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FÍSICA NUCLEAR I Objetivo Familiarizar-se com os conceitos fundamentais de Física Nuclear 2 Constantes Físicas Fundamentais Número de Avogadro: NA = 6,022x1023 átomos/mol Velocidade da luz no vácuo: c ≈ 3x108 m/s Carga do elétron: e = 1,602x10–19 C Massa em repouso do elétron/pósitron: me = 0,511 MeV/c2 Massa em repouso do próton: mp = 938,3 MeV/c2 Massa em repouso do nêutron: mn = 939,6 MeV/c2 Unidade de massa atômica: u = 931,5 MeV/c2 Constante de Planck: h = 6,626x10–34 J.s Constante elétrica: ε0 = 8,854x10–12 C.V–1.m–1 (permissividade do vácuo) Constante magnética: μ0 = 4πx10–7 V.s.A–1.m–1 (permissividade do vácuo) Constante gravitacional: G = 6,672x10–11m3.kg–1.s–2 3 Grandezas Físicas e Unidades Fundamentais As unidades do sistema SI são fundamentadas em base a sete grandezas físicas: Grandeza Unidade do SI Comprimento l metro (m) Massa m quilograma (kg) Tempo t segundo (s) Corrente elétrica I Ampére (A) Temperatura T kelvin (K) Quantidade de substância mole (mol) Intensidade luminosa candela (cd) 4 Estrutura da Matéria Propriedades e Estrutura da Matéria A matéria possui várias propriedades fundamentais, as mais importantes são massa e carga (elétrica). A massa é reconhecida pela força da gravidade exercida sobre um objeto material (comumente relacionado como seu peso) e pela inércia do objeto, que é a “resistência” observada quando tenta-se alterar a posição ou movimento de um objeto material. Similarmente, pode-se, pelo menos algumas vezes, reconhecer a carga pelo efeito direto que pode exercer sobre as coisas ou que pode ser observado sobre os objetos inanimados. 6 A matéria é composta de moléculas. As moléculas são as menores unidades que mantém as características do material em si. Por exemplo, se um bloco de sal for quebrado em pequenos pedaços sucessivamente, o menor fragmento contendo as propriedades do sal será uma única molécula de sal. Se continuar a executar o processo de fragmentação a molécula deixará de ser sal. As moléculas, por sua vez, são compostas de átomos. A maior parte das moléculas consiste de mais de uma espécie de átomo, por exemplo, o sal é composto de átomos de cloro e de sódio. Os átomos por sua vez são compostos de pequenas partículas, as partículas subatômicas. Átomo O mundo é feito de átomos. Os átomos consistem de duas partes básicas: o núcleo; e os elétrons ao redor do núcleo. SISTEMA PLANETÁRIO ELÉTRONS em torno de um NÚCLEO central carregado positivamente. DIÂMETRO DO ÁTOMO 10-8 cm DIÂMETRO DO NÚCLEO 10-12 cm Unidades de Energia O elétron-Volt (eV): elétron + 1 Volt 10 Unidade de Massa A velocidade da luz no vácuo é uma constante universal Quantos elétronvolt de energia correspondem à massa de um elétron em repouso? Definições Básicas para a Estrutura Atômica Partículas constituintes que formam um átomo são: Próton Nêutron Elétron mp/me = 1836 Número atômico: Z Número de prótons e número de elétrons num átomo Número de massa atômica: A Número de nucleons num átomo = Z + N Z = número de prótons N = número de nêutrons Conhecido como nucleons 13 O núcleo é feito de prótons, que são partículas carregadas positivamente, e de nêutrons, partículas que não possuem carga. Os elétrons ao redor do núcleo são partículas com carga negativa e são responsáveis pelo comportamento químico dos átomos. NUCLEONS – PRÓTONS e NÊUTRONS A massa de um próton em repouso (mp) é 1,67261 X 10-24g, 1,00759 u.m.a . A massa do nêutron (mn) é 1,67492 X 10-24g, 1,00898 u.m.a . Massas de Repouso Física Atômica e Nuclear estrutura atômica Z elétrons Z prótons N nêutrons N Z A = Z + N 2 Z Massa do próton 2000 massa elétron Massa atômica massa do núcleo elétron próton nêutron 16 Parâmetros da Estrutura Atômica Número atômico (Z): é o número de prótons no núcleo (no átomo neutro, é igual ao número de elétrons na eletrosfera) Massa atômica (A): é o número total de prótons e nêutrons no núcleo Número de nêutrons (N): N = A - Z Indistintamente chamamos NÚCLEON tanto prótons quanto nêutrons Definições Básicas para a Estrutura Nuclear A maior parte da massa atômica é concentrada no núcleo atômico Núcleo consiste Z prótons A - Z nêutrons, onde Z = número atômico e A = massa atômica Prótons e nêutrons Comumente denominados nucleons Ligados ao núcleo com a força forte 18 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Convenções na física nuclear - Designação de um núcleo X como Por exemplo: Núcleo do Cobalto-60 Z = 27 e A = 60 (isto é, 33 nêutrons) Identificado como: Rádio-226 Z = 88 e A = 226 (isto é, 138 nêutrons) identificado como: 19 Simbologia Em geral omite-se o “N”, pois N = A - Z Onde “X” é o símbolo químico do elemento Definições Básicas para a Estrutura Atômica Para todos os elementos a razão Z/A ≈ 0,4 - 0,5 com 1 notável exceção: Hidrogênio, para o qual Z/A = 1 A razão Z/A diminui gradualmente com o aumento de Z: Desde ~0,5 para elementos de baixo Z Até ~ 0,4 para elementos de alto Z Por exemplo: Z/A = 0,50 para Z/A = 0,45 para Z/A = 0,39 para 21 Núcleo Estável Nem todos os elementos possuem núcleo estável; o núcleo é estável para a maioria dos elementos leves e medianos, aqueles com número atômico até e inclusive o bismuto (Z = 83). A exceção é o tecnécio (Z = 43) e o promécio (Z = 61). Todos aqueles com número atômico maior que 83, tal como o rádio (Z = 88) e urânio (Z = 92), inerentemente são instáveis devido ao seu grande tamanho. Para aqueles núcleos com um estado estável existe uma relação ótima de nêutrons e prótons. Para os elementos mais leves esta relação é aproximadamente 1 : 1; para pesos atômicos maiores, o número de nêutrons excede o número de prótons. Peso Atômico e Peso Molecular O peso atômico de um átomo é definido como a massa do átomo neutro em relação à massa de um átomo neutro de carbono (12C), numa escala onde o peso atômico do (12C) é arbitrariamente considerado precisamente como sendo 12. Na forma simbólica, m(AZ) será a massa do átomo neutro representado por AZ e m(12C ) será a massa do 12C neutro. Assim, o peso atômico de AZ , M(AZ)), é dado por: Os elementos encontrados na natureza consistem de certo número de isótopos. O peso atômico do elemento é definido como o peso atômico médio da mistura. Portanto, se wi é a abundância isotópica em percentagem em um átomo do iésimo isótopo de peso atômico Mi , o peso atômico do elemento será: A massa total de uma molécula em relação à massa do átomo neutro do 12C é chamada de peso molecular. Esta consiste meramente da soma dos pesos atômicos dos átomos constituintes. Os pesos atômicos e moleculares são números adimensionais, sendo apenas a razão das massas dos átomos ou moléculas. Ao contrário, o peso atômico grama e o peso molecular grama são definidos como a quantidade de uma substância que possui massa, em gramas, igual ao peso atômico ou molecular da substância. Esta quantidade de material também é chamada de mole. Portanto, um peso atômico grama de um mole de 12C é exatamente 12 g deste isótopo. ÁTOMO-GRAMA Peso atômico tomado em gramas Exemplo: Alumínio Peso atômico do alumínio = 26,9815 u.m.a, portanto Átomo-grama do alumínio = 26,9815 g MOLÉCULA-GRAMA (MOL) Peso da molécula tomado em gramas Exemplo: Água Peso molecular da água = 18,015 u.m.a, portanto Molécula-grama da água = 18,015 g NÚMERO DE AVOGADRO (NA) NA = 6,022x1023 átomos/ átomo grama ou (moléculas /Mol) 26 Definições Básicaspara a Estrutura Atômica Massa atômica: ma Massa de uma partícula atômica ou molécula é expressada em unidade de massa atômica uma 1 uma 1/12 da massa do átomo de carbono-12 931,5 MeV/𝑐2 ma < soma das massas das partículas constituintes: energia intrínseca associada com a ligação da partícula (nucleons) no núcleo 27 Definições Básicas para a Estrutura Atômica Molecular - mol Para um composto molecular, existe NA moléculas por mol do composto NA = 6,022x1023 mol−1 A massa de um mol será a soma do número de massa atômica dos átomos constituintes na molécula Por exemplo: 1 mol de água (H2O) é 18 g de água 1 mol de CO2 é 44 g de dióxido de carbono 28 Número de Avogadro m =12 g = 0,012 kg 29 Número de Avogadro = kg = kg = kg 30 Equivalente de Energia da Matéria Nuclear 1 u.m.a = ? kg = kg = kg 31 Energia de Ligação de um Núcleo 6 p + 6 n m = 12,09894 u.m.a Defeito de Massa . 