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Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
35
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL6 
A deficiência mental (DM), ou deficiência 
intelectual, possui uma definição utilizada pela 
Associação Americana de Retardo Mental (AAMR) 
apresentada no DSM-IV – Manual Diagnóstico e 
Estatístico de Transtornos Mentais, que conside-
ra a deficiência mental como: um funcionamen-
to mental significativamente inferior à média, 
acompanhado de limitações significativas no 
funcionamento adaptativo – agora definido 
– em pelo menos duas das seguintes áreas: co-
municação, autocuidados, vida doméstica, ha-
bilidades sociais/interpessoais, uso de recursos 
comunitários, autossuficiência, habilidades 
acadêmicas, trabalho, lazer, saúde, seguran-
ça; com início anterior aos 18 anos. E considera 
que a deficiência mental pode ser decorrente de 
diferentes processos patológicos que afetam o 
funcionamento cognitivo. Apesar de hoje tentar-
mos utilizar o termo ‘deficiência intelectual’ que 
é menos pejorativo, ainda na literatura encontra-
mos em muitos locais o termo ’deficiência men-
tal’. Portanto, neste texto, utilizaremos esse termo 
quando a referência assim o fizer, mas em outros 
momentos iremos usar deficiência intelectual.
A deficiência intelectual não pode ser carac-
terizada somente pelo rebaixamento ou déficit 
intelectual, mas também deve ser caracterizada 
pela limitação no funcionamento adaptativo, e 
essas características devem estar presentes antes 
dos 18 anos de idade.
Atualmente, existe uma discussão muito 
acirrada acerca dos níveis de deficiência mental, 
porém a área médica ainda se utiliza deles para 
realizar um diagnóstico. Quanto à classificação, o 
DSM-IV e a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
classificam os deficientes mentais por meio de 
critérios quantitativos, utilizando para isso o coe-
ficiente de inteligência (QI) para caracterizar a gra-
vidade da deficiência. Vejamos essa classificação:
�� DM profunda – 20>QI
�� DM Severa – 20<QI<36 
�� DM Moderada – 36<QI<50
�� DM Leve – 50<QI<70 
Seguindo esse critério de classificação, pelo 
DSM-IV, a deficiência mental teria a seguinte dis-
tribuição estatística: leve (85% dos casos de DM); 
moderada (10% dos casos); severa (4% dos casos); 
profunda (1% dos casos); ou com gravidade não 
especificada.
Outro critério de classificação da DM seria 
por meio da avaliação da intensidade dos apoios 
– para o chamado funcionamento adaptativo – 
de que o indivíduo necessita. Aqui temos as se-
guintes categorias (CARVALHO; MACIEL, 2002):
1. intermitente (natureza episódica do 
apoio); 
2. limitado (apoio intensivo, mas por tem-
po limitado);
3. extenso (caracteriza-se pela regularida-
de do apoio em pelo menos uma área); 
4. generalizado (apoio constante e inten-
so).
Esse tipo de classificação da deficiência 
mental, embora muito menos utilizado – prin-
cipalmente no meio médico –, traz uma grande 
vantagem: o indivíduo deixa de ser avaliado 
pelo seu coeficiente de inteligência e passa a 
ser avaliado pela qualidade da sua relação com 
o meio ambiente (CARVALHO; MACIEL, 2002). A 
partir do final de 1995, a ONU alterou a termino-
logia de ‘deficiência mental’ para ‘deficiência inte-
lectual’. A justificativa é que o termo ‘intelectual’ é 
Marcia Regina Zemella Luccas
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36
mais apropriado pelo fato de a deficiência mental 
referir-se ao funcionamento do intelecto espe-
cificamente, e não ao funcionamento da mente 
6.1 Níveis da Deficiência Intelectual
como um todo. Embora essa seja uma boa mu-
dança de nomenclatura, o termo ‘deficiência inte-
lectual’ ainda é pouco usado nos dias atuais.
