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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA II: Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A LENÇÓIS PAULISTA/SP 2021 FERNANDA LUIZ FERREIRA - RA 1329170-21 PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA II: Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A PIM - PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA II ,1° bimestre do 1° semestre/2021, do curso de graduação em Ciências Contábeis, turma 2021, apresentada a Universidade de Marília EAD - UNIMAR. Orientador: Ana Paula Silva Ducatti LENÇOIS PAULISTA/SP 2021 FERREIRA, Fernanda Luiz Projeto Integrador Extensionista II. Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A / Fernanda Luiz Ferreira. Marília: Universidade Marília, 2021. 77p. il Bibliografia. Orientador: Ana Paula Silva Ducatti 1. Análise Pestel. 2. Mercado de Capitais. 3. Investimentos Futuros. Universidade Marília. II. Título. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo o processo de internacionalização de uma empresa comercial de joias de capital aberto, com o intuito de relatar os benefícios que esta análise traz para a organização e seus usuários internos e externos, as corretoras, os bancos especializados, o governo e os investidores. Este trabalho tem como objetivo fundamental analisar e estudar, a possibilidade de definir o processo de internacionalização de uma microempresa familiar brasileira e, desse modo, contribuir para a compreensão dos problemas enfrentados por empresas brasileiras que desejam principiar um processo de internacionalização. Nesta pesquisa optou-se por seguir uma metodologia qualitativa, utilizando o método do estudo de caso pela combinação de três técnicas diferentes: a realização e uma entrevista estruturada para recolha de dados primários; recolha e análise de dados secundários (provenientes de várias fontes) e observação participante. A triangulação destas diferentes fontes de informação, associada ao rigor e validade da literatura utilizada, possibilitou elaborar algumas conclusões sobre o modelo de gestão da empresa e contribuir para as soluções de um plano de ação. No entanto, como forma de valorizar a qualidade e profundidade do relatório, foi acrescentada, uma análise PESTEL, muitas vezes considerada como complementar das análises desenvolvidas durante a realização da pesquisa. Esta última análise é, sobre um ponto de vista teórico e, numa segunda fase, aplicada à prática usando os dados e informações recolhidos durante a realização do estudo. Foram obtidos dados concretos e reais no balanço patrimonial e na demonstração de resultados, para os cálculos e análises dos índices econômico-financeiros, comparando o grupo de contas e suas variações, demonstrando a situação financeira da empresa para a tomada de decisões de investimentos futuros e coerentes no mercado de capitais, em contrapartida foi apresentado o desenvolvimento sustentável, as práticas e as normas ambientais adotadas e mantidas dentro da organização. Palavras-chave: Análise pestel. Mercado de capitais. Investimentos futuros. ABSTRACT This work has as its fundamental objective to analyze and study the possibility of to define the internationalization process of a Brazilian family microenterprise and, in this way, contribute to the understanding of the problems faced by Brazilian companies that wish to start an internationalization process. In this research, we chose to follow a qualitative methodology, using the method of the case study by the combination of three different techniques: conducting and a structured interview to collect primary data; collection and analysis of secondary data (from various sources) and participant observation. The triangulation of these different sources of information, associated with the rigor and validity of the literature used, made it possible to draw some conclusions about the company's management model and contribute to the solutions of an action plan. However, as a way to enhance the quality and depth of the report, a PESTEL analysis was added, often considered as complementary to the analyzes developed during the research. This last analysis is, from a theoretical point of view and, in a second phase, applied to practice using the data and information collected during the study. Concrete and actual data were obtained in the balance sheet and in the income statement, for the calculation and analysis of economic and financial indices, comparing the group of accounts and their variations, demonstrating the company's financial situation for making future investment decisions and consistent in the capital market, on the other hand, sustainable development, practices and environmental standards adopted and maintained within the organization were presented. Keywords: Pestel analysis. Capital market. Future investments. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO .............................................................................................. 8 2.DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................................................................ 9 2.1.Missão e Visão da Empresa .................................................................... 9 2.2.Crenças e Valores da Organização ....................................................... 10 2.3.Situação Atual Diagnosticada ................................................................ 10 2.4.Situação Futura Desejada ..................................................................... 11 2.5.Situação Futura Planejada .................................................................... 12 2.6.Metodologia ........................................................................................... 13 3.CONTABILIDADE GERENCIAL ................................................................. 15 3.1.Controladoria ......................................................................................... 15 3.1.1.Modelo de Gestão Empresarial .......................................................... 16 3.1.2.Controladoria e Gestão Financeira ..................................................... 16 4.CONCEITOS DE SISTEMAS DE CUSTOS ................................................ 19 4.1.Sistema de custos ................................................................................. 19 4.2.Métodos de custos ................................................................................ 20 4.2.1.Métodos de Custeio Direto ou Variável .............................................. 20 4.2.1.1.Despesas Variáveis e Despesas Fixas ........................................... 21 4.2.1.2.Custeios Variáveis e Fixos .............................................................. 21 5.ORÇAMENTO EMPRESARIAL INTEGRADO ............................................ 23 5.1.Apuração de uma situação futura projetada .......................................... 23 5.2.Etapas do Orçamento ............................................................................ 23 5.3.Projeção de Compras e Pagamento Fornecedores ............................... 24 5.4.Projeção de Vendas e Despesas .......................................................... 25 5.5.Projeção de Contas a Receber .............................................................. 26 5.6.Projeção Orçamento de Caixa............................................................... 27 5.7.Projeção do Lucro - Demonstração de Resultado ................................. 28 6.MERCADO DE CAPITAIS ........................................................................... 29 6.1.Estrutura de Mercado de Capitais ......................................................... 29 6.1.1.Mercado Primário ...............................................................................30 6.1.2.Mercado Secundário .......................................................................... 30 6.2.Corretoras, Distribuidoras, Fundos e Sociedades de Investimentos ..... 31 6.3.Bolsa de Valores e Índices de Ações .................................................... 32 7.DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.............................................................. 34 7.1.CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis ...................... 35 7.2.O Processo de Análise de Balanço ....................................................... 35 7.3.Análise Fundamentalista ....................................................................... 36 7.4.Demonstração Patrimonial .................................................................... 36 8.ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................... 40 8.1.Liquidez Geral ....................................................................................... 40 8.2.Liquidez Corrente .................................................................................. 41 8.3.Liquidez Seca ........................................................................................ 42 8.4.Liquidez Imediata .................................................................................. 42 9.ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ..................................................... 46 9.1.Indíces Análise Vertical e Horizontal ..................................................... 46 10.ANÁLISE PESTEL .................................................................................... 