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Classificação das maloclusões Professora Neila Marques Odontopediatra e Ortodontista CRO 2737 AM Introdução As intervenções clínicas em atividades preventivas é um processo complexo e que envolve o paciente da infância até a idade adulta. Tanto o tratamento preventivo quanto o interceptivo oferecem, quando bem-sucedidos, eficácia e estabilidade no curto a longo prazo (KHANAGAR et al, 2021). A ortodontia vem para tratar o mau posicionamento dos dentes e reconhecer os desvios da normalidade nos ossos da maxila e mandíbula. O diagnóstico prematuro de qualquer má oclusão dentária ou interceptar qualquer fragmento anormal existente. Segundo Pattanaik (2019) com o aprimoramento das ferramentas diagnósticas, ficou mais fácil para o ortodontista. o entendimento nessa área é extremamente importante, pois possibilita o profissional intervir na época mais oportuna no tratamento ortodôntico do paciente. Para elaborar o melhor plano de tratamento ortodôntico é preciso demonstrar domínio em vários conhecimentos específicos para a alcançar resultados satisfatórios. As técnicas preventivas e as interceptivas quando aplicadas adequadamente contribuem para um bom desenvolvimento da oclusão dentária. Identificar a importância do tratamento preventivo e interceptivo na área da ortodontia e dar visibilidade aos tratamentos atualmente, entrega benefícios funcionais e estéticos minimizando ou até mesmo eliminando a necessidade de tratamento corretivo futuro. Classificação das maloclusões Classificar é separar por classes segundo um critério. Na ortodontia, para classificar as maloclusões, reuniram-se casos clínicos de aparência semelhante a fim de facilitar sua comparação, seu tratamento e sua discussão. Torna-se difícil classificar uma maloclusão sem o conhecimento de uma oclusão normal. A oclusão normal é uma oclusão estável, saudável e esteticamente atraente. Ela nem sempre coincide com a oclusão Ideal, segue à risca uma séria de padrões que, foram reunidos por Andrews, chamados de as chaves de oclusão de Andrews. A oclusão ideal hipotética é difícil de existir estando presente em menos de 0,5% da população. Classificação das maloclusões A classificação tem como objetivo estabelecer parâmetros para um bom diagnóstico, com consequente planificação eficaz do tratamento e dos resultados obtidos. possibilitando uma linguagem ortodôntica universal que facilita a comunicação entre os profissionais e a comparação entre os casos. Dentre todas classificação das maloclusão já propostas; as que mais se difundiram e se fixaram na ortodontia foram as de Angle (1899), Lisher (1912), Simon (1922), Andrews (1970) e Capelozza (2004). Oclusão O termo maloclusão não significa doença ou saúde, e sim dentes mal posicionados ou desalinhados. Muitas pessoas apresentam uma maloclusão, mas se adaptam a ela e não apresentam sinais patológicos. Oclusão São funções dos dentes posteriores: mastigação, ponto de apoio da mandíbula durante a deglutição, manutenção da dimensão vertical de oclusão (DVO), transmissão e dissipação das forças axiais e proteção aos dentes anteriores e às ATMs na posição de oclusão em relação cêntrica (ORC). As funções dos dentes anteriores incluem estética, fonética, apreensão e corte dos alimentos e proteção aos dentes posteriores e às ATMs nos movimentos excêntricos da mandíbula. Classificação de Angle Angle, em 1899, descreveu um sistema de classificação das maloclusões que se tornou um meio de comunicação entre os dentistas. Angle preocupou-se em explicar a normoclusão afirmando que a chave da oclusão é a posição relativa do molar maxilar, o primeiro molar permanente superior estaria invariavelmente na posição correta. Pesquisas não confirmaram essa hipótese uma vez que a posição do primeiro molar muda durante os vários estágios da dentição. Sua classificação estava baseada nas relações posteroanteriores dos maxilares entre si. Classe