AtençãoAtenção
Deficiência Intelectual pode ser definida como: 
o funcionamento mental significativamente in-
ferior à média, acompanhado de limitações sig-
nificativas no funcionamento adaptativo – agora 
definido – em pelo menos duas das seguintes 
áreas: comunicação, autocuidados, vida domés-
tica, habilidades sociais/interpessoais, uso de 
recursos comunitários, autossuficiência, habilida-
des acadêmicas, trabalho, lazer, saúde, segurança; 
com início anterior aos 18 anos.
Como classificado anteriormente, a OMS 
estabelece níveis de deficiência mental, são eles: 
leve, moderado, grave e profundo.
�� Leve: sujeitos com este nível são co-
nhecidos como “educáveis, ou limítro-
fes”, desenvolvem habilidade social e de 
comunicação durante os anos pré-es-
colares – zero a cinco anos –, têm com-
prometimento mínimo em áreas sensó-
rio-motoras, sendo indistinguíveis das 
crianças normais até idade mais avan-
çada. Podem aprender as habilidades 
acadêmicas básicas na escola e, quando 
adultos, entram no mercado de traba-
lho e vivem independentemente.
�� Moderado: são aqueles sujeitos que 
aprendem a se comunicar durante os 
anos pré-escolares; podem ser bene-
ficiados com treino vocacional, de-
senvolvem habilidades de trabalho, 
habilidades sociais e, com moderada 
supervisão, conseguem cuidar de si 
mesmos. Durante a adolescência, po-
dem apresentar dificuldades no relacio-
namento interpessoal por apresenta-
rem dificuldade de incorporar algumas 
convenções sociais.
�� Grave: são aproximadamente 3 a 4% da 
população com esse tipo de deficiência; 
possuem desenvolvimento motor po-
bre e linguagem escassa e com pouca 
intenção comunicativa. Podem desen-
volver a fala e adquirir hábitos elemen-
tares de higiene durante o período es-
colar. Na idade adulta, são capazes de 
desempenhar tarefas simples sob es-
treita supervisão.
�� Profundo: são aproximadamente 1 ou 
2% das pessoas com deficiência men-
tal. Durante os primeiros anos de vida, 
exibem capacidade mínima de funcio-
namento sensório-motor. São requeri-
dos um ambiente altamente estrutura-
do, com ajuda e supervisão constante, 
e um relacionamento individualizado, 
com dispensa de cuidados para desen-
volvimento mais favorável.
É importante ressaltar que essa classifica-
ção é utilizada, principalmente, pela área médica 
e chega à educação por meio de laudos que os 
nossos alunos nos trazem, portanto é fundamen-
tal conhecê-la; porém, é necessário que tenha-
mos claro que essa classificação oportuniza 
um norte, e não deve determinar o que o aluno 
vai ter possibilidade de aprender ou não.
Uma discussão fundamental que há na área 
médica e que faz uma importante contribuição 
na área educacional é o conceito da noção de 
neuroplasticidade. “A neuroplasticidade do cé-
rebro refere-se a sua capacidade de estabelecer 
novas conexões no córtex cerebral e desta forma 
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37
superar efeitos de alguns tipos de lesão” (SEESP, 
2005, p. 16). Isso quer dizer que, mesmo que o 
deficiente mental tenha uma lesão no cérebro, a 
estimulação, principalmente nos primeiros anos 
6.2 Causas da Deficiência Intelectual
de vida, fará uma diferença significativa na sua 
possibilidade de aprendizagem, principalmente 
quando ingressar no ensino fundamental.
Até a década de 1960, acreditava-se que a 
deficiência intelectual, ou também conhecida 
como deficiência mental, era causada somente 
por problemas biológicos. A partir da década de 
1980, diversos trabalhos científicos apontaram 
que existem, aproximadamente, 50% de casos 
com mais de uma causa definida. Isso significa 
que devemos considerar fatores biológicos ou 
ambientais que podem afetar o parto ou o perío-
do de desenvolvimento do sistema nervoso cen-
tral, o que pode provocar anomalias prolongadas 
ou até permanentes.
