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Fundamentos legais da atividade de inteligência

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Fundamentos legais da atividade de inteligência
Prof. Frederico Gazolla 
Descrição
Você irá entender o conceito da atividade de inteligência, com
abordagem de suas características conforme a Constituição Federal,
como a atividade de inteligência se estrutura no Brasil e no mundo, seus
impactos na atividade pública e privada e os impactos das leis de
proteção de privacidade pessoal sobre a atividade de inteligência.
Propósito
A atividade de inteligência é essencial para as ações de segurança,
principalmente em uma perspectiva preventiva. Compreender os
contornos e limites legislativos é fundamental para uma atividade de
inteligência segura e válida.
Preparação
Antes de iniciar seus estudos, tenha em mãos a Constituição Federal de
1988 e acesso à Lei nº 9.883/1999. Também é recomendável ter acesso
ao Marco Civil da Internet e à Lei Geral de Dados Pessoais.
Objetivos
Módulo 1
A atividade de inteligência
Reconhecer o conceito de atividade de inteligência e sua relação com
o ordenamento jurídico.
Módulo 2
As agências de inteligência
Aplicar o conceito de inteligência na criação das agências de
inteligência.
Módulo 3
Proteção da privacidade
Analisar os principais conceitos legais correlatos à atividade de
inteligência.
Introdução
A atividade de inteligência desempenha papel fundamental na
segurança nacional e no desenvolvimento estratégico do Brasil. A
Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é responsável por
produzir e disseminar informações estratégicas para o governo,
seguindo rigorosamente princípios legais estabelecidos na
Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 9.883/1999.
A legislação brasileira assegura que a atividade de inteligência
deve ser conduzida dentro dos limites da lei, respeitando os
direitos fundamentais dos cidadãos e a privacidade, proibindo

discriminação e violação dos direitos humanos. A atividade de
inteligência no Brasil visa proteger o país contra ameaças
internas e externas, como terrorismo, crime organizado e
espionagem, colaborando com outros órgãos de segurança e
defesa para tomar decisões governamentais informadas.
Em resumo, a inteligência desempenha papel crucial na
segurança e no desenvolvimento do Brasil, sempre mantendo o
respeito aos direitos humanos e dentro dos limites legais.
Analisaremos a evolução histórica do conceito de atividade de
inteligência em cenário global e sua regulação conforme os
comandos da Constituição Federal de 1988.
Material para download
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
1 - A atividade de inteligência
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de
atividade de inteligência e sua relação com o ordenamento jurídico.
javascript:CriaPDF()
O que é atividade de
inteligência?
Uma atividade de inteligência é um processo sistemático de coleta,
análise e disseminação de informações relevantes e sigilosas para
orientar decisões estratégicas e políticas. Seu objetivo principal é
fornecer insights e compreensão sobre ameaças, oportunidades e
tendências, permitindo que governos, organizações e agências tomem
medidas informadas para proteger interesses nacionais ou
institucionais.
A evolução histórica da atividade de inteligência
remonta a civilizações antigas, como os egípcios e os
romanos, que empregavam espiões para obter
informações sobre seus inimigos. No entanto, o
desenvolvimento moderno da inteligência ganhou
impulso durante as guerras mundiais do século XX,
quando os serviços de inteligência se tornaram
cruciais para obter vantagem estratégica.
Com o avanço da tecnologia, a coleta e análise de informações se
tornaram mais sofisticadas, com a crescente utilização de métodos de
inteligência eletrônica, vigilância e análise de dados.
Exemplo
Podemos citar o projeto Echelon, utilizado para monitorar toda a
comunicação global. Esse projeto é um sistema de monitoramento,
coleta e análise mundial de dados de inteligência, construído pelos
cinco Estados signatários do Tratado de Segurança UK-USA (Five Eyes -
em inglês).
De acordo com Almeida Neto, a atividade de inteligência pode ser
definida em três vertentes:
É possível definir inteligência como a
atividade permanente e especializada de
obtenção de dados, produção e difusão
metódica de conhecimentos, a fim de
assessorar um decisor na tomada de uma
decisão, com o resguardo do sigilo, quando
necessário para a preservação da própria
utilidade da decisão, da incolumidade da
instituição ou do grupo de pessoas a que
serve. Tal atividade, em sentido amplo,
abrange, ainda, a prevenção, detecção,
obstrução e neutralização das ameaças
(internas e externas) às informações, áreas,
instalações, meios, pessoas e interesses a
que a organização serve (contrainteligência).
(Almeida Neto, 2009. p. 25)
As agências de segurança, como agências de inteligência, são
fundamentais na coleta de informações para proteger a segurança
nacional e lidar com ameaças à ordem pública. Elas usam atividades de
inteligência para monitorar:
Organizações terroristas
Grupos criminosos
Estados adversários
Outras ameaças potenciais
Isso envolve a coleta de informações por meio de fontes humanas,
interceptação de comunicações eletrônicas, vigilância física e análise de
dados abertos.
As agências de segurança também aplicam a inteligência na tomada de
decisões estratégicas, como planejar operações militares, combater o
crime organizado, prevenir ataques terroristas e responder a crises. A
análise de inteligência ajuda a identificar padrões, prever
comportamentos e antecipar ameaças, permitindo que as agências
ajam de forma proativa.
Atenção!
O uso da atividade de inteligência levanta questões éticas e legais
relacionadas à privacidade, às liberdades civis e à transparência. O
equilíbrio entre a necessidade de segurança e a preservação dos direitos
individuais é um desafio constante enfrentado pelas agências de
segurança.
No setor privado, a atividade de inteligência é crucial na tomada de
decisões estratégicas, competitivas e de gestão de riscos. As empresas
utilizam a inteligência para coletar, analisar e interpretar informações
relevantes que afetam seu ambiente de negócios. Isso inclui:
Monitorar concorrentes
Identificar tendências de mercado
Avaliar riscos e oportunidades
Antecipar mudanças regulatórias
As empresas podem empregar a inteligência competitiva para obter
insights sobre estratégias de mercado de concorrentes, como
lançamento de produtos, preços e movimentos estratégicos, ajustando
suas próprias estratégias para ganhar vantagem competitiva. A análise
de dados e o monitoramento de redes sociais podem ajudar as
empresas a compreenderem as percepções dos clientes e adaptar suas
ofertas de acordo.
Programadora de TI trabalhando no controle do sistema de data center.
A gestão de riscos é outra área em que a inteligência é valiosa.
Empresas podem identificar riscos operacionais, cibernéticos e
regulatórios com antecedência, permitindo que tomem medidas
preventivas e mitigadoras. Isso é especialmente relevante em setores
altamente regulamentados, em que não cumprir regulamentações pode
resultar em multas significativas.
A atividade de inteligência no setor privado também envolve a análise de
dados financeiros, econômicos e de mercado para tomar decisões de
investimento informadas. Isso ajuda a avaliar a saúde financeira de
empresas, prever tendências econômicas e minimizar riscos associados
a investimentos.
Contexto histórico
Assista ao vídeo e entenda mais o que é a atividade de inteligência,
passando pelos diversos elementos que a compõem, bem como a
evolução histórica, o cenário global e o brasileiro.
Evolução histórica
A atividade de inteligência tem uma longa e complexa história que
evoluiu ao longo dos séculos, moldada por eventos globais e, no caso
do Brasil, por circunstâncias nacionais específicas. Para Pacheco (2008,
p. 719), a ideia de busca, na atividade de inteligência, antecedeuhistoricamente à própria investigação criminal. Nos tempos antigos,
pessoas eram enviadas para fazer levantamento de estrutura dos
exércitos inimigos, características da economia, da população e da
tecnologia etc.
