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AULA 1 CIÊNCIAS DO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

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CIÊNCIAS DO AMBIENTE E 
SUSTENTABILIDADE 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Cristiane Lourencetti Burmester 
 
 
2 
INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS DO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE 
O mundo vive uma crise ambiental que tem como principais componentes 
a população, os recursos naturais e a poluição. O crescimento da população 
mundial vem ocorrendo de forma exponencial e, consequentemente, o aumento 
da exploração e do consumo de recursos naturais acontece na mesma 
proporção. Como resultado disso, crescem também a geração de resíduos e a 
poluição ambiental. 
O problema dessa dinâmica de crescimento e consumo é o fato de o planeta 
Terra possuir recursos naturais finitos, bem como capacidade limitada para 
assimilar resíduos e, dentro dessa perspectiva, cabe questionar: até quando os 
recursos naturais serão suficientes para sustentar a população da Terra? Qual é 
a capacidade de suporte do planeta? O nível de qualidade de vida no planeta 
depende do equilíbrio entre os três elementos: população, recursos naturais e 
poluição, então como atingir tal equilíbrio? Qual é o papel do engenheiro para o 
sucesso deste grande desafio? 
CONVERSA INICIAL 
Para começarmos a entender o universo relacionado à sustentabilidade e 
facilitar o entendimento sobre o assunto, a aula foi dividida em cinco tópicos: 
1. A crise ambiental 
2. O crescimento populacional 
3. Os recursos naturais 
4. A poluição 
5. A engenharia e o desenvolvimento sustentável 
TEMA 1 – A CRISE AMBIENTAL 
A realidade revela que os impactos ambientais, antes menos alarmantes 
por serem pontuais e locais, podem tornar insuportável a vida no planeta. Por 
exemplo, questões como as mudanças climáticas estão sobressaindo, apesar 
de não ter consenso entre os cientistas sobre suas causas. Fato é que a 
realidade é a prova viva de que estamos colhendo os frutos de todas as ações 
humanas aliadas à tecnologia e às reações do próprio ambiente mediante a 
tantos fatores externos. 
 
 
 
3 
Figura 1 – Crise ambiental 
 
 Crédito: IC Designer/Shutterstock; Giuseppe_R/Shutterstock. 
Existe uma situação ambiental deste século agravada desde a Revolução 
Industrial, quando foi intensificada a exploração dos recursos naturais do 
planeta, dos solos e das águas, com reflexos para o ar e literalmente para todos 
os lados ̶ a poluição e tudo o mais envolvido. 
A poluição maciça pelas indústrias e a queima de combustíveis fósseis 
para a geração de energia resultaram na crise ambiental e seus fatores 
envolvidos. Agora, resta uma desaceleração no processo da produção em si 
para dar espaço ao ambiente mais sustentável e equilibrado. É preciso ações 
que reciclem a tempo e que não destruam o que ainda resta da natureza sem a 
interferência humana somente objetivando o capital, além de máquinas com foco 
exclusivamente na produtividade. 
Alguns autores e estudiosos questionam a crise e a maneira como ela é 
taxada, pois, para a evolução, precisa-se de experimentação, que, segundo 
alguns especialistas, os recursos são usados como experiências e não para a 
devastação e a extinção. Outros, porém, acreditam no fenômeno da Economia 
aliado ao modelo de desenvolvimento em que se criam recursos para satisfazer 
às necessidades humanas e às criações da modernidade. No entanto, um 
detalhe que faz toda a diferença é que os recursos naturais não são infinitos 
como muitos podem pensar, pois a matéria-prima precisa existir e não ser 
devorada apenas para testes e sem vínculos para o futuro. Nada se cria, tudo se 
copia e que se recicle sempre que possível. 
Por isso, destaca-se que os recursos naturais são finitos, ou seja, existe 
uma capacidade limitada para assimilar os resíduos produzidos pelas atividades 
 