Podemos dizer que existem, como fatores 
de risco, as causas pré-natais, perinatais e pós-
-natais, como segue (UOL, 2005): 
�� Causas pré-natais – são aquelas que 
vão incidir desde a concepção até o iní-
cio do trabalho de parto, e podem ser: 
desnutrição materna; má assistência à 
gestante; doenças infecciosas, como 
sífilis, rubéola, toxoplasmose; proble-
mas toxicológicos, como alcoolismo, 
consumo de drogas, efeitos colaterais 
de medicamentos, poluição ambiental, 
tabagismo; fatores genéticos, como al-
terações cromossômicas(numéricas ou 
estruturais), por ex.: síndrome de Down, 
síndrome de Martin Bell; alterações gê-
nicas, ex.: erros inatos do metabolismo 
(fenilcetonúria, entre outras), síndrome 
de Williams, esclerose tuberosa etc.
�� Fatores perinatais – são os erros que 
vão incidir do início do trabalho de par-
to até o 30º dia de vida do bebê, e po-
dem ser divididos em: má assistência ao 
parto e traumas de parto como hipóxia 
ou anóxia (oxigenação cerebral insu-
ficiente); prematuridade e baixo peso 
(PIG - Pequeno para Idade Gestacional); 
icterícia grave do recém-nascido; ker-
nicterus (incompatibilidade RH/ABO).
�� Fatores pós-natais – são os problemas 
que vão incidir do 30º dia de vida até o 
final da adolescência. Podem ocorrer: 
desnutrição, desidratação grave, carên-
cia de estimulação global; infecções: 
meningoencefalites, sarampo etc.; into-
xicações exógenas (envenenamento): 
remédios, inseticidas, produtos quími-
cos (chumbo, mercúrio etc.); acidentes: 
trânsito, afogamento, choque elétrico, 
asfixia, quedas etc.; infestações: neuro-
cisticercose (larva da Taenia Solium).
Como apontado, são diversos os fatores 
que podem levar à deficiência intelectual; além 
dos citados, existem várias crianças nas quais o 
diagnóstico não encontra “uma causa” para essa 
deficiência, são os casos classificados como “retar-
do mental sem causa específica” (Código Interna-
cional de Doenças, CID-10).
O que fazer, então, para se prevenir ou dimi-
nuir as consequências dessa deficiência? 
Têm-se como prevenção primária as ações 
que devem ocorrer antes do início da condição, 
como no caso de evitar a síndrome alcoólica fe-
tal, ou sempre procurar serviços de saúde para 
realizar acompanhamento durante a gravidez, 
evitar visitar pessoas com doenças infecciosas 
durante esse período, evitar a utilização de dro-
gas e remédios que não tenham sido receitados 
pelo médico.
A prevenção secundária visa a diminuir 
a duração ou reverter o impacto de problemas 
Marcia Regina Zemella Luccas
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38
existentes, por exemplo: pelo tratamento com 
medicamentos específicos para o hipotireoidis-
mo congênito; realizar o teste do pezinho e, se 
necessário, seguir as orientações médicas para 
dieta, como no caso da fenilcetonúria.
A prevenção terciária busca limitar as con-
sequências adversas da condição existente ou 
melhorar o nível funcional do indivíduo (repre-
sentado, por exemplo, pelo trabalho de estimu-
lação precoce).
A deficiência mental é uma condição so-
ciologicamente determinada, a qual des-
creve as relações entre as capacidades do 
indivíduo e as demandas e expectativas 
de seu ambiente. Não se obterá sucesso 
na prevenção se nos restringirmos unica-
mente aos fatores biológicos envolvidos. 
É preciso, também, abandonar a idéia de 
que a prevenção só pode ocorrer antes 
do nascimento: a prevenção deve ser es-
tabelecida durante toda a vida, pois sem-
pre há algo a ser feito (EMMEL, 2001, p. 
146).
A prevenção é um fator muito importante, 
pois, em alguns casos, pode-se evitar uma perda 
cognitiva, e, em outros, por meio da utilização de 
serviços de apoio, é possível que as crianças de-
senvolvam objetivos pessoais a fim de terem uma 
vida mais independente e satisfatória. 
Retomando a questão, a deficiência inte-
lectual apresenta limitações significativas no seu 
funcionamento adaptativo. As habilidades adap-
tativas são: comunicação; habilidades acadêmi-
cas; vida doméstica; trabalho; autodeterminação; 
lazer; uso de recursos comunitários; saúde e se-
gurança; habilidades sociais/interpessoais; e au-
tocuidado. 
