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18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 1/48 NOÇÕES SOBRE SISTEMA ÚNICONOÇÕES SOBRE SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PUBLICADE SEGURANÇA PUBLICA Esp. Tiago Ferreira Santos IN IC IAR 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 2/48 introdução Introdução Nesta unidade, aprenderemos sobre o conceito e o período da globalização, assim como quais contornos possuí a política criminal contemporânea que lhe corresponde, obviamente, acrescentando uma crítica fundamentada em pesquisas de alternativas com melhor custo-benefício. Abordaremos, ainda, a história do poder punitivo, destacando os períodos dos suplícios direcionados ao corpo, da sociedade disciplinar transitória com �ns de controlar a peste, da sociedade panóptica que adota a disciplina como regra, da constatação do fracasso disciplinar da prisão e do sucesso em fabricar delinquentes e de excluir seletivamente algumas pessoas. Analisaremos, a seguir, alguns desa�os contemporâneos em segurança pública, destacando o Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário, os direitos humanos e a capacidade de os investidores se locomoverem globalmente. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 3/48 Por �m, aprenderemos sobre algumas relações entre a segurança local e global, destacando algumas experiências bem-sucedidas em outros países que podem ser testadas no contexto brasileiro. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 4/48 A "globalização é percebida como uma questão central de nosso tempo, apesar de não possuir um signi�cado preciso" (FERREIRA, 2017, p. 25). Embora de conceito incerto, é certo que as consequências das ações humanas cada vez mais transcendem as fronteiras de seus países. Nesse sentido, segue transcrição: Globalização e SegurançaGlobalização e Segurança Pública. Política CriminalPública. Política Criminal ContemporâneaContemporânea 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 5/48 A crescente interconexão, potenciada por processos de aproximação espacial e temporal, acarretou novos desa�os para a segurança dos estados e dos indivíduos. As ameaças e os riscos encontram-se, cada vez menos, limitados pelas fronteiras nacionais, criando uma rede de crescentes interdependências, que acrescentam complexidade à governação da segurança global. (ESTEVENS, 2016, p. 135) Entre os diversos riscos globais que podem ser elencados, ainda que seja difícil reduzi-los em um único conceito, podemos elencar : [...] alterações climáticas, desequilíbrios ecológicos, problemas de saúde pública, acesso à água potável e saneamento, con�itos e corrida ao armamento, terrorismo internacional, ciberterrorismo, instabilidade �nanceira, má governação e corrupção, má nutrição e fome, assimetrias demográ�cas, problemas decorrentes das migrações e das políticas de integração nos países de acolhimento, escassez de recursos, dependência energética, barreiras comerciais e desigualdades socioeconômicas (ESTEVENS, 2016, p. 136) De qualquer modo, uma boa de�nição é trazida por Anthony Giddens, para quem a globalização consiste no “fato de vivermos cada vez mais num único mundo, pois os indivíduos, os grupos e as nações tornaram-se mais interdependentes” (GIDDENS, 2008, p. 52), portanto, “é errado pensar que as forças econômicas fazem por si só a globalização - que na realidade é resultado de uma conjugação de fatores econômicos, políticos, sociais e culturais” (GIDDENS, 2008, p. 52). 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 6/48 Nesse contexto globalizado, Giddens (2008, p. 223) a�rmou, ainda, que a subida ao poder de Margaret Thatcher, na Grã-Bretanha, e de Ronald Reagan, nos EUA, na década de 1980, “conduziu a uma abordagem do crime baseada num vigoroso enfoque na imposição da ’lei e da ordem’, em ambos os países”, iniciando a política criminal contemporânea. Em sentido similar, Bauman demonstra também que a política criminal contemporânea correspondente ao discurso da lei e da ordem que ampliou os gastos do orçamento público com polícias e prisões. Segue sua lição: Os gastos orçamentários do Estado com as “forças da lei e da ordem”, principalmente os efetivos policiais e os serviços penitenciários, crescem em todo o planeta. Mais importante, a proporção da população em con�ito direto com a lei e sujeita à prisão cresce num ritmo que indica uma mudança mais que meramente quantitativa (BAUMAN, 1999, p. 122). Se na perspectiva da política pública de segurança há um incremento na atuação do Estado, o aspecto social que por vezes é uma política de segurança pública caminha na direção contrária. Na verdade, Bauman (1999, p. 