46 10.1.Definição e Conceito ........................................................................... 46 10.2.Tabela Análise Pestel Empresa Monalisa Jóias .................................. 46 10.3.Processo Elaborativo ........................................................................... 48 10.4.Aplicação da Análise Pestel - Pandemia ............................................. 49 10.5.Fator Econômico ................................................................................. 49 10.6.Fator Político........................................................................................50 10.7.Proteção Intelectual no Mercado de Jóias, Semijóias e Bijuterias.......50 10.8.Setor Externo ....................................................................................... 53 10.9.Expectativa 2021-2022 ........................................................................ 53 10.10.Fator Social ....................................................................................... 54 10.11.Fator Motivacional ............................................................................. 55 10.12.Desenvolvimento Sustentável ........................................................... 56 10.13.Normas e Processo ISSO 14000l ...................................................... 57 10.14.Workshops –Treinamento ISO 14000 ............................................... 57 10.15.Desempenho Ambiental .................................................................... 58 10.16.Pesquisa de Clima ............................................................................. 61 10.17.Análise de Ambiente Externo(Macroambiente) ................................. 62 10.18.Análise do Ambiente Interno Setorial ................................................ 63 10.19.Estratégia Competitiva ...................................................................... 63 11.RESULTADOS DA ANÁLISE PESTEL .................................................... 64 11.1.Relatório da Análise Pestel.................................................................. 64 12.CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 70 13.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 73 8 1. INTRODUÇÃO O trabalho destina-se a avaliar a situação da Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A, localizada em Prudente- SP, voltada ao ramo de comércio de joias. A empresa é de capital aberto, sendo obrigada pela legislação a apresentar suas contas aos acionistas, distribuir dividendos e manter balanços e resultados abertos ao público e ao fim do exercício social elaborar suas demonstrações financeiras. A organização quer expandir seus negócios e alçar novos voos. O empreendedor tem consciência que no cenário atual, a empresa ainda não tem recursos suficientes para investimentos, sejam eles na bolsa de valores, nas corretoras ou outras instituições financeiras. Dessa forma, foi elaborado um orçamento empresarial com projeções de receitas e gastos. A estrutura desse orçamento foi em várias atividades e etapas operacionais, aliado a um plano de marketing, com pesquisas de clima e estratégias competitivas. Com a intenção de aumentar sua visibilidade, sua sustentabilidade e focando especialmente nos novos investimentos e investidores, para a abertura de seu capital, foi necessário que as corretoras e os bancos especializados efetuassem a avaliação da empresa, determinando o valor de seu capital. A Análise Pestel (ou PEST) foi utilizada como uma ferramenta para compreender os fatores externos com potencial de impactar a empresa. Essa análise contribuiu para um uso mais correto dos recursos a partir de uma compreensão mais ampla do cenário. A Análise Pestel foi essencial para o planejamento estratégico porque ajudou no entendimento do cenário em que a companhia está inserida. Conhecendo o macroambiente, foi possível tomar decisões mais interessantes para o sucesso corporativo. Essa ferramenta foi muito importante para a detecção de ameaças e oportunidades, assim como para ter uma visão mais objetiva do ambiente externo. A análise PEST foi usada para o planejamento dos próximos passos, visando a expansão dos negócios, no sentido da expansão da empresa. Os índices levantados foram essenciais, direcionando a melhor forma de captação de novos recursos. Com todas essas informações, os gestores tomam total conhecimento e ciência da real situação da empresa, tendo suporte para a tomada de decisões e investimentos futuros no promissor mercado de capitais. 9 2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA Criada em 15 de julho de 2000, por iniciativa do proprietário Luiz Carlos Magno, trata-se de uma sociedade anônima que visa permitir a operacionalização de uma companhia, sem maiores responsabilidades para seus sócios do que o capital investido. Ao completar 16 anos, reforçou sua busca pela excelência promovendo a alteração da razão social para Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A e também ampliando áreas de negócios e mercados que permitiram a empresa promover e executar atividades técnicas vinculadas ao desenvolvimento de suas joias. Empresa familiar e independente, ela concentra e acompanha etapa a etapa de suas joias, desde a busca das melhores gemas até o lançamento das coleções em suas lojas para seus sócios do que o capital investido. A Monalisa S/A é hoje reconhecida pelo design incomparável de suas joias e pelas iniciativas pioneiras que marcaram sua história. Lançamentos constantes de coleções com temas inusitados e formas únicas, campanhas publicitárias com estrelas, peças escolhidas por divas de telenovelas e parcerias criativas com personalidades singulares refletem o DNA da marca. 2.1. Missão e Visão da Empresa Conforme Chiavenato (1990), visão é a imagem que a empresa tem a respeito de si mesma e do seu futuro. Toda organização deve ter uma missão de acordo com os recursos que dispõe, os relacionamentos que deseja manter e o que fazer para satisfazer as necessidades dos clientes, como atingir seus objetivos organizacionais e por fim aproveitar oportunidades e atravessar desafios e sobreviver e crescer no mercado. 10 Figura 1. Visão de uma organização.2.2. Crenças e Valores da Organização Os aspectos primordiais estabelecidos na empresa Monalisa S/A, espelham suas crenças e valores nos quais os fundadores e o empreendedor se baseiam e que acabam por influenciar o modo como a organização interage, são elas: Considerações sobre o meio ambiente; Qualidade; Ética no relacionamento com clientes e fornecedores; Respeito aos funcionários; Responsabilidade para com a comunidade e os órgãos públicos (PEREZ Jr., PESTANA e FRANCO, 1997). 2.3. Situação Atual Diagnosticada No cenário atual de 2021 a empresa ainda não tem recursos suficientes para investimentos futuros e nem capacitação de recursos imediatos. O empreendedor com toda sua visão foi em busca de alcançar novos voos e implementações de mudanças dentro da sua organização. Foi identificado que a empresa não tem tantos controles gerencias, essa questão foi uma das apontadas como alta prioridade. Dessa forma, o empreendedor 11 bacharel em contabilidade, tem conhecimento que uma contabilidade gerencial e a controladoria são ferramentas essenciais e totalmente eficazes, pois fornecem dados reais e concretos para tomadas de decisões. É através delas e da análise das demonstrações contábeis, que pode evidenciar a real situação econômico-financeira da empresa, o gestor e os sócios podem prever mudanças e oscilações no resultado da sua empresa, afetando a rentabilidade das ações e dos investimentos. Como a empresa quer investir no Mercado de Capitais e alcançar sonhos mais altos, os gestores precisam descobrir nesse momento como os grandes investidores fazem e quais são as diversas estratégias para investir em ações. O problema já foi identificado e agora com novas ações administrativas, gerenciais a empresa já tem seus objetivos empresarias para alcançar seus resultados orçados e no segundo momento para entender a dinâmica de mercado vai contratar um consultoria de investimentos. 2.4. Situação Futura Desejada A situação tanto almejada pela Monalisa S/A é ingressar no mercado de capitais com sucesso. O empreendedor almeja expandir seus negócios e posicionar- se lado a lado com os líderes do mercado. Ele tem conhecimento que é um processo que exige uma combinação de fatores que vai desde uma administração transparente até uma marca sólida e de boa penetração junto aos consumidores. Mesmo sabendo de todos esses atributos, o caminho do crescimento (a aquisição de uma concorrente ou a entrada em mercados ainda inexplorados) vai exigir, em algum momento, capitalizar a sua empresa. O mercado financeiro costuma usar a expressão “janela de oportunidade” para definição do momento em que os investidores estão mais propensos a apostar em ativos com maior risco, como as ações. Tudo dependerá do cenário econômico e do apetite dos donos do dinheiro naquele determinado intervalo. O ano de 2021 será finalizado com relativo otimismo, mas as incertezas e a crises levarão os investidores a segurar mais um pouco e apostar no ano de 2012 em opções de investimentos mais conservadoras. Ninguém sabe quando a “janela” será aberta ou fechada. A única coisa que a empresa Monalisa S/A controla é sua preparação e irá se preparar mesmo com 12 muita precisão, porque, se o momento for favorável, haverá apenas três ou quatro meses em 2012 para elaborar a documentação, protocolá-la e preparar a oferta junto a BM&FBovespa. 