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes – o 
vermelho, o verde e o amarelo – que contrabalançam a luminosidade da pele clara 
das figuras humanas. Como em “A Assunção de Virgem Maria”, no qual a mãe de 
Jesus é elevada ao céu após sua morte. A luz divina está voltada para a personagem 
principal, que é levada por anjos. No plano terreno, doze apóstolos e três mulheres 
lamentam sua morte. 
 
 
 
 Rembrandt (1606-1669) 
Rembrandt ficou conhecido como pintor através de seus retratos. Sua arte sofreu grandes 
transformações quando praticamente abandonou a pintura de retratos que o consagrara. 
A arte religiosa passou a ocupar o centro de sua produção, que se tornou cada vez mais 
sóbria e introspectiva, em que o sombreado sútil implica em uma profundidade 
emocional. Nos quadros de Rembrandt, a atenção do observador não é dirigida pelo 
contraste de luz e sombra, mas sim pela gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras 
que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. A irregularidade da pintura cria um efeito de 
brilho ao refletir e difundir a luz, ao passo que as áreas mais escuras levam a um efeito de absorção 
da luz. 
 
 
A Ronda Noturna 
 
 
 
 
Diego Velázquez (1599-1660) 
Velázquez foi um pintor espanhol conhecido por pintar pessoas da corte, mas também pessoas 
comuns espanholas, documentando cenas cotidianas destas. Sua obra se caracteriza por técnicas 
típicas da arte barroca, principalmente pelo efeito luminosos, que não se dá através de contrastes 
ásperos, mas sim por uma mudança gradual nas várias zonas da tela. Venus ao espelho, a única 
imagem de nudez feminina pintada por ele, foi traçada durante sua estada em Roma. A deusa do 
amor e da beleza, no quadro de Velázquez, nos dá as costas em virtude da tradicional e recatada 
sociedade da época. Mesmo de costas Vênus nos olha, indiretamente, por um espelho. O espelho 
segurado pelo cupido, mitologicamente seu filho, possibilita seu olhar. 
Vênus ao Espelho, c. 1648, Diego Velázquez, National Gallery, Londres 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/diego-velazquez/Escultura 
A escultura barroca buscava se fundir em outras áreas, em que as estatuas assumem o 
papel principal. As esculturas barrocas não são concebidas seguindo a perfeição 
geométrica, mas sim seguindo uma combinação de movimento das figuras. 
Desse modo, as esculturas barrocas se caracterizam pelo predomínio de linhas curvas e 
dos drapeados das vestes trazendo o movimento característico das artes barrocas. Os 
gestos e expressões das personagens revelam emoções violentas e atingem enorme 
dramaticidade. 
Gianlorenzo Bernini (1598-1680) foi um importante escultor do período barroco. Era também 
arquiteto, urbanista, compositor e decorador. Algumas de suas obras serviram de elementos 
decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na 
Basílica de São Pedro, no Vaticano. 
 
O Êxtase de Santa Tereza, Gianlorenzo Bernini 
 
 
Detalhe da escultura Rapto da Sabrina, Gianlorenzo Bernini 
 
 
 
Arquitetura 
A arquitetura barroca é extremamente dinâmica. O barroco transforma as formas 
clássicas de maneira fantasiosa e subjetiva. O movimento é obtido através das curvaturas 
das fachadas, que se tornou uma característica da arquitetura do período. 
Para a arquitetura barroca, a luz é um elemento fundamental. Os altos contrastes entre 
áreas muito iluminadas e áreas na quase escuridão são típicos dos edifícios produzidos na 
época, e trazem dramaticidade. 
O estilo arquitetônico francês, mais sóbrio e imponente, impôs-se aos poucos como estilo 
dominante na Europa. 
 
A arquitetura barroca também produziu importantes obras para o que hoje chamamos de 
urbanismo, ao construir praças, jardins e estradas. Uma evolução intrínseca ao período, a 
arquitetura barroca dominou e demonstrou capacidade técnica de temas complexo. O 
exemplo mais conhecido do aspecto urbanístico do barroco é a praça de São Pedro, em 
Roma, de autoria de Gian Lorenzo Bernini. 
 
 
Colunata Praça de São Pedro, Vaticano, Roma, Itália. 
 
 
 
Literatura e Linguagem do barroco 
A circulação dos textos produzidos estava restrita a nobreza, para não ser acessível ao 
público vulgar. As academias foram então criadas, visando um dialogo contínuo e 
produtivo entre os escritores. 
A poesia barroca é escrita por poetas para poetas. A repetição dos temas é aprovada pelo 
público, pois permite a comparação entre as produções. As Academias estimulam a 
sofisticação dos textos. O fusionismo se traduz na literatura pela associação entre o 
racional e o irracional. Desse modo, essa união dos opostos se dá pelo uso de antítese e 
paradoxo. 
Os textos abordam a fragilidade da vida humana, fugacidade do tempo, a crítica à vaidade 
e as contradições do amor. 7 
 
 
O barroco no Brasil 
 O poema épico “prosopopeia” escrito por Bruno Teixeira costuma ser 
considerado como o marco inicial da literatura barroca brasileira. 
 
