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METODOS DE VALIDAÇÃO DE PROTOCOLOS: Uma revisão integrativa. Francine Salapata Fraiberg Raniel Medeiros Lima Raniel Medeiros Lima INTRODUÇÃO Atualmente os profissionais de enfermagem enfrentam uma grande corrida sobre o conhecimento científico baseado em evidências. O cuidado exercido por eles é ocasionado de forma transversal, o que pressupõe um atendimento ancorado pela ciência. O conhecimento em enfermagem é orientado pela taxonomia do cuidado e seu viés de aceitação é finalístico em relação aos protocolos a serem seguidos. Não se trata apenas de orientações científicas, mas sim, aspectos que perpassam as condições legais. Notadamente, sua aplicabilidade e a oferta de cuidados na área de enfermagem são baseados em um sequenciamento lógico para tomada de decisões. Com o avanço de inúmeras técnicas, o profissional precisa estar ciente sobre os princípios científicos. Desse modo, é necessário que o profissional esteja pautado nas Práticas Baseadas em Evidência (PBE), uma vez que se faz indispensável conhecer o limiar de diferentes resultados e campos do conhecimento para que se alcance resultados positivos na atuação em saúde. A PBE é definida como uma abordagem que associa a melhor evidência científica disponível, com a experiência clínica e a escolha do paciente para auxiliar na tomada de decisão. 1 visto que, ela é indispensável para eficácia, confiabilidade e segurança nas práticas em saúde. Por quanto, relações entre o campo teórico e prático atuam através de achados das investigações clínicas que substituem as condutas previamente aceitas por informações mais seguras, acuradas e eficazes.1-2 Dada a vasta gama de informações e casos clínicos indeterminados, e o grande campo de atuação dos profissionais da área da saúde, foi indispensável a criação de determinantes lógicos para atuação. Um dos mecanismos indicados para a segurança e confiabilidade é o Protocolo que é determinado através de métodos. Ele se caracteriza como a descrição de uma situação específica de assistência/cuidado, contendo a operacionalização e a especificação sobre o que, quem e como se faz determinada ação, orientando e respaldando os profissionais em suas condutas para a prevenção, recuperação ou reabilitação da saúde. 3 Ressalta-se que os protocolos são embasados em uma visão sistêmica e estruturada, com a finalidade de nortear profissionais da saúde sobre determinações clínicas específicas. A conduta basilar de um profissional é estruturada através de atividades elementares que estreitam a segurança e a confiabilidade. As recomendações encontradas nos protocolos são baseadas em evidências científicas, na avaliação tecnológica e econômica dos serviços de saúde e na garantia de qualidade deles.4 Em geral, ao método é atribuído uma detalhada orientação sobre como o trabalho deve ser executado. Entretanto, não existe um consenso sobre ele estar totalmente correto para a validação de protocolos e qual estrutura adequada a ser seguida. Á medida em que os processos de trabalho se tornam complexos, é necessária uma validação para que seja possível indicar a maneira ideal sobre a execução. Nesse caso, é indicado aos profissionais de saúde cercearem uma maneira de validação para os protocolos. Normalmente para que um protocolo seja declarado como validado, é indicado a atuação de personagens e um contingenciamento, além de uma determinação roteiro como check list. 4 O check list é mensurado e comparado a atuação contingente e tão logo é referido entre as variáveis determinadas dentre as quais, podemos destacar que: comportamento, objetividade/desejabilidade, simplicidade, clareza, relevância/pertinência, precisão, tipicidade e amplitude. Outrossim, a validade de um instrumento está na capacidade que o mesmo possui para medir com confiabilidade aquilo que se propõe. Autores mostram que a validade de conteúdo se trata de um processo de julgamento composta por duas etapas. A primeira fase é o desenvolvimento do instrumento de pesquisa e determinação dos protocolos a serem seguidos, logo após, seguido pelo julgamento de especialistas determinado pela segunda fase. Recomenda-se que neste processo seja utilizado procedimentos quantitativos e qualitativos. 