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U
T
O
Desenvolvimento 
de produto
Luana Nascimento de Paula
Melina Aparecida Plastina Cardoso
Natália Woitas 
Desenvolvimento de 
produto
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Paula, Luana Nascimento de 
 
ISBN 978-85-522-0306-3
 1. Administração – aspectos sociais. 2. Produtos 
novos- aspectos sociais. 3. Desenvolvimento organizacional. I. 
Cardoso, Melina Aparecida Plastina. II. Woitas, Natália. III. 
Título. 
 CDD 770 
Paula, Melina Aparecida Plastina Cardoso, Natália Woitas.
– Londrina : Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 20178
192 p.
P324d Desenvolvimento de produto / Luana Nascimento de 
 © 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica 
Alessandra Cristina Santos Akkari
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
Unidade 2 | Gestão do planejamento e desenvolvimento de processos e 
produtos _____________________________________________________________
Seção 1 - Perspectivas gerais sobre a gestão e o planejamento e 
desenvolvimento de processos e produtos _____________________________
1.1 | Perspectivas gerais __________________________________________________________
1.2 | O que representa a gestão dentro do desenvolvimento de processos e 
produtos? _______________________________________________________________________
1.3 | Como gerir e planejar bem o desenvolvimento de processos e produtos? ___
Seção 2 - A importância da gestão no desenvolvimento de processos e 
produtos __________________________________________________________
2.1 | O que é gestão? ___________________________________________________________
2.2 | A importância das pessoas dentro da gestão do planejamento e 
desenvolvimento de processos e produtos? _____________________________________
2.3 | A Gestão de Projetos e seu ciclo ____________________________________________
Seção 3 - A importância do planejamento no desenvolvimento de 
processos e produtos _______________________________________________
3.1 | O que é Planejamento? _______________________________________________
3.2 | Tipos de Planejamento________________________________________________
3.3 | Planejamento Estratégico: como implementá-lo? ________________________
3.4 | Fases de elaboração do planejamento estratégico ________________________
Seção 4 - Como gerir o planejamento: alternativas de aplicação no 
desenvolvimento de produtos e processos ___________________________
4.1 | O gerenciamento do planejamento ____________________________________
4.2 | Benefícios do gerenciamento no desenvolvimento de produtos e processos __
4.3 | Quais são as ferramentas de gestão utilizadas no planejamento? ___________
Unidade 1 | Introdução ao projeto de processos e produtos
Seção 1 - Elementos estratégicos do desenvolvimento de produtos
1.1 | Conhecendo o processo de desenvolvimento de produtos
1.2 | O papel do desenvolvimento de produtos nas empresas
1.3 | Tipos de projetos de desenvolvimento de produtos
1.4 | O processo básico de desenvolvimento de produtos
Seção 2 - Pré-desenvolvimento
2.1 | Geração de ideias
2.2 | Triagem de ideias
2.3 | Teste e desenvolvimentode conceitos
2.4 | Análise de negócios
Seção 3 - Desenvolvimento
3.1 | Projeto conceitual 
3.2 | Projeto detalhado
3.3 | Preparação da produção
3.4 | Lançamento do produto
Seção 4 - Pós-desenvolvimento
4.1 | Acompanhamento do desenvolvimento do produto
4.2 | Acompanhamento pós-lançamento do produto
4.3 | O início e o fim do pós-desenvolvimento
4.4 | Fatores que afetam o desempenho de projetos de produtos
Sumário
7
11
11
14
16
18
22
22
24
27
28
31
31
33
35
39
41
41
43
44
46
57
60
60
61
63
68
68
70
73
78
78
81
82
83
87
87
89
90
Unidade 4 | Projeto de produtos _______________________________________
Seção 1 - Definindo o projeto de produto _______________________________
1.1 | Metodologias ou desenho para a qualidade ____________________________________
1.2 | Requisitos gerais _____________________________________________________________
1.3 | Custos do projeto do produto ________________________________________________
Seção 2 - Embalagem do produto ______________________________________
2.1 | Definição e classificação ______________________________________________________
2.2 | Os impactos das embalagens ________________________________________________
2.3 | Custo de embalagens e sua viabilidade operacional ___________________________
Seção 3 - Assuntos regulatórios _______________________________________
3.1 | Formulação e dizeres de rotulagem __________________________________________
3.2 | Propriedade intelectual – Marcas ____________________________________________
3.3 | Propriedade intelectual – Patentes ___________________________________________
Seção 4 - Controlando a qualidade do projeto de produto ________________
4.1 | Auditoria do produto ________________________________________________________
4.2 | Certificação do produto _____________________________________________________
4.3 | Outras ferramentas de controle da qualidade do projeto de produto____________
Unidade 3 | Projeto de processos ______________________________________
Seção 1 - Projeto x Processos _________________________________________
1.1 | Projetos _____________________________________________________________________
1.2 | Processos __________________________________________________________________
1.3 | Projeto de processos_________________________________________________________
Seção 2 - Tipos de projetos de processos _______________________________
2.1 | Projetos de processos em manufatura _______________________________________
2.2 | Projeto de processos em serviços ___________________________________________
Seção 3 - Projeto detalhado do processo _______________________________
3.1 | Mapeamento e controle do processo ________________________________________
3.2 | Ferramentas de utilização no mapeamento de processos ____________________
3.2.1 | Fluxograma de processos __________________________________________________
3.2.2 | BPM - Business Process Management _____________________________________
3.2.3 | MAMP – Método de Análise e Melhoria de Processo ________________________
Seção 4 - Engenharia Simultânea _____________________________________
4.1 | O que é Engenharia Simultânea? ____________________________________________
4.2 | A Engenharia Simultânea como ferramenta competitiva _____________________
101
104
104
109
110
113
113
116
119
119
120
120
121
122
124
124
125
135
138
138
143
149
152
152
155
158
163
163
170
172
175
175
178
180
Apresentação
Caro(a) aluno(a), estamos diante da unidade curricular de 
Desenvolvimento de Produtos e, provavelmente, inúmeras indagações 
passam pela sua cabeça, em especial,aquelas relacionadas às etapas 
do processo de desenvolver produtos, não é mesmo?
Pode ter certeza que o processo de desenvolver produtos está mais 
próximo de você do que imagina! Tenho certeza que você está curioso 
em saber não apenas do que se trata um desenvolvimento de produto, 
suas características e etapas, mas como isso poderá auxiliá-lo em seu 
amadurecimento profissional, possibilitando-lhe, assim, um diferencial 
no mercado de trabalho.
Nosso livro é composto de quatro unidades de ensino, sendo 
que, em nossa primeira unidade, faremos uma introdução ao 
projeto de produtos e processos, discutindo os conceitos iniciais de 
produto, projeto, ciclo de vida do produto, bem como o papel do 
desenvolvimento de produtos e seu processo básico. Na segunda 
unidade, focaremos a gestão do planejamento e desenvolvimento de 
processos e de produtos, na qual você irá compreender conceitos 
sobre gestão e planejamento e, também, a importância deles dentro 
do desenvolvimento de processos e produto. Discorreremos sobre 
os pontos positivos que provêm para a empresa através da aplicação 
desses conceitos no dia a dia de uma organização. Já na terceira 
unidade, trataremos sobre projetos, processos, tipos de projetos de 
processos e suas principais características. Ainda nessa unidade, você 
conhecerá algumas ferramentas de mapeamento de processos e 
estudará sobre engenharia simultânea e seus impactos sobre processos. 
Por fim, na quarta unidade, abordaremos sobre projetos de produtos, 
com foco no desenvolvimento do produto final, pensando em seus 
elementos peculiares, como: fórmula, embalagens, marcas, patentes 
e demais registros. Além disso, ainda nessa unidade, você analisará 
o desenvolvimento sob o ponto de vista da gestão e do controle da 
qualidade.
Creio que você está curioso para saber o que vem por aí e, em 
especial, para ser e fazer a diferença em seu ambiente profissional.
Você está pronto para mergulhar no mundo do Desenvolvimento 
de Produtos?
Unidade 1
Introdução ao projeto de 
processos e produtos
Nesta unidade, você irá compreender a estrutura básica para 
o desenvolvimento de projetos de processos e produtos. Você 
também vai ser levado a estudar os principais conceitos e elementos 
do processo de desenvolvimento de produtos. 
Esta unidade é composta por quatro seções, para discutirmos 
sobre projeto de processos e produtos. Na primeira seção, 
introduziremos os conceitos necessários para o entendimento do 
processo de desenvolvimento de produtos como um todo. Além de 
entender a importância e o papel do desenvolvimento de produtos 
nas organizações, você será levado a conhecer o processo básico e 
prático de desenvolver produtos. A segunda seção abordará a primeira 
macrofase do desenvolvimento de produtos, o pré-desenvolvimento, 
no qual trataremos sobre planejamento, tópicos de geração de 
conceitos, definição do produto, desenvolvimento e teste de 
conceito e análise de viabilidade. Já na terceira seção, discorreremos 
sobre a fase de desenvolvimento propriamente dita, na qual você terá 
contato com as fases de projeto conceitual e detalhado, preparação 
para produção e lançamento do produto. Por fim, a quarta seção 
abordará a macrofase final: o pós-desenvolvimento. Portanto, você 
será levado a analisar o último cenário do projeto de produtos ao 
estudar as fases de acompanhamento do desenvolvimento e 
lançamento do produto, além dos fatores que afetam o desempenho 
de projetos de produtos. Dessa forma, você terá uma visão holística 
de como se dá esse processo como um todo.
