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Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Capítulo 7: MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO1 PROTEÇÃO CATÓDICA A proteção catódica consiste em polarizar a superfície do metal a ser protegido de forma que todas as suas áreas se tornem catódicas e nelas ocorram somente as reações de redução. O inicio de seu estudo data de 1823, por Sir Humhrey Davy, na época com a intenção de proteger as chapas de cobre que revestiam o casco de madeira dos navios de guerra. No Brasil, o emprego da proteção catódica, em escala industrial data da década de 60, com a Petrobrás (oleodutos submarinos e instalações portuárias). CONDIÇÃO NECESSÁRIA: • contato direto da estrutura com um eletrólito, no qual se instalam os anodos. TIPOS DE PROTEÇÃO CATÓDICA: • galvânica ou por anodos de sacrifício • por corrente impressa Proteção Catódica Galvânica Consiste no acoplamento intencional de um metal mais ativo ao metal da estrutura que se quer proteger, de forma que haja desgaste do metal mais ativo que também e chamado de anodo de sacrifício, mantendo a estrutura como catodo, dai o nome de proteção catódica. A corrente de proteção se origina na diferença de potencial entre o metal a ser protegido e o metal do anodo. 92 1 Texto baseado na apostila “Corrosão Metálica: Caracterização e prevenção” de Dra Sílvia Maria Leite Agostinho e Dra. Idalina Vieira Aoki. (Curso apresentado na Associação Brasileira de Química, 2000). Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 93 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 94 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Tipos de anodos Os anodos mais usados são os de magnésio, zinco e alumínio e os motivos de serem usados são: maior diferença de potencial entre anodo e o metal a ser protegido e a menor polarização anódica (dissolve-se com facilidade). Esse tipo de anodo é distribuído ao longo da estrutura a proteger, para manter boa distribuição de corrente. São usados com enchimento condutor para evitar contato direto com o solo natural (formação de macropilhas de corrosão) e para baixar a resistência do circuito. Tabela - Composição de enchimentos condutores para anodos galvânicos Tipo Gesso hidratado (CaSO4.2H2O) (%) Bentonita (%) Sulfato de sódio (%) Resistividade (Ω.cm) 1 25 75 -- 250 2 50 50 -- 250 3 75 20 5 50 Tipo 1 - usado em solos de baixa umidade, pois bentonita retem água Tipo 2 - usado em condições gerais Tipo 3 - usado em solos de alta resistividade Limitações A diferença de potencial entre anodo e o metal a proteger é pequena, no máximo 1,2V, logo é preciso ter baixa resistência no circuito. Os anodos de magnésio são usados em meios com resistividade de até 6000 Ω.cm e os de zinco em meios de até 1500Ω.cm. Características da proteção catódica galvânica • é usada para requisitos de corrente de proteção de até 5A, ou seja, para pequenas estruturas. • O usada para meios de baixa resistividade. • não funciona quando há correntes de interferência. • esse processo não permite regulagem da corrente injetada. • é preciso repor os anodos após o consumo. 95 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Proteção catódica por corrente impressa 96 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Nesse tipo de proteção liga-se a estrutura a proteger ao terminal negativo de um retificador de corrente contínua e a corrente é dispersa fazendo-se uso de um leito de anodos inertes, que, por sua vez estão ligados ao terminal positivo do retificactor, segundo o esquema abaixo. Solo _ + Retificador Tubulação a proteger s Anodos inerte 97 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Tipos de anodos A Tabela abaixo mostra alguns tipos de materiais para anodos inertes, seu uso e características. Material do anodo Para uso em Densidade de corrente no anodo (A/m2) Desgaste (kg/A.ano) Grafite solos, água doce e água do mar 3-5 0,4 Ferro-silício solos e água doce 10-15 0,2 