Cenário global
A atividade de inteligência tem raízes antigas, com relatos de espiões e
sistemas de coleta de informações datando de civilizações antigas,
como Grécia e Roma. No entanto, a verdadeira revolução na inteligência
ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, com a expansão das
agências de inteligência como o MI6 britânico e a CIA dos Estados
Unidos.
A Guerra Fria acelerou o desenvolvimento das
atividades de inteligência, com a CIA e a KGB da União
Soviética desempenhando papéis centrais. A
tecnologia também foi crucial, com expansão da
vigilância eletrônica e coleta de inteligência por
satélites.
Com o fim da Guerra Fria, houve uma reavaliação das atividades de
inteligência, com foco na ameaça do terrorismo global. Os ataques de
11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, levaram a uma expansão
significativa das agências de inteligência para combater organizações
terroristas como a Al-Qaeda.
Cenário brasileiro
No Brasil, a atividade de inteligência também tem uma história
marcante. Durante a ditadura militar (1964-1985), os órgãos de
inteligência foram usados de forma intensiva para monitorar e reprimir
opositores políticos. A extinta Operação Condor, cooperação entre
regimes militares latino-americanos, teve papel sombrio nesse período.
Conforme lição de Gonçalves:
A atividade de inteligência no Brasil tem
como marco o ano de 1927, com a
instituição, pelo Presidente Washington Luís,
do Conselho de Defesa Nacional – que tinha
uma Secretaria cuja função, entre outras, era
assessorar o Chefe de Estado em assuntos
de informações e contrainformações. A partir
de então, a comunidade de inteligência
passou por altos e baixos, cresceu, tornou-se
influente e alcançou as mais altas esferas de
poder na República, com dois supremos
mandatários dela oriundos (Emílio Garrastazu
Médici e João Baptista Figueiredo).
(Gonçalves, 2011, p. 21)
Após a redemocratização, a Constituição de 1988 estabeleceu
princípios e limites claros para a atividade de inteligência, buscando
evitar abusos. A criação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em
1999 consolidou uma estrutura mais transparente e legal para a
inteligência no país.
O Brasil enfrenta desafios significativos na área de
inteligência, incluindo o combate ao tráfico de drogas,
ao crime organizado e à corrupção. Além disso, a
cooperação internacional é fundamental,
especialmente na segurança de grandes eventos,
como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de
2016.
Nos últimos anos, a inteligência cibernética ganhou importância devido
ao aumento das ameaças cibernéticas. A Abin tem trabalhado para
fortalecer a segurança cibernética e a proteção de informações
sensíveis.
Prédio da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
A atividade de inteligência evoluiu ao longo dos tempos, refletindo as
mudanças nas ameaças globais e nas políticas nacionais.
Tanto globalmente quanto no Brasil, a inteligência é crucial na proteção
da segurança nacional e na preservação dos interesses do país, desde
que realizada dentro dos limites legais, respeitando os direitos
fundamentais dos cidadãos.
Atividade de inteligência
Assista ao vídeo e conheça as principais previsões sobre a atividade de
inteligência na Constituição brasileira e em Constituições estrangeiras.
A atividade de inteligência na Constituição
Federal de 1988
A Constituição brasileira de 1988 trata da atividade de inteligência de
forma difusa em sua redação. Segundo Gonçalves:
Enquanto as Forças Armadas e as
autoridades de segurança pública são
expressamente referidas na Carta de 1988,
nenhuma menção é feita aos serviços
secretos e muito menos ao papel da
atividade de inteligência para a defesa do
Estado e da sociedade. No que concerne a
processo legislativo, isso pode ser
interpretado de duas maneiras: simples
desinteresse no assunto; ou vontade de legá-
lo a segundo plano, não lhe atribuindo
importância constitucional e deixando uma
ampla possibilidade de se lidar com o tema
infraconstitucionalmente. Sem respaldo
constitucional, a atividade de inteligência
acabaria enfraquecida.
(Gonçalves, 2011, p. 10)
Apesar desse entendimento, é possível notar que em alguns dos artigos
da Constituição são estabelecidos princípios e limites para o exercício
dessa função fundamental na segurança nacional. Vamos agora
explicar como a atividade de inteligência é tratada na Constituição
brasileira. Acompanhe!
Artigo 6º - Direitos sociais
Enumera os direitos sociais, entre eles a segurança,
reconhecendo a importância da atividade de inteligência como
componente essencial para garantir a segurança da população
e do Estado. A inclusão da inteligência como direito social é
uma característica notável da Constituição brasileira,
enfatizando a relevância da atividade de inteligência no
contexto nacional.
Artigo 144 - Segurança pública
Trata das instituições responsáveis pela segurança pública no
Brasil, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as
Polícias Civis e Militares. Embora esse artigo não detalhe
diretamente as atividades de inteligência, essas instituições
frequentemente desempenham papel importante na coleta e
análise de informações de inteligência para combater ameaças
à segurança pública.
Artigo 37 - Princípios da administração
pública
Estabelece princípios que devem orientar a administração
pública, incluindo a atividade de inteligência. Entre esses
princípios estão a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. Isso significa que a atividade de
inteligência deve ser realizada de acordo com a lei, de maneira
imparcial, ética, transparente e eficiente.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 reconhece a
importância da atividade de inteligência; todavia, estabelece princípios e
limites para seu exercício de forma pouco clara. A ausência de clareza e
objetividade é, inclusive, objeto de diversos questionamentos e críticas.
A segurança pública e a segurança nacional são consideradas direitos
sociais, destacando a relevância da atividade de inteligência na proteção
dos cidadãos e do Estado.
A atividade de inteligência nas constituições
internacionais
A forma como a atividade de inteligência é tratada em constituições de
outros países varia significativamente, refletindo as prioridades e a
cultura política de cada nação. Alguns países têm disposições
específicas, enquanto outros abordam essa questão de forma mais
genérica. Confira a seguir.
A Constituição não aborda diretamente a atividade de
inteligência, mas a legislação subsequente, como a Lei de
Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA), estabelecendo
bases legais para a coleta de informações de inteligência.
Estados Unidos 
A Constituição (Lei Fundamental) protege estritamente a
privacidade dos cidadãos e impõe limitações rigorosas às
atividades de inteligência. A Agência Federal de Investigação
(BfV) e o Serviço Federal de Inteligência (BND) alemães estão
sujeitos a regras rígidas de supervisão e controle.
A Constituição francesa estabelece que a segurança nacional é
uma prioridade e autoriza medidas específicas em tempos de
crise. Tem uma agência de inteligência conhecida como DGSI
(Direção Geral da Segurança Interna).
Não tem uma Constituição codificada, e sim uma longa tradição
de atividades de inteligência, incluindo o MI6. A regulamentação
é realizada por meio de leis, como a Lei de Poderes de
Investigação (IPA) de 2000.
A Constituição reconhece a importância da segurança nacional e
autoriza atividades de inteligência. O Serviço Federal de
Segurança (FSB) é uma das principais agências de inteligência
do país.
A Constituição estabelece a segurança nacional como princípio
fundamental, e reconhece o papel das agências de inteligência,
como o Ministérioda Segurança do Estado (MSS), na proteção
dos interesses do país.
Alemanha 
França 
Reino Unido 
Rússia 
China 
A forma como a atividade de inteligência é tratada nas constituições de
diferentes países varia de acordo com as circunstâncias históricas,
culturais e políticas de cada nação. Enquanto algumas constituições
detalham princípios e limites específicos, outras deixam espaço para
legislação complementar e regulamentações para orientar o trabalho
das agências de inteligência.
