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Prévia do material em texto

Legislação aplicada à Logística 
 
 
 
 
 Cristiane Alves Anacleto
Campus Ribeirão das 
Neves 
Curso Técnico Subsequente em 
Logística 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome do autor Cristiane Alves Anacleto 
 
 
 
 
 
Curso Técnico Subsequente em Logística 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ribeirão das Neves 
Instituto Federal de Minas Gerais 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pró-reitor de Extensão 
Diretor de Projetos de Extensão 
Arte gráfica 
Diagramação 
Coordenação do curso 
Diretor Geral 
Diretor de Ensino 
Coordenação do Centro Educação a Distância 
 
Carlos Bernardes Rosa Júnior 
Niltom Vieira Junior 
Ângela Bacon 
Eduardo dos Santos Oliveira 
Pedro Marinho Sizenando Silva 
Maria das Graças Oliveira 
Saulo Furletti 
Paula Andréa de Oliveira e Silva Rezende 
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais 
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do 
Instituto Federal de Minas Gerais. 
2023 
Direitos exclusivos cedidos à 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Avenida Mário Werneck, 2590, 
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG, 
Telefone: (31) 2513-5157 
Apresentação do curso 
 
 
Este curso está dividido em quatro semanas, cujos objetivos de cada uma são 
apresentados, sucintamente, a seguir. 
 
SEMANA 1 
Nessa semana, vamos falar sobre os principais aspectos 
da legislação brasileira para o transporte rodoviário de 
carga. Abordaremos os conceitos das figuras existentes 
nesse tipo de transporte. Apresentaremos os principais 
documentos envolvidos no serviço de transporte. 
SEMANA 2 
Conhecer aspectos relevantes da legislação trabalhista 
brasileira. Entender as particularidades da legislação 
existente para os motoristas do transporte rodoviário de 
cargas. 
SEMANA 3 
Vamos aprender o que existe em termos de legislação para 
a implementação e manutenção de sistemas de logística 
reversa no Brasil. 
SEMANA 4 
Vamos compreender o que são tributos e como funciona o 
sistema tributário brasileiro. 
SEMANA 5 
Vamos aprender quais tributos estão relacionados com a 
operação logística. 
 
Carga horária: 60 horas. 
Estudo proposto: 2,4h por dia em cinco dias por semana (12 horas semanais). 
 
 
Apresentação dos Ícones 
 
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando 
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado: 
 
 
Atenção: indica pontos de maior importância 
no texto. 
 
Dica do professor: novas informações ou 
curiosidades relacionadas ao tema em estudo. 
 
Atividade: sugestão de tarefas e atividades 
para o desenvolvimento da aprendizagem. 
 
Mídia digital: sugestão de recursos 
audiovisuais para enriquecer a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Semana 1 – Legislação brasileira sobre o transporte de carga ..................... 15 
1 Panorama geral da legislação ............................................................ 15 
Semana 2 – Legislação trabalhista brasileira relacionada à Logística ........... 23 
2 Legislação trabalhista associada à logística ....................................... 23 
2.1 Lei 13.103/2015 ................................................................................. 23 
2.2 CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) ......................................... 26 
Semana 3 – Legislação vigente para a logística reversa ............................... 31 
3 O que já avançamos no Brasil em termos de legislação para logística 
reversa? ........................................................................................................ 31 
Semana 4 – Sistema tributário brasileiro ....................................................... 37 
4.1 Sobre o ICMS .......................................................................................... 40 
Semana 5 – Principais tributos relacionados à logística ................................ 45 
5.1. Impostos da União – Imposto de Importação ......................................... 45 
5.2. Impostos da União – Imposto de Renda ................................................. 46 
5.3. Tributos da União – PIS e Confins .......................................................... 47 
5.4. Imposto dos Estados – IPVA .................................................................. 47 
5.5. Imposto dos municípios – ISSQN – Impostos Sobre Serviços de Qualquer 
Natureza ........................................................................................................ 48 
Referências ................................................................................................... 53 
Currículo do autor (opcional) ......................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
15 
 
 
 
 
 
 
 
Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala 
virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”. 
1 Panorama geral da legislação 
 
Nessa unidade vamos conhecer como o transporte de cargas é regulamentado no 
Brasil. O principal órgão regulamentador do transporte rodoviário de cargas no Brasil é a 
ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). 
A principal lei sobre o transporte de cargas é a Lei 11.442/2007, também conhecida 
como Lei do Transporte Rodoviário de Cargas. Essa lei dispõe sobre o transporte rodoviário 
de cargas por conta de terceiros que são remunerados. Ela também revoga a Lei no 6.813, 
de 10 de julho de 1980. Os mecanismos da operação do transporte remunerado bem como 
a responsabilidade do transportador também são apresentados. Existe legislação federal 
específica para o transporte de produtos perigosos que não será abordada nesse curso. 
Essa lei refere-se à atividade econômica exercida por interessados que podem ser 
pessoa física (CPF) ou jurídica (CNPJ – cadastro nacional de pessoa jurídica). Esses 
interessados devem estar inscritos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de 
Cargas - RNTR-C da ANTT. A inscrição no RNTRC é obrigatória para os transportadores 
rodoviários remunerados de cargas em uma das categorias do Quadro 1. 
Tipos de 
transportadores 
Descrição 
Transportador 
Autônomo de Cargas 
- TAC 
 
Pessoa física que exerce, habitualmente, 
atividade econômica de Transporte Rodoviário 
Remunerado de Cargas, por sua conta e risco, 
como proprietária, coproprietária, comodatária ou 
arrendatária de até 3 (três) veículos automotores 
de cargas. 
O TAC pode autorizar um TAC-Auxiliar que 
conduz o veículo automotor de cargas de sua 
propriedade ou na sua posse para o exercício da 
Objetivos 
Nessa semana, vamos falar sobre os principais aspectos da 
legislação brasileira para o transporte rodoviário de carga. 
Abordaremos os conceitos das figuras existentes nesse tipo 
de transporte. Apresentaremos os principais documentos 
envolvidos no serviço de transporte. 
Semana 1 – Legislação brasileira sobre o transporte de carga 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm
https://www.cobli.co/blog/transporte-rodoviario/
https://www.youtube.com/watch?v=zmwHjyiEtz8
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
16 
atividade de Transporte Rodoviário Remunerado 
de Cargas. 
Empresa de 
Transporte 
Rodoviário de 
Cargas - ETC 
Pessoa jurídica constituída por qualquer forma 
prevista em lei que tenha no transporte rodoviário 
de cargas a sua atividade principal 
Cooperativa de 
Transporte 
Rodoviário de 
Cargas (CTC) 
Sociedade cooperativa na forma da lei, constituída 
por pessoas físicase/ou jurídicas, que exerce 
atividade de transporte rodoviário de cargas, 
visando à defesa dos interesses comuns dos 
cooperados. 
Quadro 1 – Tipos de transportadores rodoviários 
Fonte: Lei 11.442/2007; Resolução de n.º 5.982 da ANTT 
 
O TAC pode ser chamado de agregado ou independente. O agregado [e aquele que 
coloca o veículo de sua propriedade a serviço do contratante com exclusividade mediante 
remuneração. Esse veículo pode ser dirigido por ele próprio ou por seu preposto. O TAC 
independente é aquele que presta serviços de transporte de carga em caráter eventual e 
sem exclusividade, mediante o pagamento de frete ajustado a cada viagem. 
A cessão do veículo do TAC para um profissional chamado TAC-Auxiliar não implica 
em caracterização de vínculo empregatício. O Transportador Autônomo de Cargas Auxiliar 
deverá contribuir para a previdência social de forma idêntica à dos Transportadores 
Autônomos de Cargas. 
A resolução de n. º 5.982, de 23 de JUNHO de 2022 da ANTT regulamenta sobre os 
procedimentos para a inscrição e manutenção no RNTRC. Se você precisar realizar a 
inscrição do transportador no RNTRC é necessário ler essa resolução e informar os dados 
solicitados bem como sempre mantê-los atualizados ou informar qualquer mudança ao órgão 
regulamentador. Considere alguns termos definidos nessa resolução descritos no Quadro 2. 
Termo Definição 
Transportador Rodoviário 
Remunerado de Cargas - TRRC 
Pessoa física ou jurídica que exerce 
a atividade econômica de transporte 
rodoviário de cargas, por conta de 
terceiros e mediante remuneração. 
Transporte Rodoviário de Carga 
Própria 
Transporte rodoviário de cargas 
realizado por pessoa física ou 
jurídica, efetuado com veículos de 
sua propriedade ou em sua posse. 
Aplica-se exclusivamente a cargas 
para consumo próprio ou distribuição 
dos produtos por ela produzidos ou 
comercializados, sem que haja 
cobrança destacada de frete. 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
17 
Contratante 
Pessoa física ou jurídica 
contratualmente responsável pelo 
pagamento do frete ao 
transportador, para prestação do 
serviço de transporte rodoviário de 
cargas; 
Destinatário 
Pessoa física ou jurídica a quem a 
carga é destinada, ou seja, aquele 
que deve receber a carga do 
transportador, 
Quadro 2 – Definições importantes para o profissional de logística 
Fonte: Resolução de n.º 5.982, de 23 de JUNHO de 2022 da ANTT 
 