As habilidades adaptativas são (CARVALHO; 
MACIEL, 2002): 
a) Comunicação: apresenta dificuldade 
na capacidade de compreender e de 
expressar informações por meio de:
 • Condutas simbólicas: palavra falada, 
escrita (ortografia), símbolos gráfi-
cos, linguagem de sinais.
 • Condutas não simbólicas: expressão 
facial, movimento corporal, gestos.
b) Cuidado pessoal (autocuidado): habi-
lidades relacionadas com a autonomia 
que o sujeito possui em relação:
 • asseio;
 • alimentação;
 • vestuário;
 • higiene e aparência pessoal.
c) Habilidades da vida no lar (ativida-
des cotidianas): habilidades relaciona-
das com a autonomia com que realiza 
atividades de funcionamento dentro 
do lar, que incluem:
 • cuidados com a própria roupa;
 • tarefas do dia a dia;
 • manutenção adequada de seus ob-
jetos e da casa;
 • preparo e cozimento dos alimentos;
 • planejamento e previsão de com-
pras;
 • segurança cotidiana;
 • planejamento diário.
d) Habilidades sociais: são as habilidades 
relacionadas com os intercâmbios so-
ciais com outras pessoas, incluindo:
 • iniciar, manter e finalizar interação 
com os outros;
 • compreender e responder aos indí-
cios situacionais pertinentes;
6.3 Quais as maiores Dificuldades do Deficiente Intelectual e 
como Auxiliar seu Desenvolvimento?
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39
 • reconhecer os próprios sentimen-
tos;
 • regular a própria conduta;
 • ser consciente dos iguais e da acei-
tação destes;
 • ajudar os outros;
 • fazer e manter amizades;
 • controlar os impulsos;
 • mostrar um comportamento sócio-
-sexual adequado.
e) Utilização de recursos da comuni-
dade: habilidades relacionadas com 
a utilização adequada dos recursos da 
comunidade, que incluem:
 • transporte;
 • compras em lojas e supermercados;
 • obter serviços da comunidade: ofi-
cinas, dentistas, médicos etc.;
 • utilizar os serviços: frequentar esco-
las, livrarias, parques etc.;
 • assistir a teatro ou ir a centros cul-
turais.
f) Autodeterminação: habilidades rela-
cionadas com:
 • eleger, aprender e seguir um horá-
rio;
 • iniciar atividades adequadas a si-
tuações, condições, horários e inte-
resses pessoais;
 • acabar as tarefas exigidas ou neces-
sárias;
 • buscar ajuda quando necessitar;
 • resolver problemas em situações 
novas e familiares.
g) Saúde e segurança: habilidades rela-
cionadas com a manutenção da própria 
saúde em termos de:
 • alimentação;
 • reconhecer quando está doente;
 • tratamento e prevenção das doen-
ças;
 • primeiros cuidados;
 • sexualidade;
 • estado físico;
 • considerações básicas sobre segu-
rança.
h) Habilidades acadêmicas funcionais: 
habilidades cognitivas e habilidades re-
lacionadas com as aprendizagens esco-
lares que têm uma aplicação direta na 
vida pessoal (leitura, escrita, conceitos 
matemáticos etc.). É muito importante 
adquirir habilidades acadêmicas visan-
do à vida independente.
i) Lazer: habilidade de desenvolvimento 
de interesses variados por lazer e ativi-
dades recreativas que refletem as esco-
lhas pessoais: 
 • escolher e seguir os próprios inte-
resses;
 • utilizar e desfrutar os lazeres no lar 
e na comunidade, só e com outras 
pessoas;
 • comunicar as preferências e neces-
sidades;
 • participar da interação social.
Essas áreas devem ser avaliadas, e, a partir 
da funcionalidade que for verificada, podemos 
dizer o grau de comprometimento do indivíduo. 
