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O contexto mundial exige das empresas atitudes dinâmicas, que imponham a necessidade de, entre outros aspectos, adotar uma visão de que não adianta apenas avaliar a empresa como um todo, mas há a necessidade de avaliar seus processos tanto em nível de custos quanto em nível de resultados econômicos. Desse modo, as exigências relacionadas ao ambiente de negócios tornam a busca constante pela melhor tomada de decisões e aprimorar os custos das empresas e diferenciar-se da concorrência. Assim sendo, esta aula discutirá os assuntos modelo de decisão da margem de contribuição, ponto de equilíbrio e as suas modalidades e custos de transação. Discutir modelo de decisão da margem de contribuição; Definir ponto de equilíbrio e distinguir as suas modalidades. Para tomar decisões, o gestor deve, de forma prévia, conhecer o comportamento dos custos em questão. Ao verificar o comportamento dos custos como fixos ou variáveis aumenta a possibilidade de análise dos gastos em relação ao volume de venda, determinando pontos importantes para tomada de decisões sobre: Volume de produção; Mix de produtos; Viabilidade; Corte do produto; Aceitação ou não de pedidos extras. A ferramenta de tomada de decisão econômica, neste caso, é análise de custo/volume/ lucro. Para compreender esta ferramenta é necessário entender os conceitos de margem Controladoria II Aula 7: Margem de contribuição e custo de transporte Introdução Objetivos Modelo e decisão da margem de contribuição de contribuição, ponto de equilíbrio e alavancagem operacional. De acordo com Bornia (2010), a margem de contribuição é o montante de receita diminuído dos custos variáveis. Assim, a margem de contribuição unitária é o preço de venda menos os custos variáveis unitários do produto. A margem de contribuição unitária representa a parcela do preço de venda que resta para que a empresa cobrir os custos e despesas fixos e para geração do lucro, por produto vendido. Margem decontribuição Unitária = Preço de venda unitário - custo variáveis Unitários Para melhor entender esse conceito, suponha que a empresa decida produzir (e vender) uma unidade A MAIS de seu produto. A receita será acrescida de um valor equivalente ao preço de venda do produto, enquanto os custos aumentarão em um montante igual aos custos variáveis unitários. A diferença é justamente a margem de contribuição unitária. A razão de contribuição é a margem de contribuição dividida pela receita, ou a margem de contribuição unitária dividida pelo preço de venda. Representa igualmente a parte das vendas que cobrirá os custos fixos e originará lucro, porém em termos percentuais. Desse modo, representa a parcela com que cada unidade monetária obtida com a venda dos produtos contribuirá para cobrir custos fixos ou para formar o lucro. Esses conceitos são de grande ajuda para o planejamento de estratégias e para tomada de decisão em geral. Razão de contribuição Unitária = Margemde Contribuição unitária/preço A margem de contribuição unitária está ligada ao lucro do produto e a razão de contribuição se relaciona com sua rentabilidade (lucratividade/ investimento). Assim, quanto maior for a margem de contribuição unitária do produto, melhor será a situação para a empresa. Quando existir um fator que limite a produção (matéria-prima, mão de obra, tempo etc.), a análise deve ser feita em função desse fator limitante. Assim, a margem de contribuição de um ponto tem que ser divida pela utilização do fator limitante por esse produto. A forma de análise pode ser dada pela fórmula: Margem contribuição Unitária por Fator limitativo = Margem de Contribuição unitaria/Fator limitativo unitário Quanto maior a margem de contribuição pelo fator limitativo, mais atraente se torna a decisão pelo produto, dada as condições de limitações. Por meio do exposto, verifica-se que o modelo de decisão da margem de contribuição trata-se de um modelo de grande aplicabilidade na gestão empresarial, pois possibilita a visibilidade de: Rentabilidade de produtos; Atividades; Áreas de responsabilidade; Divisões; Margem e razão de contribuição Análise com fator limitante Unidades de negócios; Empresa de forma geral. O Ponto de