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Anatomia Humana - EAD

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ANATOMIA HUMANA 
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 5
1 - ASPECTOS HISTÓRICOS ..................................................................................................................................... 6
2 - TERMINOLOGIA ANATÔMICA .............................................................................................................................7
3 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO ........................................................................................................................... 9
3.1. POSIÇÃO ANATÔMICA .......................................................................................................................................10
3.2. PLANOS, EIXOS E MOVIMENTOS ....................................................................................................................10
4 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO .............................................................................................................10
5 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO .................................................................................................................... 11
6 - PLANOS OU PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO DO CORPO HUMANO ...............................................12
7 - CONCEITOS GERAIS ............................................................................................................................................13
8 - SISTEMA ESQUELÉTICO E SISTEMA ARTICULAR ...........................................................................................14
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE 
ANATOMIA HUMANA
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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8.1. DISTRIBUIÇÃO DOS OSSOS ...............................................................................................................................14
8.2. ESTRUTURA DOS OSSOS ..................................................................................................................................14
8.3. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS ...........................................................................................................................16
8.4. ACIDENTES ÓSSEOS ..........................................................................................................................................16
8.5. DIVISÃO DO ESQUELETO ..................................................................................................................................16
8.6. ANATOMIA DO ESQUELETO AXIAL ..................................................................................................................16
8.6.1. CRÂNIO .............................................................................................................................................................16
8.6.2. COLUNA VERTEBRAL .....................................................................................................................................17
8.6.3. CAIXA TORÁCICA ...........................................................................................................................................19
8.7. ANATOMIA DO ESQUELETO APENDICULAR .................................................................................................. 20
8.7.1. MEMBROS SUPERIORES ............................................................................................................................... 20
8.7.2. MEMBROS INFERIORES ............................................................................................................................... 20
9 - SISTEMA ARTICULAR ........................................................................................................................................ 23
10 - SISTEMA MUSCULAR ...................................................................................................................................... 25
10.1. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DA FIBRA MUSCULAR ................................................................... 25
10.2. ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA .................................................................................................................. 26
10.2. UNIDADE MOTORA ......................................................................................................................................... 27
10.3. CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO .................................................................... 27
11 - CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS ................................................................. 28
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INTRODUÇÃO
Anatomia humana é a ciência que se dedica ao estudo macroscópico da estrutura do 
corpo humano. É considerada uma disciplina básica da área da saúde e das ciências biológicas, 
sendo uma matéria dinâmica e descritiva. Dentro dela, o estudante deve visualizar as estruturas 
componentes do corpo humano nas três dimensões (largura, comprimento e profundidade), 
compreendendo os conceitos e aplicando a terminologia anatômica de forma correta.
A anatomia humana será abordada no ponto de vista sistêmico, no qual cada sistema é 
nomeado e organizado de acordo com seus componentes e funções.
É necessário dominar a organização do corpo humano para interagir com situações 
clinicas referentes à sua formação profissional. Na Unidade 1 estudaremos a introdução ao estudo 
da anatomia e o aparelho locomotor. Os ossos, as articulações e os músculos são componentes 
passivos e ativos da locomoção do corpo, além de gerarem sustentação e proteção, dentre outras 
funções.
O termo anatomia tem origem da palavra grega (ana = partes e tome = cortar) que 
significa “cortar em partes”. E a palavra dissecar tem origem latina (dis = separar e secare=cortar). 
Como base da compreensão do organismo humano, o estudo da anatomia humana deve ser 
relacionado diretamente como estudo da superfície do corpo, palpação das regiões corporais e 
observação de estruturas.
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1 - ASPECTOS HISTÓRICOS
A anatomia como ciência vem sendo estudada desde a pré-história, pois o homem tinha 
a necessidade do conhecimento do corpo para sua sobrevivência. 
A história da anatomia humana é semelhante à da medicina. O estudo do corpo humano 
de maneira mais adequada foi iniciado pelos filósofos gregos, com destaque a Empêndocles (480 
a.C.) e Demócrito (460 a.C.). O primeiro a realizar descrições sistemáticas foi Hipócrates (460-
377 a.C.). 
Entre outros destaques importantes são os anatomistas Aristóteles, Herófilo, Galeno, 
Celsus.
Os documentos científicos que foram preservados do Império Romano são principalmente 
compilações de informações obtidas dos estudiosos gregos e egípcios.
Com o Renascimento da ciência, na transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, o 
estudo da anatomia difundiu-se rapidamente, e pelo ano 1300, as dissecações humanas tinham 
se tornado uma parte integrante do currículo médico. 
Os principais avanços em anatomia ocorridos durante o renascimento foram, 
em grande parte, decorrentes das habilidades artística e científica de Leonardo 
da Vinci e Andreas Vesalius. Trabalhando nos séculos XV e XVI, cada um deles 
produziu estudos monumentais da forma humana (VAN DE GRAAFF, 2003, 
p.13).
Entre os contemporâneos de Vesalius (século XVI) evidenciam-se Bartolomeu, Eustáquio, 
Falópio entre outros.
O cadáver humano não deve ser visto como simples objeto de estudo, já que é envolvido 
por um vínculo emocional e afetivo com os indivíduos com os quais estabeleceu uma relação. A 
questão da morte está presente desde o início do ensino médico e das outras profissões da área 
da saúde, sendo inegável que o avanço da medicina se deu graças à possibilidade de ensino e 
pesquisa ética em cadáveres (COHEN; GOBBETTI, 2002; COSTA et al., 2012).
A anatomia avança com a tecnologia e influência da arte, cultura moderna e urbana.
Figura 1 - Lição de anatomia do Dr. Van der Meer. Fonte: Van Mierevelt (1617).
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Saiba mais sobre a perspectiva histórica da Anatomia em “VAN DE GRAAFF, capí-
tulo 1, página 2-20”
Sobre doação de corpos, acesse http://sbanatomia.org.br/doacao-de-corpos/
2 - TERMINOLOGIA ANATÔMICA
A anatomia humana tem sua linguagem própria, que obedece a International Anatomical 
Terminology e no Brasil, a tradução dos termos anatômicos é de responsabilidade da Comissão 
de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia.
A nômina anatômica, segundo Miranda-Neto et al. (2008), é o conjunto de termos 
empregados para indicar e descrever as partes do organismo. Os termos anatômicos são: 
- termos que indicam situação e direção das partes do corpo;
- termos gerais comuns aos vários constituintes do corpo;
- termos especiais para diferentes constituintes do corpo.
A última atualização da terminologia anatômica foi no ano de 2001, com um destaque 
à extinção dos epônimos (estruturas corporais que receberam os nomes das pessoas que as 
descobriram ou descreveram). Esses epônimos são ineficientes do ponto de vista descritivo (ver 
quadro 2). 
Conforme a Terminologia Anatômica (2001), alguns termos componentes do corpo 
humano foram modificados, por exemplo: 
Quadro 1 - Termos componentes modificados. Fonte: Terminologia Anatômica (2001). 
NOME ANTIGO 
Amígdalas 
Canal de Havers 
Canal pancreático 
Cavidade bucal 
Circunvoluções cerebrais 
Fossa nasal 
Gânglio linfático 
Hipoderme 
Ilhotas de Langerhans 
Líquido cefalorraquidiano 
Mentoniano 
Nervos raquidianos 
Ouvido 
Rótula 
Sistema circulatório 
Sistema digestivo 
Sistema excretor 
Sistema reprodutor 
NOME ATUAL
Tonsilas
Canal central
Ducto pancreático
Cavidade oral
Sulcos e giros cerebrais
Cavidade nasal
Linfonodo
Tela subcutânea
Ilhas pancreáticas
Líquido cerebrospinal
Mentual
Nervos espinais
Orelha
Patela
Sistema cardiovascular
Sistema digestório
Sistema urinário
Sistema genital
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O prefácio da Terminologia Anatômica (2001) contempla a importância de que médicos 
e cientistas em todo o mundo usem o mesmo nome para cada estrutura.
Quadro 2 - Atualização de alguns epônimos extintos. Fonte: adaptado de Piatto et al. (2000); Bezerra e Bezerra 
(2000); Terminologia Anatômica (2001).
Para sintetizar as descrições anatômicas, podem ser abreviados os termos: veia (v.); veias 
(vv.); artéria (a.); artérias (aa.); músculo (m.); músculos (mm.); ligamento (lig.), ligamentos 
(ligg.); nervo (n.) nervos (nn.), ramo (r.); ramos (rr.) entre outros.
EPÔNIMOS EXTINTOS
Feixe de His
Trompas de Falópio
Pomo-de-Adão
Trompas de Eustáquio
Tendão de Aquiles
Cápsula de Bowman
Fundo de saco de Douglas
Bola gordurosa de Bichat
Plexo de Meissner 
Forame de Monro
Bainha de Schwann
Círculo de Willis
Aqueduto de Sylvius
TERMOS ATUAIS
Fascículo atrioventricular
Tubas uterinas
Proeminência laríngea
Tubas auditivas
Tendão Calcâneo
Cápsula do glomérulo renal
Escavação retouterina
Corpo adiposo da bochecha
Plexo submucoso do intestino
Forame interventricular
Neurilema
Círculo arterial do cérebro
Aqueduto do mesencéfalo)
Saiba mais sobre termos regionais em Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano 
Saudável e Enfermo “HERLIHY e MAEBIUS (2002), capítulo 1, página 11”.