É importante observar que, muitas vezes, o de-
sempenho nas habilidades adaptativas pode ser 
muito “fraco”, pela impossibilidade de o deficiente 
intelectual desempenhar tais tarefas por insegu-
rança da família ou dos profissionais que traba-
lham com ele. Salientamos que é necessário sem-
pre educar para a independência, acreditando 
na possibilidade que o indivíduo possui; se não 
dermos oportunidades para que ele desenvolva 
as próprias habilidades, ele nunca as terá.
Pensando, então, na questão da plastici-
dade cerebral e nas informações que possuímos 
acerca da construção do conhecimento, verifica-
mos que somente vivendo situações reais e na 
convivência com outros diferentes é que teremos 
a possibilidade de um desenvolvimento pleno.
Marcia Regina Zemella Luccas
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40
Podemos dizer que essa divisão didática e conceitual que observamos anteriormente nos auxilia 
a pensar que nem tudo que parece ser causadopor uma deficiência é consequência direta dela ou so-
mente dela. Ou seja, muitas coisas que consideramos serem causadas pela deficiência são, na verdade, 
causadas pela forma como nos relacionamos com a deficiência ou com a pessoa que a possui.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
Sugestão de filmes:
 Forrest Gump;
 Uma lição de amor;
 Meu nome é Rádio.
MultimídiaMultimídia
6.4 Resumo do Capítulo
6.5 Atividades Propostas
Agora, responda:
1. Como podemos definir deficiência intelectual?
2. Quais são os fatores de risco que podem causar a deficiência intelectual?
3. Quais são as áreas de funcionamento adaptativo em que o deficiente intelectual possui maior 
dificuldade?
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41
[...] Ora, não percebeis que com os olhos 
alcançais toda a beleza do mundo? O 
olho é o senhor da astronomia e o autor 
da cosmografia; ele desvenda e corri-
ge toda a arte da humanidade; conduz 
os homens às partes mais distantes do 
mundo; é o príncipe da matemática, e as 
ciências que o têm por fundamento são 
perfeitamente corretas.  O olho mede a 
distância e o tamanho das estrelas; en-
contra os elementos e suas localizações; 
ele [...] deu origem à arquitetura, à pers-
pectiva, e à divina arte da pintura. [...] Que 
povos, que línguas poderão descrever 
completamente sua função! O olho é a ja-
nela do corpo humano pela qual ele abre 
os caminhos e se deleita com a beleza do 
mundo.
Leonardo Da Vinci
DEFICIÊNCIA VISUAL7 
O termo ‘deficiência visual’ refere-se a uma 
situação irreversível de diminuição da resposta 
visual, em virtude de causas congênitas ou he-
reditárias, mesmo após tratamento clínico e/ou 
cirúrgico e uso de óculos convencionais. A dimi-
nuição da resposta visual pode ser leve, modera-
da, severa, profunda (categorias que compõem o 
grupo de visão subnormal ou baixa visão) e au-
sência total da resposta visual (cegueira). O indiví-
duo com baixa visão ou visão subnormal é aquele 
que apresenta diminuição das suas respostas vi-
suais, mesmo após tratamento e correção óptica 
convencional, e uma acuidade visual menor que 
6/18 à percepção de luz, um campo visual menor 
que 10 graus do seu ponto de fixação. É aquele 
que usa ou é potencialmente capaz de usar a vi-
são para o planejamento e/ou execução de uma 
tarefa (BRASIL, 2005).
7.1 Como Funciona a Visão
A visão funciona com a formação da ima-
gem a partir de uma série de redes das quais os 
olhos são somente uma parte. A capacidade de 
ver e interpretar a imagem depende fundamen-
talmente da função cerebral de reconhecer, de-
codificar, armazenar e associar essas imagens a 
experiências anteriores.
As imagens visuais formam-se pela excita-
ção pela luz das moléculas fotossensíveis, desen-
cadeando reações químicas e gerando impulsos 
nervosos que são conduzidos pelo nervo óptico 
ao córtex cerebral, responsável pela decodifica-
ção, interpretação e associação da imagem.
A imagem binocular acontece quando as 
duas imagens se fundem em uma única 
imagem pelas células corticais conecta-
das às vias ópticas de ambos os olhos. 