O RNTRC podem ser feitos em um ponto credenciamento para o atendimento da 
categoria do transportador (TAC, ETC ou CTC) ou pelo RNTRC digital. O cadastro e a 
atualização cadastral no RNTRC são gratuitos. A requisição de qualquer solicitação pode 
ser feita pelo transportador ou por seu representante identificado na forma definida pela 
ANTT. Após efetivada a inscrição do transportador no RNTRC, o certificado do RNTRC 
(CRNTRC) será emitido imediatamente com prazo indeterminado. 
O transportador inscrito no RNTRC deve cadastrar sua frota de veículos automotores 
de cargas e implementos rodoviários. Esses implementos rodoviários são, são os reboques, 
semirreboques e carrocerias. Eles desempenham função específica de transporte de carga. 
A propriedade de veículo automotor de cargas e de implemento rodoviário será comprovada 
por meio do Certificado de Registro do Veículo no Registro Nacional de Veículos 
Automotores (RENAVAM). O transportador poderá registrar veículos que não são de sua 
propriedade desde que comprove a regularidade de sua posse ou seu uso por meio de 
contrato de comodato, aluguel, arrendamento ou afins junto ao RENAVAM outro meio 
eletrônico disponibilizado pela ANTT. 
 
Dica do Professor: Acesse o portal dos números do 
RNTRC. O link está no Moodle. 
 
O site da ANTT é: http://portal.antt.gov.br/rntrc 
 
O tutorial fornecido pela ANTT para o registro no RNTRC 
é: 
https://youtu.be/CXqy55edTns 
 
É interessante destacar que para a inscrição e manutenção do RNTRC pelo TAC 
(transportador autônomo de cargas) ou Responsável técnico de ETC (empresas de 
transporte rodoviário de cargas) é necessário ter sido aprovado em curso específico ou 
possuir pelo menos três anos de experiência na atividade de transporte de cargas. O curso 
específico é ministrado por entidades conveniadas pela ANTT. Desde setembro de 2022 a 
aprovação no curso específico é feita por meio de prova de conhecimento eletrônica. 
 
http://portal.antt.gov.br/rntrc
https://youtu.be/CXqy55edTns
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
18 
 
 
Atenção! Embarcador e transportador não são o mesmo 
conceito. 
Embarcador prepara a carga para transporte e a entrega 
para o transportador. O transportador é responsável por 
transportar a carga, entregando-a ao destinatário. 
 
Toda vez que for utilizado o serviço oferecido por um TAC é necessário realizar o 
pagamento eletrônico de frete (PEF). O PEF é a evolução da carta frete, sendo um sistema 
de pagamento exclusivo aos transportadores autônomos de carga. Ele possibilita a 
contribuição para o INSS pelo TAC ao mesmo tempo que tornou a remuneração dos 
profissionais autônomos de carga mais transparente. Existem instituições bancárias 
autorizada em que pode ser feito o crédito do pagamento do frete por meio de conta de 
pagamento pré-paga. Os transportadores utilizam cartões para o saque dos valores pagos. 
Esse pagamento do frete deverá ser informado no DT-e (documento eletrônico de 
transporte). 
 
 
Atenção! Pagar TAC com carta-frete é irregular. Esse 
tipo de pagamento durou 60 anos no Brasil. A carta frete 
era uma “nota promissória” que o TAC usava para trocar 
por serviços e produtos de estabelecimentos parceiros 
do embarcador. A carta frete foi substituída pela PEF 
(Pagamento Eletrônico de Frete). 
O DT-e unifica os documentos e as informações de obrigações administrativas 
exigidas em operações de transporte de carga para todos os modais de transporte. Todo 
transportador que com fins lucrativos realiza transporte de bens próprios ou de terceiros no 
Brasil, deve possuir um DT-e válido para realizar a sua operação de transporte. É importante 
destacar que a responsabilidade pela emissão do DT-e é do embarcador ou contratante do 
transporte. A leitura eletrônica dos dados do veículo e da operação como um todo é realizada 
por meio de um chip acoplado ao veículo. Toda vez que um TAC for acionado para realizar 
o serviço de transporte, ele deverá receber antes da partida o DT-e pronto para uso em 
viagem. 
Ao longo da viagem será verificado de forma eletrônica se o veículo possui um DT-e 
válido nos pontos de coletas de dados instalados. Dessa forma, não será necessário parar 
o veículo para realizar a fiscalização e monitoramento sistemático. Toda fiscalização ocorre 
de forma remota e eletrônica, tem tempo real. 
Os DT-e podem ser gerados por cooperativas para seus cooperados e associados. O 
DT-e pode ser gerado por qualquer pessoa jurídica de direito privado registrada no Ministério 
dos Transportes como entidade geradora de DT-e. Além disso, o DT-e permite fiscalizar o 
cumprimento da política do piso mínimo de frete já que o valor do frete pago ao TAC deverá 
ser indicador no DT-e. 
O DT-e possui campo específico para a descrição do valor do vale-pedágio obrigatório 
que foi disponibilizado ao TAC. O vale-pedágio obrigatório foi instituído pela Lei nº 10.209 
de 23 de março de 2001. Tal lei foi criada para desonerar o transportador autônomo de carga 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
19 
do pagamento do pedágio. Os embarcadores por este dispositivo legal são responsáveis 
pelo pagamento antecipado do pedágio e fornecimento de comprovante de pagamento ao 
transportador rodoviário. Portanto, o embarcador é obrigado a fornecer o vale-pedágio e 
efetuar o pagamento das despesas de pedágio. 
 
Figura 1: Fluxo operacional do DT-e – Resumo 
Fonte: Ministério do Transportes.O transporte rodoviário de cargas pode ser efetuado sob contrato ou conhecimento 
de transporte rodoviário de cargas que deverão conter as informações para a completa 
identificação das partes e dos serviços bem como a natureza fiscal. O conhecimento de 
transporte rodoviário de cargas (CTRC) é um documento emitido pelas transportadores para 
informar quais as mercadorias serão transportadas entre a origem e o destino da carga. 
O contrato ou CTRC emitidos faz com que a ETC e o TAC assumam a 
responsabilidade perante o contratante de executar os serviços de transporte de cargas 
desde a origem até o destino bem como pelos prejuízos resultantes de perda, dano ou 
avarias às cargas sob a sua custódia ou pelos atrasos em sua entrega quando houver prazo 
pactuado. 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
20 
Vocês sabiam que a Lei 11.442/2007 estabelece prazo máximo para carga e 
descarga? Por essa lei o prazo máximo para carga e descarga do veículo de transporte 
rodoviário de cargas será de cinco horas contadas a partir de sua chegada ao destino. Esse 
tempo quando não tiver item do contrato que trata exclusivamente sobre o tempo de 
descarga e carga. Passado o prazo de 5 horas deve ser pago ao TAC ou ETC o equivalente 
a R$ 1,38 (um real e trinta e oito centavos) por tonelada/hora ou fração. Para o cálculo desse 
valor deverá ser considerada a capacidade total de transporte do veículo. Quem deve 
fornecer ao transportador o documento que comprove o horário de chegada do caminhão no 
local é o embarcador ou o destinatário. Se isso não acontecer, haverá a aplicação de multa 
pela ANTT que não excederá a 5% do valor da carga. O horário de chegada do caminhão 
no local deve ser informado em campo específico do DT-e. 
Toda operação de transporte de cargas deve contar com o seguro contra perdas ou 
danos causados à carga, de acordo com o que seja estabelecido no contrato ou 
conhecimento de transporte. O seguro contratado pode ser feito pelo contratante do serviço 
ou pelo transportador. A contratação exclusiva do transportador da carga de seguro 
obrigatório para cobertura de perdas ou danos causados à carga transportada em 
decorrência de acidentes rodoviários. Os seguros para cobertura de roubo da carga ou para 
cobertura de danos causados a terceiros pelo veículo automotor utilizado no transporte 
rodoviário de cargas são de contratação facultativa pelo transportador da carga. 
Todas as infrações do disposto da Lei 11.442/2007 serão punidas com multas 
administrativas a serem aplicadas pela ANTT. Não ocorre o prejuízo do cancelamento da 
inscrição no RNTRC. As multas administrativas variam de R$ 550 a R$ 10.500. 
Vamos falar aqui alguns documentos envolvidos no transporte rodoviário de cargas. 
• Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e Documento Auxiliar do 
Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE) 
É um documento digital fiscal (emitido e armazenado eletronicamente) que 
documenta para fins fiscais uma prestação de serviço de transporte de cargas. Esse 
documento deve ser emitido para qualquer modal de transporte (rodoviário, aéreo, 
ferroviário, aquaviário e dutoviário). As empresas de transporte de cargas emitem esse 
documento no site http://www.cte.fazenda.gov.br/. 
O Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE), cuja 
função é acompanhar a realização da prestação de serviço e consequentemente o trânsito 
das mercadorias transportadas, além de possibilitar ou facilitar a consulta do respectivo CT-
e na internet. Ele é uma representação simplificada do CT-e e contêm a chave numérica 
com 44 posições para a consulta do CT-e. A Figura 2 mostra um exemplo de DACTE. Com 
a implementação do DT-e, ficou suspensa a obrigatoriedade da impressão do DACTE. 
http://www.cte.fazenda.gov.br/
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
21 
 
