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Maycon Moraes Mendes¹, Natália Vanina Reguera Soto¹, Rodrigo Conceição Sampaio¹, Samuel Augusto Troian Vianna¹, Solange Carvalho Lima¹ Elisandra Vieira da Silva² Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Ciências Contábeis (FLC29142) – Prática do Módulo IV - 04/04/23 Maykon Moraes Mendes¹ Natália Vanina Reguera Soto¹ Rodrigo Conceição Sampaio¹ Samuel Augusto Troian Vianna¹ Elisandra Vieira da Silva² 1. INTRODUÇÃO Este trabalho se refere as novas regras adotadas pelo Governo Federal em relação a situação do país devido a Pandemia do COVID-19. O impacto causado pela quarentena e o isolamento social no setor empresarial, que medidas os empregadores vieram a utilizar. Quais as Medidas Provisórias o Governo Federal criou para amenizar a situação em meio a pandemia no setor empresarial e trabalhista. As especificações das medidas provisórias e como essas beneficiaram o empregador e o empregado. São apontados também alguns reflexos das medidas devido ao COVVID-19 na atualidade, como também alguns benefícios adquiridos através de novos métodos e hábitos para o setor empresarial. Em conversa com o contador e advogado Adilson Franchi Bastiani proprietário da empresa Nova Contabilidade LTDA, obtivemos uma melhor noção sobre estas informações. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O Trabalho apresentado se refere a situação vivida no País devido ao COVID-19. Onde o setor empresarial e a classe trabalhista sofreram grande impacto. Devido a esta situação o Governo Federal declarou estado de calamidade pública, e criou algumas medidas para impedir a propagação do vírus, entre essas medidas estava a quarentena e o isolamento social. Com essas medidas sendo executadas em todo o país, começou os problemas no setor empresarial. No momento em que as medidas de isolamento iniciaram, atingiram principalmente as empresas de médio e pequeno porte. “A tendência é uma redução fortíssima do emprego, formal ou não, e a utilização de política de renda mínima emergencial.” (Silva, 2020, p. 3). Sem recursos para a manutenção, para as suas atividades, as empresas começaram a encerrar as suas atividades. Ocasionando um grande número de desemprego: O setor de serviços, dependente da renda disponível e responsável pela maior parcela da ocupação no país, reduziu drasticamente suas atividades ou as manteve precariamente. Em segmentos inteiros da indústria, aconteceu da mesma forma. Para uma visibilidade mais imediata dos impactos da crise tornou-se necessário verificar que setores foram afetados na sua logística de abastecimento e mesmo de mercado final, em cálculo de difícil precisão. De outra parte, acentuou-se a segmentação do mercado de trabalho. De um lado, um contingente imenso de trabalhadores informais – assalariados sem carteira e conta própria – viu seu trabalho desaparecer e assim sua própria renda. De outro, no andar de cima do mercado de trabalho, posicionado nos escritórios nas tarefas de gestão geral dos negócios, ATUAL GESTÃO EMPRESARIAL E AS REGRAS TRABALHISTAS DEVIDO AO COVID-19 2 o trabalho em domicílio com suporte da tecnologia tornou-se uma imposição. (AMORIM, 2020, p. 9 e 10). Foram criadas pelo Governo Federal Medidas Provisórias, como forma de minimizar o problema. A Medida Provisória Nº 927/2020, dispunha de medidas trabalhista, das quais, o empregador podia adotar para preservar o emprego e a renda durante o estado de calamidade pública. Com essa medida o empregador conseguia manter o empregado e evitar o desemprego em massa como vinha acontecendo em outros países. Vale ressaltar sobre como o Brasil contornou a situação do desemprego em relação a outros países. No mercado formal americano em torno de cinco ou seis semanas houve 30 milhões de demissões e no Brasil foram impedidas 10 milhões de demissões. Nesse período houve no Brasil em torno de 1 milhão de demissões no mercado formal. A Medida Provisória Nº 936/2020 convertida em lei, tem o objetivo de preservar o emprego e renda, garantir a continuidade das atividades laborais e empresariais; e reduzir o impacto social decorrente das consequências do estado de calamidade pública. Segundo Zylberstajn (2020) Ao parecer a motivação das medidas tomadas foi justamente manter a renda dos trabalhadores na base da pirâmide. Tanto na forma de acordos individuais como coletivos. Foram criados mecanismos e recursos necessários para manter o fluxo de renda, de consumo e o emprego dos trabalhadores. É importante lembrar que caso fosse adotado pelo empregador alguma das medidas elencadas na MP 936, o empregado devia retornar ao trabalho retomando as atividades no seu curso normal, assim que fosse determinado. Vale considerar que uma das maiores preocupações era que o prazo das medidas autorizadas pelas MPs e convenções coletivas para manutenção dos empregos se encerrasse antes que o estado de calamidade acabasse e antes que se retomasse a economia, causando o fechamento de empresas e o desemprego. 