Fe-Cr-Si solos, agua doce e água do mar 10-15 0,4 Pb- Sb-Ag água do mar 50-100 0,1 Titânio platinizado água do mar ampla faixa desprezível Nióbio platinizado água do mar ampla faixa desprezível Os anodos podem ser arranjados em leitos ao longo da estrutura para uma melhor distribuição da corrente. O leito pode ser perpendicular a tubulação e vertical, paralelo à tubulação e horizontal e paralelo a tubulação e vertical. Características do processo de proteção catódica por corrente impressa • a resistividade do meio não é entrave; • recomendado para estruturas de média e grande porte; • recomendado quando há correntes de interferência (ou de fuga); • permite regulagem; • necessita de acompanhamento operacional; • custo inicial maior; • sujeito à interrupção (falta de energia elétrica); • pode ocorrer inversão de polaridade (isso é catastrófico). 98 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 99 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Inibidores Definição de Inibidor de corrosão Utilizando-se o conceito mais tradicional, um inibidor de corrosão é qualquer composto químico ou misturas de compostos que, adicionados em pequena quantidade ao meio corrosivo em que o metal se encontra, provoquem a redução da velocidade de corrosivo em várias ordens de grandeza. Em outras palavras, o inibidor atua sobre a semi- reação de oxidação e/ou de redução, reduzindo a velocidade das reações do eletrodo responsável peio processo global de corrosão. Mecanismos de ação dos inibidores Há várias formas de uma substância química atuar como um inibidor de corrosão, de acordo com Thomas : 1 - Alterando a dupla camada elétrica (DCE): espécies adsorvidas, em particuhar moléculas orgânicas, podem gerar varias substâncias na interfase metal-solução produzido um reajuste de cargas e uma conseqüente variação de potencial. Esta mudança de potencial através da DCE modifica a cinética do processo de eletrodo. Sais de alquil- amônio, por exemplo, por serem adsorvidos na forma de cátions orgânicos, levam o aço em meio ácido a potenciais mais positivos, no plano interno de Helmholtz, o que conseqüentemente provoca uma maior dificuldade para a reação catódica de despreendimento de hidrogênio; 2- - Através da formação de barreiras físicas: o inibidor, ao adsorver, pode formar uma película que atue como uma verdadeira barreira física, capaz de causar uma polarização por resistência ou por concentração. Moléculas grandes como proteínas e polissacarídeos são exemplos deste tipo de inibidor; 3 - Redução da reatividade do metal: a interação entre o inibidor adsorvido e os átomos metálicos superficiais impede a reação entre o metal e o meio. Não significa necessariamente que o inibidor exerça bloqueio sobre esta superfície, mas ele pode atuar sobre os sítios mais ativos, diminuindo a velocidade de reação catódica, anódica ou de ambas. Esta ocupação dos sítios ativos produz dois efeitos: diminuição da área disponível para a reação e alteração da distribuição de cargas na interfase. Nesse caso o mecanismo da reação de corrosão não é afetado, produzindo apenas redução da corrente de corrosão e pequeno deslocamento do potencial sem mudanças na inclinação da reta de Tafel. Um exemplo deste tipo de ação inibidora é do metil n-hexil sulfeto sobre o aço. 4- - Participação do inibidor no processo eletroquímico:as reações catódicas e anodicas, em princípio, podem ocorrer através de uma série de etapas e as substâncias 100 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo orgânicas, que atuam como inibidores (In), podem participar da formação das etapas intermediárias da reação. Como exemplo, tem-se a inibição do ferro em soluções ácidas por benzoatos e furoatos, formando-se, provavelmente, um complexo do tipo (Fe.In)ADS ou (FeOH.In)ADS tornando a reação mais lenta do que a envolvendo o intermediário, habitual, inibidor (FeOH)ADS. 5- - Poder-se-ia acrescentar que o inibidor pode atuar através de reações com intermediários do processo de corrosão, formando filmes na interfase. É o caso do benzotriazol (BTAH) na interfase cobre-ácido sulfúrico. A sua ação inibidora se deve à formação do filme polimérico de benzotriazolato cuproso, resultante da reação entre o BTAH e o íon Cu (I), intermediário da reação Cu/Cu (II). 