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Os orçamentos estão cada vez mais presentes nas organizações, representando uma ferramenta gerencial importante para as operações e a geração das estratégias da empresa, envolvendo os planos da organização para um período estipulado e, ainda, auxiliando no cumprimento das metas e nos objetivos planejados. Nesta aula, você irá analisar alguns conceitos de orçamento, entender como funciona o processo orçamentário e saber como diferenciar cada um dos principais tipos de orçamento empresarial. Definir orçamento empresarial e seus objetivos; Descrever os tipos de orçamento e a importância do orçamento no controle da organização como instrumento capaz de auxiliar o tomador de decisões para a criação de planos, objetivos e estratégias da organização. O orçamento empresarial é um planejamento financeiro detalhado das metas, estratégias e objetivos empresariais, refletidos pelas receitas e despesas das organizações. Com base no plano financeiro, as empresas podem fazer uma avaliação profunda dos seus recursos com o intuito de alcançar os resultados desejados, dentro de um prazo determinado para sua realização. Com base neste raciocínio, Padoveze (2007) afirma que o orçamento “nada mais é do que colocar na frente aquilo que está acontecendo hoje” é “a expressão quantitativa de um plano de ação e ajuda à coordenação e implementação de um plano”. Para saber mais sobre o conceito de orçamento empresarial, clique aqui [../docs/conceito_orcamento_empresarial.pdf] . Controladoria II Aula 5: Orçamento empresarial Introdução Objetivos Conceito de Orçamento empresarial http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/conceito_orcamento_empresarial.pdf Nesta aula, iremos analisar o orçamento como um modelo de mensuração que avalia e demonstra, sob um formato contábil, as projeções de desempenhos econômicos e financeiros periódicos de uma empresa como um todo e as unidades que a compõem, as quais deveriam resultar da execução dos planos de ação por ela aprovados. Hansen e Mowen (2003) dizem que “os orçamentos evoluem dos objetivos a longo prazo da empresa, eles formam a base para as operações. Os resultados reais são comparados com os montantes orçados por meio do controle”, que “fornece o feedback tanto para operações quanto para orçamentos futuros”. A figura a seguir explana a relação dos orçamentos com planejamento, operações e controle: Figura 1Orçamento geral e seus interrelacionamentos Fonte: Hansen e Mowen (2003, p. 246) Neste contexto, Hansen e Mowen (2003) discorrem que “os orçamentos desempenham um papel crucial no planejamento e controle. Os planos identificam os objetivos e as ações necessárias para realizá-los. Orçamentos são as expressões quantitativas desses planos, em termos físicos ou financeiros, ou ambos. Quando usado para o planejamento, um orçamento é um método de traduzir as metas e as estratégias de uma organização em termos operacionais”. Compreende-se que o orçamento é um plano financeiro, o qual engloba todos os segmentos da organização para o desenvolvimento das estratégias que garantam a utilização correta dos recursos e a conquista planejada. É um planejamento financeiro, que detalha os objetivos e metas empresariais, permite análise e o confronto do planejado e o realizado de acordo com as necessidades e reflexo das despesas e receitas da organização. Seguindo esse raciocínio, Braga (1989) diz que “o orçamento é um conjunto de atividades relacionadas com a gestão da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos”. Orçamento como modelo de mensuração Orçamento como plano financeiro http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/aula5/img/figura1.jpg Colaborando com esse pensamento, Padoveze e Taranto (2009) afirmam, em linhas gerais, que: 1 O orçamento é formal, pois deve atingir toda a hierarquia da empresa, desde a cúpula até o menor nível de comando hierárquico. 2 O orçamento reproduz as estruturas existentes, bem como as estruturas planejadas que afetarão o período orçamentário. 3 O orçamento deve obedecer rigidamente à estrutura contábil de planos de contas, centros de custos, despesas e receitas. 