I de Angle - Neutroclusão A neutroclusão é definida coma uma maloclusão em que a posição mesiodistal dos arcos dentários encontra-se normal. Os primeiros molares apresentam-se em oclusão normal, ou seja cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior. Perfil facial harmonioso, restrita as más posições dos dentes, que podem estar desalinhados, com sobremordida, mordida profunda... Classe II - Distoclusão A distoclusão é definida como uma oclusão anormal dos arcos dentários em que os dentes inferiores ocluem em uma relação distal aos superiores. O sulco mesio vestibular do primeiro molar inferior encontra-se, distalizados em relação a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior. Os pacientes de Classe II apresentam um perfil convexo, No qual as bases ósseas podem apresentar-se normais ou com protrusão maxilar e/ou retrução mandibular e ainda com as inclinações dentárias características dessa maloclusão. Classe II - Distoclusão A Classe II possui duas divisões e subdivisões: Classe II divisão 1 - os incisivos superiores apresentam-se inclinados para vestibular. Os pacientes frequentemente apresentam trespasse horizontal aumentado, curva de Spee acentuada, arco superior atrésico, palato profundo e lábios entreabertos e ressecados, resultando em um desequilíbrio da musculatura facial Classe II divisão 2 – os incisivos centrais superiores encontram-se verticalizados ou lingualizados, e os incisivos laterais superiores encontram-se vestibularizados Os pacientes geralmente apresentam sobremordida profunda, dimensão vertical diminuída e aparência de envelhecimento precoce. Quando a distoclusão ocorre somente de um lado do arco dentário, pode ser de Subdivisão direita (Quando a Classe II está presente somente do lado direto ou Subdivisão esquerda (quando a Classe lI está presente somente do lado esquerdo. Classe III - mesioclusão A mesioclusão é definida como a relação entre os arcos dentários na qual os dentes inferiores ocluem em uma relação do mesial em relação aos superiores. O sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior encontra-se mesializado em relação à cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior. Os pacientes de Classe III frequentemente apresentam um perfil côncavo. As bases ósseas podem apresentar-se normais com retrusão maxilar e/ou protrusão mandibular. Às vezes, estão associadas alterações transversais, corno mordida cruzada e alterações verticais como crescimento vertical excessivo, Essa maloclusão também pode apresentar subdivisões direita ou esquerda. Classificação de Lischer É possível descrever-se a situação de cada dente na arcada de acordo com o tipo de desvio por ele assumido: a) Vestíbulo-versão - Dente inclinado para a região do vestíbulo oral. b) Línguo-versão - Dente inclinado para a região lingual. c) Mésio-versão - Dente inclinado para o lado mesial, tomando a linha média como referência . Classificação de Lischer d) Disto-versão - Dente inclinado para distal. e) Giro-versão - Dente girado sobre seu próprio eixo. f) Infra-oclusão - Dente que se encontra abaixo da linha de oclusão. Classificação de Lischer g) Supra-oclusão - Dente que se encontra acima da linha da oclusão. h) Diastema - Condição de maloclusão dentária onde existe espaço entre dentes adjacentes do mesmo arco. (ausência do ponto de contato). Apinhamento - Maloclusão dentária onde os dentes ficam desalinhados por falta de espaço em determinado local do arco. A classificação de Lischer Faz menção às Malformações dos maxilares: Macrognatia; Micrognatia. Classificação de Simon Os arcos dentais estão relacionados a três planos antropológicos baseados em pontos craniométricos. Os planossão Frankfurt, o orbital e o sagital médio. Anomalias do plano orbital: ântero - posteriores Protração: anteriorização de todo arco dental ou parte dele. Retração: deslocamento de um ou mais dentes para posterior. Anomalias Transversais Desvios do plano Sagital