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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS PRO-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL (PPGAS). PROJETO DE PESQUISA Gestão do território conforme a organização social e cultural dos povos Indígena do baixo Rio Içana/TI Alto Rio Negro/AM. Linha de Pesquisa: 2 - Povos Indígenas e povos tradicionais, Territorialidades, Políticas e Movimentos Sociais Orientação (a): Raimundo Nonato Pereira da Silva e Maria Helena Hortolan Projeto de pesquisa entregue como requisito parcial para o processo seletivo do curso de mestrado em Antropologia Social. São Gabriel da Cachoeira 2023 2 1. Descrição do problema e dos objetivos da pesquisa A problemática da pesquisa, está vinculada a gestão do território a partir da organização social e cultural dos povos indigenas Baré Baniwa e Werekena do Baixo Içana, analisando e avaliando se o PGTA foi elaborado, pensado, discutido e planejado de acordo com a organização social e cultural do Povos Indignas do Baixo Içana. Nesse sentido, temos que começar a nós questionar se essa política do PGTA está de fato dialogando com a nossa organização social e cultural. Esse projeto tem como meta contribuir para a defesa de gestão do território e valorização da organização social, cultural e política do povo, diante das ameaças que estamos sofrendo na atualidade por parte do Estado Brasileiro (MARCO TEMPORAL). E mostra para o mundo ocidental e governo que a Gestão do território para nós não é apenas organização do território como política pública entendem, mas um elemento da vida, a materialização da nossa cultura, da nossa organização própria que cuidam da terra, porque somos parte dela onde a cultura, governança, autonomia, autodeterminação, bem viver e protagonismo indígena devem ser considerados para nossa sobrevivência. De acordo com essa situação o projeto de pesquisa está norteado com seguinte objetivos Objetivos Geral Compreender as formas de gestão do território de acordo com a organização social e cultural dos povos Baré, Baniwa e Werekena da região do Baixo Rio Içana/TI Alto Rio Negro/AM. Específicos a) Verificar a construção e a elaboração a partir dos direitos que garante sobre o território e territorialidade na Terra Indígena, que a segura cultura, organização social, governança, autonomia, autodeterminação, protagonismo indígena e bem viver dos povos indígenas do baixo Rio Içana (Baré, Baniwa e Werekena do Clã Yawarate, Tatu, Arara, Siucy e Pirãya Wíra); 3 b) Identificar as formar de organização ante do contato e quais foram as alterações impactado a parte do processo colonial na organização do povo do baixo rio içana. c) Analisar se o Plano de Gestão Territorial e Ambiental PGTA foi elaborado de acordo com os conhecimentos e saberes próprios dos povos indígena do Alto Rio Negro. Portanto, dessa forma o projeto de pesquisa está sendo organizado para garantir o seu objetivo proposto 2. Justificativa da importância do tema de pesquisa proposto O projeto de pesquisa pretende atuar no território indígena do Alto Rio Negro, especificamente do Baixo Rio Içana, onde atualmente concentra 1.431 pessoas e 13 comunidades indígenas, segundo o censo do ano de 2023 do DSEI/ARN. O território indígena do Baixo Içana é composto de diversos povos indígenas (Baré, Baniwa Werekena) e Clãs de (Yawarate, Tatu, Arara, Siucy e Pirãya Wíra), todos esses clãs possuem cosmovisão de lugares históricos articulados com gestão do território organização social e cultural e específicos. A importância do tema desta pesquisa, forma de gestão territorial conforme a organização social e cultural dos povos Baré, Baniwa e Werekena do Baixo içana, no primeiro momento analisar e avaliar se a elaboração do PGTA está dialogando de acordo com a organização social e cultural dos povos do Baixo Içana. Tendo em vista que o PGTA, a principal proposta pensado e discutido pelos povos indígenas do Baixo Içana é elabora diretrizes para a gestão do território conforme a organização social e cultural dos povos, isto é para garantir autonomia, autodeterminação, bem viver e protagonismo indígena, mas precisamos entender que gestão do território para nós como povos indígenas está ligada à nossa vida social e cultural de acordo como concebemos o território. Depois da conclusão do PGTA o projeto de pesquisa que está sendo apresentado para pós-Graduação em Antropologia Social está pretendo