Qualquer tipo de dificuldade de conver-
gência (desvios) ou por erro de refração 
deve ser corrigido. A não correção faz 
com que o sujeito utilize o melhor olho 
suprimindo a imagem do outro ou fixan-
do alternadamente, podendo gerar a bai-
xa visão (BRASIL, 2005, p. 13).
Marcia Regina Zemella Luccas
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42
�� O olho
�� Desenvolvimento da visão
Idade Características Visuais
0 mês
Não responde a qualquer estímulo no campo visual, exceto à luz.
Algum grau de fixação.
1 mês
Segue movimento lento de objetos.
Começa a coordenação binocular.
2 meses Atenção a objetos a 20 cm ou mais.
3 meses
Aperfeiçoa movimento dos olhos.
Aperfeiçoa visão binocular.
Reage a cores diferentes.
Atenção nos objetos somente quando os manipula. 
4 meses
Fixa os olhos sobre a mão e permanece.
Manifesta interesse por objetos pequenos e brilhantes.
Tenta mover-se em direção ao objeto no seu campo visual.
5 meses
Desenvolve coordenação olho-mão: esforços sucessivos de agarrar.
Procura intencionalmente os objetos com os olhos, mesmo que seja apenas para brin-
car com a luz.
6 meses
Reconhece pessoas.
Vira os olhos para a direita e esquerda.
7-8 meses
Tenta pegar objetos além do alcance.
Convergência dos olhos.
9 meses Observa a expressão das pessoas próximas e tenta fazer o mesmo.
1 ano
Boa acuidade visual para perto e longe.
Visão binocular.
Focalização e acomodação.
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43
3 anos
Desenvolvimento anatômico do olho está completo.
Junta formas simples, faz contorno de formas simples, monta quebra-cabeças e ainda 
utiliza pistas táteis.
4-5 anos
Distinção de cores é estabelecida.
Visão de profundidade.
Apto para leitura.
6 anos
Acuidade visual 20/20 (1.0).
Maturação do sistema visual.
8 anos Globo ocular do tamanho de adulto.
AtençãoAtenção
Deficiência visual refere-se a uma situação ir-
reversível de diminuição da resposta visual. 
Pode ter basicamente duas possibilidades: a ce-
gueira, ausência total da visão, ou pessoas com 
baixa visão ou visão subnormal, ou seja, pessoas 
que mesmo com correção óptica não conse-
guem enxergar corretamente.
Como explicamos, qualquer “erro” na visão 
deve ser corrigido. Quando isso não é possível, 
deve-se procurar saber qual é o problema e a me-
lhor forma de lidar com ele. Os problemas ocu-
lares indicados a seguir foram apontados como 
mais frequentes no livro Saberes e práticas da in-
clusão: deficiência visual:
Os erros de refração, ou seja, deficiên-
cias visuais, passíveis de serem corrigidas 
com lentes corretivas apropriadas. São 
elas: miopia, hipermetropia e astigmatis-
mo.
Patologias oculares: as principais pato-
logias oculares que mais afetam a visão 
das crianças são:
 • Toxoplasmose Ocular Congênita: 
doença infecciosa causada por agen-
tes transmissores que estão presentes 
nas fezes do cachorro, gato, aves e na 
7.2 As Patologias da Visão e suas Características
carne de porco. A mãe infesta-se du-
rante a gravidez e pode passar a infes-
tação para seu filho.
 • Glaucoma Congênito: aumento da 
pressão interna do olho. A criança 
apresenta aumento do globo ocular, 
muita sensibilidade à luz, lacrimeja-
mento e coceira. A cirurgia deve ser de-
cidida o mais depressa possível, pois a 
perda visual pela hipertensão é rápida 
na criança. Nos casos mais avançados, 
existe o perigo de perfuração. Pode ge-
rar cegueira.
 • Catarata Congênita: opacificação do 
cristalino, desenvolvida logo após o 
nascimento. Pode ser ocasionada por 
uma infecção durante a gestação, ser 
hereditária ou por trauma durante o 
parto. Conforme a intensidade da cata-
rata, a cirurgia é indicada nas primeiras 
semanas de vida.
Fonte: Perez Alves (2011).