4 O orçamento deve ser incorporado ao sistema de informação contábil por meio dos lançamentos orçamentários; 5 O orçamento deve segmentar o período anual em seus 12 meses, não devendo existir orçamentos trimestrais, já que a apuração de resultados empresariais deve ser, no mínimo, mensal. 6 O orçamento deve consolidar e finalizar as demonstrações financeiras básicas – demonstração de resultados, balanço patrimonial e fluxo de caixa –, sendo complementado pelas análises financeiras e de rentabilidade. O orçamento é, portanto, um plano financeiro, o qual engloba todos os segmentos da entidade para desenvolver a estratégia que melhor garanta à empresa o uso eficiente de seus recursos. Assim sendo, É importante conhecer os objetivos do orçamento para a obtenção de uma visão sistêmica da necessidade de sua utilização. Conforme Padoveze (2007), “o orçamento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na busca da expressão do plano e controle de resultados”. Convém ressaltar que, “o ponto fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros”. Assim, os objetivos do orçamento são: Para saber mais sobre os objetivos do orçamento, clique aqui [../docs/objetivos_do_orcamento.pdf] Padoveze e Taranto (2009) afirmam que “o processo de planejamento orçamentário exige a definição de uma série de conceitos e procedimentos, os quais formam um conjunto de elementos que caracterizam o sistema orçamentário da empresa”. Assim, “os principais conceitos referem-se ao modelo orçamentário a ser adotado, aos princípios que a empresa incorpora ao sistema e aos tipos de elaboração e de condução do orçamento”. Já “os procedimentos têm a ver com as responsabilidades da controladoria e dos demais gestores, bem como com os sistemas de informação utilizados”. Desta forma, o processo orçamentário é a coordenação de atividades administrativas de planejamento, execução e controle. É um conjunto de atividades com a finalidade de manter o desenvolvimento e o cumprimento dos objetivos planejados. Ressaltando que o modelo orçamentário deve ser sempre coerente com o modelo de gestão O processo consiste na geração dos objetivos e na criação de estratégias para a execução deles. Este processo deve considerar vários fatores que podem impactar o desenvolvimento do processo e o resultado, tais como; Avaliação das variáveis dos ambientes interno e externo; Análise de capacidade produtiva e estimativa de aquisições físicas e humanas necessárias; Avaliação de recursos disponíveis e formas de aquisição e geração de novos recursos; Estimativa para expansão de produtos ou ampliação organizacional; e Valoração dos produtos e maximização dos lucros, junto à redução de custos. Para que as ações sejam efetuadas eficazmente, acompanhadas e controladas, a organização deve selecionar responsáveis por este controle, denominando-os de comitê orçamentário, que deverá efetuar um acompanhamento rigoroso, mantendo o feedback com a diretoria, ser fonte de orientações aos executores para garantir o sucesso do resultado. Objetivos do orçamento Ser instrumento auxiliador para execução dos objetivos da organização em um período determinado, através de avaliação das possibilidades de desenvolvimento, aplicação correta de recursos, adaptação contínua com controle das execuções e da apresentação das estimativas e perspectivas esperadas; Objetivo 1 Fornecer diretrizes, ilustrar elementos e fatores favoráveis que podem agregar recursos desfavoráveis, os quais possam impedir que os objetivos sejam alcançados, possibilitando alteração de estratégias caso necessário. Objetivo 2 http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/objetivos_do_orcamento.pdf Padoveze e Taranto (2009)dizem que “as atribuições do comitê orçamentário incluem”: Rever e definir o modelo de processo orçamentário; Consolidar o cronograma; Selecionar o cenário a ser utilizado; Explicar os objetivos e as metas estratégicas; Rever e definir os tipos de orçamentos a serem utilizados; Rever e definir os conceitos de orçamento a serem utilizados; Definir as premissas gerais orçamentárias. Conclui-se, portanto que, para que o processo