126) aponta com razão que Os governos não podem seriamente prometer nada exceto “�exibilidade de mão-de- obra” — isto é, em última análise, mais insegurança e cada vez mais penosa e incapacitante. Os governos sérios não podem também prometer certeza; é quase universalmente considerada uma conclusão de�nitiva que eles devem conceder 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 7/48 liberdade a “forças de mercado” notoriamente erráticas e imprevisíveis, as quais, tendo conquistado a extraterritorialidade, estão muito além do alcance de qualquer coisa que os impotentes governos “locais” podem fazer. Uma solução privada para a segurança pública, assim, tornou-se investir em circuitos internos de vigilância, grades, portões, guardas particulares, guaritas, cadeados, correntes. Nesse sentido, a política criminal contemporânea privatiza-se, como segue: [...] o crime também “entrou pela porta dos fundos” destes edifícios residenciais. Passou a frequentar o universo das classes média, seja através dos furtos e arrombamentos, seja através do investimento em esquemas pro�ssionais de segurança interna, como portões, grades, guardas privados, circuito interno de TV. (ADORNO; LAMIN, 2014, p. 153) Um exemplo do equívoco de se focar nas políticas de segurança pública (incremento das instituições de segurança pública) sem considerar juntamente políticas públicas de segurança (investimento em fatores sociais que impactam na segurança pública) consiste na análise feita em um estudo que comparou algumas abordagens não-convencionais com a perspectiva punitivista promovida pelo Estado da Califórnia, relacionada ao “three-strikes laws”. A primeira constatação, em verdade, foi de que a estratégia que mais conseguiu reduzir a criminalidade, independentemente de qualquer análise sobre o seu custo-benefício, foi realmente a 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 8/48 legislação mais dura da Califórnia. Ocorre que o valor despendido para obtenção desse resultado foi elevadíssimo. Segue transcrição de trecho elucidativo: Constata-se que a estratégia de maior impacto é a legislação dura adotada na Califórnia, que foi capaz de reduzir o crime em 21,4%. Em contrapartida, seu custo é extremamente alto, pois envolve a construção de prisões e a manutenção de pessoal especializado. Para reduzir em 1% o número de crimes graves, gasta-se 258 milhões de dólares e previne-se cerca de 61 crimes graves. (BEATO FILHO, 1999) Entretanto, se esse dispendioso programa foi o mais impactante, os com os melhores custo- benefício foram os de “treinamento e terapia para famílias com crianças que demonstrassem comportamento agressivo na escola, ou estavam em vias de ser expulsas dela” (BEATO FILHO, 1999) e de “quatro anos de incentivo monetáriopara induzir garotos carentes a se graduarem” (BEATO FILHO, 1999). Nesse sentido, Beato Filho (1999) indica as vantagens comparativas desses investimentos: Dois outros programas apresentam uma melhor relação custo/benefício: os de treinamento de pais e de incentivo à graduação. Embora tenham um impacto menor na redução das taxas (6,6% e 15,5%, respectivamente), são muito mais baratos. O custo para reduzir em 1% o total de crimes é da ordem de 55 milhões de dólares para o treinamento de pais e 37 milhões para o incentivo a graduação. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 9/48 De outra forma dito, “o treinamento previne 158 crimes e o incentivo 258 crimes por milhão de dólares” (BEATO FILHO, 1999). Não se pretende, entretanto, optar entre programas sociais ou programas repressivos, “mas simplesmente ressaltar a possibilidade de se fazer uma combinação ótima de estratégias de intervenção” (BEATO FILHO, 1999), demonstrando que a política criminal contemporânea baseada no discurso da ‘lei e da ordem’, o qual vem acompanhado de um liberalismo econômico-social por meio da doutrina do Estado-mínimo, está equivocado. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 10/48 atividade Atividade “Outra consequência visível desse processo é a criminalização da miséria e de determinados grupos sociais desprivilegiados, principais destinatários de medidas político-criminais duras que, sob o slogan de extermínio da violência e da criminalidade urbanas, acabam cometendo diversas violações de direitos humanos”. SPOSATO; CARDOSO NETO. Globalização e política criminal desigual. In: BRAGA; ÁVILA; RIBEIRO (coord.). Criminologias e política criminal I . Disponível em: publicadireito.com.br/publicacao/ufpb/livro.php?gt=230 . Acesso em: 12 abr. 2019,, p. 14/15. Sobre a política criminal na contemporaneidade, assinale a alternativa correta: a) O discurso da lei e da ordem não está relacionado com