5 A validação de conteúdo torna-se efetiva, quando os atores se mostram de acordo com o que é determinado dentro do protocolo. A determinação de um Índice de Validação de conteúdo (IVC) fator para que seja ratificado a efetividade do conteúdo. Sendo assim, o interesse para pesquisar sobre os métodos de validação de protocolo fez-se presente. Considerando a importância do uso de protocolos assistenciais e sua validação, seguiu- se à pergunta de pesquisa: “Quais os métodos de validação de protocolos apresentados na literatura?”. Sendo assim, este estudo objetivou identificar os métodos de validação de protocolos mais utilizados na literatura. MÉTODO Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cuja finalidade é reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre uma determinada temática para aprofundar-se a compreensão do tema investigado. 4 Neste método é possível mesclar outras produções de várias áreas do saber justamente pelo fato de ele viabilizar a capacidade de sistematização do conhecimento científico de forma que o pesquisador se aproxime da problemática que deseja apreciar, traçando um panorama sobre sua produção científica para conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa. Tão logo, determinar a sua origem, evolução científica e sua contextualização pratica em torno de análises comparativas. 6 A pesquisa estruturou-se em seis etapas: identificação do tema e definição da questão de pesquisa; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados; e apresentação da revisão integrativa. Após o estabelecimento da pergunta de pesquisa “Quais os métodos de validação de protocolos apresentados na literatura?” foi realizada uma busca na Biblioteca Virtual em Saúde, especificamente nas bases de dados LILACS e BDENF. Para isso, utilizou-se os descritores “estudos de validação”, “protocolo” e “enfermagem” conectados ente si pelo operador booleano “AND”. Como critério de inclusão, foram estabelecidos nesta pesquisa os artigos disponíveis online na íntegra que versassem sobre a validação de protocolos, escritos em português, inglês e espanhol no período de janeiro de 2011 a maio 2021. Foram excluídos os artigos não disponíveis na íntegra, fora do período e idiomas especificados, além de publicações como teses, carta ao editor, textos de opinião, editoriais e revisões bibliográficas. A seleção inicial dos dados se deu através da leitura dos títulos, resumos e indicações de metodologia sobre validação de protocolo como ‘determinação de validade de protocolo confirmada’. Documentos que não detinham a especificação de confirmação de protocolo foram excluídos do computo final. Os artigos restantes foram lidos através de análise sistemática sobre os quais determinavam elementos para validação de protocolos na área de enfermagem. RESULTADOS Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, chegou-se ao resultado de 129 artigos. Através da leitura dos títulos e resumos disponíveis afunilou-se a pesquisa sendo selecionados 55 estudos e após excluir as duplicidades de publicações, a amostra final constituiu-se de 22 artigos, conforme descrito na figura 1. Figura 1 Fluxo do processo de seleção dos estudos sobre validação de protocolos. A partir do estudo, emergiram dados relevantes sobre a validação de protocolos em vários ambientes da área da saúde, os documentos analisados em questão mencionam em sua estrutura uma revisão da literatura como parte integrante da elaboração de protocolos, sendo elas revisões simples ou integradas como revisõesintegrativas ou sistemáticas 5,7 Em alguns estudos a revisão da literatura está associada a outros instrumentos de coleta de dados, tais como aplicação de questionários ou entrevistas, estes foram excluídos da pesquisa, por consequência de não evidenciarem por completo as práticas de validação dos protocolos. Em relação aos métodos de validação de protocolos, observou-se a incidência do método de validação dos conteúdos dos protocolos através da ação de especialista. A validação do conteúdo dos protocolos é feita em duas etapas, sendo a primeira sobre a avaliação do conteúdo e a outra com veredito dos participantes, com a utilização do método Delphi em , n=11). 