 
4 
humanas. Os rios e oceanos, assim como a atmosfera, não são suficientemente 
autorreconstrutivos para absorver e diluir toda a carga de poluentes. 
Agora, na era de modernidade das inovações e invenções, buscam-se 
outros modelos de gestão que passem a priorizar a produção sem a agressão 
ambiental. Como? Existe fórmula secreta? Até o fim do século XX, as decisões 
governamentais eram embasadas no desenvolvimento econômico acelerado e, 
como consequências, houve o aumento da desigualdade social, a contaminação 
do solo, das águas, do ar, a proliferação de vetores de doenças e, assim, a 
geração de uma crise ambiental com ou sem precedentes em várias localidades. 
No Brasil, Cubatão, localizada em São Paulo, é uma das cidades mais poluídas 
do país. 
Hoje, então, sinaliza-se uma gestão ambiental com novos paradigmas, 
tendo consciência de que as reservas naturais não são renováveis e são 
escassas, ou seja, podem se esgotar. Explorar visando apenas ao lucro pode 
gerar o maior prejuízo: colocar em risco a vida humana! É necessário focar na 
gestão ambiental para melhorar a qualidade de vida que também depende do 
meio ambiente para sobreviver. 
A verdade seja dita: a atmosfera é única, as águas se interligam (ciclo 
hidrológico), os ventos e os climas são planetários, ou seja, a crise ambiental é 
mundial e interfere entre os países, não é um problema isolado tipo um surto de 
uma doença. Por isso, há a necessidade de se criar maneiras de proteger o 
ambiente de forma planetária e que não dependa de interesses locais e 
governamentais. O planeta é nosso! 
Enfim, desde que o homem aprendeu a dominar o fogo, o meio ambiente 
vem sofrendo as consequências e experiências das novas descobertas, afinal 
da mesma maneira que o fogo foi usado para aquecer, para cozinhar, também 
vieram as queimadas. Impactos acirrados pelo processo da industrialização e, 
apenas a partir de 1990, com a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, pela ONU (Rio 92), é que foram elaboradas estratégias para 
atingir a sustentabilidade. Esse também foi o ano em que ocorreu a edição da 
série de normas ISO 14000. 
Da teoria à prática, tem-se como principais componentes da crise 
ambiental o triângulo formado por população, recursos naturais e poluição e o 
nível de qualidade de vida no planeta depende do equilíbrio entre esses três 
elementos. Portanto, a população é carente dos recursos naturais e os utiliza; a 
 
 
5 
população também produz a poluição, sendo que esta atinge abruptamente os 
recursos naturais. 
Figura 2 - Principais componentes da crise ambiental 
 
Crédito: Julia Tim/Shutterstock; GST/Shutterstock; Macrovector/Shutterstock. 
Assim, para um desenvolvimento sustentável, a definição que surgiu na 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, pelas Nações 
Unidas, é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, 
sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das 
futuras gerações é o desenvolvimento que não esgota os recursos para 
o futuro e a proposta é harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento 
econômico e a conservação ambiental (WWF Brazil, [S.d], on-line) 
Você sabia que existe a Comissão Lancet de Poluição e Saúde, cujo 
objetivo é aumentar a consciência global acerca da poluição química, superar a 
negligência com as doenças relacionadas à poluição e mobilizar os recursos e a 
vontade política necessários para enfrentar, efetivamente, os desafios 
existentes? 
Analisando os contratempos ambientais que colocam em risco a vida e a 
sua qualidade, a análise feita pela UNEP (United Nations Environment 
Programme – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) destaca 12 
adversidades, relacionando meio ambiente, desenvolvimento e ações da 
sociedade. São eles: 
1. Crescimento demográfico rápido, aliado ao desenvolvimento tecnológico; 
2. Urbanização acelerada; 
3. Desmatamento das florestas; 
4. Poluição marinha acentuada pelas descargas de esgotos domésticos e 
industriais; 
 