101 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo CLASSIFICAÇÃO DOS INIBIDORES A primeira fase de classificação de um inibidor de corrosão é quanto a sua composição química, ou seja, se ele é um composto químico orgânico ou inorgânico. A segunda é verificar o seu comportamento (oxidante, não-oxidante, anódico, catódico ou de adsorção). QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA Os inibidores inorgânicos e orgânicos são evidentemente identificados, por exemplo: • inibidores inorgânicos : permanganato de potássio, dicromato de sódio, fosfatos etc. • inibidores orgânicos : benzotriazol, mercaptobenzotiazol, etilanilina etc. Os inibidores orgânicos apresentam algumas propriedades especiais em relação aos inibidores inorgânicos, como: (a) Muitos inibidores orgânicos são substâncias com pelo menos um grupo funcional responsável pela reação central do processo de adsorção química. Neste caso, a força de ligação da adsorção é relacionada à densidade eletrônica do heteroátomo e à polarizabilidade do grupo funcional. Por exemplo, a eficiência do inibidor da série homóloga das substâncias orgânicas difere somente no heteroátomo utilizado, de acordo com a sequência abaixo: P > Se > S > N > O Compostos orgânicos como os alcinos, que contenham grupamentos polares (ex. acetileno) em sua cadeia carbônica, terão as triplas ligações enfraquecidas. Como o fenômeno de adsorção destes compostos ocorre principalmente via tripla ligação, o poder de inibição aumenta. A eficiência inibidora foi relatada em relação aos grupamentos polares, decrescendo na seguinte ordem : R-OH > R-O-R > R=S > R-COOR > R-N=N-R > R-CI (b) A idéia da densidade eletrônica adquire particular importância nos inibidores orgânicos aromáticos e heterocíclicos no sentido de dizer o quanto a estrutura pode ser afetada pela introdução de substituintes em diferentes posições do anel aromático ou heterocíclico. Investigações da propriedade de inibição da piridina e seus derivados revelaram que o efeito da inibição aumenta quando a densidade eletrônica para o átomo de nitrogênio é aumentado, como na sequência abaixo: 102 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo (c) Resultados obtidos por Trabanelli et al para o n-butil, sec-butil, e terc-butil sulfeto evidenciam a importância molecular da configuração, ou seja a efeito estérico da substância utilizada como inibidor. De acordo com estes resultados, apresentados na figura abaixo, verifica-se que a eficiência do inibidor aumenta indo do composto terciário para o secundário e depois para o primário, ou seja, quanto menor o efeito estérico do composto, melhor o seu poder de inibição. 103 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo FIGURA - Velocidade de corrosão para o ferro em H2SO4 na presença de n-, sec-, terc-butil sulfeto (segundo Trabanelli et al). (d) Trabanelli et al demonstraram que se não houver diferença no impedimento estérico dos compostos estudados a eficiências inibidor aumenta quanto maior o tamanho de sua cadeia carbônica. Observando-se a figura verifica-se que a eficiência inibidora aumenta do n-butil mercaptana para o n-decil mercaptana. FIGURA - Velocidade de corrosão para o ferro em H2SO4 1N + etanol 10% na presença n-butil, n-hexil, n-octil e n-decil mercaptana ( de acordo com Trabanelli et al ). QUANTO AO COMPORTAMENTO Inibidores oxidantes : Como oxigênio, água oxigenada, permanganatos, hiper- osmiatos, pertecnetatos, cromatos, molibdatos, antimoniatos, arseniatos e vanadatos são substâncias que atuam passivando o metal, ou seja, elevam o potencial do metal um pouco acima do seu potencial de corrosão, provocando a formação de uma película de óxido protetora. Relatou-se que a ação dos inibidores oxidantes não e isenta de perigo, podendo se apresentar mais prejudicial do que útil, uma vez que a elevação insuficiente do potencial do eletrodo pode provocar um aumento considerável na velocidade de corrosão, vide figura. 