orçamentário possa suprir as necessidades da organização, a comissão deve conhecer os tipos de orçamentos disponíveis e o que se adeque à realidade da entidade e que compreenda os objetivos desejados. Portanto, serão apresentados a seguir os tipos de orçamentos mais utilizados atualmente. A metodologia do orçamento pode ser classificada de acordo com o seu destino. Segundo Lunkes (2003) “o orçamento pode ser estabelecido em função”: Da unidade de medida (orçamento operacional, orçamento financeiro, etc.) Do método de classificação das transações (Orçamento por recursos, orçamento por atividade, etc.) Do comportamento modelizado dos custos (Orçamento fixo, orçamento flexível.) Do nível de análises previstas (Orçamento empresarial, orçamento por atividade, orçamento flexível). Da forma de elaboração (Orçamento contínuo, orçamento de tendências, orçamento base zero, etc.). Segundo Frezatti (2006), o processo orçamentário pode se estruturar da seguinte forma: a) Plano de Marketing: representa as estimativas de volume físico das vendas, por período, por área, por produto, preço, etc. Nesta etapa, estipulam-se políticas de crédito, assim como gastos com publicidade e propaganda; b) Plano de produção: referem-se aos estoques de produtos acabados, produtos em processo, matérias-primas, suprimentos de materiais e necessidade de mão de obra; c) Plano de investimento: especificam os gastos em aquisições, vendas e baixas, e ativos permanentes; d) Plano de recursos humanos: corresponde à etapa da identificação dos elementos de recursos humanos necessários para a efetivação da proposta de orçamento. Ex.: Treinamentos, contratos, demissão, remuneração, consultorias na área, admissão, etc.; e) Plano de custos e despesas: esta etapa tem por objetivo projetar os gastos em custos e despesas necessárias ao adequado gerenciamento da Organização, mediante os outros planos propostos. f) Plano financeiro: esta etapa permite traduzir o processo de decisão na elaboração do orçamento, em linguagem monetária, gerando demonstrativo com o balanço patrimonial, a DRE e o fluxo de caixa projetado. Atenção! Tipos de orçamento O orçamento pode adquirir diferentes formatos em função de sua elaboração e da necessidade da organização. Ao longo de seu desenvolvimento, a estrutura do orçamento ganha suas características para gerar os objetivos e suprir as perspectivas almejadas pela entidade. Segundo Leite (2008), “existem vários nomes para o estágio na preparação orçamentária. Ficando a critério dos gestores escolher a forma que melhor se enquadre dentro dos seus objetivos, sabendo que as metodologias associadas ao orçamento, levam em consideração a estrutura organizacional, o ramo de atividade, porte da empresa e processo das atividades, entre outras”. Ainda, de acordo com a autora, os orçamentos deverão ser “fundamentados com base nas estratégias da empresa, traduzindo os planos de curto e longo prazo estabelecendo os objetivos físicos e financeiros da organização estabelecidos para um determinado período”. Os orçamentos são basicamente divididos em dois, operacionais e financeiros, podendo ser estáticos ou flexíveis. Eles devem ser escolhidos de acordo com os objetivos da organização. Para uma maior compreensão, clique aqui [../docs/a05_t07.pdf] e conheça os tipos de orçamento. Para Hansen e Mowen (2003, p.246), “o orçamento operacional consiste de uma série de tabelas para todas as fases de operações, culminando em uma demonstração de resultado orçada”. O orçamento operacional compreende os seguintes componentes: Orçamento de vendas Para Hansen e Mowen (2003), o orçamento de vendas “é a projeção aprovada pelo comitê de orçamento que descreve as vendas esperadas para cada produto em unidades físicas e unidades monetárias”. De acordo com Sanvincente e Santos (1979), “o orçamento de vendas é composto por um plano de vendas futuras da empresa para um determinado período de tempo. O orçamento de vendas estima buscarem as previsões de vendas, as quantidades de vendas e o preço de cada produto que a empresa planeja vender e o preço que será praticado. Determina os valores da receita total que serão obtidos, os meios