Marcia Regina Zemella Luccas
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44
 • Doenças hereditárias: Albinismo, 
Anomalias na Retina, Córnea, Íris, Má-
cula, Nervo Óptico e Altas Miopias.
 • Retinopatia da Prematuridade: ocor-
re em bebês prematuros expostos à 
aplicação de oxigênio. Provoca o apa-
recimento de uma massa fibrosa na 
região da retina que pode levar ao seu 
descolamento.
 • Retinose Pigmentar: é uma doença 
hereditária, que ocasiona degenera-
ção da retina que começa na periferia 
e, lentamente, compromete também 
a visão central. Não há cura até o mo-
mento e pode levar à cegueira. 
 • Conjuntivite Gonocócica: ocorre 
quando a mãe apresenta uma doença 
venérea (a gonorréia) e a transmite ao 
filho durante o parto normal. 
 • Neurite Óptica: inflamação do nervo 
ótico do recém-nascido, associada, ge-
ralmente, à presença na mãe de ane-
mia, subnutrição, diabetes ou uso de 
drogas.
OBS: algumas crianças com baixa vi-
são podem ter movimentos rápidos nos 
olhos, de um lado para o outro. Esses 
movimentos são chamados de ‘nistag-
mo’, que quase sempre é um problema 
de ordem neurológica e indica que o seu 
portador deve ter também desordens no 
sistema visual.(BRASIL, 2005, p. 24-32). 
Todas as patologias citadas podem gerar 
problemas oculares sérios para o sujeito que as 
tem. No caso dessas patologias, é necessário um 
trabalho diferenciado com os alunos, utilizando 
diferentes estratégias de ensino para que eles 
possam desenvolver as habilidades necessárias 
de orientação e locomoção, bem como as de lei-
tura e escrita (BRASIL, 2005). 
Segundo a OMS, cerca de 1% da população 
mundial apresenta algum grau de deficiência vi-
sual. Mais de 90% encontram-se nos países em 
desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a 
população com deficiência visual é composta por 
cerca de 5% de crianças, enquanto os idosos são 
75% desse contingente.
Podemos apontar algumas causas da de-
ficiência visual. De maneira genérica, podemos 
considerar que nos países em desenvolvimento 
as principais causas são infecciosas, nutricionais, 
traumáticas e devido a sequelas ocasionadas por 
doenças como a catarata. Nos países desenvol-
vidos, são mais importantes as causas genéticas 
e degenerativas. As causas podem ser divididas 
também em congênitas ou adquiridas. 
�� Causas congênitas: amaurose congê-
nita de Leber, malformações oculares, 
glaucoma congênito, catarata congê-
nita.
7.3 Causas da Deficiência Visual
�� Causas adquiridas: traumas oculares, 
catarata, degeneração senil de mácula, 
glaucoma, alterações retinianas relacio-
nadas à hipertensão arterial ou ao dia-
betes.
Fatores de Risco
�� Histórico familiar de deficiência visual 
por doenças de caráter hereditário: por 
exemplo, glaucoma.
�� Histórico pessoal de diabetes, hiperten-
são arterial e outras doenças sistêmicas 
que podem levar a comprometimento 
visual, por exemplo: esclerose múltipla.
�� Senilidade: catarata, degeneração senil 
de mácula.
�� Não realização de cuidados pré-natais e 
pré-maturidade.
�� Não utilização de óculos de proteção 
durante a realização de determinadas 
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tarefas (por exemplo, durante o uso de 
solda elétrica).
�� Não imunização contra rubéola da po-
pulação feminina em idade reproduti-
va, o que pode levar a uma maior chan-
ce de rubéola congênita e consequente 
acometimento visual.
Portanto, podemos entender que as causas 
citadas podem gerar a baixa visão ou cegueira. 
A baixa visão é caracterizada por pessoas 
que apresentam desde condições de indicar pro-
jeção de luz até o grau em que a redução de sua 
acuidade visual interfere ou limita seu desempe-
nho. Podemos didaticamente dividir em 2 grupos:
�� Aquelas que podem ver objetos a pou-
cos centímetros (2 ou 3 cm) e utilizam 
a visão para ler e escrever, com ou sem 
auxílios ópticos.