3 Visto através do gráfico se tem uma noção de quais as formas que mais foram utilizadas conforme a necessidade do empregador e do empregado. Medida Provisória 927 Devido aos efeitos que o estado de calamidade pública vinha causando no setor econômico, o governo adotou algumas medidas das quais os empregadores poderiam utilizar. Para que utilizando estas medidas o impacto não fosse tão grande nem para o empregador nem para o trabalhador. Estas medidas foram: O teletrabalho; A antecipação de férias individuais A concessão de férias coletivas O aproveitamento e a antecipação de feriados O banco de horas A suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho O diferimento do recolhimento do Fundo De Garantia Do Tempo De Serviço-FGTS 1.1 Teletrabalho Uma medida criada pela Reforma Trabalhista com regras específicas e modernizando as relações de trabalho, dando contorno jurídico definido para trabalhos desenvolvidos por meios 4 tecnológicos. O teletrabalho não é realizado apenas em domicílio ( é quando o trabalhador, exerce seu trabalho em seu próprio domicílio com ajuda de mecanismos telemáticos). Também pode ser executado através de telecentros (locais que possuem as instalaçõe adequadas mas não pertencem ao empregador) ou de forma móvel (em qualquer localidade)Todas sendo observadas atualmente pelo ordenamento jurídico. Devido a necessidade do isolamento social foi criada a MP 927, com novas regras para o desenvolvimento do teletrabalho durante o estado de calamidade. O empregador poderia a seu critério, mudar o regime de trabalho presencial para teletrabalho, trabalho remoto ou a distância, mesmo sem um acordo individual ou coletivo. Dispensando o registro prévio da alteração no contrato individual de trabalho. Mas é importante avaliar esta regra prevista na MP, que autorizava a implementação do regime de teletrabalho independente da existência de acordo individuais, pois conflitava com as disposições inseridas no artigo 75-A e seguintes CLT. Foi sugerido que se realizasse um aditivo contratual entre empregador e empregado para determinar as regras do cumprimento o teletrabalho conciliando a sua execução às disposições previstas na MP 927 e na CLT. Caso houvesse a necessidade por questão de urgência de utilizar o teletrabalho, em home office, era sugerida a formalização de um aditivo contratual, determinando as regras que deveriam ser cumpridas pelo empregado enquanto estivesse trabalhando remotamente. Exemplo disto são as voltadas a saúde e segurança do trabalho, manutenção dos mecanismos e ferramentas termológicas e eletrônicas, responsabilidade quanto a jornada de trabalho e outras. É importante lembrarque o empregador deveria comunicar o empregado com o mínimo de 48 horas de antecedência a mudança para teletrabalho. Isto poderia ser feito por escrito ou por meio eletrônico. O empregador também era responsável pela aquisição, manutenção ou pelo fornecimento dos equipamentos tecnológicos da infraestrutura necessária. Tudo deveria ser feito através de contrato formalizado com a previsão das obrigações de manutenção dos meios eletrônicos necessários para o trabalho. Porque caso o contrário poderia ocorrer Reclamações Trabalhistas. Existiam regras específicas criadas pela MP 927, não prevista na CLT, quanto ao teletrabalho, infraestrutura necessária e adequada, conforme §4º do Art.4º: O empregador poderria fornecer o equipamento em regime de comodato e pagar por serviços de infraestrutura, que não caracterizavam verba de natureza salarial; ou Na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato citado na regra acima, o período da jornada normal de trabalho seria computado como tempo de trabalho à disposição do empregador. 1.2 Antecipação de Férias Individuais Um mecanismo que o empregador poderia utilizar para a redução de gastos com a folha (uma forma de controlar melhor os recursos destinados ao pagamento de verbas trabalhistas). Caso o empregador viesse a utilizar este mecanismo deveria seguir algumas regras, tais como: Informar ao empregado com antecedência, no mínimo, de 48 horas, sobre a antecipação de suas férias. Deve ser por escrito ou por meio eletrônico com indicação do período a ser gozado pelo empregado. As férias não poderão ser gozadas em período inferior à cinco dias corridos. Poderão ser concedidas por ato do empregador, mesmo que o período a ela não esteja 5 completo. É importante salientar que foram priorizados os trabalhadores que pertenciam ao grupo de risco, para o gozo de férias individuais ou coletivas. 