Relembrando
No caso do Brasil, a Constituição de 1988 estabelece uma base sólida
para a atividade de inteligência, reconhecendo-a como um direito social
e estabelecendo princípios que garantem a legalidade, a imparcialidade
e o respeito aos direitos humanos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A maneira como a atividade de inteligência é abordada nas
constituições de diversos países difere de acordo com as
condições históricas, culturais e políticas específicas de cada
nação. Com relação à atividade de inteligência e à sua previsão ou
não nas constituições de outros países, marque a opção correta.
A
A Rússia não possui uma Constituição codificada, e
sim uma longa tradição de atividades de
inteligência.
B
Na China, reconhece-se o papel das agências de
inteligência, como o Ministério da Segurança do
Estado (MSS), na proteção dos interesses do
Estado; todavia, não é considerado um princípio
fundamental.
C
Na Alemanha, em um sentido de maior liberdade
para as agências de inteligência, não há limitações
rigorosas às atividades de inteligência.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Na França, existe uma agência de inteligência chamada DGSI
(Direção Geral da Segurança Interna). A Constituição francesa
enfatiza que a segurança nacional é de suma importância e permite
a implementação de medidas particulares durante períodos de
crise.
Questão 2
Qual evento histórico significativo impulsionou o desenvolvimento
da atividade de inteligência durante o século XX?
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Guerra Fria foi um período de tensão geopolítica entre os Estados
Unidos e a União Soviética e seus respectivos aliados, que ocorreu
principalmente após a Segunda Guerra Mundial até o início da
década de 1990. Durante a Guerra Fria, houve uma intensa
D
A Constituição dos Estados Unidos aborda
diretamente a atividade de inteligência.
E
Na França, a Constituição estabelece que a
segurança nacional é uma prioridade e autoriza
medidas específicas em tempos de crise.
A Revolução Francesa
B Guerra Civil Espanhola
C Primeira Guerra Mundial
D Guerra Fria
E Revolução Industrial
rivalidade política, militar e econômica entre essas superpotências,
o que levou a uma expansão significativa das atividades de
inteligência.
As agências de inteligência, como a CIA (Agência Central de
Inteligência) nos Estados Unidos e a KGB (Comitê de Segurança do
Estado) na União Soviética, desempenharam papéis centrais na
coleta de informações estratégicas e na condução de operações de
espionagem em todo o mundo. A Guerra Fria também viu o
desenvolvimento de tecnologias avançadas de vigilância e a corrida
espacial, que tiveram implicações diretas para a atividade de
inteligência.
2 - As agências de inteligência
Ao �nal deste módulo, você será capaz de aplicar o conceito de inteligência
na criação das agências de inteligência.
A Agência Brasileira de
Inteligência - Abin
Assista ao vídeo e confira mais detalhes sobre as principais regras
sobre a estrutura da Abin, constantes da Lei nº 9883.
Funcionamento e estrutura da Abin
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é a principal agência de
inteligência do governo brasileiro, responsável por coletar, analisar e
disseminar informações estratégicas para subsidiar as decisões do
Estado e garantir a segurança nacional. Foi criada em 1999 com a
promulgação da Lei nº 9.883, que definiu sua estrutura e
funcionamento.
Sua criação segue o conceito norte-americano de atividade de
inteligência, conforme pontua Leonardo Singer Afonso:
Independente da delimitação do escopo de
suas análises, os serviços de Inteligência são
basicamente organismos de assessoria e
têm como propósito influenciar remotamente
a ação governamental com a finalidade de
torná-la racional. Neste sentido, para dar
bases sólidas ao processo decisório,
demanda-se Inteligência trabalhada e
oportuna, que será provida na forma de
contextos, informações lapidadas, alarmes,
tendências e análises de risco e de
oportunidades.
(Afonso, 2009)
As atribuições da Abin são diversas e fundamentais para a preservação
dos interesses nacionais, a segurança da sociedade e o apoio ao
governo brasileiro. Veja a seguir algumas de suas principais atribuições.
Coleta de informações
Coleta informações estratégicas que abrangem uma ampla
gama de assuntos, como ameaças à segurança nacional,
atividades criminosas transnacionais, questões políticas,
econômicas e sociais, entre outras. A coleta de informações
pode envolver vigilância, análise de documentos,
monitoramento de mídia e outras fontes de informação.
Análise de inteligência
Realiza análises detalhadas das informações coletadas para
compreender e avaliar as implicações de eventos e tendências,
ajudando o governo a tomar decisões informadas e
estratégicas.
Contrainteligência
Envolve a identificação e a proteção contra atividades de
espionagem e inteligência estrangeira que possam ameaçar a
segurança do Brasil.
Apoio à segurança pública
Presta apoio às forças de segurança pública do país, como a
Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, fornecendo
informações relevantes para ações de combate ao crime
organizado, tráfico de drogas, terrorismo e outras ameaças à
ordem pública.
Apoio a grandes eventos
Desempenha papel importante na segurança de grandes
eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, fornecendo
informações para proteger atletas, espectadores e
infraestrutura crítica.
Segurança cibernética
Identifica potenciais vulnerabilidades e fornece informações
para fortalecer a segurança digital do país. Com o aumento das
ameaças cibernéticas, é importante na proteção de contra-
ataques cibernéticos.
Relações internacionais
Mantém cooperação e compartilha informações com agências
de inteligência de outros países para lidar com ameaças
globais e regionais, como o tráfico de drogas e o terrorismo.
A Abin opera estritamente dentro dos limites legais estabelecidos pela
Constituição brasileira e pela legislação vigente, garantindo o respeito
aos direitos fundamentais dos cidadãos e a preservação da privacidade.
Crucial na segurança e no desenvolvimento do Brasil, coleta e analisa
informações estratégicas para proteger os interesses nacionais e
garantir a tomada de decisões informadas pelo governo brasileiro.
Atuação da Abin
Assista ao vídeo e confira mais detalhes sobre os princípios da atuação
da Abin e as regras legais sobre ela e o Sisbin.
Princípios de atuação
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) deve observar uma série de
princípios em sua atuação, conforme estabelecido na legislação
brasileira. Vamos agora conferir alguns dos princípios mais importantes.
Acompanhe!
 Legalidade
C d ti id d t it t d d
Conduz suas atividades estritamente de acordo
com a legislação brasileira, respeitando os direitos
individuais e os limites estabelecidos pela
Constituição e por outras leis aplicáveis.
 Imparcialidade
Atua de forma imparcial e objetiva, evitando
qualquer viés político, partidário ou ideológico em
suas análises e ações.
 Proteção dos direitos humanos
Respeita e protege os direitos humanos, garantindo
que suas atividades não violem os direitos
fundamentais dos cidadãos, como a privacidade e a
liberdade de expressão.
 Sigilo
Mantém sigilo absoluto em relação às informações
sensíveis que coleta e analisa. O sigilo é
fundamental para proteger fontes, métodos e
resultados de inteligência. E�ciência
Busca a eficiência em suas operações, garantindo o
uso adequado dos recursos públicos e a obtenção
de resultados relevantes para a segurança nacional.
 Publicidade restrita
O í l i t it d bli id d
Opera com um nível mais restrito de publicidade,
apesar de o princípio da publicidade fazer parte da
Administração Pública, devido à natureza sensível
de suas atividades. Isso significa que suas
operações e informações não são divulgadas
amplamente ao público.