32 A massa atômica do trício é de 3,017005 amu. Quanta energia em milhões de elétronvolt é necessária para dissociar o trício em suas partes componentes? NÚMERO DE ÁTOMOS (N) DE UMA DETERMINADA MASSA (m) MASSA DE UMA MOLÉCULA - soma das massas dos seus átomos: Exemplo, H2O: M(H2O) = 2 M (Hidrogênio) + 1 M (Oxigênio) = 2 x 1,00797 + 15,9994 = 18,01534 u.m.a Número de Átomos (n) O número de átomos ou moléculas (n) numa massa (m) de um material puro possuindo peso atômico ou molecular (M) é facilmente calculado pela seguinte equação usando o número de Avogadro (NAv = 6,022×1023 átomos ou moléculas por mole-grama): A atividade em função do tempo é dada por: 35 A atividade inicial de uma fonte de 137Cs (T1/2 = 30 anos) é de 2,22x1012 Bq. A massa de átomos radioativos existentes após uma meia vida será: a) 0,345 g b) 0,478 g c) 0,239 g d) 0,166 g e) 0,690 g A = A0 .e-.t = A0 x 0,5 = 1,11x1012 Bq A = . m . NAv / M = 0,693/T1/2 = 0,693 / 30 x 365 x 24 x 60 x 60 = 0,693 /9,4608x108s = 7,325x10-10s-1 m = (A . M) / ( . NAv) = (1,11x1012. 137) / 7,325x10-10x6,02x1023 = 1,523x1014/ 4,5x1014 = 0,345 g = 345 g 36 NUCLÍDEO é o átomo caracterizado pelo Número Atômico (Z), pelo Número de Massa (A) e pelo seu Estado Energético (m). Representação: Exemplos: , 37 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Classificações Isótopos de um elemento Átomos com mesmo Z, porem diferente número de nêutrons (e A) Por exemplo: ‘Nuclídeo’ está relacionado com uma espécie atômica, definido por sua composição de prótons, nêutrons, e estado de energia ‘Isótopo’ relacionado com várias formas atômicas de um mesmo elemento químico . ISÓTOPOS - mesmo número atômico (Z) e diferente número de massa (A). 38 Isótopos -Elementos com mesmo Z -Mesmo elemento -Mesmas propriedades físico-químicas -Número de nêutrons diferente -Massa atômica diferente -Mesma carga nuclear Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Classificações Isóbaros Tem em comum o número de massa atômica A Por exemplo, 60Co e 60Ni ISÓBAROS – mesmo número de massa (A) e diferente número atômico (Z) 40 Isóbaros -Mesmo A -Diferente Z -Não são o mesmo elemento -Apresentam comportamentos físico-químicos distintos Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Classificações Isótono Tem em comum o número de nêutrons Por exemplo: (trício) e ISÓTONOS – mesmo número de nêutrons (N = A - Z) 42 Isótonos - Mesmo número de nêutrons - Diferente Z - Diferente A - Propriedades físico-químicas distintas - Elementos diferentes Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Classificações Isômero – estado metaestável Estado nuclear excitado que existe ao mesmo tempo Por exemplo, 99mTc é um estado isomérico do 99Tc ISÔMEROS – mesmo número atômico (Z), mesmo número de massa (A), diferente conteúdo energético no núcleo. Aquele que possui maior energia é simbolizado por m meta-estável). 44 Isômeros -Mesmo elemento -Mesmo Z, A e N -Mesmas propriedades físico-químicas -Diferentes estados energéticos do núcleo (estados excitados) Simbologia A letra “m” significa metaestável Sistema Periódico de acordo com Mendelejev H He Li Be B C N O F Ne Na Mg Al Si P S Cl Ar K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe Cs Ba * Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn Fr Ra ** Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg 112 114 * La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu ** Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr 46 Carta de Nuclídeos isótopos igual Z isóbaros igual A isômeros igual A e Z 47 Energia de Ligação O TODO NÃO É IGUAL À SOMA DAS PARTES!!! 48 Energia de Ligação Corrigida mH é a massa do átomo de hidrogênio. Correção leva em conta todos os elétrons do átomo Correção é muito pequena Não esquecer do termo “c2” 49 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Energia de Ligação Nuclear EB/A (Energia de ligação por nucleon) Varia com A ~8 MeV/nucleon Aumenta rapidamente para pequeno A Largura máxima ~ 8,7 MeV/nucleon A ≈ 60 Diminuição gradual para grande A Valores maiores implicam em átomos mais estáveis Núcleo mais estável tem A ≈ 60 Fe, Co, Ni 50 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Fissão e Fusão Nuclear EB/A vs A a curva sugere 2 métodos para a conversão de massa em energia: 1)Fusão para núcleos com pequeno A Cria um núcleo com mais massa Libera energia Atualmente, a fusão controlada para produção de energia não é uma forma de sucesso para a geração de energia Continua ativa no campo de pesquisa 2)Fissão para núcleos com grande A Bombardeamento de elementos com massa grande (por exemplo 235U) por nêutron térmico criará 2 núcleos mais estáveis com menos massa Processo transforma parte da massa em energia cinética Fissão em reatores é o mecanismo importante de produção de energia elétrica 51 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Choque de 2 partículas é classificado em 3 categorias: 1) Elástico Produtos após idêntico ao produto antes do choque m3 = m1 e m4 = m2 Energia cinética total e momento antes e após o choque são iguais 2)Inelástico – Projetil espalhado Produto após idêntico ao produto antes do choque Projetil incidente transfere parte de sua EK para o alvo como EK + energia de excitação intrínseca E* 52 Definições Básicas para a Estrutura Nuclear Choque de 2 partículas é classificado em 3 categorias: 3) Reação Nuclear 2 produtos m3 + m4, com novo Z Grandeza física que deve ser conservada carga momento linear massa - energia soma dos Z e soma dos A 53 Estrutura Atômica Os elétrons estão agrupados em camadas Transferem energia Excitação e ionização Lacunas na camada Unidade de energia: joule (J) elétron volt (eV) 1 eV = 1,610-19 J elétron próton nêutron 73Li excitação ionização K L M 54 ESTABILIDADE NUCLEAR X 10 ESTÁVEIS – nuclídeos que permanecem em seu estado fundamental indefinidamente. INSTÁVEIS ou RADIOATIVOS – nuclídeos que podem sofrer um processo de DESINTEGRAÇÃO emitindo RADIAÇÃO. 