6-9,21-24,26 Os participantes especialistas determinados como juízes, foram escolhidos de acordo com a demanda situacional (a depender do contexto funcional onde o trabalhador está inserido) com uma média de 8 a 46 participantes. Em vários estudos, a seleção dos juízes de conteúdo por meio da amostragem não probabilística e intencional, baseando-se na pesquisa por assunto na Plataforma Lattes. 7,10,11 A tabela 1 demonstra os estudos levados em consideração na pesquisa com indicador de tempo, autoria, método e a temática abordada nos assuntos. Tabela 1 – Descrição das pesquisas identificadas na revisão, que contemplam validação de protocolos. TÍTULO ANO PAÍS MÉTODO CONSIDERAÇÕES TEMÁTICA Validation of a protocol to assist patients with intra- aortic balloon. 8 2012 Brasil Comitê de ética Elaborar um protocolo de cuidados a pacientes com Balão Intra Aórtico e validar o conteúdo desse protocolo. Validação de um instrumento para avaliação do cliente com afecções cutâneas. 9 2013 Brasil Delphi Validar conteúdo e aplicabilidade do protocolo de avaliação do cliente com afecções cutâneas, considerando dimensões clínicas, mentais e espirituais. Protocolo de assistência a pessoas com úlceras venosas: validação. 2 2011 Brasil índice Kappa validação de conteúdo Identificar aspectos validados por juízes para elaboração de protocolo de assistência a pessoas com úlceras venosas Protocolo de acolhimento e atenção para usuários submetidos a endoscopia digestiva alta e seus acompanhantes. 19 2014 Brasil Parecer de especialista Construir um protocolo de acolhimento e atendimento para os usuários submetidos à Endoscopia Digestiva Alta e seus acompanhantes Protocolo de assistência a pessoas com úlceras venosas: estudo metodológico. 20 2012 Brasil Índice de validação de conteúdo (IVC) Averiguar a validade de conteúdo do protocolo para assistir pessoas com úlcera venosa na atenção primária Classificação de risco em pediatria: construção e validação de um guia para enfermeiros 10 2015 Brasil Parecer de especialista Construir e validar um guia abreviado do protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco em pediatria. Validação de protocolo assistencial ao paciente séptico na Unidade de Terapia Intensiva 8 2018 Brasil Delphi Elaborar e validar um protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico em Unidades de Terapia Intensiva Gestionar el ambiente para prevenir la caída en los ancianos institucionalizados: validación de protocolo. 21 2018 Chile Delphi Validar el contenido de un protocolo con las intervenciones de enfermería para la gestión del riesgo de caída asociado al ambiente en Residencias de Larga Permanencia para Ancianos. Remoção de órgãos sólidos para transplante: protocolo para a enfermagem. 22 2019 Brasil Delphi Elaborar um instrumento na modalidade de protocolo que permita a uniformidade das ações de Enfermagem em remoção de órgãos sólidos para transplantes. Avaliação da segurança no cuidado com vacinas: construção e validação de protocolo. 23 2019 Brasil Delphi Construir e validar um protocolo para avaliação do cuidado seguro de enfermagem com vacinas na atenção primária. Cuidados de enfermeira post- angioplastia transluminal coronaria: validación de protocolo. 24 2019 Brasil Delphi Validar um protocolo de cuidados elaborado para clientes pós-angioplastia trans luminal coronariana. Validação das competências do enfermeiro nos cuidados com portadores de marca-passo 7 2018 Brasil Delphi Validar competências de enfermeiros atuantes nos cuidados com portadores de marca-passo. Validação de protocolo de enfermagem para avaliação e diagnóstico de retenção urinária no adulto. 