1.3 Antecipação de férias coletivas Com previsão na MP 927, as férias coletivas tiveram algumas alterações pelo Governo Federal a sistemática utilizada pela CLT. O Artigo II da MP 927 estabeleceu que, durante o estado de calamidade pública o empregador poderia conceder férias coletivas desde que, notificasse os trabalhadores com antecedência de 48 horas (quarenta e oito horas ) não aplicáveis o limite máximo de períodos anuais e o limite mínimo de dias corridos vistos na CLT. 1.4 Do aproveitamento e Antecipação dos Feriados Quando o empregador tinha a possibilidade de antecipar os feriados não religiosos, federais, estaduais, distritais e municipais. A ideia era que o empregador concedesse descanso ao trabalhador fazendo com que no futuro, o mesmo, compensasse o dia de descanso trabalhando na data real do feriado. Possibilitando a retomada da produção não só do empregador, mas de todo país. Os feriados religiosos dependiam de um acordo entre o empregador e o empregado, sendo que, o acordo deveria ser por escrito. 1.5 Banco de Horas Durante o estado de calamidade pública, a MP 927 permitiu que o empregador, por meio de acordo, coletivo ou individual formal criasse um regime especial de compensação de jornada. Se o trabalhador estivesse devendo horas poderia usar os feriados afim de quitar o saldo negativo no banco. Caso houvesse a suspensão das atividades empresariais, seria criado um banco de horas para serem compensadas em até dezoito meses após o término do estado de calamidade pública. Esta compensação poderia ser feita prorrogando a jornada em até duas horas diárias. Observando que a jornada não poderia ultrapassar dez horas por dia. No caso de atividades essenciais, o banco de horas poderia ser instituído dessa forma mesmo sem interrupção dos trabalhos. A compensação também poderia ocorrer nos fins de semana. 1.6 Suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho. As exigências eram mais flexíveis aos exames periódicos ou demissionais. Todos deveriam ser feitos, porém os demissionais podiam ser feitos posteriormente, caso o empregado tivesse feito o exame de rotina recentemente. 1.7 O diferimento do recolhimento do Fundo De Garantia Do Tempo De Serviço- FGTS Com a MP 927, ficou suspensa a exigibilidade do recolhimento de FGTS, referente as competências de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020. O valor poderia ser parcelado em até 6 vezes a partir de 07/2020. Segue um embasamento na legislação sobre a MP 927: Medida Provisória 927, de 22 de março de 2020, artigo 2° e artigo 3° alíneas I á VIII do capitulo I: 6 CAPÍTULO I DAS ALTERNATIVAS TRABALHISTAS PARA ENFRENTAMENTO DO ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA E DA EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL DECORRENTE DO CORONAVÍRUS (COVID- 19) Art. 2º Durante o estado de calamidade pública a que se refere o art. 1º, o empregado e o empregador poderão celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir a permanência do vínculo empregatício, que terá preponderância sobre os demais instrumentos normativos, legais e negociais, respeitados os limites estabelecidos na Constituição. Art. 3º Para enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes do estado de calamidade pública e para preservação do emprego e da renda, poderão ser adotadas pelos empregadores, dentre outras, as seguintes medidas: I - o teletrabalho; II - a antecipação de férias individuais; III - a concessão de férias coletivas; IV - o aproveitamento e a antecipação de feriados; (Vide ADI nº 6380) V - o banco de horas; VI - a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho; VII - o direcionamento do trabalhador para qualificação; e VIII - o diferimento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. (BOLSONARO, 2020). Vale ressaltar que a Medida Provisória 927 foi revogada e uma nova Medida Provisória foi criada. 2. Medida provisória 1.046 Esta media foi criada em 2021 trazendo novamente as mesmas medidas adotadas através da Medida Provisória 927. Medida Provisória 1.046, de 27 de abril de 2021, artigo 2° alíneas I á VII do capítulo I: CAPÍTULO I DAS ALTERNATIVAS TRABALHISTAS PARA ENFRENTAMENTO DO ESTADO DE EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL DECORRENTE DO CORONAVÍRUS (COVID-19) Art. 2º Para o enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (covid-19) e a preservação do emprego e da renda, poderão ser adotadas pelos empregadores, entre outras, as seguintes medidas: I - o teletrabalho; II - a antecipação de férias individuais; III - a concessão de férias coletivas; IV - o aproveitamento e a antecipação de feriados; V - o banco de horas; VI - a suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho; e VII - o diferimento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. (BOLSONARO, 2021). O FGTS das competências de abril, maio, junho e julho poderam ter seus pagamentos postergados para serem pagos em até 4 vezes através de parcelamento entre setembro e dezembro de 2021. 