Objetivos de aprendizagem
Luana Nascimento de Paula
Esta seção é dividida em quatro tópicos, sendo que o primeiro (1.1) abordará 
os conhecimentos prévios necessários para o processo de desenvolver produtos. 
Também entenderemos o papel do desenvolvimento de produtos nas empresas 
no segundo tópico (1.2) desta seção. No Tópico 1.3, trataremos os tipos de projetos 
de desenvolvimento de produtos. Por fim, no Tópico 1.4, vamos compreender 
como é desenvolver produtos na prática, estudando o processo básico de 
desenvolvimento de produtos.
Seção 1 | Elementos estratégicos do desenvolvimento de produtos
Aqui, vamos ter a visão holística de como se dá o processo inicial de 
desenvolvimento de produtos. Esta seção abordará os processos iniciais práticos 
de desenvolver produtos que abrirão sua mente para conhecer as demais etapas. 
Trataremos sobre planejamento, contemplando a fase de geração de ideias no 
Tópico 2.1; triagem de ideias no Tópico 2.2; desenvolvimento e teste de conceitos 
no Tópico 2.3; e análise de negócios no Tópico 2.4. Sendo assim, basicamente, 
inclui o estudo da identificação e seleção de oportunidades, definição do produto 
e análise de viabilidade do projeto.
Seção 2 | Pré-desenvolvimento
Nesta seção, você terá a visão da macrofase de desenvolvimento. No Tópico 3.1, 
trataremos sobre o projeto conceitual; no Tópico 3.2, sobre o projeto detalhado; no 
Tópico 3.3, a preparação da produção; e no Tópico 3.4, o lançamento do produto.
Seção 3 | Desenvolvimento
Nesta seção, você conhecerá o processo de acompanhamento do 
desenvolvimento de produtos no Tópico 4.1, bem como terá contato com o 
acompanhamento do pós-lançamento de produtos no Tópico 4.2. Irá, por fim, 
compreender do início ao fim da macrofase de pós-desenvolvimento no Tópico 
4.3, além de analisar as falhas comuns e os fatores gerenciais que afetam o 
desempenho de projetos de desenvolvimento de produtos no Tópico 4.4.
Seção 4 | Pós-desenvolvimento
Introdução à unidade
Ao acessar o material com o nome de Desenvolvimento de 
Produtos, você imaginou o que seria abordado nesta disciplina, não é 
mesmo? 
Muitas empresas, independentemente do segmento em que atuam, 
desenvolvem projetos de produtos e de processos constantemente 
em busca de sua sobrevivência e até mesmo para o aumento de sua 
competitividade diante do mercado. Ao pensar em desenvolvimento de 
produtos, estamos justamente nos referindo a esses projetos realizados 
como estratégias das organizações. E quando pensamos em projeto 
de processos? Ou o que isso está relacionado ao desenvolvimento 
de um produto? Podemos citar alguns exemplos de projetos ou 
desenvolvimento de produtos, quer ver? Desenvolver um software, 
aumentar a embalagem de um produto, diminuir o tamanho de um 
celular, mudar um ingrediente de um chocolate, criar um design para 
uma camiseta, desenvolver um helicóptero, um computador. Enfim, 
ficaríamos muito tempo aqui dando muitos exemplos de vários outros 
produtos que podem ser alterados, substituídos ou inovados (ARAUJO; 
GARCIA; MARTINES, 2016).
Esses projetos impactam diretamente em todos os processos 
das empresas, tanto nos processos gerenciais como nos processos 
produtivos. Portanto, um projeto puxa o outro e estão presentes no 
cotidiano de toda empresa. Viu como é importante você estudar 
esse tema e ter domínio dos elementos que envolvem o processo 
de desenvolvimento de produtos? Assim, seguindo tópico por 
tópico deste livro, você será capaz de desenvolver as competências 
necessárias para participar ou até mesmo gerir um projeto desse tipo 
(BURMESTER, 2012).
Em nossa unidade curricular, vamos discutir sobre a introdução 
ao projeto de processos e produtos e sua aplicação no âmbito 
empresarial, fator que o diferenciará no mercado de trabalho. A 
partir deste momento, você terá a visão macroscópica da estrutura 
de desenvolvimento de produtos. Especificamente, nesta primeira 
unidade, entenderemos os conceitos iniciais necessários ao Processo 
de Desenvolvimento de Produtos (PDP). Também vamos compreender 
o papel desse processo nas empresas, os tipos de projetos existentes e 
o processo básico de desenvolvimento de produtos.
Para nos auxiliar a atingir esses objetivos, esta unidade está 
estruturadaem quatro seções. Na primeira seção, introduziremos os 
conceitos do desenvolvimento de produtos, estudando seus conceitos 
e processos básicos. Na segunda seção, você terá contato com o pré-
desenvolvimento, no qual trataremos sobre geração de conceitos, 
definição do produto, desenvolvimento e teste de conceito e análise 
de viabilidade. Já na terceira seção, você irá analisar a macrofase de 
desenvolvimento, propriamente dita, conhecendo o projeto conceitual 
e detalhado, preparação para produção e lançamento do produto. Por 
fim, a quarta seção abordará a macrofase final, o pós-desenvolvimento, 
e você será levado a conhecer as fases de acompanhamento do 
desenvolvimento e do lançamento do produto, além dos fatores que 
afetam o desempenho de projetos de produtos. 
Vamos iniciar o nosso estudo?
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 11
Seção 1
Elementos estratégicos do desenvolvimento de 
produtos
Introdução à seção
Vamos dar início à unidade curricular Desenvolvimento de 
Produtos? Espero que possamos aprender juntos sobre vários assuntos 
que envolvem qualquer tipo de desenvolvimento. Preparado para esse 
desafio? 
Para auxiliá-lo neste primeiro momento, vamos estudar e conhecer 
o Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP), compreendendo 
os conceitos básicos que envolvem essa temática. Além de abordarmos 
sobre o papel do PDP nas empresas e os tipos de projetos de produtos, 
vamos estudar também o processo básico de desenvolver produtos. 
Ao final desta seção, você será levado a compreender a dimensão 
desse processo, e com isso terá a visão holística do desenvolvimento 
de produtos. Vamos dar o primeiro passo no entendimento desta 
unidade curricular?
1.1 Conhecendo o processo de desenvolvimento de produtos
Para o estudo de desenvolvimento de produtos é imprescindível ter 
um contato inicial com alguns conhecimentos prévios. Dentre eles, o 
conceito de produto ciclo de vida do produto e projeto. Inicialmente, é 
necessário o entendimento do conceito de produto, considerando seu 
envolvimento com a produção e com o consumidor. Os profissionais 
de marketing definem produto como algo que satisfaça as necessidades 
dos consumidores, enaltecendo o conceito de valor agregado, ou seja, 
a percepção que o consumidor tem de um bem. Já os profissionais da 
produção industrial entendem produto como um objeto produzido. 
Sendo assim, uma definição que contempla ambas as percepções seria 
afirmar que um produto é um conjunto de atributos, desenvolvido ou 
produzido com a finalidade de atender às necessidades e aos desejos 
do consumidor (TRENTIM, 2014).
É importante também, durante a leitura deste livro, pensar em 
todos os tipos de produtos, entre eles: produtos de consumo, que são 
aqueles adquiridos pelos indivíduos na busca da satisfação das suas 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos12
necessidades, podendo ser de conveniência (papel higiênico, remédio, 
fralda, entre outros), produto de compra comparada (eletrodomésticos, 
móveis), produtos especiais (carro Mercedes, relógio Rolex), produtos 
não procurados (seguro de vida, serviço odontológico) e serviços 
(dentista, advogado, terapeuta). Também há produtos industriais, os 
quais são demandados pelas organizações em geral, como exemplo: 
equipamentos, instalações, acessórios, componentes, suprimentos e 
serviços (BARBOSA, 2009).
Agora sim podemos falar de ciclo de vida. Ciclo de vida do 
produto compreende todas as suas fases desde seu lançamento até 
o seu declínio. Toda a gestão e os cuidados prestados nessas fases 
determinam o tempo de duração desse ciclo de vida, sendo que o 
ciclo de vida é composto pelas fases de introdução ou lançamento, 
crescimento, maturidade e declínio. A Figura 1.1, apresenta as fases 
do ciclo de vida do produto, sendo que a fase de introdução é 
caracterizada como etapa inicial de lançamento, na qual, geralmente, 
há alto investimento e baixo lucro. Em seguida, na fase de crescimento, 
as vendas começam a aumentar e, consequentemente, a demanda, 
os concorrentes e os lucros aumentam. Na fase de maturidade, 
ocorre a estabilização de vendas, sendo que, em alguns casos, pode 
ocorrer um pequeno crescimento de mercado. Nesse momento é 
acirrada a disputa pelo mercado, e as empresas buscam alternativas de 
melhoras de vendas. A última fase, a de declínio, é caracterizada pela 
obsolescência do produto à medida que ele vai sendo substituído por 
outros (ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 2016).
Fonte: <http://www.planejamentodevendas.com.br/gestao-comercial/ciclo-de-vida-do-produto/>. Acesso em: 24 ago. 
2017.
Figura 1.1 | Ciclo de vida do produto
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 13
Agora podemos introduzir o conceito de desenvolvimento de 
produtos, associando-o com a definição de projeto. Segundo o 
PMBOK (2013), projeto é um empreendimento temporário feito 
para criar um produto, serviços ou resultados únicos. A partir dessa 
definição, é possível entender que um projeto deve entregar um 
resultado inédito, além de possuir um período de tempo limitado, ou 
seja, tem data de início e fim. Um projeto utiliza inúmeros recursos 
(materiais e equipamentos, por exemplo) e, geralmente, possui um 
patrocinador. Todo projeto deve ter um objetivo claro do que deve 
ser realizado, possuir administração própria e tarefas interdependentes. 