equilíbrio (PE) é o momento em que receitas se cruzam com os custos e despesas totais. No ponto de equilíbrio não há lucro nem prejuízo, com base em produtos produzidos e vendidos acima deste ponto há lucro. O ponto de equilíbrio em quantidade é dado pela fórmula: Ponto de equilibrio em quantidade = Custos fixos totais Margem de contribuição unitária O ponto de equilíbrio em valor pode ser encontrado por meio da formula: Ponto de equilibrio em quantidade = Custos fixos totais Margem de contribuição percentual A informação sobre o ponto de equilíbrio da empresa, tanto em termos globais como de um produto/serviço de forma individualizada é importante porque sinaliza para a gestão o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar. Conforme Padoveze (2012), o conceito de ponto de equilíbrio é um conceito que tende a ser utilizado pela gestão de curto prazo da empresa, porque não se pode pensar em um planejamento de longo prazo para uma empresa que não dá resultado positivo nem remunera o capital de suas fontes de recursos. O ponto de equilíbrio, conforme Bornia (2010), pode ser analisado sobre os aspectos contábil, econômico e financeiro. Para saber mais sobre ponto de equilíbrio, clique aqui [../docs/ponto_de_equilibrio.pdf] A diferença fundamental entre os três pontos de equilíbrio são os custos e despesas fixos a serem considerados na análise de cada caso. Os três tipos de pontos de equilíbrio podem ser obtidos pelas fórmulas, apresentadas no quadro a seguir. Quadro 1 - Ponto de equilíbrio. Ponto de equilíbrio Fórmula Contábil Custos e despesas fixos totaisMargem de contribuição unitária Ponto de equilíbrio Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/ponto_de_equilibrio.pdf Ponto de equilíbrio Fórmula Econômico Custos e despesas fixos totais + Custo de opertunidade Margem de contribuição unitária Financeiro Custos fixos totais - Depreciação Margem de contribuição unitária Fonte: Elaborado pelo autor. Ponto de equilíbrio contábil São levados em consideração os custos e despesas contábeis relacionados com o funcionamento da empresa. Ponto do equilíbrio econômico Fornece uma visão voltada a rentabilidade do capital e possíveis alternativas de investimentos. São também incluídos nos custos e despesas fixos todos os custos de oportunidade referentes ao capital próprio. Ponto de equilíbrio financeiro Informa quanto a empresa precisa produzir e vender para suprir suas necessidades de desembolso. Se a empresa trabalhar abaixo do ponto de equilíbrio financeiro ela poderá ter problemas de caixa e ter que recorrer a fontes e capital (exemplo: empréstimos). Aos custos considerados são apenas os custos desembolsados, que realmente oneram financeiramente a empresa, como por exemplo, a depreciação. Os três pontos de equilíbrio fornecem Importantes subsídios para um bom gerenciamento da empresa. A margem de segurança é o volume excedente de vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Representa quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para empresa e pode ser expressa em termos de valores e em termos percentuais. Margem de segurança (em $) = Vendas reais (ou orçadas) - Vendas no ponto de equilíbrio Margem de segurança (%) = Margem de segurança Vendas - ponto de equilíbrio Vendas Por décadas, o aumento da competitividade provocada pelo processo de globalização fez com que empresas passassem por mudanças profundas em suas formas de gestão. Passou-se a buscar o aperfeiçoamento das estratégias empresariais para que as empresas se tornassem dinâmicas e competitivas, como desenvolvimento e implantações de novas técnicas e ferramentas gerenciais. Frente a essas mudanças, surgem novas tecnologias e necessidades impostas pelo mercado. O mercado consumidor tem exigidoum nível de serviço mais comprometido das empresas, e estas, como forma de diferenciação e fidelização de seus clientes, estão implantando e investindo no atendimento dos desejos ou necessidades deles. Uma adequada gestão da cadeia de suprimentos de uma organização fornece melhores chances de sucesso em atender a esses desejos ou necessidades uma vez que o objetivo principal da gestão da cadeia de suprimentos segundo Slack, Chambers e Johnston (2009), é a satisfação