básicos para essa venda, à vista ou a prazo”. Orçamento da produção Segundo Hansen e Mowen (2003), os orçamentos da produção “descrevem quantas unidades precisam ser produzidas para satisfazer as necessidades de vendas e satisfazer os requisitos do estoque final”. Conforme Sanvincente e Santos (1979), “o orçamento de produção consiste basicamente em um plano para as atividades de produção para o período, visando para isso atender às estimativas das vendas e aos estoques preestabelecidos. Sendo esta sua função principal na sequência do processo orçamentário. O orçamento de produção é o documento básico que facilita a elaboração dos orçamentos de matérias-primas, mão de obra direta, custos indiretos de produção”. Orçamento de compra de materiais diretos Hansen e Mowen (2003) dizem que o orçamento de compra de materiais diretos “é baseado na quantidade de materiais necessários para a produção e para os estoques de materiais diretos”. Orçamento de mão de vendas Orçamento operacional http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/a05_t07.pdf Segundo Hansen e Mowen (2003), o orçamento de mão de obra direta “mostra o total de horas de mão de obra direta necessárias e o custo associado para o número de unidades no orçamento de produção”. Para Sanvicente e Santos (1979), orçar a mão de obra direta, significa: a) Estimar a quantidade de mão de obra direta necessária para cumprir o programa de produção; b) Projetar a taxa horária que será utilizada; c) Calcular o custo total de mão de obra. Orçamento de custos indiretos de fabricação De acordo com Hansen e Mowen (2003), o orçamento de custos indiretos de fabricação “mostra o custo esperado de todos os itens indiretos de manufatura” e “consistem de dois tipos de custos: variáveis e fixos”. Orçamento do estoque final de produtos acabados Conforme Hansen e Mowen (2003), o orçamento do estoque final de produtos acabados “fornece informações necessárias para o balanço e também serve como uma boa entrada para a preparação do orçamento do custo de mercadorias vendidas”. Orçamento do custo de produtos vendidos O orçamento do custo de produtos vendidos evidencia os custos, fixos e variáveis, necessários para a produção de cada produto separadamente. Orçamento de despesas de marketing Hansen e Mowen (2003) salientam que o orçamento de despesas de marketing “delineia as despesas planejadas para as atividades de venda e distribuição”. Orçamento de pesquisa e desenvolvimento O orçamento de pesquisa e desenvolvimento tem a finalidade de evidenciar as despesas estimadas para este grupo para o período planejado. Orçamento de despesas administrativas Hansen e Mowen (2003) discorrem que esses orçamentos “consistem de despesas estimadas para a organização como um todo da companhia” e, para Leite (2008), “o orçamento de despesas administrativas tem a finalidade de evidenciar os recursos que serão alocados para manter a logística e a gestão da empresa’’, as despesas com administração parte desde o material de escritório, viagens, telefone, sistemas, enfim, tudo o que é necessário para a execução das atividades da empresa. Demonstração de resultado orçada A demonstração de resultado orçada revela os valores globais do resultado econômico. São resultados não ligados diretamente às operações da empresa, assim como os lucros ou prejuízos originados da equivalência patrimonial e os ganhos e perdas não operacionais, sendo orçados emseu montante e incluídos neste relatório. Porém, ainda são necessárias informações relativas às despesas financeiras e despesas com o imposto de renda e outros impostos. Para saber mais sobre orçamento operacional, clique aqui [../docs/orcamento_operacional.pdf] . http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/orcamento_operacional.pdf Os orçamentos financeiros são os mais utilizados para mensurar os fluxos financeiros da organização, com o intuito de disponibilizar ao gestor uma noção da situação financeira da empresa, além de permitir evidenciar as necessidades e aplicações de recursos. Vejamos, a seguir, os orçamentos financeiros típicos segundo Hansen e Mowen (2003): Orçamento de Caixa O orçamento de caixa