médio - relações mesio-laterais Quando o arco dentário ou parte dele está ́ mais próximo do plano sagital médio do que a posição normal, diz-se que está em contração. Quando está mais afastado, diz-se que esta ́ em distração Anomalias Verticais Atração: o arco dental ou parte dele está mais próximo do plano de Frankfurt Abstração: o arco ou parte dele está mais distante Classificação de Andrews As 6 Chaves de Oclusão de Andrews: Chave I – Relação Molar; Chave II – Angulação mesiodistal dos dentes (Angulação da Coroa); Chave III – Inclinação vestibulolingual dos dentes. (Inclinação da coroa); Chave IV – Ausência de rotações dentais; Chave V – Áreas de contato Interproximal justo. (Contatos Justos); Chave VI – Curva de Spee. Oclusão: Interação entre os sistemas -dentário, -esquelético, -neuromuscular. Oclusão normal: É a relação estática e funcional que os dentes guardam entre si, os maxilares, a musculatura peri e intra-bucal, bem como todo o esqueleto crânio-facial. Obrigatoriamente apresenta: - estética favorável, - saúde periodontal, - e função adequada. Oclusão Ideal ≠ Oclusão Normal Oclusão Normal ≠ Má Oclusão Metodologia de Andrews: 120 modelos de estudos de pacientes não tratados ortodônticamente. Dentes alinhados; Intercuspidação correta; Esteticamente agradáveis. 1ª Chave: Relação Molar. Cúspide Mésio-vestibular do 1º molar superior oclue no sulco Mésio-vestibular do 1º molar inferior; Assentamento distal do 1º molar superior, de tal maneira que a crista distal do 1º molar superior se relacione com a crista mesial do 2º molar inferior; Cúspide palatina oclue na fossa central do 1º molar inferior. 2ª Chave: Angulação da coroa (inclinação mesio distal). A porção cervical do longo eixo de cada coroa encontra-se distalmente com referência à porção oclusal do longo eixo, variando individualmente com o tipo de dente. Chave III – Inclinação vestibulolingual dos dentes(Inclinação da coroa). A maior parte dos incisivos superiores apresenta uma inclinação para vestibular. E os incisivos inferiores para lingual.(tambéḿ tem uma certa inclinação̧ ̃o para a vestibular mas são mais lingualizados) Os caninos e pré- molares tem̂ inclinação para a lingual semelhantes. E os primeiros e segundos molares também tem inclinaçãõ semelhante. As inclinações dos dentes inferiores são progressivamente para lingual. Chave IV – Ausência de rotações dentais Chave V – Áreas de contato Interproximal justo(Contatos Justos) Chave VI – Curva de Spee Curva de Spee: apresenta profundidade que varia de um plano raso a ligeiramente côncava. Curva de Spee irregular pode afetar os movimentos verticais, laterais, anteriores e posteriores da mandíbula. Não há dúvidas que o limite da movimentação ortodôntica está na devolução das seis chaves de oclusão perfeita, plenamente viáveis na clínica ortodôntica. Slide 1: Classificação das maloclusões Slide 2: Introdução Slide 3 Slide 4: Classificação das maloclusões Slide 5: Classificação das maloclusões Slide 6: Oclusão Slide 7: Oclusão Slide 8: Classificação de Angle Slide 9: Classe I de Angle - Neutroclusão Slide 10: Classe II - Distoclusão Slide 11 Slide 12: Classe II - Distoclusão Slide 13: Classe III - mesioclusão Slide 14 Slide 15: Classificação de Lischer Slide 16: Classificação de Lischer Slide 17: Classificação de Lischer Slide 18: A classificação de Lischer Slide 19: Classificação de Simon Slide 20: Anomalias do plano orbital: ântero - posteriores Slide 21: Anomalias Transversais Slide 22: Anomalias Verticais Slide 23: Classificação de Andrews Slide 24 Slide 25: 1ª Chave: Relação Molar. Slide 26: 2ª Chave: Angulação da coroa (inclinação mesio distal). Slide 27: Chave III – Inclinação vestibulolingual dos dentes(Inclinação da coroa). Slide 28: Chave IV – Ausência de rotações dentais Slide 29: Chave V – Áreas de contato Interproximal justo(Contatos Justos) Slide 30: Chave VI – Curva de Spee Slide 31
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