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3 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO
O corpo humano está dividido em regiões específicas que podem ser identificadas na 
superfície corporal (Figura 1).
Figura 1 - Divisão geral do corpo humano. Fonte: a autora.
Linhas verticais e linhas horizontais (Figura 2a) subdividem o abdome em regiões 
denominadas: epigástrio, hipocôndrios, umbilical, laterais, púbica e inguinais. Uma linha mediana 
e uma linha transversal subdivide o abdome através do umbigo em quatro quadrantes (Figura 
2b). Essas subdivisões são significativamente importantes para a anatomia voltada à clínica.
Figura 2 – Regiões e quadrantes do abdome. LM (Linha Mediana); LV (Linha Vertical); LH (Linha Horizontal). 
Fonte: adaptado de Borba (2011).
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3.1. Posição Anatômica 
Para descrever a localização, direção ou relacionar as estruturas corporais deve-se seguir 
a Posição Anatômica como referência.
Essa posição padrão do corpo humano nas descrições anatômicas tem o objetivo de evitar 
confusão nos estudos. O indivíduo deve ser imaginado em pé, ereto, com posição ortostática. 
Com a face voltada anteriormente, o olhar direcionado para o horizonte, com os membros 
superiores estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas anteriormente, os 
membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas anteriormente. 
3.2. Planos, Eixos e Movimentos
Toda e qualquer descrição anatômica devem se expressar em relação à posição anatômica 
e com base nos planos que seccionam o corpo humano.
Os planos de secção corporal são:
A - Plano de Secção Mediano: divide o corpo em duas metades direita e esquerda.
B - Plano de Secção Frontal: divide o corpo em duas metades ventral/anterior e dorsal/
posterior.
C - Plano de Secção Horizontal (ou Transversal): divide o corpo em duas metades 
superior e inferior.
Os eixos são linhas imaginárias que atravessam os planos perpendicularmente para 
propiciar movimentos corporais.
Os principais movimentos indicam as posições do corpo quando há deslocamento. Os 
principais movimentos são: flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral.
4 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO
Existem linhas imaginárias interligadas que tangenciam à superfície do corpo humano 
como se fossem “lâminas” verticais e horizontais, formando um sólido geométrico, um 
paralelepípedo (Figura 3). Cada uma dessas lâminas é um plano de delimitação do corpo humano.Figura 3 - Planos que tangenciam o corpo, delimitando-o e formando um paralelepípedo. Fonte: a autora.
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A - Plano ventral ou anterior: corresponde à “lâmina” vertical que passa tangente ao 
ventre ou parte anterior do corpo;
B - Plano dorsal ou posterior: corresponde à “lâmina” vertical que passa tangente à 
superfície do dorso ou da parte de trás do nosso corpo;
C - Planos laterais direito e esquerdo: correspondem às “lâminas” verticais que passam 
tangentes às superfícies dos lados direito e esquerdo do corpo, respectivamente;
D - Plano superior (ou cranial): corresponde à “lâmina” horizontal que passa tangente à 
porção superior da cabeça;
E - Plano inferior (ou podálico ou caudal): corresponde à “lâmina” horizontal que passa 
tangente À planta dos pés. 
Figura 4 - Termos de relação. Fonte: Registered nursing (2018).
 
5 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
Nas descrições anatômicas são utilizados termos que relacionam as estruturas e órgãos 
aos planos e eixos do corpo humano, para fornecer uma ideia de localização, posição e direção 
destes componentes. Estes termos (Figura 4 e Quadro 3) descrevem as relações das partes do 
nosso corpo em posição anatômica.
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TERMO
Mediano (a)
Anterior ou ventral
Posterior ou dorsal
Superior ou cranial
Inferior, caudal ou podálico
Medial
Lateral
Intermédio
Proximal
Distal
Médio (a)
Superficial
Profundo
Interno
Externo
CONCEITO
Localiza-se na linha mediana do corpo;
Voltado ou mais próximo da fronte;
Voltado ou mais próximo do dorso;
Voltado ou mais próximo da cabeça;
Voltado ou mais próximo do pé;
Mais próximo do plano mediano;
Mais distante do plano mediano;
Entre uma estrutura lateral e outra medial;
Mais próximo do ponto de origem do membro;
Mais distante do ponto de origem do membro;
Entre uma estrutura proximal e outra distal;
Localiza-se mais próximo da superfície;
Localiza-se mais distante da superfície;
Localiza-se no interior de um órgão ou cavidade;
Localiza-se externamente a um órgão ou a uma cavidade;
Quadro 3 – Principais termos de posição e direção. Fonte: adaptado de Tortora e Grabowski, (2013); Spence (1991).
6 - PLANOS OU PRINCÍPIOS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO 
DO CORPO HUMANO
A organização do corpo humano obedece aos seguintes planos ou princípios 
característicos aos vertebrados, denominados de antimeria, metameria, paquimeria e estratigrafia 
(ou estratificação).
A. Antimeria: consiste no princípio construção da simetria bilateral, no qual é possível 
dividir o corpo humano em duas metades semelhantes (antímeros direito e esquerdo). 
A semelhança entre os antímeros está no que diz respeito à forma, função e localização. 
B. Metameria: consiste no princípio da construção em superposição longitudinal de 
segmentos (metâmeros) semelhantes.
“Termos específicos descrevem o posicionamento de partes estruturais do cor-
po em relação às outras. Considere o porquê geralmente os termos são pares e 
opostos?
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C. Paquimeria: consiste no princípio de construção duas cavidades (paquímeros), 
sendo um ventral e o outro dorsal. O paquímero ventral é denominado paquímero 
visceral (corresponde às cavidades torácica, abdominal e pélvica). O paquímero dorsal é 
denominado paquímero neural (corresponde ao canal vertebral e a cavidade do crânio).
D. Estratigrafia: consiste no princípio da construção em superposição de camadas 
(estratos) de diferentes tecidos.
7 - CONCEITOS GERAIS
A forma melhor adaptada a uma função, que ocorre com maior frequência na população 
ou na natureza, entende-se como normalidade. Na medicina, é normal o que é considerado no 
indivíduo com condições ideais de saúde.
Alterações na forma, localização e trajeto podem-se ser considerados desvios. Há desvios 
que não interferem na função de determinada estrutura corporal, sendo tais alterações conhecidas 
como variações anatômicas. 
Idade, sexo (gênero), etnia e biótipo (ou tipo constitucional) são considerados fatores 
gerais de variação anatômica.
Quando o desvio afeta a faixa da normalidade, alterando a forma e a função, é denominado 
anomalia. No entanto, se a anomalia for acentuada demais, será chamada monstruosidade, a qual 
foge dos padrões da anatomia, sendo incompatível à vida e se inclui na patologia (teratologia).
Figura 5 - Composição do Aparelho Locomotor. Fonte: a autora.
“A osteoporose é uma doença óssea que resulta do desiquilíbrio entre a reabsor-
ção e a formação óssea, por isso há maiores riscos de fratura. Como é uma das 
doenças ósseas mais frequentes, podemos afirmar que se trata de uma variação? 
Normalidade? Ou anomalia?
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8 - SISTEMA ESQUELÉTICO E SISTEMA ARTICULAR
O esqueleto representa o conjunto de ossos e cartilagens que servem para auxiliar os 
movimentos corporais, sustentação de partes moles do corpo; proteção de órgãos vitais; produção 
de elementos do sangue e armazenamento de sais minerais e triglicerídeos.
No indivíduo adulto há aproximadamente 206 ossos, enquanto que em um recém-nascido 
há em torno de 270 ossos.
8.1. Distribuição dos Ossos
Os ossos são distribuídos por segmentos corporais da seguinte forma:
A. Cabeça 
A1. Crânio: frontal, occipital, esfenoide, etmoide, parietais e temporais.
A2. Face: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos, conchas nasais inferiores, 
vômer e mandíbula.
B. Pescoço e tronco 
B1. Coluna Vertebral: vértebras cervicais (I-VII), vértebras torácicas (I-XII), vértebras 
lombares (I-V), vértebras sacrais (I-V), vértebras coccígeas (I- IV). 
B2. Caixa Torácica: osso esterno e 12 pares de costelas. 
B3. Osso hioide. 
C. Membro superior 
C1. Ombro: escápula e clavícula (Cíngulo escapular)
C2. Braço: úmero 
C3. Antebraço: rádio e ulna 
C4. Mão: ossos do carpo (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, 
trapezoide, capitato e hamato), do metacarpo e falanges. 
D. Membro inferior 
D1. Quadril: ílio, ísquio e púbis (Cíngulo pélvico)
D2. Coxa: fêmur 
D3. Joelho: patela
D4. Perna: tíbia e fíbula. 