25 2019 Portugal FEHRING adaptado ao contexto cultural Validar o conteúdo de um protocolo de enfermagem de avaliação e diagnóstico de RU no adulto, com recurso à ultrassonografia vesical, para utilização pelos enfermeiros portugueses. Construção e validação de protocolo assistencial de enfermagem com intervenções educativas para cuidadores. 26 2020 Brasil Delphi Construir e validar o conteúdo de um protocolo assistencial de enfermagem com intervenções educativas para cuidadores familiares de idosos após Acidente Vascular Cerebral. Elaboração, validação e fidedignidade do protocolo de segurança para o manejo da sede pediátrica. 27 2020 Brasil Índice de validação de conteúdo (IVC) Elaborar, validar e avaliar a fidedignidade do Protocolo de Segurança para o Manejo da Sede Pediátrica no pós-operatório imediato. Validação clínica de enfermagem na cicatrização de úlceras venosas com mel nativo chileno suplementado. 28 Chile 2020 Índice de validação de conteúdo (IVC) Validar clínica e planimetricamente a cicatrização de ulcerações venosas com um protótipo de mel medicinal suplementado, nativo do Chile Terapia de nutrição enteral: construção e validação de protocolo. 29 2016 Bolívia Parecer de especialista Construir e validar um protocolo de terapia de nutrição enteral para pacientes adultos em uso de sonda enteral. Validação de protocolo para pessoas com úlcera venosa: estudo quantitativo. 30 2016 Brasil índice Kappa/ Índice de validação de conteúdo (IVC) Confirmar e refinar a estrutura de protocolo de assistência multiprofissional para pessoas com úlcera venosa atendidas na atenção primária. Percurso metodológico em pesquisas de enfermagem para construção e validação de protocolos. 6 2017 Brasil Delphi Enfocar o percurso metodológico em teses/dissertações para construção e validação de protocolos na área da Enfermagem. Construção, validação e adequação cultural do protocolo COMPASSO 16 2016 Brasil Validação com especialistas Realizar a construção, validação de conteúdo e adequação cultural do protocolo Compasso para promover a adesão às práticas de autocuidado em diabetes via intervenção telefônica DISCUSSÃO Dentro de um contexto institucional e de saúde os protocolos são imprescindíveis para execução de qualquer tarefa. Vale salientar que esses são orientações estruturadas de forma sistemática, a fim de nortear decisões de profissionais de saúde e/ou de usuários a respeito da atenção adequada em circunstâncias clínicas específicas. Essas recomendações se baseiam em evidências científicas, na avaliação tecnológica e econômica dos serviços de saúde e na garantia de qualidade do serviço prestado. 4 Entretanto, para a ação multiprofissional da saúde a validação de conteúdo se faz presente. Todavia a maneira como os dados são coletados devem refletir a realidade e a confiança de indicadores, a prática baseada em evidências necessita de dados tidos como ‘corretos’ para ótima execução da tarefa, dessa forma, cada vez mais a literatura tem alertado os pesquisadores sobre uma correta avaliação das qualidades dos instrumentos de coleta de dados. 5 Com quanto, sua validação é salvaguardapara que ele passe a ser instrumento fidedigno aquilo que se quer desempenhar com segurança. Como visto em outros estudos, o protocolo é a diretriz guia de qualquer atividade, tão logo a validação é a chave mestra de ratificação da prática baseada em evidência. 15 Diante disso, nada mais justo do que indicar a construção e validação de protocolos de cuidados e atividades seguras e desenvolvidas com rigor metodológico para que se possibilite o conhecimento científico acessível aos profissionais de enfermagem que atuem em qualquer área. 2,15 Entende-se que os estudos de validação de protocolos são adotados pela enfermagem para verificar a qualidade dos instrumentos elaborados e constituem um aspecto essencial para a credibilidade e legitimidade desses recursos. 2,15 Os estudos referidos nessa pesquisa, não levaram em consideração a inclusão do AGREE II (Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation), uma ferramenta internacional desenvolvida para a avaliação de protocolos, diretrizes clínicas terapêuticas e Guidelines, já traduzida e adaptada para uso no Brasil, conforme descrito em outras publicações acadêmicas com o mesmo objeto de pesquisa. 