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Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Lei Estadual n. 869/1952 Professor: Diogo Surdi FICHA TÉCNICA DO MATERIAL grancursosonline.com.br CÓDIGO: 2401299293M TIPO DE MATERIAL: E-book TÍTULO: Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais PROFESSOR: Diogo Surdi ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 02/2024 Este material está sujeito a atualizações. O Gran não se responsabiliza por custos de impressão, que deve ser realizada sob responsabilidade exclusiva do aluno. 3 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi SUMÁRIO Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1. Abrangência e Linha do Tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2. Concurso Público e Provimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3. Posse e Exercício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4. Estágio Probatório e Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 5. Vacância. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 6. Direitos e Vantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 7. Direito de Petição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 8. Regime Disciplinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 9. Ação Disciplinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 4 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi LEI ESTADUAL N. 869/1952 LEI ESTADUAL N. 869/1952 ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAISCIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO Olá, pessoal! Tudo bem? Espero que sim!! O estudo do Estatuto dos Servidores Públicos é, nos concursos em que o conteúdo é exigido, de extrema importância para a conquista da aprovação. Isso ocorre na medida em que as questões que abordam o tema tendem a exigir a literalidade de qualquer um dos dispositivos previstos na norma. Logo, é de fundamental importância o conhecimento, pelos candidatos, dos pontos mais exigidos, historicamente, em provas de concurso público. Pensando nisso, o presente material foi elaborado com a finalidade de reunir os principais aspectos estabelecidos na Lei Estadual n. 869/1952, norma que estabelece o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais. Espero que o conteúdo seja útil na sua preparação. Em caso de dúvidas, me coloco, desde já, à disposição! Um grande abraço a todos! DIOGO SURDI Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 5 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE MINAS GERAISMINAS GERAIS 1. ABRANGÊNCIA E LINHA DO TEMPO1. ABRANGÊNCIA E LINHA DO TEMPO A Lei Estadual n. 869/1952 é a norma que institui o regime jurídico dos servidores públicos do Estado de Minas Gerais. Por meio das disposições da mencionada lei, desta forma, os servidores estatutários encontram todos os direitos e garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício. No entanto, as disposições da Lei Complementar em questão não se aplicam a todos os agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis estaduais. Isso implica afirmar que os empregados públicos, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto estadual. Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários dos demais entes federativos, tal como a União e os municípios. Ainda que esses servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, por meio de lei, a sua edição. A Lei Estadual n. 869/1952 é aplicada A Lei Estadual n. 869/1952 não é aplicada Aos servidores estatutários da administração direta estadual Aos empregados públicos estaduais, que são regidos pelas disposições da CLT Aos servidores das autarquias e fundações estaduais Aos servidores públicos da União, do Distrito Federal e dos Municípios Ao Ministério Público e ao magistério Aos militares A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no serviço público. Por meio de sua análise, nos permitirá ter uma visão global de todas as etapas e facilitará a compreensão dos diversos institutos aos quais os servidores estaduais estão sujeitos. Desta forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as seguintes fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) estágio probatório, f) estabilidade e g) vacância. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 6 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 2. CONCURSO PÚBLICO E PROVIMENTO2. CONCURSO PÚBLICO E PROVIMENTO O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, primando pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos os candidatos. A norma estadual se preocupou em estabelecer diversas regras a serem observadas pela administração pública quando da realização de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as disposições constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, disposições estas de observância obrigatória para toda a administração pública. Regras da Lei Estadual relacionadas com o concurso público A primeira investidura em cargo de carreira e em outros que a lei determinar efetuar-se-á mediante concurso, precedida de inspeção de saúde. Os concursos serão de provas e, subsidiariamente, de títulos. Os limites de idade para a inscrição em concurso e o prazo de validade deste serão fixados, de acordo com a natureza das atribuições da carreira ou cargo, na conformidade das leis e regulamentos e das instruções respectivas, quando for o caso. Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis meses seguintes ao encerramento das respectivas inscrições. Realizado o concurso, será expedido, pelo órgão competente, o certificado de habilitação. Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados. Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela respectiva administração. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 7 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Dessaforma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente, que é, no âmbito estadual, o governador. Neste sentido, estabelece o artigo 11 que “compete ao governador do estado prover, na forma da lei e com as ressalvas estatuídas na Constituição, os cargos públicos estaduais”. A norma estadual estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas: a) Nomeação; b) Promoção; c) Reintegração; d) Readmissão; e) Reversão; f) Aproveitamento. Ainda que o texto da norma estadual preveja a transferência como uma das formas de provimento, o STF possui entendimento sumulado acerca da inconstitucionalidade do instituto. Neste sentido, estabelece a Súmula Vinculante n. 43 que “é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”. De igual maneira, a forma de provimento readmissão teve todos os seus artigos revogados por normas posteriores à edição do Estatuto. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 8 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Vejamos as principais características de cada uma das formas de provimento admitidas no Estatuto dos Servidores de Minas Gerais: Nomeação Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, podendo ocorrer nas seguintes situações: a) em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou isolado que, por lei, assim deva ser provido; b) em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim deva ser provido; c) em substituição no impedimento legal ou temporário de ocupante de cargo isolado de provimento efetivo ou em comissão. No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprovação em concurso público anteriormente realizado. Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como de livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. Isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de direção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, ser livremente escolhidos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos quadros funcionais do serviço público. Na substituição, a nomeação possui um prazo determinado de tempo, sendo pautada no princípio da continuidade do serviço público. De acordo com a norma estadual, “é vedada a nomeação de candidato habilitado em concurso após a expiração do prazo de sua validade”. Promoção A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provimento no cargo de classe mais alta. Como resultado, ocorre simultaneamente uma vacância e um provimento, não gerando saldo a ser reposto pela administração. Vejamos o seguinte exemplo: No âmbito de determinado órgão público, os cargos são estruturados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma dessas classes é subdividida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercício, ocupa a classe inicial A e o padrão inicial 1. Após o período de um ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão subsequente, permanecendo, contudo, na mesma classe. No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da classe a que pertence, no entanto, temos a passagem de uma classe para outra da carreira, oportunidade em que ocorre a promoção. Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 9 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Reversão Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público, após verificação, em processo, de que não subsistem os motivos determinantes da aposentadoria. Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas: a pedido ou de ofício. No entanto, deve ser salientado que “o aposentado não poderá reverter à atividade se contar mais de 55 anos de idade”. Em nenhum caso poderá ser realizada a reversão sem que fique provada, em inspeção médica, a capacidade para o exercício da função. De igual forma, será cassada a aposentadoria do servidor que reverter e não tomar posse ou entrar em exercício dentro dos prazos legais. Além disso, algumas considerações merecem ser destacadas sobre a reversão: a) A reversão far-se-á de preferência no mesmo cargo; b) A reversão “ex-officio” não poderá se verificar em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao provento da inatividade; c) A reversão ao cargo de carreira dependerá da existência da vaga que deva ser preenchida mediante promoção por merecimento; d) A reversão dará direito para nova aposentadoria, à contagem de tempo em que o funcionário esteve aposentado. Aproveitamento O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública, para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades. Neste contexto, a norma determina que o aproveitamento é o reingresso no serviço público do funcionário em disponibilidade. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário estável em cargo, de natureza e vencimentos ou remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado. Contudo, o aproveitamento dependerá de prova de capacidade mediante inspeção médica. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o candidato com maior tempo de disponibilidade e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público. Se o funcionário não tomar posse no prazo legal, salvo caso de doença comprovada em inspeção médica, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade Provada a incapacidade definitiva em inspeção médica, será decretada a aposentadoria do servidor. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 10 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Reintegração A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens. Caso o cargo já tenha sido provido ou extinto, a reintegração ocorrerá em cargo de natureza, vencimento ou remuneração equivalentes, respeitada a habilitação profissional. Para que ocorra a reintegração, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou judicial. Não sendo possível efetuar a reintegração, será o ex-funcionário posto em disponibilidade no cargo que exercia, com provento igual ao vencimento ou remuneração. Frisa-se que o funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica. Sendo verificada a incapacidade, será ele aposentado no cargo em que tiver sido reintegrado. A lei estadual não elenca a readaptação como uma forma de provimento dos cargos públicos estaduais. Contudo, é importante conhecermos, neste ponto, as principais características da readaptação. Basicamente, duas são as situações que dão ensejo à readaptação, sendo elas: a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário, que não justifiquem a aposentadoria: Nesta situação, a readaptação será formalizada mediante atribuições de novos encargos ao servidor, devendo estes ser compatíveis com a sua condição física e estado de saúde atuais. b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das atribuições do cargo isolado de que for titular o funcionário ou da carreira a que pertencer: Neste caso, a readaptação poderáocorrer de duas diferentes formas, a depender do motivo ensejador do desajustamento funcional. Assim sendo, a readaptação poderá ocorrer: 1. 1. Pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, respeitadas as atribuições inerentes ao cargo isolado ou à carreira a que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas: • o nível mental ou intelectual do funcionário não corresponder às exigências da função que esteja desempenhando; • a função atribuída ao funcionário não corresponder aos seus pendores vocacionais. 2. 2. Por transferência, a juízo da administração, nos casos de: • não ser possível se verificar a readaptação na forma do item anterior; • não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em lei para o exercício do cargo de que for titular; https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 11 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi • ser o funcionário portador de diploma de escola superior devidamente legalizado, de título ou certificado de conclusão de curso científico ou prático instituído em lei e estar em exercício de cargo isolado ou de carreira, cujas atribuições não correspondam aos seus pendores vocacionais, tendo-se em vista a especialização. Independentemente dos motivos ensejadores da readaptação, as seguintes diretrizes devem ser observadas pelo poder público: a) Quando o vencimento do readaptando for inferior ao de cargo inicial da carreira para a qual deva ser transferido, só poderá haver readaptação para cargo dessa classe inicial; b) Se a readaptação tiver que ser feita para classe intermediária de carreira, só haverá transferência para cargo de igual padrão de vencimento. Nesta situação, a readaptação só poderá ser feita na vaga que deva ser provida pelo critério de merecimento; c) A readaptação por transferência só poderá ser feita mediante rigorosa verificação da capacidade intelectual do readaptando; d) A readaptação será sempre “ex-officio” e se fará nos termos do regulamento próprio. 3. POSSE E EXERCÍCIO3. POSSE E EXERCÍCIO Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada na imprensa oficial, o nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Tal prazo poderá ser prorrogado, por outros 30 dias, mediante solicitação escrita e fundamentada do interessado e despacho da autoridade competente para dar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor público, fato que apenas ocorre com a posse. Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anteriormente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, passando, a partir de então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público. Nesse sentido, uma série de definições merecem ser destacadas em relação aos servidores públicos estaduais. Funcionário público É a pessoa legalmente investida em cargo público. Cargo público É o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos cofres do Estado. Os cargos são de carreira ou isolados. São cargos de carreira os que se integram em classes e correspondem a uma profissão. São cargos isolados os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e determinada função. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 12 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Classe É o agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual padrão de vencimento. Carreira É o conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de vencimentos. Quadro É o conjunto de carreiras, de cargos isolados e de funções gratificadas. Podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em concurso público, nomeada (ato de provimento) e que, dentro do prazo legal (30 dias, que podem ser prorrogados por igual período), tomou posse perante a autoridade competente. Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, isto é, o conjunto de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua carreira profissional. Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, podem também ser utilizados para provimento em comissão. O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as funções de direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas designadas poderão ou não já ser integrantes do serviço público. Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os seguintes requisitos: a) ser brasileiro; b) ter completado 18 anos de idade; https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 13 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi c) haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei; d) estar em gozo dos direitos políticos; e) ter boa conduta; f) gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica; g) ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando não haja essa exigência; h) ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à idade, prescrita no respectivo edital de concurso. Professor, e quais são as autoridades que podem dar posse aos servidores públicos do Professor, e quais são as autoridades que podem dar posse aos servidores públicos do Estado de Minas Gerais?Estado de Minas Gerais? Não são todas as pessoas que podem efetuar a posse dos agentes estaduais. Em sentido diverso, a posse apenas poderá ser realizada pelas seguintes autoridades: a) o governador do estado; b) os secretários de Estado; c) os diretores de departamentos diretamente subordinados ao governador; d) as demais autoridades designadas em regulamentos. Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais da administração pública. Como forma de o servidor conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar melhor com relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a norma faculta ao servidor o prazo de 30 dias, contados da posse, para a entrada em exercício. Esse prazo, assim como ocorre com a posse, pode ser prorrogado por igual período mediante requerimento do interessado. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 14 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi O exercício do cargo ou da função terá início dentro do prazo de 30 dias, contados a) da data da publicação oficial do ato, nos casos de promoção, remoção, reintegração e designação para função gratificada; b) da data da posse, nos demais casos. O servidor deverá apresentar ao órgão competente, após ter tomado posse e antes de entrar em exercício, os elementos necessários à abertura do assentamento individual. Nos termos da norma estadual, o chefe da repartição ou do serviço para que for designado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe exercício. Durante o exercício do servidor, todos os demais institutos se fazem presentes, de forma que passa o servidor a contar com uma série de direitos e de obrigações, submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os requisitos previstos em lei, a estabilidade. Vejamos as principais previsões da norma estadual relacionadas com o exercício do servidor público: Exercício do servidor público O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do funcionário. Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repartição diferente daquele em que estiver lotado, salvo os casos previstos no Estatuto ou mediante prévia autorização do governador do estado. O número de dias que o funcionário gastar em viagem para entrarem exercício será considerado, para todos os efeitos, como de efetivo exercício. Nenhum funcionário poderá se ausentar do estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do governador do estado. Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do governador do estado, nenhum funcionário poderá permanecer por mais de quatro anos em missão fora do estado, nem exercer outra senão depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no estado, contados da data do regresso. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 15 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 4. ESTÁGIO PROBATÓRIO E ESTABILIDADE4. ESTÁGIO PROBATÓRIO E ESTABILIDADE A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação em que diversos fatores são levados em conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiência, sendo um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor atende às condições por ela exigidas. Tais condições são as seguintes: a) idoneidade moral; b) assiduidade; c) disciplina; d) eficiência. Ainda que o texto da norma afirme que o período de estágio probatório é de dois anos, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da estabilidade passou a ser de três anos. Consequentemente, toda e qualquer questão de prova que exija o período de estágio probatório deve ser considerada correta se afirmar que o prazo é de três anos. A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. No âmbito estadual, as seguintes disposições devem ser observadas com relação à avaliação do servidor: a) Sem prejuízo da remessa periódica do boletim de merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da repartição ou serviço em que sirva o funcionário, sujeito ao estágio probatório, quatro meses antes da terminação deste, informará reservadamente ao Órgão de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista os requisitos de avaliação do período de estágio probatório; b) Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará parecer escrito, opinando sobre o merecimento do estagiário em relação a cada um dos requisitos e concluindo a favor ou contra a confirmação; c) Desse parecer, se contrário à confirmação, será dada vista ao estagiário (servidor em estágio) pelo prazo de cinco dias; D) Se o despacho do governador do estado for favorável à permanência do funcionário, a confirmação não dependerá de qualquer novo ato; e) A apuração dos requisitos deverá processar-se de modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes de findo o período de estágio. A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, poderiam condicionar determinados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 16 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem direitos e garantias com esta qualidade. Consequentemente, o servidor público estadual estável apenas poderá perder o cargo nas seguintes situações: 5. VACÂNCIA5. VACÂNCIA As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o poder público, ou então tratar-se de hipóteses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor. As hipóteses de vacância previstas no Estatuto Estadual podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante: Exoneração A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a administração pública. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária. É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de exoneração de ofício, de iniciativa do poder público, estaremos diante da exoneração involuntária. De acordo com a norma estadual, são as seguintes as hipóteses ensejadoras de vacância no serviço público: a) a pedido do servidor; b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo; c) quando o servidor não satisfizer as condições de estágio probatório; d) quando o servidor interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo, não satisfizer as exigências para a inscrição, em concurso; e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso para provimento do cargo ocupado interinamente pelo servidor. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 17 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Demissão Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situações que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei, em que o servidor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas previstas no estatuto funcional. Neste sentido, o artigo 107 da Lei Complementar estabelece que “a demissão será aplicada como penalidade”. Aposentadoria Trata-se da forma de vacância natural, em que o servidor, após atender as condições previstas na Constituição Federal e nas demais normas estaduais, rompe o seu vínculo com o poder público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade. Falecimento Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publicação no Diário Oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público. Posse em cargo inacumulável, desde que dela se verifique acumulação vedada A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que o servidor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, sem quebra de vínculo com o poder público, em outro órgão ou entidade do mesmo ente federativo. Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado para o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judiciário. Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor Fiscal, cargo que, ainda que integrante do Poder Executivo, pertence à mesma esfera federativa. Nesta situação, como forma de não perder o tempo de serviço público prestado como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na contagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável. Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a quebra do vínculo com poder público, sujeitando-se o servidor às eventuais regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo. Promoção Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor é alçado a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado fica vago. Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, um provimento e uma vacância. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 18 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 6. DIREITOS E VANTAGENS6. DIREITOS E VANTAGENS 6.1. VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO Com a entrada em vigorda Emenda Constitucional n. 19/1998, o sistema remuneratório da administração pública passou a contar com três formas distintas de categorias jurídicas, sendo elas o subsídio, os vencimentos e o salário. O subsídio caracteriza-se por ser a forma de pagamento realizado em parcela única, sendo vedado o acréscimo de qualquer tipo de gratificação, adicional ou verba de representação. Também chamada de remuneração em sentido estrito, os vencimentos são recebidos pelos servidores públicos estatutários. Compreende o vencimento básico, que corresponde ao padrão que cada servidor ocupa na carreira, acrescido das vantagens pecuniárias previstas em lei, tais como as gratificações, os adicionais, os abonos e as ajudas de custo. Por salário, devemos entender o valor que é pago aos empregados públicos, uma vez que estes, ainda que integrantes das entidades da administração indireta, encontram-se submetidos ao mesmo regime jurídico dos trabalhadores da iniciativa privada, fazendo jus a todas as regras e direitos a eles garantidos. Em nosso ordenamento, o diploma que estabelece as regras pertinentes aos empregados públicos, bem como aos empregados em geral, é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 19 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi De acordo com a norma estadual, vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei. Remuneração, por sua vez, pode ser conceituada como a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas. Tanto a remuneração quanto o vencimento não poderão, como regra geral, ser objeto de arresto, sequestro ou penhora. As exceções, ou seja, situações em que tais medidas podem acontecer, são as seguintes: a) quando se tratar de prestação de alimentos, na forma da lei civil; b) quando se tratar de dívida à Fazenda Pública. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 20 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 6.2. DEMAIS DIREITOS E VANTAGENS Para facilitar a compreensão dos demais direitos e vantagens que são assegurados aos servidores estaduais, faremos uso do seguinte quadro sinótico: Abono de família O abono de família será concedido ao servidor ativo ou inativo: a) pela esposa; b) por filho menor de 21 anos que não exerça profissão lucrativa; c) por filho inválido ou mentalmente incapaz; d) por filha solteira que não tiver profissão lucrativa; e) por filho estudante que frequentar curso secundário ou superior em estabelecimento de ensino oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, e que não exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 anos. Deve ser salientado que, sempre que o pai e a mãe forem servidores inativos e viverem em comum, o abono de família será concedido àquele que tiver o maior vencimento. Caso não vivam em comum, o abono será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda. Se ambos tiverem a guarda, o abono será concedido a um e outro dos pais, de acordo com a distribuição dos dependentes. Duas outras informações são importantes com relação ao abono de família: a) o abono será pago mesmo nos casos em que o servidor ativo ou inativo deixar de perceber vencimento, remuneração ou provento; b) o abono não está sujeito a qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para qualquer contribuição ou consignação em folha, inclusive para fins de previdência social. Auxílio para diferença de caixa Ao servidor que, no desempenho de suas atribuições comuns, pagar ou receber, em moeda corrente, poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para compensar as diferenças de caixa. O mencionado auxílio não poderá exceder a 5% do padrão de vencimento e só será concedido dentro dos limites da dotação orçamentária. Ajuda de custo A ajuda de custo será concedida ao servidor que, em virtude de transferência, remoção, designação para função gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou quando designado para serviço ou estudo fora do estado. Observa-se assim que a ajuda de custo se trata de verba que possui o objetivo de indenizar o servidor das despesas de viagem e de nova instalação. Além disso, a norma determina que o transporte do servidor e de sua família correrá por conta do Estado. Em determinadas situações, no entanto, será vedada a concessão de ajuda de custo, sendo elas: a) quando o servidor se afastar da sede, ou a ela voltar, em virtude de mandato eletivo; b) quando o servidor for posto à disposição do governo federal, municipal e de outro estado; c) quando o servidor for transferido ou removido a pedido ou permuta, inclusive. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 21 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Ajuda de custo De igual forma, precisamos conhecer as situações em que o servidor, tendo recebido a ajuda de custo, estará obrigado a restitui-la. Nessas situações, ainda que a vantagem tenha sido recebida, o agente deixou de cumprir com alguma determinação para o efetivo recebimento dos valores. Logo, a restituição trata-se de uma forma de ressarcir os cofres públicos. De acordo com a norma, a restituição deve ocorrer nas seguintes situações: a) quando o servidor não seguir para a nova sede dentro dos prazos determinados; b) quando o servidor, antes de terminado o desempenho da incumbência que lhe foi cometida, regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar o serviço. Como ocorre o processo de restituição? No momento da restituição, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) A restituição será feita parceladamente, salvo no caso de recebimento indevido, em que a importância correspondente será descontada integralmente do vencimento ou remuneração, sem prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na espécie; b) A responsabilidade pela restituição de que trata este artigo atinge exclusivamente a pessoa do servidor; c) Se o regresso do servidor for determinado pela autoridade competente, ou, em caso de pedido de exoneração, apresentado pelo menos 90 dias após seu exercício na nova sede, ou doença comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo. Com relação aos valores, precisamos memorizar que a ajuda de custo será arbitrada pelos secretários do estado e diretores de departamento diretamente subordinados ao governador do estado. No momento do arbitramento do valor, serão levados em conta cada caso, as condições de vida na nova sede, a distância que deverá ser percorrida, o tempo de viagem e os recursos orçamentários disponíveis. É importante mencionar que a ajuda de custo não poderá ser inferior à importância correspondente a um mês de vencimento e nem superior a três, salvo quando se tratar do funcionário designado para serviço ou estudo no estrangeiro. No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a média mensal desta no último exercício financeiro. No caso de servidor que designado para serviço ou estudo fora do Estado, a competência para o arbitramento da ajuda de custo é do governador. Nesta situação específica, a norma determina que a ajuda de custo a ser arbitrada não poderá ser inferior a um mês de vencimento ou remuneração. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 22 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Diárias O servidor que se deslocar de sua sede, eventualmente e por motivo de serviço, terá direito ao recebimento de diárias, nos termos de regulamento. Para os efeitos de recebimento de diárias, a sede pode ser conceituada como a localidade onde o servidortem exercício. O pagamento de diária, que pode ser feito antecipadamente, destina- se a indenizar o agente por despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer por dia de afastamento e pelo valor fixado no regulamento. Nota-se, de imediato, que a principal distinção entre a ajuda de custo e as diárias trata-se do caráter de eventualidade no exercício da atividade desta última. Em outras palavras, as situações que dão direito ao recebimento de ajuda de custo são aquelas em que o servidor passa a ter exercício em outra sede, com caráter de definitividade. Em sentido oposto, as hipóteses de diárias são aquelas em que o exercício da atribuição ocorre em outro local que não o da repartição, mas de forma eventual ou transitória. Terminada a atividade, o servidor retorna para a sede da repartição pública. Sendo assim, a diária é devida: 1) no período de trânsito, ao servidor removido ou transferido; 2) quando o deslocamento do servidor durar menos de seis horas; 3) quando o deslocamento se der para a localidade onde o servidor resida; 4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado, salvo se a permanência do servidor fora da sede nesses dias for conveniente ou necessária ao serviço. A diária será integral quando o afastamento se der por mais de 12 horas e exigir pousada paga pelo servidor público. Ocorrendo afastamento por até 12 horas, é devida apenas a parcela da diária relativa à alimentação. A norma determina que é vedado o pagamento de diária cumulativamente com qualquer outra retribuição de caráter indenizatório de despesa com alimentação e pousada. Além disso, merece destaque a regra que estabelece que constitui infração disciplinar grave, punível na forma da lei, conceder ou receber diária indevidamente. Função Gratificada A função gratificada pode ser conceituada como aquela instituída em lei para atender os encargos de chefia e outros que a lei determinar. Não perderá a mencionada gratificação o servidor que deixar de comparecer ao serviço em virtude de férias, luto, casamento, doença comprovada e outros serviços obrigatórios por lei. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 23 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Férias-prêmio Estabelece a norma estadual que o servidor gozará férias-prêmio correspondente a decênio de efetivo exercício em cargos estaduais, na base de quatro meses por decênio. Assim, a cada 10 anos de efetivo exercício em cargos estaduais, terá o servidor direito de usufruir de férias-prêmio pelo período de quatro meses. As férias-prêmio serão concedidas com o vencimento ou remuneração e todas as demais vantagens do cargo, excetuadas somente as gratificações por serviços extraordinários. Quando usufruir das férias prêmio, o servidor não terá a perda da contagem de tempo de serviço. Assim sendo, o tempo de serviço será computado, para todos os efeitos, como se estivesse em exercício. Para tal fim, não se computará o afastamento do exercício das funções, por motivo de: a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; b) férias anuais; c) requisição de outras entidades públicas, com afastamento autorizado pelo governo do estado; d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou representação fora da sede, autorizada pelo governo do estado; e) licença para tratamento de saúde até 180 dias; f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; g) exercício de funções de governo ou administração em qualquer parte do território estadual, por nomeação do governo do estado. O pedido de concessão de férias-prêmio deverá ser instruído com certidão de contagem de tempo fornecida pela repartição competente. Considera-se repartição competente, para tal fim, aquela que dispuser de elementos para certificar o tempo de serviço mediante fichas oficiais, cópias de folhas de pagamento ou registro de ponto. 6.3. GRATIFICAÇÕES São as seguintes gratificações que podem ser concedidas aos servidores públicos do Estado de Minas Gerais: a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais; b) pela execução de trabalho de natureza especial, com risco de vida ou saúde; c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço público; d) de representação, quando em serviço ou estudo no estrangeiro ou no país; e) quando regularmente nomeado ou designado para fazer parte do órgão legal de deliberação coletiva ou para cargo ou função de confiança; f) pela prestação de serviço extraordinário; g) de função de chefia prevista em lei; h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 24 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Vejamos, por meio do quadro sinótico a seguir, as principais características das gratificações que são detalhadas pela legislação estadual. Gratificação pelo exercício em determinadas zonas ou locais A gratificação em questão terá os seus valores estabelecidos em decreto. Gratificação pela execução de trabalho de natureza especial, com risco de vida ou saúde A gratificação em questão terá os seus valores estabelecidos em decreto. Gratificação pela elaboração de trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço público Essa gratificação será arbitrada pelo governador do estado, após a respectiva conclusão. Gratificação de representação, quando em serviço ou estudo no estrangeiro ou no país A gratificação em questão será autorizada pelo governador do estado, levando em conta o vencimento e a duração certa ou presumível do estudo e as condições locais, salvo se a lei ou regulamento já dispuser a respeito. A gratificação terá como limite mínimo 1/3 do vencimento do servidor. Gratificação em virtude de nomeação ou designação para fazer parte do órgão legal de deliberação coletiva ou para cargo ou função de confiança A gratificação será fixada no limite máximo de um terço do vencimento ou remuneração. Gratificação pela prestação de serviço extraordinário A gratificação pela prestação de serviço extraordinário, que não poderá, em hipótese alguma, exceder ao vencimento do servidor, será: a) previamente arbitrada pelo secretário de estado ou diretor de departamento diretamente subordinado ao governador do estado; b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado. Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer trabalho previsto em regimento ou regulamento, executado fora da hora do expediente regulamentar da repartição e previamente autorizado pelo secretário de Estado ou diretor de departamento diretamente subordinado ao governador do estado. Gratificação de função de chefia prevista em lei Os servidores que exercem as funções de direção, de chefia ou de assessoramento fazem jus a um adicional pago com base na complexidade da atribuição desempenhada. Salienta-se, contudo, que o servidor que exerce tais funções pode ser livremente dispensado pela autoridade competência, não havendo obrigação de motivação para a prática do ato. Nessas hipóteses, caso estejamos diante de um servidor de carreira, este voltará a desempenhar as atividades relativas ao seu cargo. Caso o ocupante do cargo em comissão não seja servidor público, a dispensa da função de confiança fará com que o seu vínculo com o poder público seja cessado. Outras O servidor perceberá honorário quando designado para exercer, fora do período normal ou extraordinário de trabalho, as funções de auxiliar ou membro de bancas e comissões de concursos ou provas, de professor ou auxiliar de cursos legalmente instituídos. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 25 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 6.4. FÉRIAS O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores públicos, devendo ser exercida por todos os trabalhadoresda iniciativa privada. As férias são um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os trabalhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes federados. Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicional de 1/3 sobre o total da remuneração. As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Férias Na elaboração da escala, não será permitido que entrem em gozo de férias, em um só mês, mais de um terço de funcionários de uma seção ou serviço. É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho. Durante as férias, o funcionário terá direito ao vencimento ou remuneração e a todas as vantagens, como se estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço extraordinário. O funcionário promovido, transferido ou removido, quando em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu início, comunicar o seu endereço eventual ao chefe da repartição ou serviço a que estiver subordinado. 6.5. LICENÇAS Atendidos os requisitos legais, o servidor público estadual poderá ser licenciado nas seguintes hipóteses: a) para tratamento de saúde; b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional; c) por motivo de doença em pessoa de sua família; d) à servidora gestante e) quando convocado para serviço militar; f) para tratar de interesses particulares; g) à servidora casada com servidor; As licenças concedidas dentro de 60 dias contados da terminação da anterior serão consideradas como prorrogação. Além disso, deve ser salientado que o servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 meses, salvo o portador doenças específicas (de tuberculose, lepra ou pênfigo foliáceo), que, nestas situações, poderá ter mais três prorrogações de 12 meses cada uma, desde que, em exames periódicos anuais, não se tenha verificado a cura. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 26 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Decorrido o prazo em questão, o servidor será submetido à inspeção médica. Sendo considerado definitivamente inválido para o serviço público em geral, será ele aposentado. Aqui, a melhor forma de conhecermos as características de cada uma das licenças é por meio do gráfico a seguir: Licença para tratamento de saúde A licença para tratamento de saúde será concedida tanto a pedido do servidor quanto mediante iniciativa do poder público (de ofício). Em ambas as situações, é indispensável a realização de inspeção médica, que deverá ser realizada, sempre que assim for necessário, na residência do servidor. Quando licenciado para tratamento de saúde, em virtude de acidente no serviço ou de doença profissional, o servidor receberá integralmente o vencimento ou a remuneração e demais vantagens. Por isso mesmo, a norma determina que o agente não poderá, durante o período da licença, dedicar-se a qualquer atividade remunerada. O servidor licenciado para tratamento de saúde é obrigado a reassumir o exercício, se for considerado apto em inspeção médica determinada pelo poder público. Por fim, deve ser salientado que a licença será convertida em aposentadoria quando assim opinar a junta médica, por considerar definitiva, para o serviço público em geral, a invalidez do servidor. Licença à servidora gestante A licença à gestante e a licença-paternidade são direitos sociais estendidos aos servidores públicos. Assim, ainda que a norma estabeleça o prazo de licença de três meses, com a entrada em vigor da Constituição Federal, o prazo passou a ser de, no mínimo, 120 dias. Além disso, as seguintes disposições da norma estadual devem ser levadas em conta com relação a tal modalidade de licença: a) A licença só poderá ser concedida para o período que compreenda, tanto quanto possível, os últimos 45 dias da gestação e o puerpério; b) A licença deverá ser requerida até o oitavo mês da gestação, competindo à junta médica fixar a data do seu início; c) O pedido encaminhado depois do oitavo mês da gestação será prejudicado quanto à duração da licença, que se reduzirá dos dias correspondentes ao atraso na formulação do pedido; d) Se a criança nascer viva, prematuramente, antes que a servidora tenha requerido a licença, o início desta será a partir da data do parto. Licença por motivo de doença em pessoa da família O servidor poderá obter licença por motivo de doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou cônjuge de que não esteja legalmente separado. A doença em questão será comprovada mediante inspeção médica, na forma prevista em lei. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 27 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Licença para serviço militar Ao servidor que for convocado para o serviço militar e outros encargos de segurança nacional, será concedida licença (com vencimento ou remuneração e demais vantagens) descontada mensalmente a importância que receber na qualidade de incorporado. A licença em questão será concedida mediante comunicação do servidor ao chefe da repartição ou do serviço, acompanhada de documento oficial de que prove a incorporação. Tratando-se de servidor cuja incorporação tenha perdurado pelo menos um ano, o chefe da repartição ou serviço a que tiver de se apresentar o funcionário poderá conceder-lhe o prazo de 15 dias para reassumir o exercício, sem perda de vencimento ou remuneração. Licença para tratar de interesses particulares Após dois anos de efetivo exercício, o servidor poderá obter licença, sem vencimento ou remuneração, para tratar de interesses particulares. No caso, estamos diante de uma licença discricionária, ou seja, que pode ou não ser concedida pela administração pública. Nesse sentido, a norma determina que “a licença poderá ser negada quando o afastamento do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço”. Não será concedida licença para tratar de interesses particulares nas seguintes situações: a) quando o servidor for nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o exercício. b) quando o servidor, a qualquer título, estiver obrigado a realizar indenização ou devolução aos cofres públicos. Licença à servidora casada com funcionário A servidora casada com agente estadual, federal ou militar terá direito à licença, sem vencimento ou remuneração, quando o marido for mandado servir, independentemente de solicitação, em outro ponto do Estado ou do território nacional ou no estrangeiro. A licença em questão será concedida mediante pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo tempo que durar a comissão ou nova função do marido. 6.6. CONCESSÕES Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o servidor poderá faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 28 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi No âmbito das concessões, três importantes regras estão previstas. São elas: a) ao servidor licenciado para tratamento de saúde poderá ser concedido transporte, inclusive para as pessoas de sua família, por conta do Estado, fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo médico oficial; b) poderá ser concedido transporte à família do servidor, quando este falecer fora da sede de seus trabalhos, no desempenho de serviço; c) o vencimento ou a remuneração do servidor em atividade ou em disponibilidade e o provento atribuído ao que estiver aposentadonão poderão sofrer outros descontos que não sejam previstos em lei. 7. DIREITO DE PETIÇÃO7. DIREITO DE PETIÇÃO Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado a um rol não menos importante de obrigações. Como estamos no meio de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hierarquia em suas estruturas, é de extrema importância que o servidor tenha meios de pleitear os direitos que lhe são próprios nas situações em que se sentir coagido ou em que houver descaso por parte dos seus superiores. Tais situações são atendidas por meio do direito de petição. Por óbvio que os servidores terão um lapso de tempo para requerer aquilo que entenderem de direito, a saber: Regra geral O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos prazos fixados para as ações próprias cabíveis no judiciário, quanto à espécie. Não sendo o caso de direito que dê oportunidade à ação judicial Prescreverá a faculdade de pleitear na esfera administrativa dentro de 120 dias, a contar da data da publicação oficial do ato impugnado ou, quando este for da natureza reservada, da data da ciência do interessado. O fluxo do processo de direito de petição observará as seguintes regras: 1º) É assegurado ao servidor o direito de requerer ou representar. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidir e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente; 2º) O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado; 3º) O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de 30 dias, sendo improrrogáveis; 4º) Poderão ser interpostos recursos nas seguintes situações: a) do indeferimento do pedido de reconsideração; b) das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos; https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 29 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 5º) O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. 8. REGIME DISCIPLINAR8. REGIME DISCIPLINAR 8.1. RESPONSABILIDADES Três são as esferas de responsabilidade a que os servidores públicos estão submetidos. São elas: civil, administrativa e penal. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em prejuízo da Fazenda Estadual ou de terceiros. Enquadram-se no conceito de responsabilidade civil todas as ações do servidor público que, agindo em nome da administração, cause algum dano ao particular ou ao próprio poder público. Neste caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a teoria da imputação (por meio da qual todas as ações do servidor, no desempenho de suas atividades, são atribuídas ao órgão ou à entidade na qual ele desempenha suas atribuições), caberá ao poder público, inicialmente, responder pelos danos causados. Tendo a administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação do agente público ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, será possível o ajuizamento de uma ação regressiva contra o servidor. A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omissões praticados no desempenho do cargo. A responsabilidade penal, por sua vez, abrange os crimes e contravenções imputados ao funcionário, nessa qualidade. As três esferas de responsabilização são independentes, de forma que é perfeitamente cabível que duas ou mais delas sejam acumuladas e imputadas ao servidor. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 30 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 8.2. DEVERES E PROIBIÇÕES De acordo com o estatuto mineiro, temos uma série de deveres e de proibições para os servidores públicos regidos pela norma. Salienta-se que a lista de deveres e de proibições apresentada não é taxativa, mas sim meramente exemplificativa, de forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir com alguma obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege a sua categoria funcional. Vejamos a seguir a lista de deveres e de proibições elencadas pela norma em estudo: Deveres Proibições I – assiduidade; II – pontualidade; III – discrição; IV – urbanidade; V – lealdade às instituições constitucionais e administrativas a que servir; VI – observância das normas legais e regulamentares; VII – obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; VIII – levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo; IX – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado; X – providenciar para que esteja sempre em ordem no assentamento individual a sua declaração de família; XI – atender prontamente: a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de direito. I – referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e atos da administração pública, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; II – retirar sem prévia autorização da autoridade competente qualquer documento ou objeto da repartição; III – promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever lista de donativos no recinto da repartição; IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função; V – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza partidária; VI – participar da gerência ou administração de empresa comercial ou industrial, salvo os casos expressos em lei; VII – exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista, quotista ou comandatário; VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas; IX – pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos e vantagens, de parente até segundo grau; X – receber propinas, comissões, presentes e vantagens de qualquer espécie em razão das atribuições; XI – contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 31 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi 8.3. PENALIDADES São as seguintes as penalidades passíveis de aplicação aos servidores públicos estaduais: a) Repreensão; b) Multa; c) Suspensão; d) Destituição de função; e) Demissão; f) Demissão a bem do serviço público. Apenas essas penalidades são passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma modalidade de penalidade para ser aplicada ao servidor. Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade, devem ser garantidos o contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação. Para que tais direitos possam ser exercidos, a norma determina, por exemplo, que o ato que demitir o servidor mencionará sempre a disposição legal em que se fundamenta. Agora, vamos conhecer as situações ensejadoras de aplicação de cada uma das penalidades previstas em lei. Repreensão A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de desobediência ou falta de cumprimento de deveres. Havendo dolo ou má-fé, a falta de cumprimento de deveres será punida com a pena de suspensão. Multa A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento. Será responsabilizado pecuniariamente, semprejuízo da sanção disciplinar que couber, o chefe de repartição que ordenar a prestação de serviço extraordinário, sem que disponha do necessário crédito. O servidor que processar o pagamento de serviço extraordinário, sem observância do disposto em lei, ficará obrigado a recolher aos cofres do Estado a importância respectiva. Comprovada a flagrante desnecessidade da antecipação ou prorrogação do período de trabalho, o chefe da repartição que o tiver ordenado responderá pecuniariamente pelo serviço extraordinário. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 32 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Suspensão A pena de suspensão será aplicada em casos de: I – Falta grave; II – Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção médica quando necessária; III – Desrespeito às proibições consignadas neste Estatuto; IV – Reincidência em falta já punida com repreensão; V – Recebimento doloso e indevido de vencimento, ou remuneração ou vantagens; VI – Requisição irregular de transporte; VII – Concessão de laudo médico gracioso. O servidor que indevidamente receber diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a importância recebida, ficando ainda sujeito à punição disciplinar de suspensão. Será punido com a pena de suspensão, e, na reincidência, com a de demissão, o servidor que, indevidamente, conceder diárias, com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, ficando ainda obrigado à reposição da importância correspondente. Será suspenso por 90 dias, e, na reincidência, demitido o servidor que, fora dos casos expressamente previstos em lei, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições o desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus subordinados. Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, com a de demissão a bem do serviço público, o servidor que atestar falsamente a prestação de serviço extraordinário. O servidor que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário será punido com a pena de suspensão. Serão considerados como de suspensão os dias em que o servidor deixar de atender às convocações do juiz, sem motivo justificado É importante mencionar que a pena de suspensão não poderá exceder a 90 dias. De igual forma, o servidor suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. Destituição de função Duas são as situações ensejadoras de destituição de função: a) Quando se verificar a falta de exação no seu desempenho; b) Quando se verificar que, por negligência ou benevolência, o funcionário contribuiu para que se não apurasse, no devido tempo, a falta de outro. O servidor que não entrar em exercício dentro do prazo será demitido do cargo ou destituído da função. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 33 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Demissão A pena de demissão será aplicada ao servidor que: I – acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos com funções; II – incorrer em abandono de cargo ou função pública pelo não comparecimento ao serviço sem causa justificada por mais de trinta dias consecutivos ou mais de noventa dias não consecutivos em um ano; III – aplicar indevidamente dinheiros públicos; IV – exercer a advocacia administrativa; V – receber em avaliação periódica de desempenho: a) dois conceitos sucessivos de desempenho insatisfatório; b) três conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em cinco avaliações consecutivas; c) quatro conceitos interpolados de desempenho insatisfatório em dez avaliações consecutivas. d) terá cassada a licença e será demitido do cargo o servidor licenciado para tratamento de saúde que se dedicar a qualquer atividade remunerada. É importante mencionar que receberá conceito de desempenho insatisfatório o servidor cuja avaliação total, considerados todos os critérios de julgamento aplicáveis em cada caso, seja inferior a 50% da pontuação máxima admitida. Demissão a bem do serviço público Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço ao servidor que: I – for convencido de incontinência pública e escandalosa, de vício de jogos proibidos e de embriaguez habitual; II – praticar crime contra a boa ordem e administração pública e a Fazenda Estadual; III – revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Estado ou particulares; IV – praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa; V – lesar os cofres públicos ou delapidar o patrimônio do Estado; VI – receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie. Cassação de aposentadoria ou disponibilidade Será cassada, por decreto do governador do estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado, em processo, que o aposentado ou funcionário em disponibilidade: a) praticou, quando em atividade, qualquer dos atos para os quais é cominada neste Estatuto a pena de demissão, ou de demissão a bem do serviço público; b) aceitou ilegalmente cargo ou função pública; c) aceitou representação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do governador do estado; d) praticou a usura, em qualquer de suas formas. Será igualmente cassada a disponibilidade do servidor que não assumir, no prazo legal, o cargo ou função em que for aproveitado. Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conhecimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 34 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Isso deve ocorrer em plena consonância com o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a possibilidade de haver punições imprescritíveis. Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autoridades competentes para a sua aplicação. Nota-se, da relação apresentada, que as autoridades estão escalonadas de acordo com a gravidade da penalidade que está sendo aplicada: Penalidade Autoridades Competentes Demissão O chefe do governo Suspensão superior a 30 dias Os secretários de Estado e diretores de departamentos diretamente subordinados ao governador do estado Repreensão e suspensão até 30 dias Os chefes de departamentos Destituição de cargo em comissão Autoridade que houver feito a nomeação Destituição de função Autoridade que houver feito a designação Tendo sido sancionado com alguma das penalidades previstas em lei, o servidor poderá, após o decurso de determinado período de tempo, requerer a reabilitação administrativa, que, em linhas gerais, consiste na retirada dos registros funcionais do servidor das anotações das penas de repreensão, multa, suspensão e destituição de função. A reabilitação administrativa estende-se ao aposentado, desde que ocorram os requisitos a ela vinculados. No entanto, nenhum caso de reabilitação importa no direito a ressarcimento, restituição ou indenização de vencimentos ou vantagens não percebidos no período de duração da pena. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 35 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi E quais são os prazos a serem observados para o processo de reabilitação?E quais são os prazos a serem observados para o processo de reabilitação? De acordo com o Estatuto, o prazo para a solicitação da reabilitação deverá atender aos seguintes prazos: a) Três anos para as penas de suspensão compreendidas entre 60 e noventa90 dias, bem como para destituição de função; b) Dois anos para as penas de suspensão compreendidas entre 30 e 60 dias; c) Um ano para as penas de suspensão de 1 a 30 dias, bem como de repreensão ou de multa. 9. AÇÃO DISCIPLINAR9. AÇÃO DISCIPLINAR Além das normas materiais, a lei estadual estabelece uma série de procedimentos que devem ser seguidos para a aplicação das penalidades nela estabelecidas. Nesse sentido, a autoridade que tiver ciência ou notícia da ocorrência de irregularidades no serviço público é obrigada a promover-lhe a apuração imediata por meio de sumários, inquérito ou processo administrativo. No entanto, deve ser salientado que são competentes para determinar a instauração do processo administrativo os secretários de Estado e os diretores de departamentos diretamente subordinados ao governador do estado. Em linhas gerais, o processo administrativo será desenvolvido em duas diferentes fases: a) Inquérito administrativo; b) Processo administrativo propriamente dito. O inquérito pode ser compreendido como uma espécie de fase preliminar do processo administrativo disciplinar. Tal etapa trata-se de uma averiguação sumária e sigilosa, devendo ser iniciada e concluída no prazo improrrogável de 30 dias a partir da data de designação. Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo quando forem evidentes as provas que demonstrem a responsabilidade do indiciado ou indiciados. Obs.: Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa e suspensão, poderá decorrer das conclusões a que chegar o inquérito, que é simples fase preliminar do processo administrativo. Dessa forma, é correto afirmar que o processo administrativo precederá sempre à demissão do servidor. Sendo instaurado, o processo administrativo, que será realizado por uma comissão designada pela autoridade que houver determinado a sua instauração e composta de três funcionários estáveis, se desenvolverá de acordo com os seguintes procedimentos: 1º) O processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo improrrogável de três dias, que serão contados da data da designação dos membros da comissão. Uma vez https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 36 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi iniciado, o processo deverá ser concluído no prazo de 60 dias, a contar da data de seu início. Em caso de força maior, o prazo poderá ser prorrogado por até 30 dias; 2º) Os membros da comissão dedicarão todo o seu tempo às demandas desta, ficando, por isso, automaticamente dispensados do serviço de sua repartição, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes do exercício, durante a realização das diligências que se tornarem necessárias; 3º) Terá o servidor indiciado o direito de, pessoalmente ou por intermédio de procurador, acompanhar todo o desenvolver do processo, podendo, através do seu defensor, indicar e inquirir testemunhas, requerer juntada de documentos, ter vista do processo e adotar as demais medidas necessárias, sem prejuízo para o andamento normal do trabalho; 4º) Ultimado o processo, a comissão mandará, dentro de 48 horas, citar o acusado para, no prazo de 10 dias, apresentar defesa. É importante mencionar que, achando-se o indiciado em lugar incerto, a citação será feita por edital, que será publicado no órgão oficial durante oito dias consecutivos. Nesse caso, o prazo de 10 dias para apresentação da defesa será contado da data da última publicação do edital; 5º) Terminado o prazo para defesa, a comissão apreciará a defesa produzida e, então, apresentará o seu relatório dentro do prazo de 10 dias; 6º) Entregue o relatório da comissão, a autoridade que houver determinado a sua instauração deverá proferir o julgamento dentro do prazo improrrogável de 60 dias. Se o processo não for julgado no prazo indicado, o indiciado reassumirá, automaticamente, o exercício de seu cargo ou função, e aguardará em exercício o julgamento; 7º) Quando as penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis escaparem da alçada da autoridade que instaurou o processo, esta deverá propor, dentro do prazo marcado para julgamento, as medidas necessárias à autoridade competente. Nessa situação, o prazo para julgamento final será de 15 dias, improrrogável; 8º) As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro do prazo de oito dias; 9º) Uma vez submetidos a processo administrativo, os servidores só poderão ser exonerados depois da conclusão do processo e de reconhecida a culpabilidade. A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de processo administrativo, em que se impôs a pena de suspensão, multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público, desde que se aduzam fatos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do acusado. O requerimento de revisão será dirigido ao governador do estado, que o despachará à repartição onde se originou o processo. Caso o governador julgue insuficiente instruído o pedido, poderá ele indeferi-lo liminarmente, isto é, sem a formação de comissão. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br 37 de 38gran.com.br Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais Professor: Diogo Surdi Recebido o requerimento despachado pelo governador do estado, o chefe da repartição o distribuirá a uma comissão composta por três servidores de categoria igual ou superior à do acusado, indicando o que deve servir de presidente, para processar a revisão. Concluída a instrução do processo, será ele, dentro de 10 dias, encaminhado, juntamente com relatório da comissão, ao governador do estado, que o julgará. Para esse julgamento, o governador do estado terá o prazo de 20 dias, podendo antes determinar diligências que entenda necessárias ao melhor esclarecimento do processo. Julgando procedente a revisão, o governador do estado tornará sem efeito as penalidades aplicadas ao acusado. Além disso, o julgamento favorável do processo implica o restabelecimento de todos os direitos perdidos em consequência da penalidade aplicada. https://www.gran.com.br https://www.gran.com.br A realização do seu sonho merece um investimento de qualidade. Não desperdice tempo, dinheiro e energia. Invista no seu sucesso, no seu futuro e na sua realização profissional. Assine AGORA a melhor e mais completa plataforma de ensino para concursos públicos. Sua nomeação na palma da sua mão com a Assinatura Ilimitada 9.0 do Gran Cursos Online. Mude de vida. Garanta seu futuro com a melhor plataforma de estudos para concurso público. FACILITE SEUS ESTUDOS: rotas de aprovação, mapas mentais, resumos e exercícios irão te guiar por um caminho mais simples e rápido. TUDO NO SEU TEMPO E ESPAÇO: faça o download de videoaulas e de PDFs e estude onde e quando você quiser e puder. 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Posse e Exercício 4. Estágio Probatório e Estabilidade 5. Vacância
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