é a mensuração do montante que será necessário para cobrir custos e despesas e o planejamento de aplicação e investimentos. Hansen e Mowen (2003) dizem que “é crítico conhecer os fluxos de caixa na gestão de um negócio” já que “é a força vital de uma organização, o orçamento de caixa é um dos orçamentos mais importantes de um orçamento mestre”, pois o orçamento de caixa “é o plano detalhado que mostra todas as origens e aplicações esperadas de caixa”. Balanço patrimonial orçado De acordo com Hansen e Mowen (2003), o “balanço patrimonial orçado depende das informações que estão no balanço atual e nos outros orçamentos no orçamento mestre”. Demonstração de fluxo de caixa orçado A projeção do fluxo de caixa orçado mostra o movimento de valores da empresa para o período estimado, ou seja, consiste em planejar as entradas de caixa decorrentes de vendas e outras receitas e as saídas em decorrência das despesas operacionais e outros gastos. Conforme Sanvincente e Santos (1979), “a projeção do fluxo de caixa permite que se visualize a provável posição do saldo de caixa no decorrer dos meses cobertos pelo período orçamentário, em função disto torna-se possível identificar as prováveis falhas futuras de caixa, bem como os meses em que haverá excessos de numerário disponível”. A elaboração do orçamento do fluxo de caixa é baseada para mensurar os valores decorrentes das vendas em que são verificadas as entradas e as saídas e, consequentemente, o saldo que se deseja obter, fazendo a verificação das movimentações de valores que geram excessos ou insuficiência em relação ao saldo almejado. Orçamento de Capital Orçamento de capital ou de investimento que são as despesas incorridas na aquisição de máquinas, veículos e todos os tipos de melhorias na empresa. Segundo Hansen e Mowen (2003), “os orçamentos remanescentes encontrados no orçamento mestre são os orçamentos financeiros. Os típicos orçamentos financeiros preparados são o orçamento de caixa, o balanço orçado, a demonstração de fluxos de caixa orçado e o orçamento de capital. Enquanto o orçamento mestre é um plano para um ano, o orçamento de capital é um plano financeiro que delineia a aquisição esperada de ativos de longo prazo que, tipicamente, cobre vários anos”. Orçamento financeiro Atenção! Os gestores devem buscar conhecer e aplicar o tipo de orçamento que mais se adeque e que seja capaz de suprir os requisitos da organização, deste modo, os orçamentos estáticos e flexíveis devem ser analisados e, após a escolha, deve-se efetuar as adaptações devidas. O tipo de orçamento deve ser escolhido conforme a necessidade de utilização e do que se deseja orçar. Após a escolha do tipo de orçamento a ser utilizado, a comissão orçamentária deve se preocupar com a gestão do orçamento, tendo-o como base de planejamento e controle para a aquisição do resultado desejado. Para saber sobre a utilização do orçamento estático e orçamento flexível, clique aqui [../docs/orcamento_estatico_orcamento_flexivel.pdf] O orçamento é um instrumento essencial para gerar informações que poderão influenciar no futuro da organização. Deste modo, é um utensílio que poderá garantir tomadas de decisões corretas, caso o orçamento absorva todos os indicadores que a influenciarão, e que seja efetuado o planejamento apropriado, o acompanhamento e o controle contínuo para o desenvolvimento eficiente das atividades exercidas. Hansen e Mowen (2003) falam que “quando usados para controle, os orçamentos ajudam aos gestores” no acompanhamento e na manutenção intensiva para a obtenção do resultado almejado. Logo, pode-se afirmar que o orçamento representa mais do que um conjunto de números, sendo um conjunto de esforços que tem como objetivo otimizar os resultados da empresa, ou seja, alavancar os negócios, auxiliando na comunicação, ordem e controle de todas as áreas da organização Observe o exemplo! O departamento de assistência técnica havia orçado para determinado mês um gasto com reembolso de quilômetros rodados de $ 13.200, a um preço orçado de $ 0,55 por km. O gasto real foi de $ 14.022 a um preço $ 0,57 por Km. Vamos fazer a análise das variações entre o real e