 
6 
5. Poluição do ar e do solo – industrialização como principal fator; 
6. Poluição e eutrofização de águas interiores; 
7. Perda da diversidadegenética; 
8. Efeitos de grandes obras civis; 
9. Alteração global do clima; 
10. Aumento progressivo das necessidades energéticas e suas sequelas 
ambientais; 
11. Produção de alimentos e agricultura; 
12. Falta de saneamento básico. 
TEMA 2 – O CRESCIMENTO POPULACIONAL 
A população é crescente e os recursos naturais não aumentam 
proporcionalmente para suprir a demanda populacional. Segundo dados de 2019 
das Nações Unidas, a população mundial deve aumentar em dois bilhões de 
pessoas nos próximos 30 anos – de 7,7 bilhões de habitantes no planeta, em 
2050, deve passar para 9,7 bilhões. 
É possível conferir um panorama global de padrões e perspectivas 
demográficas na publicação da ONU ̶ Perspectivas Mundiais de População 
2019. Este estudo também mostra que a população mundial poderia alcançar o 
seu pico por volta do final do atual século, chegando a quase 11 bilhões de 
pessoas em 2100. 
Aqui, devido ao “boom populacional”, é preciso voltar à época do êxodo 
rural e da chamada Revolução Verde, em que a saída das pessoas do campo 
para as cidades resultou na criação de diversos centros urbanos sem 
planejamento de uso e ocupação do solo, ou qualquer outra variante ambiental, 
além de aumentar a população das cidades já existentes (de 1960 a 1970) e, a 
partir de 1980, o Brasil se tornou um país urbanizado, em que vários problemas 
socioambientais apontaram, ocasionando doenças e epidemias, principalmente 
pela falta de saneamento básico para acompanhar esse aceleramento. 
A crise ambiental está ligada ao crescimento populacional e, 
consequentemente, ao crescimento urbano ̶ fenômeno da metropolização (ou 
seja, ocupação urbana ultrapassa os limites das cidades). Alguns fatores que 
contribuem para a crise ambiental e são decorrentes desse crescimento são: a 
impermeabilização do solo, a geração de resíduos, a elevada demanda de 
recursos naturais, a ocupação de áreas de risco, a poluição, etc. 
 
 
7 
Esse crescimento populacional, já em 2012, foi apontado por cientistas 
durante a conferência Planeta sob Pressão, em Londres, como um grande 
responsável indireto pelo aquecimento global, esgotamento de recursos, pela 
poluição e perda de biodiversidade. 
Já o Brasil deixa de ser a quinta nação mais populosa do mundo, 
perdendo o posto para o Paquistão. Segundo informações do site Terra, foi a 
primeira vez que o Brasil caiu no ranking dos países mais populosos desde a 
Segunda Guerra e primeira vez que o Brasil perde posição desde a Segunda 
Guerra1. Pelo ritmo atual, a população deve começar a diminuir a partir de 2045 
e, ainda, com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
(PNAD) 2015, são 84,72% da população vivendo em áreas urbanas e 15,28% 
em áreas rurais. O contraponto de destaque acontece ao comparar que no 
Sudeste, 93,14% da população vive em áreas urbanas, enquanto 26,88% da 
população rural está no Nordeste. 
Gráfico 1 – Porcentagem da população que vive em área urbana por região 
(2015) 
 
Fonte: IBGE/PNAD 2015. 
 
1 Para saber mais, acesse: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-deixa-de-ser-a-5-
nacao-mais-populosa-do-mundo,2c26f2f2e9aa008091708d8c88f62644f0j6sm2l.html>. Acesso 
em: 6 jan. 2020. 
 
 
8 
 Porém, nem tudo que se relaciona aos danos ambientais são associados 
exclusivamente ao crescimento populacional, pois é uma somatória de fatores 
envolvida. Cabe aqui não a matemática exata como disciplina, e sim problemas 
de raciocínio lógico como o gráfico abaixo mostra, que, nos últimos 250 anos, a 
população mundial cresceu 9,2 vezes, a economia aumentou 134 vezes e a 
renda per capita subiu 14,6 vezes. A realidade aponta, sim, uma desigualdade 
social no contraponto do aumento do padrão de vida da população mundial. 
 