Além disso, também tem como característica possuir um grau de risco 
ou incerteza, justamente por ser inédito e independente. Sendo assim, 
concluímos que o desenvolvimento de um produto é um processo 
que parte de um projeto, sendo que esse projeto é classificado como 
projeto de produto (CLEMENTS; GIDO, 2016).
Para saber mais
Você já ouviu falar do setor de P&D? O processo de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D) baseia-se na realização de atividades de 
pesquisa voltadas para o desenvolvimento ou até mesmo para a solução 
de problemas específicos. O setor de P&D participa da fase inicial do 
desenvolvimento de produtos, sendo composto por um time que passa 
a ter domínio da tecnologia e conhecimentos específicos que serão 
utilizados no PDP, por meio de pesquisas. Essas atividades podem ser 
realizadas por equipe interna ou por empresas parceiras, por exemplo, 
por meio de consultoria empresarial ou instituições de pesquisa ou até 
mesmo de ensino. Veja um exemplo de P&D em: <http://www.aneel.
gov.br/programa-de-p-d>. Acesso em: 24 ago. 2017.
Posteriormente, faz-se necessário o entendimento do conceito 
de desenvolvimento de produto. Basicamente, desenvolver produtos 
consiste em um conjunto de atividades que visa obter um produto 
que tenha especificações que atendam às necessidades de mercado, 
considerando desde as estratégias competitivas até a produção e 
comercialização do produto em questão. O desenvolvimento de 
um produto envolve atividades de pré e pós-desenvolvimento que 
serão abordadas nas Seções 2, 3 e 4 desta unidade. A primeira refere-
se às fases do planejamento, e a segunda se refere ao momento de 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos14
pós-produção, incluindo o acompanhamento após o lançamento, 
necessário para realizar eventuais mudanças no processo de 
desenvolvimento (ROZENFELD et al., 2010).
Antes de estudarmos o processo básico de desenvolvimento de 
produtos, vamos entender sua importância e o seu papel nas empresas?
1.2 O papel do desenvolvimento de produtos nas empresas
As empresas buscam constantemente destaque diante da 
concorrência e adquirem inúmeras vantagens quando desenvolvem 
produtos na hora certa e de forma adequada. A diferenciação por meio 
da introdução de um novo produto é uma estratégia cada vez mais 
evidente nas organizações. Essas inovações, além de ofereceremo 
portunidades para a ampliação de mercado, promovem a revitalização 
de competências na empresa (BOCKEN et al., 2012).
Para saber mais
Leiao artigo Processo de Desenvolvimento de Produtos: Estudo de 
caso em uma empresa moveleira Capixaba e veja que o processo de 
desenvolvimento de novos produtos é uma das principais armas de 
sobrevivência no mercado. Os produtos estão cada vez mais obsoletos, 
e os consumidores têm suas necessidades e desejos em constante 
mudança. Por isso, desenvolver produtos, atualmente, faz parte do 
cotidiano das empresas. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/
biblioteca/enegep2014_TN_STO_199_129_25295.pdf>. Acesso em: 8 
ago. 2017.
A introdução da mecanização e, posteriormente, da automação 
trouxe aumento de velocidade aos processos produtivos, sendo, ao 
mesmo tempo, uma oportunidade de redução de custos de produção. 
A partir disso, vários segmentos surgiram e os produtos se tornaram 
cada vez mais padronizados. Diferenciar-se no mercado se tornou 
cada vez mais difícil, afinal, as empresas detinham praticamente o 
mesmo conhecimento, acesso às informações e tecnologias. Ou seja, 
para haver um diferencial e se destacarem no mercado, as indústrias 
precisam de uma boa estratégia de produto para que seja único, 
exclusivo e se diferenciar dos demais (CHENG; CHANG; LI, 2013).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 15
Considerando que os produtos industriais podem ser planejados 
como elementos de consumo ou duráveis, geralmente, os de consumo 
são os que mais requerem atrativos. No consumo, caracteriza-se uma 
relação de propriedade e de contato que se extingue durante o ato 
de consumir ou uso imediato, por exemplo, alimentos preparados 
e produtos de uso pessoal. Poucos são os atrativos específicos do 
produto em si, do seu conteúdo utilizável. Por isso, cada vez mais as 
empresas se dedicam a agregar valor ao produto já existente, criando 
embalagens mais resistentes que possam ser aproveitadas para outros 
fins, por exemplo (BARBOSA, 2009).
Diante da diversidade e variedade atual de produtos, o 
desenvolvimento de produtos é considerado uma estratégia de 
negócio, a fim de aumentar ou manter a competitividade das 
empresas. Também é considerado um desafio, pois se não for muito 
bem projetado, analisado e realizado, pode comprometer a empresa 
tanto financeiramente como mercadologicamente (IRIGARAY, 2011).
Assim, produtos são demandados e desenvolvidos para atender 
segmentos específicos de mercado, ou até mesmo para criar novos 
mercados, incorporando tecnologias diversas de produção, para ser 
um produto totalmente novo ou apenas se adequar a novos padrões 
e restrições legais. Ou seja, é por meio desse processo que a empresa 
pode criar novos produtos mais competitivos e em menos tempo 
para atender à constante evolução do mercado, da tecnologia e dos 
requisitos do ambiente institucional (principalmente quanto à sua 
saúde, meio ambiente e segurança) (JUGEND; SILVA, 2013).
Além da preocupação econômica, as empresas também têm se 
preocupado com as questões ambientais e sociais. Sendo assim, ao 
desenvolver um produto, o projetista deve considerar a eficiência do 
processo produtivo nesse sentido, a geração de resíduos, o consumo 
de energia durante o seu processamento, a substituição e o descarte de 
partes componentes, bem como a destinação final de seus materiais, 
embalagem, entre outros meios de proteção ao meio ambiente. É 
preciso considerar a responsabilidade social, analisando a possibilidade 
de eventuais impactos que possam ser causados à sociedade a partir 
da produção do produto em questão. Também é primordial assegurar 
a segurança dos trabalhadores durante a produção, bem como de 
todos os envolvidos no processo (BARBOSA, 2009).
Os clientes também se preocupam com essas questões. Eles estão 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos16
cada vez mais exigentes, informados e com maiores possibilidades de 
escolhas. Portanto, os requisitos ligados à saúde, ao meio ambiente 
e à segurança estão cada vez mais presentes nas organizações, 
desenvolvendo produtos não apenas pensando no atendimento aos 
requisitos legais, mas também no atendimento contínuo às mudanças 
nas necessidades dos clientes. A empresa deve se antecipar e identificar 
as necessidades do mercado e propor soluções. Dessa forma, possui 
como estratégia desenvolver ou transformar serviços e produtos 
que atendam tais necessidades. A partir disso, analisa todas as fases 
do ciclo de vida do produto, identifica as possibilidades tecnológicas, 
desenvolvendo um produto de qualidade, ou seja, que atenda às 
especificações do cliente, além de ser no tempo certo e no custo 
adequado (ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 2016).
Questão para reflexão
Como se define um novo produto? Um novo elemento em uma 
televisão, uma nova característica em um carro, ou a mudança de 
um ingrediente do molho de tomate podem ser considerados novos 
produtos? 
Para entender um pouco mais, vamos falar sobre os tipos de 
produtos falando sobre projetos de desenvolvimento?
1.3 Tipos de projetos de desenvolvimento de produtos
Os produtos podem ser lançados de forma radical ou incremental, 
ou seja, o lançamento pode ser de um novo produto, nunca visto no 
mercado, ou de um produto incremental, o qual sofreu apenas um 
processo de melhoria ou adequação daquele já existente (JUGEND; 
SILVA, 2013).
Dessa forma, os projetos de desenvolvimento de produtos podem 
ser classificados por diversos critérios, sendo que a classificação mais 
comum é baseada no grau de mudanças que o projeto representa 
em relação a projetos anteriores. Essa classificação depende das 
especificidades do setor. Por exemplo, existem significativas diferenças 
na classificação adotada no setor automobilístico em relação ao 
setor alimentício. Os projetos podem ser radicais, de plataforma ou 
incrementais. Os radicais (breakthrough) são projetos inovadores. 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 17
Envolvem mudanças significativas no projeto do produto ou do 
processo, podendo criar uma nova categoria ou família de produtos 
para a empresa. São incorporadas novas tecnologias e materiais. Os 
projetos plataforma, ou próxima geração, são projetos que representam 
um novo sistema de soluções ao cliente, mas não introduzem novas 
tecnologias ou materiais. Já os incrementais ou derivados são projetos 
que, como o próprio nome diz, são derivados, híbridos ou com 
pequenas mudanças em relação aos projetos anteriores existentes. 
Podem ser desenvolvidos como intuito de redução de custo (IRIGARAY, 
2011).
Questão para reflexão
Imagine uma indústria de biscoitos que, a partir de uma necessidade 
de adequação do preço do biscoito sabor chocolate, resolve mudar o 
fornecedor de cacau em pó, pois este insumo se encontra em liquidação 
nesse fornecedor no momento. Após testes sensoriais para verificar se 
esse novo cacau interfere no sabor e na cor do produto, decidiu-se 
efetivar essa mudança. Sendo assim, o biscoito continua com a sua 
fórmula original, mesmo sabor, cor, mesma quantidade de ingrediente, 
mesmo formato e embalagem. 