12 Para a análise dos dados os estudos pesquisados utilizaram o (IVC) índice de validação de conteúdo e taxa de concordância. O Índice kappa 2,30 é utilizado em algumas pesquisas, contudo, o IVC é considerado como de alta relevância dentro da pesquisa. 16,20,27,28,29 Para as pesquisas de enfermagem têm-se utilizado a técnica de validação de conteúdo, para uma maior confiabilidade nos métodos empregados. As técnicas/métodos utilizados são contextualizados de duas etapas, sendo eles decorrentes de uma revisão bibliográfica, pois, a revisão bibliográfica provê um ponto de partida em comum e fortalece a percepção dos participantes por se tratar de um processo baseado em evidências. 7,9,16 A segunda etapa dos procedimentos consiste na validação por parte dos juízes de atuação. A validação por parte dos juízes pode ser determinada de maneira simples ou conjugada através de passos. O resultado não precisa ser unânime sobre a quantidade ou percentual, basta apenas que haja um consenso sobre o resultado, visto que dúvidas ou desentendimentos devem ser levados para discussão e análise. 7-8 Não existe o consenso de uma técnica correta para determinar a validação de conteúdo, a literatura contemporânea sobre o assunto destaca várias maneiras de validação de elementos contextuais e cenaristas. Contudo, a maioria dos trabalhos estudados nessa pesquisa utilizaram o método Delphi de validação.9 Autores destacam que, como forma de efetivar a etapa de validação, a técnica Delphi, constitui uma estratégia que visa não apenas alcançar consenso elevado entre um grupo de especialistas sobre o assunto base do material construído, mas obter opiniões de qualidade por meio destes participantes. 3,17 Dentro desta pesquisa, foi possível identificar que mesmo uma grama de técnicas/métodos para validação de conteúdo, a literatura e a pesquisa mostraram pouca incidência do método Delphi nos anos de 2011 a 2015. Um estudo realizado em 2020 15 também fez a mesma constatação, contudo o estudo destacou que a técnica Delphi figura em artigos após 2015. Contraria-se a pesquisa visto que no ano de 2013 9 o estudo destaca técnica Delphi como elemento indicador da validação do protocolo. Mesmo com a delimitação temporal encontrada em algumas pesquisas, é interessante destacar que a técnica Delphi permite trabalhar com problemas complexos, sua escolha pode ser justificada quando se pretende que um grupo de especialistas e pesquisadores dê sua contribuição para algum problema mais complexo de pesquisa. 17-18 Este tipo de método tem pelo menos duas vantagens. A primeira é que a informação disponível está sempre mais contrastada que aquela da qual dispõe o participante melhor preparado, ou seja, do que a informação do especialista mais versado no tema. 17-18 Na pesquisa, contatou-se que a maioria dos estudos relacionados a validação dos protocolos utilizou o método Delphi como forma eficiente para validação dos protocolos, como indicado anteriormente não existe um consenso ideal para quantidade de juízes para validação do conteúdo. A maneira como os participantes são incluídos faz a diferença no resultado final, sua experiência e sua atuação no contexto de saúde é relevante para a capitulação final dos eventos e validação de atividades. Como constatado em outras pesquisas, a definição de especialista na enfermagem não é consensual na bibliografia 15 Incorporado a validação de protocolos, o IVC é relevante dentro do contexto de validação, sendo este uma fórmula utilizada para validação de contexto em saúde. Ele é determinado sobre a relevância e avalia de concordância entre os juízes. Nesse interim, boa parte das pesquisas (n=9) determinaram um IVC com média de 80% para concordância para construção dos protocolos (variações dentro do contexto cultural e social). Tal índice pode ser utilizado para construção de cada etapa do processo de protocolo, desde a utilização para validação de questionários até a efetivação de segundas etapas. 