D5. Pé: ossos do tarso (calcâneo, tálus, navicular, cuboide e cuneiformes medial, 
intermédio e lateral), do metatarso e falanges.
8.2. Estrutura dos Ossos
No estudo microscópico do tecido ósseo observa-se a presença de substância óssea 
compacta e substância óssea esponjosa. Na estrutura externa dos ossos é encontrada uma 
membrana de revestimento chamada periósteo. 
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Os vasos sanguíneos penetram pelo periósteo e pelas artérias nutrícias. As artérias 
periosteais penetram na diáfise por canais perfurantes, nutrindo o periósteo e a parte externa 
do osso compacto. As artérias nutrícias penetram no osso compacto através do forame nutrício 
e seus ramos irrigam internamente o osso compacto, o osso esponjoso e medula óssea vermelha.
Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está armazenado nos ossos, e muitos ossos 
possuem uma cavidade central que contém a medula óssea amarela. A medula óssea vermelha 
preenche os espaços internos da maioria dos ossos, apresenta capacidade hematopoiética 
(produção de células sanguíneas vermelhas).
Figura 6 - Estrutura dos ossos. Fonte: Tortora (2013).
Para entender sobre a importância do transplante, leia “O que é transplante de me-
dula óssea?” Acesse: http://redome.inca.gov.br/medula-ossea/o-que-e-o-trans-
plante-de-medula-ossea/
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8.3. Classificação dos Ossos
A osteologia usa alguns critérios para classificação dos ossos, considerando suas 
dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura); presença de cavidades cheias de ar; 
número geral (Quadro 4). Há ossos contidos no interior de tendões chamados de sesamóides, 
como a patela e o pisiforme.
Quadro4 - Classificação dos ossos. Fonte: a autora.
8.4. Acidentes Ósseos
As irregularidades presentes na superfície dos ossos são chamadas acidentes ósseos. 
Servem para fixação de tendões e ligamentos, permitem a passagem de vasos sanguíneos e 
nervos. Os principais exemplos são: forames, tubérculos, tuberosidades, trocânteres, canais, 
fossas, côndilos, epicôndilos, protuberâncias, incisuras, margens, entre outros.
Os acidentes ósseos tornam-se mais proeminentes na puberdade. 
8.5. Divisão do Esqueleto
Didaticamente, o esqueleto é dividido em esqueleto axial (ossos da cabeça, coluna 
vertebral e caixa torácica) e esqueleto apendicular (ossos dos membros superiores e inferiores).
8.6. Anatomia do Esqueleto Axial
8.6.1. Crânio
O crânio é um estojo de proteção dividido em neurocrânio (porção que protege o 
encéfalo) e viscerocrânio (porção que aloja órgãos do sentido, partes do sistema respiratório e 
digestório). Os ossos do crânio estão unidos por articulações fibrosas, exceto a mandíbula, pois 
é o único osso móvel da cabeça.
CLASSIFICAÇÃO
LONGOS
CURTOS
PLANOS
ALONGADOS
IRREGULARES
PNEUMÁTICOS
CARACTERÍSTICAS
Maior comprimento em relação à largura e à 
espessura. Presença de cavidade medular.
Comprimento, espessura e largura semelhantes.
Comprimento e largura maiores quando 
comparados à espessura
Maior comprimento em relação à largura e à 
espessura. Ausência de cavidade medular.
Sem forma definida
Apresentam uma ou mais cavidades no seu 
interior, revestidas por mucosa e preenchidas 
por ar.
EXEMPLOS
Fêmur, tíbia, úmero, rádio.
Ossos do carpo e do tarso.
Parietal, esterno, ílio, escápula
Costelas.
Vértebras, zigomático, 
mandíbula.
Temporal e seios paranasais 
(frontal, maxila, esfenóide e 
etmóide).
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A cavidade do crânio abriga e protege o encéfalo, é subdividida em três compartimentos: 
fossas anterior, média e posterior do crânio. A cúpula do crânio é chamada calvária. A calvária é 
formada por ossos planos e pneumáticos, em sua constituição pode-se observar partes dos ossos 
frontal, occipital e parietais.
Figura 7 – Anatomia do crânio. Fonte: Miranda-Neto (2008).
8.6.2. Coluna vertebral
A coluna vertebral é o principal eixo de sustentação do corpo, possui um canal ósseo, 
denominado canal vertebral, que aloja e protege a medula espinal. É constituída em sua formação 
por 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares e pelos ossos sacro e 
coccígeo (Figuras 8 e 9). 
Figura 8 - Vista lateral da coluna vertebral. Fonte: adaptado de Prosdócimi e Nogueira (2009).
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Figura 9 - Características de uma vertebra típica. Fonte: Miranda-Neto (2008).
A forma da coluna é semelhante a letra “S”, com curvaturas normais conhecidas como 
lordoses e cifoses (quadro 4).
As curvaturas da coluna podem sofrer alterações por má postura, que podem se acentuar 
resultando em desvios patológicos, que, por sua vez, podem gerar compressão das raízes dos 
nervos espinais. Os principais desvios são conhecidos como: hipercifose (curvaturas primárias 
acentuadas); hiperlordose (curvaturas secundárias acentuadas) e escoliose (desvio lateral da 
coluna vertebral).
Quadro 5 -Comparação das curvaturas presentes na coluna vertebral de um adulto normal. Fonte: a autora. 
Vale considerar que as curvaturas primárias estão presentes na vida intrauterina e as 
curvaturas cervical e lombar são curvaturas secundárias, pois surgem após o nascimento, com a 
sustentação da cabeça e posição bípede.
Como há variação de tamanho e forma das vértebras, de acordo com as regiões 
da coluna vertebral, saiba mais em: “VAN DE GRAAFF”, páginas 159-163.
ATENÇÃO, assista o vídeo sobre desvios posturais: 
https://www.youtube.com/watch?v=JaAsW8fSBHg
CURVATURAS
1. CERVICAL
2. TORÁCICA
3. LOMBAR
4. SACROCOCCÍGEA
DENOMINAÇÃO
Lordose
Cifose
Lordose
Cifose
CARACTERÍSTICA
possui concavidade posterior (curvatura secundária)
possui concavidade anterior; (curvatura primária)
Possui concavidade posterior (curvatura secundária)
possui concavidade anterior. (curvatura primária)
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8.6.3. Caixa torácica 
A caixa torácica é um arcabouço ósseo constituído pelo osso esterno, por 12 pares de 
costelas, cartilagens costais e por 12 vértebras torácicas. Aloja e protege órgãos como o coração, 
pulmões, parte do esôfago, etc. 
Os 12 pares de costelas podem ser classificadas conforme sua articulação com o osso 
esterno, como costelas verdadeiras (I a VII), costelas falsas (VIII-X) e costelas flutuantes (XI e 
XII).
Morfologicamente, há as costelas típicas e atípicas. As costelas são consideradas típicas da 
III à X, pois apresentam acidentes ósseos semelhantes, enquanto que as costelas atípicas I, II, XI 
e XII são morfologicamente diferentes.
Figura 10 - Características anatômicas da caixa torácica – Vista anterior. Fonte: Netter (2015).
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Figura 11 – Principais acidentes ósseos. A. costela típica; B costelas atípicas. Fonte: Netter (2015).
8.7. Anatomia do Esqueleto Apendicular
Os membros apresentam uma parte radicular (cíngulo) e outra parte livre. 
8.7.1. Membros superiores
A escápula e a clavícula formam o ombro, em conjunto formam o cíngulo escapular que 
representa a raiz do membro superior. Os ossos do braço (úmero), antebraço (rádio e ulna) e 
ossos da mão (carpo, metacarpo e falanges) formam a parte livre do membro superior.
8.7.2. Membros inferiores
Os ossos do quadril direito e esquerdo formam o cíngulo pélvico que representa a raiz do 
membro inferior. Os ossos da coxa (fêmur), joelho (patela), perna (tíbia e fíbula) e ossos do pé 
(tarso, metatarso e falanges) formam a parte livre do membro inferior.
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Figura 12a- Esqueleto do membro superior (A) e inferior (B). Fonte: Sobotta (2018).
FIGURA A
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Figura 12b- Esqueleto do membro superior (A) e inferior (B). Fonte: Sobotta (2018).
FIGURA B
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9 - SISTEMA ARTICULAR
Articulações representam a união entre dois ou mais ossos, com as funções de compor o 
esqueleto; permitir que o crescimento ósseo ocorra; mudar de forma durante o parto e capacitar 
a movimentação corporal em resposta à contração muscular.
As articulações apresentam certos aspectos estruturais e funcionais em comum, que 
permitem classificá-las em três grandes tipos: fibrosas, cartilagíneas e sinoviais. O critério para 
esta classificação é a diferença no tecido conectivo e a mobilidade. 
As articulações fibrosas se subdividem em suturas, sindesmoses e gonfoses. Do ponto de 
vista funcional, são imóveis denominadas como sinartroses e tem como tecido conectivo o tecido 
conjuntivo fibroso. Essas articulações conferem elasticidade entre as peças ósseas envolvidas.