55 Classificação da Radiação Ionizante Radiação ionizante carrega energia suficiente por quantum capaz de remover um elétron de um átomo ou molécula Causa íons reativos e potencialmente danosos no ambiente do meio irradiado Pode ser categorizadas em dois tipos: Radiação diretamente ionizante Radiação indiretamente ionizante Ambas podem atravessar o tecido humano 56 Radiação Ionizante Indiretamente Ionizante - Fótons Consiste de três categorias principais: Ultravioleta Raios X – emitido pelo elétron orbital ou elétrons acelerados Raios Gama – emitido pelo núcleo ou decaimento de partículas Diferença entre raios X e gama está baseada na origem da radiação.57 Radiação Ionizante Indiretamente Ionizante - Fótons A origem destes fótons se enquadra em 4 categorias: Raios X característicos (fluorescência) Raios X de frenamento (Bremsstrahlung) Transições nucleares Aniquilação 58 Raios X Característicos Elétrons orbitais são posicionados em estados de energia mínima do átomo Um processo de ionização ou excitação leva a uma abertura de lacuna Uma transição de um elétron da camada externa preenche a lacuna (da ordem de nseg) 59 Raios X Característicos A energia liberada pode ser apresentada na forma de: Fóton característico (fluorescência) Energia = energia de ligação do estado inicial menos a energia de ligação do estado final Energia do fóton é característica do átomo Transferida para elétron orbital que: Emitido com energia cinética = energia de transição menos energia de ligação Denominado elétron Auger 60 Estrutura Atômica Lacuna preenchida Fóton de raios X EK = BK – BL Elétron Auger EKLL = BK – BL – BL Baixo Z prevalece a emissão Auger Alto Z prevalece a emissão de raios X Estes processos competem entre si K L Raios X L K Elétron Auger 61 Radiação de Frenamento (Bremsstrahlung) Tradução da palavra alemã – radiação de frenamento Partículas carregadas leves (β− & β+) tem sua velocidade reduzida através de interações com outras partículas presentes na matéria (por exemplo, núcleo atômico) A energia cinética cedida é convertida em radiação eletromagnética Espectro da energia de Bremsstrahlung Não discreto (isto é continuo) Varia desde zero até a energia cinética da partícula carregada inicial 62 Radiação Gama Reação nuclear ou decaimento nuclear espontâneo pode originar um núcleo produto (filho) no estado excitado. O núcleo pode por transição ir para um estado mais estável emitindo radiação gama A energia do fóton emitido é característica da transição de energia nuclear A energia da radiação gama tipicamente é > 100 keV e o comprimento de onda < 0,1 Å 63 Radiação de Aniquilação Pósitron resultante do: decaimento nuclear β+ fóton de alta energia interage com campo elétrico do núcleo ou elétron orbital Energia cinética do pósitron (EK) cedida no meio absorvedor pela interação coulombiana: Perda por colisão quando interage com os elétrons orbitais Perda por radiação (bremsstrahlung) quando interage com o núcleo Colisão final (após a perda de toda EK) com elétron orbital (devido a atração coulombiana) denominada aniquilação do pósitron. 64 Radiação de Aniquilação Durante a aniquilação: o pósitron e o elétron desaparece substituído por dois fótons de aniquilação opostamente direcionados cada um possui energia = 0,511 MeV leis da conservação obedecem: Carga elétrica, momento linear, momento angular, energia total Aniquilação em voo a aniquilação pode ocorrer enquanto o pósitron ainda tem energia cinética Emitido dois fótons Energia não idêntica Não necessariamente se movem em 1800 65 Ondas ou Partículas? Max Planck propôs que a energia eletromagnética é emitida e absorvida na forma de pacotes discretos. A energia transportada por estes pacotes (que é um fóton) é proporcional à frequência da radiação. h = 6,626 × 10−34J é a constante de Planck 66 Ondas ou Partículas? A frequência e o comprimento de onda da radiação eletromagnética esta relacionada com a sua velocidade de propagação no vácuo c por c = .. Se a radiação está atravessando por outro meio qualquer, sua velocidade será calculada por: n é o índice de refração do meio. O índice de refração da maior parte dos materiais possui uma dependência não linear com a frequência da radiação. 67 Ondas ou Partículas? De Broglie em 1920 introduziu a ideia que as vezes as partículas (tais como elétrons) comportam-se como ondas. Ele propôs que poderíamos associar um comprimento de onda de qualquer partícula com momento p pela relação: 68 Ondas ou Partículas? Para uma partícula com movimento próximo à velocidade da luz (a chamada partícula relativística) e massa de repouso m0 (massa da partícula quando esta não está em movimento), a equação anterior pode ser escrita como: Para partículas em movimento mais lento com v <<c, a relação de De Broglie reduz-se a: 69 Ondas ou Partículas? Exemplo: Compare o comprimento de onda De Broglie de um próton e de uma partícula alfa movendo-se com a mesma velocidade. Supor a velocidade como sendo muito menor que a velocidade da luz. Considerar a massa da partícula alfa como sendo 4 vezes a massa do próton. 70 Ondas ou Partículas? Solução: Desde que a velocidade é muito menor que a velocidade da luz, podemos usar a equação da aproximação, que para um próton e uma partícula alfa é: Uma partícula alfa inclui dois prótons e dois nêutrons. Desde que a massa de um próton é aproximadamente igual a massa de um nêutron, podemos usar a aproximação mα ≈ 4mp na equação, que proporcionará: 71 Modelo Atômico de Bohr O espectro do hidrogênio consiste em várias séries bem definidas de linhas cujos comprimentos de onda foram descritos empiricamente por físicos pela equação: R é uma constante (denominada em homenagem ao cientista sueco Johannes Rydberg) cujo valor numérico é 1,097×10−2 1/nm, n1 é qualquer número inteiro igual ou maior que 1, e n2 é um número inteiro igual ou maior que n1 + 1. A série de Lyman, que se encontra na região ultravioleta, é a série em que n1 = 1 e n2 = 2, 3, 4,. . . . Calcule a frequência, o comprimento de onda e a energia (em elétronvolt) da segunda e terceira linhas da série de Lyman. Comprimento de onda da terceira linha: Radiação Grandezas e Unidades Exposição: X - habilidade dos fótons ionizar o ar Kerma: K (acronismo para Kinetic Energy Released in MAtter) Energia transferida para partículas carregadas por unidade de massa do absorvedor Definida para radiação indiretamente ionizante Dose (também relacionada como dose absorvida): Energia absorvida por unidade de massa do meio 75 Radiação Grandezas e Unidades Dose equivalente: 𝐻T Dose multiplicada pelo fator de ponderação da radiação wR quando diferentes tipos de radiação estão presentes, HT é a soma de todas as contribuições ponderadas individuais Dose efetiva: E 𝐻𝑇 multiplicada pelo fator de ponderação para o tecido wT Atividade: A número de decaimentos nucleares por unidade de tempo unidade no SI, bequerel (Bq), corresponde a um decaimento por segundo 76 Radiação Grandezas e Unidades 77 Transições Atômicas e Nucleares Atômicas Excitação eletrônica; Decaimento (espontâneo ou forçado) 2) Nucleares Decaimento alfa (emissão de partícula-) Decaimento beta (emissão de partícula-e+ ou e-) Conversão eletrônica ou interna (efeito multipolo do núcleo); Captura eletrônica O Que É Radioatividade Reações de desintegração nuclear (decaimento); Fornecem informações sobre a estrutura do núcleo Está ligada às mudanças de configuração energética dos nucleons; Pode ser natural ou provocada em aceleradores de partículas ou em reatores nucleares; A instabilidade é provocada por combinações desfavoráveis entre os números de prótons e nêutrons; A estabilidade é alcançada pela emissão de partículas (massa => energia) Produção de Radionuclídeos (Ativação Nuclear) Ativação Nuclear Bombardeamento de nuclídeos estáveis com uma partícula de energia adequada ou com fótons de alta energia para induzir uma transformação nuclear Nêutrons em reatores nucleares para a ativação com nêutrons Prótons em cíclotrons ou sincrotron para ativação com prótons Raios X de alta energia em aceleradores lineares para a fotoativação nuclear 80 Produção de Radionuclídeos (Ativação Nuclear) Ativação com Nêutron importante na produção de radionuclídeos usados para: Feixes