o orçado? TabeLA 1 - reembolso de quilometragem. Reembolso KM Rodades Quantidade Preço Unitário Total Gasto Orçado 24.000 0,55 13.200 Gasto real 24.600 0,57 14.022 Diferenças -600 -0,02 -822 Diferença de quantidade -600 0,55 -330 Orçamento estático e orçamento flexível Orçamento para planejamento e controle http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/orcamento_estatico_orcamento_flexivel.pdf Reembolso KM Rodades Quantidade Preço Unitário Total Diferença de preço 24.600 -0,02 -492 Total -822 Fonte: Extraído de PADOVEZE, 207. Observa-se pelo exemplo que a empresa possui variações entre o orçado e o real em quantidade e valores. A análise dessas variações é feita com o intuito de efetuar o controle em quantidades e em recursos financeiros, bem como verificar o nível de acerto nas estimativas realizadas. Outro ponto a ser ressaltado é orçamento como elemento de planejamento, devendo ser estruturado para suprir as necessidades da organização e a adaptação devida a ser efetuada, para que os resultados possam condizer com o orçado. Por meio do exposto, observa-se que o orçamento é um instrumento muito importante para a gestão, pois proporciona a estratégia operacional que busca elaborar planos de atuação e planejamento das suas atividades, permitindo que os objetivos e metas da empresa sejam desenvolvidos. Para verificar sua aprendizagem, você fará, agora, alguns exercí cios. Qualquer dúvida, retorne ao conteúdo. Lembre-se de que tais atividades não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são de suma importância para o aproveitamento de seus estudos. Ao responder cada questão, clique no botão Verificar, verificando seu gabarito. Exercícios de fixação Sobre o conceito de orçamento, é correto afirmar que: O orçamento representa um instrumento que traduz e evidencia os objetivos e planos da organização, disponibilizando estratégias possíveis para que sejam alcançados, viabilizando, através da quantificação situacional da organização e das projeções financeiras existentes e necessárias para o desenvolvimento das estratégias planejadas, propiciando a aplicação correta dos recursos e adaptação contínua com controle das execuções. A base do orçamento são informações limitadas ao contexto quantitativo, assim, por meio dessas informações, o orçamento tem a capacidade de potencializar as atividades da empresa, no aumento da lucratividade da organização, tornando-a mais competitiva perante o mercado em que atua e em relação aos concorrentes. Com o conhecimento da premissa orçamentária, os gestores, através de um único modelo especifico e estático, podem dar início ao processo de elaboração das peças orçamentárias. O orçamento empresarial possui uma única metodologia que pode ser aplicada independentemente do ramo ou porte da empresa. Assim, o orçamento não é influenciado pelo perfil empresarial. Esta característica permite que a empresa tenha um único modelo e uma visão completa dos negócios. Imagine que você foi contratado como controller de uma empresa. Quais dos argumentos abaixo você utilizaria para mostrar aos gestores os benefícios da elaboração de um orçamentoempresarial? I. Permite a avaliação do progresso da realização dos objetivos e do desempenho das áreas e de seus gestores. II. Compromete o gestor a utilizar os recursos disponíveis de forma mais eficiente. III. Dificulta a coordenação das atividades de maneira apropriada. IV. Permite conhecer exatamente quanto a empresa vai gastar e quanto terá de resultados. V. Apoia a tomada decisões antecipadamente sobre os cursos de ações. VI. Proporciona comprometimento dos gestores das decisões após implementação do plano. VII. Proporciona maior e melhor entendimento entre as áreas envolvidas, pois todas buscam atingir os objetivos de toda a empresa. Assinale quantos itens foram identificados por você como benefícios do orçamento: Dois. Sete Cinco Quatro (ESAF - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Pesquisando as experiências na área orçamentária pode-se encontrar diversos processos de elaboração de orçamento nos quais a presença de maior ou menor grau de ação planejada provoca grandes