As suturas são encontradas somente entre os ossos do crânio, apresentando formas 
variáveis, como:
• Sutura serrátil apresenta união serrilhada. Exemplo: sutura coronal (entre os ossos 
frontal e parietais).
• Sutura escamosa apresenta união em bisel. Exemplo: sutura escamosa (entre os ossos 
temporal e parietal).
• Sutura retilínea apresenta união linear. Exemplo: sutura internasal (entre os ossos 
nasais).
No crânio do feto e no recém-nascido a ossificação é incompleta, pois as áreas de tecido 
fibroso que conecta os ossos cefálicos são mais amplas e são denominadas fontículos. E a medida 
que a idade avança pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que 
as suturas desapareçam.
As sindesmoses aparecem entre ossos que estão unidos por uma faixa longa de tecido 
conjuntivo fibroso, formando uma membrana interóssea,como por exemplo, as membranas 
interósseas do antebraço (sindesmose rádio-ulnar) e da perna (sindesmose tíbiofibular).
As gonfoses estão presentes entre as raízes dos dentes e seus respectivos alvéolos dentais.
As articulações cartilagíneas se subdividem em sincondroses e sínfises. Do ponto de 
vista funcional, são semimóveis, denominadas como anfiartroses e têm a cartilagem como tecido 
conectivo. A presença de cartilagem hialina caracteriza as sincondroses (Ex. sincondrose esfeno-
occipital) e a presença de cartilagem fibrosa caracteriza as sínfises (Ex. sínfise púbica).
As articulações sinoviais apresentam seis subtipos de acordo com a forma que as peças 
ósseas se articulam. Do ponto de vista funcional, são móveis denominadas como diartroses. As 
articulações móveis apresentam uma estrutura complexa e anexos articulares.
Sua estrutura é caracterizada pela presença de cápsula articular, cartilagem articular, 
líquido articular e cavidade articular. Os anexos estão presentes em algumas articulações sinoviais, 
entre eles estão os meniscos, ligamentos e discos articulares.
Os principais subtipos das articulações sinoviais, são classificados conforme a forma das 
faces articulares envolvidas.
a) Esferoide: articula-se através de uma superfície esférica com uma determinada 
cavidade. Exemplo: articulação do quadril ou ombro. 
b) Gínglimo: o lado convexo do osso se liga do lado côncavo do seu correspondente. 
Exemplo: articulação úmero-ulnar (cotovelo).
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c) Trocoide: a face semicilíndrica de um osso se liga em um anel formado parcialmente 
por osso e parcialmente por ligamentos. Exemplo: articulação atlanto-axial. 
d) Selar: parte côncava de um osso em direção à parte convexa de outro. Exemplo: 
articulação carpometacarpal. 
e) Condilar: possui uma face articular saliente (côndilo), que se articula com a cavidade 
de outro osso. Exemplo: articulação temporomandibular (ATM) 
f) Plana: faces planas, que se deslizam uma sobre as outras. Exemplo: articulações entre 
os ossos do tarso e do carpo. 
Os principais movimentos articulares são flexão, extensão, adução, abdução, deslizamento, 
rotação e circundução.
Figura 13 - Principais articulações. Fonte: Netter (2015).
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Saiba mais sobre Doença articular degenerativa em “Moore (2013), página 17.”
“Uma importante revisão do sistema articular pode ser vista no vídeo Anatomia 
Humana e os movimentos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=we_Hif91CRI
10 - SISTEMA MUSCULAR
A miologia estuda os músculos que estão distribuídos por todo o corpo humano. Os 
músculos são caracterizados pela capacidade contrátil e por desempenhar muitas funções, 
como: produção dos movimentos corporais (locomoção), estabilização das posições corporais, 
regulação do volume dos órgãos, movimento de substâncias e produção de calor.
Os músculos são classificados de acordo com o controle nervoso (músculos voluntários 
e involuntários) e de acordo com a organização histológica em três tipos: músculo liso, músculo 
estriado cardíaco e músculo estriado esquelético.
O músculo liso não possui estriações transversais, apresenta controle autônomo e por 
isso é considerado involuntário, pode ser encontrado nas paredes das vísceras ocas. O músculo 
estriado cardíaco possui estriações transversais, apresenta controle autônomo e é involuntário, 
está presente na camada média da parede do coração, denominado miocárdio. E o músculo 
estriado esquelético possui estriações transversais, na maioria das vezes é voluntário e está preso 
ao esqueleto. 
Nesta unidade será destacado o músculo estriado esquelético.
10.1. Características e Propriedades da Fibra Muscular
As células musculares são alongadas, e devido às suas propriedades são denominadas 
fibras musculares, que em conjunto formam os feixes ou fascículos musculares. Cada fibra 
muscular é envolta pelo endomísio, cada feixe é envolto pelo perimísio e o músculo pelo epimísio. 
O envoltórios são formados por tecido conjuntivo.
Contratilidade, relaxamento e elasticidade são as propriedades observadas na fibra 
muscular. 
O tônus muscular (estado de contração parcial do músculo em repouso) é controlado pelo 
sistema nervoso. Quando ocorre o aumento do tônus muscular chama-se hipertonia e quando há 
diminuição do tônus, hipotonia.
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Há três tipos de contração, reflexa, isométrica e isotônica. A contração reflexa é automática, 
ocorre durante os movimentos respiratórios. Na contração isométrica não ocorre movimento de 
qualquer segmento do esqueleto. Ocorre um aumento na tensão das fibras musculares e mantém 
o comprimento do músculo. Na contração isotônica, as fibras musculares se encurtam, o tamanho 
do músculo é diminuído e a tensão de suas fibras não é alterada. 
Quando o indivíduo mantém a postura contra a ação da gravidade, a contração neste 
caso é isométrica. E quando o indivíduo se locomove, mastiga ou fala, a contração muscular é 
isotônica.
10.2. Organização Macroscópica
A região carnosa e avermelhada do músculo é chamada ventre muscular, representa a 
porção contrátil (ativa). As conexões terminais são as extremidades do músculo que podem ser 
denominadas tendões e aponeuroses.
Figura 14 - Regiões do músculo esquelético. Fonte: Dangelo e Fattini (2007).
 
Os pontos de fixação muscular são denominados origem e inserção. As conexões terminais 
do músculo se fixam em acidentes ósseos, cartilagens e em estratos da pele.
Em relação à origem e à inserção muscular, existem algumas controvérsias, porém será 
considerado origem o ponto que permanece fixo durante a execução do movimento. O outro 
ponto de fixação que se desloca durante o movimento é chamado inserção. Nos músculos dos 
membros, a origem é proximal e a inserção é distal.
Os anexos musculares estão presentes no sistema muscular, exercendo funções como: 
facilitar o deslizamento durante a contração; manter os tendões em posição e proteção. Entre os 
principais anexos estão: fáscias, bolsas sinoviais e a bainha sinovial.
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10.2. Unidade Motora
A unidade motora é conjunto de fibras musculares inervadas pela arborização terminal 
de um único neurônio motor. Representa a menor parte de um músculo capaz de contrair-se 
isoladamente. 
10.3. Classificação Anatômica do Músculo Esquelético
A. Localização: os músculos podem ser superficiais (cutâneos) ou profundos. Os 
músculos cutâneos estão localizados abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de 
suas inserções na camada profunda da derme. Os músculos profundos estão inseridos em 
ossos, estão localizados abaixo da fáscia superficial.
B. Dimensões: os músculos podem ser longos, planos e curtos. 
C. Forma: alguns apresentam forma semelhante a uma forma geométrica. 
D. Execução de movimentos: os músculos podem ser flexores, extensores, adutores, 
abdutores, pronadores, etc.; 
E. Número de cabeças ou extremidades de origem: os músculos que apresentam duas ou 
mais extremidades e um ventre, podem ser classificados como bíceps, tríceps e quadríceps.
Obs.: Quando o músculo é policaudado (possui várias extremidades para inserção) o 
critério usado é o número de caudas ou extremidades de inserções.
F. Número de ventres: os músculos possuem uma extremidade de origem, uma de 
inserção e vários ventres. São chamados de digástrico (quando possui dois ventres) e 
poligástrico (quando possui três ou mais ventres).
G. Direção dos feixes musculares: os músculos podem apresentar um arranjo: circular, 
paralelo, fusiforme, convergente, unipenado, bipenado e multipenado.
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Figura 15 - Arranjo e forma dos arranjos dos feixes musculares. Fonte: Tank e Thomas (2008.)
11 - CLASSIFICAÇÃO FUNCIONALDOS MÚSCULOS 
ESQUELÉTICOS
A. Agonistas: são os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo.
B. Antagonistas: são os músculos que se opõem à ação dos agonistas.
C. Sinergistas: são os músculos que auxiliam os agonistas, estabilizam as articulações 
para que não ocorram movimentos indesejáveis. 
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ATENÇÃO, para completarmos a informação sobre sistema Muscular, assistam o 
vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Z-qGsycmBsE 
Figura 16 – Principais músculos do corpo. Fonte: adaptado de Human body anatomy, (2011).