�� Aquelas que em algum grau estão limi-
tadas no uso de sua visão, mas utilizam-
-na predominantemente no processo 
ensino/aprendizagem, necessitando, 
muitas vezes, de iluminação especial, 
auxílios ópticos etc.
Quando a pessoa tem uma perda total da 
visão, até a ausência de projeção de luz, utiliza o 
Sistema Braille como principal veículo de comu-
nicação e escrita no processo ensino/aprendiza-
gem.
Alguns sinais característicos da presença da 
deficiência visual na criança são:
�� desvio de um dos olhos; 
�� não seguimento visual de objetos; 
�� não reconhecimento visual de familia-
res;
�� baixo aproveitamento escolar;
�� atraso de desenvolvimento. 
No adulto, pode ser o “borramento” súbito 
ou paulatino da visão. Em ambos os casos, são 
vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacri-
mejamento, flashes, retração do campo de visão 
que podem provocar esbarrões e tropeços em 
móveis. 
Em todos os casos, deve ser realizada avalia-
ção oftalmológica para diagnóstico do processo 
e possíveis tratamentos, em caráter de urgência. 
7.4 Como Trabalhar com estas Crianças?
O Ministério da Educação e Cultura (BRA-
SIL, 2005) indica algumas práticas que podem ser 
adotadas em classes regulares com alunos que 
apresentem baixa visão ou cegueira. É sempre 
importante ressaltar que os serviços de educação 
especial existem para auxiliar o professor no tra-
balho com esses alunos e devem ser acionados, 
porém nós também podemos tomar algumas 
providências visando ao melhor desenvolvimen-
to do aluno.
�� Deixe os alunos se sentarem em locais 
onde possam ver (e ouvir) melhor.
�� Identifique-se antes de falar, para bene-
fício das crianças com dificuldades vi-
suais, por exemplo: “Aqui é a Maria”, ou 
“O meu nome é...”.
�� Escreva no quadro com letra grande e 
clara.
�� Leia as instruções; nunca parta do prin-
cípio de que todos conseguem ler no 
quadro.
�� Especifique o que está ilustrado nos 
suportes visuais (por exemplo, do lado 
esquerdo está... e do lado direito está...).
�� Reduza e, se possível, elimine o ruído de 
fundo para permitir que haja concen-
tração total no que o professor(a) está 
dizendo, e para evitar que haja distra-
ção de outros sons.
Marcia Regina Zemella Luccas
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�� Deixe as crianças tocarem nos suportes 
de ensino se não os puderem ver; os 
mapas, por exemplo, podem ser deli-
neados com um fio.
�� Os alunos com baixa visão poderão ain-
da beneficiar-se da utilização de letras 
grandes, lupas, uso de iluminação apro-
priada; suportes de leitura ou pranche-
tas.
�� Os alunos com cegueira poderão se be-
neficiar da utilização de formação em 
Orientação e Mobilidade para se movi-
mentarem com independência e segu-
rança, de preferência com uma bengala. 
Devem ser ensinados a utilizar o Braille 
e podem gravar as aulas para facilitar 
seu acesso às informações.
Sugestão de filmes:
 Perfume de mulher;
 À primeira vista.
MultimídiaMultimídia
7.5 Resumo do Capítulo
Aprendemos, neste capítulo da apostila, alguns aspectos da deficiência visual. É importante res-
saltar que muitas pessoas utilizam lentes corretivas, óculos ou lentes de contato, mas essas pessoas não 
são consideradas como deficientes visuais. Os deficientes visuais são aquelas pessoas que, mesmo que 
utilizem a melhor correção óptica possível, não conseguem ter uma visão plena. Tivemos a oportunidade 
de verificar que existem várias formas de auxiliar o deficiente visual na sala de aula, de forma que ele não 
seja prejudicado no seu desenvolvimento cognitivo. 
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
7.6 Atividades Propostas
Agora, responda:
1. Como podemos definir deficiência visual?
2. Quais as diferenças entre cegueira e baixa visão?
3. Cite alguns recursos dos quais os alunos com baixa visão podem se beneficiar na classe regu-
lar.

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