 
 
9 
Gráfico 2 – Crescimento da economia da população e da renda per capita 
mundial: 1768-2018 
 
Fonte: <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/588841-a-dinamica-demografica-importa-no-
crescimento-economico-e-na-degradacao-ambiental>. Acesso em: 6 jan. 2020. 
 Assim, a população mundial continua a crescer, porém, mais lentamente 
do que no passado recente. Há dez anos, a população mundial estava crescendo 
a uma taxa de 1,24% por ano. Atualmente, a taxa de crescimento é de 1,18% 
por ano, o que corresponde a um adicional de aproximadamente 83 milhões de 
pessoas anualmente. A previsão para a população mundial é o aumento de mais 
de 1 bilhão de pessoas nos próximos 15 anos, chegando aos 8,5 bilhões em 
2030, aos 9,7 bilhões em 2050 e aos 11,2 bilhões em 2100. 
TEMA 3 – OS RECURSOS NATURAIS 
O fator população demasiada interfere na crise ambiental, mas, 
principalmente, ao falar do consumo dos recursos naturais que deveria ser de 
forma sustentável. Como isso não acontece, recursos naturais básicos como a 
água e os alimentos, por exemplo, já não são tão abundantes como antigamente. 
Diz-se que a água valerá mais do que ouro e petróleo no futuro e, em muitos 
países, o custo da água mineral é alto. De um recurso natural virou um artigo de 
luxo em muitas localidades. 
Por definição básica, o recurso natural é qualquer elemento ou aspecto 
da natureza que esteja em demanda, seja passível de uso ou esteja sendo usado 
 
 
10 
pelo homem, direta ou indiretamente, como forma de satisfação de suas 
necessidades físicas e culturais em determinado tempo e espaço. A 
classificação do recurso em função da demanda na natureza pode ser renovável 
e não renovável. 
Os recursos renováveis são aqueles que naturalmente podem ser 
regenerados após o uso, como: a água, o ar, a energia solar, a energia eólica, a 
madeira, as plantas produtoras de fibra, os vegetais e os animais usados na 
alimentação e confecção de agasalhos. Já os recursos não renováveis são 
aqueles que não podem ser naturalmente regenerados após o uso ou são 
regenerados em tempos geológicos muito extensos, como: o calcário, a argila, a 
areia, o petróleo e o carvão mineral. 
De não renováveis, os recursos são subdivididos em minerais 
não energéticos (ferro, fósforo, cálcio) e minerais energéticos (combustíveis 
fósseis). Os minerais energéticos são efetivamente não renováveis, entretanto, 
os minerais não energéticos podem se renovar somente após um período de 
tempo em que não serão importantes para a humanidade. 
Figura 3 – Energia renovável versus energia não renovável 
 
Crédito: Vecton/Shutterstock 
 
 
 
11 
Para melhor entendimento da Figura 3, o Quadro 1 mostra a tradução dos 
textos da imagem 
Quadro 1 - Tradução fontes de energia 
Inglês Português 
Renewable Energy Energia Renovável 
Non-Renewable Energy Energia não-renovável 
Energy Energia 
Biomass Energy Energia da biomassa 
Hydropower Energy Energia hidrelétrica 
Wind Energy Energia eólica 
Solar Energy Energia solar 
Geothermal energy Energia geotérmica 
Fossil Fuel Oil Combustível fóssil 
Natural Gas Gás natural 
Coal Carvão 
Nuclear Nuclear 
Vale ressaltar que um recurso natural renovável pode passar a ser não 
renovável quando explorado de forma incorreta ou quando o ambiente 
modificado não fornece condições para sua renovação, isto é, quando a taxa de 
utilização supera a máxima capacidade de sustentação do sistema. É assim que 
muitas espécies da fauna brasileira se encontram ameaçadas e, outras, em 
extinção, atrelada à caça predatória associada com a transformação no 
ambiente. A água, que já se tornou artigo de luxo em várias regiões, é mais um 
exemplo de recurso que pode deixar de ser renovável pelo manejo incorreto. 
A água, inclusive, é recurso hídrico protegido pelo Código das Águas, cuja 
primeira versão é datada de 1907, quando foi apresentado ao Governo Federal, 
porém, apenas em 1934 foi promulgado como lei. Interessante é que a demora 
se deu pela ideia de que nunca faltaria água no Brasil, exceto no Nordeste em 
decorrência da seca. O cenário mudou com o desenvolvimentoeconômico, 
especialmente agrícola e o aproveitamento energético das bacias hidrográficas. 
Com a modernidade e os avanços tecnológicos, a utilização dos recursos 
é colocada em jogo, pois a exploração de muitos recursos gera fonte de renda e 
riqueza, que também movimenta a economia local e assim por diante. Aqui, da 
 