2.5. Situação Futura Planejada Com o seu futuro traçado a administração implantou metas e objetivos para que a organização consiga obter o seu equilíbrio financeiro e captar recursos suficientes para iniciar e se lançar nesse mercado tão promissor e enfrentar suas frequentes oscilações de humor. A organização já tem um “norte”, uma direção. As decisões tomadas serão colegiadas com novos sócios que terão voz em questões estratégicas e estarão preparados para divulgarem informações (financeiras e não financeiras) em um nível de transparência baseado em marcos regulatórios, isso não é para qualquer empreendedor. Acessar o mercado público requer que a empresa saiba exatamente o que pretende fazer, uma vez que o investidor vai cobrar que os resultados sejam alcançados. A estratégia será a realização de um planejamento eficaz com estratégias de competitividade em relação aos concorrentes, sendo assim, será realizado também um orçamento empresarial com suas projeções futuras a serem alcançadas, foram efetuados levantamentos de índices financeiros e econômicos junto as demonstrações contábeis, levantando dados reais e concretos para tomadas de decisões futuras de investimentos. A administração e seus gestores sabem que alternativas não faltarão e levantaram várias informações para o ingresso nesse novo mercado. A captação de recursos poderá ocorrer junto aos bancos comerciais ou entidades de fomento, como o BNDES, seria uma das opções a avaliar para expansão. Podem ser negociados também, os direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e outros derivativos autorizados à negociação (contratos futuros, opções, etc.). Outra estratégia a ser analisada será a venda de participação a um fundo de private equity ou de venture capital. Outra opção estudada pelos consultores será a abertura de capital por meio da venda de ações em bolsa. A oferta inicial de ações, 13 ou simplesmente IPO (sigla para Initial Public Offering) foi a aposta de 17 empresas nos últimos dois anos, segundo números da BM&FBovespa. Nas informações coletadas em suas demonstrações financeiras, no orçamento e nos índices financeiros obtidos, a organização tem um leque de opções de investimentos. A expectativa do empreendedor e de seus gestores, é que até final de 2012, a empresa Monalisa S/A faça parte desse promissor mercado junto a outras duzentas que também se tornará o que o mercado chama de “companhias abertas”. 2.6. Metodologia Conceitualmente, conforme esclarecem Lakatos e Marconi (1987, p.65), pode-se dizer que metodologia é a forma pela qual se desenvolveu o trabalho de pesquisa. É o detalhamento do tipo de pesquisa e dos instrumentos utilizados. A partir disso, para a realização deste trabalho, utilizou-se diversificadas metodologias, como a Pesquisa Bibliográfica, a Pesquisa Documental, Pesquisa Exploratória, Pesquisa Descritiva e o Estudo de Caso, visando proporcionar maior familiaridade com os problemas levantados, com vistas a torná-los explícitos. Pode- se dizer que a Pesquisa Bibliográfica consiste em conhecer as diferentes contribuições científicas sobre determinado tema. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p.66), a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado em livros, enciclopédia, revistas, jornais, folhetos, boletins, monografias, teses, dissertações e material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com o todo o material já escrito sobre o mesmo. Para a realização deste trabalho, o objeto de estudo foi a Empresa Comercial de Jóias Monalisa S/A, extraindo-se fragmentos das demonstrações contábeis publicadas junto à BM&FBovespa e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com posteriores análises dos seus índices financeiros e econômicos, interpretando estes dados a fim de simular uma tomada de decisão para capitação de recursos e sobre futuros investimentos e investidores. 14 Além destes, aplicou-se também todos os conhecimentos obtidos pelo empreendedor durante o período de formação acadêmica, sobretudo no que diz respeito à análise das demonstrações financeiras e contábeis e na sua capitação conceitual como formação de preços, custos, fluxo de caixa e gerenciamento nas áreas administrativas. Este trabalho busca então responder a seguinte pergunta: quais estratégias podem ser utilizadaspara a empresa aumentar seus lucros e gerando recursos para investimentos futuros e explorar mercados novos, buscando assim satisfazer seus gestores e os clientes internos e externos. 15 3. CONTABILIDADE GERENCIAL De acordo com (BRUNI, 2008), a contabilidade gerencial possui o objetivo principal de suprir o processo de tomada de decisões da empresa com informações relevantes. Assim, enquanto a contabilidade financeira costuma conjugar verbos no passado, referentes ao registro do que ocorreu, a contabilidade gerencial conjuga verbos no futuro, preocupando-se com o que ocorrerá a partir de uma decisão tomada. A chamada contabilidade gerencial fornece dados estruturados e pormenorizados da empresa, caracterizando como mais dinâmica. É muito importante que se tenha a exata noção de que controladoria não é outra contabilidade ou algo completamente alheio a ela. Existem dois grandes grupos de usuários da contabilidade: os usuários externos, que não fazem parte da administração e/ou do corpo funcional da empresa, e os usuários internos, que fazem parte da administração e do corpo funcional da companhia. 3.1. Controladoria Controladoria é contabilidade da mesma forma. A única diferença reside no fato de que a controladoria é um trabalho feito prioritariamente para o usuário interno, mas na atual economia e com sua sofisticação, a tendência é que dados vistos como particulares estão sendo divulgados ao meio externo. O termo controladoria passou a ser muito usado nas empresas e nos cursos de preparação – seja em cursos de graduação, tecnológicos ou de pós-graduação lato ou stricto sensu. Em muitos casos, a controladoria foi ou ainda é exposta como um departamento diferenciado da contabilidade, como um órgão administrativo independente ou até mesmo como uma ciência diferenciada. 16 3.1.1. Modelo de Gestão Empresarial Segundo Perez Jr., Pestana e Franco (1997), o modelo de gestão adotado pela equipe mostra como a empresa agirá. Por sua vez, esse modelo advém da missão da empresa e dos propósitos e objetivos a alcançar. Perez Jr., Pestana e Franco (1997, p. 12) dizem que “o modelo de gestão representa os princípios básicos que norteiam uma organização”. São princípios que formam um conjunto de referências para orientar os gestores nos processos de planejamento, tomada de decisões e controle. Esses princípios levam em conta que um negócio não tem por objetivo apenas a maximização do lucro ou de seus resultados, mas também outros importantes elementos qualitativos, como a melhoria de produtividade; satisfação de clientes; responsabilidade pública. 3.1.2. Controladoria e Gestão Financeira O ambiente organizacional atual é marcado pelas mudanças e evoluções do setor, pois está intrinsecamente associado aos hábitos sociais, às alterações nas relações entre os diversos países e às mudanças nas relações da força de trabalho, por exemplo. Frente a um cenário de alta concorrência, no qual produtos similares são produzidos e comercializados pelas empresas, para ser competitivo e conquistar o consumidor, um produto deve apresentar qualidade, utilidade e características diferenciadas. Para que isso ocorra, é essencial que as empresas sejam capazes de perceber o perfil do consumidor, que está cada vez mais informado acerca de seus direitos e crítico no que diz respeito às opções e preços de produtos e serviços. Em outros termos, é essencial o desenvolvimento de um planejamento estratégico como um plano de ação para que a empresa se posicione em relação à sua concorrência, no intuito de obter uma vantagem competitiva. Na visão de Wernke (2001), esse exercício proporciona uma situação mais favorável em comparação com os concorrentes. As empresas, portanto, devem enfrentar um cenário de consumo marcado pela concorrência acirrada. Elas não podem renegar ferramentas de gestão capazes de prover informações com qualidade e em quantidade suficiente para que estratégias sejam desenvolvidas de 17 modo rápido e flexível, pois isso permite aos gestores tomar decisões mais acertadas, tendo em consideração que “os cálculos de custo do produto influenciam a maioria das decisões dos preços e do mix dos produtos” (ATKINSON et al., 2000, p. 125). De acordo com Porter (1992), a informação sobre custos é essencial para conseguir uma das vantagens competitivas como estratégia empresarial. Para o autor, há três estratégias que podem ser usadas para a obtenção de uma posição favorável no mercado: liderança de custo, diferenciação e enfoque. As empresas precisam adotar uma dessas estratégias com a finalidade de obter vantagem em relação à concorrência. Vale a pena destacar que uma ferramenta de gestão só será realmente válida se for capaz de fornecer informações úteis e habilitar os gestores a alcançar os objetivos propostos para a organização. Isso se dá por meio do uso eficiente dos recursos disponíveis, da elaboração de estratégias empresariais e do controle das diversas operações em uma organização (BEUREN, 1998). Nesse sentido, para se buscar maior efetividade de um sistema de custos, é preciso diferenciar os dados das informações: os dados só podem ser considerados como informações (e, portanto, ter sua utilidade) quando organizados e classificados tendo em vista o perfil do tomador de decisão e suas necessidades. Dessa forma, a empresa precisará de dados informativos precisos e detalhados sobre a estrutura de custos. É possível ter uma visão mais clara desse processo quando se consideram as organizações industriais e prestadoras de serviços que, conforme indica Perez Jr. et al. (2001), buscam a apuração do custo de produção para atingir objetivos específicos. É importante destacar as perguntas que orientam a tomada de decisão e que, de acordo com Marion (1996) e tendo em vista o perfil do usuário dessas informações, direcionam e estruturam um sistema de custos. Elas são: Qual seria o produto mais rentável para estimular a produção? Qual é o preço adequado para cada produto? Qual item deve ser cortado para que a rentabilidade aumente? Qual é a quantidade mínima de produtos que deve ser produzida e vendida para que não haja prejuízos? Como reduzir os custos? 