externos Braquiterapia Medicina nuclearAtivação com prótons importante na produção de emissores positrônicos usados em: Tomografia por emissão de pósitrons (PET) Fotoativação nuclear importante desde o ponto de vista da proteção radiológica Componentes dos equipamentos que operam em alta energia ficam ativados Oferece um risco potencial aos trabalhadores que fazem uso destes equipamentos 81 Modos de Decaimento Radioativo Os nucleons estão ligados juntos para formar o núcleo pela força nuclear forte Pelo menos duas ordens de grandeza maiores que a força repulsiva de Coulomb próton-próton Alcance extremamente curto (poucos femtometros) Deve existir um equilíbrio delicado entre o número de prótons e o número de nêutrons para unir os nucleons em um núcleo estável Configurações para formar núcleos estáveis Para núcleo com baixo A Z = N Para A ≥ 40 N > Z (a fim de superar a repulsão de Coulomb próton-próton) 82 Modos de Decaimento Radioativo Se não existe um equilíbrio ótimo próton-nêutron: Núcleo é instável (radioativo) Núcleo decai com uma constante de decaimento específica λ para uma configuração mais estável que pode também ser instável e sofrer novo decaimento, formando uma cadeia de decaimento que eventualmente termina com um nuclídeo estável. 83 Modos de Decaimento Radioativo Decaimento radioativo é o processo pelo qual núcleos instáveis (radioativos) alcançam uma configuração mais estável Processo de decaimento radioativo Decaimento alfa (α) Decaimento Beta Beta menos (β-) Beta mais (β+) Captura de elétrons Decaimento Gama (γ) Decaimento gama puro Conversão interna Fissão espontânea 84 Modos de Decaimento Radioativo Nuclídeos rico em nêutrons possuem excesso de número de nêutrons Nuclídeos rico em prótons possuem excesso de número de prótons Decaimentos: Ausência leve no balanço entre Próton–nêutron: Próton em um nêutron no decaimento β+ Nêutron em um próton no decaimento β– Ausência grande no balanço entre próton–nêutron: partícula α no decaimento α OU prótons no decaimento por emissão de prótons Nêutrons no decaimento por emissão de nêutrons Nuclídeos com A muito grande (A > 230) Fissão espontânea competindo com o decaimento α 85 Modos de Decaimento Radioativo Núcleos excitados decaem para o estado fundamental via decaimento γ A maior parte ocorre imediatamente após a produção do estado excitado por um decaimento α ou β Alguns são regulados por decaimentos atrasados pela sua própria constante de decaimento Relacionado com o estado metaestável (por exemplo, 99mTc) 86 Modos de Decaimento Radioativo Transformações nucleares normalmente são acompanhadas pela emissão de partículas energéticas (partículas carregadas, partículas neutras, fótons, neutrinos) Decaimento Radioativo Partícula Emitida Decaimento alfa Partícula α Decaimento beta mais Partícula β+ (pósitron), neutrino Decaimento beta menos Partícula β− (elétron), antineutrino Captura de elétron Neutrino Decaimento gama puro Fóton Conversão interna Elétron orbital Fissão espontânea Produto de fissão, nêutrons, núcleo pesado Decaimento por emissão de nêutron Nêutron Decaimento por emissão de próton Próton 87 Modos de Decaimento Radioativo Em cada transformação nuclear uma variedade de grandezas físicas deve ser conservada A mais importante grandeza física a ser conservada é: Energia Total Momento Carga Número Atômico Número de Massa Atômica (número de nucleons) 88 Modos de Decaimento Radioativo Energia total das partículas liberadas pelo processo de transformação é igual à diminuição líquida na energia de repouso do átomo neutro, do pai P para o filho D Energia de decaimento (valor Q) é dada como: M(P), M(D), e m são as massas nucleares em repouso do pai, do filho e partículas emitidas, respectivamente (em unidades de massa atômica unificada u) Decaimento radioativo energeticamente possível se Q > 0, portanto Processo de decaimento radioativo espontâneo é exergônico ou exotérmico Energia equivalente de Q é compartilhada como Ek entre a partícula emitida e o produto filho Normalmente M(D) >> m Ek do filho normalmente é desprezivelmente pequena 89 Decaimento Alfa Nesses casos pode ocorrer a emissão pelo núcleo de partículas constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons (núcleo de 4He), que permite o descarte de 2 cargas elétricas positivas (2 prótons) e 2 nêutrons, num total de 4 nucleons. Decaimento Alfa Decaimento alfa é uma transformação nuclear onde: Partículas energéticas alfa (), é emitido um núcleo de 4He (4He2+) Número Atômico Z do pai diminui de 2 Número de massa atômica A do pai diminui de 4 Alfa de ocorrência naturalmente EK : 4-9 MeV Alcance no ar: 1 – 10 cm Alcance no tecido: 10 – 100 µm Exemplos: 91 Decaimento Alfa 92 Decaimento Alfa Núcleo pesado com “A” maior ou da ordem de 150; Núcleo do hélio (2 prótons e 2 nêutrons) Vencer a barreira Coulombiana (tunelamento); Importante na determinação das massas nucleares de núcleos-filhos; Estimativa do raio dos núcleos-pai Simbologia: Energia Cinética da Partícula Alfa Fator “Q”: diferença entre as energias antes e depois do decaimento (tanto do núcleo residual quanto da partícula emitida) Q>0: liberação de energia (decaimento espontâneo) Q<0: energia convertida em massa (decaimento forçado) Q=0: conservação total da energia (espalhamento elástico) “A” é a massa atômica do núcleo-pai Energia da radiação α Decaimento Beta Decaimento Beta Partícula com carga elétrica (positiva ou negativa) emitida pelo núcleo; Massa igual a 1/1837 da massa do próton; Partícula beta-negativa tem o mesmo comportamento e as mesmas características dos elétrons; Partícula beta-positiva é chamada de pósitron (anti-partícula do elétron); Não há elétrons no interior dos núcleos, o decaimento beta-negativo é explicado devido ao decaimento individual do nêutron Decaimento Beta Menos Decaimento beta menos (β−): Núcleo pai P rico em nêutrons Nêutron transforma em próton: Ejeta um e− e um antineutrino, que compartilham a energia disponível ZD = ZP + 1 AD = AP Filho D é um isóbaro do pai P Exemplo de decaimento β− : 98 Decaimento Beta Emissão beta-menos ocorre preferencialmente quando a razão entre o número de nêutrons e o número de prótons é elevada; Simbologia: Decaimento Beta Mais Decaimento beta mais (β+): Núcleo pai P rico em prótons Próton transforma em nêutron: Ejeta um e+ e um neutrino, que compartilham a energia disponível ZD = ZP - 1 AD = AP Filho D é um isóbaro do pai P 100 Decaimento Beta-Mais Deve haver pelo menos 1,022 MeV de energia disponível no núcleo; Formação de pósitrons por conversão de prótons Simbologia: Decaimento Beta Mais Radionuclídeos sofrendo decaimento β+ frequentemente podem ser denominados emissores de pósitron Usados em medicina para formação de imagem em PET Traçador mais comum usado em PET – Fluordeoxiglicose (FDG) marcado com 18F Exemplo de decaimento β+: 102 Decaimento Beta Mais Existe uma particularidade no decaimento beta-mais que não aparece no decaimento beta-menos. O decaimento é sempre acompanhado por radiação de aniquilação (dois fótons gama de mesma energia, emitidos na mesma direção, mas em sentidos opostos, isto é, contrapropagantes). Isto se dá porque os pósitrons emitidos invariavelmente interagem com os elétrons da eletrosfera produzindo uma reação de aniquilação matéria-antimatéria, onde as massas desaparecem originando os fótons gama. A energia de cada um dos fótons gama emitidos na aniquilação é muito bem definida e vale 0,511 MeV, que é equivalente à energia da massa de repouso do elétron ou do pósitron. 