Para conhecer sobre injeções intramusculares, leia a página 314 do Tortora (2005).
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 32
1 - TECIDO NERVOSO E DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO ................................................................................ 33
2 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .....................................................................................................................37
2.1. NERVOS CRANIANOS .........................................................................................................................................37
2.2. NERVOS ESPINAIS ........................................................................................................................................... 39
2.3. GÂNGLIOS E TERMINAÇÕES NERVOSAS ....................................................................................................... 40
3 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL ...........................................................................................................................41
3.1. MEDULA ESPINAL...............................................................................................................................................41
3.2. APLICAÇÃO CLÍNICA ......................................................................................................................................... 42
3.3. ENCÉFALO ......................................................................................................................................................... 42
3.4. TRONCO ENCEFÁLICO ...................................................................................................................................... 43
SISTEMA NERVOSO
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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3.5. BULBO ................................................................................................................................................................ 44
3.6. PONTE ................................................................................................................................................................ 44
3.7. MESENCÉFALO .................................................................................................................................................. 44
3.8. CEREBELO ......................................................................................................................................................... 44
3.9. CÉREBRO ........................................................................................................................................................... 45
3.10. DIENCÉFALO .................................................................................................................................................... 46
3.11. TELENCÉFALO ................................................................................................................................................... 47
3.12. VENTRÍCULOS E LÍQUIDO CEREBROSPINAL ............................................................................................... 49
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INTRODUÇÃO
O sistema nervoso é constituído por um tecido especializado, capaz de interpretar e 
desencadear respostas adequadas aos estímulos aplicados à superfície do corpo, controlando as 
funções sistêmicas do organismo.
Considerando a divisão anatômica do sistema nervoso, temos o SNC (Sistema Nervoso 
Central) que está protegido pelo esqueleto axial e o SNP (Sistema Nervoso Periférico), que está 
amplamente distribuído pelo corpo, fora do canal vertebral e cavidade do crânio.
O organismo e o ambiente estão funcionalmente inter-relacionados e o sistema nervoso 
gera uma percepção consciente, um controle motor e a interação de informações (integração). 
Nesta unidade, serão abordados os aspectos anatômicos e funcionais do sistema nervoso. 
Em síntese, esse sistema coordena todas as funções corporais, integra sensações e ideias, 
conjuga fenômenos da consciência e adapta o organismo às condições de momento.
Esta unidade foi baseada nas publicações dos autores de Neuroanatomia e Anatomia 
Humana Básica como Martin (2013); Miranda Neto et al. (2008); Tortora e Grabowisnk (2007).
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1 - TECIDO NERVOSO E DIVISÕES DO SISTEMA 
NERVOSO
Os componentes celulares do tecido nervoso são os neurônios (células nervosas 
especializadas na condução e transmissão do impulso nervoso) e as células da glia (suporte 
metabólico e estrutural).
Os neurônios representam a unidade celular funcional do sistema nervoso com 
propriedades específicas, como excitabilidade/irritabilidade (capacidade de ser estimulado), 
condutibilidade (condução de impulsos nervosos) e comunicação (transmissão do impulso 
nervoso de uma célula para outra).
Todos os neurônios possuem um plano morfológico comum, mesmo que ocorram em 
diferentes formas e tamanhos, cada um possui quatro regiões especializadas: corpo celular, 
dendritos, axônio e ramificações terminais ou terminações axônicas. Observe a ilustração (Figura 
1) que apresenta a morfologia e funções de cada região do neurônio. 
Figura 1 - Neurônio e tipos de sinapses. Fonte: Meneses (2015).
Neurônios se comunicam uns com os outros nas sinapses (comunicação de um neurônio 
para o outro), nas quais a transmissão do impulso pode ser química ou elétrica. 
A transmissão do impulso nervoso na sinapse química é mediada pela liberação de 
neurotransmissores e na sinapse elétrica há junções comunicantes, que permitem a passagem de 
íons de uma célula para outra, resultando em uma conexão elétrica e a transmissão dos impulsos. 
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Os critérios de divisão do sistema nervoso destacados nesta unidade serão os aspectos 
morfofuncionais (divisão anatômica e divisão funcional). Na figura 2, observe os componentes do 
SNC (Sistema Nervoso Central) e SNP (Sistema Nervoso Periférico), considerando a localização 
do encéfalo e da medula espinal, na cavidade do crânio e no canal vertebral, respectivamente. 
Já os nervos, gânglios e terminações nervosas estão localizados fora do esqueleto axial, estão 
distribuídos por toda a periferia do corpo (pele, músculos, vísceras, etc.). Anatomicamente os 
componentes do SNC e do SNP são organizados separadamente, porém, funcionalmente são 
interdependentes.
Figura 2 – Divisão Anatômica do Sistema Nervoso. Fonte: a autora.
 
No corte mediano da cabeça (Figura 2), pode ser observado cada região componente do 
encéfalo segundo a divisão anatômica. As características de cada região destacadas na figura 3 
serão descritas nesta unidade.
Na substância cinzenta do encéfalo e da medula há grande predomínio de corpos de 
neurônios e no SNP os corpos de neurônios são encontrados nos gânglios nervosos.
Figura 3 - Componentes do encéfalo. Fonte: Adaptado de IBM (2009).
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O encéfalo e a medula espinal são protegidospor membranas de tecido conjuntivo, 
conhecidas como meninges (Figura 4). As meninges são:
• Dura-máter: meninge externa, caracteriza-se por ser extremamente rígida, sendo 
formada por tecido conjuntivo fibroso. No encéfalo, a dura-máter apresenta duas 
camadas, enquanto que na medula espinal existe apenas uma. A camada externa à dura-
máter encefálica é fortemente aderida aos ossos. A camada interna à dura-máter separa 
as partes do encéfalo, formando pregas denominadas: foice do cérebro (separa os dois 
hemisférios do cérebro), foice do cerebelo (separa os dois hemisférios do cerebelo) e o 
tentório do cerebelo (separa o cérebro do cerebelo).
• Aracnoide-máter: meninge média, muito delgada e muito delicada, possui septos que 
partem da pia-máter lembrando uma “teia de aranha”. 
• Pia-máter: meninge interna e íntima, pois encontra-se fortemente ligada ao encéfalo e 
à medula espinal.
Figura 4 - Meninges em corte frontal centrado sobre o seio sagital superior. Fonte: Meneses (2015).
Há espaços intermeníngeos denominados:
• Espaço epidural (peridural): localizado entre a meninge dura-máter e o periósteo 
do canal vertebral. Esse espaço é exclusivo da medula espinal, já que no crânio, a dura-
máter está fortemente aderida aos ossos. É preenchido por tecido adiposo e por vasos 
sanguíneos constituintes do plexo venoso vertebral interno. Pode ser via de administração 
de anestésicos (anestesia epidural).
• Espaço subdural: localizado entre as meninges dura-máter e a aracnoide-máter, é um 
espaço estreito preenchido por uma película líquida que evita a aderência entre as duas 
meninges. 
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• Espaço subaracnóideo: localizado entre as meninges aracnoide-máter e a pia-máter. É 
amplo e é preenchido pelo líquido cerebrospinal (LCE). Nesse espaço (em nível de canal 
vertebral) podem ser administrados anestésicos espinais (conhecido popularmente como 
raquianestesia).
As complicações ocasionadas pelo bloqueio subaracnóideo variam desde 
sintomas leves, como dor lombar associada ao trauma da agulha, até 
compressão medular potencialmente irreversível por hematoma subdural. [...] 
A neurotoxicidade depende da potência, solubilidade lipídica e ligação proteica, 
sendo lidocaína e tetracaína as drogas mais tóxicas (OLIVEIRA et al., 2015).
Considerando-se critérios funcionais, sistema nervoso é dividido em: Sistema Nervoso 
Somático (SNS) ou de vida de relação e Sistema Nervoso Visceral (SNV) ou de vida vegetativa.
O sistema nervoso somático é responsável por permitir que o organismo se relacione 
com os outros e com o ambiente, por meio de vias sensitivas (vias aferentes), que levam impulsos 
dos receptores localizados nos órgãos do sentido, em músculos e articulações, e continuam em 
direção ao SNC; por vias motoras (vias eferentes), responsáveis por conduzir os impulsos do SNC 
para o músculo estriado esquelético, resultando em contração voluntária. 
O sistema nervoso visceral também possui vias aferentes e eferentes. Neste caso, as vias 
aferentes partem dos receptores presentes nos órgãos ou vísceras e se estendem até o SNC; a via 
eferente (componente motor) é também referida como sistema nervoso autônomo (SNA) e é 
responsável por conduzir impulsos do SNC para o músculo cardíaco, liso, glândulas e adipócitos.
O SNA é dividido em três partes: simpático, parassimpático e entérico. A parte simpática 
(porção toracolombar) é responsável pela constrição dos vasos sanguíneos, dilatação da pupila, 
ereção dos pelos, aumento do ritmo cardíaco (taquicardia), dilatação dos brônquios, ejaculação, 
etc. A parte parassimpática (craniossacral) promove constrição da pupila e acomodação visual, 
diminuição do ritmo cardíaco (bradicardia), constrição dos brônquios, ereção, etc.