O barroco sustentou sobre três alicerces de caráter estético ideológico: o lúdico, a 
ênfase visual e o persuasório. Esse apelo a um aspecto pictórico de caráter lúdico 
e persuasório é comentado por Affonso Ávila, 
A sensibilidade ótica do homem barroco das montanhas, 
a sua permanente busca do comprazimento dos olhos 
podiam ser constatados “seja no aproveitamento das 
singularidades topográficas, no risco ousado da arquitetura, 
na elegância das fachadas, no ornato caprichoso das 
portadas, na decoração interior das igrejas, seja no colorido 
do ritual religioso, na pompa dionisíaca das festividades, na 
versatilidade cromática da indumentária ou até em detalhes 
como a bordadura caligráfi ca, a fantasia das iluminuras 
nos livros das irmandades e o artifício generalizado dos 
textos e inscrições” [...] A preocupação visualizadora 
do Barroco [...] era persuasória, encantatória, buscava 
prender os olhos, transmitir quase sempre uma mensagem 
religiosa e dela convencer o espectador através do exemplo 
feericamente visualizado. 
ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco I. 
3. ed. São Paulo: Perspectiva. p. 28. 
 
A arte barroca possui visualidade pictural, capaz de seduzir, convencer e converter 
o espectador. 
 
 
 
 
 
A parenética do Padre Antônio Vieira 
Os sermões escritos por Padre Antônio Vieira são conhecidos pela retórica 
perfeita e argumentação criativa. O conjunto de sermões do padra Vieira 
exemplifica a arte barroca da Contrarreforma cujo objetivo foi a promoção da fé 
católica por meio de uma linguagem cultista e conceptista. O caráter cultista da 
linguagem barroca está no viés lúdico e encantatório. Dessa maneira, tem-se o 
emprego de várias sofisticações linguísticas para se alcançar a engenhosidade 
estética. Alguns elementos como o hipérbato (inversão sintática), a aliteração, a 
assonância e a anáfora (que geram musicalidade no texto) auxiliam nessa 
composição estética. 
Entretanto, como os sermões tinham objetivo persuasivo, a linguagem barroca não 
podia ser apenas cultista, mas também conceptista. Dessa maneira, deve explicar 
um conceito a partir de uma imagem concreta. O conceptismo é construído através 
de figuras como metáforas, analogias e comparações. 
No famoso “Sermão da Sexagésima”, pregado na Capela Real de Lisboa, em 
1655, padre Vieira acusa os demais sermonistas de não estarem mais convertendo 
os fiéis devido aos excessos cultistas. Segundo ele, estavam pregando para si e 
não para os outros, pregando em nome da vaidade e não do resgate dos fiéis. 
Comesses desvios, o público estava assistindo a um espetáculo retórico ao invés 
de ser convertido e educado nos valores cristãos. Nesse sermão, Vieira aponta 
como um bom sermão deve ser escrito e pregado, usando uma linguagem 
conceptista ao fazer uma analogia entre a elaboração de um texto e a estrutura de 
uma árvore. 
 
Gregório de Matos “boca do inferno” 
Gregório de Matos foi um dos maiores nomes da literatura barroca e sua poesia pode ser 
dividida em: lírica, sacra e satírica. Mesmo escrevendo sobre temas variados, é 
característico de Gregório o intenso trabalho lúdico com a palavra poética, manifestada 
nos trocadilhos, nas ambiguidades, nas construções metafóricas, hiperbólicas e 
antitéticas. 
 
 
Poesia Lírica 
A poesia lírica de Gregório de Matos retoma temas clássicos, como a oposição 
entre espirito e matéria. Há em seus poemas enorme cuidado na construção de 
metáforas e estruturação sintática. 
 