Figura 2: Exemplo de um DACTE 
Fonte: http://www.espiaonfe.com.br/ 
 
• NFE e DANFE 
A nota fiscal eletrônica (NF-e) reúne todas as informações fiscais de uma operação 
comercial. Ela contempla todos os dados referentes aos produtos comercializados naquele 
frete ou parte dele. Todo emissor de nota fiscal deve pedir autorização na Secretaria de 
Estado da Fazenda (SEFAZ). 
O DANFE é similar ao DACTE. O DANFE contém a chave de acesso para a nota 
fiscal, chamado, portanto, de Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica. O DANFE é a 
versão impressa simplificada da nota fiscal eletrônica. Portanto, exerce a mesma função do 
DACTE: impressão simplificada de dados. A sua impressão física ficou suspensa com a 
implementação do DT-e. 
• MDF-e (Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos) e DAMDFE (Documento 
Auxiliar do Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos). 
O Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos é emitido e armazenado 
eletronicamente. Ele vincula os documentos fiscais no veículo de carga utilizado. A sua 
validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e autorização. Para emitir 
em MDF-e é necessário ser credenciado à secretaria da fazenda do estado de origem, 
possui certificado digital vinculado ao CNPJ e possuir um emissor de MDF-e. A sua 
impressão física ficou suspensa com a implementação do DT-e. 
O MDF-e resume todas as notas fiscais e conhecimentos de transporte de carga de 
um veículo. Isso pode ocorrer quando um veículo possui cargas de diferentes empresas ou 
quando as entregas precisam ser realizadas em estados e cidades diferentes. Então o 
processo é simplificado pelo MDF-e. Ele registra o início e o fim de cada operação de 
transporte. O DAMDFE é versão simplificada do MDF-e. Antes do surgimento do DT-e era 
impresso e acompanhava todo o transporte. 
Quando o transporte de um veículo possui carga fracionada, ou seja, vários 
remetentes em um mesmo frete, é necessária a emissão do MDF-e por quem emitiu os CT-
e ou as NF-E se os produtos estiverem cobertos por mais de uma nota fiscal. 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
22 
 
Figura 3: Exemplo de um MDF-e 
Fonte: https://www.truckpad.com.br 
 
O MDF-e indica o responsável pelo transporte em cada trecho do percurso. Registra 
também as alterações das unidades de transportes, de cargas e de seus condutores. 
 
 
Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos, 
vá até a sala virtual e responda ao questionário proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
23 
 
 
 
 
 
2 Legislação trabalhista associada à logística 
 
O artigo 4º da Lei 11.442/2007 estabelece que é o contrato celebrado entre a 
transportadora e o motorista, ou entre o dono ou embarcador da carga e o transportador, 
que define a forma de prestação de serviço. Caso não exista esse contrato, configura-se 
como vínculo empregatício. 
As contratações feitas por transportadoras seguem a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), Lei 13.467/17. A CLT afirma que a carga horária do motorista não pode ser 
superior a 8 horas diárias. Devem ser observados Acordos ou Convenções de Trabalho do 
local. Com a reforma trabalhista em 2017, a convenção coletiva ou acordo coletivos 
passaram a prevalecer sobre a CLT. Mesmo se o que ficou estabelecidos nesses 
instrumentos contrariem a CLT, é o que deve ser considerado. 
A gestão do trabalho do motorista profissional tem particularidades que vão além do 
escopo da CLT. Sua rotina de trabalho difere um pouco das demais profissões, no entanto, 
sua jornada precisa ser gerenciada. A Lei 13.103 estabelece diretrizes para a jornada de 
trabalho do motorista profissional. 
Todo profissional que seja capacitado para realizar o transporte de cargas e que 
possua vínculo empregatício regido pela CLT é considerado um motorista profissional. Além 
disso, esse profissional deve possuir habilitação na categoria de profissional de transporte 
que corresponde à categoria de veículo que ele irá conduzir.2.1 Lei 13.103/2015 
 
A Lei 13.103/2015 é conhecida como a Lei do Motorista. Ela aplica-se a profissionais 
que realizam transporte de cargas ou passageiros como funcionários de uma empresa que 
é dona do veículo em todo o território rodoviário. 
Ela trata da jornada do motorista. Por exemplo, a lei prevê que a jornada de trabalho 
do motorista seja registrada em um diário de bordo que pode ser um sistema ou ficha de 
papel. Esse controle é obrigatório. Então a empresa deve fornecer meios para o motorista 
registrar sua jornada. A seguir seguem algumas regras estabelecidas por essa lei para a 
jornada de trabalho. 
• Jornada de trabalho de 08 horas por dia, respeitando 44 horas semanais; 
Objetivos 
Conhecer aspectos relevantes da legislação trabalhista 
brasileira. Entender as particularidades da legislação existente 
para os motoristas do transporte rodoviário de cargas. 
 
Semana 2 – Legislação trabalhista brasileira relacionada à 
Logística 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 
24 
• Máximo de duas 02 extras dia, se estendendo para 04 horas em casos 
extraordinários; 
• Dirigir no máximo 05 horas seguidas; seguido por um descanso obrigatório de 30 
minutos. Esse descanso pode ser fracionado desde que o tempo de trabalho entre os 
descansos não ultrapasse cinco horas e meia. Os motoristas de veículos com 
passageiros, precisam realizar descanso de 30 minutos a cada quatro horas de 
viagem. 
• Intervalo de almoço de no mínimo 01 hora, não podendo descontar do período de 
descanso obrigatório. 
• A jornada 12 por 36 pode ser adotada desde que exista algum acordo prévio ou 
convenção coletiva do sindicato. 
• No período de vinte e quatro horas devem ser asseguradas onze horas de descanso 
que podem ser fracionadas e coincidentemente com os períodos de parada 
obrigatório na condução do veículo estabelecidos pelo Código de Trânsito Brasileiro 
(Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito Brasileiro ). Devem 
ser garantidos o mínimo de oito horas ininterruptas no primeiro período e o gozo do 
remanescente dentro das dezesseis horas seguintes ao fim do primeiro período. 
• O período mínimo de seis horas consecutivas de descanso fora do veículo ou com 
ele parado deve ser respeitado. Quando a empresa opta por dois motoristas para 
conduzir o mesmo veículo, o tempo de repouso pode ser feito com o veículo em 
movimento desde que as seis horas consecutivas sejam parados. 
• Quando a viagem durar mais que sete dias, o motorista deverá ter um descanso de 
24 horas semanais, além das 11 horas de repouso diário. 
 