 
12 
maneira como ocorre o manejo, pode gerar frutos ou colher somente danos 
ambientes. O que ocorreu nas últimas décadas é que o meio ambiente não foi 
levado em conta e elementos extremamente tóxicos foram utilizados como 
recursos naturais. 
Em 2013, no Dia da Sobrecarga da Terra ̶ calculado desde 1969 pela 
organização internacional sem fins lucrativos Global Footprint Network (GFN) - 
para sustentar o atual padrão médio de consumo da humanidade, a Terra 
precisaria de ter 50% a mais de recursos. Já em 2018, no início de agosto, 
apontava-se ser preciso ter 1,7 planeta, ou seja, um planeta inteiro e mais 70% 
dele, para atender às nossas necessidades e, com isso, ficamos no vermelho 
em relação aos recursos naturais. 
O impacto, os rastros ou as consequências deixados pelas atividades 
humanas no meio ambiente são chamados de Pegada Ecológica, que possui 
uma calculadora2. Confira, participe e veja como ajudar. Quanto maior a pegada 
ecológica de uma atividade, maiores serão os danos causados ao meio 
ambiente. A Pegada Ecológica brasileira é de 2,9 hectares globais por pessoa, 
segundo o Relatório Planeta Vivo, da rede WWF. 
Figura 4 - Pegada ecológica 
 
2 Para saber mais, acesse: <http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php>. Acesso em: 
26 dez. 2019. 
 
 
13 
 
Crédito: C11design/Shutterstock. 
 É preciso um pensar coletivo com ações responsáveis. Mais do que 
nunca, a reflexão sobre a nossa vida em sociedade se coloca como eixo central 
da nossa existência. 
TEMA 4 – A POLUIÇÃO 
Para abordar o tema poluição, primeiramente é preciso saber que existe 
a Lei nº 6.938/1981, além de ser imprescindível não mencionar os padrões de 
qualidade do ar (PQAr), estabelecidos pela Resolução Conama n. 491/2018, que 
revogou a Conama nº 3/2019. Pela Organização Mundial de Saúde (OMS), os 
padrões variam segundo a abordagem adotada para balancear riscos à saúde, 
viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos 
e sociais, que, por sua vez, dependem do nível de desenvolvimento e da 
capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. 
Por definição, a poluição é qualquer modificação indesejável nas 
características físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, ou seja, a 
degradação da qualidade do ambiente, que cause ou possa causar prejuízos aos 
seres humanos e ao próprio meio ambiente. Este conceito auxilia na 
classificação do grau de qualidade do ambiente ou de um recurso natural, tendo 
https://www.shutterstock.com/pt/g/C11design
 
 
14 
em vista a possibilidade de se avaliar a composição e as características do meio 
ambiente. 
Figura 5 – Composição e característica do meio ambiente 
 