de seu consumidor final. E como toda cadeia tem seus elos e processos, destaca-se a presença de custos de transação quando há relações entre eles (elos e processos da cadeia de suprimento). Para saber mais sobre custos de transação, clique aqui [../docs/custos_de_transacao.pdf] A tomada de decisões, bem como a implementação de ações que assegurem a continuidade das empresas sempre fizeram parte do cotidiano de seus proprietários e administradores, indo além da simples busca da sobrevivência. Diante desse cenário, as empresas interagem, buscando diferenciar-se entre si como parte das estratégias para assegurar a sua continuidade. Essas estratégias, voltadas para agir junto ao meio externo, podem incluir a adoção de filosofias de excelência empresarial, elegendo pontos principais de atuação, tais como: A proximidade e fidelização de clientes; O controle de seus custos por processos; A formação de parcerias estratégicas com fornecedores e promoções para atrair novos clientes e reter os já conquistados. Para saber mais sobre tomada de decisões e obtenção de vantagem competitiva, clique aqui [../docs/tomada_de_decisao_obtencao_de_vantagem_corporativa.pdf] . Para verificar sua aprendizagem, você fará, agora, alguns exercí cios. Qualquer dúvida, retorne ao conteúdo. Custos de transação Tomada de decisões e obtenção de vantagem competitiva Exercícios de fixação http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/custos_de_transacao.pdf http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU076/docs/tomada_de_decisao_obtencao_de_vantagem_corporativa.pdf Lembre-se de que tais atividades não valem ponto na avaliação da disciplina, mas são de suma importância para o aproveitamento de seus estudos. Ao responder cada questão, clique no botão Confirmar, verificando seu gabarito. Se a empresa tem uma margem de contribuição negativa, para alcançar o ponto de equilíbrio ele deverá: Aumentar o volume de vendas. Diminuir o volume de vendas. Aumentar o valor dos custos fixos. Aumentar o preço de venda. Em uma situação de restrição de algum insumo, a gestão deve optar pelo o produto que apresente: Menor absorção dos custos fixos. Maior margem de contribuição. Maior margem de contribuição por fator limitativo. Menor margem de contribuição. A empresa Boa na pluma para produzir e vender o seu produto travesseiro de penas de ganso luxo extra, a empresa tem que incorrer nos seguintes gastos operacionais: Matéria-prima necessária para uma unidade do produto: 500 gramas de pluma a $ 2,00 cada. Tempo necessário para produzir uma unidade do produto 5 horas a $ 80,00 por hora. Gastos do período Salários/despesas do departamento de apoio à produção $ 440.000 Depreciações $ 320.000 Salários/despesas administrativas/comerciais $ 180.000 Outros dados Comissões - 12% sobre o preço de venda. Preço de venda - $ 3.600 por unidade do produto A. Quantidade produzida (e igualmente vendida) – 900 unidades. O custo unitário, pelo critério de custeio direto, a margem de contribuição unitária e percentual são, respectivamente: $1.832,00, R$1.768,00 e 49,11%. $1.400,00, R$1.768,00 e 49,11%. $1.400,00, R$2.200,00 e 49,11%. $1.400,00, R$2.200,00 e 50,89%. Uma empresa tem dois produtos, que apresentam os seguintes dados: Tabela 2 Produto Produto Preço de venda $ 20,00 $ 30,00 Custos e despesas 14,00 18,00 Margem de 6,00 12,00 A gerente divisional diz que só tem à sua disposição 1.000 horas de fábrica para produzir os produtos A e B . Sabendo que uma hora de produção produz três unidades do produtoA e apenas uma unidade do produto B, mas que o mercado pode absorver apenas 2.400 unidades do produto A, a margem de contribuição total da empresa nessa combinação de produção seria de: $14.400. $2.400. 16.000. 