Você sabia que se o motorista não cumprir o descanso obrigatório, ele pode receber 
uma multa de R$ 130, levar quatro pontos na carteira e até mesmo ter se veículo retido? A 
lei determina que quem determina a jornada é o próprio motorista. 
Toda vez que o motorista profissional empregado fica aguardando carga ou descarga 
do veículo bem como o tempo gasto em fiscalização da mercadoria transportada em 
barreiras fiscais ou alfandegárias até duas horas ininterruptas, não deve ser computado 
essas horas em sua jornada de trabalho nem como horas extraordinárias. O tempo de espera 
deve ser indenizado em sua remuneração mensal. O cálculo deve ser 30% a mais do seu 
salário-base diário. Passado o tempo de espera mais que duas horas e o local tiver local 
adequado para descanso, esse tempo pode ser considerado como repouso. 
Toda vez que o motorista termina sua jornada, mas fica à disposição da empresa, ele 
deve ser pago pelo seu “tempo à disposição” com valor pago equivalente a hora normal de 
trabalho. O intervalo interjornada de 11 horas deve acontecer a cada 24 horas, respeitando 
o mínimo de oito horas ininterruptas de descanso e com o veículo parado. Até as 16 horas 
depois do primeiro descanso, as demais 3 horas podem ser usadas para descanso de forma 
fracionada. Caso o motorista trabalhe durante o período de descanso, ele deve receber 
como hora extra, que custa 50% a mais que o valor da hora normal de trabalho. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm
 
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25 
O início de viagem somente poderá ocorrer após o cumprimento integral do intervalo 
de interjornada de 11horas a cada 24 horas. O intervalo para almoço deve ser de no mínimo 
uma hora e no máximo duas. O intervalo para almoço junto com o período de descanso do 
funcionário são considerados intervalo intrajornada. Esse intervalo deve ser pago 
integralmente, mesmo que por exemplo, o motorista faça 30 minutos de almoço em vez de 
uma hora. 
Quando há acordos coletivos ou convenções estabelecidas por sindicatos de classe 
ou em casos extraordinários, a jornada de trabalho pode ser estendida por até quatro horas. 
No entanto, a lei hoje permite que duas horas extras diárias sejam realizadas. Para jornadas 
de trabalho noturnas, o motorista deve receber 20% a mais por hora do que o valor pago 
pela hora diurna. Das 22 horas até as cinco horas, o período de trabalho é considerado 
noturno. 
Para os motoristas das categorias C, D e E é obrigatório a realização de exame 
toxicológico conforme determina a CLT quando da admissão e demissão. Na renovação da 
CNH (carteira nacional de habilitação) é necessário realizar o exame para as categorias 
citadas na renovação e habilitação. Os intervalões entre os exames devem ser de no mínimo 
dois anos e meio. 
A CLT determina como obrigatória a realização de exame toxicológico para motoristas 
das categorias C, D e E. O exame deve ser realizado na contratação e demissão de um 
motorista, e os intervalos entre os exames devem ser de no mínimo dois anos e meio, 
sempre com direito a contraprova por parte do motorista, caso o exame dê positivo. 
A Lei 13.013 determina a obrigatoriedade da contratação de seguro para motoristas 
profissionais pelo empregador com o intuito de assegurar riscos de morte natural, morte por 
acidente, invalidez total ou parcial decorrentes de acidentes relacionados à profissão. A Lei 
13.013 também assegura outros direitos aos profissionais de transporte rodoviário de 
passageiros e cargas descritos a seguir. 
• O profissional não será responsabilizado e não deverá arcar com as despesas caso 
ocorra prejuízo patrimonial comprovado, causado por terceiros. 
• O acesso gratuito a programas de formação profissional e de aperfeiçoamento 
regulamentadas pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito). 
• Atendimento reabilitador, preventivo e terapêutico garantido no Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
• Acesso a serviços relacionados a medicina ocupacional, prestados por instituições 
tanto públicas quanto privadas. 
• Proteção do Estado contra ações criminosas. 
 
 
Dica do Professor: http://www.pontotel.com.br/ 
 
Veja que interessante as soluções apresentadas por 
essa empresa para controlar jornada de trabalho de 
forma online com a utilização de ferramentas de 
http://www.pontotel.com.br/
 
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26 
geolocalização, conseguindo gerenciar suas frotas a 
distância. 
Dá para gerenciar também as pausas já que o 
monitoramento ocorre em tempo real. 
A empresa pode configurar a jornada de trabalho de 
acordo com as exigências da lei. 
 
 
A remuneração do motorista poderá ser fixada por distância percorrida, tempo de 
viagem, natureza ou quantidade de produtos, comissão ou qualquer outra vantagem, desde 
que a remuneração não comprometa a segurança nas rodovias. A tolerância máxima de 5% 
no peso bruto total para a pesagem de veículos de carga e 10% de tolerância no peso bruto 
por eixo, foram estabelecidas. Os veículos de transporte de carga que circulem vazios não 
pagarão taxas de pedágio sobre os eixos suspensos. 
Determinou-se que o embarcador indenize todos os prejuízos decorrentes da infração 
por transporte de carga com excesso de peso. 
A lei 13.103 também determinou a responsabilidadedo poder público para ampliar os 
locais de descanso em até cinco anos após a sua publicação. As condições de segurança, 
sanitárias e de conforto nos locais de espera também são de responsabilidade dos órgãos 
públicos competentes. Todos os trechos de vias com pontos de paradas e locais de 
descanso serão divulgados pelo órgão de trânsito competente. 
2.2 CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) 
 
A reforma trabalhista se materializou pela Lei 13.467/17 que alterou determinações 
até então previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A CLT foi instituída pelo 
Decreto-Lei nº5.452, sancionado pelo presidente Getúlio Vargas. Vamos falar um pouco 
dessa lei nessa parte da unidade. No entanto, adicionei o arquivo completo na seção de 
material de aula no Moodle. Informações mais detalhadas podem ser lá consultadas. 
Para exercer qualquer emprego, o colaborador deve apresentar a sua Carteira de 
Trabalho e Previdência Social. Ela deve ser apresentada ao empregador que o admitir que 
terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, a data de admissão, cargo e a 
remuneração bem como outras condições se houver. Cabe ao empregador efetuar o 
recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado. O empregador 
poderá descontar a parte referente da contribuição previdenciária do empregado de sua 
remuneração mensal. Além disso, o depósito do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço) deve ser realizado mensalmente com base nos valores pagos no período mensal. 
Jornada de trabalho 
• Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações 
de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite 
máximo de dez minutos diários. 
 
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27 
• O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação 
do posto de trabalho e para o seu retorno, não será computado na jornada de trabalho, 
por não ser tempo à disposição do empregador. 
• Há possibilidade de contratação de trabalho em regime de tempo parcial cuja duração 
não exceda a trinta horas semanais, não podendo ter horas suplementares (extras) 
semanais. O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será 
proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas 
funções, tempo integral. 
• A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não 
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de 
trabalho. 
• É facultado às partes estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por 
trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos 
para repouso e alimentação. 
Remuneração e salário 
• O empregador não poderá remunerar o colaborador com remuneração inferior ao 
salário-mínimo estabelecido na região, zona ou subzona em que tiver de ser 
cumprido. 
• A remuneração é a soma de tudo o que for recebido, sendo dividida em: a) salário; b) 
parcelas de natureza salarial, como gratificações, comissões e adicionais e que 
geram reflexos no cálculo de verbas trabalhistas; c) parcelas sem natureza salarial, 
que são indenizações ou alguns prêmios que não geram reflexos por previsão 
expressa na legislação. 
• Os prêmios são os valores concedidos pelo empregador em forma de bens, serviços 
ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de 
desempenho superior ao esperado no exercício de suas atividades. 
• A remuneração mensal pactuada abrange os pagamentos devidos pelo descanso 
semanal remunerado e pelo descanso em feriados e serão considerados 
compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver. O 
pagamento do salário pode ser comprovado por comprovante de depósito em conta 
bancária aberta para esse fim em nome do empregado e com o seu consentimento. 
• Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá 
remuneração superior à do diurno e para esse efeito, sua remuneração terá um 
acréscimo de 20% pelo menos, sobre a hora diurna. A hora do trabalho noturno será 
computada como de 52 minutos e 30 segundos. Considera-se noturno, para os efeitos 
deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte. 
• As horas suplementares (extras) à duração do trabalho semanal normal serão pagas 
com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. 
 