A parte entérica do SNA e conhecida como sistema nervoso entérico (SNE), que é 
constituído por redes neurais encontradas entre os estratos da parede do tubo digestório. Os 
neurônios formam plexos responsáveis pelo controle do peristaltismo, motilidade intestinal e 
tonicidade dos vasos sanguíneos intestinais.
“Qual a relação e importância da atividade simpática e parassimpática para o or-
ganismo?” 
Saiba mais sobre SNA e suas partes em “Miranda-Neto et al., capítulo 5, páginas 
43-45”.
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2 - SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
O SNP é encontrado fora do paquímero dorsal. Esse sistema é constituído por nervos 
(feixes de fibras nervosas), gânglios nervosos (conjunto de corpos de neurônios) e terminações 
nervosas (dispositivos presentes na extremidade do nervo).
Os nervos são cordões esbranquiçados, formados por fibras nervosas, sendo que que cada 
fibra nervosa é envolta pelo endoneuro. Cada feixe nervoso (conjunto de fibras nervosas) é envolto 
pelo perineuro. Para formar os nervos, os feixes nervosos são envoltos por um revestimento 
denominado epineuro. 
Os nervos que apresentam conexão com o encéfalo são conhecidos como nervos 
cranianos, e os nervos que apresentam conexão com a medula espinal, são denominados nervos 
espinais. Há 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais.
Funcionalmente, os nervos são classificados como motor (eferente), sensitivo (aferente) 
e misto. 
• Nervos motores: o impulso é conduzido do SNC para a periferia.
• Nervos sensitivos: o impulso é conduzido da periferia para o SNC. 
• Nervos mistos: o impulso será conduzido nos dois sentidos. 
2.1. Nervos Cranianos
A maioria dos nervos cranianos (Figura 5) apresentam conexão com o tronco encefálico, 
exceto os dois primeiros pares. No quadro 1 apresenta a classificação e as principais funções dos 
12 pares de nervos cranianos.
NERVOS CRANIANOS
I. Nervo Olfatório
II. Nervo Óptico
III. Nervo Oculomotor 
IV. Nervo Troclear
V. Nervo Trigêmeo
VI. Nervo Abducente
CLASSIFICAÇÃO
Sensitivo
Sensitivo
Motor
Motor
Misto
Motor
FUNÇÃO
Condução dos impulsos olfatórios para o SNC.
Condução dos impulsos visuais para o SNC.
Condução dos impulsos motores aos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular). 
Condução dos impulsos motores aos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular).
Condução dos impulsos de sensibilidade geral da 
meninge dura-máter encefálica, pele da face, das 
mucosas das cavidades nasal, oral e seios paranasais, 
dos dentes e dos 2/3 anteriores da língua. Condução 
dos impulsos de motricidade aos músculos da 
mastigação. 
Condução dos impulsos motores aos músculos do 
olho (movimentação do globo ocular).
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Misto
Sensitivo
Misto
Misto
Motor
Motor
Condução dos impulsos de sensibilidade especial 
(gustação) dos 2/3 anteriores da língua e impulsos 
nervosos de sensibilidade geral do palato mole, parte 
do pavilhão auditivo e meato acústico externo. 
Condução dos impulsos motores aos músculos da 
expressão facial, glândulas salivares e glândula 
lacrimal. 
Condução impulsos relacionados com o equilíbrio 
(parte vestibular) e a audição (parte coclear).
Condução dos impulsos os impulsos de sensibilidade 
especial (gustação) do 1/3 posterior da língua e de 
sensibilidade geral do 1/3 posterior da língua, da 
faringe, úvula, tonsila e tuba auditiva, parte do pavilhão 
auditivo e meato acústico externo. 
Condução dos impulsos de motricidade da glândula 
salivar parótida, dos músculos constritores da faringe.
Condução dos impulsos de sensibilidade geral da 
faringe, laringe, traqueia, esôfago, demais vísceras 
torácicas, estômago, intestino delgado, fígado, baço, 
pâncreas e parte do intestino grosso. 
Condução dos impulsos de motricidade para os 
músculos da laringe e faringe, vísceras torácicas e 
parte das vísceras abdominais.
Condução dos impulsos de motricidade para laringe, 
vísceras torácicas e para os músculos trapézio e 
esternocleidomastóide.
Condução dos impulsos de motricidade para 
musculatura da língua.
VII. Nervo Facial
VIII. Nervo Vestibulococlear
IX. NervoGlossofaríngeo
X. Nervo Vago
XI. Nervo Acessório
XII. Nervo Hipoglosso
Quadro 1 - Classificação e funções gerais dos nervos cranianos. Fonte: adaptado de Madeira (2010).
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Figura 5 - Representação dos 12 pares de nervos cranianos. Fonte: Netter (2015).
 
2.2. Nervos Espinais
 
Todos os nervos espinais (Figura 6) são classificados como mistos, pois são resultantes da 
união das fibras nervosas da raiz sensitiva e raiz motora da medula espinal. Os nervos situam-se 
logo abaixo da vértebra correspondente, com exceção dos nervos cervicais, que têm início entre 
o osso occipital e a primeira vértebra e terminam entre a sétima vértebra cervical e a primeira 
vértebra torácica, atravessando os forames intervertebrais.
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A denominação dos nervos se dá conforme a conexão com os segmentos medulares: 8 
pares de nervos cervicais, 12 pares de nervos torácicos, 5 pares de nervos lombares, 5 pares de 
nervos sacrais e 1 par de nervos coccígeos. (Figura 5).
Os ramos nervosos posteriores se distribuem aos músculos e à pele da região dorsal do 
tronco e da região occipital. Os ramos nervosos anteriores se distribuem pela região anterolateral 
do pescoço e do tronco, da musculatura, pele, ossos, articulações e vasos dos membros superiores 
e inferiores, formando redes de nervos que se ramificam formando os plexos nervosos espinais.
Os plexos ocorrem em ambos os lados da coluna vertebral, são denominados conforme 
a região da seguinte forma: plexo cervical, plexo braquial, plexo lombar, plexo sacral e plexo 
coccígeo.
Figura 6 - Representação dos 12 pares de nervos cranianos. Fonte: Netter (2015). 
2.3. Gânglios e Terminações Nervosas
Os gânglios nervosos representam corpos de neurônios localizados fora do SNC, podem 
ser classificados como sensitivos e motores, podendo ser somáticos e viscerais.
As terminações nervosas representam dispositivos presentes nas extremidades das fibras 
nervosas, podendo ser sensitivas ou motoras.
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Entre as terminações sensitivas há uma classificação anatômica e uma classificação 
funcional. De acordo com a morfologia das terminações nervosas sensitivas (Receptores), podem 
ser classificadas como gerais (livres e capsulares) ou especiais. Na classificação funcional podem 
ser exteroceptores, proprioceptores ou vísceroceptores. Já as terminações motoras podem ser 
somáticas e viscerais.
3 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL
3.1. Medula Espinal
A medula espinal representa o segmento caudal do SNC, está alojada no canal vertebral 
se estendendo do forame magno do osso occipital até a segunda vértebra lombar (L2) com 
tamanho médio entre 42-45 cm. É limitada superiormente por uma linha transversal imaginária 
e é continua ao bulbo do tronco encefálico. Inferiormente, se afunila por volta da L2, formando 
o cone medular.
Observando a morfologia externa, tem forma cilindroide, achatada no sentido 
ânteposterior, apresenta dois sulcos que são denominados de fissura mediana anterior (sulco 
profundo) e sulco mediano posterior (sulco superficial), ambos dividem a medula em lado direito 
e esquerdo. Ao fim do cone medular estende-se um filamento único denominado filamento 
terminal e inferior a L2 até o cóccix observa-se a presença de filamentos que em conjunto é 
chamado de cauda equina.
Há duas intumescências resultantes do aumento do contingente neuronal, chamadas de 
intumescência cervical e intumescência lombossacral. Essas regiões dão origem à inervação dos 
membros superiores e inferiores. 
Figura 7 - Visão posterior da parte inferior da medula espinal e da cauda equina, após a abertura da dura-máter. 
Fonte: Meneses (2015).
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3.2. Aplicação Clínica
No espaço subaracnóideo, entre a aracnoide e a pia-máter, encontra-se grande quantidade 
de líquido cerebrospinal (LCE). Como o cone medular encontra-se acima da segunda vértebra 
lombar e abaixo só existem raízes medulares da cauda equina e o filamento terminal, a cisterna 
lombar é um local muito utilizado para as punções lombares. Em diferentes situações, pode ser 
necessário proceder ao exame do LCE ou aplicar a injeção de substâncias como contraste para 
exame radiológico, nas mielografias, medicamentos para o tratamento de diferentes doenças e 
substâncias para as anestesias espinais. Nestes casos, é realizada a punção lombar, onde uma 
agulha é introduzida na linha mediana da região lombar, entre os processos espinhosos das 
vértebras situadas entre L2 e o sacro, com cuidados de assepsia para evitar contaminação. A 
cisterna lombar contém grande quantidade de LCE, e não há risco de lesão medular se a punção 
for realizada abaixo do cone medular.