3. Medida Provisória 936 Outra medida tomada pelo Governo Federal foi a Medida Provisória 936, de 1º de Abril de 2020. Institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=6380&processo=6380 7 reconhecido pelo decreto legislativo nº 6 de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Corona Vírus (Covid – 19), de que trata a lei nº 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, e dá outras providências. O Benefício Emergencialde Preservação do Emprego e da Renda (BEM), foi um benefício acordado entre empregador e empregado durante o período de pandemia do Corona Vírus e poderia ser acordado como Suspensão de Contrato de Trabalho ou Redução de Jornada de Trabalho e Salário. O BEM era um benefício concedido pelo governo federal e se destinava ao trabalhador com carteira assinada. A Redução da Jornada de Trabalho e Salário podia ser de 25%, 50% ou 70% e com prazo máximo de 90 dias. A Suspensão de Contrato de Trabalho tinha prazo máximo de 60 dias. Os acordos depois de formalizados eram informados com as devidas informações necessárias do empregador e do empregado ao Ministério da Economia, que avaliava as informações e determinava o pagamento ou não do benefício, estando tudo correto o Ministério da Economia encaminhava os pagamentos para serem processados na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil. O empregado recebia o valor do benefício em duas ou três parcelas dependendo do tempo e do tipo do acordo, a primeira parcela era liberada 30 dias após a formalização do acordo e as parcelas subsequentes eram liberadas a cada período de 30 dias. O valor do BEM foi calculado pelo Ministério da Economia, o cálculo foi feito com base nas informações salariais do trabalhador dos últimos 3 meses e correspondia a um percentual do seguro-desemprego, o qual o trabalhador no caso de demissão teria direito, o percentual variava entre R$ 261,25 e R$1.813,03, conforme o tipo do acordo e o percentual de redução negociado entre o empregador e o empregado. O trabalhador intermitente tinha direito a receber três parcelas no valor fixo de R$ 600,00. Para os demais trabalhadores de carteira assinada exceto para trabalhador intermitente, o valor do BEM não podia ser inferior a um salário mínimo (R$1045,00), no caso de Redução de Jornada de Salário, a soma do valor do benefício mais o valor do salário devia ser igual ou maior que um salário mínimo. Vale ressaltar que os prazos para os períodos dos benefícios de reduções e suspenções descritos acima, se referem a 2020, porém em 2021 houve nova liberação de tais benefícios, ambos passaram a ter prazo de um período de 120 dias, foram seguidos os mesmos critérios para cálculos, concessões e pagamentos dos mesmos. A medida provisória 936 foi convertida em lei, segue informação referente a mesma: Lei n° 14.020 de 6 de julho de 2020, artigo 1° do capítulo 1 e artigo 3° alíneas I á III da seção I do capítulo II: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1 º Esta Lei institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020 , e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 . CAPÍTULO II DO PROGRAMA EMERGENCIAL DE MANUTENÇÃO DO EMPREGO E DA RENDA Seção I Da Instituição, dos Objetivos e das Medidas do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda Art. 3º São medidas do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda: I - o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda; II - a redução proporcional de jornada de trabalho e de salário; e https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Portaria/DLG6-2020.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13979.htm 8 III - a suspensão temporária do contrato de trabalho. (BOLSONARO, 2021). Com o passar do tempo e o relaxamento das medidas de isolamento social, setores que por decreto governamental se encontravam sobrestados puderam retornar às atividades. E surge um novo desafio, em meio a um senário de crise econômica e instabilidade política, algo que o país vem vivenciando e enfrentando, na tentativa de retomar a economia do Brasil ao patamar pós- pandemia. “Segundo economistas, a perda de ritmo da economia ao longo do ano passado é um prenúncio do que vem pela frente.” (Carrança, 2023). Existe uma positividade com total de 20.190.290 no número de empresas ativas até o final de 2022, em contrapartida a economia recuou ao longo dos trimestres, no quarto trimestre houve recuo de 0,2% no PIB (Produto Interno Bruto), o mercado de trabalho que em 2022 gerou 3,6 milhões de vagas já dava sinais de enfraquecimento nos último meses de 2022. Os analistas projetam avanço de apenas 0,8% do PIB em 2023 no Brasil, confirmado-se o resultado, esse será o mais fraco para o indicador desde 2020, ano em que houve recuo na economia de 3,3% devido ao impacto da pandemia do COVID-19. Algo que poderá ser um desafio, é o baixo crescimento esperado para 2023 em meio a restrições fiscais e à inflação ainda pressionada. No Brasil houve o registro de 3.838.063 empresas abertas e houve o fechamento de 1.695.763 empresas em 2022. Houve retração na abertura de empresas de 4,8% sobre 2021 mas aumento de 14,1% em comparação com 2020. 