 Supervisão e controle
Sujeita a um sistema rigoroso de supervisão e
controle, tanto interno quanto externo. Isso inclui a
fiscalização por parte do Congresso Nacional e de
órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da
União (TCU).
 Cooperação
Coopera com outras agências de inteligência,
órgãos de segurança pública e entidades
governamentais relevantes para cumprir suas
missões de forma eficaz.
 Proporcionalidade
Empreende ações proporcionais à ameaça ou
desafio que está sendo enfrentado. Isso significa
que as medidas de inteligência devem ser
adequadas e necessárias para lidar com a situação
em questão.
Esses princípios são fundamentais para garantir que a Abin conduza
suas atividades de forma ética, legal e responsável, protegendo os
interesses nacionais e os direitos dos cidadãos. Eles também ajudam a
manter a transparência adequada no funcionamento da agência,
permitindo que ela cumpra sua missão de forma eficaz e dentro dos
limites legais estabelecidos.
A Lei 9.883/1999
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi criada pela Lei nº 9.883,
promulgada em 7 de dezembro de 1999. Essa lei, conhecida como Lei
do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), estabeleceu a estrutura, as
competências e o funcionamento da Abin, além de regulamentar a
atividade de inteligência no Brasil.
A Lei nº 9.883/1999 definiu as bases legais para a
atuação da Abin e estabeleceu princípios e diretrizes
que devem orientar o exercício da atividade de
inteligência no país. Ela também estabeleceu a
importância da coordenação e cooperação entre as
diversas agências de inteligência e órgãos de
segurança do Brasil.
A Lei do Sisbin é fundamental para garantir que a atividade de
inteligência seja conduzida de forma legal, ética e transparente,
respeitando os direitos fundamentais dos cidadãos e contribuindo para
a segurança nacional e o bem-estar da sociedade brasileira.
O Sisbin
O Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) é composto por diversas
entidades governamentais que atuam na área de inteligência e
 Respeito à soberania
Respeita a soberania nacional e a integridade
territorial do Brasil em suas operações e relações
internacionais.
segurança no Brasil. Tem como objetivo coordenar e integrar as
atividades de inteligência de diferentes órgãos e agências para
fortalecer a segurança nacional, proteger os interesses do Estado e
garantir a integridade da ordem democrática. Veja agora os seus
principais integrantes.
Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
Órgão central do Sisbin, desempenha papel de coordenação e
execução das atividades de inteligência no país. Coleta, analisa
e dissemina informações estratégicas para o governo
brasileiro.
Órgãos de inteligência setorial
Diversos ministérios e órgãos do governo federal possuem
suas próprias estruturas de inteligência para lidar com
questões específicas, contribuindo com informações
relevantes para o Sisbin.
Forças Armadas
O Exército, a Marinha e a Aeronáutica têm suas próprias
estruturas de inteligência e contribuem com informações
relacionadas à defesa nacional.
Polícia Federal
Órgão que atua na prevenção e repressão de crimes federais,
além de desempenhar papel importante na área de inteligência,
especialmente no combate ao crime organizado e ao tráfico
internacional de drogas.
Polícia Rodoviária Federal
Órgão que realiza atividades de inteligência relacionadas ao
combate ao crime nas estradas federais, além de suas
responsabilidades em relação ao trânsito e às rodovias.
Outros órgãos de segurança pública:
Diversos órgãos estaduais e federais de segurança pública,
como as polícias civis e militares, também podem contribuir
com informações para o Sisbin.
Ministério das Relações Exteriores
O Itamaraty, como é conhecido o Ministério das Relações
Exteriores, pode fornecer informações diplomáticas e políticas
relevantes para a segurança nacional.
O funcionamento do Sisbin envolve coleta, análise e disseminação de
informações estratégicas para apoiar a tomada de decisões do governo
brasileiro em áreas que vão desde a segurança interna até questões de
política externa. A Abin desempenha papel central na coordenação
dessas atividades e na promoção da integração entre seus diversos
órgãos.
Atenção!
O Sisbin opera estritamente dentro dos limites legais estabelecidos pela
Constituição e pela legislação brasileira, garantindo o respeito aos
direitos individuais e à soberania nacional. Sua atuação visa proteger os
interesses do Estado e a segurança da sociedade brasileira.
As agências de inteligência
pelo mundo
Lista de algumas agências de inteligência
Várias nações têm as próprias agências de inteligência, cada uma com
missão, foco e responsabilidades específicas. A seguir, veja algumas
agências de inteligência de diferentes países que têm atuações
semelhantes à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em termos de
coleta, análise e disseminação de informações estratégicas para a
segurança nacional.
 CIA - Agência Central de
Inteligência
Principal agência de inteligência dos Estados
Unidos, responsável pela coleta e análise de
informações estratégicas em âmbito global, bem
como pela realização de operações de inteligência.
 MI6 - Serviço Secreto de
Inteligência
Agência de inteligência externa do Reino Unido,
focada na coleta de informações no exterior para
proteger seus interesses.
 Mossad - Instituto para
Inteligência e Operações Especiais
Agência de inteligência de Israel, especializada em
coletar informações sobre ameaças à segurança
nacional e realizar operações especiais no exterior.
 FSB - Serviço Federal de Segurança
Principal agência de inteligência da Rússia,
sucedendo à KGB, envolvida na coleta de
informações internas e na proteção dos interesses
russos.
 BND - Serviço Federal de
Inteligência
Agência de inteligência externa da Alemanha,
responsável por coletar informações estratégicas
fora do país.
 DGSE - Direção Geral de
Segurança Externa
Agência de inteligência externa da França,
encarregada de coletar informações estratégicas e
conduzir operações de inteligência no exterior.
 ASIS - Serviço de Inteligência e
Segurança Australiano
Agência de inteligência externa da Austrália, focada
na coleta de informações estratégicas fora do país.
Essas agências, assim como a Abin no Brasil, são cruciais na proteção
dos interesses nacionais e na segurança de suas respectivas nações,
coletando informações, analisando ameaças e contribuindo para a
tomada de decisões informadas pelos governos. Cada uma delas opera
de acordo com as leis e regulamentações específicas de seu país e
dentro dos limites legais estabelecidos.
A atividade de inteligência
realizada por grupos privados
Assista ao vídeo e conheça mais sobre os grandes casos de agência de
inteligência pelo mundo, bem como diferentes atividades de inteligência
 CSIS - Serviço Canadense de
Inteligência de Segurança
Agência de inteligência responsável pela coleta de
informações de segurança interna no Canadá e pela
proteção dos interesses do país.
 NIS - Serviço Nacional de
Inteligência
Agência de inteligência da Coreia do Sul,
encarregada da coleta de informações e da
segurança nacional.
 SVR - Serviço de Inteligência
Estrangeira
Agência de inteligência externa da Rússia,
concentra-se na coleta de informações estratégicas
no exterior.
realizadas por grupos privados e seus princípios.
A relevância da atividade de inteligência para
agentes privados
Uma atividade deinteligência realizada por agentes privados envolve
coleta, análise e interpretação de informações estratégicas por
organizações, empresas ou indivíduos que não fazem parte do aparato
estatal de inteligência. Essa atividade visa obter insights e
conhecimentos que possam beneficiar os interesses comerciais,
financeiros, de segurança ou estratégicos das entidades privadas.
Sobre o conceito de operação de inteligência, Joanisval Brito Gonçalves
(2011) define que:
No que concerne a esta última função da
atividade de inteligência, pode-se dizer que
compreende o conjunto de ações técnicas
destinadas à busca do dado negado. Trata-se,
sem dúvida, da atividade mais polêmica
relacionada à inteligência, uma vez que seus
métodos envolvem, necessariamente,
técnicas e ações sigilosas como estória-
cobertura, recrutamento, vigilância, fotografia
operacional, uso de meios eletrônicos, entre
outros.