a política criminal na contemporaneidade b) O discurso da lei e da ordem não está relacionado com o período em que se difundiu a ideia da globalização c) A política criminal contemporânea está relacionada com o crescimento dos gastos orçamentários do Estado com as forças da lei e da ordem, principalmente os efetivos policiais e os serviços penitenciários. d) É uma política criminal contemporânea a concessão de quatro anos de incentivo monetário para induzir garotos carentes a se graduarem http://publicadireito.com.br/publicacao/ufpb/livro.php?gt=230 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 11/48 e) A política criminal da contemporaneidade está relacionada com elevados investimentos em penitenciárias, na segurança pública, mas também no incremento do Estado-providência por meio de uma diversidade de políticas públicas de segurança 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 12/48 Michel Foucault traz, inicialmente, no livro Vigiar e punir, o relato de como o poder punitivo funcionava até o começo do século XIX, quando desapareceu “o grande espetáculo da punição física” (FOUCAULT, 2009, p. 19). Nesse período, buscava-se atingir principalmente o corpo do condenado por meio de suplícios. A exposição acontecia em público justamente para que fosse visualizada por todos. Nesse sentido, por História do PoderHistória do Poder PunitivoPunitivo 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 13/48 exemplo, há o detalhado relato da condenação de Damiens, que ocorreu na Praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido, atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre e às partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento (FOUCAULT, 2009, p. 9). O suplício, portanto, não era um mecanismo apartado do poder punitivo, ao contrário, o “corpo supliciado se insere em primeiro lugar no cerimonial judiciário que deve trazer à luz a verdade do crime” (FOUCAULT, 2009, p. 37). Essa circunstância, inclusive, �ca manifesta também na submissão dos executores às autoridades. Nessa mesma execução do suplício de Damiens, alguns fatos imprevistos aconteceram, a exemplo da di�culdade de desmembrá-lo por meio de quatro cavalos. Nesse sentido, segue transcrição: os cavalos utilizados não estavam afeitos à tração; de modo que, em vez de quatro, foi preciso colocar seis. e como isso não bastasse, foi necessário, para desmembrar as coxas do infeliz, cortar-lhe os nervos e retalhar-lhe as juntas... (FOUCAULT, 2009, p. 9) 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 14/48 Ocorre que para ter tal autorização, carrasco comunica “ao senhor Le Breton que não havia meio nem esperança de se conseguir e lhe disse que perguntasse às autoridades se desejavam que ele fosse cortado em pedaços” (FOUCAULT, 2009, p. 10). Ressalta-se que, embora haja um excesso de suplícios com pena de morte nessa era clássica se comparada com os padrões seguintes na história do poder punitivo, “as decisões do Châtelet durante o período de 1755 a 1785 comportaram 9 a 10% de penas capitais” (FOUCAULT, 2009, p. 35). A justi�cativa para tal situação é conferida por Michel Foucault, que ponderou que não se deve esquecer que os tribunais encontravam muitos meios de abrandar os rigores da penalidade regular, seja recusando-se a levar adiante processos quando as infrações eram exageradamente castigadas, seja modi�cando a quali�cação do crime; às vezes também o próprio poder real indicava não aplicar estritamente tal ordenação particularmente severa. (FOUCAULT, 2009, p. 35) Essa relativização acontecia especialmente por meio do instituto da lettre de cachet, que possibilitava, por exemplo, a reclusão nos hospitais. Esse instituto, embora fosse assinado pelo rei, consistia em um modo “do grupo ou grupos – familiares, religiosos, paroquiais, regionais, locais, etc. – assegurarem seu próprio policiamento e a sua própria ordem” (FOUCAULT, 2003, p. 97). Para demonstrar a importância desses grupos sociais para o funcionamento dessas alternativas ao suplício promovidas pela lettre de cachet, por exemplo, no que se refere ao internamento, o seu término apenas acontecia após uma nova solicitação, pois geralmente o monarca 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 15/48 determinava que alguém deveria �car retido até nova ordem, e a nova ordem só intervinha quando a pessoa que requisitara a lettre-de-cachet a�rmasse que o indivíduo aprisionado tinha se corrigido. (FOUCAULT, 2003, p. 98). Além disso, há, na visão de Foucault (2009, p. 28), uma relação entre o baixo desenvolvimento da moeda e da produção com o crescimento dos castigos corporais, ao passo que a fase seguinte está relacionada com o desenvolvimento