16.800. Se a margem de contribuição foi diminuída em determinado montante, o lucro operacional deveria ter: Sido diminuído no mesmo montante. Sido diminuído mais do que esse montante. Sido aumentado no mesmo montante. Permanecido inalterado. O ponto de equilíbrio de um produto poderia ser aumentado por: Um decréscimo nos custos fixos. Um aumento no percentual da margem de contribuição. Um aumento nos custos variáveis. Nenhuma das alternativas anteriores. (Exame Suficiência CFC/01-2012) Uma sociedade empresária produz um produto com preço de venda de R$10,00 por unidade. Os custos variáveis são R$8,00 por unidade e os custos fixos totalizam R$18.000,00 por ano, dos quais R$4.000,00 são relativos à depreciação. O Patrimônio Líquido da empresa é de R$50.000,00 e a sua taxa mínima de atratividade é de 10% ao ano. O ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro são, respectivamente: 9.000 unidades por ano, 11.500 unidades por ano e 7.000 unidades por ano. 9.000 unidades por ano, 11.500 unidades por ano e 9.500 unidades por ano. 9.000 unidades por ano, 7.000 unidades por ano e 9.500 unidades por ano. 9.000 unidades por ano, 9.500 unidades por ano e 7.000 unidades por ano. (CESPE – 2013 – MPU – analista contábil – Adaptada) Tabela 3 Itens Valor em $ Preço de vendas 200 Custo e Despesas Variáveis 100 Custos Fixos 40.000 A tabela acima contém informações, em reais, referentes a uma empresa que fabrica alto- falantes. Com base nessas informações, e considerando que a empresa produza e venda, atualmente, 800 unidades do produto por mês, julgue os itens a seguir. A margem de segurança da empresa, em quantidades produzidas, é igual a: 200 unidades. 300 unidades. 400 unidades. 150 unidades. Julgue os itens a seguir como verdadeiros ou falsos: V F Uma margem de segurança de cem unidades significa que as vendas de uma empresa podem cair até esse limite, sem que a empresa apresente prejuízos. V F Atinge-se o ponto de equilíbrio econômico quando a soma das margens de contribuição totaliza o montante indicativo de que não haverá lucro nem prejuízo. V F Atinge-se o ponto de equilíbrio econômico quando a soma das margens de contribuição totaliza o montante indicativo de que não haverá lucro nem prejuízo. V F A margem de contribuição individualiza a potencialidade de cada produto e contribui tanto para a amortização dos gastos fixos quanto para a formação do próprio lucro. (CESGRANRIO- 2011) Nesta aula: Estudamos o modelo de decisão da margem de contribuição; Examinamos a importância do ponto de equilíbrio; Distinguimos os pontos de equilíbrio contábil, econômico e financeiro; Concluímos que o custo é causado, ou direcionado, por muitos fatores que se inter- relacionam de formas complexas; Definimos que os custos de transação são os custos de fazer funcionar o sistema econômico; Na próxima aula: Administração de sistemas de informação; O ERP vantagens e desvantagens de sua utilização. BORNIA, A. C. Análise Gerencial de Custos em Empresas Modernas. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a redução de custos e melhorias dos serviços. São Paulo: Pioneira, 2002. __________. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 2. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010. HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de custos. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2001. MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2009. Uma indústria no mês de março de 2011 produziu 20.000 unidades do produto X, com um custo fixo de R$ 65.000,00; vendeu o produto por R$12,00 a unidade, alcançando um ponto de equilíbrio de 13.000 unidades. No mês de abril de 2011 produziu 22.000unidades, com um custo fixo de R$77.000,00, mas mantendo o preço de venda anterior. Considerando apenas as informações acima, o ponto de equilíbrio alcançado pela indústria em abril de 2011, em unidades, é: 15.400. 15.000. 14.800. 14.500. 13.000. Síntese Próxima aula Referências PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. – São Paulo: Thompson Learning, 2007. _____________. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. _____________. Contabilidade de custo: teoria, prática, integração com sistema de informação (ERP) - São Paulo: Cengage Learning, 2013. SHANK, J. K.; GOVINDARAJAN, V. Revolução dos custos: como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2 ed., São Paulo: Editora Atlas, 2009. ZYLBERSZTAJN, D. Estruturas de Governança e Coordenação do Agribusiness: uma aplicação da Nova Economia das Instituições. Tese de Livre-Docência, Departamento de Administração, FEA/USP, 238p, 2005. ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
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