(Gonçalves, 2011, p. 36)
A relevância e aplicação prática de atividades de inteligência realizadas
por agentes privados são diversas e incluem vários aspectos. Vamos
conhece-los!
Segurança empresarial
Empresas podem realizar atividades de inteligência para proteger seus
ativos, funcionários e informações confidenciais. Isso inclui a análise de
ameaças, concorrência desleal, espionagem industrial e outras questões
relacionadas à segurança empresarial.
Tomada de decisões estratégicas
A inteligência pode auxiliar empresas na tomada de decisões
estratégicas, como expansão de mercado, entrada em novos setores,
seleção de parceiros comerciais e alocação de recursos.
Gestão de riscos
Organizações privadas podem usar a inteligência para identificar e
mitigar riscos financeiros, legais, de mercado, políticos e operacionais
que possam afetar suas operações.
Concorrência
A análise de inteligência pode ajudar empresas a entender melhor seus
concorrentes, monitorar suas estratégias, produtos e desempenho, bem
como tomar medidas para se manterem competitivas.
Investimentos
Investidores privados, como fundos de investimento e empresas de
private equity, utilizam a inteligência para avaliar oportunidades de
investimento, analisar mercados-alvo e antecipar tendências
econômicas e políticas.
Prevenção de fraudes e crimes �nanceiros
Atividades de inteligência podem ser usadas para detectar e prevenir
fraudes, crimes financeiros e atividades ilícitas que possam afetar uma
empresa.
Segurança cibernética
Empresas frequentemente realizam atividades de inteligência para
monitorar ameaças cibernéticas, identificar vulnerabilidades de
segurança e proteger seus sistemas de informações.
Gestão de crises
Em situações de crise, como desastres naturais, incidentes de
segurança ou eventos que afetam a reputação, a inteligência pode
ajudar as empresas a tomar decisões informadas e coordenar a
resposta adequada.
Compliance e regulamentações
Empresas podem utilizar a inteligência para garantir o cumprimento das
regulamentações e normas aplicáveis em suas operações,
especialmente em setores regulamentados, como serviços financeiros e
saúde.
Inteligência de mercado
A coleta de informações sobre tendências do mercado, preferências do
consumidor, comportamento do cliente e concorrência direta é
fundamental para o desenvolvimento de estratégias de marketing e
produtos bem-sucedidas.
Gestão de informações
A inteligência pode ajudar a gerir grandes volumes de informações,
identificar fontes de dados relevantes e fornecer análises significativas
para apoiar a tomada de decisões.
Proteção de ativos intangíveis
Empresas que dependem de ativos intangíveis, como propriedade
intelectual e segredos comerciais, podem usar a inteligência para
proteger esses ativos contra roubo ou violação.
A relevância da inteligência privada está relacionada à capacidade de as
organizações privadas obterem informações relevantes, precisas e
oportunas para tomar decisões informadas e enfrentar desafios
complexos.
Ela ajuda a reduzir riscos, melhorar a eficiência operacional, aumentar a
competitividade e proteger os interesses da organização.
Gerente de projeto e engenheira de ciência da computação conversando sobre os ativos da
organização.
No entanto, é fundamental que as atividades de inteligência privada
sejam conduzidas de forma ética e legal, respeitando as leis de
privacidade, direitos humanos e regulamentações aplicáveis. A
segurança da informação e a proteção de dados são aspectos críticos a
serem considerados na realização dessas atividades.
Princípios na atividade de inteligência por grupos
privados
Os princípios e conceitos estabelecidos na legislação que regulamenta a
atividade de inteligência no Brasil, como a Lei nº 9.883/1999, são
direcionados principalmente para as entidades governamentais,
especialmente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outros
órgãos públicos que atuam na área de inteligência. No entanto, algumas
dessas diretrizes também podem ser aplicadas a atividades de
inteligência realizadas por entidades privadas, embora com algumas
ressalvas importantes.
Veja a seguir alguns dos princípios e conceitos que podem orientar a
atividade de inteligência realizada por entidades privadas. Vamos lá!
Legalidade
As entidades privadas que realizam atividades de inteligência,
assim como as agências governamentais, devem operar de
acordo com as leis e regulamentos vigentes. Isso inclui o
respeito às leis de privacidade, proteção de dados e quaisquer
outras regulamentações aplicáveis.
Moralidade
As entidades privadas que conduzem atividades de inteligência
devem agir de forma ética e moralmente aceitável. Isso implica
a observação de padrões éticos em suas operações e a busca
de informações de maneira lícita e moralmente justificável.
Sigilo e sigilosidade
As entidades privadas devem adotar medidas rigorosas para
proteger a confidencialidade das informações que coletam e
manter um alto grau de sigilosidade em relação às suas
operações. O sigilo e a proteção das informações sensíveis
coletadas são princípios fundamentais da atividade de
inteligência.
Respeito aos direitos humanos
As entidades privadas não devem envolver-se em práticas que
violem os direitos individuais ou a privacidade das pessoas. O
uso ético e legal das informações coletadas é fundamental.
E�ciência
As entidades privadas devem ser eficientes em suas operações
de inteligência para alcançar resultados relevantes. A busca
pela eficiência na coleta e análise de informações é importante
para garantir que os recursos sejam utilizados de maneira
adequada.
As entidades privadas têm limitações significativas em relação à
atividade de inteligência, especialmente no que diz respeito ao acesso a
informações sensíveis e ao uso de métodos de coleta intrusivos. A
atividade de inteligência governamental geralmente tem prerrogativas
legais e recursos que não estão disponíveis para entidades privadas.
Limites e ética
As entidades privadas devem operar dentro dos limites legais e respeitar
a legislação aplicável à proteção de dados pessoais e à privacidade. A
coleta de informações pessoais deve ser realizada de acordo com as
leis de proteção de dados e com o consentimento dos indivíduos
afetados, quando aplicável.
Outra consideração importante é a ética corporativa. As empresas que
conduzem atividades de inteligência devem garantir que suas operações
estejam alinhadas com seus valores éticos e com os interesses
legítimos de seus acionistas, clientes e parceiros de negócios.
Resumindo
Princípios e conceitos que orientam a atividade de inteligência no Brasil
podem ser aplicados, em parte, às atividades de inteligência conduzidas
por entidades privadas. No entanto, essas entidades devem estar
cientes das limitações legais, éticas e de recursos que enfrentam,
operando de forma ética, eficiente e dentro dos limites da lei.
Atividade de inteligência e
proteção pessoal e
patrimonial
Assista ao vídeo e confira as principais características das atividades de
inteligênciano âmbito da vigilância, segurança e proteção pessoal e
patrimonial.
Principais características
A vigilância é o ato de monitorar constantemente pessoas, locais,
atividades ou objetos com a finalidade de detectar e acompanhar
quaisquer atividades suspeitas ou possíveis ameaças. Isso pode incluir
o uso de câmeras de segurança, equipes de vigilantes, sistemas de
alarme, sensores de movimento e outros dispositivos de
monitoramento.
As atividades de vigilância, segurança e proteção pessoal e patrimonial
compreendem um conjunto de ações e medidas destinadas a garantir
integridade, segurança e salvaguarda de indivíduos, bens, propriedades
e informações. Essas práticas envolvem uma variedade de estratégias,
procedimentos e tecnologias, todas com o objetivo principal de prevenir
riscos, reduzir ameaças e responder a incidentes de segurança.