da economia e do comércio. Essa história narrada da condenação e execução de Damiens contrasta com o poder disciplinar que surgiu no século XIX. As instituições não mais puniam publicamente, elas passaram a disciplinar os sujeitos internamente. Não mais o corpo era o objeto, mas sim a alma. Nesse sentido, “permanece [...] um fundo “supliciante” nos modernos mecanismos da justiça criminal - fundo que não está inteiramente sob controle, mas envolvido, cada vez mais amplamente, por uma penalidade doincorporal” (FOUCAULT, 2009, p. 21). Isso não signi�ca, contudo, que a redução do suplício corporal chegou ao termo �nal, ou seja, desapareceu completamente da história. Na verdade, a “redução do suplício é uma tendência com raízes na grande transformação de 1760-1840, mas que não chegou ao termo” (FOUCAULT, 2009, p. 20), ou seja, “podemos dizer que a prática da tortura se �xou por muito tempo - e ainda continua” (FOUCAULT, 2009, p. 20). De qualquer modo, no século XIX uma nova perspectiva de poder punitivo surgiu na história, a saber, o poder disciplinar. Nesse sentido, destaca-se de logo que até então “a prisão [...] tinha 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 16/48 apenas uma posição restrita e marginal no sistema das penas” (FOUCAULT, 2009, p. 113). Nesse sentido, enquanto no período anterior se realizava o exílio do leproso por meio de um ideal de uma comunidade pura, passou-se uma nova perspectiva por meio da prisão da peste. Em resumo: o “exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. Um é o de uma comunidade pura; o outro, o de uma sociedade disciplinar” (FOUCAULT, 2009, p. 189). A diferença consiste em que, enquanto o modelo de disciplina da cidade empestada era excepcional, surgiu um modelo de arquitetura chamado Panóptico, o qual foi desenhado por Bentham, mas estava relacionado à ideia de generalizar a disciplina. Sua concepção pretendia propor uma distribuição espacial do poder para potencializar o poder disciplinar de uma forma generalizada. Segue descrição sobre esse modelo: na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre: esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção; elas têm duas janelas, uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de lado a lado. Surgiram, assim, prisões respaldadas no poder disciplinar. Entretanto, desde o começo, constatou- se que elas falharam em atingir seus objetivos. Na verdade, ao contrário, fabricavam a “delinquência” (FOUCAULT, 2009, p. 242). 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 17/48 Essa inaptidão do sistema prisional para atingir as �nalidades previstas em legislação também já foi constatada na realidade brasileira, estando relacionada, inclusive, ao surgimento do Primeiro Comando da Capital (PCC), como segue: As consequências diretas dessa insegurança e raiva podem ser vistas na história do PCC, que foi fundado na Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo, em 1993, como um sindicato de presos para demandar melhores condições de detenção em reação ao massacre de 111 presos pela Polícia Militar após uma rebelião no notório presídio do Carandiru, em 1992. Atualmente, sem dúvidas, o PCC está longe de ser um grupo de defesa dos presos, estando fortemente envolvido com os trá�cos de drogas e armas, sequestro e roubo [...] (MACAULAY, 2014, p. 18) Não apenas se con�rma a instituição prisional, no Brasil, como uma fábrica de delinquentes tal qual analisado por Michel Foucault, mas também há de se destacar que são instituições extremamente onerosas para o país, mesmo que a sua condição seja precária. Nesse sentido, Macaulay (2014, p. 17): Manter um suspeito ou condenado na prisão é muito caro, mesmo que em condições precárias. O custo médio para providenciar uma nova vaga na prisão é em torno de quinze mil reais e o custo mensal para manter essa pessoa na prisão é de, pelo menos, oitocentos reais. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 18/48 A partir da constatação do fracasso das instituições prisionais, penas alternativas passaram a ser propostas. Inicialmente, isso aconteceu na previsão do Código Penal de 1940 alterado pela Lei n. 7.209/84 de que, além das privativas de liberdade, haveria também as restritivas de direitos e de multa (BRASIL, 1940, Art. 32). Após outras incorporações de penas restritivas de direitos, o direito brasileiro atual prevê a existência de penas de prestação pecuniária, perda de bens e valores, limitação de �m de semana, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de �m de semana (BRASIL, 1940, Art. 44). Mesmo entendimento de que a expansão das penas alternativas é um momento importante da história do poder punitivo possui Carneiro (2010, p. 192), nos termos da citação que segue: as penas restritivas de direitos e outras alternativas penais, no Brasil, têm justi�cativas na constante escalada da violência, de um lado, e também na evidente crise das prisões, de outro. Surgiram com missões múltiplas, quais sejam: prevenir e combater a criminalidade, ao mesmo tempo em que promovem a recuperação e reinserção do condenado no meio social. Obviamente, tal alternativa à pena de prisão não é aplicada irrestritamente pelo Poder Judiciário a qualquer condenado, ao contrário, há requisitos objetivos e subjetivos que devem ser cumpridos. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 19/48 Nesse sentido, a legislação enuncia requisitos objetivos ao a�rmar que a pena alternativa apenas substitui a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos se “o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo” (BRASIL, 1940, Art. 44, I). Além disso, o réu não pode ser “reincidente em crime doloso” (BRASIL, 1940, Art. 44, II). Haverá também o magistrado de observar os requisitos subjetivos, quais sejam, “a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja su�ciente” (BRASIL, 1940, Art. 44, III). O mais recente fato marcante na história do poder punitivo consistiu no reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de um Estado de Coisas Inconstitucional no sistema penitenciário brasileiro. Esse instituto “tem origem nas decisões da Corte Constitucional Colombiana (CCC) diante da constatação de um quadro de violações generalizadas, contínuas e sistemáticas de direitos fundamentais” (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 41). O mérito dessa nova construção teórica é que o Poder Judiciário passa, a partir de seu reconhecimento formal, a possibilitar a “construção de soluções estruturais, dialógicas e pactuadas voltadas à superação desse lamentável cenário de violação massiva de direitos das populações vulneráveis em face de ações e omissões [...]” (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 41/42). Embora ainda pendente o mérito, a liminar foi parcialmente deferida nos seguintes termos: 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 20/48 (a) proibiu o Poder Executivo de contingenciar os valores disponíveis no Fundo Penitenciário Nacional - FUNPEN. A decisão determinou que a União libere o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para utilização com a �nalidade para a qual foi criado, abstendo-se de realizar novos contingenciamentos; e (b) determinou aos Juízes e Tribunais que passem a realizar audiências de custódia para viabilizar o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária, num prazo de até 24 horas do momento da prisão (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 45). Embora essa perspectiva inicial seja relevante, é possível que no mérito o Supremo amplie as disposições da decisão judicial, com �ns a melhorar o poder punitivo no ordenamento jurídico brasileiro. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html21/48 atividade Atividade “Sob o manto da reforma, a lei sobre a responsabilidade individual e o trabalho, de 1996, instaura o dispositivo social mais retrógrado promulgado por um governo democrático no século XX. Sua passagem con�rma e acelera a substituição progressiva de um (semi) Estado-providência por um Estado carcerário e policial”. WACQUANT, Loïc J. D. Punir os pobres : a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Tradução: Eliana Aguiar. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003, p. 41. Sobre a história do poder punitivo, assinale a alternativa correta: a) O atingimento da �nalidade disciplinar pelas prisões respalda a ampliação dos orçamentos destinados às polícias e às penitenciárias. b) As prisões corrigem os delinquentes, ressocializando-os. c) O objetivo de fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à prisão não se justi�ca sob o viés sociológico nem legislativo. d) Embora a Lei n. 13.675/18 preveja o objetivo de fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à prisão, é sabido que as penitenciárias atingem suas �nalidades. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 22/48 e) As penas restritivas de direitos e outras alternativas penais, no Brasil, têm justi�cativas na constante escalada da violência, de um lado, e também na evidente crise das prisões, de outro. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 23/48 Há diversos desa�os contemporâneos em matéria de segurança pública, mas, sem dúvidas, os mais relevantes são aqueles que decorrem justamente da globalização, tendência cada vez mais evidente “a partir da década de oitenta [...] que afeta as sociedades contemporâneas em todas as suas dimensões” (MONTERO, 1998, p. 113). Desa�osDesa�os Contemporâneos emContemporâneos em Segurança PúblicaSegurança Pública 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 24/48 Em matéria de sistema penitenciário, o maior problema atualmente é que do ponto de vista sociológico a prisão é “planejada como fábrica de exclusão e de pessoas habituadas à sua condição de excluídas” (BAUMAN, 1999, p. 121), tanto é assim que o modelo trazido não é mais o panóptico, mas sim a Pelican Bay, na qual não é feito nenhum trabalho produtivo. Em resumo, atualmente, “o con�namento é antes uma alternativa ao emprego, uma maneira de utilizar ou neutralizar uma parcela considerável da população que não é necessária à produção e para a qual não há trabalho ‘ao qual se reintegrar’” (BAUMAN, 1999, p. 119/120). Para minimizar tal situação, a Lei n. 13.675/18 determina que seja um objetivo da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social “fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à prisão” (BRASIL, 2018, Art. 6º, XII). No aspecto da segurança pública por meio do policiamento, Bauman indica que sob a perspectiva sociológica, os governos possuem pouco mais que a função de distritos policiais superdimensionadas, isto quer dizer que lhes incumbe gerenciar a quantidade e a qualidade dos policiais em serviço, varrendo os mendigos, perturbadores e ladrões das ruas, com �ns de recuperar a con�ança dos investidores e seus recursos (BAUMAN, 1999, p. 128). Outro signi�cativo desa�o da segurança pública é tratar com a criminalidade em um ambiente globalizado, sendo certo que há uma “dimensão global das opções dos investidores” (BAUMAN, 1999, p. 113). 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 25/48 É sabido que ao contrário da facilidade de atuação extraterritorial das empresas multinacionais, há limites geralmente locais para aqueles que sobrevivem do trabalho. Nesse sentido, essa “assimetria das condições manifesta-se nos graus respectivos de previsibilidade” (BAUMAN, 1999, p. 113), ou seja, o “lado cuja gama de opções comportamentais é mais amplo introduz o elemento de incerteza na situação vivida pelo outro lado” (BAUMAN, 1999, p. 113). Essa perspectiva sociológica impacta principalmente na busca de empresas por países que possuem um controle menos rígido da utilização de mão-de-obra análoga à escravidão, por exemplo. Para enfrentar tais críticas, a Lei n. 13.675/18 possui diversas disposições que demonstram que o policiamento deve respeitar os direitos humanos, os quais são geralmente previstos em tratados e convenções internacionais. De um lado, dispõe que é um princípio da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social a “proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fundamentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa humana” (BRASIL, Art. 4º, III). De outro, regula a capacitação do pro�ssional em segurança pública e defesa social, determinando que haverá uma matriz curricular nacional a ser observada necessariamente “nas atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento, atualização, capacitação e especialização na área de segurança pública e defesa social” (BRASIL, 2018, Art. 39), sendo determinado expressamente que ela deverá se pautar nos direitos humanos. Inclusive, há uma tendência manifestada nos tratados e convenções internacionais, inclusive os devidamente incorporados no direito brasileiro, de reconhecer a superioridade deles e das decisões de seus tribunais às normas nacionais infraconstitucionais, o que tem gerado alguns con�itos com o 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 26/48 Supremo Tribunal Federal especialmente em matéria de justiça criminal, inclusive, no que se refere à atuação dos agentes das instituições de segurança pública. reflita 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 27/48 reflita Re�ita A Corte Interamericana de Direitos Humanos, no caso “Julia Gomes Lund e outros” (caso “Guerrilha do Araguaia”), em absoluto respeito aos direitos das vítimas e seus familiares, decidiu (sentença de 24.11.10, publicada em 14.12.10) que os crimes contra a humanidade (mortes, torturas, desaparecimentos), cometidos pelos agentes do Estado, durante a ditadura militar brasileira (1964- 1985), devem ser devidamente investigados, processados e, se o caso, punidos. [...] O STF, mantendo a tradição do Judiciário brasileiro no sentido de ser tendencialmente autoritário, em abril de 2010, validou a citada lei de anistia (7 votos contra 2), impedindo dessa maneira o 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 28/48 Outra perspectiva se refere aos crimes ambientais. Embora haja