contrastes. Assinale a definição que identifica o orçamento de desempenho: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo. Processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto. Processo orçamentário que representa duas dimensões do orçamento: objeto de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Orçamento elaborado por meio de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa. Processo orçamentário que se apoia no critério de alocação de recursos por meio do estabelecimento de um quantitativo financeiro fixo. Julgue as alternativas como verdadeiras ou falsas. V F O orçamento empresarial pode ser considerado como um valioso instrumento de planejamento e controle da empresa, para isto, elabora estimativas, com base somente em informações internas das suas operações. V F Caso o orçamento seja bem elaborado este pode trazer inúmeras vantagens para a organização, dentre as quais, a redução dos custos desnecessários, e contenção e controle despesas, fazendo contribuindo para competitividade da empresa. V F O uso de orçamentos estáticos permite que a administração verifique se os custos e as receitas reais estão de acordo com os montantes orçados. Uma investigação seletiva das variações permite aos gestores focalizar somente as áreas que precisam de atenção V F O orçamento do custo dos produtos vendidos mostra o custo esperado de todos os itens indiretos de manufatura tanto os variáveis como os fixos”. Uma empresa vende dois produtos principais, A e B. A partir dos dados fornecidos no quadro abaixo, elaborando um orçamento de vendas, pode-se obter para o período seguinte os seguintes valores do total da receita bruta e da receita líquida para os dois produtos: Quadro 1 -Quadro de vendas Produto A Produto B Vendas totais previstas 5.800 2.500 Mercado Interno 80% 55% Mercado Externo 20% 45% Preço de Vendas - sem impostos Mercado Interno $ 2.500 $ 1.200 Mercado Externo $ 2.000 $ 900 Impostos sobre vendas Mercado Interno 40% 25% Mercado Externo 18.550.000 e 4.165.625. 13.250.000 e 3.332.500. 16.582.500 e 22.715.625. 4.165.625 e 18.550.000. Observe as características apontadas sobre os tipos de orçamentos: I. Orçamento feito a partir de observação de dados passados. II. Orçamento feito a partir da rediscussão da necessidade ou não de cada gasto. III. Orçamento feito a partir de determinado volume de produção/vendas. IV. Orçamento feito considerando diversos níveis de volume de produção. As características apresentadas referem-se de forma respectiva aos seguintes tipos de orçamento: I: Orçamento de tendências, II: Orçamento Base Zero, III: Orçamento Estático, IV: Orçamento Flexível. I: Orçamento Operacional, II: Orçamento Base Zero, III: Orçamento financeiro, IV: Orçamento Flexível. I: Orçamento de tendências, II: Orçamento Financeiro, III: Orçamento Estático, IV: Orçamento Flexível. I: Orçamento Operacional, II: Orçamento de investimentos, III: Orçamento financeiro, IV: Orçamento Flexível. O setor de logística de transportes havia orçado para determinado mês um gasto com seus caminhões em quilômetros rodados de $ 200.000, a um preço orçado de $ 0,28 por km. O gasto real foi de $ 230.100 a um preço $ 0,35 por Km. As variações totais entre o real e o orçado em $ foram: $56.000 $80.535 $24.535 $30.100 (CESGRANRIO - 2011 – Transpetro) Uma empresa adota o orçamento periódico como ferramenta de planejamento operacional. Para o ano passado, a empresa apresentou o seguinte relatório operacional com os resultados previsto e realizado: Quadro 2 - Relatório operacional Conta Quantideprevista Orçamento Estático Quantidade Real Realizado Receita 100 4.000,00 120 4.400,00 (-) Custos Variáveis (2.500,00) (2.800,00) Margem de Contribuição 1.500,00 1.600,00 (-) Custos Fixos 500,00 600,00 Lucro Bruto 1.000,00 1.000,00 Considere as afirmações abaixo sobre a análise do relatório operacional: I. Os custos fixos não sofreram alteração durante o período de apuração. II. Os preços praticados pela empresa foram, em média, menores que os inicialmente previstos. Nesta aula: Analisamos o orçamento como instrumento que disponibiliza a visualização de diretrizes e auxilia o tomador de decisões