 Segurança pessoal
Concentra-se na proteção de indivíduos contra
ameaças diretas à sua integridade física, saúde ou
bem-estar. Isso envolve a contratação de guarda-
costas ou agentes de segurança pessoal, adoção
de medidas de segurança (como transporte seguro
e locais seguros) e implementação de precauções
para evitar situações de risco.
 Segurança patrimonial
Visa proteger bens, propriedades e ativos, sejam
eles físicos ou financeiros. Isso inclui medidas
como uso de sistemas de alarme, controles de
acesso, cercas, seguros, equipes de segurança
patrimonial e auditorias de segurança para evitar
roubos, danos ou perdas.
 Proteção de informações
Envolve a salvaguarda de dados, segredos
comerciais, informações confidenciais e
propriedade intelectual contra acesso não
t i d b di l ã i d id I
Essas atividades são essenciais para manter a segurança e a
integridade de pessoas e propriedades em ambientes variados, como
autorizado, roubo ou divulgação indevida. Isso
requer a implementação de políticas de segurança
da informação, tecnologias de criptografia,
sistemas de gerenciamento de acesso e
treinamento em conscientização de segurança.
 Gerenciamento de riscos
É uma abordagem estratégica que busca identificar,
avaliar e mitigar riscos potenciais ou ameaças que
possam afetar a segurança pessoal e patrimonial.
Isso envolve a elaboração de planos de
contingência, análises de riscos, avaliações de
vulnerabilidades e medidas preventivas.
 Segurança cibernética
Concentra-se na proteção de sistemas de
tecnologia da informação e redes contra ameaças
cibernéticas, como hackers, malware e ataques
cibernéticos. Isso requer a implementação de
firewalls, antivírus, autenticação de dois fatores,
políticas de segurança de senhas e treinamento em
conscientização cibernética.
 Segurança de instalações
Abrange a proteção de edifícios, fábricas,
instalações industriais e locais críticos contra
invasões, vandalismo e danos. Isso inclui a
utilização de câmeras de segurança, sistemas de
controle de acesso, iluminação adequada e equipes
de segurança para patrulhar o local.
residências, empresas, instalações industriais, instituições financeiras,
organizações governamentais e muito mais. A implementação
adequada de estratégias de vigilância, segurança e proteção pessoal e
patrimonial é fundamental para prevenir incidentes, minimizar riscos e
garantir um ambiente seguro.
A atividade de inteligência pode estar relacionada às atividades de
segurança pessoal e patrimonial de várias maneiras, pois fornece
informações e análises que podem ajudar na tomada de decisões e no
planejamento estratégico nessas áreas. Vamos ver agora algumas das
associações entre a atividade de inteligência, segurança pessoal e
patrimonial. Acompanhe!
A atividade de inteligência pode coletar informações sobre
ameaças potenciais, como criminosos, grupos terroristas ou
atividades de espionagem. Essas informações podem ser
valiosas para a segurança pessoal e patrimonial ao ajudar na
identificação de riscos específicos que podem afetar indivíduos
ou empresas.
A inteligência também pode ser usada para analisar tendências e
padrões de segurança, como tipos de crimes mais comuns em
uma determinada região. Essa análise ajuda na implementação
de medidas preventivas e na adoção de estratégias de segurança
mais eficazes.
As empresas que lidam com informações sensíveis ou
propriedade intelectual podem se beneficiar da inteligência para
proteger seus ativos. Isso pode incluir o monitoramento de
possíveis ameaças cibernéticas ou a coleta de informações
sobre concorrência desleal.
Identificação de ameaças e riscos 
Análise de tendências e padrões 
Proteção de informações sensíveis 
Avaliação de riscos em viagens 
A atividade de inteligência pode auxiliar na avaliação de riscos
para indivíduos que viajam a negócios ou a lazer. Isso inclui
informações sobre a estabilidade política e a segurança em
destinos de viagem.
A inteligência pode ser usada na investigação de fraudes, crimes
financeiros e atividades ilícitas que possam afetar a segurança
patrimonial de uma organização.
A inteligência pode auxiliar na coleta de informações relevantes
e na tomada de decisões informadas para proteger vidas e
propriedades, como, por exemplo, em situações de crise, como
sequestros, ameaças à segurança pessoal ou desastres naturais.
As empresas podem usar informações de inteligência para
tomar decisões estratégicas relacionadas à segurança de suas
instalações e recursos patrimoniais, como escolher locais de
operação, implementar sistemas de segurança avançados e
planejar respostas a emergências.
A inteligência pode ser fundamental na identificação de ameaças
cibernéticas e na antecipação de ataques virtuais que possam
comprometer a segurança de dados pessoais e patrimoniais.
A atividade de inteligência é importante no fornecimento de
informações relevantes e análises estratégicas que podem apoiar a
segurança pessoal e patrimonial. A coleta, análise e disseminação de
informações precisas e oportunas podem ajudar na identificação e
Investigação de fraudes e crimes financeiros 
Gestão de crises 
Tomada de decisões estratégicas 
Segurança cibernética 
mitigação de riscos, na proteção de ativos e na tomada de decisões
informadas para garantir a segurança de indivíduos e organizações.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Qual o principal órgão responsável pela coordenação e execução
das atividades de inteligência no Brasil?
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Abin é a agência central responsável pela coordenação e
execução das atividades de inteligência no Brasil, de acordo com a
Lei do Sisbin (Lei nº 9.883/1999).
Questão 2
Quais são alguns dos princípios que devem orientar a atividade de
inteligência, tanto no setor público quanto no privado?
A Exército Brasileiro
B Marinha do Brasil
C Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
D Polícia Federal
E Ministério da Defesa
Parabéns! A alternativa E está correta.
Os princípios que devem orientar a atividade de inteligência incluem
sigilo, legalidade, respeito aos direitos humanos, eficiência, entre
outros. Esses princípios são fundamentais para uma atividade de
inteligência ética e responsável.
3 - Proteção da privacidade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os principais conceitos
legais correlatos à atividade de inteligência.
A Competição e sigilo absoluto.
B Eficiência e impessoalidade.
C Lucratividade e legalidade.
D Exclusividade e autoritarismo.
E Sigilo e respeito aos direitos humanos.
A importância da proteção à
privacidade
Assista ao vídeo e entenda mais sobre o papel do direito à privacidade
no Brasil com uma introdução as suas normas.
A relação entre atividades de inteligência e a legislação do Marco Civil
da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no
Brasil é um tema de crescente relevância no cenário digital
contemporâneo. Enquanto a inteligência busca coletar, analisar e
interpretar informações estratégicas para a tomada de decisões
informadas,a legislação mencionada estabelece diretrizes cruciais para
a governança da internet e a proteção dos dados pessoais dos
cidadãos.
A evolução da tecnologia da informação e o crescente
uso da internet transformaram radicalmente a forma
como as informações são geradas, compartilhadas e
acessadas. As atividades de inteligência
governamentais e empresariais também evoluíram,
adaptando-se aos novos desafios e oportunidades
oferecidos pelo mundo digital.
Vamos conhecer agora com mais detalhes as duas leis de proteção.
Marco Civil da Internet
Sancionado em 2014, foi uma das primeiras legislações no
mundo a estabelecer princípios sólidos para a governança da
internet, incluindo a neutralidade da rede, a proteção da
privacidade e a garantia da liberdade de expressão on-line.
LGPD
Entrou em vigor em 2020 e trouxe importantes salvaguardas para
a proteção dos dados pessoais, conferindo aos cidadãos maior
controle sobre suas informações e estabelecendo
responsabilidades rigorosas para as organizações que coletam e
processam esses dados.