104 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Outro perigo de se utilizar um inibidor oxidante em um meio com cloretos, por exemplo, é o de se provocar uma corrosão localizada (pite) em certos pontos onde a película de proteção formada apresentar pequenas falhas. Figura - Representação esquemática de uma curva de polarizacão anódica de um aço inoxidável em H2SO4 com a adição de um inibidor oxidante (ex. O2) . Onde : iH, iO2 e ipass, correspondem respectivamente às velocidades de corrosão em acido livre de oxigênio, com pequena e alta concentração de oxigênio, respectivamente. Inibidores não oxidantes : São aqueles que não formam película de óxido no eletrodo do metal, por exemplo, os inibidores orgânicos (benzotriazol) que atuam via adsorção. Inibidores anódicos: Estes atuam elevando o potencial de corrosão do metal para valores mais positivos, ocorrendo assim uma polarização anódica natural. Em outras palavras, esta polarização é devido a um filme (película de óxido ou adsorção) aderente e extremamente insolúvel, formado na superfície metálica. Substâncias como hidróxidos, carbonatos, silicatos, boratos e fosfatos terciários de metais alcalinos são inibidores anódicos, porque reagem com os íons metálicos Mn+ produzidos inicialmente no anodo, formando produtos insolúveis, quase sempre hidróxidos, que tem uma ação protetora. Mn+ + n OH- → M(OH)n 105 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Na utilização de inibidores anódicos, deve-se ter um certo cuidado quanto à quantidade adequada para a proteção, pois para cada inibidor existe uma concentração critica na solução acima da qual ocorre uma inibição perfeita. Para concentrações do inibidor abaixo desta concentração crítica, o produto insolúvel não se forma por toda região a ser protegida, ocorrendo assim corrosão localizada nas áreas não cobertas. Inibidores catódicos : Este tipo de inibidor desloca o potencial de corrosão do eletrodo metálico para valores mais negativos, provocando uma polarização catódica natural. Os inibidores catódicos atuam fornecendo íons metálicos capazes de reagir com a alcalinidade catódica, produzindo compostos insolúveis que envolvem toda a área catódica (metal), impedindo a difusão de oxigênio e a condução de elétrons, inibindo assim o processo catódico. Tem-se como exemplo de inibidores catódicos : MgSO4, NiSO4 e Ca(HCO3)2, os quais respectivamente formam os seguintes compostos insolúveis na área catódica ao reagirem com as hidroxilas (OH-) ; Mg(OH)2 , Ni(OH)2 e CaCO3. Os inibidores catódicos possuem uma maior segurança em relação aos inibidores anódicos, uma vez que agem executando uma polarização catódica, e o metal não reage com o meio agressivomesmo que este não esteja totalmente coberto, não ocorrendo nenhum tipo de corrosão localizada nestas áreas não cobertas. Inibidores de adsorção : Estes formam películas protetoras na superfície metálica, bloqueando, assim, o metal da ação dos agentes agressivos em solução, provocando uma redução considerável no processo corrosivo, as vezes chegando a eliminá-la totalmente. Tal como nos inibidores anódicos, na utilização deste tipo de inibidor deve-se ter o cuidado de observar na superfície do metal a ocorrência ou não de uma corrosão acentuadamente localizada e se isto estiver ocorrendo indicará que o inibidor não está tendo acesso a toda área do metal a proteger, sendo necessário verificar se há alguma inclusão não metálica na superfície do eletrodo ou se é necessário aumentar a concentração do inibidor. Este tipo de inibidor poderá ter um caráter anódico, catódico ou até misto (catódico e anódico), dependendo da substância utilizada e do sistema envolvido. Um dos mais