18 Com relação a determinados itens, é melhor produzi-los ou comprá-los de terceiros? O controle deve ser exercido mais intensamente sobre qual item de custos? 19 4. CONCEITOS DE SISTEMAS DE CUSTOS Sistema de custos é uma ferramenta de gestão que visa fornecer informações sobre a estrutura de custos da organização, auxiliando os gestores a tomar decisões a fim de prover maior competitividade em seu segmento de atuação. Esse sistema recolhe, categoriza e organiza os dados que dizem respeito aos custos dos produtos ou serviços e os transforma em informações. Segundo Martins (2003), essa estrutura representa um “conduto que recolhe dados em diversos pontos, processa- os e emite, com base neles, relatórios na outra extremidade” (MARTINS, 2003, p. 28). Desse modo, há o controle de desempenho e o gerenciamento de custos. De acordo com Crepaldi (2004), os sistemas de custos podem ser utilizados para diversas finalidades, tais como: Escolher fornecedores e negociar preços, características dos produtos, qualidade, entrega e serviço com clientes; Sinalizar onde é necessário realizar aprimoramentos contínuos e descontínuos (reengenharia) em qualidade, eficiência e rapidez; Projetar produtos e serviços que correspondam às expectativas dos clientes e possam ser produzidos e oferecidos com lucro; Auxiliar os funcionários ligados à produção nas atividades de aprendizado e aprimoramento contínuo; Orientar sobre decisões de investimentos. 4.1. Sistema de custos A escolha do sistema de custos está associada ao tipo de informação e controle pretendido com o sistema a serimplementado, sendo que a diferenciação entre os diferentes sistemas se dá pela natureza dos dados contábeis utilizados – históricos ou predeterminados. De acordo com Zanluca (2005), são dois os sistemas de custeio: 1) Sistema de custeio baseado em dados reais, atuais ou históricos; 2) Sistema de custeio baseado em dados estimados ou predeterminados (ZANLUCA, 2005). 20 4.2. Métodos de custos De acordo com Bornia (2002), em outros termos, os sistemas de custos deve proporcionar acurada mensuração do valor agregado ao longo de toda a cadeia produtiva como base para a tomada de decisões estratégicas e operacionais. É relevante mencionar que os princípios de custeio devem ser corretamente compreendidos e aplicados para que haja o retorno esperado no setor empresarial. 4.2.1. Métodos de Custeio Direto ou Variável Para Padoveze (2005), considerar os custos diretos variáveis é uma maneira adequada de tratar os produtos pelo custo unitário específico, sendo possível atribuir valores aos produtos sem rateios, ao passo que os custos diretos fixos devem ser alocados pelo custo médio em função da quantidade produzida ou vendida. O custeio direto ou variável considera, para o custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos variáveis e/ou diretos, eliminando-se a necessidade de rateios e estimativas e, consequentemente, as distorções geradas por eles. Os métodos de alocação de custeio direto e variável podem ser identificados distintamente como: método do custeio direto, método de custeio variável e método da contabilidade de ganhos. De acordo com Martins (2003), o método de custeio variável utiliza para custo dos produtos apenas os elementos variáveis, sejam eles diretos ou indiretos. Desse modo, ficam separados e desconsiderados os custos fixos, que são tidos como custos do período e utilizam o valor unitário do produto, não sendo realizado cálculo médio. A demonstração do resultado pelo custeio variável, no qual obtiveram a margem de contribuição, que é a diferença entre a receita e os custos e despesas variáveis. Eles esclareceram que o custo fixo de produção e as despesas fixas, que são fatores que dão mais complexidade para a alocação de custos aos produtos, pertencem à propriedade. Segundo os autores, a análise pela margem de contribuição traz a possibilidade de estudar a contribuição individual de cada produto na cobertura dos custos fixos e das despesas fixas. 21 4.2.1.1. Despesas Variáveis e Despesas Fixas As despesas variáveis normalmente são aquelas essenciais para o faturamento do seu negócio. Elas estão diretamente vinculadas ao volume vendido ou produzido pela empresa em um determinado período. Em outras palavras, quanto mais se vender, maiores serão essas despesas. As despesas fixas são mais estáveis. Seus valores independem do que for produzido ou vendido. São as contas mensais que o empresário tem que pagar, como aluguel, luz, contador, funcionários, água, gás, telefone, etc. Perceba que, apesar do salário de seus colaboradores ser uma despesa fixa - já que é uma constante todo mês -, se a sua empresa trabalha com a política de comissão, estas devem ser catalogadas como despesas variáveis. Figura 2. Processo básico de custos. De acordo com Bornia (2002), em outros termos, os sistemas de custos devem proporcionar acurada mensuração do valor agregado ao longo de toda a cadeia produtiva como base para a tomada de decisões estratégicas e operacionais. É relevante mencionar que os princípios de custeio devem ser corretamente compreendidos e aplicados para que haja o retorno esperado no setor empresarial. 4.2.1.2. Custeios Variáveis e Fixos Bornia (2002) afirma que os princípios de custeio estão ligados às metas dos sistemas de custos, nos quais estão relacionados os objetivos da contabilidade de custos – principalmente no que diz respeito à avaliação de estoques – o auxílio ao controle e a tomada de decisões. 22 O termo custeio significa apropriação de custos e os métodos de custeio são aplicados aos custos indiretos na busca pela melhor maneira de levá-los aos custos do produto. A análise pela margem de contribuição traz a possibilidade de estudar a contribuição individual de cada produto na cobertura dos custos fixos e das despesas fixas. Assim, foi possível obter a receita bruta para cada uma das joias que a empresa comercializa, foi encontrado o ponto de equilíbrio da empresa, que é essencial para o planejamento de outras áreas da empresa. Dessa maneira foi analisado: Preço de venda x quantidade a ser vendida; Custos variáveis e fixos; Margem de contribuição; Despesas gerais. Tabela 1 - Margem de Contribuição e Resultado Líquido. Quantidade de Joias R$ 30,00 Preço de venda R$ 50,00 Receita total R$1.500,00 Custos/despesas variáveis R$ 1.650,00 (=) Margem de contribuição líquida (R$ 15000) (-) Custos/despesas fixas R$ 390,00 (=) Resultado líquido (R$ 540,00) 23 5. ORÇAMENTO EMPRESARIAL INTEGRADO Segundo Perez Jr., Pestana e Franco (1997), o orçamento é a etapa final do processo de planejamento e nele se faz um levantamento dos recursos necessários de forma que as metas traçadas para curto e longo prazos venham a ser atingidas. Os dados para esse levantamento são extraídos dos sistemas de informações contábeis e de custos padrão da empresa. 5.1. Apuração de uma situação futura projetada A situação futura projetada é aquela obtida com base nas informações e nos números do orçamento. Ela é mensurada através de uma projeção das demonstrações financeiras para um período futuro, decorrente do processo orçamentário (PEREZ Jr.; PESTANA e FRANCO, 1997). O orçamento empresarial é a projeção das receitas e gastos que uma organização elabora para um determinado período de tempo, ou seja, é a definição de onde a empresa quer chegar e o que será necessário para alcançar esse objetivo. Ele é um instrumento de ação, é o elemento motor que auxilia e orienta o processo de tomada de decisões da empresa. O objetivo do plano de orçamento não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. Ponto básico e fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros. Conforme Moreira (2008), o adequado planejamento constitui-se em fator importante para o êxito do plano de lucros, quer por envolver itens de composição bastante variada, que por sua participação significativa no custo de produção. 