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COMPORTAMENTO GRUPAL VALBER SAMPAIO. COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL: AGRESSÃO Mesmo com a diversidade de analises que as teorias possam elencar acerca da temática, a complexidade diante do fenômeno é intensa. Por muitas vezes, simplificamos a dimensão deste ato em justificativas genéricas.’ Sabemos, também, que a violência não é um fenômeno atual. Ela sempre esteve presente na história da humanidade. “Seria desnecessário dizer que nem todo o progresso é para a melhor e nem todos os benefícios revertem-se em prol de todos os seres humanos. Algumas investidas se fazem contra os seres humanos “em nome do progresso” e nos levam a descrer, em certos momentos, da capacidade humana em discernir entre os atos “inteligentes” e atos “primitivos” (RODRIGUES, 1999, p. 204). Em muitos casos, a exacerbada “espetacularização” do fenômeno da violência/agressão efetiva o processo de naturalização da violência diante das relações. Mas o que há por trás das próprias normas e convívios sociais? A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Guerras em diversos territórios por questões de domínio, por questões religiosas, econômicas, a hostilização de grupos por questões raciais e por questões de gênero e diversidade sexual; políticos e esportivos; o desentendimentos relacionais (entre familiares, cônjuges, amigos/as, irmãos/ãs, estranhos, inimigos/as, etc), que suscitam em um fenômeno com efeito subjetivo. Das crianças aos adultos, ninguém está imune em presenciar uma agressão, ser agredido/a ou ser agressor/a. De modo geral, os estudos da Psicologia Social sobre a agressão humana podem estar organizados em torno de algumas questões fundamentais: 1) Existe uma propensão natural dos seres humanos para agressões ou violência? 2) Que circunstâncias ensejam ou se predispõem as pessoas a atos de hostilidade e de violência em relação aos outros? 3) É possível controlar, reduzir ou prevenir atos de violência e agressão? MAS O QUE É AGRESSÃO? O conceito do senso comum diverge do conceito utilizado pelos/as Psicólogos/as Sociais. O importante no destaque é o aspecto da intencionalidade aplicada diante do comportamento. Só se considera, deliberadamente, agressivo o ato que se propõe a infligir um dano a alguém. Exemplo: adolescentes que assassinaram o índio em Brasília. Vale ressaltar que não carência ser em direção à alguma pessoa. Ex.: discordar de algum vizinho na reunião de condomínio e alguns dias depois quebrar a vidraça do mesmo. Outra questão é que necessariamente não precisa ser uma agressão apenas comportamentos com lógica de direcionamento de forma física. Exemplos: um chefe que assedia alguma funcionária, consequentemente, causando alguma quadro de ansiedade ou depressão. TIPOS OU FORMAS DE AGRESSÃO: Agressão hostil: deriva de estados emocionais fortes (como a raiva) e tem por objetivo básico causar dano a uma pessoa ou objeto a fim de satisfazer seus impulsos. Agressão instrumental: visa prejudicar alguém apenas como modo de atingir outro objetivo. Agressão simbólica: insultos, ameaças e afins. Nestes casos, elas podem ser hostis e instrumentais. Agressão sancionada: é aquela que a sociedade julga aceitável ou mesmo impiedosa, como o comportamento de um sujeito que mata alguém em um momento de assalto, utilizando-se em o discurso de legítima defesa. Nestes casos a agressão é considerada tipicamente instrumental. RAÍZES DA VIOLÊNCIA: EXPLICAÇÕES TEÓRICAS PARA A AGRESSÃO HUMANA As teorias adotadas pela Psicologia Social para os estudos diferenciam-se no grau com que consideram a agressão algo inato ou aprendido e na discussão de como levam em consideração a intensidade de fatores pessoais ou situacionais como instigadores de atos agressivos. Assim como meios e técnicas de que sugerem para o controle ou prevenção a agressão. Logo, tentam responder às mesmas perguntas: 1) Porque os humanos são agressivos ou agem de forma agressiva a causar danos aos seus semelhantes? 