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PARÁBOLA DA VERDADE E A MENTIRA “A Verdade saindo do Poço” (1896), é de autoria de Jean-Léon Gérôme. Certo dia, a mentira e a verdade se cruzaram. A mentira, com sua astúcia, saudou a verdade: “Bom dia, dona Verdade.” A verdade, sempre diligente, olhou ao redor para verificar se realmente era um bom dia. Não havendo nuvens de chuva no céu, os pássaros entoavam suas canções e tudo indicava que, de fato, era um dia auspicioso. Assim, respondeu: “Bom dia, dona Mentira.” A conversa prosseguiu. A mentira, percebendo que a verdade não duvidava de suas palavras, ousou dizer: “Está muito calor hoje.” A verdade, observando que a mentira falava a verdade sobre o calor, relaxou. A mentira, então, convidou a verdade para um banho no rio. Despiu-se de suas vestes, saltou na água e exclamou: “Venha, dona Verdade, a água está uma delícia.” Sem hesitar, a verdade também se despiu e mergulhou nas águas refrescantes. No entanto, ao emergir, encontrou a mentira vestindo suas roupas. A mentira, ardilosa, havia se apropriado das vestes da verdade e escapado. A verdade, por sua vez, recusou-se a vestir-se com as roupas da mentira. Sem nada a esconder, caminhou nua pelas ruas. E, curiosamente, aos olhos das pessoas, era mais fácil aceitar a mentira disfarçada de verdade do que encarar a verdade nua e crua. Essa parábola nos convida a refletir sobre a complexidade da verdade e a sedução da mentira. Às vezes, a realidade nua e sincera pode ser desconfortável, mas é essencial para a nossa integridade.