3. METODOLOGIA Esta pesquisa aponta as principais medidas adotadas pelo governo brasileiro devido a pandemia do Covid 19. Tanto em relação à saúde pública, quanto a queda na economia, evitando desemprego e reduzindo gastos excessivos como também o fechamento das empresas. Medida provisória 927 a qual dispunha de varias medidas trabalhistas: Teletrabalho, permite que o trabalhador trabalhe de forma remota ou a distância, pode ser em sua casa, em telecentros, ou em qualquer outra localidade adequada, para a realização do teletrabalho. Antecipação de férias individuais ou coletivas, podiam ser feitas, lembrando que deviam ser priorizados os trabalhadores do grupo de risco. Aproveitamento e antecipação dos feriados podiam ser feitos, desde que, o empregador concedesse descanso ao trabalhador para que futuramente o mesmo trabalhasse na data do feriado, assim compensando o dia de descanso. Vale lembrar que para os feriados religiosos devia haver um acordo por escrito entre o empregador e o empregado. Banco de horas podia ser compensado em feriados, caso o empregado estivesse devendo horas. Se houvesse suspensão das atividades, seria criado um banco de horas, que após o estado de calamidade deveria ser compensado em até 18 meses, sendo possível prorrogar a jornada de trabalho em até duas horas. Porém a jornada de trabalho não poderia passar de 10 horas diárias, esta forma de compensação do banco de horas podia ser feita no caso de atividades essenciais mesmo se não houvesse suspenção das atividades. Suspenção de exigências administrativas em segurança e saúde do trabalho, se referia aos exames periódicos e demissionais, trazendo mais flexibilidade para os mesmos. Caso o funcionário tivesse feito o exame de rotina recentemente, poderia fazer posteriormente o exame demissional. O diferimento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, possibilitava a exigibilidade suspensa do recolhimento do FGTS das competências de março, abril e maio de 2020, sendo que o pagamento podia ser parcelado em até 6 vezes a partir de 07/2020. Medida provisória 1.046: Foi criada em 2021 trazendo novamente as mesmas medidas adotadas através da medida 927 que foi revogada, com isso criou-se a nova medida considerando que em 2021 seguiamos em estado de pandemia. 9 Vale ressaltar que houve novamente a postergação do FGTS para as competências de abril, maio, junho e julho de 2021, os valores de tais competências poderiam ser pagos em parcelamento entre setembro e dezembro de 2021. Medida Provisória 936 de 1° de abril de 2020 institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda pelo qual criou-se outras medidas trabalhistas, em que obenefício é acordado entre empregador e empregado, tais como suspenção de contrato de trabalho com prazo máximo inicialmente de 60 dias em 2020 com novas concessões durante o ano e 120 dias em 2021 ou redução de jornada de trabalho e salário com prazo máximo inicialmente de 90 dias em 2020 também com novas concessões durante o ano e 120 dias em 2021, o programa foi concedido pelo governo federal e se destinava aos trabalhadores com carteira assinada. As informações dos benefícios foram enviadas ao Ministério da Economia, que após uma avaliação e o cálculo dos valores encaminhava os pagamentos para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, os benefícios eram pagos em até 3 parcelas mas dependendo do tipo e do tempo do benefício, a 1ª parcela era paga em um prazo de 30 dias após a data em que foi formalizado o acordo e as parcelas posteriores eram pagas em um prazo de 30 dias cada uma. O cálculo era feito com base nas informações salariais dos últimos 3 meses e correspondia a um percentual do Seguro - Desemprego que o trabalhador teria direito se fosse demitido, esse percentual variava entre R$ 261,25 e R$ 1.813,03 para cada parcela conforme o tipo do benefício, para todos os trabalhadores exceto para trabalhador intermitente, o valor recebido não podia ser inferior a um salário mínimo, no caso de redução de jornada e salário a soma do valor do salário e do BEM deveria ser igual ou maior que um salário mínimo. O trabalhador intermitente recebia apenas 3 parcelas de R$ 600,00. Com o passar do