2) Qual a origem da agressão humana? A agressão é tão intrinsicamente associada à natureza humana que ela, inevitavelmente, terá que encontrar uma forma de expressão, incluindo-se aqui os teóricos que defendem as bases biológicas dos comportamentos agressivos, como sociobiólogo e psicanalistas. A agressão seria uma resposta natural à frustração e a ideia subjacente é a de que a resposta agressiva deriva de um impulso básico eliciado por condições externas, enquadrando-se aqui os psicólogos sociais (com bases cognitivas comportamentais) proponentes da hipótese de frustração-reação. A agressão é aprendida, resultante, portanto de aspectos relacionais como normas sociais, culturais e experiências de socialização. Fazem parte desta categoria teóricos que levam em consideração a aprendizagem instrumental, como a Psicologia Social Crítica. EXPLICAÇÕES BIOLÓGICAS E INATAS DA AGRESSÃO Freud (1933) afirma que uma das bases da dinâmica pulsional é sustentada pela pulsão de morte (thanatos), ao qual todas as pessoas possuem. Pulsão dirigida pela autodestruição, e, é, parcialmente, reorientada para o campo externo objetal (o outro). A “proteção” então estaria em torno do superego, que auxiliaria na renúncia à agressão aos outros. Konrad Lorenz (1966) postula que a agressão é resultado de um instinto herdado pelos seres humanos e compartilhado com outras espécies. Logo, a agressão seria um impulso instintivo, de cunho adaptativo. Wilson (1975), desenvolve uma pesquisa com bases na teoria evolucionista de Darwin, resultante do mesmo caráter adaptativo de Lorenz, pautado na sociobiologia. Estudos feitos com animais apontam que a agressão é fator de auxílio na conquista de parceiras; os princípios da seleção natural favorecerão entre diversos outros aspectos. A seleção natural ainda é um campo de estudos de comparação com os seres humanos. Segundo pesquisadores, a agressão também tem um fator hormonal. Afirmam, os mesmos, que a testosterona, hormônio sexual masculino, é responsável pelo aumento de possibilidade de seres agressivos. Alguns grupos de Psicólogos/as Sociais não compartilham destas explicações, na medida em que o impulso básico, instinto, pulsão é considerado inato, ele deixa de compartilhar com a ideia de intensão, caracterizada como um ato agressivo. EXPLICAÇÕES PSICOLÓGICAS DA AGRESSÃO Segundo essa corrente, os comportamentos agressivos é aprendido. Segundo os/as mesmos/as, há dois tipos de aprendizagem: 1) Aprendizagem instrumental: qualquer comportamento que é reforçado ou compensado tem maior probabilidade de ocorrer no futuro. 2) Aprendizagem observacional (modelação): constitui um método mais usual de aquisição de comportamento agressivo. Assim, tendemos a aprender novos comportamentos pela observação de ações de outras pessoas designadas como modelo. O/a modelo pode não “ensinar” à pessoas a ser agressiva, mas pode funcionar como um fator desinibidor de normas que justifiquem a resposta agressiva. Ditado utilizado: “tudo bem ser assim nesta situação”. BASES PSICOLÓGICAS: FRUSTRAÇÃO-AGRESSÃO Segundo o Grupo de Yale (EUA), frustração sempre leva a alguma agressão e a agressão sempre leva a alguma forma de frustração. Então, na base dessa teoria, ambas são indissociáveis. Zillmann (1971) vai considerar o conceito de frustração está ligado ao campo de excitação fisiológica. Essa excitação resulta na agressão. Ex.: o uso de alguma substância ou estar em um ambiente excitatório, tendem a fazer que com aumente a possibilidade de comportamentos agressivos. Ainda assim, mesmo diante de experimentos de laboratórios obtiveram-se resultados contraditórios: algumas vezes a frustração aumentou a agressividade, em outras não. FATORES SOCIAIS QUE PODEM DESENCADEAR A AGRESSÃO: “Efeito armas”; Provocações diretas ou indiretas; Desindividuação (quando as pessoas não podem ser identificadas); Família / Normas sociais; Fatores ambientais; Fatores pessoais, como competições; Etc. Slide 1: Comportamento grupal Slide 2: COMPORTAMENTO ANTI-SOCIAL: agressão Slide 3 Slide 4 Slide 5: Mas o que é agressão? Slide 6: Tipos ou formas de agressão: Slide 7: Raízes da violência: explicações teóricas para a agressão humana Slide 8 Slide 9: Explicações biológicas e inatas da agressão Slide 10 Slide 11: Explicações psicológicas da agressão Slide 12: Bases psicológicas: frustração-agressão Slide 13: Fatores sociais que podem desencadear a agressão:
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