No entanto, a interseção entre atividades de inteligência e a legislação
do Marco Civil e da LGPD levanta questões complexas sobre a coleta e o
tratamento de informações em ambientes digitais.
Como equilibrar a necessidade de segurança nacional e
empresarial com o respeito aos direitos à privacidade e à liberdade
na internet?
Quais os limites éticos e legais das atividades de inteligência em
um ambiente digital regulamentado?
Essa discussão explora como as atividades de inteligência se
relacionam com o Marco Civil da Internet e a LGPD, examinando os
desafios e as oportunidades que surgem quando a busca por
informações estratégicas encontra as salvaguardas legais e éticas
necessárias para proteger os direitos individuais e a soberania nacional
em um mundo cada vez mais conectado.
As leis de proteção
Assista ao vídeo e conheça mais sobre as principais regras sobre
proteção à privacidade constantes do Marco Civil da Internet e da LGPD.
O Marco Civil da Internet - Lei nº 12.965/2014
O Marco Civil da Internet, também conhecido como Constituição da
Internet, é uma legislação que estabelece princípios, direitos e deveres
dos usuários e provedores de serviços na internet no Brasil. Foi
sancionado em 2014 e tem cinco objetivos que abordaremos agora com
mais detalhes. Vamos lá!
Neutralidade da rede
Garante que os provedores de acesso à internet tratem todos os dados
de forma igualitária, sem discriminação de conteúdo, aplicação ou
serviço.
Privacidade
Protege a privacidade dos usuários, estabelecendo regras para coleta,
armazenamento e tratamento de dados pessoais.
Liberdade de expressão
Assegura a liberdade de expressão na internet, com respeito aos direitos
humanos e à legislação vigente.
Responsabilidade dos provedores
Estabelece diretrizes para a responsabilidade dos provedores de
serviços on-line, como redes sociais e sites, em relação ao conteúdo
publicado por terceiros.
Armazenamento de registros de
acesso
Determina que os provedores de conexão à internet mantenham
registros de acesso por um período mínimo, para fins de investigação
criminal.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)
- Lei nº 13.709/2018
A LGPD é uma legislação que trata da proteção de dados pessoais no
Brasil, seguindo o modelo de regulamentação europeu (Regulamento
Geral de Proteção de Dados - GDPR). Ela foi sancionada em 2018 e
entrou em vigor em setembro de 2020. Vamos conhecer agora os seus
principais aspectos!
Consentimento
Exige que o tratamento de dados pessoais seja realizado com
o consentimento do titular dos dados ou com base em outras
bases legais.
Direitos dos titulares
Garante direitos aos titulares de dados, como acesso, correção,
exclusão e portabilidade de seus dados pessoais.
Responsabilidade das empresas
Impõe obrigações às empresas que coletam, armazenam ou
processam dados pessoais, incluindo a nomeação de um
Encarregado de Proteção de Dados (DPO).
Noti�cação de incidentes
Determina que as empresas devem notificar os órgãos
competentes e os titulares de dados em caso de incidentes de
segurança que possam comprometer a proteção dos dados.
Transferência internacional de dados:
Regula a transferência de dados pessoais para países ou
organizações estrangeiras, garantindo a proteção adequada
dos dados.
Sanções
Prevê penalidades para o não cumprimento das disposições da
LGPD, incluindo multas e sanções administrativas.
O Marco Civil da Internet estabelece princípios gerais para a internet no
Brasil, enquanto a LGPD trata especificamente da proteção de dados
pessoais, garantindo a privacidade e a segurança das informações
pessoais dos indivíduos. Ambas as leis são cruciais para regular o
ambiente digital e proteger os direitos dos cidadãos na era da
informação.
Preocupações
contemporâneas com a LGPD
Acompanhe no vídeo os principais impactos que a LGPD traz na
atividade de inteligência, seja quanto à necessidade de segurança
nacional e empresarial, seja no respeito à privacidade e à liberdade.
Equilibrar a necessidade de segurança nacional e empresarial com o
respeito aos direitos à privacidade e à liberdade na internet é um desafio
complexo, mas essencial em um mundo cada vez mais digital. Para
responder a essas questões, é fundamental considerar os fundamentos
legais estabelecidos pelo Marco Civil da Internet e pela Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil.
Necessidade de segurança nacional e empresarial
A necessidade de segurança nacional e empresarial é indiscutível,
considerando as ameaças à soberania do país e à integridade das
organizações. No âmbito da segurança nacional, a Constituição
Brasileira estabelece a proteção do Estado e da sociedade como
princípio fundamental (Artigo 144). Além disso, a Lei do Sisbin (Lei nº
9.883/1999) prevê que a atividade de inteligência tem a finalidade de
proteger a soberania nacional e os interesses do Estado.
No contexto empresarial, organizações têm responsabilidade de
proteger seus ativos, incluindo informações confidenciais, segredos
comerciais e dados financeiros. A LGPD reconhece que o tratamento de
dados pessoais é uma atividade legítima e necessária, desde que
realizado de acordo com os princípios legais estabelecidos na lei.
Respeito aos direitos à privacidade e liberdade na
internet
O Marco Civil da Internet e a LGPD estabelecem bases legais sólidas
para proteger os direitos à privacidade e à liberdade na internet. Veja a
seguir com mais detalhes!
Marco Civil da Internet
Garante a igualdade de tratamento de dados, a partir do princípio
da neutralidade da rede (Artigo 3º), promovendo a liberdade de
expressão Além disso, o respeito à privacidade (Artigo 7º) e a
proteção de dados pessoais são fundamentais para preservar os
direitos individuais na internet.
LGPD
Protege os dados pessoais dos indivíduos e estabelece regras
rígidas para o tratamento desses dados. Exige o consentimento
explícito do titular dos dados para coleta e processamento,
promovendo a transparência e o controle.
Limites éticos e legais das atividades de
inteligência
As atividades de inteligência, sejam elas conduzidas por órgãos
governamentais ou empresas privadas, devem respeitar limites éticos e
legais claros. Vamos conferi-los agora com mais detalhes!
 Princípio da legalidade
Toda atividade de inteligência deve estar de acordo
com a legislação vigente, como a Lei do Sisbin, que
estabelece os propósitos legais para a atividade de
inteligência.
 Princípio da proporcionalidade e
necessidade
A coleta e o tratamento de informações devem ser
proporcionais aos objetivos legítimos, evitando a
coleta excessiva de dados que não sejam
estritamente necessários para alcançar esses
objetivos.
 Respeito aos direitos humanos
Toda atividade de inteligência deve respeitar os
direitos humanos, incluindo o direito à privacidade e
à liberdade de expressão, conforme estabelecido na
Constituição e em tratados internacionaisdos quais
o Brasil é signatário.
 Transparência e prestação de
contas
Os órgãos de inteligência devem operar com
transparência dentro dos limites permitidos pela
segurança nacional. A prestação de contas à
sociedade e ao Poder Legislativo é fundamental
para evitar abusos.
Cooperação internacional
A ã t í é i t t
O equilíbrio entre a necessidade de segurança nacional e empresarial e
o respeito aos direitos à privacidade e à liberdade na internet pode ser
alcançado por meio do cumprimento rigoroso dos princípios legais
estabelecidos pelo Marco Civil da Internet e pela LGPD. Isso envolve a
garantia de que as atividades de inteligência sejam realizadas de
maneira transparente, proporcional e dentro dos limites éticos e legais,
preservando os direitos individuais e a soberania nacional em um
ambiente digital regulamentado.