tempo e a redução das medidas de isolamento social, setores que estavam sobrestados devida a decreto governamental retornaram às atividades. E um novo desafio surge, em meio a um senário de crise econômica e instabilidade política que o país vem vivenciando e enfrentando, objetivando retomar a economia do Brasil ao patamar pós-pandemia. Há uma positividade com número total de 20.190.290 de empresas ativas até o final de 2022, em contrapartida houve recuo da economia ao longo dos trimestres, no quarto trimestre o recuo foi de 0,2% no PIB (Produto Interno Bruto), o mercado de trabalho que gerou 3,6 milhões de vagas em 2022 já dava sinais de enfraquecimento nos último meses de 2022. Para 2023 os analistas projetam avanço de apenas 0,8% do PIB do Brasil, resultado que se confirmado será o mais fraco para o indicador desde 2020, ano em que a economia recuou 3,3% devido ao impacto da pandemia do COVID-19. O baixo crescimento esperado para 2023 poderá ser um desafio em meio a restrições fiscais e à inflação ainda pressionada. O Brasil Registrou 3.838.063 empresas abertas e houve também o fechamento de 1.695.763 empresas em 2022. Houve retração na abertura de empresas de 4,8% sobre 2021 mas em comparação com 2020 houve aumento de 14,1%. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O objetivo deste trabalho foi analisar as medidas adotadas pelo Governo Federal, referentes a pandemia do COVID –19 O impacto causado no setor empresarial e trabalhista, as medidas para evitar o fechamento das empresas, e garantir o emprego e renda do trabalhador. O Brasil conseguiu garantir que mais de 10 milhões de trabalhadores mantivessem seus empregos em meio a pandemia. Este é um número considerável se comparado a outros países, como no mercado americano que houve em torno de 30 milhões de demissões. Medidas provisórias foram tomadas como, as MPs 927, 1.046 e 936. Foram apontados também impactos econômicos na nossa atualidade, como o baixo crescimento esperado para 2023 e os desafios em meio a inflação e restrições fiscais, com o objetivo e retomar a economia e o avanço do país, mas a uma positividade no número de empresas ativas, fato importante como contribuição para o aumento da economia. 10 Aprendemos a digitalização e desburocratização de vários processos, como através do trabalho a distância é fato que os ambientes físicos podem não ser mais tão necessários para o trabalho. Considerando a situação econômica delicada pela qual o país nunca havia passado antes, é possível concluir que ainda temos um longo caminho a percorrer até o país voltar a normalidade. REFERÊNCIAS AMORIM, W. A. C. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Mercado de Trabalho no Brasil: Antes Durante... e Depois, São Paulo, n° 475, p. 9 e 10, abr./2020. Disponível em: https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf. Acesso em: mai. 2020. BOLSONARO, J. M. Presidência da República. Lei n° 14.020, de 6 de julho de 2020, artigo 1° e artigo 3° alíneas I a III da seção I do capítulo II, Brasília, 6 nov. 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L14020.htm. Acesso em: mai. 2023. BOLSONARO, J. M. Presidência da República. Medida Provisória n° 927, de 22 de março de 2020, artigo 2° e artigo 3° alíneas I á VIII do capítulo I, Brasília, 22 mar. 2020. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/mpv/mpv927.htm. Acesso em: mai. 2023. BOLSONARO, J. M. Presidência da República. Medida Provisória n° 1.046, de 27 de abril de 2021, artigo 2° alíneas I á VII do capítulo I, Brasília, 27 abr. 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/mpv/mpv1046impressao.htm. Acesso em: mai. 2023. Carrança, T. Porque PIB deve perder força este ano após crescer 2,9% em 2022, BBC News Brasil, São Paulo, 02 mar. 2023. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjrwgvp0rg4o. Acesso em: mai. 2023. SILVA, V. M. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Mercado de Trabalho. São Paulo, n° 475, p. 3, abr./2020. Disponível em: https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf. Acesso em: mai. 2020. ZYLBERSTAJN, H. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. COVID - 19: A Potência das Medidas Trabalhistas, São Paulo, n° 475, p. 19, abr./2020. Disponível em: https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf. Acesso em: mai. 2020. https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L14020.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/mpv/mpv927.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/mpv/mpv1046impressao.htm https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjrwgvp0rg4o https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf https://downloads.fipe.org.br/publicacoes/bif/bif475a.pdf
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