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28 
• As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, limitadas a 
cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio-alimentação, vedado o seu 
pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os prêmios não integram a 
remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não 
constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário. 
• O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou 
não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos 
ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, 
mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não 
integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição. 
• Décimo terceiro salário: é devido a todo empregado. O cálculo é feito com base na 
remuneração integral ou no valor da aposentadoria. 
Férias 
• As férias são remuneradas, e todo empregado terá direito anualmente a 30 dias 
quando não houver faltado sem justificativa ao serviço mais de cinco vezes. 
• As férias podem ser fracionadas em até três períodos desde que haja concordância 
com o empregado. Um desses períodos não poderá ser inferior a quatorze dias e os 
demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. 
• O trabalhador deve gozar de suas férias até 12 meses depois que tiver adquirido o 
direito. Se isso não acontecer a empresa tem que remunerá-lo em dobro. 
• Todo trabalhador tem direito a um terço de salário a maios referente ao período de 30 
de férias além da sua remuneração mensal normal. 
• Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão 
computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. 
• O profissional poderá converter um terço do seu período de férias em abono 
pecuniário igual ao valor da remuneração que lhe seria devida nos dias 
correspondentes. É o famoso “vender as férias”. 
• O pagamento da remuneração de férias deve ser realizado em até dois dias antes do 
início do respectivo período. 
Término do contrato de trabalho 
• Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na 
Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos 
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma 
estabelecidos. A entrega ao empregado de documentos que comprovem a 
comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento 
dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser 
efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato. 
De acordo com a legislação trabalhista brasileira existem 5 tipos de demissão. 
 
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29 
• A dispensa sem justa causa é admitida a qualquer momento sem que haja 
necessidade de o empregador apresentar razões. O empregador deverá pagar ao 
colaborador: aviso prévio, 13º salários vencidos e proporcionais, férias vencidas e 
proporcionais com 1/3; saldo de salários referente aos dias trabalhados; o trabalhador 
poderá levantar o saldo do FGTS e indenização de 40% sobre os depósitos fundiários 
(FGTS). A empresa também deve emitir os documentos necessários para o 
encaminhamento do benefício nos órgãos competentes pelocolaborador. O 
colaborador pode escolher entre trabalhar seis horas diárias para buscar outra vaga 
de emprego ou, ser dispensado setes antes do fim do prazo de 30 dias. 
• A dispensa por justa causa ocorre quando o colaborador descumpre uma norma da 
empresa ou infringe alguma cláusula do contrato de trabalho. Nesse tipo de 
desligamento, serão concedidos ao colaborador somente o saldo de salário dos dias 
trabalhados no mês e eventuais férias vencidas, acrescidas de ⅓ referente a abono 
constitucional. Qualquer dispensa por justa causa não pode ser referenciada pelo 
empregador nos registros da carteira de trabalho. Ainda, a empresa deve pagar as 
verbas rescisórias até o décimo dia após comunicar o colaborador sobre a demissão 
por justa causa. O artigo Art. 482º o que constitui justa causa para rescisão do 
contrato de trabalho pelo empregador: 
a) ato de improbidade; 
b) incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e 
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou 
for prejudicial ao serviço; 
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido 
suspensão da execução da pena; 
e) desídia no desempenho das respectivas funções; 
f) embriaguez habitual ou em serviço; 
g) violação de segredo da empresa; 
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i) abandono de emprego; 
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou 
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de 
outrem; 
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador 
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; 
l) prática constante de jogos de azar; 
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da 
profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. 
 
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30 
• Pode acontecer o pedido de demissão pelo funcionário. Nesse caso, ele tem direito 
praticamente aos mesmos benefícios da demissão sem justa causa, exceto: o aviso 
prévio — exceto quando o período for trabalhado; o saque do FGTS (do valor 
depositado pelo empregador, que é devido); a indenização de 40% do FGTS; o 
seguro-desemprego. O colaborador que pede demissão tem direito a receber o saldo 
de salário pelos dias trabalhados, férias proporcionais mais 1/3 e 13º salário 
proporcional. 
• A reforma trabalhista brasileira introduziu a modalidade que permite o acordo entre 
as partes para a quebra de um contrato de trabalho. Além dos valores recebidos em 
caso de pedido de demissão, o colaborador poderá movimentar até 80% do saldo do 
FGTS. A indenização do saldo do FGTS será em 20%, metade do percentual pago 
em situações de demissões sem justa causa. No entanto, o profissional desligado 
perde o direito de receber o seguro-desemprego. O aviso prévio quando indenizado 
é pago em metade da sua totalidade. 
 
 
Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos, 
vá até a sala virtual e responda ao questionário proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 31 
 
 
 
 
 
 
 
3 O que já avançamos no Brasil em termos de legislação para logística 
reversa? 
 
Para reduzir o impacto dos resíduos sólidos no meio ambiente, em 2010 foi instituída 
no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma Lei Federal que determina 
uma série de diretrizes e metas de gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os 
perigosos que devem ser cumpridas em todo o território nacional. Essa lei não se aplica aos 
resíduos radioativos que possuem legislação específica. Na prática, isso quer dizer que todo 
resíduo deve ser processado adequadamente antes da destinação final. 
Toda pessoa física ou jurídica que sejam responsáveis pela geração direta ou indireta 
de resíduos sólidos e as que desenvolvem ações relacionadas à gestão desses resíduos 
estão sujeitas ao que é estabelecido na Lei 12.305/2010. 
Para fins de entendimento da legislação, alguns conceitos são definidos. Vamos falar 
alguns deles aqui. 
a) O ciclo de vida do produto corresponde às etapas que envolvem o 
desenvolvimento do produto desde a obtenção da matéria-prima e insumos, o 
processo produtivo, o consumo e a sua disposição final. 
b) Resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de 
atividades humanas em sociedade, 
c) A coleta seletiva consiste no recolhimento de resíduos sólidos previamente 
separados conforme a sua constituição. 
d) Os rejeitos são resíduos sólidos que não apresentam outra possibilidade de 
recuperação ou tratamento por processos tecnológicos disponíveis ou viáveis 
economicamente. Dessa forma, a única alternativa disponível para esses resíduos 
é a disposição final ambientalmente adequada; 
e) A destinação final ambientalmente adequada trata-se da destinação de resíduos 
de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes de modo a 
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos 
ambientais. Aqui entra a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a 
Objetivos 
Vamos aprender o que existe em termos de legislação para a 
implementação e manutenção de sistemas de logística 
reversa no Brasil. 
Semana 3 – Legislação vigente para a logística reversa 
https://www.mma.gov.br/pol%C3%ADtica-de-res%C3%ADduos-s%C3%B3lidos
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 32 
recuperação, o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos 
órgãos competentes. 
f) Já a disposição final ambientalmente adequada engloba a distribuição ordenada 
de rejeitos em aterros respeitando normas operacionais específicas. 
g) O gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações exercidas nas etapas 
de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação ambientalmente 
adequada dos resíduos sólidos bem como disposição ambientalmente adequada 
dos rejeitos. Todas essas ações devem estar em concordância com o plano 
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou de acordo com o plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos exigidos pela 12.305/2010. 
h) A logística reversa é considerada um instrumento de desenvolvimento econômico 
e social. Esse instrumento é caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos 
sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou 
em outros ciclos produtivos. A destinação final ambientalmente adequada também 
pode ser a finalidade da logística reversa. 
i) A reciclagem consiste em um processo de transformação dos resíduos sólidos 
com a vistas à sua transformação em insumos ou novos produtos, observadas as 
condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes. A reciclagem 
envolve a alteração de propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas dos 
resíduos sólidos. 
j) A reutilização é o processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem a sua 
transformação biológica, física ou físico-química. 
O que é estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos é adotado 
isoladamente pelo Governo Federal ou em regime de cooperação com Estados, Distrito 
Federal, Municípios. Entre os quinze objetivos dessa legislação podemos destacar: 
• o estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens 
e serviços; 
• a adoção, o desenvolvimento e o aprimoramento de tecnologias limpas como 
forma de minimizar impactos ambientais; 
• o incentivo à indústria da reciclagem incentivando o uso de matérias-primas e 
insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; 
• articulação entre as esferas do poder público e destas com o setor empresarial;• regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos 
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; 
• prioridade nas aquisições governamentais para produtos reciclados e 
recicláveis; 
Uma lei precisa de meios para se expressar e se formalizar que é dado o nome de 
instrumento da lei ou instrumento legislativo. A coleta seletiva e os sistemas de logística 
 