4,10,16 Dadas as não conformidades na literatura sobre qual método ou quais modelos se devam seguir, é necessária uma melhoria na pesquisa nacional e internacional. Sendo o tema bastante variável e postos limitados em algumas demandas, se faz necessária uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema em questão, porém através das informações já descritas nesse e em outros estudos científicos se faz possível a inquirição de dados com subsídios básicos e suficientes para indicação do início do processo de validação de protocolos. Limitação do estudo O estudo limitou-se a utilização somente de artigos integrados da área da saúde. A busca por outras áreas do conhecimento fortalece o consenso de que o profissional de saúde é multidisciplinar, e pode atuar conjuntamente com outros profissionais de interesses distintos, mas com o mesmo objetivo. Nesse sentido, outras fontes de informações podem subsidiar conteúdo para produções acadêmicas/cientificas. Outra limitação do estudo foi o desenvolvimento do estudo em um cenário pandêmico, o que dificultou a pesquisa através de outras ferramentas. Contribuições para enfermagem Este estudo contribui para a enfermagem como subsídio de informações na escolha dos métodos inclusivos sobre validação de protocolo. Um conteúdo teórico que estrutura e fundamenta melhores evidências sobre validação, diminui as dúvidas sobre quais métodos e maneiras corretas para aprovação de protocolos em área de saúde, mesmo não sendo abordado nesta pesquisa práticas sobre todo os campos do conhecimento da enfermagem, as informações descritas nessa pesquisa já propiciam a criação de ações justificadas por evidências científicas. Tão logo, ganha-se com o aprimoramento do processo de tomada de decisões, os quais também são considerados na vivência e na competência do profissional de enfermagem. CONCLUSÃO Concluiu-se nessa pesquisa que é fundamental a busca por melhores evidências cinéticas para a justificativa das ações propostas dentro de protocolo. Depreendeu-se através do estudo que a PBE leva em consideração a vivência e a competência do profissional por intermédio do aprimoramento do processo de tomada de decisões. Dentro de um contexto de saúde onde um protocolo só se torna efetivo quando atendida as necessidades do cliente correspondentes e a expectativa de funcionamento para os profissionais da saúde, nada mais justo uma validação específica, para que não se tenha interferências ou discordâncias nas ações. Nesse caso constatou-se que de acordo com a literatura bibliográfica de saúde, não existe um consenso sobre qual o melhor método para validação de protocolo, não há um critério pré-determinado para indicação do método ou modelo, entretendo existe uma vastaindicação sobre métodos de validação de protocolos. Nos últimos dez anos evidenciou-se que, para validar um protocolo é indicado a participação de especialistas como descritos no quadro 1, e que seu critério para seleção é determinado pela instituição ou por seus demais participantes levando em consideração algumas variáveis. A validação por si só do método por seus participantes é insuficiente para uma validação de fato. É indicado pela bibliografia o uso de concordância e similaridade, para isso, a maioria das pesquisas optou por utilizar IVC, sendo ele um determinante para validação dos protocolos aliado ao método Delphi. REFERENCIAS 1. Schneider LR, Pereira RPG, Ferraz L. Prática Baseada em Evidências e a análise sociocultural na Atenção Primária. Physis Rev Saúde Coletiva. 2020;30(2):1–18. 2. Costa IKF, Medeiros LP de, Dias TYAF, Salvetti MDG, Dantas DV, Torres GDV. Validação de protocolo para pessoas com úlcera venosa: composição e critérios de avaliação. Online Brazilian Journal of Nursing [Internet]. 2016;15(2). Available at: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/5251/html_2 3. BrasiL. Conselho Federal de Enfermagem. Diretrizes Para Elaboração De Protocolos De Enfermagem Na Atenção Primária À Saúde Pelos Conselhos Regionais Conselho Federal De Enfermagem Coordenação. 2018;(Brasilia):1–16. 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