Crédito: kwest/Shutterstock. 
Na prática, são as diversas intervenções humanas que, associadas às 
alterações indesejáveis, intensificam a poluição ambiental, que resulta do 
excesso de liberação de poluentes, matérias ou energia. E como tipos de 
poluição estão a da água, do ar (atmosférica), do solo e a sonora. Alguns 
fenômenos naturais também são fontes poluidoras e que independem da 
intervenção humana. 
A poluição da água é a contaminação dos recursos hídricos pela liberação 
de compostos físicos, químicos e biológicos prejudiciais a todos. Estudiosos 
destacam como causas alguns tópicos: o lançamento de esgoto em ambientes 
aquáticos, o despejo de lixo no mar, nos rios ou lagos, vazamento de petróleo 
decorrente de acidentes marítimos e a poluição dos lençóis freáticos com os 
pesticidas, levados pela chuva. 
A poluição atmosférica resulta do lançamento de grandes quantidades de 
gases ou de partículas líquidas e sólidas na atmosfera. Pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), é razoável 20 microgramas de poluentes por metro 
cúbico. Para exemplificar, São Paulo já ultrapassa esse número e, em média, é 
38 microgramas por metro cúbico. Como causas, apresentam-se os seguintes 
fatores: excesso de liberação de ácido nítrico, dióxido de carbono e monóxido de 
carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio, muitas vezes em 
decorrência da atividade das indústrias, dos veículos e da incineração de lixo, 
 
 
15 
além do desmatamento, das queimadas e de outras sobrecargas industriais e 
humanas ao ambiente. 
A poluição do solo acontece quando ocorrem alterações da sua 
composição (ar, água, matéria orgânica e minerais). A sua degradação identifica-
se como componente de risco para a manutenção da vida no planeta, 
influenciando diretamente o meio ambiente, as áreas da economia e o 
armazenamento de reservatórios de água, por exemplo. 
A poluição sonora acontece quando a intensidade do som ultrapassa o 
limite dos ouvidos, que, de acordo com informações da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), o limite ao ouvido humano é de 65 dB. O aumento exagerado dos 
ruídos de qualquer natureza nos ambientes pode provocar uma poluição sonora 
prejudicial à saúde humana e de outros animais. 
Os efeitos globais, tais como o efeito estufa e a redução da camada de 
ozônio, também são responsáveis por consequências graves ao planeta. Por 
isso, faz-se urgente que estes efeitos sejam amplamente estudados para que se 
possa adquirir mais conhecimento sobre eles e para que possam ser 
controlados. São fenômenos naturais importantes para a manutenção da vida na 
Terra. Cientistas apontam que a diminuição da camada de ozônio e o aumento 
do efeito estufa são grandes responsáveis pelo aquecimento global, cujos efeitos 
são devastadores. 
Dados do Ministério da Saúde, pelo estudo Saúde Brasil 2018, apontam 
que as mortes decorrentes da poluição do ar aumentaram 14% em 10 anos. As 
mortes são classificadas na categoria “Crônicas não Transmissíveis (DCNT)", 
com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O maior 
percentual da incidência relaciona-se aos grandes centros urbanos e aos 
estados castigados pelas queimadas. 
Assim, os problemas causados pela poluição à saúde humana podem ser 
diretos ou indiretos. Os diretos são derivados da inalação de ar poluído, 
ocasionando o aumento de doenças respiratórias. Já os indiretos contemplam 
as doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados por poluentes 
presentes no solo ou na água. 
Quanto maior a população, maior o consumo de alimentos, energia, água, 
etc. e, consequentemente, maior a pressão sobre os ecossistemas e maior a 
degradação da biosfera, ou seja, maior a poluição ambiental. 
 
 
16 
Cada um de nós, seres humanos, pode pensar em como minimizar os 
efeitos dos usos das fontes utilizadas para as nossas tarefas. A Figura 6 
apresenta a lista dos dez maiores países poluidores. 
Figura 6 - Os 10 maiores países poluidores 
 
Fonte: <https://www.istoedinheiro.com.br/poluicao-injusta/>. Acesso em: 26 dez. 2019. 
TEMA 5 – A ENGENHARIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Com foco no desenvolvimento sustentável, as modalidades da 
Engenharia entram em ação neste planejamento de um planeta verde 
ecologicamente equilibrado. Como equacionar o crescimento da população, a 
era tecnológica e todos os recursos utilizados para uma redução dos impactos 
danosos ambientais? Agora, os engenheiros têm um novo desafio: o de utilizar 
as tecnologias disponíveis e desenvolver outras novas, visando à minimização 
dos impactos negativos ao meio ambiente. 
 