importantes grupos de inibidores de adsorção são os orgânicos, como os aldeídos, as aminas, os compostos heterociclicos nitrogenados, as mercaptanas, a uréia e as tiouréias substituídas. As películas protetoras formadas pelos inibidores de adsorção poderão ser afetadas por diversos fatores, como velocidade do fluido, volume e concentração do inibidor, temperatura do sistema, natureza do material metálico, tempo de contato entre o inibidor e a superfície metálica e a composição do meio agressivo em que se encontra o metal. Existem casos em que o oxigênio funciona também como inibidor de adsorção, produzindo a passivação. Alguns autores relataram que certas substâncias só possuem 106 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo ação inibidora em presença de oxigênio, tais como o hidróxido de sódio, o fosfato de sódio e o silicato de sódio. Talvez isto ocorra devido a formação de uma camada de óxido na superfície, suplementada por filmes de silicatos, fosfatos, etc . 107 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo O USO DE INIBIDORES A utilização de um inibidor químico e indicada principalmente em corrosões metálicas ocasionadas por soluções aquosas (águas de abastecimento, de refrigerações industriais e naturais), soluções ácidas (armazenamento de ácidos, soluções decapantes utilizadas para limpeza ), graxas, óleos de emulsões e outros. Entretanto, para que a utilização do inibidor seja satisfatória, devemos considerar : • O metal; • O meio (composição, pH, impurezas, temperatura, agitação e microorganismos); • As causas e o tipo de corrosão existente no sistema, podendo assim identificá-los e solucioná-los; • Relação entre o custo do inibidor e as perdas provocadas pela corrosão; • Verificar as possíveis reações que possam ocorrer entre o inibidor e os componentes do meio agressivo, como, reações com catalisadores do meio, reações com o composto químico etileno-glicol provocando queda da eficiência térmica da máquina em questão, ou até reações com impurezas do meio produzindo um aumento no consumo do inibidor. TABELA - Alguns inibidores típicos para metais e ligas . Metal (Liga) Meio Inibidor Aço Acido clorídrico Etilanilina, tiomorfolina e mercatobenzotiazol. Aço Acido sulfúrico Aminas aromáticas, tiouréias, piridinas, tiocianatos orgànicos, quinolina e benzotriazol Aço água Ácido benzóico Aço água potável Silicato de sódio Aço inoxidável Ácido sulfúrico Sulfato de calcio, mercaptobenzotiazol e benzotriazol. Aço doce Cloreto sódio Hidróxido de sódio Aço doce 0,03% de NaCl Benzoato de sódio Aço doce Agua Nitríto de sódio Aço doce K2SO4 Eritritol Alumínio NaOH aquoso 0,3 % Permanganato de potássio Cobre Acido sulfurico Benzotriazol, e 1,10 fenantrolin Cobre KBr 0,1 M com (Fe+3) = 5,0 mM HMTA Chumbo Agua (pH = 6) Hexametafosfato de sódio Ferro fundido KCl 10-2 M Benzotriazol + Trietilamina. Ferro Acido sulfúrico Benzotriazol 108 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo Zinco Água salgada Silicato de sódio REVESTIMENTOS O revestimento do metal pode ser feito por diferentes razões, mas a principal é a proteção contra a corrosão. Podemos dizer que as principais categorias de revestimentos protetores são: • revestimentos metálicos; • revestimentos inorgânicos não metálicos; • revestimentos orgânicos. REVESTIMENTOS METÁLICOS A ação anticorrosiva desse tipo de revestimento pode se dar por diversos fatores: • formação de película protetora de óxidos, hidróxidos ou outros compostos, através da reação do metal do revestimento com meio oxidante. Exemplos: revestimento de alumínio, zinco, cromo e níquel; • os metais usados apresentam elevada sobretensão para a reação de desprendimento de hidrogênio, sendo por esta razão, mais resistentes aos meios ácidas não aerados, exemplos: estanho, chumbo, zinco e cádmio. Os revestimentos catódicos em relação ao material base devem se apresentar livres de fendas porque, do contrário, ocorrerá infiltração do eletrólito e o metal base sofrerá rápida corrosão, principalmente se a relação área catódica /área anódica for elevada. Os revestimentos mais anódicos do que o metal a ser revestidos não apresentam este problema porque no caso de falhas o material do revestimento é que será anodo da pilha, protegendo o metal base, exemplo: zinco e um revestimento anódico para o ferro. 