103 Energia dos Decaimentos Beta Decaimento beta-menos: Decaimento beta-mais:O termo “2me” é devido à aniquilação pósitron-elétron que sucede o decaimento beta-mais. Distribuição de energia na emissão β A energia da transição é bem definida, mas como ela é repartida entre elétron e o neutrino, a energia da radiação beta detectada terá um valor variando de 0 até um valor máximo, denominado de Emax. Emissão de mais de uma radiação beta em um decaimento Para alguns nuclídeos é possível ocorrer a transição beta diretamente para o estado fundamental do núcleo-filho. São os denominados emissores beta puros. Na maioria dos casos, a transição beta gera o núcleo-filho em estado excitado e o estado fundamental é atingido por meio de transições gama. Emissores β puros Captura Eletrônica, EC Compete com o decaimento beta-mais Núcleo pesado captura elétron de camadas internas Favorável quando a relação próton/nêutron é baixa Não há energia suficiente para decaimento beta-mais (1,022 MeV) Captura Eletrônica, EC Captura eletrônico é uma transformação nuclear onde: Núcleo captura um elétron atômico orbital (normalmente camada K) ZD = ZP - 1 AD = AP Filho D isóbaro do pai P Exemplo de captura de e− 125Te* está no estado excitado do 125Te Decai para o estado fundamental do 125Te por decaimento gama e conversão interna 109 Captura Eletrônica, EC Para núcleos de número atômico elevado, este tipo de transformação é bastante provável e compete com o processo de emissão β+. Nesse caso não ocorre emissão de radiação nuclear, exceto a do neutrino. No entanto, a captura do elétron da camada interna da eletrosfera, cria uma vacância que, ao ser preenchida, provoca a emissão de raios X característicos. 110 Decaimento Gama e Conversão Interna α, β−, β+ e captura de elétrons, pode produzir núcleo filho (D) num estado excitado Quantidade total de energia de decaimento disponível porém não gasta Alcança o estado fundamental por (desexcitação): Emitindo a energia de excitação como um ou mais raios gama Conversão interna Transfere a energia de excitação para o elétron do orbital atômico (normalmente camada K) Lacuna na camada preenchida por um elétron de um orbital superior Resultando e raios X característico e/ ou elétron Auger 111 Decaimento Gama e Conversão Interna Na maioria dos decaimentos α e β a desexcitação é instantânea Portanto, associamos a radiação gama como se fosse produzida pelo núcleo pai Por exemplo, radiação gama do 60Co Algumas vezes o núcleo filho D desexcita com um tempo de atraso Estado excitado do núcleo filho D é associado como um estado metaestável Desexcitação é denominada transição isomérica Por exemplo, 99mTc 112 Decaimento Gama Radiação eletromagnética; Transições do núcleo; Sem transmutação; Depende da diferença de energia entre os estados final e inicial; Depende da massa atômica; Depende das mudanças de orientação de spins; Radiação gama e raios X de mesma energia são indistinguíveis; Diferença entre radiação gama e raios X está no processo de geração Decaimento Gama e Conversão Interna Decaimento gama = estado excitado de Exemplo: Onde Eγ1=1,17 MeV e Eγ2=1,33MeV 114 Decaimento Gama e Conversão Interna Quando um núcleo decai por emissão de radiação alfa ou beta, geralmente o núcleo residual tem seus nucleons fora da configuração de equilíbrio, ou seja, estão alocados em estados excitados. Assim para atingir o estado fundamental, emitem a energia excedente sob a forma de radiação eletromagnética, denominada radiação gama 115 Características da emissão gama A energia da radiação gama é bem definida e depende somente dos valores inicial e final de energia dos orbitais envolvidos na transição, ou seja: onde h é a constante de Planck (6,6252.10-34 J.s) e é a frequência da radiação. Assim, por exemplo, as energias das radiações gama emitidas pelo 60Ni, formado pelo decaimento beta do 60Co, são: 116 Energias das radiações γ 117 Esquema de Decaimento Decaimento Gama e Conversão Interna Conversão interna = estado ionizado de Exemplo: Ou (conversão interna 93%) 119 INTERAÇÕES EM PROCESSOS DE DECAIMENTO Raios X característico (fluorescência) e elétron Auger Grande número de radionuclídeos empregado em medicina nuclear (por exemplo, 99mTc, 123I, 201Tl, 64Cu) decai por captura de elétrons e/ ou conversão interna Ambos os processos deixam o átomo com uma lacuna numa camada atômica mais interna, geralmente a camada K Lacuna da camada mais interna é ocupada por um elétron da camada atômica de nível mais elevado A diferença de energia de ligação entre as duas camadas é emitida como raios X característico (fóton de fluorescência) ou transferida para o elétron orbital da camada mais elevada Então é emitido um elétron Auger do átomo com EK igual a energia transferida menos a energia de ligação do elétron Auger emitido 120 Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica Existem alguns outros processos de emissão de radiação que são menos frequentes que aqueles mencionados anteriormente, mas que podem ocorrer como processos competitivos. São eles: emissão de elétrons-Auger e emissão de elétrons por conversão interna. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica A emissão de elétrons-Auger ocorre quando uma vacância é criada nas camadas eletrônicas, por exemplo, através de um processo de captura de elétrons. Normalmente, esta vacância será preenchida por um dos outros elétrons localizados nas camadas mais externas do átomo, dando origem à emissão de Raios X característicos. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica Entretanto, em alguns casos específicos, a energia disponível no átomo, devido ao surgimento da vacância, pode ser transferida diretamente a um dos outros elétrons, o qual será ejetado do átomo. Este elétron ejetado é denominado de elétron-Auger. No caso da vacância ocorrer na camada K e o elétron-Auger ser originário da camada L, sua energia será dada por: Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica O processo de conversão interna pode ocorrer como alternativa à emissão de radiação gama no processo de desexcitação nuclear. Neste processo, a energia disponível no interior do núcleo é transferida diretamente a um dos elétrons orbitais, o qual é ejetado do átomo. Este elétron é denominado de elétron de conversão interna. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica Este processo é mais provável de ocorrer com os elétrons da camada K, por estarem mais próximos do núcleo. A energia do elétron de conversão interna será igual à energia disponível na transição do núcleo menos a energia de ligação do elétron. Como este processo pode competir com a emissão de radiação gama, a energia disponível corresponde à energia do raio gama que seria emitido. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica De forma similar aos raios gama, os elétrons de conversão interna possuem energias muito bem definidas e discretas, ao contrário do espectro de emissão beta. Após o elétron de conversão interna ser emitido, haverá uma vacância na órbita eletrônica correspondente, em consequência, haverá emissão também de Raios X ou de elétrons-Auger para desexcitar o núcleo. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica Normalmente, o tempo de permanência do núcleo em um estado excitado é da ordem de micro-segundos (µs) ou menos. Porém, em alguns casos particulares, o núcleo pode permanecer no estado excitado durante um tempo relativamente longo, da ordem de alguns segundos, horas ou até mesmo dias. O núcleo neste estado pode ser identificado separadamente e é denominado isômero ou que se encontra em um estado isomérico. Elétrons-Auger, Conversão interna e transição isomérica A transição de um estado isomérico para o estado fundamental é chamada transição isomérica ou decaimento isomérico.Em geral a transição se dá via emissão de fótons gama. RADIAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DE RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Radiação de freamento (Bremsstrahlung) Quando partículas carregadas, principalmente elétrons, interagem com o campo elétrico de núcleos de número atômico elevado ou com a eletrosfera, elas reduzem a energia cinética, mudam de direção e emitem a diferença de energia sob a forma de ondas eletromagnéticas, denominadas de raios X de freamento ou bremsstrahlung. A energia dos raios X de freamento depende fundamentalmente da energia da partícula incidente. Os raios X gerados para uso médico e industrial não passam dos 500 keV, embora possam ser obtidos em laboratório raios X até com centenas de MeV. Como o processo depende da energia e da intensidade de interação da partícula incidente com o núcleo e de seu ângulo de saída, a energia da radiação produzida pode variar de zero a um valor máximo, com espectro contínuo em energia. RADIAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DE RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Radiação de freamento (Bremsstrahlung) Quando partículas carregadas, principalmente elétrons, interagem com o campo elétrico de núcleos de número atômico elevado ou com a eletrosfera, elas reduzem a energia cinética, mudam de direção e emitem a diferença de energia sob a forma de ondas eletromagnéticas, denominadas de raios X de freamento ou bremsstrahlung. A energia dos raios X de freamento depende fundamentalmente da energia da partícula incidente. Os raios X gerados para uso médico e industrial não passam dos 500 keV, embora possam ser obtidos em laboratório raios X até com centenas de MeV. RADIAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DE RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Radiação de freamento (Bremsstrahlung) Como o processo depende da energia e da intensidade de interação da partícula incidente com o núcleo e de seu ângulo de saída, a energia da radiação produzida pode variar de zero a um valor máximo, com espectro contínuo em energia. RADIAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DE RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Produção de pares Quando fótons de energia superior a 1,022 MeV passam perto de núcleos de elevado número atômico, ao interagir com o forte campo elétrico nuclear, a radiação desaparece e dá origem a um par elétron-pósitron (2mec2 = 1,022 MeV), por meio da reação: A energia cinética do elétron e do próton criados é igual à energia do fóton incidente menos 1,022 MeV necessários para a criação das partículas. A distribuição dessa energia entre as duas partículas não tem predominância, variando de 20 a 80% da energia disponível. O espectro de distribuição de energia das partículas formadas é, portanto, contínuo, variando entre essas duas faixas. RADIAÇÃO PRODUZIDA PELA INTERAÇÃO DE RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Radiação de aniquilação Quando um pósitron, após perder sua energia cinética, interage com um elétron, a matéria é toda transformada em energia, sendo emitidos dois fótons, em sentidos opostos, com energia de 0,511 MeV (2 0,511 MeV= 2mec2). Seu espectro de distribuição de energia é, portanto, discreto. Essa radiação é também denominada de radiação gama, embora não seja de origem nuclear. Emissão de Nêutrons Emissão de Nêutrons Produto de fissão ou reações nucleares; Meia-vida muito curta; Potencialmente danosos; Núcleos pesados são fissionados formando dois elementos mais leves com a liberação de nêutrons Resumo dos Modos de Decaimento Radioativo Modo de Decaimento Símbolo Fonte Comum Alteração em Z Alteração em N Alteração em A Alfa Núcleo Pesado -2 -2 -4 Beta - Excesso de Nêutrons +1 -1 0 Gama Excesso de Energia 0 0 0 Transição Isomérica IT Excesso de Energia 0 0 0 Pósitron + Excesso de Prótons -1 +1 0 Raios X* X Tubos de Raios X Conversão Interna e- Excesso de Energia 0 0 0 Captura de Elétron Excesso de Prótons -1 +1 0 Nêutron* n Excesso de Nêutrons 0 -1 -1 Fonte de Nêutrons, Reatores Nucleares * Estas emissões são mais frequentemente associadas com outras fontes que com o decaimento radioativo Características das radiações em função de sua origem Características das radiações em função de sua origem Características das radiações em função de sua origem Lei do Decaimento Radioativo Números de núcleos é grande (número de Avogadro 6,022x1023 núcleos/mol); Probabilidade de decaimento igual para todos os núcleos; Condições iniciais: N(t) é o número de núcleos que não decaíram até o instante de tempo “t”; No intervalo de tempo entre t e t + dt o número de decaimentos é –dN (o sinal negativo indica decréscimo); dN(t) deve ser uma função linear de N e t é chamada de constante de desintegração representa a probabilidade de decaimento por unidade de tempo Lei do Decaimento Radioativo A probabilidade de um núcleo decair, por unidade de tempo, é chamada constante de decaimento radioativo (λ) . A constante de decaimento radioativo: a) É a mesma para todos os núcleos de um determinado tipo b) É constante e não depende do número de núcleos presentes c) Independe do tempo 142 Decaimento do Pai radioativo em um Filho estável ou instável Decaimento do pai radioativo P em um filho estável D, com uma constante de decaimento λP: Taxa de redução do número de núcleos do pai radioativo, NP(t), é igual à atividade AP(t) no tempo t: Equação diferencial fundamental para NP(t) pode ser reescrita na forma integral: NP(0) é o número inicial de núcleos do pai no tempo t = 0 143 Decaimento do Pai radioativo em um Filho estável ou instável Número de núcleos do pai radioativo em função do tempo t, considerando que λP é constante: Atividade do pai radioativo AP(t) em função do tempo t: onde AP(0) é a atividade inicial no tempo t = 0 A lei do decaimento é aplicada para todos os nuclídeos radioativos independente do modo de decaimento 144 Atividade A atividade (A) corresponde ao número de desintegrações por unidade de tempo. O número de átomos decai exponencialmente com o tempo e o tempo necessário para que todos os átomos de uma amostra decaiam é infinito. Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível 145 Decaimento do Pai radioativo em um Filho estável ou instável Meia vida, (T1/2)P, do pai radioativo P é o tempo durante o qual o número de núcleos do pai radioativo decai de seu valor inicial, NP(0), no tempo t = 0 para a metade do valor inicial (AP(t) também diminui à metade de seu valor inicial) λP e (T1/2)P estão relacionados da seguinte maneira: 146 Meia vida (T1/2) É o tempo necessário para que metade dos átomos considerados decaiam, ou seja, o tempo necessário para que a atividade de uma amostra seja reduzida à metade. 147 Decaimento do Pai radioativo em um Filho estável ou instável Vida média P de um núcleo pai radioativo P é o tempo durante o qual o número NP de núcleo radioativo ou sua atividade AP diminui para 1/e = 0,368 (ou 36,8%) de NP(0) ou de AP(0), respectivamente: λP e (T1/2)P estão relacionados da seguinte maneira: 148 Vida média τ É o tempo necessário para que a atividade do radionuclídeo decaia de um fator 1/e E portanto: É a média ponderada dos tempos de vida de cada núcleo na amostra. 