5.2. Etapas do Orçamento O orçamento da Monalisa S/A é realizado trimestralmente (03 em 03 meses), mas inicia-se com cerca de três meses de antecedência da sua implementação, e seguida pela escolha das hipóteses que puderem ser validadas, implementação das 24 hipóteses e acompanhamento dos resultados. A montagem do orçamento é dividida em duas etapas principais: etapa operacional e etapa financeira. A etapa operacional consiste nos planos que proporcionam condições de estruturação das atividades da organização, de maneira a integrar as atividades e as operações. Ela é iniciada com o plano de marketing, a partir do que a entidade direciona os esforços para o seu mundo externo, pelo plano de duração, suprimento e estocagem. O segundo momento do plano e o investimento, avaliando o ativo imobilizado, o crescimento empresarial e abertura de novos horizontes organizacional. E o terceiro momento é avaliar o plano de recursos humanos e demais gastos existentes no exercício avaliado, já a etapa financeira é a existência dos demonstrativos contábeis, ou seja, o balanço, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa. Esta etapa inclui a interpretação futura do orçamentode vendas que e a previsão e planejamento de vendas da empresa no determinado exercício, e o inicio do orçamento financeiro empresarial. Nesta etapa acrescenta a criação do plano para elaborar o orçamento de custos fixos e variáveis da produção, as despesas de venda, com a folha de pagamento e demais gastos administrativos. É através dessa previsão de vendas que a empresa é capaz de estimar a quantidade de vendas de determinado produto, o valor e o prazo oferecido o seu retorno e a perspectiva da lucratividade pretendida. Para obtenção de melhores resultados nos valores que serão orçados e projetados pela empresa no seu orçamento empresarial, os gestores implementaram um plano de marketing, sendo assim, realizaram junto a seus clientes internos e externos, uma pesquisa de clima para saber a satisfação de todos envolvidos. Após os índices e dados coletados na pesquisa, foi planejada uma estratégia competitiva para alcance de melhores resultado e novos clientes. 5.3. Projeção de Compras e Pagamento Fornecedores Somando os valores de compras temos: Período/Compras Dezembro Janeiro Fevereiro Março Total Compras (R$) 4.000,00 500,00 800,00 1.000,00 6.300,00 Esse valor foi obtido somando-se os valores adquiridos e conforme a política da empresa, o pagamento é realizado em duas vezes iguais. 25 Janeiro Fevereiro Março Abril Fornecedores (Dezembro) 2.000,00 - - - Compras (Janeiro) 250,00 250,00 - - Compras (Fevereiro) - 400,00 400,00 - Compras (Março) - - 500,00 500,00 Total das saídas 2.250,00 650,00 900,00 500,00 Em dezembro, a Monalisa S/A ficou devendo R$ 2.000,00 para pagar em janeiro, ou seja, a metade. Em janeiro foi comprado R$ 500,00, em duas vezes de R$ 250,00. Em fevereiro R$ 800,00, em duas vezes de R$ 400,00 e em março R$ 1.000,00, em duas vezes de R$ 500,00. 5.4. Projeção de Vendas e Despesas A Monalisa S/A tem um objetivo, não basta somente vender. O que realmente é determinante de uma boa oportunidade é a quantidade de lucro. Não serve qualquer lucro, mas somente um montante que compense toda a empreitada, isto é, que supere em ganhos o que poderia ser obtido em outros negócios e investimentos. Assim, uma questão puxa a outra. Janeiro Fevereiro Março Receita Bruta Vendas 3.000,00 3.500,00 4.000,00 (-) Deduções PIS/COFINS 277,50 323,75 370,00 ICMS 210,00 280,00 320,00 Receita Líquida 2.512,50 2.896,25 3.310,00 CPV 150,00 160,00 200,00 Lucro Líquido 2.362,50 2.736,25 3.110,00 Janeiro Fevereiro Março Compras de mercadorias 500,00 800,00 1.000,00 Despesas administrativas 110,00 130,00 100,00 Despesas tributárias 487,50 603,75 690,00 Despesas de materiais de consumo 100,00 80,00 200,00 Despesas operacionais 60,00 40,00 100,00 Depreciação 120,00 50,00 90,00 Total de Despesas 1.377,50 1.703,75 2.180,00 26 Análise: O empreendedor no ano corrente teve dificuldade em gerenciar suas despesas variáveis. Afinal, quanto a empresa precisava gastar para atender o volume de vendas? O mais recomendado foi efetuar um planejamento baseado no passado e no futuro da empresa e da concorrência, foram identificados também os períodos de alta produtividade que ajudaram a determinar, por exemplo, o quanto precisará ser gasto com estoques para suprir a demanda do próximo exercício. Para o próximo exercício de 2012, outro fator importante para alcance das metas, foi a definição de redução de custos, ou seja, contenção de despesas. Estabeleceram e metas de vendas para que os custos fixos fossem todos custeados. O saldo restante será aplicado para a quitação dos empréstimos e financiamentos e um saldo em caixa como recurso disponível imediato. 5.5. Projeção de Contas a Receber A política da empresa é 1/3 das vendas à vista e o restante a prazo. Com essa previsão podemos iniciar o orçamento que aponta as entradas de recursos da empresa. Janeiro Fevereiro Março Abril Contas a receber (Dezembro) 7.222,22 - - - Vendas (Janeiro) 1.000,00 2.000,00 - - Vendas (Fevereiro) - 1.166,67 2.333,33 - Vendas (Março) - - 1.333,33 2.666,67 Total de Entradas 8.222,22 3.166,67 3.666,66 2.666,67 Em janeiro o total a receber é R$ 8.222,22, sendo R$ 7.222,22 das vendas a prazo e R$ 1.000,00 referente à 1/3 das vendas à vista. Em fevereiro o total a receber é R$ 3.166,67, sendo R$ 2.000,00 das vendas a prazo e R$ 1.166,67 referente à 1/3 das vendas à vista. Em março R$ 3.666,66, sendo R$ 2.333,33 das vendas a prazo e R$ 1.333,33 referente à 1/3 das vendas à vista. Em abril, ainda não há o valor das vendas, somente o valor de R$ 2.666,67 das vendas a prazo. 27 5.6. Projeção Orçamento de Caixa No modelo que segue abaixo, é importante enxergar todas as entradas e saídas que ocorrerão. Isso possibilita saber em qual mês haverá maior dificuldade, de maneira que possamos isolar o endividamento da empresa por meio de empréstimos com bancos. O mês que terá maior dificuldade será o mês de janeiro, ao qual as entradas não serão suficientes para cobrir as saídas. Nesse caso, de acordo com os valores orçados, possibilita ao gestor uma análise antecipada das ações básicas que a empresa deverá tomar em harmonia com outros orçamentos de janeiro e como podemos observar, a situação do caixa é regularizada a partir de fevereiro. Entradas Janeiro Fevereiro Março Vendas à vista 1.000,00 1.166,67 1.333,33 Vendas a prazo 7.222,22 2.000,00 2.333,33 Vendas de ativos - - - Aumento de capital social - - - Outras receitas - - - Receitas financeiras - - - Total das entradas 8.222,22 3.166,67 3.666,66 Saídas Janeiro Fevereiro Março Pagamento a fornecedores à vista 2.250,00 400,00 500,00 Pagamento a fornecedores a prazo - 250,00 400,00 Despesas Administrativas 110,00 130,00 100,00 Despesas tributárias 487,50 603,75 690,00 Despesas materiais uso/consumo 100,00 80,00 200,00 Despesas operacionais 60,00 40,00 100,00 Mão de obra 2.380,00 - - Impostos 6.848,00 - - Prestação arrendamento - - - Total de saídas 12.235,50 1.503,75 1.990,00 Diferença do período (4.013,28) 1.662,92 1.176,66 Saldo inicial de caixa 2.383,33 3.000,00 5.000,00 Disponibilidade acumulada (1.629,95) 4.662,92 6.176,66 Nível desejado de caixa 3.000,00 5.000,00 6.000,00 Empréstimos a pagar 1.666,66 1.666,66 1.666,68 Saldo final de caixa 3.000,00 5.000,00 6.000,00 28 5.7. Projeção do Lucro - Demonstração de Resultado Segue a projeção do resultado para o primeiro trimestre de 2012, o valor do lucro líquido apurado. Janeiro Fevereiro Março Receita bruta Vendas 3.000,00 3.500,00 4.000,00 (-) Deduções Impostos 487,50 603,75 690,00 Receita líquida 2.512,50 2.896,25 3.310,00 CPV 150,00 160,00 200,00 Lucro bruto 2.362,50 2.736,25 3.110,00 Despesas Operacionais Despesas gerais 890,00 1.100,00 1.490,00 Lucro operacional 1.472,50 1.636,25 1.620,00 Contribuição social (9%) 132,52 147,26 145,80 Imposto de renda (15%) 220,87 245,43 243,00 Lucro líquido 1.119,11 1.243,56 1.231,20 Em janeiro, o lucro de R$ 1.119,11, fevereiro R$ 1.243,56 e em março o lucro de R$ 1.231,20. Observa-se que em março houve um redução do lucro, isso não é bom para a empresa, pois se ocorrer algum imprevisto ou erro nos valores orçados das despesas pode reduzir ainda mais o lucro, podendo assim comprometer os recursos financeiros e perder o objetivo inicial do planejamento, que era o aumento das receitas para pagamentos dos empréstimos e ter um recurso disponível de imediato. Devido a isso, o gestor deve se atentar e acompanhar e controlar as despesas com muita cautela e cuidado, e em casos de divergências de valores orçados, já deverá ter alguma solução para colocar em prática em caso emergencial. 29 6. MERCADO DE CAPITAIS O Mercado de Capitais pode ser definido como um conjunto que abrange as bolsas de valores, sociedadescorretoras e diversificadas instituições financeiras. Neste mercado, são negociados títulos mobiliários que tem por objetivo gerar recursos financeiros para as empresas. Ainda, conforme Pinheiro (2009, p. 174). “O mercado de capitais pode ser definido como um conjunto de instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores. Ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas”. Desta forma, o Mercado de Capitais tem por objetivo o direcionamento de capital e poupança da sociedade para as empresas, criando um círculo virtuoso, pois estes investimentos geram crescimento econômico, gerando por consequência o aumento da renda, e por este motivo os países mais desenvolvidos possuem mercados de capitais mais dinâmicos, mais diversificados e fortalecidos. Isso quer dizer que o objetivo é direcionar os recursos financeiros da sociedade (poupança) para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas, assim remunerando melhor o investidor e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país. 6.1. Estrutura de Mercado de Capitais O mercado de capitais é composto por bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Estas instituições negociam os principais ativos mobiliários do mercado de capitais, que são: Ações - Títulos emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do capital da empresa emitente (Veja o que é uma ação). O investidor em ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados; Debêntures - Títulos emitidos também por sociedades anônimas. Seus recursos são destinados principalmente para capital fixo das empresas e são 30 remunerados em juros, participações nos lucros, etc. As debêntures são títulos de longo prazo; Commercial Papers - Notas promissórias de curto prazo, utilizados pelas empesas para financiar seu capital de giro. O Mercado de Capitais é classificado em: Mercado primário; Mercado secundário. Essa divisão é muito importante sob o ponto de vista econômico, pois apresenta como é feito o fluxo de recursos para o financiamento, principalmente das empresas, e mostra através de mecanismos que o fluxo pode ser mantido e aumentado. Qualquer ativo financeiro tem sua primeira negociação. Ou seja, quando uma Ação, Letra de Cambio ou Certificado de Depósito Bancário (CDB) é negociada pela primeira vez. Essa transação é realizada no mercado primário. Quando o primeiro comprador revende este ativo a uma terceira pessoa, esta pessoa para outra e assim por diante, desencadeando um processo de circulação do ativo, estas operações ocorrem no mercado secundário. Vamos entender melhor sobre estas duas divisões a seguir. 6.1.1. Mercado Primário Esse mercado é onde ocorre a emissão inicial de um título e o seu primeiro negócio. É através dele que empresas obtêm recursos financeiros para os seus investimentos e é também onde os bancos obtêm capital para financiar as empresas. O patrimônio financeiro obtido é direcionado para a empresa ou banco que lançou o ativo financeiro. 6.1.2. Mercado Secundário Essa operação é onde os títulos mobiliários emitidos no mercado primário são negociados de um proprietário para outro. Sua função é gerar liquidez aos ativos financeiros. 31 O mercado secundário é tão importante quanto o primário, uma vez que o funcionamento de um depende do outro. Os ativos financeiros não seriam negociados no mercado primário se não contassem com a capacidade do secundário de gerar liquidez a estes papéis. Neste momento os valores resultantes das transações não são mais direcionados para a empresa ou banco emissor do ativo, mas sim para os investidores que participam das novas negociações. Há de se ressaltar que, conforme PINHEIRO (2009, p. 175) “a função do mercado secundário (...) é dar liquidez ao investidor, possibilitando que, no momento em que realizar uma operação de venda, exista o comprador e vice-versa, o que viabilizará o crescimento do mercado primário”. 6.2. Corretoras, Distribuidoras, Fundos e Sociedades de Investimentos Rudge e Cavalcante (1998, p. 146) esclarecem que as atividades básicas das corretoras estão identificadas como sendo operar com exclusividade em bolsa de valores, em todas as modalidades deste, sendo à vista e a termo, no mercado futuro e no de opções, com títulos e valores mobiliários da negociação autorizada; comprar, vender e distribuir títulos e valore mobiliários por conta de terceiros; formar e gerir, como líder ou participante de consórcios para lançamento público (underwriting), bem como para compra ou revenda de títulos e valores mobiliários Por fim vale ressaltar que o relacionamento investidor-corretor-Bolsa deve ser restritamente formal, garantindo segurança e imparcialidade às operações, conferindo a elas legitimidade. Com relação às Distribuidoras, afirma Castro (1.979, p.76): “Criadas pela Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1.965 (Lei do Mercado de Capitais), as sociedades distribuidoras tem por objeto a subscrição, distribuição ou intermediação na colocação de títulos ou valores mobiliários para venda, e distribuição ou negociação, no sentido de contribuírem para a captação e colocação de poupanças no Mercado de Capitais”. Assim como as sociedades corretoras, as companhias distribuidoras podem constituir-se de forma de sociedades anônimas ou de sociedades por cotas de responsabilidades limitadas. 32 No que tange aos Agentes Autônomos de Investimentos, pode-se dizer que estes não constituem uma instituição financeira. Ainda, de acordo com Castro (1.979, p. 78) o agente autônomo de investimento é a pessoa física previamente credenciada por um banco de investimento, sociedade de crédito, financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, sociedade corretora ou sociedade distribuidora, sem possuir vínculo empregatício e em caráter individual e que atua exclusivamente por conta e ordem da entidade credenciadora. Quanto aos Fundos de Investimentos, alega Castro (1.979, p.76) que estes “consistem na conjugação de poupanças de diversos investidores, sem qualquer propósito associativo para, mediante a melhor e mais diversificada aplicação possível, obter rendimento mais seguro e vantajoso.”. Desta forma, são constituídos por um condomínio de ações e títulos públicos e administrados pelas instituições legalmente habilitadas a fazê-lo. 6.3. Bolsa de Valores e Índices de Ações Atualmente, conforme relata Pinheiro (2009, p. 240-241), como características, a Bolsa de Valores é um mercado público, onde os títulos e valores são negociados. Apenas os títulos das entidades que tenham sido admitidas à negociação são negociáveis e as transações estão garantidas economicamente e juridicamente, em virtude a da regulamentação existente, que garante às operações as qualidades dos valores. Ainda, a Bolsa de Valores deve promover a livre concorrência e a diversificação em grande número de investidores e instituições financeiras, para que não haja monopólio do mercado, além da transparência na fixação dos preços, gerando credibilidade e confiança. Nas Bolsas de Valores existem diversos participantes, sendo eles pessoas físicas e/ou jurídicas, caracterizadas como tomadores de capitais (empresas que visam obter recursos para seus investimentos); os ofertadores de capitais (empresas ou participantes que objetivam aplicar suas sobras de liquidez com a finalidade de obter ganho); e os mediadores (instituições financeiras que operacionalizam as demandas dos compradores com a oferta dos vendedores de títulos). Há aindaos gestores financeiros que realizam a gestão das empresas para captar recursos a 33 baixo custo e investir recursos sem risco, com prazos adequados (Pinheiro. 2009 p.241). Por fim, como afirma Pinheiro (2009, p.242): “Podemos dizer que a função de uma bolsa de valores não é a de criar riqueza, mas a de transferir os recursos da economia, pois a cada entrada de fundos no mercado bursátil corresponde a uma fuga de capitais previamente aplicados, que representa simples transferência de propriedade. Isso não significa que as bolsas são organizações neutras com relação à economia. A existência das bolsas propicia aos possuidores de títulos patrimoniais e aos subscritores de novas emissões a certeza da liberação do capital investido, e essa convicção os leva a realizar o investimento”. Desta forma, fica bem evidenciada a criação de riqueza social através das bolsas de valores, uma vez que são elas os organismos que impulsionam o processo e mecanismos de democratização do capital. Para Pinheiro (2.009, p. 254), os índices de ações são números temporais e na maioria dos casos ponderados. Podem ser considerados como indicador de variação de preços ou cotações de mercados utilizados para acompanhamento do comportamento das principais ações negociadas numa bolsa de valores, uma vez que é representativo de todo o mercado em um momento específico. Para Rudge e Cavalcante (1.998, p. 160), os objetivos principais dos índices de ações é que estes são indicadores de variações de preço de mercado. Servem também de parâmetros para avaliação de performance de portfólios e carteiras, além de serem instrumentos de negociação no mercado futuro. Porém, cabe ressaltar que para um índice possa efetivamente ser utilizado como instrumento de avaliação de desempenho de mercados e bolsas, este deve ser composto por uma carteira de ações, cujo representam de forma mais eficiente o comportamento do mercado. Conforme relata Pinheiro (2.009, p. 254): “Pela comparação dos índices apurados sucessivamente pelas bolsas de valores, pode-se saber se o mercado encontra-se em alta, estável ou em baixa, o que orienta os investidores em suas aplicações no futuro próximo. O acompanhamento do índice é feito em geral por meio de um gráfico simples que registra sua evolução no tempo: um ano, um mês, uma semana ou até mesmo ao longo de um dia.” 34 7. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Pode-se definir as Demonstrações Contábeis como sendo o conjunto de informações que devem ser divulgadas anualmente de forma obrigatória. Ou seja, as Demonstrações Contábeis agrupam todos os fatos e atos realizados diariamente na entidade, os quais, segundo Marion (2002, p. 51) são "a exposição resumida e ordenada de dados recolhidos pela contabilidade". Sobre o Balanço Patrimonial, esclarece ASSAF NETO (1981, p. 28) que "o balanço servirá como elemento de partida para o conhecimento retrospectivo da situação econômica e financeira de uma empresa, através das informações contidas nos seus vários grupos de contas", ou seja, o Balanço Patrimonial é o demonstrativo que retrata em determinado período a situação financeira da empresa, com todos os seus bens e direitos, constantes no Ativo, assim como suas obrigações perante os sócios e terceiros, constantes no Passivo, representando, portanto, uma posição estática da entidade. Desta forma, a DRE representa a demonstração analítica das variações do Patrimônio Líquido, originadas pela atividade da empresa, que ocorrem pela diferença entre receitas e despesas, retratando apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo de dinheiro). Para a Demonstração de Resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o Patrimônio Líquido. Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência. Assim, a DRE, pode ser utilizada como indicadores de auxílio a decisões financeiras. A contabilidade fornece diversas informações úteis para a tomada de decisão, dentro e fora das empresas. Por meio dela é possível conhecer toda a estrutura econômica e financeira das entidades. Utilizando registros, a contabilidade acumula e resume dados relacionados com o patrimônio das empresas, tornando mais fácil sua interpretação. 35 7.1. CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis Conforme consta na redação do CPC 26 (2008, p.3), este pronunciamento objetiva ser a base para as demonstrações contábeis, permitindo com confiabilidade a comparação das demonstrações contábeis anteriores tanto da mesma entidade quanto com outras entidades, estabelecendo requisitos e regras gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para sua estrutura e as informações básicas que devem ser apresentadas. Ainda, o mesmo CPC informa que, obrigatoriamente, deverá ser aplicado em todas as demonstrações contábeis elaboradas e apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). A partir de então, estabelece o CPC 26 (2008, p. 8): “As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil Financeiro 1. Presume-se que a aplicação dos Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC, com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis que se enquadram como representação apropriada”. 7.2. O Processo de Análise de Balanço A análise de balanço é uma atividade muito complexa, tendo diversos desdobramentos como a análise dos índices de liquidez, análises verticais e horizontais, dentre outros. Pode-se dizer que (PORTAL COSIF ELETRÔNICO. 2012): “O objetivo da análise de balanço é oferecer um diagnóstico sobre a situação econômico-financeira da organização, utilizando-se dos relatórios gerados pela contabilidade financeira (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, etc.) e de outras informações necessárias à análise, relacionando-se prioritariamente a utilização por parte de terceiros”. 36 7.3. Análise Fundamentalista A análise fundamentalista é um importante instrumento utilizado para a análise de investimento em ações. O princípio desta análise está baseado na avaliação quantitativa da empresa. O analista fundamentalista busca estudar a situação financeira, econômica e mercadológica de uma empresa e suas expectativas e projeções para o futuro. Pode-se conceituar a análise fundamentalista como o estudo de toda a informação disponível no mercado sobre determinada empresa, com a finalidade de obter o preço justo da companhia (ADVANCED FINANCIAL NETWORK, 06 abril 2009). A análise fundamentalista interpreta dados fundamentais de uma empresa obtidos através dos principais demonstrativos financeiros como: balanço patrimonial, demonstrativo de resultado, fluxo de caixa, demonstração de origens e aplicações de recursos, etc. A justificativa para o uso desse tipo de análise é antecipar o comportamento futuro de uma determinada empresa no mercado. Avaliação técnica de fundamentos econômicos das companhias de capital aberto e do desempenho de suas ações no mercado de capitais. Projeção do comportamento de preços de ações a partir do estudo de características particulares de cada empresa. Utiliza-se das demonstrações financeiras divulgadas pela empresa assim como de informações setoriais e macro econômicas para fundamentar recomendações sobre quais papéis devemser comprados ou vendidos. Metodologia para determinação do valor econômico de empresas e de projetos. 7.4. Demonstração Patrimonial Segue, como ponto de partida, o Balanço Patrimonial referente ao exercício de 2020 e 2021 e, em sequência, a Demonstração de Resultados e os índices financeiros com posteriores análises. 37 MONALISA S/A ATIVO 31/12/2020 31/12/2021 CIRCULANTE 14.750,00 18.416,66 Caixa 150,00 2.383,33 Banco conta movimento 300,00 300,00 Duplicatas a receber 3.500,00 10.833,33 Duplicatas descontadas (1000,00) (1.000,00) Mercadorias 10.800,00 5.400,00 Despesas antecipadas 1.000,00 500,00 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 2.500,00 8.833,34 Duplicatas a receber 2.500,00 8.833,34 PERMANENTE 15.400,00 12.800,00 Investimentos 3.500,00 2.500,00 Participações societárias 1.500,00 500,00 Obras de arte 2.000,00 2.000,00 Imobilizado 11.500,00 9.900,00 Imóveis 3.000,00 3.000,00 Veículos 10.000,00 10.000,00 Móveis e utensílios 800,00 1.300,00 Depreciação acumulada (2300,00) (4.400,00) Intangível 400,00 400,00 Gastos com desenvolvimento 500,00 500,00 Amortização acumulada (100) (100) TOTAL DO ATIVO 32.650,00 40.050,00 MONALISA S/A PASSIVO 31/12/2020 31/12/2021 CIRCULANTE 13.800,00 16.128,00 Fornecedores 5.000,00 4.000,00 Empréstimos 2.000,00 2.000,00 Financiamentos - 600,00 Salários e Ordenados a Pagar 2.250,00 2.000,00 INSS a Recolher 247,50 220,00 FGTS a Recolher 180,00 160,00 Impostos a Recolher 1.480,00 1.520,00 Dividendos - 300,00 Imposto de Renda/CSLL a recolher 2.642,50 5.328,00 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 3.400,00 2.600,00 Financiamentos 3.000,00 2.400,00 Adiantamento de Clientes 400,00 200,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.450,00 21.322,00 Capital Social 12.000,00 13.000,00 Capital a Integralizar (2000,00) (1000,00) 38 Reservas de Capital 1.000,00 - Reserva Legal - 190,00 Lucros Acumulados 4.450,00 9.132,00 TOTAL DO PASSIVO 32.650,00 40.050,00 DRE do Exercício de 2020 Vendas de Mercadorias 15.000,00 CMV (4.742,50) Lucro Bruto 10.257,50 Despesas Gerais (600,00) Despesas Depreciação (2.100,00) Despesas Salários (2.250,00) Despesas Encargos Sociais (427,50) Despesas Impostos S/Vendas (1.480,00) Resultado Operacional 3.400,00 Ganhos Alienação AP - Lucro Antes do IR e CSLL 3.400,00 Prov. IR e CSLL (816,00) Lucro Líquido do Exercício 2020 2.584,00 DRE do Exercício de 2021 Vendas de Mercadorias 22.200,00 CMV (5.400,00) Lucro Bruto 16.800,00 Despesas Gerais (500,00) Despesas Depreciação (2.100,00) Despesas Salários (2.000,00) Despesas Encargos Sociais (380,00) Despesas Impostos S/Vendas (1.520,00) Resultado Operacional 10.300,00 Ganhos Alienação AP 200,00 Lucro Antes do IR e CSLL 10.500,00 Prov. IR e CSLL (5.328,00) Lucro Líquido do Exercício 2021 5.172,00 39 Demonstração Lucros/Prejuízos Acumulados em 31/12/2020 Saldo inicial em 31/12/2019 1.866,00 (+) Lucro Líquido Exercício 2.584,00 (-) Reserva legal - (-) Dividendos propostos - Saldo Final em 31/12/2020 4.450,00 Demonstração Lucros/Prejuízos Acumulados em 31/12/2021 Saldo inicial em 31/12/2020 4.450,00 (+) Lucro Líquido Exercício 5.172,00 (-) Reserva legal 190,00 (-) Dividendos propostos 300,00 Saldo Final em 31/12/2021 9.132,00 Demonstração Fluxo de Caixa (Modelo Direto) em 31/12/2021 Atividades operacionais Recebimento de clientes 8.333,33 Pagamento a fornecedores (1.000,00) Pagamento de despesas operacionais (6.800,00) Caixa líquido consumido nas atividades operacionais 533,33 Atividades de investimentos Recebimento pela venda de ativo não circulante 1.200,00 Atividades de financiamento Aumento de capital 500,00 Aumento líquido das disponibilidades 2.200,00 Saldo final das disponibilidades 2.650,00 Saldo inicial das disponibilidades (450.00) Aumento líquido das disponibilidades 2.200,00 40 8. ÍNDICES DE LIQUIDEZ O objetivo desses índices é demonstrar a capacidade de pagamentos das obrigações da empresa, ou seja, saldar suas dívidas com terceiros. Esses indicadores demonstram a sua liquidez em geral. Englobam nos cálculos de liquidez, os ativos circulantes e não circulantes e os passivos circulantes e não circulantes. 8.1. Liquidez Geral De acordo com Braga (1995), “deixando de liquidar seus compromissos financeiros nas datas, a empresa vai ter restrições de créditos e dificuldades nas suas operações”. ANO 2020 => _AC + RLP_ = _14.750,00 + 2.500,00_ = 1,00 PC + ELP 13.800,00 + 3.400,00 Análise: A empresa possui R$ 1,00 no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívida total, em outras palavras: para cada R$ 1,00 de obrigações a curto e longo prazo, a empresa possui R$ 1,00 de direitos a curto e longo prazo. ANO 2021 => _AC + RLP_ = _18.416,66 + 8.833,34_ = 1,45 PC + ELP 16.128,00 + 2.600,00 Análise: A empresa possui R$ 1,45 no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de dívida total, gerando uma folga financeira de R$ 0,45. Para cada R$ 1,00 de obrigações a curto e longo prazo, a empresa possui R$ 1,45 de direitos a curto e longo prazo. 41 Evolução: A empresa evoluiu o seu índice de Liquidez Geral, aumentou sua folga financeira, sendo assim a mesma pode saldar suas obrigações e ainda tem uma reserva. 