diagnosticar, analisar e avaliar se a elaboração do PGTA está de acordo com organização social e cultural dos povos do baixo Rio Içana, por esse motivo o projeto de pesquisa levar integralmente em 4 consideração que a organização social e cultural do povo indígena do Baixo Içana, a organização social e cultural dos povos é um patrimônio milenar. Já havia uma gestão do território e do conhecimento antes do PGTA e da chegada dos brancos colonizadores, indicando os lugares sagrados, do ritual de passagem da vida de juventude para a vida adulta (kariamã), dos lugares históricos de homenagem (Dabukuri), das músicas e danças de Surubins para cuidar territórios dos peixes da região, petroglifos nas pedras (itapinima) mostrando os elementos e potencialidade do território o que poderíamos ou não fazer conforme nossa cultura e cosmologias. O contato com a sociedade ocidental envolvente assim como essas políticas públicas por mais que sejam conquistas do movimento indígena, acabam por influenciar nossas formas de organização e gestão do nosso território, pois na verdade são indigenistas, uma forma sutil de nos envolver na sociedade ocidental, nesse caso específico o PGTA por meio da PNGATI (Política Nacional de Gestão Ambiental em Terra Indígena). Portanto, objeto de estudo desta pesquisa em antropologia social pretende acompanhar, analisar e avaliar como esses projetos estão dialogando com a nossa vida socialmente, culturalmente, e quais alterações e dinâmica que está acontecendo no atual momento? 3. Metodologia da Pesquisa O Projeto de pesquisa será desenvolvido a partir, de dois procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica em relação a tema proposto e trabalho de campo nas comunidades do baixo rio Içana (Boa Vista Foz do Içana, Irari Ponta, Auxiliadora do Içana, Camarão, Nazaré do Cubate, Cabeçudo, Pirayawara, Buya Igarapé, e Assunção do Içana. Por meio de metodologias participantes e gestão do conhecimento através de reuniões, encontros, seminários, eventos culturais/educacionais e oficinas participantes, que envolvem observação participante, diálogos com lideranças indígenas, sábios, anciãos e instituições governamentais e não governamentais que atuam em conjunto com os povos indígena na defesa do território, organização social e cultura como é o caso (FOIRN, Associação de Base AIBRI, Isa, IFAM, UFAM, ICMBio e outras). Este é mapa da região do baixo rio Içana onde será executado a pesquisa, são trezes comunidades maiores e com maior número população, onde concentra escolas indígenas, 5 sede das associações de Bases, locais onde semestralmente acontece assembleias regionais ordinárias, extraordinárias e eletivas das associações de bases e da FOIRN, oficinas de PGTA e outras atividades relacionada a organização social e cultural dos povos indígenas do Baixo Içana. Figura 1 - Território da pesquisa: 13 comunidades indígenas do Baixo rio Içana. Para atingir o resultado da pesquisa será necessário no primeiro momento realizar levantamento bibliográfico dos estudos que já foram realizadas sobre tema proposto. No objetivo 1, Verificar a construção e a elaboração a partir dos direitos que garante sobre o território e territorialidade na Terra Indígena, que a segura cultura, organização social, governança, autonomia, autodeterminação,protagonismo indígena e bem viver dos povos indígenas do baixo Rio Içana (Baré, Baniwa e Werekena do Clã Yawarate, Tatu, Arara, Siucy e Pirãya Wíra); utilizaremos como fonte documental o PGTA WASU pois é necessário saber e acompanhar a implementação dos diretrizes do PGTA NADZOERI. Projeto de pesquisa acompanhará os diretrizes da gestão do território do baixo rio Içana, além de acompanhar o PGTA WASU plano de gestão territorial do alto rio negro como todo, pois nele contém as diretrizes gerais de qual é a concepção dos povos indígena do Rio Negro, sobre gestão do território, organização social, cultural, governanças, autonomia, autodeterminação, protagonismo indígena e bem viver. 