149 VIDA MÉDIA, A vida média também é uma constante que depende unicamente das características do nuclídeo que se desintegra. Decaimento do Pai radioativo em um Filho estável ou instável Atividade AP(t) desenhada em função do tempo t para um decaimento simples de um núcleo pai radioativo P para um filho estável ou instável D: Ilustra: Conceito de (T1/2)P Conceito de P Decaimento exponencial Área sob a curva de t = 0 a t = ∞ é igual a AP(t)x P Inclinação da tangente da curva de decaimento para t = 0 é λPxAP(0) Abscissa intercepta em t = P 151 Um núcleo radioativo pode sercaracterizado indistintamente por qualquer uma das quantidades: Constante de decaimento; Meia-Vida ou Vida Média Atividade Mede a intensidade da radioatividade, ou seja, a taxa de decaimento por unidade de tempo Unidades de Atividade Desintegrações (decaimentos) por segundo (dps) Bequerel (Bq) Curie (Ci) PREFIXOS DO SI Abreviaturas de potências de dez. Regras do SI - 101; 102; 103; com incremento de 3 temos: 106; 109; 1012. Prefixo Símbolo Potência Prefixo Símbolo Potência deci d 10-1 deca da 101 centi c 10-2 hecta h 102 mili m 10-3 kilo k 103 micro 10-6 mega M 106 nano n 10-9 giga G 109 pico p 10-12 tera T 1012 fento f 10-15 Peta P 1015 atto a 10-18 Exa E 1018 zepto z 10-21 Zetta Z 1021 yocto y 10-24 Yotta Y 1024 Lei do Decaimento Radioativo e Constante de Decaimento A unidade para a grandeza atividade adotada pelo SI é o Becquerel, Bq, que é igual a exatamente uma desintegração por segundo. Um Bq = 2,703X10-11Ci. Curie para Becquerel Becquerel para Curie 1 Ci = 37 kBq 1 mCi = 37 MBq 1 Ci = 37 GBq 103 Ci = 37 TBq 1 Bq = 2,7 x 10-11 Ci 1 kBq = 2,7 x 10-8 Ci 1 MBq =2,7 x 10-5 Ci = 27 Ci 1 GBq = 2,7 x 10-2 Ci = 27 mCi 1 TBq = 2,7 x 10 Ci = 27 Ci Um Curie (Ci) Um milicurie (mCi) Um microcurie (μCi) Um bequerel (Bq) Um megabecquerel (MBq) 10−3 Ci 10−6 Ci 27 × 10−12 Ci 27 × 10−6 Ci 1 × 103 mCi - 10−3 mCi 27 × 10−9 mCi 27 × 10−3 mCi 1 × 106 μCi 1 × 103 μCi - 27 × 10−6 μCi 27 μCi 37 × 109 Bq 37 × 106 Bq 37 × 103 Bq - 1 × 106 Bq 37 × 103 MBq 37 MBq 37 × 10−3 MBq 1 × 10−6 MBq - Atividade Específica Exemplo Calcule a atividade específica do cobalto-60. A meia vida do cobalto-60 é 5,27 anos. A atividade específica é alta para um radionuclídeo com massa atômica baixa e meia vida curta e uma pequena gota deste radionuclídeo pode representar um risco grave. Ao contrário, a atividade específica é baixa para radionuclídeos com massa atômica elevada e meia vida longa e uma pequena gota deste material apresenta muito pouco risco. Atividade Específica O becquerel, embora apresente uma noção de quanta atividade existe na amostra, não permite qualquer informação sobre a dimensão física do material. Portanto, o termo atividade específica (AE) é usado para fornecer a concentração de um radionuclídeo puro em termos de atividade por unidade de massa ou por unidade de volume. onde N = (6,023 x 1023 átomos/mole)/A (g/mole); N é o número de átomos, A é o peso atômico do isótopo. Atividade Específica A unidade de atividade específica é tanto o becquerel por quilograma como o becquerel por metro cúbico. Na prática, comumente é utilizado o becquerel por grama (Bq g-1), ou algumas vezes o becquerel por mililitro (Bq mL-1) quando se tratar de soluções. A atividade específica de um material pode ser um bom indicativo do risco relativo. Se um material possui uma atividade específica alta, uma pequena massa ou um pequeno volume pode ser bastante perigoso. Ao contrário, uma grande massa ou um grande volume de atividade específica baixa pode não apresentar um risco. Atividade Específica Uma maneira mais conveniente de calcular a AE pode ser obtida fazendo uso do fato que ocorrem 3,7x1010 transformações por segundo em 1 g de 226Ra. Portanto, a atividade específica do 226Ra é 3,7x1010 Bq por grama. A relação entre a atividade específica de qualquer isótopo e o 226Ra , AEi. Atividade Específica Uma vez conhecida a atividade específica do radionuclídeo é possível calcular o número de gramas existente numa certa fonte radioativa. Número de gramas = A atividade específica é a atividade por unidade de massa do radionuclídeo [Bq/g ou Ci/g]. onde M é o peso atômico. Esta expressão mostra que a atividade específica é independente da massa real e é um valor fixo para certo radionuclídeo. CADEIA DE DECAIMENTO E MEIA VIDA RELATIVA Derivação da Cadeia de Decaimento Simples A taxa de decaimento é uma propriedade nuclear independente da variação na temperatura, variação na pressão, forma química do isótopo, e estado físico da substância. Usando a equação de balanço básica, é estabelecida uma equação diferencial de primeira ordem para descrever N(t). Séries de Decaimento Radioativo Decaimento do pai radioativo P em filhos instáveis D que por sua vez decai em outros filhos G: Taxa de variação dNP/dt no número de núcleos filho D igual ao crescimento de novos núcleos filhos através do decaimento do pai P dada como λPNP(t) e a perda de núcleos filho D devido ao decaimento de D para G dada como −λDND(t) 163 Séries de Decaimento Radioativo Número de núcleos filho é, considerando que não existia núcleo filho D inicialmente, isto é, ND(0) = 0: Atividade do núcleo filho é: AD(t) = atividade do filho no tempo t = λDND(t) AP(0) = atividade inicial do pai no tempo t = 0 AP(t) = atividade do pai no tempo t = λPNP(t) 164 Séries de Decaimento Radioativo Atividade do filho AD(t) vs tempo Para o caso de AD(0) = 0 Atividade do filho inicialmente aumenta em função do tempo t Alcança um valor máximo num tempo característico t = (tmax)D Diminui até alcançar 0 em t = ∞ Atividades do pai e do filho em função do tempo 165 Equilíbrio entre a Atividade do Pai e do Filho Equilíbrio radioativo Ocorre na relação P → D → G A atividade do pai e do filho alcança uma relação constante após um certo tempo t Relação do comportamento de AD(t)/AP(t): 166 Meia Vida Relativa Quando se trabalha com cadeias de decaimento, é importante observar não somente os modos de decaimento mas também as meias vidas de cada uma das transformações. Isto deve-se porque as meias vidas relativas de cada um dos decaimentos pode levar a situações que possuem repercussões importantes em termos de radioproteção. Por exemplo, uma condição conhecida como equilíbrio secular pode levar a uma atividade total na amostra muito maior que aquela atividade do radionuclídeo pai original. As outras condições a serem discutidas serão o equilíbrio transitório e a condição onde não existe equilíbrio. Equilíbrio Secular Usando a carta de nuclídeos, observe a cadeia de decaimento principal do criptônio-90 e considere as meias vidas de cada um dos produtos de decaimento. Deverá observar que as meias vidas são as seguintes: Equilíbrio Secular Observe a meia vida do estrôncio-90. Ao comparar a transformação do criptônio-90 para o estrôncio-90 e a transformação do ítrio-90 para o zircônio-90, a transformação de estrôncio-90 para ítrio-90 é muito maior. Agora, se considerar o caso onde o estrôncio-90 puro decai para o ítrio-90, durante todo o tempo, a quantidade de ítrio-90 aumentará na amostra. Porém, como o ítrio-90 decai muito mais rápido que o estrôncio-90, ocorrerá um ponto onde a quantidade de estrôncio-90 sofrendo decaimento em qualquer momento será igual à quantidade de ítrio-90 sofrendo decaimento. Em outras palavras, a atividade do pai, estrôncio-90, será igual à atividade