 
Instituto Federal de Minas Gerais 
Campus Ribeirão das Neves 33 
reversa são considerados instrumentos da lei 12.305/2010. Outro instrumento que é 
interessante ser citado aqui é que a lei cita o incentivo à criação e o desenvolvimento de 
associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. 
O Plano de resíduo sólido é outro instrumento. São considerados planos toda a forma 
documentada de tratamento dos resíduos sólidos a nível nacional, estadual, municipal. O 
plano nacional de resíduos sólidos fica sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente 
e Mudança no Clima. Ele terá vigência por prazo indeterminado e horizonte de vinte anos, 
com atualização a cada quatro anos. A elaboração do plano nacional de resíduos sólidos 
terá participação social por meio da realização de audiências e consultas públicas. Mas o 
que contêm esse plano? A legislação descreve onze tópicos do que deve tratar o plano 
nacional de resíduos sólidos. De forma resumida, ele deve conter o diagnóstico da situação 
atual dos resíduos sólidos e metas de redução da quantidade de resíduos sólidos e rejeitos. 
Os programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas também devem 
estar estabelecidos. 
No gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de 
prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos 
e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. O Distrito Federal e os Municípios 
são responsáveis pela gestão integrada dos resíduos sólidos gerados em seus respectivos 
territórios. As competências dos órgãos federais e estaduais de controle e fiscalização 
devem ser respeitadas. 
A seguinte classificação é utilizada para os resíduos sólidos: quanto à origem e 
quanto a periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos são classificados em: 
a) resíduos sólidos urbanos que são os domiciliares e os de limpeza urbana. Os 
domiciliares são aqueles que se originam das atividades domésticas em residências 
urbanas. Os de limpeza urbana são aqueles que oriundos dos serviços de limpeza urbana 
como varrição de logradouros. 
b) resíduos gerados nas atividades de estabelecimentos comerciais e prestadores de 
serviços. 
c) resíduos gerados pelos serviços públicos de saneamento básico. 
d) resíduos industriais: os que são gerados nos processos produtivos e instalações 
industriais. 
e) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme 
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos competentes. 
f) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e 
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação 
de terrenos para obras civis. 
g) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e 
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades. 
h) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais 
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. 
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 34 
i) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou 
beneficiamento de minérios. 
Quanto à periculosidade, os resíduos são classificados em resíduos perigosos e os 
não perigosos. Os perigosos são aqueles que, em razão de suas características de 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, 
teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à 
qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; 
Os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos devem ser elaborados 
para que os municípios tenham acesso aos recursos da União destinados a 
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos 
sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais 
de crédito ou fomento para tal finalidade. É interessante observar que a legislação 
estabelece os recursos da União serão priorizados aos municípios que implantarem a coleta 
seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores 
de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. 
O plano municipal para o gerenciamento de resíduos sólidos deve conter as regras 
para o transporte e conter a identificação dos resíduos sujeitos a logística reversa 
estabelecidos na legislação. Os sujeitos descritos a seguir devem elaborar o plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos: 
• todos os geradores de resíduos que se enquadram na classificação da lei. 
• os estabelecimentos comerciais de prestação de serviços que gerem resíduos 
perigosos e os outros tipos de resíduos que não se enquadrem no tipo 
“domiciliares”. 
• empresas de construção civil 
• os responsáveis por atividades agrossilvopastoris. 
Para os casos de empreendimentos que precisem de licença ambiental, o plano de 
gerenciamento de resíduos sólidos deve ser apresentado. 
A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, 
tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não 
isenta os solicitantes do serviço da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados 
pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos. 
A estruturação e implementação de sistemas de logística reversa para o recolhimento 
dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso, assim como sua subsequente 
destinação final ambientalmente adequada, independente do serviço público de limpeza 
urbana, são obrigatórios para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes 
de: 
a) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja 
embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; 
b) pilhas e baterias; 
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 35 
c) pneus; 
d) óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 
e) lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; 
f) produtos eletroeletrônicos e seus componentes. 
O decreto nº 10.936/2022 regulamenta a Lei 12.305/2010. Além disso, o este decreto 
revogou o de nº 9.177/17 que estabeleceu normas para assegurar a fiscalização e o 
cumprimento das obrigações atribuídas aos fabricantes, aos importadores, aos 
distribuidores e aos comerciantes de produtos sujeitos à logística reversa obrigatória. Vamos 
falar um pouco das questões estabelecidas pelo Decreto nº 10.936/2022 para a Logística 
Reversa. 
Primeiramente, esse decreto instituiu o Programa Nacional de Logística Reversa. O 
PNLR é um instrumento de coordenação e de integração dos sistemas de logística reversa. 
Ele visa otimizar a implementação e a operacionalização da infraestrutura para a logística 
reversa; proporcionar ganhos de escala e possibilitar sinergias entre os sistemas. Os 
fabricantes, importadores, distribuidores e os comerciantes dos seis produtos citados 
anteriormente devem estruturar, implementar e operar o sistema de logística reversa para 
esses produtos. Para tal fim, são estabelecidas metas progressivas, intermediárias e finais 
no documento determinado para a implementação da logística reversa. 
É sugerido que na implementação e na operacionalização do sistema de logística 
reversa, poderão ser: adotados procedimentos de compra de produtos ou de embalagens 
usadas; e instituídospostos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis. As 
cooperativas e as associações de catadores de materiais recicláveis poderão integrar o 
sistema de logística reversa: 
• desde que sejam legalmente constituídas, cadastradas e habilitadas; e 
• por meio de instrumento legal firmado entre a cooperativa ou a associação e 
as empresas ou entidades gestoras para prestação dos serviços, na forma 
prevista na legislação. 
Todo sistema de logística reversa deverá estar integrado ao Sinir (Sistema Nacional 
de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos). Toda carga de resíduos que é 
transportada por meio de veículo do modal rodoviário deverá possuir o manifesto de 
transporte de resíduos emitido pelo Sinir, caso ocorra fiscalização ambiental dos sistemas 
de logística reversa. 
A localização dos pontos de entrega voluntária, os pontos de consolidação do material 
recolhido e os resultados obtidos consideradas as metas estabelecidas, as informações 
sobre os transportes de resíduos, deverão ser mantidas e atualizadas pelo responsável pelo 
sistema de logística reversa ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do clima. 
Os sistemas de logística reversa poderão ser implementados e operacionalizados por 
meio dos seguintes instrumentos: acordos setoriais; regulamentos editados pelo Poder 
Público ou por termo de compromisso. Os sistemas de logística reversa serão estendidos, 
por meio da utilização dos instrumentos previstos na legislação aos 
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 36 
I - produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro; e 
II - demais produtos e embalagens, considerados prioritariamente o grau e a extensão 
do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. 
Toda as empresas que fabricam embalagens ou fornecem materiais para a fabricação 
de embalagens ou comercializam esses itens devem priorizar a utilização de materiais que 
propiciem a reutilização ou a reciclagem. Esses responsáveis devem assegurar que as 
embalagens sejam projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente viável 
e compatível com as exigências aplicáveis ao produto que contêm bem como serem 
recicladas. 
O Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de Embalagens 
em Geral foi assinado em 2015 entre empresas privadas voluntárias e o poder público. O 
objetivo principal é garantir que as embalagens tenham uma destinação final 
ambientalmente adequada. As embalagens podem ser compostas de papel e papelão, 
plástico, alumínio, aço, vidro, ou ainda pela combinação destes materiais, como as 
embalagens cartonadas longa vida, por exemplo. 
O acordo setorial contempla apoio a cooperativas de catadores de materiais 
recicláveis e parcerias com o comércio para a instalação de pontos de entrega voluntária. 
Ele também apresenta a possibilidade de celebração de acordos entre os serviços públicos 
de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos municipais e as entidades signatárias. A 
meta mínima é destinar de forma ambientalmente correta, pelo menos 22% de todo o volume 
anual disposto no mercado nacional. 
Conforme foi apresentado a responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos é 
dividida entre o poder público e o privado. São feitos acordos setoriais para a implantação 
da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. A legislação prevê que os 
responsáveis são todas as pessoas que participam desde a produção e o consumo do 
produto, desde fabricantes, distribuidores, varejistas e consumidores. Deveria ser prática 
que desde a indústria até os consumidores destinassem corretamente os resíduos gerados 
para que possam ser reutilizados e reciclados. 
Um dos marcos foi o Decreto nº 9.177, de 2017, que instaurou a isonomia a todos os 
responsáveis pelo ciclo de vida de um produto. Isso quer dizer que as fiscalizações ocorrem 
em todos os responsáveis de forma equivalente. A partir daí, diversas organizações 
começaram a elaborar planos de gestão de resíduos para evitar penalidades. 
 