 
 
17 
Figura 7 – Desenvolvimento sustentável 
 
Crédito: Palau/Shutterstock. 404739112 
É preciso um equilíbrio que englobe as seguintes esferas: gestor 
ambiental, sociedade e fatores econômico, cultural e ambiental. Trata-se de uma 
visão integradorado homem com o meio ambiente, da produção em que se 
respeitam as limitações ambientais, da extração dos recursos baseada na 
compreensão de que eles são escassos, considerando-se que todas as 
atividades humanas, de uma forma ou de outra, alteram o tênue equilíbrio 
ecológico e, aos poucos essa visão tem se tornado frequente nos mais diversos 
segmentos da sociedade. 
No desenvolvimento sustentável, as necessidades das gerações do 
presente são atendidas de forma que não comprometa o suprimento das 
necessidades das gerações futuras. E, segundo a Comissão Mundial de Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, para se alcançar o desenvolvimento sustentável, 
é necessário que o uso dos recursos naturais, os programas econômicos, o 
desenvolvimento tecnológico, o crescimento populacional e as estruturas 
 
 
18 
institucionais estejam em harmonia, não pondo em risco a atmosfera, a água, o 
solo e os ecossistemas que mantêm a vida. 
Com base no Instituto de Engenharia, o grande desafio será a arte de 
desenvolver e implantar tecnologias, processos e projetos que promovam a 
melhoria da qualidade de vida no planeta, ao mesmo tempo que atendam às 
demandas da sociedade por bens, produtos diversos, energia, transporte, 
conforto, etc., sem exaurir a sua capacidade de reposição dos recursos naturais, 
com vistas à perpetuação da vida na Terra, em particular da nossa espécie. 
A engenharia participa do desenvolvimento em vários aspectos e, agora, 
precisa avançar ainda mais para não retroagir em tecnologia, porém, avançar 
em preservação ambiental e de seus recursos naturais. Um fator diferencial do 
modelo de desenvolvimento adotado para o que se espera para o futuro será a 
reciclagem e o reuso dos recursos, com o objetivo de evitar a escassez e, 
voltando, recurso como a água, o qual já é considerado raridade e artigo de luxo 
em algumas regiões. 
Na sociedade atual, os engenheiros têm um novo desafio: o de utilizar as 
tecnologias disponíveis e desenvolver outras novas, visando à minimização dos 
impactos negativos ao meio ambiente. 
É papel do engenheiro integrar em suas atividades os novos conceitos de 
desenvolvimento, avaliar os processos de maneira integrada, trabalhar de forma 
multidisciplinar e em equipe, bem como desenvolver o planejamento e a gestão 
ambiental. Um grande avanço já alcançado que para se executar uma obra de 
engenharia, é necessária a aprovação de órgãos governamentais 
normalizadores e financiadores. 
A ABNT ISO 14001 e sua certificação é uma garantia para que as 
organizações, independentemente do seu porte, desenvolvam práticas 
sustentáveis em seus negócios: produtos e serviços. 
Algumas ações preventivas que a engenharia pode adotar: 
 Planejamento territorial considerando os aspectos ambientais; 
 Controle do desmatamento e impermeabilização do solo; 
 Proteção da drenagem natural das águas; 
 Controle da impermeabilização do solo; 
 Aperfeiçoamento dos processos industriais para reduzir ou eliminar a 
emissão de poluentes; 
 Tecnologia voltada para o uso de substâncias recicláveis; entre outras. 
 
 
19 
FINALIZANDO 
Na nossa aula, aprendemos sobre a problemática da crise ambiental atual 
e a relação entre os três elementos-chave para a sustentabilidade do nosso meio 
ambiente e da vida humana na Terra, são eles: população, recursos naturais e 
poluição. Compreendemos também formas alternativas de desenvolvimento 
para se encontrar o equilíbrio entre estes três componentes e como a engenharia 
pode contribuir na solução deste problema. Após esta aula, o aluno será capaz 
de reconhecer e identificar problemas ambientais, suas causas e possíveis 
soluções para reduzir o seu impacto. 
 
 
 
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