do produto de decaimento, ítrio-90. Quando isto ocorrer, o ítrio-90 estará em equilíbrio secular com o radionuclídeo pai, estrôncio-90. Equilíbrio Secular Em geral, o equilíbrio secular ocorre em cadeias de decaimento onde o nuclídeo pai possui uma meia vida muito maior que a do produto de decaimento. Em termos de tempo isto significa aproximadamente sete meias vidas do produto de decaimento para que a atividade do produto de decaimento seja a mesma do radionuclídeo pai, isto é, para alcançar o equilíbrio secular . Quando é alcançado o equilíbrio secular no caso do estrôncio-90 e ítrio-90, a atividade da amostra será duplicada devido ao decaimento simultâneo dos dois radionuclídeos. Equilíbrio Secular Em geral, a atividade total de uma amostra onde o equilíbrio secular ocorre n vezes é considerada como sendo (n + 1) vezes a atividade do radionuclídeo pai. Isto mostrado pela Equação: Atot = (n + 1) Apai onde Atot é a atividade total da amostra n é o número de vezes emque o equilíbrio secular ocorre na cadeia de decaimento Apai é a atividade inicial do pai. Decaimento Radioativo Composto Equilíbrio Secular 172 Equilíbrio Transitório Agora considere o caso onde a meia vida do produto de decaimento é um pouco menor que a do radionuclídeo pai. Obviamente, o produto de decaimento não pode existir se o nuclídeo pai não sofreu decaimento, assim se o nuclídeo pai inicialmente é apresentado puro a atividade do produto de decaimento partirá de zero. Quando o pai decai, o produto de decaimento iniciará seu decaimento numa taxa bem menor. Portanto, a atividade do produto de decaimento aumentará na amostra até alcançar um valor máximo. Após este ponto, o produto de decaimento decairá com a mesma vida do nuclídeo pai. Quando isto ocorre, o produto de decaimento estará decaindo na mesma taxa com a qual está sendo produzido e, portanto, foi alcançado o equilíbrio transitório. Equilíbrio Transitório O tempo após o qual o equilíbrio transitório ocorre entre as meias vidas relativas do nuclídeo pai e nuclídeo produto de decaimento (isto é, de T2/T1 ). Quanto mais curta for a meia vida relativa do produto de decaimento em relação a do pai, mais rapidamente é alcançado o equilíbrio transitório. Equilíbrio Transitório Novamente, o equilíbrio transitório é um conceito importante em termos de radioproteção, pois, a atividade total da amostra é bem maior que aquela do nuclídeo pai sozinha. Cadeia de decaimento conhecida como série de decaimento do tório. Nesta cadeia de decaimento, o chumbo-212 (T1/2 = 10,64 h) decai para o bismuto-212 (T1/2 = 1,009 h) que decai para o polônio-212 (T1/2 = 0,298 µs) e a partir dai para o chumbo-208 estável. Observe que o chumbo-212 e o bismuto-212 possuem meias vidas da mesma ordem de grandeza. Portanto, após um curto período de tempo, o chumbo-212 e o bismuto-212 alcançarão equilíbrio transitório. Cadeia Sem Nenhum Equilíbrio Se o nuclídeo pai possui uma meia vida muito mais curta que a meia vida do produto de decaimento, não será possível obter uma espécie de equilíbrio. Após várias meias vidas do nuclídeo pai não existirá mais atividade restante significativa para o nuclídeo pai e, portanto, o radionuclídeo existente será somente o produto de decaimento. Decaimento Radioativo Composto Cadeia Sem Nenhum Equilíbrio Pode ser visto que quando o nuclídeo pai decai a atividade do produto de decaimento aumenta até um máximo e então decai com sua própria taxa característica. Entremente, o pai decai sempre por causa de sua meia vida curta. Portanto, no caso de ausência de equilíbrio, a atividade total da amostra diminui continuamente. A atividade do produto de decaimento, após o decaimento do pai, depende da razão das meias vidas do pai e do produto de decaimento A2 = onde A1 é a atividade inicial do pai A2 é a atividade do produto de decaimento quando todo o pai já tenha decaído T1 é a meia vida do nuclídeo pai T2 é a meia vida do nuclídeo produto de decaimento 177 Situações de Meia Vida Relativa Situação Condição em que Ocorre Atividade Total na Amostra Tempo após a qual Ocorre Equilíbrio Secular T1 >> T2 Aumenta Aprox 7T2 Equilíbrio Transitório T1 > T2 Aumenta Depende de Ausência de Equilíbrio T1 < T2 Diminui Imediatamente Obs.: T1 = Atividade do Pai T2 = Atividade do Produto de Decaimento Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados As cadeias de decaimento de elementos pesados naturais consistem de quatro séries de radionuclídeos. A expressão (4n+b) descreve o número de massa de qualquer elemento nas séries. O numeral "4" deve-se porque durante uma transição alfa (α) existe uma variação no núcleo de 4 unidades de massa. Os valores de "b" (b = 0,1,2,3) indicam o número de nêutrons e / ou prótons partindo da série do tório (4n) onde n é um número inteiro. Assim, na série do tório o pai e cada um dos produtos filhos possuem um número de massa perfeitamente divisível por 4. Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Observe que as séries com uma meia vida do pai de t½ >1010 anos decaem muito pouco enquanto que aqueles com uma meia vida de t½ <108 anos são mais rápidos. Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Série do Actínio Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Série do Neptúnioa Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Série do Tório As famílias radioativas Cadeia de Decaimento de Elementos Pesados Série do Urânio As famílias radioativas PROTEÇÃO RADIOLÓGICA Módulo 1 Radioproteção Programa Específico de Treinamento Proteção Radiológica Matias Puga Sanches msanchesp@yahoo.com.br 1eV E 1Volt 1e E d.d.p. carga Energia = Þ ´ = ´ = Joule 10 602 , 1 eV 1 Joule Volt C C 10 602 , 1 e 19 19 - - ´ = Þ = ´ ´ = 2 c . m E = s / m 10 99791 , 2 c 8 ´ = 2 c ) eV ( E m = Þ kg 10 1095 , 9 m kg 10 6750 , 1 m kg 10 6726 , 1 m 31 e 27 n 27 p - - - ´ = ´ = ´ = 2 e 2 n 2 p MeV/c 511 , 0 m MeV/c 57 , 939 m MeV/c 28 , 938 m = = = Þ X A Z ( ) ( ) ( ) C m Z m x Z M A A 12 12 = å = i i i M w M 100 . M N m n Av . = ( ) t n A . l = Z A X 1 1 H 3 7 Li 8 16 O 1919 39 K 8 16 O 1919 39 K Z A X 1 1 H 3 7 Li In e In m 115 49 115 49 ) c de menos (a ligação de energia " m " 2 Þ D Energy" Binding " BE (BE) Ligação de Energia c m 2 = = ´ D Þ m m N m Z M n p D - ´ + ´ = núcleo) do massa M ( = m m N m Z M n H D - ´ + ´ = a 4 2 a + ® - - 4 2 4 A 2 Z A Z Y X ÷ ø ö ç è æ - » a A 4 1 Q T e A 1 Z A Z X X n + ® + ν + e + n MeV + p + ® 1,022 n + + ® + - e X X A 1 Z A Z e m ) A , 1 Z ( M ) A , Z ( M Q - + - = e m 2 ) A , 1 Z ( M ) A , Z ( M Q - + - = e n ) orbital ( e p n + ® + - N.dt . dN(t) - l = t o e N t N t A l l l - = = ) ( ) ( l 2 ln 2 / 1 = T l t t l t l 1 1 . ) ( . . ) ( = ® = ® = - = e Ao A t e Ao t A t t t . 693 , 0 2 / 1 . 2 ln 2 / 1 2 ln 2 / 1 = = ® = T T T dt dN ) t ( A - = t 0 e N ) t ( N l - = t 0 e N dt ) t ( dN l - l - = t 0 e A ) t ( A l - = l = 0 0 N A onde dps 1 Bq 1 = Bq 10 7 , 3 Ci 1 dps 10 7 , 3 Ci 1 10 10 ´ = Þ ´ = ( ) g Bq x s hora horas dia dias ano g mole g g mole átomos x anos AE Co 13 23 60 10 19 , 4 3600 1 24 1 365 1 . . 60 . 10 022 , 6 . 27 , 5 2 ln = ÷ ø ö ç è æ ÷ ø ö ç è æ ÷ ø ö ç è æ ÷ ÷ ÷ ÷ ø ö ç ç ç ç è æ = - ( ) A x x N AE 23 10 023 , 6 l l = Ä = i i Ra Ra i xT A xT A x x g Bq AE 2 1 2 1 10 10 7 , 3 = ÷ ø ö ç è æ i i Ra Ra xT A xT A g Ci AE 2 1 2 1 = ÷ ø ö ç è æ ) . ( ) ( 1 - g Bq Específica Atividade Bq Fonte da Atividade M N M N m m m n m A AE Av Av . . . . l l l = = = = ( ) t N dt dN . l - = 2 1 1 T T x A 1 2 T T
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