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232 Revista Brasileira de Ensino de F��si a, vol. 24, no. 2, Junho, 2002 Laborat�orio Virtual de F��si a Nu lear (Virtual Laboratory on Nu lear Physi s) N. L. Dias, A. G. Pinheiro e G. C. Barroso nildo,pinheiro,g b(��si a.uf .br) Departamento de F��si a, Universidade Federal do Cear�a Campus do Pi i, Caixa Postal 6030, CEP - 60455-760, Fortaleza, Ce, Brasil Re ebido em 7 de mar� o, 2002. A eito em 15 de mar� o, 2002. Neste Trabalho �e apresentado um programa desenvolvido para simular um onjunto de equipamentos (dete tor e ontador de radia� ~ao, fontes radioativas e pla as absorvedoras) usados em um laborat�orio b�asi o de F��si a Nu lear. In this work it is presented a software, developed to simulate a set of equipment (probe and radiation ounter, radioative sour es and absorbers) that are used in a basi nu lear laboratory. 1 Introdu� ~ao �E um fato onhe ido que o ensino de f��si a, sob o ponto de vista ex lusivamente te�ori o, �e apontado por muitos alunos omo desmotivante. A utiliza� ~ao de laborat�orios de ensino bem equipados om aparelhos modernos e em n�umero su� iente para serem manipulados por todos os estudantes �e, sem d�uvida nenhuma, um sonho a ser al- an� ado pela maioria de nossas universidades. Assim, enquanto n~ao al an� amos este ideal pedag�ogi o, pode- mos motivar nossos alunos ofere endo, al�em da teoria pura e simples, a realidade virtual dos programas de simula� ~ao omputa ional. Neste Trabalho, apresentamos um programa por n�os desenvolvido que simula um dete tor de radia� ~ao tipo Geiger-M�uller (GM), um ontador de radia� ~ao seme- lhante em muitos aspe tos aos ontadores omer iais dispon��veis [1, 2℄, três amostras radioativas e pla as ab- sorvedoras. 2 O Programa O programa de instala� ~ao do F��si a Nu lear Virtual (FNV) (radia.exe) est�a dispon��vel para download no s��tio www.�si a.uf .br/brindes.htm gratuitamente para quem quiser utiliz�a-lo. Ap�os o download para sua �area de trabalho, dê um duplo lique em radia.exe para ini iar a instala� ~ao. Siga os passos do programa instalador e, ap�os instalado, v�a para: > Ini iar > Programas > Radia� ~ao (radiation) Es rito em Visual Basi , o programa FNV apresenta a tela prin ipal ini ialmente omo mostra a Fig. 1. Para utiliz�a-lo, o usu�ario poder�a fazer uso de roteiros para pr�ati as de f��si a nu lear en ontrados na literatura, por exemplo os das referên ias [3℄ e [4℄. O professor que quiser apli �a-lo para um grupo de alunos poder�a es r- ever seus pr�oprios roteiros sem maiores problemas, do mesmo modo que o faz ou faria para experimentos reais. Como exemplo, forne emos um roteiro simples para um dos experimentos poss��veis de ser realizado om o FNV. Em breve, ser~ao disponibilizados outros roteiros. 2.1 Comandos Para a utiliza� ~ao do FNV, o usu�ario tem �a dis- posi� ~ao os seguintes omandos: � Idioma: O usu�ario poder�a optar a qualquer mo- mento por legendas em português ou em inglês; � Tempo: Para obter uma ontagem, �e ne ess�ario estabele er primeiramente o tempo de ontagem, o qual pode variar desse 1 at�e 600 segundos (dez minutos); � Ini iar: Para ini iar uma ontagem, pressione o bot~ao ini iar. �E poss��vel obter ontagens sem amostra, ontagem de fundo; � P�ara: Interrompe a ontagem em urso, quando pressionada; � Zera: Zera o n�umero de ontagem; N. L. Dias, A. G. Pinheiro e G. C. Barroso 233 Figura 1: Aparência Inicial