Na superfície da medula espinal é possível observar a conexão de filamentos nervosos 
denominados filamentos radiculares. A união desses filamentos radiculares formam os 31 pares 
de nervos espinais. Cada região medular conectada a um par de nervo espinal é denominada 
segmento medular. Como são 31 pares de nervos espinais há também 31 segmentos medulares. 
Estes segmentos são: 8 segmentos medulares cervicais, 12 segmentos medulares torácicos, 5 
segmentos medulares lombares, 5 segmentos medulares sacrais e 1 segmento medular coccígeo.
 Em um corte transversal da medula espinal, a substância cinzenta se distribui na forma 
da letra “H” ou semelhante a uma “borboleta” circundado pela substância branca, que se encontra 
na periferia.
 A medula espinal representa via de comunicação e transmissão de informações sensitivas 
e motoras (vias ou projeções ascendentes e descendentes), também serve como centro integrador 
para os reflexos espinais (respostas motoras rápidas às alterações ambientais).
3.3. Encéfalo 
O encéfalo é o centro de registros e interpretação das sensações, tomada de decisões, 
início das ações, além de ser considerado o centro de inteligência, das emoções e memória. 
Recebe informações do corpo e controla suas atividades, principalmente através de conexões com 
a medula espinal. Serão descritas a seguir as características anatômicas gerais dos componentes 
encefálicos: tronco encefálico, cerebelo e cérebro.
O peso médio de um encéfalo humano varia entre 1.250 g e 1.600 g, dependendo 
do peso do corpo: um indivíduo de maior compleição geralmente tem um 
encéfalo mais pesado. O peso médio de um encéfalo masculino é 1.350 g e, de 
um feminino, 1.250 g. Ao redor dos 20 anos de idade, o encéfalo atinge o seu 
peso máximo. Nos idosos, há uma diminuição do peso do encéfalo por causa 
da atrofia relacionada à idade. O peso do encéfalo não é indicativo do grau de 
inteligência do indivíduo (KAHLE; FROTCHER, 2008, p. 16).
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3.4. Tronco Encefálico
O tronco encefálico está localizado na cavidade do crânio, sobre a parte basal do osso 
occipital, situado anterior ao cerebelo e estende-se desde a medula espinal até o diencéfalo. Está 
dividido em três regiões distintas: bulbo, ponte e mesencéfalo (Figura 8). 
Em sua região inferior (caudal) o bulbo continua-se com a medula espinal no nível do 
forame magno, não havendo limite anatômico claro. Em sua região superior (cranial), apresenta 
como limite com o diencéfalo os tratos ópticos.
Grupos neuronais do tronco encefálico tomam parte em virtualmente todas as tarefas 
do sistema nervoso central. Em sua estrutura interna difere-se da medula espinal, pois não 
há distinção de substância branca e substância cinzenta. Apresenta muitos núcleos nervosos e 
formação reticular.
A formação reticular é uma rede de neurônios que participa da ativação do córtex cerebral, 
estabelece comunicações com a medula espinal, cerebelo e cérebro. Tem como principais funções: 
integração de reflexos, controle da frequência cardíacae respiratória, controle vasomotor, etc.
Figura 8 - Face anterior do tronco do encéfalo com o bulbo (8), a ponte (P) e o mesencéfalo (M). Fonte: Meneses 
(2015).
“Após um trauma, o que pode ocorrer caso um indivíduo perca a conexão medula 
espinal com o tronco encefálico?”
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3.5. Bulbo
Esse segmento do tronco encefálico representa a continuação da medula espinal no 
encéfalo, portanto, todos os sulcos e fissuras presentes na medula espinal também são encontrados 
no bulbo. 
Superiormente o bulbo está separado da ponte por um sulco transversal denominado 
sulco bulbopontino. Na face anterior do bulbo há uma fissura mediana anterior e também 
distinguem-se as olivas e as pirâmides. A oliva apresenta os núcleos nervosos olivares conectados 
por fibras nervosas ao cerebelo e envolvidos no mecanismo da aprendizagem motora. 
3.6. Ponte
A ponte consiste em uma grande elevação na superfície anterior do tronco encefálico, 
localizada entre o bulbo e o mesencéfalo. É caracterizado pela presença do sulco basilar em sua 
face anterior, em sua região lateral há um feixe nervoso denominado pedúnculo cerebelar médio 
que conecta a ponte ao cerebelo. 
Uma parte da face posterior do bulbo e a face posterior da ponte formam a fossa romboide, 
que serve como soalho do IV ventrículo.
3.7. Mesencéfalo
É o segmento cranial (superior) do tronco encefálico que está ligado ao diencéfalo. O 
sulco que limita a ponte e o mesencéfalo é denominado sulco pontinho superior. Internamente 
apresenta um canal denominado aqueduto do mesencéfalo, núcleos rubros e substância negra. 
Em sua face anterior há dois pedúnculos cerebrais e na face posterior destacam-se os colículos 
superiores e inferiores (saliências arredondadas que formam a lâmina quadrigêmea) que 
participam da via visual e auditiva.
3.8. Cerebelo
O cerebelo está alojado na fossa cerebelar do osso occipital, situado posterior ao tronco 
encefálico e inferior ao telencéfalo. É caracterizado pela presença de dois hemisférios cerebelares, 
sendo um direito e o outro esquerdo, que se unem pelo verme do cerebelo (Figura 9).
A conexão do cerebelo com outras partes do SNC se dá por meio de três feixes nervosos 
denominados pedúnculos cerebelares superior, médio e inferior, que estão conectados com o 
bulbo e medula espinal, ponte e mesencéfalo, respectivamente.
Estruturalmente, a substância cinzenta forma o córtex cerebelar e a substância branca 
está localizada centralmente. A superfície do cerebelo apresenta uma série de sulcos e fissuras que 
o subdividem em regiões denominadas de folhas, lóbulos e lobos (Figura 8). 
O cerebelo participa do controle do equilíbrio, regulação do tônus muscular, manutenção 
da postura e coordenação dos movimentos voluntários. Também possui um papel no aprendizado 
motor. Especula-se que as lesões cerebelares podem levar a desordens de funções corticais 
superiores e a mudanças nas emoções, mas isto ainda não foi fundamentado.
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Com base na filogenia (aspectos evolutivos e genéticos), o cerebelo está dividido em:
Arquicerebelo: recebe impulsos da orelha, que garantem a noção de posição, auxiliando 
o cerebelo com a sua função de manutenção do equilíbrio. 
Paleocerebelo: controla o tônus muscular e a manutenção da postura. 
Neocerebelo: Apresenta como função a coordenação de pequenos movimentos e é 
encontrado nos mamíferos. 
Figura 9 - Hemisférios cerebelares. Fonte: Netter (2015).
3.9. Cérebro
O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo fluxo sanguíneo 
renal e cardíaco. Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue 
aproximadamente igual ao próprio peso do indivíduo adulto.
Como explicado na divisão anatômica do sistema nervoso, o cérebro é constituído pelo 
telencéfalo e diencéfalo.
Considerando a terminologia anatômica, caso ocorra uma hemorragia na região 
do cerebelo, é correto afirmar que houve um AVC (Acidente Vascular Cerebral)?
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3.10. Diencéfalo
O diencéfalo (figura 10) encontra-se encoberto pelo telencéfalo e suas regiões constituintes 
são: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. 
- Tálamo: formado por duas massas cinzentas ovoides que se comunicam por meio da 
aderência intertalâmica. Representa o local de recepção e integração da maioria os impulsos 
sensitivos que se direcionam para o córtex cerebral; participa das funções de controle motor e 
controle das emoções. 
- Hipotálamo: localizado ântero-inferiormente ao tálamo, é formado por vários núcleos 
hipotalâmicos que atuam na regulação da homeostasia, controle do SNA, controle da hipófise, 
regulação endócrina, regulação da temperatura corporal, regulação da frequência cardíaca e 
da pressão arterial, também participa do controle das emoções e comportamento sexual. Vale 
destacar entre as estruturas hipotalâmicas, além da hipófise, há o quiasma óptico e os corpos 
mamilares.
- Epitálamo: região posterior do diencéfalo que apresenta duas porções, sendo uma 
endócrina (responsável por secretar melatonina) e outra não-endócrina (participa do controle 
das emoções). Com a secreção da melatonina, a glândula pineal organiza os ciclos circadianos, 
auxiliando no controle do sono e da vigília.
- Subtálamo: área de transição entre o tálamo e o mesencéfalo. Os núcleos subtalâmicos 
têm um importante papel no controle dos movimentos corporais.
Figura 10 - A face inferior do hipotálamo e estruturas circunjacentes. (Fotografia por Kevin Fitzpatrick, em nome da 
GKT School of Medicine, London). Corte mediano da cabeça, destacando as regiões do diencéfalo: H. hipotálamo; T. 
tálamo; E. epitálamo. Fonte: adaptado de Standring (2010) e Netter (2015).