Discreta, e formosíssima Maria, 
Enquanto estamos vendo a qualquer hora 
em tuas faces a rosada Aurora, 
em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: 
enquanto com gentil descortesia 
O ar, que fresco Adônis te namora, 
Te espelha a rica trança voadora, 
Quando vem passear-te pela fria: 
Goza, goza da flor da mocidade, 
Que o tempo trota a toda ligeireza, 
E imprime em toda a flor sua pisada. 
Oh não aguardes, que a madura idade 
Te converta em flor, essa beleza 
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada 
 
Nesse poema, há a presença da tradição poética ocidental, marcada pelo retrato da 
mulher compostos apenas por suas partes nobre e espirituais. Percebe-se também 
o uso de metáforas congeladas, percebido, por exemplo, na representação da musa 
como portadora de faces rosadas (Aurora), os olhos de tamanho brilho que se 
assemelha ao brilho do Sol, a boca clara como o dia. Há também o uso de 
metáforas naturais em que a beleza da mulher é comparada a beleza da natureza, 
nesse caso, a mocidade comparada a uma flor. Além disso, percebe-se o emprego 
do carpe diem horaciano, quando o poeta exorta sua amada a gozar sem remorsos 
o amor, a juventude e o momento presente, pois o tempo “imprime em toda a flor 
sua pisada”. 
O movimento característico do barroco. Sagrado e profano (mulher e anjo). 
Santificada. 
 
 
Poesia Sacra 
A poesia sacra de Gregório de Matos consagrou-se por imagens fortes, sentimento 
exacerbado de contrição, senso de pecado, constatação da fragilidade humana e o 
temor diante da mortee da condenação eterna. Tais obras foram produzidas nos 
momentos finais de sua vida, em um momento de maior maturidade. 
 
Poesia Satírica 
O mérito da escrita de Gregório é atribuído à sua sofisticada poesia satírica, em 
que denunciava as torpezas, os vícios e os enganos do Brasil. 
“eu sou aquele, que os passados anos 
cantei na minha lira maldizente 
torpezas do Brasil, vícios, e enganos” 
Sua “lira maldizente” denunciava a situação econômica e social do país. Em seus 
versos falava sobre a usura da Igreja, a riqueza inescrupulosa das autoridades 
governamentais, a exploração de Portugal e a alienação dos mestiços brasileiros. 
Sua crítica, portanto, direcionava-se a todas às classes. 
 
 
A integração entre a arquitetura, a escultura, talha e pintura 
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho 
Mais conhecido como Aleijadinho, Antônio Lisboa foi um dos principais artistas do 
barroco brasileiro. A igreja de São Francisco, em Ouro Preto, expressa uma arte plena e 
perfeita. Além de extraordinário arquiteto e decorador, Aleijadinho foi também exímio 
escultor. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, por exemplo, conta com esculturas 
em pedra-sabão de doze profetas, sendo que cada uma das personagens se encontra em 
uma posição diferente das demais e executa gestos que se coordenam, dando as esculturas 
a noção de movimento. 
 
 
 
Capítulo 10 
Página 101 
Questão 1 
Ao centro da tela, iluminado por uma luz divina, encontra-se um homem de vestes 
vermelhas e mãos amarradas atrás das costas. Olha para o céu, onde estão anjos. Um dos 
anjos oferece ao homem uma coroa de ramos. No canto superior direito estão dois 
homens, um jovem e um mais velho, dos quais emana a luz que ilumina a tela. Na 
extremidade inferior da tela observa-se muitas pessoas que parecem atacar ao homem. 
Algumas seguram grandes pedras e a as lançam no homem, ao passo que outras desferem 
golpes como chutes e empurrões. As cores utilizadas na composição das vestes são vivas 
e estabelecem um contraste com o tom de pele das personagens. 
 Elementos religiosos como anjos, a representação de Jesus e Deus entre as nuvens 
e até mesmo as vestes da personagem, vermelhas usadas comumente por bispos. 
Questão 2 
a) As cores usadas para representar as personagens terrenas são mais vivas e fortes 
que as usadas na representação dos anjos e de Jesus e Deus, promovendo uma 
diferença entre os planos e dando um ar etéreo aos seres celestiais. 
b) Santo Estevão olha em direção aos céus, indicando, como na passagem bíblica, 
que vê “a glória de Deus” que anunciaria sua salvação e glória eterna. Outros dois 
homens no canto esquerdo também olham espantados para o céu. Todos os outros 
personagens do plano terreno olham em para baixo ou na direção do martire. Esse 
espanto pode ser atribuído a visão dos anjos, de jesus e de deus, pois são os únicos 
que não participam do martírio, e justamente por não participarem do ato violento, 
são agraciados com a permissão de enxergarem os seres celestiais. 
Questão 3 
Dinâmica e impactante. 
Os adjetivos que melhor caracterizariam a pintura são dinâmica e impactante. A obra é 
dinâmica por apresentar personagens diversas, dispostas em diferentes posições e em 
gestos teatrais, dando à tela uma noção de movimento. Além disso, a obra é impactante 
por apresentar um tema sensível, a visão de um homem indefeso prestes a ser apedrejado, 
sem dúvidas, gera comoção e impacta o observador. 
 