O que mudou? Apenas a marca do cacau em pó! 
Esse projeto é radical ou incremental?
Muitas empresas trabalham com vários projetos simultaneamente, 
obtendo, assim, o que chamamos de portfólio de produtos. Sendo assim, 
é importante classificar os projetos para planejar estrategicamente e de 
forma conjunta todos os projetos de desenvolvimento, especificando 
a importância e a necessidade de recursos de cada um (ROZENFELD 
et al., 2010).
Para saber mais
Independentemente das características de um novo produto, seu 
desenvolvimento deve ser meticulosamente estruturado para garantir 
seu sucesso no mercado. Porém, mesmo produtos muito bem 
estruturados podem fracassar. Leia, no link a seguir, a reportagem 
sobre alguns casos de fracasso de produtos que foram lançados: 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos18
<http://exame.abril.com.br/tecnologia/10-grandes-fracassos-tecnologicos/>. Acesso em: 8 ago. 2017.
Os riscos de fracasso de um projeto podem ser evitados, mantendo 
o foco voltado para a melhor forma de elaboração e introdução do 
produto, visando à satisfação de necessidades dos consumidores e, 
assim, diminuir os riscos de cada fase do processo. Para identificar 
essa “melhor forma”, vamos estudar o processo básico de desenvolver 
produtos? (CLEMENTS; GIDO, 2016).
1.4 O processo básico de desenvolvimento de produtos
Ao pensar em desenvolvimento de produtos, várias etapas anteriores 
e posteriores estão envolvidas no desenvolvimento propriamente 
dito. Pensa-se muito nas etapas de marketing, contidas na fase de 
planejamento, englobando os conceitos de inovação, geração de 
ideias, pesquisa de mercado, desenvolvimento da estratégia de 
marketing, análise do negócio e, por fim, desenvolver o produto 
escolhido (IRIGARAY, 2011).
O desenvolvimento do produto também envolve o 
acompanhamento do produto após o lançamento, para realizar 
mudanças necessárias decorrentes de sua utilização e planejar a sua 
descontinuidade, envolvendo, assim, todo ciclo de vida do produto. 
O projeto de um novo produto é um processo de múltiplas etapas 
e evolui do conceito até a especificação detalhada. O processo 
de desenvolvimento de produto é o gerenciamento das etapas, 
estruturando-as da melhor forma. As operações devem ser realizadas 
da forma mais efetiva possível. A partir disso, afirma-se que o processo 
de desenvolver produtos é complexo, pois envolve várias vertentes 
(ROZENFELD et al., 2010).
Diante dos variados interesses internos e externos da organização, 
o processo de desenvolvimento de produtos deve ser estruturado 
de forma que o fluxo de atividades seja convergente a todas as áreas 
envolvidas, incluindo o mercado, os fornecedores, as fontes de 
informações tecnológicas e os órgãos reguladores do produto. Dessa 
forma, o processo de desenvolvimento de produto está posicionado 
dentro do contexto em que a empresa se insere, sua relação com os 
outros processos internos e com a cadeia de suprimentos (BURMESTER, 
2012).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 19
Deu para perceber que projetos desse tipo exigem um esforço 
coordenado e que não é um processo isolado, não é mesmo? O 
processo de desenvolvimento de produtos é um sistema de integração 
do fluxo de atividades e informações, desde a concepção até a 
descontinuidade do produto. Essa integração caracteriza a aplicação 
dos princípios da engenharia simultânea, por ser interfuncional e 
interorganizacional, com uma abordagem multidisciplinar alinhada 
com as estratégias corporativas, com o intuito de propiciar um 
desempenho superior desse processo (CLEMENTS; GIDO, 2016).
Historicamente, os fatores de sucesso ou fracasso de um novo 
produto estavam ligados à previsibilidade e criatividade. Ao longo 
da história, sabe-se que o desempenho do desenvolvimento de um 
produto depende também das práticas de gestão adotadas. Sendo 
assim, uma ferramenta de gestão eficiente nesse processo é o ciclo 
PDCA – Plan, Do, Check, Act. Ou seja, é possível obter sucesso 
nesse processo quando se planeja, executa, controla e melhora 
continuamente as atividades em busca de melhores resultados 
(ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 2016).
Nesta primeira unidade, você terá uma visão holística do processo 
de desenvolvimento de produtos. Esse aspecto será analisado em 
detalhes nas demais unidades. O importante agora é notar que ele 
é dividido em macrofases, subdivididas em fases e atividades. As 
três macrofasessão: pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-
desenvolvimento. Essas macrofases são divididas com suas respectivas 
microfases, ou simplesmente fases, sendo que podemos correlacioná-
las com as fases do PDCA, conforme apresentado na Quadro 1.1. As 
macrofases são genéricas e podem ser utilizadas em vários tipos de 
empresa com algumas alterações. A macrofase de desenvolvimento 
enfatiza os aspectos tecnológicos correspondentes à definição do 
produto em si, suas características e forma de produção (ROZENFELD 
et al., 2010).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos20
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 1.1 | Correlação entre as fases de projeto de produtos com as fases do 
PDCA
Macrofases do projeto 
de produtos
Fase do projeto de 
produtos
Fase do PDCA
Pré-desenvolvimento
Identificação e seleção 
de oportunidades
P (plan / planejar)Geração de conceitos
Avaliação de conceitos/
projetos
Desenvolvimento
Projeto conceitual
D (do / fazer)
Projeto detalhado
Preparação da produção
Lançamento do produto
Pós-desenvolvimento
Acompanhamento do 
projeto C (check / 
checar) e 
A (act / agir)Acompanhamento do 
lançamento
Atividades de aprendizagem
1. Desenvolver produtos consiste em um conjunto de atividades, ou 
projeto, que visa obter um produto que tenha especificações necessárias 
de mercado, além de considerar as estratégias competitivas ao longo das 
fases do ciclo de vida do produto. Nesse contexto, as fases do ciclo de vida 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 21
do produto são: 
a) Introdução, crescimento, maturidade e declínio. 
b) Lançamento, planejamento, crescimento e fim.
c) Triagem, seleção, desenvolvimento e lançamento.
d) Definição, triagem, crescimento e declínio.
e) Pré-desenvolvimento, desenvolvimento e pós-desenvolvimento.
2. O PDCA é uma ferramenta de gestão utilizada em projetos de 
desenvolvimento de produtos. Esse método é baseado em quatro fases, 
com o objetivo de controlar e melhorar continuamente processos e 
produtos. Também é conhecido como Ciclo de Deming ou Shewhart, por 
serem os responsáveis pela criação dessa ferramenta. Assinale a alternativa 
que apresenta as fases do PDCA de forma correta:
a) Programar, cronometrar, checar e averiguar.
b) Planejar, cronometrar, verificar e agir.
c) Planejar, executar, monitorar e agir.
d) Planejar, agir, checar e monitorar.
e) Programar, fazer, monitorar e planejar novamente.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos22
Seção 2
Pré-desenvolvimento
Introdução à seção
Agora que você já sabe os conceitos básicos que envolvem o 
Processo de Desenvolvimento de Produtos, vamos iniciar a seção que 
trata sobre a primeira macrofase do PDP? Ao finalizar essa seção, você 
compreenderá toda a fase de planejamento do projeto de produtos, 
que compreende as fases ou subseções de geração e triagem de ideias, 
desenvolvimento e teste de conceitos, além da análise de negócios no 
que tange à viabilidade. Será que esta ideia escolhida é viável? Quais 
são as ferramentas utilizadas na identificação das oportunidades? Onde 
o planejamento estratégico está inserido? 
Preparado para esta jornada?
2.1 Geração de ideias
De forma prática, ao se pensar em desenvolver produtos, pensa-
se, primeiramente, em requisitos e desenhos. Basicamente, basta 
decidirmos o público-alvo e definirmos com ele o que devemos 
desenvolver, não é mesmo? No entanto, esse processo vai além disso, 
envolvendo várias atividades (JUGEND; SILVA, 2013).
A geração de ideias ou geração de conceitos é a primeira etapa 
no desenvolvimento de produtos, que tem como objetivo definir 
o produto. É quando as diversas possibilidades são identificadas, 
podendo acontecer formalmente ou informalmente. Por exemplo, 
muitas empresas dão liberdade aos seus colaboradores para que 
contribuam e exponham suas ideias. Outras empresas empreendem 
processos formais e dedicam recursos exclusivamente para a 
realização desse trabalho. Certas empresas de pesquisa de mercado, 
como a Research International, desenvolveram técnicas que auxiliam 
a criação de ideias, como a denominada Innovation Process, na qual 
uma equipe multidisciplinar – composta de profissionais de marketing, 
vendas, desenvolvimento de produtos, finanças, pesquisa de mercadoe parceiros, como agências de propaganda e de pesquisa – trabalha 
unida desde a criação das ideias até o desenvolvimento de conceitos 
de produtos (IRIGARAY, 2011).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 23
Nessa macrofase, primeiramente, é imprescindível pensarmos na 
identificação e seleção de oportunidades. São inúmeras as oportunidades 
por meio de geração de ideias. Pense em uma empresa de qualquer 
segmento, de pequeno porte, uma empresa que produza espelhos 
de diferentes molduras, por exemplo. Imagine que os profissionais da 
engenharia, a área de vendas e os diretores dessa empresa se atualizam 
diariamente com relação aos lançamentos de espelhos, conhecem a 
concorrência, participam de eventos e conversam com vários clientes, 
a fim de identificarem novas necessidades de produto. Sendo assim, 
teremos várias pessoas dando ideias de produtos que poderiam ser 
desenvolvidos. Além disso, essa empresa possui grandes distribuidores 
que trazem reclamações e sugestões, os quais também podem conter 
excelentes ideias para novos produtos. Outro meio de identificar essas 
ideias de projetos é pelo Serviço de Atendimento ao Cliente e pelos 
relatórios da assistência técnica (ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 2016).