6 Outra fonte bibliográfica a ser consultada sobre a gestão do território e política do estado Brasileiro sobre a assunto relacionado é a de PEREIRA NONATO TESE DE DOUTORADO EM CIENCIAS POLITICA, 2014. A CULTURA DO SATERE MAWE: RELACAO DO ESTADO BRASILEIRO E POVOS INDIGENAS. Além disso, a pesquisa irá trabalhar com metodologia participante em reuniões, oficina, seminários, encontros assembleias regionais para obter informações e resultados para esta pesquisa, comunidades indígenas onde será realizada a pesquisa é Boa Vista Foz do Içana sede da associação AIBRI, presença de lideranças indígenas, anciões e Sabio Comunidade de Assunção do Içana é sede da associação OCIDAI, AMIBI, COSART, subsede e escritório regionais do baixo Içana da Coordenadoria Nadzoeri, onde reside lideranças indígenas reconhecidas, regionalmente e nacionalmente e constituinte nos anos 1988 e comunidade de referência da discussão do PGTA NADZORI será uma comunidade de referência para pesquisa. A comunidade Nazaré do Cubate é sede da associação (AIRC) comunidade onde concentra espaço de diálogo importante para a pesquisar, onde acontece oficinas encontros e assembleias e outros eventos relacionado a gestão do território. No segundo objetivo, para identificar as formar de organização ante do contato e quais foram as alterações impactado a parte do processo colonial na organização do povo do baixo rio içana a fonte documental o importante para ler é PGTA WASU, PGTA NADZOERI e PEREIRA NONATO TESE DE DOUTORADO EM CIENCIAS POLITICA, 2014. A CULTURA DO SATERE MAWE: RELACAO DO ESTADO BRASILEIRO E POVOS INDIGENAS. E posteriormente revisão de literatura bibliográfico de outros autores. As referências bibliográficas fundamentadas, que podem ajudar firmemente discutir esse assunto é Nossos Saberes Arte, Cultura e Histórias Indígenas no Alto Rio Negro, 2014, ATHIAS, Renato Monteiro (org.) Índios da América do Sul – Amazonas. Essas fontes bibliográficas estão ligadas e dialogar com o contexto da pesquisa relacionada alterações na organização cultural, social e política dos povos que habitam o baixo Içana. Ainda nesse objetivo, faremos outro procedimento metodológico através de diálogo em forma de reuniões participantes ou oficina de gestão do conhecimento com os lideranças indígenas, presidente de associações de base do baixo Içana, presidente do APMC associações dos Pais e Mestre das escolas municipais e estaduais das comunidades indígenas de Boa Vista, assunção, Buya Igarapé, cabeçudo e Nazaré do Cubate, sobres as 7 principais alterações na organização social, cultural, e política dos povos que habitam o baixo rio Içana. Para identificar as alterações na organização cultural, social e política dos povos que habitam no baixo rio Içana, será necessário nessa pesquisa e diálogo com os anciãos das comunidades indígenas do Baixo Içana, comunidade Boa Vista, Irari Ponta, cabeçudo, auxiliadora, Nazaré do cubate, Jawacana, Camarão, Cabeçudo, Pirayawara, Buya igapare e Assunção do Içana pois lá estão os anciãos (s) que estiveram presente na entrada de missionários católicos e evangélicos no baixo Içana. Eles possuem informações extremamente importante pois viveram, acompanharam toda essa trajetória e podem narrar todos os eventos na alteração da organização cultural, social e política do povo do baixo Içana. Será necessário também a participação nas oficinas de avaliação e seminários do PGTA NADOERI, pois nesse plano consta diretrizes de fortalecimento e regaste cultural dos povos indígenas do baixo Içana, tendo em vista que a cultura no baixo Içana, quase totalmente extintos pelos missionários ocidentais. No objetivo três, analisar se o Plano de Gestão Territorial e Ambiental PGTA foi elaborado de acordo com os conhecimentos e saberes próprios dos povos indígena do Alto Rio Negro a fonte documental forte é de BANIWA, André. 25 anos de gestão e de associativismo da OIBI para o bem viver Baniwa e Koripako. São Gabriel da Cachoeira, AM: OIBI, 2019b. Será necessário a participação do projeto de pesquisa nas oficinas participantes, seminários, encontros e assembleias regionais do PGTA NADZORI e do PGTA WASU do Alto Rio Negro, para validar e acompanhar os diretrizes que trata da gestão do território e organização social e cultural dos Povos. Além disso, outra ferramenta importante é o diálogo com as lideranças das comunidades indígenas do baixo Içana, comunidade Boa Vista, Irari Ponta, cabeçudo, auxiliadora, Nazaré do cubate, Jawacana, Camarão, Cabeçudo, Pirayawara, Buya igarapé e Assunção do Içana, porque eles acompanharam e elaboraram os diretrizes para gestão do território e o bem viver dos povos do baixo Içana, dialogar como eles, será uma informação infalível para esta pesquisa, pois são construtores e idealizadores desses diretrizes. 