Sanções previstas na LGPD e
no Marco Civil da Internet
Assista ao vídeo e entenda mais sobre as sanções que a LGPD e o
Marco Civil da Internet trazem em razão do descumprimento dos limites
éticos e legais ao direito à privacidade.

A cooperação com outros países é importante, no
contexto da segurança nacional. No entanto, essa
cooperação deve ocorrer de acordo com tratados
internacionais e acordos bilaterais, respeitando os
princípios da soberania nacional e dos direitos
humanos.
 Segurança cibernética
A proteção de dados e a segurança cibernética são
aspectos cruciais para a atividade de inteligência. O
respeito às melhores práticas de segurança ajuda a
evitar vazamentos de informações e ataques
cibernéticos.
Sanções na LGPD
A violação dos limites éticos estabelecidos no Marco Civil da Internet e
na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) pode resultar em
várias sanções, tanto no âmbito administrativo quanto no judicial. A
seguir, vamos conhecer as principais sanções previstas em ambas as
leis.
Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014)
Conheça agora as duas sanções previstas nesta Lei.
Advertência
O artigo 12 do Marco Civil da Internet prevê a possibilidade de
advertência como uma das sanções para o provedor de
aplicação que descumprir as obrigações previstas na lei. Essa
advertência pode ser feita de forma pública ou privada, a
critério da autoridade competente.
Multa
O Marco Civil da Internet estabelece que a aplicação de multa
pode ser uma das medidas adotadas em casos de
descumprimento das obrigações previstas na legislação. O
valor da multa pode variar de acordo com a gravidade da
infração e o faturamento da empresa, podendo chegar a
valores significativos.
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD - Lei nº
13.709/2018)
Conheça agora as duas sanções previstas nesta Lei.
Multa simples
A LGPD prevê a aplicação de multa simples, que pode chegar a
2% do faturamento da empresa no Brasil, limitada a R$ 50
milhões por infração. Essa sanção pode ser aplicada em casos
de descumprimento de algumas das obrigações previstas na
lei.
Multa diária
A LGPD estabelece a possibilidade de aplicação de multa diária
em caso de continuidade da infração. O valor da multa diária
pode variar de acordo com critérios estabelecidos pela
autoridade de proteção de dados.
Suspensão do tratamento de dados
A autoridade de proteção de dados pode determinar a
suspensão do tratamento de dados pessoais quando a
infração for considerada grave e os direitos dos titulares
estiverem em risco.
Eliminação dos dados
A LGPD prevê a possibilidade de determinação de eliminação
dos dados pessoais tratados de forma irregular, bem como a
comunicação dessa eliminação aos titulares.
Publicização da infração
A autoridade de proteção de dados pode determinar a
publicização da infração, o que implica informar o público em
geral sobre a infração cometida e as medidas adotadas.
Bloqueio dos dados
Em casos de infração, a autoridade de proteção de dados pode
determinar o bloqueio dos dados pessoais até a regularização
da situação.
Anotação de infração no cadastro
A autoridade de proteção de dados pode determinar a
anotação da infração no cadastro dos agentes de tratamento, o
que pode afetar a reputação da empresa.
As sanções podem variar de acordo com a gravidade da infração, o
impacto sobre os titulares dos dados e a reincidência, entre outros
fatores. Além das sanções previstas nas leis, as empresas podem
enfrentar ações judiciais por danos morais e materiais decorrentes de
violações de privacidade e segurança de dados. Portanto, o
cumprimento das obrigações éticas e legais em relação à privacidade e
à proteção de dados é fundamental para evitar consequências adversas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Marco Civil da Internet, popularmente referido como a
Constituição da Internet, é uma legislação que define os princípios,
direitos e obrigações dos usuários e provedores de serviços na
internet no Brasil. Qual o principal objetivo do Marco Civil da
Internet em relação à atividade de inteligência?
A
Restringir completamente as atividades de
inteligência na internet.
B
Estabelecer princípios para a governança da
internet, incluindo a proteção da privacidade.
C
Garantir que as empresas de inteligência tenham
acesso irrestrito a todos os dados na internet.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O Marco Civil da Internet tem como principal objetivo estabelecer
princípios para a governança da internet no Brasil, incluindo a
proteção da privacidade dos usuários. Ele não restringe
completamente as atividades de inteligência, mas estabelece
diretrizes que garantem a privacidade e a liberdade de expressão
on-line.
Questão 2
Qual das seguintes sanções pode ser aplicada às empresas que
violam a LGPD em relação às atividades de inteligência?
Parabéns! A alternativa C está correta.
De acordo com a LGPD, as empresas que violam a lei, incluindo
atividades de inteligência, podem estar sujeitas à aplicação de
multa diária em caso de continuidade da infração. Isso pode ser
D Impor limitações à liberdade de expressão on-line.
E
Promover a venda de dados pessoais dos usuários
da internet.
A Advertência pública
B Eliminação dos dados
C Multa diária
D Publicização da infração
E Suspensão do tratamento de dados
uma medida significativa para garantir a conformidade com as
obrigações da LGPD.
Considerações �nais
A atividade de inteligência é crucial na proteção dos interesses
nacionais e da segurança pública. No Brasil, a Constituição de 1988
estabelece princípios fundamentais para essa atividade, reconhecendo a
segurança pública como direito social e enfatizando valores como
legalidade, imparcialidade, moralidade, publicidade e eficiência na
administração pública.
Em um mundo interconectado, com desafios como terrorismo,
cibersegurança e ameaças à segurança nacional, a inteligência deve ser
transparente, ética e respeitar os direitos individuais e a soberania
nacional.
A abordagem constitucional da atividade de inteligência varia de país
para país, dependendo das circunstâncias históricas e políticas. Alguns
países têm disposições constitucionais específicas, enquanto outros
dependem mais da legislação posterior. No Brasil, a criação da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) e sua inclusão no Sistema Brasileiro de
Inteligência (Sisbin) foram marcos importantes. Princípios como
legalidade, ética e respeito aos direitos humanos guiam essas agências.
A relação entre inteligência e cumprimento da Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais (LGPD) e do Marco Civil da Internet é complexa, mas
essencial em um ambiente digital regulamentado. Essas leis
estabelecem princípios para proteger os direitos dos cidadãos na era
digital, e as atividades de inteligência devem operar dentro desses
limites éticos e legais.
A cooperação entre órgãos de inteligência, empresas e autoridades
reguladoras é crucial para equilibrar a busca por informações
estratégicas com a proteção dos direitos individuais. O diálogo e a
transparência são essenciaispara uma inteligência ética e legal no
ambiente digital regulamentado. A inteligência desempenha papel vital
na segurança nacional, nas decisões estratégicas e na proteção da
ordem democrática e da soberania nacional em um mundo em
constante evolução.
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Explore os conceitos de inteligência na Revista Brasileira de
Inteligência.
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pública na prevenção criminal e veja como Edson Silva aborda a o
conceito preventivo da atividade de inteligência.
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direito: aspectos constitucionais e limites legais e veja como Rafael
Dornela aborda a importância da atividade de inteligência e sua
estrutura no Brasil.
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pessoais coletados em fontes abertas e veja como Lilian Coutinho
aborda o uso de dados abertos e a proteção de dados pessoais.
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advento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no resguardo da
segurança nacional e da privacidade da sociedade brasileira e veja
como os autores tratam a atuação da Abin em relação e consonância
com a proteção de dados pessoais.
Referências
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seus usuários. Revista Brasileira de Inteligência. Agência Brasileira de
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