SITUAÇÃO CLÍNICA: Lesões do subtálamo provocam o hemibalismo, síndrome 
caracterizada por surgimento de movimentos involuntários anormais das extre-
midades. Em alguns casos, estes movimentos são violentos e não desaparecem 
durante o sono. 
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3.11. Telencéfalo
Os hemisférios cerebrais direito e esquerdo formam o telencéfalo. Os dois hemisférios 
estão parcialmente separados pela fissura longitudinal, unidos e integrados por meio de um feixe 
de fibras nervosas, denominado corpo caloso.
É caracterizado pela presença de giros e sulcos. Observa-se uma grande variação 
anatômica entre os giros e sulcos. Cada extremidade do hemisfério cerebral é conhecido como 
polos frontal, temporal e occipital.
Profundamente, em cada hemisfério cerebral encontra-se núcleos da base. Os núcleos da 
base são conjuntos de corpos de neurônios que estão relacionados ao controle da motricidade 
somática, planejamento motor e também participa com outros componentes do sistema límbico 
no controle das emoções.
O telencéfalo apresenta cinco lobos (Figura 11) e cada lobo é formado por um conjunto 
de giros que desempenham funções particulares.
Lobo Frontal: se estende do polo frontal até o sulco central. Atua no planejamento 
futuro, raciocínio, pensamento abstrato, comportamento agressivo e sexual, seletividade 
de atenção e memória, fala e coordenação de movimentos voluntários.
Lobo Parietal: localizado posterior ao sulco central e anterior ao sulco parieto-occipital. 
Contém o córtex somatossensorial primário, onde interpreta impulsos nervosos 
relacionados à sensações gerais.
Lobo Occipital: posterior ao sulco parieto-occipital e se estende até o polo occipital. Está 
relacionado fundamentalmente à visão.
Lobo Temporal: inferior ao sulco lateral. Responsável pela audição, linguagem, ordenação 
de pensamento, memória, comportamento emocional e sexual.
Lobo da Ínsula: lobo interno. Relacionado à percepção e à geração de respostas 
emocionais.
Considerando a organização interna de cada hemisfério cerebral, observa-se uma 
camada externa de célulasnervosas (substância cinzenta cerebral ou córtex cerebral), núcleos da 
base (núcleo caudado, putame, globo pálido e claustrum), corpo amigdaloide e demais núcleos 
límbicos.
Um antigo ponto de vista filogenético classificava o córtex cerebral em: arquicórtex e o 
paleocórtex e um neocórtex. Essas distinções refletem o arranjo organizacional dos elementos 
celulares em diferentes regiões. 
No ponto de vista funcional, o córtex é dividido em áreas de Projeção e áreas de 
Associação. As áreas de projeção podem ser sensorial ou motora. É considerada área de projeção 
sensorial quando recebe e interpreta os impulsos de sensibilidade geral e especial. Quando a área 
inicia a resposta motora considera-se área de projeção motora. Já as áreas de associação estão 
relacionadas às funções mais complexas e integrativas.
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O grande desenvolvimento dos hemisférios cerebrais ocorrido durante a 
evolução das espécies culminou com a caracterização do cérebro humano, cujas 
capacidades mais diferenciadas se devem particularmente ao surgimento e 
desenvolvimento do neocórtex, principal responsável pelo maior tamanho do 
sistema nervoso central (SNC) em relação ao corpo (grau de encefalização) e, 
sobretudo, pela sua complexa rede neural (MENESES, 2015, p. 228).
Figura 11 - Características anatômicas dos hemisférios cerebrais. Fonte: Tortora (2007).
Saiba mais sobre os núcleos da base e importância do sistema Límbico em Tor-
tora (2007), capítulo 18.
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3.12. Ventrículos e Líquido Cerebrospinal
As cavidades presentes no SNC são denominados como ventrículos laterais (I e II), III 
ventrículo e IV ventrículo (Figura 12). Os ventrículos laterais estão localizados no telencéfalo, o 
III ventrículo situa-se no diencéfalo, o IV ventrículo está posterior ao tronco encefálico e anterior 
ao cerebelo.
O líquido cerebrospinal (LCE) é um líquido incolor, constituído por muitos linfócitos, 
responsável por proteger o sistema nervoso central contra lesões físicas e químicas, tendo como 
funções: a proteção contra possíveis impactos dos ossos com o SNC; a eliminação de detritos; 
e o fornecimento de nutrientes para o SNC, além de proteger contra microrganismos. É capaz, 
também, de levar oxigênio e outras substâncias necessárias do sangue para os neurônios e células 
da glia. O LCE é produzido nos plexos corióideos, circulando pelo espaço subaracnóideo e no 
interior dos ventrículos, sendo reabsorvido pelo sangue venoso.
Quando há falhas na reabsorção do LCE pode ocorrer hidrocefalia. Recentemente na 
Neurocirurgia, o uso de instrumentos ópticos (neuroendoscópios) inseridos por pequenas 
trepanações no crânio e que são dotados de canais por onde instrumentos cirúrgicos podem ser 
inseridos, tem substituído as cirurgias convencionais. É possível tratar a hidrocefalia, em casos 
selecionados, abrindo-se o assoalho do terceiro ventrículo na região tuberal, criando-se uma via 
de saída do liquido represado nos ventrículos para a cisterna mesencefálica e, assim, dispensar o 
uso de derivações ventriculares com válvulas e evitar suas complicações. Esse é o procedimento 
mais frequente e recebe o nome de terceiroventriculostomia endoscópica. 
Figura 12 - O sistema ventricular. A, Vista anterior; B, vista lateral esquerda. Fonte: Standring (2010).
Enfim, o sistema nervoso é fascinante, reativo, criativo, dinâmico e considerando a 
evolução científica, o progresso da imagem clínica e morfológica, cada vez mais funcional; espero 
que você como acadêmico (a) da área da saúde faça muitas correlações e conexões com sua 
futura área de atuação. Compare a estrutura anatômica com a respectiva função e localização. 
Compreenda quais são as áreas morfofuncionais da emoção, da inteligência, do controle motor, 
áreas de controle da linguagem e percepção auditiva, centros de controle da respiração, da 
frequência cardíaca, da atenção, do sono, do apetite, etc.
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................51
1 - SISTEMA CARDIOVASCULAR ............................................................................................................................. 52
1.1. VASOS SANGUÍNEOS ......................................................................................................................................... 52
1.2. CORAÇÃO ............................................................................................................................................................ 53
2 - ASPECTO CLÍNICO ............................................................................................................................................. 56
2.1. IRRIGAÇÃO, DRENAGEM E INERVAÇÃO DO CORAÇÃO .................................................................................. 57
2.2. TRAJETO DO SANGUE NA CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA .................................................................................. 57
3 - SISTEMA LINFÁTICO .......................................................................................................................................... 59
4 - SISTEMA RESPIRATÓRIO .................................................................................................................................. 62
4.1. ANATOMIA DA VIA AÉREA SUPERIOR ............................................................................................................ 63
4.2. ANATOMIA DA VIA AÉREA INFERIOR ............................................................................................................. 66
SISTEMAS CARDIOVASCULAR, 
LINFÁTICO E RESPIRATÓRIO
PROF.A CLAUDIA CRISTINA BATISTA EVANGELISTA COIMBRA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ANATOMIA HUMANA
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade estudaremos a circulação do sangue e da linfa em um circuito fechado de 
vasos, com importantes funções relacionadas à defesa do organismo, transporte e regulação.
É importante estabelecer a relação entre a circulação e o processo de troca gasosa.
No sistema cardiovascular será abordado o conjunto de vasos sanguíneos responsáveis 
pela circulação sistêmica e pulmonar; morfologia do coração e sua inervação.
Os capilares sanguíneos são responsáveis pela troca de substâncias entre os tecidos e o 
sangue, no entanto, não são todas as substâncias que conseguem ser retiradas pelos capilares 
sanguíneas, permanecendo nos espaços intersticiais. Quando o liquido intersticial é drenado é 
denominado de linfa, que é retirado e devolvido para a corrente sanguínea, uma vez que seu 
acúmulo pode acarretar prejuízo ao tecido.
O sistema linfático compreende uma rede vascular responsável pela drenagem do liquido 
intersticial, linfonodos e órgãos linfáticos.
No sistema respiratório, serão descritas as características anatômicas mais relevantes dos 
componentes da via área superior e da via aérea inferior, com isso espero que você entenda a 
mecânica da respiração.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é constituído pelo coração e por uma rede vascular responsável 
pelo transporte de oxigênio, de moléculas nutritivas para as células do tecido e de dióxido de 
carbono e outros resíduos para fora das células do tecido. Também conduz hormônios e outras 
substâncias reguladoras para os seus órgãos-alvo.
1.1. Vasos Sanguíneos
São ductos musculares responsáveis pela condução do sangue do coração para os tecidos 
e dos tecidos de volta para o coração.
As artérias são vasos eferentes, que se originam direta ou indiretamente da aorta e do 
tronco pulmonar. Podem ser elásticas (grande calibre), musculares (médio calibre) e as menores

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