8 A análise das fontes levantadas será feita conforme a sua realização para não deixar acumular tudo para o final. Após as análises partiremos para redação da dissertação, entrega da primeira versão para revisão e posteriormente defesa. 4. Referenciais teóricos O projeto de pesquisa está baseado nas pesquisas dentro contexto e da problemática proposta, PEREIRA NONATO TESE DE DOUTORADO EM CIENCIAS POLITICA, 2014. A CULTURA DO SATERE MAWE: RELACAO DO ESTADO BRASILEIRO E POVOS INDIGENAS. E no DECERETO DO PNGAT Nº 7.747 DE 5 DE JUNHO DE 2012 instituiu o Plano Nacional de Gestão Territorial das Terras Indígena PNGAT. E em consequência dessa política o Plano de Gestão Territorial e Ambiental Wasu do Alto e Médio Rio Negro foi discutido, elaborado e finalizado pela FOIRN em 2021, no qual o eixo sobre territorialidade o povo indígena do Alto Rio Negro afirma: Somos habitantes originários e milenares desse território, queremos que nossos territórios, nossos modos próprios de vida, de ocupação e de organização sejam sempre respeitados pelos governos e outros agentes externos. A manutenção total e irrestrita de todos os direitos territoriais e culturais já conquistados e garantidos pelo Constituição Federal do Brasil de 1988. Eixo da cultura PGTA Wasu destaca: Os povos indígenas do Alto Rio Negro consideram como cultura: tudo o que somos está na nossa cultura e em nossos territórios. Essa é a herança deixada por nossos ancestrais. Cultura são os conhecimentos de nossos cantos, danças e rituais, de como curar as doenças do mundo, de como proteger as pessoas conforme as épocas, de como reconhecer as plantas e animais na floresta, de como pescar, caçar, fazer nossos roçados e cuidar de nossos territórios sem desequilibrar a natureza. Precisamos continuar repassando tudo isso para os nossos filhos e netos pois é a partir de nossa cultura que fazemos a gestão de nossos territórios. Para além do PGTA Wasu, outras fontes bibliográficas tese de doutorado intitulada A CULTURA DO SATERE MAWE: RELACAO DO ESTADO BRASILEIRO E POVOS INDIGENAS Pereira Nonato 2014. 9 No livro A CULTURA DO SATERE-MAWE: RELACAO DO ESTADO BRASILEIRO E POVOS INDIGENAS o autor afirma que: Em outro cenário, em diversa regiões do país, indígena reivindicam junto ao governofederal reconhecimento e regularização da demarcação de seus territórios. Essa reivindicação não é fenômeno recente, pois, desde e sempre os indígenas manifestam-se contra o Estado exigindo demarcação de seus territórios. Segundo CIMI Conselho Indigenista Missionário, órgão de apoio a causa indígena, a política desenvolvimentista adotada pelo Brasil nas últimas décadas, direcionadas para a expansão do agronegócio implantação de megaprojetos de infraestrutura, somada à ausência de uma política indigenista efetiva, gera um campo de tensão social em diversas regiões do Brasil. (Pereira Nonato pag. 10). Além das pesquisas fundamentadas no assunto existem também outra fundamentação teórica muitos consolidada validada como: Índios da América do Sul – Amazonas 2. Cultura indígena – Alto Rio negro – amazonas 3. Índios tukanu 1. Título Athias, Renato Monteiro (org.), BANIWA, Gersem dos Santos Luciano. O que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Todas essas fontes bibliográficas poderão ajudar enriquecer a pesquisa em antropologia social, podemos notar que essas referências são completamente ricas nas informações e será consultada durante atividades de pesquisa, essas referências é de pessoas trabalharam no Alto Rio Negro e conhecem os povos indígenas rionegrina. Por esse motivo, essas referências são grandes espaço de conhecimento e de trabalhos que já foram desenvolvidos nessa região 5. Cronograma das atividades ATIVIDADE 2024 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Créditos das disciplinas do mestrado x x x x x x x x x x Revisão do projeto x x x x Levantamento Bibliográfico fase I e III x x x x x Pesquisa participante e observação fase II x ATIVIDADE 2025 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 10 Seminários de projeto de pesquisa x Levantamento bibliográfico e documental fase I e III x x Organizar e analisar dados da fase I e III x x Pesquisa participante e observação fase II x x x x Dialogar com as instituições governamentais e não governamentais x x x Organizar e analisar dados da fase II x x Exame de qualificação x x Revisão e redação do resultado final da pesquisa x Atividade 2024 Defesa da dissertação x
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