Uma ferramenta muito utilizada nesse estágio é o Brainstorming, 
chamada de tempestade de ideias, sendo uma atividade desenvolvida 
em grupo, em que cada membro expõe sua opinião ou ideia sobre 
determinado assunto. Essa ferramenta é utilizada tanto para geração 
de ideias diante de novos projetos como também para solução de 
problemas, explorando o potencial criativo de cada indivíduo ou do 
time de desenvolvimento (CLEMENTS; GIDO, 2016).
As ideias aqui elencadas não se limitam apenas às características 
do produto e sua embalagem. Compreendem também as ideias de 
marca do produto, assunto que será estudado mais detalhadamente 
na Unidade 4 deste livro. Geralmente, à medida que vão surgindo 
as ideias de marca, ocorre, em processo simultâneo, a pesquisa no 
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), considerando o 
contexto brasileiro. Essa pesquisa acontece com o objetivo de verificar 
se já existe registro de proteção e, caso isso ocorra, ela já é eliminada 
da lista de opções (JUGEND; SILVA, 2013).
Ao finalizar a etapa de geração de ideias, finaliza-se uma das etapas 
do planejamento da empresa no que tange ao PDP. As demais etapas 
de triagem de ideias, desenvolvimento de conceitos, teste de conceitos 
e avaliação de conceitos ou de análise de viabilidade complementam 
esse planejamento inicial, conforme visto na Seção 1 desta unidade 
(BURMESTER, 2012).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos24
2.2 Triagem de ideias
Após a geração do maior número possível de ideias de novos 
produtos, segue-se para a triagem ou seleção das melhores ideias, ou 
das ideias viáveis. Essa etapa parece simples, mas deve ser realizada 
com muita atenção para que não sejam descartadas ideias que teriam 
muito sucesso nem sejam adotadas outras predestinadas ao fracasso 
(TRENTIM, 2014).
Pode-se criar uma lista de verificação que permita descartar e 
escolher ideias de forma criteriosa, buscando adequá-las à realidade 
da empresa e do mercado em que atua. O Quadro 1.2 apresenta um 
exemplo de lista de verificação. Na primeira coluna, são elencados 
alguns critérios a serem atendidos para que a ideia seja considerada 
como possível, sendo definidos de acordo com a opinião dos 
envolvidos no processo. Esses critérios podem ser apresentados em 
forma de perguntas, conforme o exemplo apresentado no quadro a 
seguir, bem como a quantidade de critérios pode variar de acordo com 
a definição do próprio grupo. A segunda coluna apresenta os pesos 
a serem atribuídos a cada critério, também sendo de acordo com a 
opinião dos envolvidos. A terceira coluna apresenta uma classificação 
da ideia em relação a cada critério. Por fim, na última coluna, multiplica-
se o peso pela classificação e, quanto maior a pontuação de uma ideia, 
maior a probabilidade de sucesso (GOBE et al., 2004).
Quadro 1.2 | Lista de verificação a partir do Brainstorming
Critérios
Peso do critério
(A)
Classificação 
da ideia
(B)
Resultado 
(A x B)
O produto é neces-
sário atualmente?
Qual é o tamanho 
do mercado, em 
volume e moneta-
riamente?
Qual a participação 
de mercado pos-
sível para o novo 
produto?
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 25
Fonte: adaptado de Gobe et al. (2004).
O novo produto 
pode ser consi-
derado superior 
aos concorrentes 
atuais?
Quando nos referimos à identificações de oportunidades, também 
precisamos olhar o outro lado da moeda. E as ameaças? Quando 
investigamos dessa forma, estamos aplicando a técnica SWOT, a 
qual é um acrónimo de Forças (Strenghts), Fraquezas (Weakneeses), 
Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Também 
chamada de análise FOFA, é utilizada para avaliar os ambientes internos 
e externos à organização, formulando estratégias, a fim de obter um 
bom desempenho no mercado. Ou seja, para cada oportunidade 
identificada pode haver uma restrição. Devemos analisar essas 
restrições com o propósito de minimizar os riscos. Afinal, desenvolver 
um produto significa investir em um negócio com riscos envolvidos, 
certo? (TRENTIM, 2014).
Por exemplo, a restrição de capital. Por maior que seja a empresa, 
os recursos são limitados, pois há restrições físicas, institucionais e de 
capacitação de pessoal. Alguns exemplos: de nada adianta dinheiro se 
você não puder aumentar rapidamente sua capacidade de produção, 
se não possuir fornecedores capazes de entregar peças ou matérias-
primas a preços competitivos, se você não possuir mão de obra com 
experiência nas tecnologias daquele determinado produto, se não tiver 
acesso a uma rede de distribuição para o seu produto etc. (JUGEND; 
SILVA, 2013).
Questão para reflexão
Portanto, unindo ambos os lados da moeda, temos uma equação 
que precisa ser resolvida: quais projetos de desenvolvimento priorizar, 
considerando as restrições de capital, tecnologia e competências? Para 
iniciarmos a solução desse quebra-cabeça, você já deve ter notado que 
faltou algo: estratégia competitiva. 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos26
Um dos objetivos dessa macrofase é garantir a melhor decisão 
sobre o produto, projeto ou portfólio de produtos ou projetos, 
ao mesmo tempo em que se respeita a estratégia da empresa e as 
restrições em relação ao mercado e à estrutura interna da empresa, 
por exemplo, sua tecnologia de produção. O segundo objetivo, e não 
menos importante, é garantir que haja um comprometimento com o 
que foi definido no planejamento, para que não existam desvios no 
PDP, ou pelo menos garantir que esses desvios sejam minimizados. 
Portanto, pode-se concluir dessa fase de pré-desenvolvimento que 
ela se inicia com o Planejamento Estratégico previamente preparado; 
posteriormente, o processo de desenvolvimento de produto é iniciado, 
Ao falarmos de estratégia competitiva, estamos nos referindo ao 
caminho escolhido pela empresa para que ela atinja seus objetivos, 
considerando sua missão e visão. Ou seja, o PDP está diretamente 
ligado à estratégia competitiva da empresa. Portanto, na macrofase de 
pré-desenvolvimento, é fundamental que o planejamento estratégico 
esteja claro a todos os stakeholders, isto é, a todos os envolvidos no 
projeto ou todos os que possuem interesse nele. Para tal, a análise 
SWOT é realizada, todas as oportunidades e ameaças são mapeadas 
e o portfólio, ou conjunto de projetos, é definido. Nessa fase de 
planejamento, o produto possui todas suas especificações definidas de 
acordo com o direcionamento estratégico da empresa (CLEMENTS; 
GIDO, 2016).
Para saber mais
Uma das finalidades do Planejamento Estratégico é gerar informaçõesque orientem o PDP, principalmente, nas suas fases iniciais, quando 
ocorre a definição do produto, assim como durante todo o processo 
de desenvolvimento. O Planejamento Estratégico, desdobrado no 
Planejamento Estratégico do Produto, orienta o PDP em relação às 
estratégias tecnológicas e às estratégias de produto da empresa (linhas 
de produção, mercado, canais de distribuição etc.) (BURMESTER, 
2012) .Veja o exemplo de Planejamento Estratégico do Ministério do 
Meio Ambiente em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/
gest%C3%A3o-estrat%C3%A9gica/planejamento-estrat%C3%A9gico>. 
Acesso em: 24 ago. 2017.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 27
definindo-se o portfólio de produtos (ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 
2016).
2.3 Teste e desenvolvimento de conceitos
Agora, vamos retomar a fase de triagem. Nesta etapa, a preocupação 
estava no desenvolvimento de ideias e, a partir disso, fez-se necessária 
a seleção e definição dessas ideias. Essa é a fase de desenvolvimento 
de conceitos, na qual o produto começa a ser definido, considerando 
suas necessidades para introdução no mercado. Para que haja essa 
definição ou desenvolvimento de conceito, o conceito do produto 
deve ser testado anteriormente pela empresa. Isso pode ser feito de 
diversas formas e os testes devem ser feitos antes que haja qualquer 
tipo de investimento para a implementação do produto (JUGEND; 
SILVA, 2013).
Algumas perguntas podem ser feitas para ajudar a definir o 
conceito de produto quando os consumidores e os concorrentes são 
analisados, sendo elas: qual é o público-alvo? Quais são as vantagens 
do novo produto? Qual é o motivo pelo qual o público-alvo compraria 
o produto? Quais são as tendências de consumo dessa categoria de 
produto? Quais são as suas necessidades atuais? Qual é a quantidade 
de consumidores potenciais? Quais são as suas percepçõe sem relação 
ao novo produto? Quais hábitos de compra afetam o novo produto? Já 
em relação à concorrência, alguns dos questionamentos são: existem 
muitos produtos nesta categoria? Quais são esses produtos, quem 
os fabrica, quais são seus preços e a política de marketing adotada? 
(ROZENFELD et al., 2010).
Geralmente, as respostas dessas perguntas geram diferentes 
conceitos de produto. Esses conceitos são analisados e, caso 
necessário, o produto é ajustado, conforme veremos mais adiante. 