tratados e convenções internacionais que buscam uniformizar ou garantir um mínimo de proteção ao meio ambiente em toda a sociedade globalizada, é inegável que os países desenvolvidos possuem padrões de �scalização e punição mais severos. reconhecimento dos direitos dos familiares dos mortos, torturados e desaparecidos, ou seja, a apuração e o processamento desses crimes contra a humanidade. Ocorre que na era do direito globalizado e universalizado (direito pós-moderno) as decisões do STF, em matéria de direitos humanos, já não signi�cam a última palavra. Acima do Judiciário brasileiro está o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que é composto de dois órgãos: Comissão e Corte Interamericanas de Direitos Humanos. A primeira está sediada em Washington, enquanto a segunda está na Costa Rica. Fonte: Gomes (2011). 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html29/48 Nesse sentido, Ulrich Beck já denunciou que há um efeito bumerangue nessa política ambiental europeia, qual seja, as empresas locomovem-se para os países menos rigorosos, levando empregos e condições precárias. Entretanto, parte dessa poluição re�ete globalmente, ou seja, as consequências retornam inclusive para os países que não desejavam sofrer mais com ela. Não à toa, a Lei n. 13.675/18, que, além de instituir o Sistema Único de Segurança Pública, cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, a�rma que são princípios daquela política a "e�ciência na prevenção e na redução de riscos em situações de emergência e desastres que afetam a vida, o patrimônio e o meio ambiente" (BRASIL, 2018, Art. 4º, VI) e a "proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente" (BRASIL, 2018, Art. 4º, X), além de que é uma de suas diretrizes a “atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em ações de segurança pública e políticas transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da dignidade da pessoa humana” (BRASIL, 2018, Art. 5º, IV) e um de seus objetivos “apoiar as ações de manutenção da ordem pública e da incolumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e de bens e direitos” (BRASIL, 2018, Art. 6º, II). Também a corrupção e a lavagem de dinheiro são desa�os contemporâneos da segurança pública, tendo já quem a�rme existir um papel para tratados e convenções internacionais e organismos internacionais nessa matéria, inclusive, a Organização Mundial do Comércio. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 30/48 saiba mais Saiba mais A regulamentação do comércio internacional é tarefa exercida pela OMC e, embora suas regras não sirvam ao propósito de punir os países pela prática de atos corruptos, vislumbra-se uma série de obrigações em seus acordos que, ao menos indiretamente, têm o potencial de reduzir o espaço para a corrupção no comércio internacional. Diante do protagonismo da OMC na governança do comércio internacional e do avanço de sua agenda para questões contemporâneas sensíveis à liberalização comercial e ao desenvolvimento econômico dos seus membros, o presente artigo se propõe a complementar os estudos existentes na tentativa de demonstrar o potencial da OMC para o combate à corrupção no comércio internacional, os desa�os e as perspectivas de regulamentações multilaterais nesse sentido. Fonte: Silveira (2016, p. 2). 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 31/48 Muitos são os desa�os contemporâneos em segurança pública, de modo que esse rol analisado nesta unidade é meramente exempli�cativo, mas já confere uma noção clara de como eles estão relacionados com a globalização. Assim, o Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal por in�uência de um julgado de uma corte colombiana, os direitos humanos reconhecidos em tratados e convenções internacionais e aplicados por tribunais internacionais que por vezes divergem do Supremo Tribunal Federal e a atuação globalizada de empresas que se utilizam globalmente de mão-de-obra em condições análogas à escravidão e buscam países com menos �scalização e punição também em matéria de crimes ambientais são alguns dos exemplos de di�culdades enfrentadas. ACESSAR https://www.researchgate.net/publication/312542466_O_combate_a_corrupcao_no_comercio_internacional_desafios_e_perspectivas_de_uma_regulamentacao_no_ambito_da_OMC 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 32/48 atividade Atividade “A Conferência Diplomática de Plenipotenciários das Nações Unidas aprovou, em julho de 1998, o Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, órgão judiciário permanente destinado a processo e julgamento dos crimes de guerra, dos crimes contra a humanidade, do crime de genocídio e do crime de agressão.” SHECAIRA. Globalização