Questão 4 
A tese de que há uma irmandade entre os cristãos, de modo que as ações afetam a todos 
os cristãos. 
Questão 5 
A epígrafe diz que os sinos tocando em anuncio a morte de outras pessoas devem servir 
aos cristãos como um aviso da própria mortalidade. A noção e um elo existente entre os 
cristãos traz a noção de união universal da Igreja. 
Questão 6 
John Donne apresenta, logo no inicio do texto, a imagem da Igreja como um corpo, e os 
fiéis como membros. Em seguida, apresenta a imagem da humanidade como um livro de 
volume único, escrita por um só autor, Deus. 
Questão 7 
a) A metáfora retoma a tese apresentada inicialmente ao afirmar que a morte de um 
único individuo afetaria a todos os outros. Ele afirma, portanto, a unidade de todos 
os membros a partir da figura de Deus como centralizadora. 
b) A metáfora expande a tese ao utilizar um ilha como objeto, pois está indica solidão 
e individualidade. Nessa passagem retoma a morte de um individuo e o impacto 
que tem sobre os demais, a partir da noção de irmandade entre os católicos já que 
a perda de um único torrão afetaria todo o continente europeu. 
Questão 8 
Em ambas produções, Deus está presente como elemento central. No quadro de Rubens, 
a intervenção dos anjos e a visualização de Jesus e Deus trazem a noção de salvação 
eterna e glória celeste. Dessa maneira, Deus é o fator de união de todos aqueles que se 
encontram sob sua proteção. Similarmente, Donne defende em sua tese a ideia de que a 
humanidade se constitui de um único corpo coordenado por Deus. 
 
Página 106 
Questão 1 
Os elementos da natureza que se opõem são fogo e água. 
a) O fogo simboliza o ardor da paixão vivenciada pelo eu-lirico, a água 
simboliza o choro pelo sofrimento amoroso. 
b) As imagens utilizadas para fazer referência ao fogo são “ardor”, 
“incêndio”, “abrasas” e “chamas”. Já as imagens que fazem refer~encia a 
água são: “pranto”, “mares de água”, “rio” “que corres desatado”. 
Questão 2 
O interlocutor é a paixão. 
a) A paixão é caracterizada por elementos opostos, fogo e água. Pois queima no 
coração do eu-lirico e se manifesta em lágrimas por seu rosto. 
b) O eu-lirico questiona a contradição da manifestação da paixão. 
Questão 3 
a) A antítese indica a tensão entre os opostos. A oposição entre os termos “fogo” e 
“rio de neve”, por exemplo. 
b) Alguns outros exemplos são: “incêndio” e “mares de água”; “abrasas” e “corres 
desatado”; “fogo” e “cristal”. 
c) A fusão ou aproximação se dá pela transformação dos elementos que simbolizam 
a paixão. Um exemplo é a transformação de “rio de neve” e “fogo”. 
Questão 4 
A “chama fria” pode simbolizar uma paixão controlada, ao passo que a “neve 
ardente”pode simbolizar uma contenção que desaparece quando surge a paixão. 
 
Página 111 
Questão 1 
Segundo o texto, a função dos pregadores, é impedir a corrupção através dos sermões. 
a) Padre Vieira questiona sobre a causa da corrupção nesta terra sendo que haviam 
tantos pregadores para evita-la. 
b) O questionamento é retorico por enfatizar as causas apontadas por ele em seguida “o 
sal que não salga” e a “terra que não se deixa salgar”. 
 
Questão 2 
a) Para Viera os pregadores não cumprem sua função de “salgar a terra” porque não 
pregam a verdadeira doutrina, não agem de acordo com a doutrina por eles pregada e 
pregam a si mesmos e não a Cristo. 
b) O texto aponta que a “terra não se deixa salgar” porque os fiéis imitam as atitudes 
incorretas dos pregadores e não seguir os ensinamentos e a verdadeira doutrina. 
c) Vieira utiliza recursos estilísticos como a repetição. A cada afirmação de causa, 
anteriormente aponta “ou é porque o sal não salga” ou “é porque a terra não se deixa 
salgar”. 
d) A retomada dessas estruturas enfatiza o argumento apresentado e conduz o ouvinte a 
uma conclusão. 
 
Questão 3 
Vieira conclui que o pregador que não cumpre sua função, ou seja, que não salga a terra, 
deve ser, assim como disse Cristo, lançado fora como um inútil, para que seja pisado. 
Questão 4 
As colocações de padre Vieira são atuais, pois é possível perceber a existência de “sal 
que não salga”, religiosos que não fazem o que pregam ou não pregam a verdadeira 
palavra de Cristo. Além disso, é possível perceber que há, ainda hoje, “terra que não se 
deixa salgar”, ou seja, pessoas que se dizem fiéis, mas não seguem os ensinamentos 
pregados na escritura.

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