Após a definição de conceitos para o novo produto, ocorre a fase de 
teste de conceitos, a qual consiste na verificação prévia da opinião 
do mercado diante desses conceitos já definidos. Esse trabalho 
compreende, portanto, as pesquisas de mercado, sendo realizado, 
geralmente, pela equipe de marketing da empresa. Esse processo 
consiste, basicamente, na elaboração, coleta e análise de dados, a fim 
de ajudar a empresa na implementação de sua estratégia (JUGEND; 
SILVA, 2013).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos28
Para saber mais
A Nielsen é uma empresa que realiza pesquisa de mercado por meio 
de auditorias de distribuição e venda de produtos, disponibilizando 
informações sobre diversas categorias de produtos por todo o Brasil. 
A busca de informações sobre dados de vendas é de fundamental 
importância, evidenciando os consumidores potenciais no mercado em 
que se pretende lançar novos produtos, além de identificar necessidades 
e características de consumo que os diferentes segmentos demandam. 
No Brasil, o Painel do Ibope dispõe desse tipo de informação. Veja mais 
sobre a Nielsen em: <http://www.nielsen.com/br/pt/solutions/how-we-
measure.html>. E sobre o Painel Ibope em: <http://www.ibope.com.br/
pt-br/Paginas/oquevoceprocura.aspx>. Acesso em: 24 ago. 2017.
Existem os chamados simuladores de mercado que estimam, por 
meio de uma pesquisa com consumidores e de dados secundários, 
o volume de vendas. Dois desses simuladores são o MicroTest, 
da Research International, e o Bases, da Nielsen. Considerando o 
segmento alimentício, ao lançar um novo produto, muitas indústrias 
de alimentos realizam testes sensoriais com consumidores por meio 
da apresentação de amostras do produto aliada aos questionamentos 
necessários, como: qual sabor/odor/cor/aparência você prefere? 
Portanto, a pesquisa tem como objetivo descobrir as atitudes dos 
possíveis compradores em relação ao novo conceito. Sendo assim, 
nessa fase, a empresa tem uma confirmação se o produto será aceito 
e qual o grau dessa aceitação, podendo apresentar o produto tanto 
simbolicamente como fisicamente (JUGEND; SILVA, 2013).
2.4 Análise de negócios
A etapa anterior de teste de conceitos e a análise de negócios, 
geralmente, ficam sob responsabilidade de profissionais de marketing 
ou da equipe de engenharia de produtos, ou melhor ainda, das duas 
áreas trabalhando em sinergia. Aliás, é fundamental que todas as áreas 
envolvidas no projeto de elaboração de produtos sejam integradas, 
ou seja, trabalhem sempre em conjunto e com a comunicação muito 
bem alinhada, de forma transparente. Mas essa parte de gestão você 
verá mais adiante, na Unidade 2 (KEELING, 2012).
Para diminuir os riscos de fracasso de um produto são realizadas 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 29
análises de viabilidade. Os tipos de viabilidade e suas características 
também serão apresentados nos capítulos a seguir. Mas, primeiramente, 
é importante destacar que é imprescindível a projeção realista e 
detalhada de custos, lucros e retorno de investimento. Assim, é possível 
analisar se o produto é viável sob o ponto de vista financeiro. Com base 
nessas informações, as outras análises serão também analisadas, como 
a viabilidade operacional, técnica, ambiental, legal e social (ARAUJO; 
GARCIA; MARTINES, 2016).
A partir da análise do produto, realiza-se a análise dos processos para 
que esse produto seja finalmente produzido. A viabilidade operacional 
é realizada na fase de planejamento dos processos produtivos, 
assunto discutido na Unidade 3, na qual trataremos sobre processos 
(BURMESTER, 2012).
Alguns questionamentos podem ser realizados nessa análise 
ao pensar sobre a produção: o novo produto se adapta ao modelo 
atual de produção? Quais são os investimentos necessários? O que 
será fabricado e o que será comprado? Em relação à distribuição, 
pode ser questionado: o novo produto se enquadra no sistema de 
distribuição atual? Pode ser vendido pelos canais atuais? A estrutura 
de vendas e distribuição atual é adequada? Quais são os investimentos 
necessários para esse sistema? Já ao considerar as finanças, questiona-
se, por exemplo: qual é a estimativa de custo unitário dos processos 
de fabricação, vendas, distribuição, propaganda e de outras ações de 
marketing? Qual é o prazo para o produto chegar aos consumidores 
após a produção? Qual é o prazo de retorno do investimento? Qual é 
a previsão de lucro? (ROZENFELD et al., 2010).
Portanto, após a avaliação do processo de desenvolvimento de 
produtos como um todo, podem ser realizados ajustes nos processos 
ou até mesmo no produto, como também pode ocorrer a desistência 
do projeto (GOBE et al., 2004).
Atividades de aprendizagem
1. Desenvolver produtos é um processo complexo e são vários os riscos 
envolvidos. Por isso, esse processo não pode ser baseado apenas em desejos 
e experiências dos executivos da empresa. É essencial que sejam realizadas 
análises detalhadas e que haja acesso às informações, a fim de desenvolver 
um produto com sucesso. Algumas das informações prévias que devem ser 
obtidas são em relação à/ao:
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos30
2. O método Brainstorming, ou tempestade de ideias, é utilizado na 
resolução de problemas e em projetos de produtos para identificar uma 
oportunidade de produto, por exemplo. É uma atividade em grupo e cada 
membro é responsável por apresentar suas opiniões e ideias. Considerando 
a macrofase de pré-desenvolvimentode um produto, as técnicas de 
brainstorming e a lista de verificação, geralmente, são utilizadas na fase de:
a) Geração de viabilidade, desenvolvimento de ideias e teste piloto.
b) Desenvolvimento de conceitos e análise de negócios.
c) Geração e desenvolvimento de negócios.
d) Triagem, desenvolvimento de ideias e análise de viabilidade.
e) Geração e triagem de ideias.
a) SWOT, stakeholders e pré-desenvolvimento.
b) Consumidor, concorrência, produção, distribuição e finanças.
c) Planejamento estratégico e pós-desenvolvimento.
d) Marketing, produção, P&D e Brainstorming.
e) Consumidor, análise de negócios e pós-desenvolvimento.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 31
Seção 3
Desenvolvimento
Introdução à seção
Até agora vimos que o início do desenvolvimento de produtos 
envolve processos de planejamento, definição e análise de conceitos. 
Sendo assim, em um próximo momento, é iniciada a macrofase do 
desenvolvimento propriamente dito, que é subdividida em: projeto 
conceitual, projeto detalhado, preparação da produção e lançamento 
do produto. Essas subseções implicam entender: o que é e como se 
dá o desenvolvimento de um protótipo? Quais são os itens que podem 
compor o projeto detalhado? No que consiste, basicamente, a fase de 
lançamento do produto?
Vamos avançar em nossos estudos?
3.1 Projeto conceitual 
Esta fase de projeto conceitual é o marco do desenvolvimento de 
produtos no que tange ao início das práticas, ou colocar, literalmente, 
a “mão na massa”. É nesse momento que ocorre o teste piloto do 
produto ou o chamado projeto conceitual, para posteriormente o 
projeto detalhado ser desenvolvido (TRENTIM, 2014).
Assim, são obtidas informações técnicas detalhadas de produção e 
do produto por meio da realização do teste piloto ou projeto conceitual. 
Um teste piloto é um experimento em menor escala, no qual o produto 
em questão é produzido pela primeira vez, sendo denominado 
protótipo. A finalidade de um protótipo é identificar possíveis falhas no 
produto que está sendo desenvolvido. Ele é elaborado considerando 
todas as características fidedignas do produto preestabelecido e é 
utilizado, posteriormente, como modelo na produção em grande 
escala. No entanto, algumas restrições podem aparecer, impedindo 
a confecção de protótipos para simulações e testes reais. Dessa 
forma, será necessário buscar alternativas, como simulação virtual, 
utilização de modelos ou realizar comparações com outros protótipos 
já existentes. Nessa fase, também são definidas as necessidades e 
soluções de materiais e outras necessidades de produção para, em 
seguida, o produto ser lançado no mercado (PRADELLA; FURTADO; 
KIPPER, 2012).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos32
Questão para reflexão
Agora você deve estar se perguntando: caso este protótipo não dê 
certo ou não saia como o planejado, é possível alterar o projeto? Existe 
uma melhor fase para isso ocorrer?
Na fase inicial do projeto do produto as partes interessadas 
conseguem realizar grandes mudanças por ele ainda estar 
“engatinhando”. O custo dessas mudanças, inicialmente, é baixo, 
e os riscos e as incertezas são altos. À medida que o projeto vai se 
desenvolvendo, os riscos vão diminuindo, enquanto as mudanças se 
tornam mais difíceis (e escassas), por gerarem altos custos, conforme 
ilustrado na Figura 1.2 (KEELING, 2012).
Fonte: PMBOK (2013).
Figura 1.2 | Custos de correção ou de mudanças conforme o tempo de projeto
As mudanças são comuns em projeto de produtos, principalmente 
quando não se executa o que se planeja. Independentemente do motivo 
da mudança, é necessário que qualquer tipo ou tamanho da alteração 
seja documentado. Esses registros são necessários para analisar os 
impactos causados pela mudança realizada. É imprescindível também 
que haja transparência quando isso ocorre, por meio da comunicação 
de todas as áreas que podem ser afetadas pela mudança, identificando 
onde, como e quanto ela custará (ARAUJO; GARCIA; MARTINES, 2016).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 33
Questão para reflexão
Imagine uma mudança durante a fase de teste de conceitos para 
desenvolvimento de um equipamento de embalagem de produtos, 
por exemplo. Pense que essa mudança seria de algum componente 
essencial para definição da sua dimensão. Concorda que esse custo é 
baixo? Agora, imagine uma alteração da especificação desse mesmo 
equipamento na fase de teste de mercado ou de produção para 
lançamento. Nesta última situação, o custo envolve vários processos 
já definidos, e isso significa mais horas de trabalho do time de 
desenvolvimento. 