109 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 110 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 111 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo REVESTIMENTOS NÃO METÁLICOS INORGÂNICOS São compostos inorgânicos depositados diretamente sobre a superfície metálica ou formados sobre a mesma. São exemplos: esmaltes vítreos, vidros, porcelanas, cimentos, óxidos, carbetos, nitretos, boretos e silicíetos. Os esmaltes vítreos são principalmente constituídos de borossilicatos de alumínio e sódio ou potássio e são resistentes aos ácidos com exceção de ácido fluorídrico. Os vidros são empregados em revestimentos de tubulações e de reatores. Os cimentos e porcelanas costumam ser empregados em tanques e tubulações de água salgada. Eles são constituídos de um agregado inerte (quartzo), solução de silicato de sadio ou potássio e fluorssilicato de sódio. Os óxidos (Al2O3, BeO, Cr2O3, ZrO2 e ThO2), os carbetos (TiC e B4C), os nitretos (AlN e BN), os boretos (ZrB2 e TiB2) e os silicietos (NbSi2, WS2 e MoSi2) são em geral empregados como revestimentos refratários. REVESTIMENTOS ORGÂNICOS- TINTAS E POLÍMEROS Tintas Os revestimentos à base de tintas constituem dos processos anticorrosivos mais difundidos por serem de fácil aplicação e econômicos. 112 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo De maneira geral, as tintas apresentam, como constituintes: veículo, aditivos, pigmentos e, na maioria dos casos, solvente. Veículo - é a parte liquida da tinta onde a pigmentação está dispersa. Óleos naturais, tais como óleo de linhaça são exemplos, além de resinas sintéticas. Aditivos - se encontram em pequenas quantidades para conferir propriedades específicas. São, per exemplo, secantes, plastificantes tóxicos (que combatem a formação de micro-organismos), antioxidantes, etc. Pigmentos- são sólidos quase totalmente insolúveis no veículo, que fica disperso no mesmo. Tem como objetivo: dar proteção anticorrosiva, conferir cor e melhorar as características mecânicas da película. Dá-se o nome de corante ao pigmento solúvel no veiculo. Polímeros Entre os plásticos ou polímeros mais usados estão o Teflon (politetrafluoretileno, PTFE),policlorotrifluoretiieno, difluoreto de polivinilideno, polietileno, cloreto de polivinila (PVC) e polipropileno. Os polímeros apresentam algumas vantagens sobre revestimentos metálicos como: peso reduzido, fácil transporte e instalação, resistência a solos e agentes corrosivos, são flexíveis e atóxicos, porém apresentam como inconvenientes: pouca resistência a determinados solventes, baixa resistência à elevadas temperaturas (polímeros termoplásticos). Entre as exceções estão as fibras de nitreto de boro, que resistem a temperaturas de 2480ºC. 113 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 114 Fundação Santo André – Faculdade de Engenharia “Eng. Celso Daniel” – FAENG Corrosão Prof. Lorenzo 115 Exercícios – Proteção contra à corrosão 1) Qual a diferença entre corrosão galvânica e proteção catódica por anodos de sacrifício? 2) Explique o modo de funcionamento da proteção catódica por corrente impressa. 3) Quais as diferenças entre proteção catódica por corrente impressa e por anodo de sacrifício? Quanto é usado cada uma delas? 4) O que são inibidores de corrosão? Quais os tipos de inibidores existem? 5) Como atuam os inibidores anódicos? Quais as cuidados que devem ser tomados? 6) O que são inibidores voláteis? Quando eles são utilizados? 7) O que são revestimentos metálicos? Por que são utilizados? Revestimentos metálicos provocam corrosão galvânica?
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