a efetuá-las coerentemente, sendo ferramenta importante tanto na aquisição de informações, quanto no controle da organização. Vimos que o orçamento empresarial é um planejamento financeiro detalhado das metas, estratégias e objetivos empresariais, refletidos pelas receitas e despesas das organizações. Com base no plano financeiro, as empresas podem fazer uma avaliação profunda dos seus recursos com o intuito de alcançar os resultados desejados, dentro do um prazo determinado para sua realização. Ao estudarmos os tipos de orçamentos, foi possível concluir que cada tipo auxilia a gestão a identificar a melhor forma de executar e controlar seus recursos financeiros, através de um trabalho de estimativas previamente estudadas e em função dos objetivos empresariais. Observamos que o orçamento demonstra à entidade o volume das suas receitas e despesas no momento e diante do seu mercado, buscando prever em que e quanto será planejado para as receitas e para reduzir as despesas em suas atividades, representando assim, uma peça muito importante para as estratégias da organização. Em suma, com esta aula, podemos concluir que a estruturação do orçamento evolui conforme as necessidades a serem supridas pela organização, devendo envolver todo o contexto organizacional em sua composição. Assim, destaca-se a importância da utilização do orçamento nas organizações, como fonte de informações e instrumento de controle dos processos gerenciais. Na próxima aula: Custo Padrão: seus tipos e suas aplicações. Análise das variações. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 2°ed. São Paulo, Atlas, 1989. FERNANDES, Rogério M. Orçamento empresarial: uma abordagem conceitual e metodológica com prática através de simulador. Belo horizonte: UFMG, 2005. III. Os custos variáveis por unidade sofreram declínio. É correto o que se afirma em: I, apenas. III, apenas. I e II, apenas. II e III, apenas. Síntese Próxima aula Referências FREZATTI, Fabio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 3 ed. São Paulo, atlas, 2006. HANSEN, Dor R. Maryanne M. Mowen Gestão de custos: Tradução Robert Brian Taylor; Revisão técnica Elias Pereira. – 1. reimp. da 1. ed. – São Paulo : Pioneira Thompson Learning, 2003. LEITE, Rita M. Orçamento empresarial: um estudo exploratório em indústrias do estado Paraná. 2008. 227 f. dissertação (mestrado em contabilidade e finanças) – Universidade Federal do Paraná - UFP, Curitiba, 2008. LUNKES, João R. Contribuição à melhoria do processo orçamentário empresarial. 2003. 214 f. tese (doutorado em engenharia de produção) – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSP, Santa Catarina, 2003. NASCIMENTO, Roberto A. Avaliação do orçamentocomo instrumento de controle e gestão: o caso da companhia brasileira de fertilizantes - CIBRAFERTIL. 2002.112 f. dissertação (mestrado em engenharia de produção) - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSP, Santa Catarina, 2002. PADOVEZE, Clóvis Luis. Gerenciamento de risco corporativo em controladoria: Enterprise Risk Management (ERM) / Clóvis Luis Padoveze, Ricardo Galinari Bertolucci. – São Paulo: Cengage Learning, 2008. PADOVEZE, Clóvis Luis; TARANTO Fernando Cesar Orçamento empresarial: novos conceitos e técnicas– São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. São Paulo: Thompson Learning, 2007. SANTINI, Marina F. Planejamento e orçamento empresarial nas empresas estatais: um estudo de caso da ELETROSUL. 2004. 67 f. Trabalho de conclusão de Curso (Bacharelo em Ciências Econômicas) – Universidade de Santa Catarina – UFSP, 2004. SANTOS, Anaila Inácio dos. Avaliação do orçamento como instrumento para o planejamento e controle gerencial: estudo de caso em uma indústria de produtos eletrônicos. Fortaleza, 2009. SANVICENTE, Antônio Z; SANTOS, Celso da C. Orçamento na administração de empresas. 3°ed. São Paulo: Atlas, 1979 STEINER, George A. Manageriel long-range planning. New York: McGraw-Hill, 1963. WELSCH, Glenn A. Orçamento empresarial. 4°ed. Tradução e adaptação à terminologia de Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo, atlas, 2007.
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