Falando em time de desenvolvimento, agora, vamos pensar um 
pouco sobre ele? O time de desenvolvimento pode variar em relação 
ao seu tamanho e à função de cada membro, sendo definido pela 
própria empresa de acordo com a dimensão e o tipo de projeto. 
Geralmente, no início do desenvolvimento, os profissionais da área 
comercial e de marketing atuam mais fortemente para identificação 
das necessidades do mercado. Durante e ao fim do desenvolvimento, 
a área de engenharia de produto e de produção atua intensamente, 
no entanto pode haver um time multidisciplinar de gerenciamento de 
projetos, acompanhando-o passo a passo e dando suporte às demais 
áreas (TRENTIM, 2014).
3.2 Projeto detalhado
A partir das informações geradas pela macrofase de pré-
desenvolvimento, ocorre a fase de desenvolvimento, e essas 
informações são documentadas no plano do projeto, o qual é 
composto por: escopo do projeto, escopo do produto (conceito 
do produto), etapas de produção e sua duração, prazos de entrega, 
orçamentos, responsáveis por cada etapa, recursos necessários, 
especificações do produto durante a produção para avaliação da 
qualidade, considerando as normas a serem atendidas, indicadores de 
desempenho, entre outras informações específicas de cada projeto. 
Essa fase envolve todas as áreas envolvidas no projeto de produtos e 
alguns documentos podem auxiliar nesse processo, conforme Quadro 
1.3 (KEELING, 2012).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos34
Quadro 1.3 | Documentos que compõem o projeto detalhado conforme o PMBOK
Documento Descrição
Termo de Abertura do 
Projeto
Documento que apresenta os objetivos, 
as vantagens e os resultados esperados do 
projeto.
Registro de Stakeholders
Apresenta as partes interessadas do proje-
to. 
Declaração de Escopo do 
Projeto
Apresenta a entrega do projeto, ou seja, o 
produto. Apresentando desde documen-
tos até o produto final do projeto. Possui 
todas as especificações do produto a ser 
entregue, como: tamanho, cor, formato, 
peso etc.
Estrutura Analítica do 
Projeto (EAP)
Quadro que apresenta as atividades de for-
ma gráfica, utilizado a fim de facilitar aco-
municação e a visão geral do projeto.
Cronograma
Lista das tarefas com suas durações, de-
pendências, recursos alocados etc.
Orçamento 
Previsão de custos e de fluxo de caixa do 
projeto.
Plano da Qualidade
Documenta o tipo de controle de qualida-
de ou padrões que deverão ser atendidos, 
como a ISO 9000, por exemplo, que estu-
daremos na Unidade 4.
Plano de Recursos
Apresenta todos os recursos financeiros, 
humanos, equipamentos, instalações, en-
tre outros necessários.
Matriz de Funções e 
Responsabilidades
Matriz denominada RACI, contendo os no-
mes e as funções de cada um dos respon-
sáveis por cada atividade do projeto.
Plano de Comunicações
Documenta os tipos de informações ne-
cessárias aos envolvidos, apresentando a 
forma de distribuição para cada uma das 
informações (e-mail, telefone, apresenta-
ções etc.).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 35
Plano de Gerenciamento de 
Riscos
Apresentatodos os riscos do projeto, suas 
análises,bem como as ações preventivas e 
corretivas para cada um dos riscos.
Plano de Gerenciamento 
das Aquisições
Registratodas as compras ou aquisições 
necessárias de forma detalhada, informan-
do como serão realizadas. 
Fonte: Trentim (2014).
Para saber mais
EAP é a estrutura analítica de projeto. É uma decomposição hierárquica 
do escopo do projeto em elementos ou itens de trabalho a serem 
executados. Veja um exemplo em: <https://escritoriodeprojetos.com.
br/eap>. Acesso em: 8 ago. 2017. Outra técnica citada é a matriz 
RACI,utilizada para definir e distribuir as responsabilidades aos envolvidos 
no projeto. Veja um exemplo em: <https://tecnologiaegestao.
wordpress.com/2010/08/12/matriz-raci/>. Acesso em: 8 ago. 2017. Já 
sobre gerenciamento de riscos, uma técnica para identificação e análise 
de riscos é o FMEA. Veja um exemplo em: <https://www.citisystems.
com.br/fmea-processo-analise-modos-falhas-efeitos/>. Acesso em: 8 
ago. 2017.
3.3 Preparação da produção
Este é o momento de validação operacional. Os recursos e o 
protótipo são validados, ou alguns ajustes são realizados. Afinal, é na 
prática agora realizada que se confirma o que foi planejado e testado, 
não é mesmo? As informações técnicas detalhadas de produção e 
também as de produto, incluindo sua fórmula, são concluídas nessa 
fase. Sendo assim, é possível iniciar a preparação para a produção, pois 
já estão comprovados quantos e quais recursos serão necessários para 
cada processo (OLIVEIRA, 2013).
O primeiro passo é obter um entendimento comum entre todas 
as áreas e todos os envolvidos no projeto do que está definido no 
plano do projeto. Assim, ocorre a definição final sobre o produto, além 
do entendimento pleno dos objetivos desse produto. Dessa forma, 
é garantido que o produto será desenvolvido conforme o que foi 
especificado. O envolvimento das pessoas da cadeia de suprimentos e 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos36
o contato com clientes em potencial também são fundamentais para 
garantir a qualidade das especificações (TRENTIM, 2014).
O que seria essa especificação? Alguns exemplos de especificações 
são: volume, comprimento, altura, espessura, massa, cor, aparência, 
sabor, odor etc. Alguns clientes também podem exigir laudos técnicos 
do produto final, por exemplo, para produtos alimentícios, são exigidos 
certificados de análise microbiológica, microscópica, sensorial ou físico 
química para comprovar que o produto foi elaborado em condições 
satisfatórias de qualidade e está apto ao consumo, obtendo resultados 
dentro dos limites legais, além de estar em conformidade com os 
padrões exigidos pelo cliente (JUGEND; SILVA, 2013).
Inicia-se, então, um processo de projetar, testar e otimizar até a 
homologação do produto. Além de realizar todas as análises, cálculos, 
desenhos ou protótipos detalhados e testes piloto, o time planeja 
como o produto vai ser produzido e lançado no mercado. O próximo 
passo consiste na elaboração de instruções de trabalho e manuais 
técnicos tanto para o time de produção como para as demais áreas que 
necessitam de informações sobre as especificações do produto, como 
a área de vendas, por exemplo. Geralmente, esses procedimentos são 
descritos e aprovados pelo setor de controle de qualidade da empresa, 
pois devem garantir que todos os processos estão sob controle 
para obtenção do produto final em conformidade com os requisitos 
apresentados no papel (GOBE et al., 2004).
Questão para reflexão
Imagine que você é responsável pela garantia da qualidade em um 
frigorífico de suínos e tem a tarefa de desenvolver os procedimentos 
de qualidade para garantir que o produto final seja elaborado dentro 
das especificações legais e do cliente. Como desenvolveria esses 
procedimentos?
Lembre-se de que o papel deve estar de acordo com a prática, 
e a prática deve estar de acordo com o papel. Ou seja, o que está 
descrito é regra, deve ser cumprido para não fugir do que se espera na 
produção. Como também o contrário, o que ocorre na prática deve 
ser registrado em um papel ou uma planilha pelo setor de qualidade, 
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 37
sendo elaborados, constantemente, os relatórios de produção e/ou 
qualidade do produto (JUGEND; SILVA, 2013).
Os processos de manufatura são concluídos apresentando as 
etapas ou sequência de fabricação, as especificações de todos os 
equipamentos e das ferramentas, os métodos de produção passo 
a passo, enfim todos os documentos necessários para a produção 
do produto com qualidade. Em alguns casos, esses planos de 
processo de fabricação objetivam a produção em série. A obtenção 
da documentação de fabricação também pode ser obtida quase ao 
mesmo tempo em que são criados os desenhos de detalhamento. 
Quando isso ocorre, a empresa está aplicando os princípios da 
Engenharia Simultânea (OLIVEIRA, 2013).
Vamos retomar as etapas dessa macrofase de desenvolvimento? 
Os protótipos foram produzidos e testados, o que chamamos de teste 
piloto ou projeto conceitual. Todos os envolvidos no processo já têm 
conhecimento de como será esse produto e o que se pretende com 
ele. Posteriormente, o projeto detalhado é elaborado com o intuito de 
homologar o produto, validando o teste piloto e confirmando que o 
protótipo atende a todos os requisitos anteriormente definidos como 
padrão específico da indústria. Vimos também alguns documentos 
importantes para preparação da produção. Na etapa de preparação da 
produção, também é necessário verificar o que será comprado dentro 
da cadeia de suprimentos e quais serão os fornecedores para cada um 
dos insumos (GOBE et al., 2004).
Agora, falta saber se toda a cadeia de suprimentos ou todos os 
parceiros de fornecimento conseguem produzir para a indústria e 
garantir as características do protótipo, e que também atendam aos 
requisitos dos seus clientes ao longo do ciclo de vida do produto. Essa 
fase de preparação para produção será discutida com mais detalhes na 
Unidade 3, no entanto, nesse momento, é fundamental o entendimento 
desse processo como um todo e onde ele se encaixa (OLIVEIRA, 2013).