da tela principal. � Auto: No modo autom�ati o, o programa reali- za um n�umero de medidas que deve ser espe i�- ado pelo operador na aixa vermelha �a direita. O tempo de ada medida deve ser espe i� ado antes de se pressionar o bot~ao Auto. Os resulta- dos gerados s~ao disponibilizados em uma tabela mostrada na tela, �a medida que s~ao produzidos. Os resultados da tabela poder~ao ser salvos em um arquivo do tipo .txt para serem analizados poste- riormente; para tanto pressione o bot~ao salva. Es olha o nome do arquivo usando nomes dife- rentes para arquivos distintos; � Desintegra� ~ao m�axima: Aqui o operador deve preestabele er um n�umero m�aximo de linhas que a tabela deve onter. Este n�umero m�aximo deve ser tanto maior quanto maior for a atividade de sua amostra e/ou quanto maior for o tempo de ontagem; � Limpa: Este bot~ao apaga todos os dados da tabela; � Som: Quando utilizado, emite um som a ada desintegra� ~ao; � 1, 2, 3: Amostras radioativas om diferentes atividades, as quais podem ser arrastadas om o aux��lio do mouse para a posi� ~ao de medida. As desintegra� ~oes mostradas in luem a radia� ~ao de fundo; � Pb, Fe, Al: Pla as absorvedoras de humbo, ferro ou alum��nio que podem ser arrastadas om o aux��lio do mouse para a aixa om o ontador GM. As espessuras das pla as podem variar no intervalo de 0,5 m a 5,0 m, e o valor orrente �e indi ado no anto esquerdo superior da tela do omputador. � Fim: Para sair do programa. 2.2 Resultados Um n�umero �e gerado aleatoriamente internamente pelo omputador e, se este n�umero estiver a ima de um erto valor, dizemos que h�a desintegra� ~ao; aso ontr�ario n~ao h�a. Desta forma, os resultados virtuais s~ao estatisti amente semelhantes aos obtidos em expe- rimentos reais. Na Fig. 2 �e apresentado um resultado t��pi o da freq�uên ia versus o n�umero de ontagens para a amostra 2, sem pla a absorvedora. Resultados seme- lhantes tamb�em s~ao obtidos para as outras amostras. 234 Revista Brasileira de Ensino de F��si a, vol. 24, no. 2, Junho, 2002 2.3 Limita� ~oes O FNV apresenta algumas limita� ~oes em rela� ~ao aos equipamentos reais, mas que julgamos n~ao essen iais. Dentre elas desta amos: � N~ao h�a possibilidade de se simular o ajuste de voltagem do dete tor GM, por isso mesmo on- sideraremos que o ajuste �e autom�ati o; � O tempo de resolu� ~ao entre duas ontagens n~ao �e espe i� ado; por isso, ser�a onsiderado muito pe- queno, de modo que n~ao haver�a ne essidade de se orrigir o n�umero de ontagens. � N~ao h�a a possibilidade de se determinar a meia vida das amostras, uma vez elas apresentam sem- pre as mesmas ara ter��sti as todas as vezes que simulamos as ontagens; � O tempo de ontagem virtual �e um pou o menor que o tempo real. Isso tem a vantagem de tornar as medidas menos massantes. 3 Con lus~oes O programa FNV aqui apresentado n~ao pretende subs- tituir os equipamentos reais de f��si a nu lear. Ele simu- la, em muitos aspe tos, os equipamentos reais e forne e resultados semelhantes e, por isso mesmo, poder�a ser usado onde n~ao se disp~oe de tais equipamentos. Qualquer di� uldade na utiliza� ~ao do FNV, entre em ontato om o Professor Nildo Loiola atrav�es do endere� o eletrôni o nildo��si a.uf .br. Estamos re ep- tivos a sugest~oes que desde j�a agrade emos. Referên ias [1℄ Pas o S ienti� , Roseville, CA, USA. (www.pas o. om). [2℄ PHYWE SYSTEME GmbH, Robert-Bos h-Breite 10, Gotemberg, Alemanha, (www.phywe. om). [3℄ A. Ta�el, A. Baumel e L. Laude ker, Laboratory Manual - Physi s - Its Methods and Meaning, Allyn and Ba on, In ., Newton, USA (1986). [4℄ C. H. Bernard e C. D. Epp, Laboratory Experiments in College Physi s, John Willey & Sons, New York, USA (1987). N. L. Dias, A. G. Pinheiro e G. C. Barroso 235 MEC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR�A CENTRO DE CIÊNCIAS - DEPARTAMENTO DE F�ISICA LABO- RAT�ORIO VIRTUAL P R �A T I C A N0 T�ITULO : ABSORC� ~AO DE RADIAC� ~AO www.