8.2. Liquidez Corrente Para Matarazzo (2003, p. 286), “quanto maior o índice de Liquidez Corrente maior a independência da empresa em relação aos credores e maior a sua capacidade de enfrentar crises e dificuldades inesperadas”. ANO 2020 => _AC_ = _14.750,00_ = 1,07 PC 13.800,00 Análise: A empresa possui R$ 1,07 no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa possui R$ 1,07 de direitos a curto prazo, com uma folga financeira de R$ 0,07. ANO 2021 => _AC_ = _18.416,66_ = 1,14 PC 16.128,00 Análise: A empresa possui R$ 1,14 no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa possui R$ 1,14 de direitos a curto prazo, gerando uma folga financeira de R$ 0,14. Evolução: A empresa evoluiu o seu índice de Liquidez Corrente de um ano para o outro, sendo algo favorável para honrar com os seus compromissos. 42 8.3. Liquidez Seca Essa medida é utilizada quando se supõe que uma empresa possui estoques com liquidez não imediata. ANO 2020 => _AC – Estoque_ = _14.750,00 – 10.800,00_ = 0,28 PC 13.800,00 Análise: A empresa possui R$ 0,28 de Ativo Circulante Líquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa não possui R$ 1,00 de direitos também a curto prazo, deduzindo o estoque. ANO 2021 => _AC – Estoque_ = _18.416,66 – 5.400,00_ = 0,81 PC 16.128,00 Análise: A empresa possui R$ 0,81 de Ativo Circulante Líquido para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante, ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa não possui R$ 1,00 de direitos também a curto prazo, deduzindo o estoque. Evolução: Houve um aumento do índice de Liquidez Seca, sendo um dado favorável para a empresa. Quanto maior for o índice de Liquidez Seca melhor será, pois indica quanto de suas dívidas à empresa poderá pagar utilizandosomente o disponível e as duplicatas a receber. 8.4. Liquidez Imediata Para Assaf Neto (2007, p. 190), a liquidez imediata “revela a porcentagem das dívidas a curto prazo (circulante) em condições se serem liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter 43 recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade”. Diante desta afirmação, pode-se constatar que a liquidez imediata relata a quantia que a empresa dispõe para pagar suas dívidas de curto prazo. ANO 2020 => _Disponibilidades_ = __450,00__ = 0,03 PC 13.800,00 Análise: Esse valor significa que para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa possui R$ 0,03 de direitos a curto prazo, ou seja, a empresa poderia pagar nesta data apenas 0,03% do valor que deve a curto prazo representado pelas disponibilidades. ANO 2021 => _Disponibilidades_ = _2.683,33_ = 0,17 PC 16.128,00 Análise: Esse valor significa que para cada R$ 1,00 de obrigações a curto prazo, a empresa possui R$ 0,17 de direitos a curto prazo, representados pelas disponibilidades, ou seja, a empresa poderia pagar nesta data apenas 17% do valor que deve a curto prazo. 9. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL É a evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras ou índices em relação a anterior. Consequentemente, envolve o cálculo percentual de variação de cada conta considerada entre um ano (período) e outro, no caso de Balanço Patrimonial. Segundo Matarazzo (1993), o objetivo da análise vertical é mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence através da comparação das contas do demonstrativo em relação a empresas concorrentes do mesmo ramo de atividades ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores. 44 9.1. Índices Análise Vertical e Horizontal Seguem os cálculos e as análises efetuadas com os valores levantados através dos balanços patrimoniais do período de 2020 e 2021. MONALISA S/A ATIVO 31/12/2021 AV AH 31/12/2020 AV AH CIRCULANTE 18.416,66 45,98% 124,86% 14.750,00 45,18% 100% REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 8.833,34 22,06% 353,33% 2.500,00 7,66% 100% PERMANENTE 12.800,00 31,96% 83,12% 15.400,00 47,17% 100% TOTAL DO ATIVO 40.050,00 100% 122,66% 32.650,00 100,00% 100% PASSIVO 31/12/2021 AV AH 31/12/2020 AV AH CIRCULANTE 16.128,00 40,27% 116,87% 13.800,00 42,27% 100% EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 2.600,00 6,49% 76,47% 3.400,00 10,41% 100% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 21.322,00 53,24% 138,01% 15.450,00 47,32% 100% TOTAL DO PASSIVO 40.050,00 100,00% 122,66% 32.650,00 100,00% 100% O ativo total teve um acréscimo de 22,66 % de 2020 para 2021. Isso se deve ao fato de quase todas as contas sofreram acréscimo de seus valores de 2020 para 2021. O grupo ativo circulante sofreu um acréscimo de 24,86% de 2020 para 2021, mas sua representatividade aumentou 0,80 pontos percentuais de 2020 para 2021, visto que em 2020 esse grupo representava 45,18% do total do ativo e em 2021 passou a representar 45,98%. O grupo ativo realizável a longo prazo sofreu um acréscimo de 253.33% de 2020 para 2021 e sua representatividade aumentou 14,40 pontos percentuais de 2020 para 2021. O grupo ativo permanente sofreu um decréscimo de 16,88% de 2020 para 2021 e sua representatividade diminui 15,21 pontos percentuais de 2020 para 2021. O passivo total teve um acréscimo de 22,66% de 2020 para 2021. Isso se deve ao se deve ao fato de que quase todas as contas sofreram acréscimo de seus valores de 2020 para 2021. 45 O grupo passivo circulante sofreu um acréscimo de 16,87% de 2020 para 2021, mas sua representatividade diminuiu 2,00 pontos percentuais de 2020 para 2021. O grupo exigível a longo prazo sofreu um decréscimo de 23,53% de 2020 para 2021, mas sua representatividade diminuiu 3,92 pontos percentuais de 2020 para 2021. O patrimônio líquido sofreu um acréscimo de 38,01% de 2020 para 2021 e sua representatividade aumentou 5,92 pontos percentuais de 2020 para 2021, visto que em 2020 este grupo representava 47,32% do total do passivo e em 2021 passou a representar 53,24% do total do passivo. 46 10. ANÁLISE PESTEL A análise PESTEL é uma ferramenta de análise baseada em fatores macro Ambientais que parte do pressuposto que o sucesso de uma organização não pode ser devidamente compreendido e estudado sem antes se recolher, analisar e perceber toda a informação existente relacionada com o setor onde atua a empresa e com o ambiente de negócio externo existente (Guo Chao e Nunes, 2007). O objetivo primordial da análise é ajudar a empresa a reagir a mudanças no seu ambiente externo. 10.1. Definição e Conceito Esta análise, embora de fácil aplicação acaba por ser mais usada como ferramenta de aprendizagem para alunos iniciados na área do marketing e gestão do que como teoria desenvolvida no âmbito de projetos académicos (Ho, 2014). Para além disso a sua aplicação é muito genérica no seu fundamento, criando dificuldades em perceber quais as regras a estabelecer quando nos deparamos com circunstâncias variáveis numa aplicação prática. Desta forma, empresas globais ou geograficamente dispersas vão ter que realizar diferentes análises PESTEL para as diferentes regiões, uma vez que a evolução histórica, social, cultural é diferentes em cada uma delas. (Gupta, 2013). Assim, segundo Duncan (1972), deve ser levado em conta nesta análise, não apenas o ambiente de negócio em si, como todos os fatores físicos e sociais externos à organização e, consequentemente, fora do seu controlo, mas com capacidade de influenciar o processo de decisão da mesma (Guo Chao e Nunes,2007). Todas estas circunstâncias externas e indiretas têm capacidade para influenciar a capacidade da empresa em produzir valor e, neste sentido, a análise PEST serve como uma “fotografia panorâmica” que ajuda a empresa a compreender e avaliar melhor todo o seu ambiente externo (Guo Chao e Nunes,2007). 10.2. Tabela Análise Pestel Empresa Monalisa Jóias Como já dizia Richardson e Richardson (1992) a contribuição da análise PESTEL se dá na permissão aos responsáveis pela decisão estratégica, uma perspetiva mais ampla e orientada sobre o ambiente. Além do mais, fornece a 47 organização uma visão mais futurística em relação à situação dos seus negócios. Com isso, a análise PESTEL é denominada como uma ferramenta estratégica útil para estudar o crescimento ou a decadência do mercado, o posicionamento da empresa e a tendência / potencial do negócio (Koumparoulis, 2013). Segue abaixo a tabela com a análise PESTEL do mercado onde a empresa Monalisa Jóias atua: Tabela Análise Pestel da Empresa Monalisa Jóias Fonte: elaboração própria Entretanto com o desenvolvimento desta, foi anexada a parte legal e ambiental passando a ser denominada como PESTEL. Ainda a descrever a análise PESTEL, Johnson, Scholes e Whittington (2011), cita que as empresas usufruem da 48 análise PESTEL, para facilitar a perceção e identificar os principais indicadores de mudanças e conflitos, pelos meios políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais (ecológicos) e jurídicos. 10.3. Processo Elaborativo A ideia, então, foi separar esses fatores em tópicos e, em um exercício de pesquisa e raciocínio, listar as tendências relacionadas a eles que podem ter algum reflexo no negócio. Para isso, é preciso entender quais são os elementos externos considerados relevantes para essa análise. PEST é um acrônimo que une as palavras Política (P), Economia (E), Social (S) e Tecnologia (T). Alguns especialistas, porém, acreditam ser importante adicionar dois fatores: Ambiental (A) e Legal (L). Sendo assim, a nomenclatura pode variar. É comum se referir à ferramenta como matriz PESTAL, com a adição das duas letras extras. Além disso,
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