Questão para reflexão
Imagine, agora, os fornecedores cumprindo os prazos de entrega, e 
os equipamentos e demais insumos começam a chegar na indústria. 
É hora de acionar o pessoal da manutenção! Afinal, essas máquinas 
precisam ser testadas e, em alguns casos, algumas instalações (fábrica)
precisarão ser construídas.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos38
Os processos seguintes consistem no lançamento do produto 
e acompanhamento deste lançamento. Ou seja, estamos na fase 
Check e Act do PDCA, pois, nesse momento, caso haja alguma 
inconsistência da produção ou até mesmo na comercialização, as 
ações corretivas e de melhoria são colocadas em prática. O time de 
desenvolvimento, normalmente, acompanha os demais processos, 
incluindo a comercialização, para verificar se o cliente ficou satisfeito 
ou se precisará de alguma mudança no próximo lote de produção 
(BURMESTER, 2012).
Após os testes de funcionalidade do produto, caso a empresa 
identifique como necessário, mais um teste de mercado pode ser feito 
nesse momento. Ou seja, ocorre uma preparação para o produto ser 
lançado no mercado. Essa preparação para lançamento do produto, 
geralmente, é feita por meio de um teste de mercado e pela avaliação do 
preço ideal para o produto, pelo setor de marketing. São consideradas 
as marcas competitivas do mercado. O Brand Price Trade-Off (BPTO) é 
uma dessas técnicas. Os resultados do BPTO apontam a elasticidade-
preço de um produto, ou seja, quanto pode aumentar ou diminuir 
sua participação de mercado, em função de variações nos preços. 
Outra técnica de pesquisa é o Price Sensitivity Model (PSM), que avalia 
a elasticidade-preço de um produto de forma absoluta, ou seja, sem 
considerar o contextode marcas competitivas (JUGEND; SILVA, 2013).
Esse segundo teste de mercado é uma oportunidade para que 
as empresas levantem mais informações, conhecendo como os 
consumidores ou clientes reagirão diante do produto já desenvolvido. 
Testes de mercado bem realizados podem proporcionar grande 
variedade de informações, as quais fundamentarão a realização de 
ajustes finais no produto e a definição mais clara das estratégias a 
serem utilizadas (OLIVEIRA, 2013).
Entretanto, os testes de mercado, normalmente, consomem muitos 
recursos financeiros e tempo, dando chance para que concorrentes se 
antecipem ao lançamento e consigam vantagens. Se os recursos para 
desenvolvimento e lançamento do novo produto não forem muito 
altos, ou se a empresa tiver muita certeza de seu sucesso, essa etapa 
pode ser desconsiderada. Sendo assim, a decisão de testar o produto 
no mercado antes do lançamento definitivo depende dos custos e 
riscos do investimento no novo produto, dos custos do próprio teste, 
além do tempo disponível para realizá-lo (GOBE et al., 2004).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 39
3.4 Lançamento do produto
Com todo o planejamento esquematizado, ações anteriores ao 
lançamento de produto e todos os detalhes importantes pensados, 
é hora de, enfim, lançar seu produto. Sendo assim, o último estágio 
do desenvolvimento de um produto é o seu lançamento no mercado 
ou o momento em que se inicia sua comercialização. Nessa etapa, a 
empresa deve investir altos valores no desenvolvimento de canais de 
distribuição e em estratégias de comunicação e promoção do novo 
produto (BURMESTER, 2012).
Algumas perguntas podem auxiliar nesse processo: qual é o 
momento certo para o lançamento do produto? Em quais regiões será 
lançado? Como deverá se proceder o lançamento?
A divulgação do produto pode ocorrer por meio de redes sociais, 
eventos, mídias, entre outros canais de comunicação. Normalmente, as 
empresas escolhem, inicialmente, uma região menor para introdução 
de novos produtos, ampliando gradativamente seu campo de 
comercialização de acordo com os resultados obtidos dos primeiros 
lotes de produção (GOBE et al., 2004).
Atividades de aprendizagem
1. O projeto detalhado é um dos passos do planejamento do desenvolvimento 
de produtos. Ele é composto por: escopo do projeto, escopo do produto 
(conceito do produto), etapas de produção e sua duração, prazos de 
entrega, orçamentos, responsáveis por cada etapa, recursos necessários, 
especificações do produto durante a produção para avaliação da qualidade, 
considerando normas a serem atendidas, indicadores de desempenho, 
entre outras informações específicas de cada projeto. Assinale a alternativa 
que apresenta corretamente alguns dos documentos que compõem um 
projeto detalhado de produtos.
a) Cronograma, plano da qualidade, de recursos, de comunicação, de 
gerenciamento de riscos e de aquisições.
b) PDCA, ciclo do produto, plano de aquisições, EAP e Matriz de Funções e 
Responsabilidades.
c) P&D, declaração e termo de abertura, Declaração de Escopo do Projeto, 
PDP e PDCA.
d) Matriz RACI, cronograma, registro de stakeholders, lançamento do 
produto e análise SWOT.
e) Termo de Abertura do Projeto, plano de financiamento, plano de 
lançamento de produto, plano de geração de ideias de produto e de 
análise de viabilidade.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos40
2. Quando nos referimos à fase de preparação da produção, dá a impressão 
que estamos falando da fase inicial de planejamento, não é mesmo? Mas 
essa fase faz parte da macrofase de desenvolvimento do produto, pois todas 
as análises necessárias do pré-desenvolvimento já foram realizadas e, agora, 
é a hora de colocar a mão na massa, checando se tudo o que foi planejado 
realmente irá acontecer. Nesse contexto, qual alternativa apresenta o 
objetivo da fase de preparação para a produção?
a) Elaborar o projeto conceitual e o projeto detalhado.
b) Validação do projeto conceitual e do projeto detalhado, além de definir 
os principais clientes.
c) Validação operacional, validar o protótipo e garantir que o produto será 
produzido dentro das especificações do cliente.
d) Definir o momento certo para lançar o produto e elaborar manuais de 
uso do produto.
e) Elaborar procedimentos da qualidade, produzir um protótipo e definir os 
tipos de projetos de produtos e processos.
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos 41
Questão para reflexão
Ao pensar no acompanhamento da produção, você deve estar 
se perguntando: será que a produção, que não possui todos os 
conhecimentos adquiridos pelo time de desenvolvimento, conseguirá 
resolver todos os tipos de problema sozinha?
Seção 4
Pós-desenvolvimento
Introdução à seção
Agora que você já teve contato com a macrofase de pré-
desenvolvimento e de desenvolvimento, vamos à última macrofase, 
que corresponde ao pós-desenvolvimento do produto. Tudo já foi 
planejado, preparado, esquematizado, lançado e, praticamente, 
realizado. Mas o PDP não acabou e precisamos pensar em alternativas 
e procedimentos para que o ciclo do produto seja o maior possível. 
Sendo assim, você deve estar se perguntando: como pode ser feito o 
acompanhamento do PDP? Como garantir o sucesso do PDP? 
Vamos finalizar esta unidade com sucesso?
4.1 Acompanhamento do desenvolvimento do produto
Esta macrofase contempla o acompanhamento do 
desenvolvimento do produto, que é crucial para aumentar as chances 
de permanência do produto no mercado, afinal, todo produto nasce, 
cresce e morre. Um dos tipos de acompanhamento é o que é feito 
pela produção, durante as etapas do processo de fabricação, com 
os devidos controles de qualidade para garantia do produto final 
em conformidade aos requisitos. Após o lançamento do produto, 
o time de desenvolvimento pode acompanhar ou não o que foi 
desenvolvido. Em alguns casos, a engenharia de produto ou o time de 
desenvolvimento transfere todo o trabalho para o time de produção e 
passa a desenvolver outros novos projetos (OLIVEIRA, 2013).
U1 - Introdução ao projeto de processos e produtos42
Agora, imagine a seguinte situação: uma empresa fabricante de 
bicicletas lançou recentemente um novo produto no mercado e 
passou a responsabilidade pelo produto ao setor de manufatura. O 
time de desenvolvimento passou a não existir, pois as pessoas voltaram 
para as suas áreas funcionais. Sendo assim, ninguém mais desse 
time vai ter contato com o produto que acabaram de elaborar. Um 
cliente reclamou com a assistência técnica sobre a regulagem do 
banco, outro cliente reclamou da ausência de padrão entre as rodas, 
enfim, várias reclamações que indicaram que o desempenho do novo 
produto estava fora do esperado. A assistência técnica difere da equipe 
de desenvolvimento, bem como dos colaboradores da produção e do 
controle de qualidade. Portanto, demorou-se bem mais para investigar 
as causas dos problemas e resolvê-los. Por isso, é necessário um pós-
desenvolvimento muito bem estruturado e organizado, a fim de que 
não haja perdas produtivas e financeiras, além do descontentamento 
do cliente (JUGEND; SILVA, 2013).
Questão para reflexão
Essa mesma bicicleta permaneceu no mercado por oito anos e, durante 
esse período, apresentou outros problemas. O volume de venda não 
foi o esperado, além das perdas financeiras devido ao aumento da 
assistência técnica. Por que isso aconteceu?
Porque não foi designado um time de acompanhamento 
do produto e não existia na empresa um pós-desenvolvimento 
sistematizado que garantisse uma continuidade à gestão do ciclo 
de vida do produto. Os conhecimentos gerados ficaram com as 
pessoas e não foi transferido aos demais. A empresa pode optar por 
ter uma equipe de projeto exclusiva aos projetos, no entanto deve 
transferir os conhecimentos, integrando todas as áreas desde o início

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