�si a.uf .br www.agopin. om OBJETIVOS: Estudar a absor� ~ao de radia� ~ao de diversos materiais. INTRODUC� ~AO: Nesta pr�ati a utilizaremos o programa F�ISICA NUCLEAR VIRTUAL para determinar o oe� iente de absor� ~ao linear de um dos materiais, indi ados no programa. Se vo ê desejar determinar o oe� iente dos outros materiais, pro eda de maneira semelhante. TEORIA: Se um feixe de radia� ~ao de intensidade Io in ide sobre uma hapa de espessura d, de um determinado material, ele emergir�a om uma intensidade menor I, Fig. 1. A diferen� a Io { I �e absorvida pelo material. Figura 1: Pla a absorvedorade espessura d. A absor� ~ao depende da espessura d e do tipo de material usado. Pode ser mostrado que: I = Ioe ��d (1) onde e = 2,718... �e o neperiano, e � �e o oe� iente de absor� ~ao linear do material utilizado. Tomando-se o logaritmo natural em ambos os lados da Equa� ~ao (1), temos: ln I = ln Io � �d (2) Transformando o logaritmo natural em logaritmo na base 10, temos (ln N = 2,3 log N): 2; 3 log I = ��d+ 2; 3 log Io (3) Dividindo por 2,3, temos: 236 Revista Brasileira de Ensino de F��si a, vol. 24, no. 2, Junho, 2002 log I = � � � 2; 3 � d+ log Io (4) A equa� ~ao a ima �e do tipo y = ax+ b onde � � � 2;3 � �e o oe� iente angular, e log Io �e a interse� ~ao om o eixo y. D - PROCEDIMENTO: Instale o programa FISICA NUCLEAR VIRTUAL a partir do s��tio www.�si a.uf .br/brindes.htm Coloque uma amostra radioativa (1, 2 ou 3 ) na aixa do ontador Geiger-M�uller (GM). Para isso, lique om o bot~ao esquerdo do mouse sobre a amostra e, mantendo-o pressionado, arraste-a para a posi� ~ao desejada. Estabele� a o tempo de ontagem; fa� a-o igual a 120 s. Fa� a três medidas da intensidade da radia� ~ao Io, e anote na Tabela 1. Es olha uma das pla as absorvedoras, lique om o mouse e arraste-a para a posi� ~ao de trabalho, isto �e, para a aixa do detetor GM. Coloque a pla a entre o ontador e a amostra. Certi�que-se de que a espessura d da pla a �e 5mm. Caso seja ne ess�ario, ajuste a espessura no anto superior esquerdo da tela. Fa� a três medidas da intensidade da radia� ~ao e anote na Tabela 1. Ajuste a espessura da pla a para ada valor indi ado na Tabela 1 e fa� a três medidas da radia� ~ao. Preen ha os outros laros da Tabela 1. Fa� a o gr�a� o de logIversus d e determine o oe� iente de absor� ~ao linear do material usado. Espessura d (mm) I (cpm) IMÉDIO (cpm) Log IMÉDIO Io zero I1 5 I2 10 I3 20 I4 30 I5 40 I6 50 Tabela 1: Resultados experimentais. E - QUESTION�ARIO: 1- Denomina-se meia espessura de um determinado material aquela que reduz a intensidade da radia� ~ao para a metade de seu valor ini ial. Determine a meia espessura do material estudado. 2- Mostre que o oe� iente de absor� ~ao linear em fun� ~ao da meia espessura, d1=2 �e dado por: � = 0; 693 d1=2 3- Determine o oe� iente de absor� ~ao linear usando a express~ao obtida a ima.
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