 
Atividade: vá até a sala virtual e responda ao 
questionário proposto. 
 
 
 
https://sinir.gov.br/images/sinir/Embalagens%20em%20Geral/Acordo_embalagens.pdf
https://sinir.gov.br/images/sinir/Embalagens%20em%20Geral/Acordo_embalagens.pdf
 
 
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O Código Tributário Nacional contempla as normas gerais de direito tributário 
aplicáveis à União, Estados e Municípios. É regido pelo disposto na Lei nº 5172 de 25 de 
outubro de 1966 bem como leis e decretos complementares. 
O governo em todas as suas esferas (federal, estadual e municipal) possui despesas 
públicas na realização de funções estatais como obras e serviços públicos. Para cobrir as 
despesas, é necessário instituir tributos. Os tributos, portanto, geram recursos financeiros 
para o governo. 
Os tributos garantem uma atividade financeira ao governo para a sua gestão e 
garantir os serviços públicos essenciais. Os tributos são cobrados essencialmente sobre a 
renda, o patrimônio e o consumo de bens e serviços. São cobrados independentemente da 
utilização dos serviços públicos já que são instituídos por lei. Todo tributo tem a destinação 
legal do produto da sua arrecadação. 
Mas quais são os tipos de tributos que existem? A Constituição Federal define que a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir os seguintes tributos: 
• Impostos: cobrado em função da capacidade contributiva como possuir renda por 
exemplo. 
 
• Taxas: cobrado para os serviços públicos oferecidos ao cidadão. 
 
• Contribuição de melhoria: decorrente de obras públicas. 
 
• Empréstimos compulsórios: instituído para as despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidades públicas, guerra ou sua iminência; 
 
• Contribuições sociais ou especiais: estão ligadas a determinadas despesas como 
contribuição social. 
 Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo 
a capacidade econômica do contribuinte, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. A lei que institui 
o tributo deve estabelecer quem deve pagar e quem vai cobrar o tributo. Chama-se de sujeito 
ativo da obrigação tributária, a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para 
exigir o seu pagamento, como a União, os Estados e Municípios. Já o sujeito passivo da 
obrigação principal é o contribuinte ou responsável obrigado ao pagamento de tributo. Cada 
Objetivos 
Vamos compreender o que são tributos e como funciona o 
sistema tributário brasileiro. 
Semana 4 – Sistema tributário brasileiro 
 
 
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Campus Ribeirão das Neves 38 
estado e município tem competência tributária correspondente contidas em suas 
constituições. 
As receitas dos tributos algumas vezes são distribuídas às pessoas jurídicas de direito 
público como União, Estado e Município. Essa distribuição pertence à competência daquela 
a que tenham sido atribuídos por lei. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
• restringir o tráfego no território nacional de pessoas ou mercadorias por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, com exceção a cobrança de pedágio quando 
regulamentado pelos órgãos competentes. 
 
• cobrar impostos ou aumentar impostos sem que a lei estabeleça. 
 
• cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado. 
 
• cobrar impostos sobre templos de qualquer culto; sobre o patrimônio, a renda ou serviços 
dos partidos políticos inclusive de suas fundações bem como de entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos. 
 
• cobrar tributos de livros, jornais, periódicose o papel destinado à sua impressão 
 
• tratar desigual contribuintes que se encontrem em situação equivalente de cobrança de 
tributos. 
 
• utilizar tributo com efeito de confisco. 
A lei deve determinar medidas para que os consumidores sejam esclarecidos sobre 
os impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Muitos ouvimos falar em subsídios 
ou isenção de impostos. Esse tipo de ação que incide sobre impostos só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal. 
Todo tributo da União deve ser uniforme em todo o território nacional. Não pode existir 
distinção ou preferência em favor de determinado Estado ou Município. Os Estados, o 
Distrito Federal e os Munícipios poderão instituir contribuição que será cobrada de seus 
servidores para o custeio do regime previdenciário que os beneficiará. A alíquota cobrada 
não pode ser inferior àquela contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença 
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou 
destino. 
Interessante observar que a legislação vigente define que a pessoa que importa 
alguma coisa poderá ser equiparada à pessoa jurídica na forma de lei. Contribuição para 
custeio do serviço de iluminação pública poderá ser instituída pelos Municípios e pelo Distrito 
Federal. Essa cobrança é facultada na fatura de consume de energia elétrica. 
 
 
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Para se chegar ao valor do tributo existem as normas tributárias. Para que exista a 
cobrança do tributo é necessário a “hipótese de incidência” ou “fato gerador”. Nada mais é 
do que a situação definida em lei como necessária e suficiente para a cobrança do tributo. 
Para se chegar ao valor do tributo, deve existir a base de cálculo que é a grandeza 
econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantidade a se pagar. Por 
exemplo, a base de cálculo para o IPVA é o valor venal do veículo. 
A alíquota é o percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo para 
o cálculo do valor de um tributo. A alíquota será um percentual quando a base de cálculo for 
um valor econômico e será um valor quando a base de cálculo for uma unidade não 
monetária. 
O governo federal pode instituir impostos sobre: 
• importação de produtos estrangeiros 
• exportação para o exterior de produtos nacionais 
• rendas e proventos de qualquer natureza 
• produtos industrializados 
• operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários 
• propriedade territorial rural 
• grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
Os Estados e o Distrito Federal podem instituir impostos sobre: 
• transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, o chamado ITCMD. 
Toda pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos de forma não onerosa devem 
pagar o ITCMD. Forma onerosa significa que a pessoa não dispendeu algum recurso 
como doação ou herança. 
• operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços (ICMS) 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações 
e as prestações se iniciem no exterior. É uma das principais taxas cobradas no país. O 
valor arrecadado é investido em serviços essenciais como segurança, saúde e educação. 
Essa receita é repassada dos governos dos estados aos municípios. Essa alíquota incide 
sobre o preço da mercadoria. Algumas atividades podem ser isentas da cobrança de 
ICMS definida na legislação tributária de cada estado. 
• propriedade de veículos automotores, Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA) 
O documento pago pelo contribuinte ao Estado e Distrito Federal chama-se DARE 
(documento de arrecadação de receita estadual). 
Aos municípios compete a instituição de impostos sobre: 
 
 
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• propriedade predial e territorial urbana. 
• transmissão entre pessoas vivas a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem 
como cessão de direitos a sua aquisição. 
• serviços de qualquer natureza, não compreendidos no que dispõe a legislação sobre o 
ICMS 
Aos Estados e ao Distrito Federal pertencem o produto da arrecadação do imposto 
da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que 
instituírem e mantiverem. Os Estados e o Distrito Federal terão direito a 20% de qualquer 
arrecadação de imposto criado por lei complementar que não está discriminado no Código 
Tributário Nacional. 
Aos municípios têm o direito 
• ao produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer 
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, 
suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
• à 50% da arrecadação do imposto do governo federal sobre a propriedade territorial 
rural, relativamente aos imóveis neles situados. 
• à 50% da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos 
automotores licenciados em seus territórios por cento do produto da arrecadação do 
imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação. 
A União entregará do seguinte modo 48% do produto da arrecadação dos impostos 
sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados 
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; 
b) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios; 
c) 3%, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste; 
d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios. 
A União entregará produto da arrecadação do imposto sobre produtos 
industrializados, 10% aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das 
respectivas exportações de produtos industrializados. 
4.1 Sobre o ICMS 
 
Esse imposto é devido por todo produto que é comercializado no Brasil seja ele 
fabricado aqui ou importado. É uma obrigação fiscal de movimentação de carga. O ICMS 
não é acumulativo. Ele refere-se a alíquota de qual estado a compra foi feita. Para operações 
no mesmo estado, o ICMS é aplicado sobre o valor do produto ou serviço. Existem três tipos 
de ICMS: 
 
 
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• Normal: é recolhido pelas empresas pelo Simples Nacional, o modelo simplificado de 
arrecadação de impostos através da guia DAS. O DAS é o Documento de Arrecadação 
do Simples Nacional. Ele é uma guia de pagamento que engloba todos os impostos 
municipais, estaduais e federais que deve ser paga por MEI (microempreendedores 
individuais), ME (microempresas) e EPP (empresas de pequeno porte. 
• Substituição tributária: é aplicada em alguns tipos de mercadorias e de algumas 
operações entre estados conveniados; 
• Diferencial de alíquota: recai sobre a compra de outros Estados, como explicamos no 
tópico anterior. 
O DIFAL é a diferença de alíquota do ICMS que é paga com o objetivo de tornar a 
arrecadação mais equânime entre os estados. O DIFAL deve ser pago por pessoas jurídicas 
quando compram produtos de outros estados diferentes da sua atuação. Quando existe uma 
compra feita entre destino e origem em diferentes estados, a diferença entre as alíquotas é 
destinada para o estado do consumidor final. Quando o consumidor do produto não for 
contribuinte do ICMS, no caso um consumidor com CPF e não CNPJ, quem vende o produto 
ou serviço que deve recolher o imposto sobre a negociação feita. Se a venda for entre 
empresas que contribuempara o ICMS, o DIFAL deve ser pago pela empresa que comprou 
o produto ou o serviço. A nota fiscal que acompanha a venda de um produto contempla os 
valores pagos para o ICMS de uma compra. 
O quadro 3 mostra a alíquota básica dos estados do Brasil. Os estados possuem as 
alíquotas internas para o ICMS e o ICMS interestadual. O estado consumidor recebe a 
diferença entre alíquotas. 
Desde 2021, por meio de uma lei complementar para a venda de produtos e prestação 
de serviços a consumidor final localizado em outro estado a cobrança do ICMS. Nas 
transações entre empresas e consumidores não contribuintes de ICMS de estados 
diferentes, caberá ao fornecedor recolher e repassar o diferencial para o estado do 
consumidor. Antes o ICMS ficava integralmente para o estado em que se localizava a 
empresa vendedora nos casos em que o comprador do produto ou serviço não fosse 
empresa contribuinte desse imposto. Depois os estados dos consumidores passaram a 
receber parte desse imposto. 
Antes da lei complementar, uma empresa de São Paulo vendia determinado produto 
a um consumidor pessoa física do Amapá, por exemplo, ela recolhia o imposto para São 
Paulo com a alíquota estabelecida pelo governo paulista. Ocorre que, do ponto de vista do 
Amapá, não havia arrecadação de ICMS sobre uma operação que envolvia consumidores 
desse estado. Como a grande maioria dos produtores de mercadorias e dos prestadores de 
serviços estão nas Regiões Sul e Sudeste, os consumidores localizados em regiões menos 
desenvolvidas tendem a comprar nos estados dessas duas regiões. Assim, as regras 
anteriores faziam com que os estados mais ricos arrecadassem ainda mais impostos, 
dispondo de mais recursos para investimentos. Isso alimentava a tendência de perpetuação 
ou até de aprofundamento das desigualdades regionais. 
 
 
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Figura 4: Diferencial de Alíquota de ICMS - DIFAL 
Fonte: InforSystem, 2023 
 
Com a lei complementar, toda a transação de bens e serviços entre fornecedores e 
consumidores de estados diferentes estaria sujeita ao pagamento, ao estado onde o bem ou 
serviço foi consumido, da diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna do 
estado do consumidor, o DIFAL. Antes, o DIFAL só era pago ao estado onde o bem ou 
serviço foi entregue se o consumidor fosse uma empresa contribuinte do ICMS. 
A Lei Complementar 190, de 2022 trouxe equilíbrio à distribuição da receita do 
imposto entre as unidades da Federação. Ela separou os consumidores entre os que estão 
sujeitos ao ICMS (empresas) e os que não recolhem o imposto, como as pessoas físicas, 
por exemplo. Pela norma, quando uma empresa que paga ICMS consome um produto ou 
serviço vindo de outra unidade da Federação, é ela quem deve pagar o diferencial de 
alíquota ao seu estado. Já no caso do consumidor pessoa física, o fornecedor do produto ou 
serviço é quem paga o diferencial. 
Dessa forma, se uma empresa paulista vendeu uma geladeira por R$ 1 mil a uma 
empresa paranaense e a alíquota interna do Paraná é de 18% e a alíquota interestadual 
sobre o comércio entre os dois estados é de 12%, a empresa de São Paulo deve recolher 
12% ao governo paulista e a empresa paranaense pagará ao Paraná o valor da diferença, 
de 6%. No caso da geladeira, R$ 120 serão pagos ao governo paulista pela empresa que 
vendeu o produto e R$ 60 será pago ao governo do paraná pela empresa consumidora. Mas 
se o comprador for pessoa física, quem deve pagar os R$ 60 ao governo do estado do 
Paraná é a empresa paulista que vendeu o produto. 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-complementar-n-190-de-4-de-janeiro-de-2022-372154932
 
 
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Figura 5: Diferencial de Alíquota de ICMS - DIFAL 
Fonte: Agência Senado, 2021 
 
Também existem situações em que há isenção de ICMS e legislação própria dos 
estados para alguns produtos isentos. O Código Tributário Nacional dispões que não incidirá 
ICMS sobre: 
• comercialização de livros, jornais, periódicos e papel para impressão (também livre de 
IPI, imposto sobre produtos industrializados); 
• exportação de mercadorias, incluindo produtos primários, industrializados 
semielaborados ou serviços; 
• sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, incluindo produtos primários, 
industrializados semielaborados ou serviços; nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior; 
• sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, 
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
• sobre o ouro, em casos em que ele é utilizado como ativo financeiro ou instrumento 
cambial; 
• nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e 
de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
 
 
 
 
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Atividade: Atividade: vá até a sala virtual e responda 
ao questionário proposto. 
 
 
 
 
 
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Um dos tributos alinhados a logística é o ICMS que foi discutido na unidade 4. Vamos 
falar agora de outros impostos importantes. 
5.1. Impostos da União – Imposto de Importação 
 
O imposto de importação é regulamentado pelo decreto-lei nº 37 de 18 de novembro 
de 1966. O fator gerador do imposto de importação é a entrada da mercadoria estrangeira 
no território nacional. Os tributos aduaneiros são as taxas, tarifas e impostos que incidem 
sobre transações de comércio entre o Brasil e outros países. Esse tributo possui função 
extrafiscal já que vai além da arrecadação de impostos, serve para regular o comércio 
exterior. 
O produto precisa permanecer de forma definitiva no Brasil para sofrer a incidência 
do imposto. Quando veículos, aviões, trens ou navios chegam ao Brasil seja de passagem, 
estacionado ou atracado, quando eles seguem para outros destinos com a mercadoria, não 
há a ocorrência do fator gerador do imposto de importação. Quem deve pagar o imposto de 
importação é o importador, o sujeito passivo do imposto. O arrematante de produtos 
apreendidos ou abandonados de fiscalização da Receita Federal também é o sujeito passivo 
de imposto. 
Existe a figura do armazém alfandegado que tem como objetivo a guarda de 
mercadorias provenientes do exterior. Dessa forma, esses produtos são isentos da cobrança 
de impostos e taxas até que sejam vendidos. A mercadoria só poderá ter cobrança de 
imposto quando chegar ao seu destino. Muitas empresas importadoras brasileiras costumam 
utilizar esses tipos de armazéns porque lhe permitem adiar o pagamento de impostos até 
venda da mercadoria. Existe outro tipo de empresa que faz o uso do armazém alfandegado 
para armazenar produtos provenientes de outros países para depois enviá-lo a outro do 
mesmo continente. 
Objetivos 
Vamos aprender quais tributos estão relacionados com a 
operação logística. 
Semana 5 – Principais tributos relacionados à logística 
 
 
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Figura 6: Vista de armazéns alfandegados da empresa Multilog em Itajaí/SC próximo ao porto de Itajaí 
Fonte: Multilog, 2023. 
 
A fins de informação, para compras importadas acima de três mil dólares, é 
considerado pela Receita Federal como de pessoa jurídica. Quando a mercadoria ultrapassa 
o valor de quinhentos dólares e até três mil dólares, há incidência de imposto de importação, 
além de ICMS e uma taxa de despacho aduaneiro de R$ 150. A fiscalização hoje é feita por 
amostragem pela Receita Federal aos produtos que chegam ao Brasil. As compras quando 
pegas na fiscalização pagam 60% do valor da compra de tarifa à Receita Federal. Para 
pessoas físicas, os tributos podem ser pagos pelo site dos Correios por meio de boleto 
bancário ou cartão de crédito. Para

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