e o direito penal. In: BESTER (org.). Sistema penal contemporâneo : a crítica e o debate. Brasília: Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2010, p. 19. Assinale a alternativa correta sobre os desa�os contemporâneos da segurança pública e a globalização: a) A incorporação ao direito brasileiro de tratados e convenções internacionais resolve qualquer con�ito que possa haver entre o Poder Judiciário local e as Cortes Internacionais. b) As Cortes Internacionais entendem que a aplicação dos tratados e convenções internacionais está condicionada ao entendimento favorável do Supremo Tribunal Federal. c) Os tratados e convenções internacionais não possuem disposições aplicáveis aos agentes de segurança pública, já que eles se submetem à jurisdição local. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 33/48 d) A Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu que os crimes contra a humanidade (mortes, torturas, desaparecimentos), cometidos pelos agentes do Estado, durante a ditadura militar brasileira (1964-1985), devem ser devidamente investigados, processados e, se o caso, punidos, ou seja, declarou que a lei de anistia viola tratados ou convenções internacionais de hierarquia normativa superior. e) É possível que os poderes constituídos anistiem crimes contra a humanidade por meio de leis, a exemplo da lei da anistia, sem violar tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 34/48 Na sociedade globalizada, a segurança local e global estão relacionadas. Na verdade, ao contrário do que se imagina, a globalização não implicou uma uniformização das sociedades. Nesse sentido, O mais interessante paradoxo deste �nal de século reside no fato de que, quanto mais as tecnologias facilitam a compactação das distâncias e a supressão do tempo, mais o que deveria tornar-se próximo se separa através de barreiras culturais que repõem o Segurança Local e GlobalSegurança Local e Global 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 35/48 distanciamento geográ�co e temporal via a rea�rmação de tradições e identidades étnicas. (MONTERO, 1998, p. 113) Há, portanto, uma nova forma de relação entre as sociedades pelas articulações entre os problemas locais e globais, o que são bastante recentes em termos de história humana, tendo-se acelerado nos últimos trinta ou quarenta anos, em resultado dos progressos dramáticos no campo da comunicação, da tecnologia de informação e dos transportes. (GIDDENS, 2008, p. 51). Nesse sentido, exemplos de outros países são muito relevantes e re�etem os aspectos da segurança local. Um exemplo é o modelo holandês, analisado por Beato Filho (1999). A ideia consistiu em realizar a contratação de desempregados para desempenhar a função de guarda civil uniformizado sem autoridade policial. Embora sem dados precisos acerca da proporção da redução de índices em virtude dessa medida, muito menos de seu custo/benefício, há indicativo de que foi bem-sucedida nos seguintes termos: A Holanda oferece outro exemplo de uma política de segurança bem-sucedida, que se utiliza de abordagens não convencionais sobre o crime, incluindo uma reformulação de natureza conceitual [...]. A idéia não é reformar indivíduos, o que é extremamente difícil, mas di�cultar as condições de ocorrência de crimes. Isto é feito mediante a contratação de desempregados para atuar como guardas civis uniformizados, mas sem autoridade policial. (BEATO FILHO, 1999) 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html36/48 Ainda na experiência holandesa, foi orientado aos comerciantes a deixar pouco dinheiro em caixa, utilizar alarmes e instalar câmeras de vídeo, com a �nalidade de prevenir a atuação de criminosos. Segundo estudos de Beato Filho (1999), houve signi�ca redução nas taxas. Segue sua lição: Em relação ao roubo à mão armada, por exemplo, conseguiu-se uma signi�cativa redução, tornando os alvos deste tipo de ação mais difíceis. Os comerciantes foram orientados a deixar pouco dinheiro em caixa, a utilizar alarmes e outros obstáculos à ação criminosa, ou a instalar câmaras de vídeo e coisas assim. (BEATO FILHO, 1999) Não se propõe que a segurança local seja tratada exclusivamente com base na perspectiva global, mas as experiências de outros países demonstra a necessidade de integrar medidas de todas as ordens para possibilitar uma e�ciente redução das taxas de criminalidade. Na busca por uma maior legitimidade da atuação policial e das políticas de segurança pública, o Estado deve, portanto, “mobilizar organizações que atuam nas áreas da saúde, educação, assistência social, planejamento urbano e, naturalmente, da segurança” (BEATO FILHO, 1999). A�nal, a participação da sociedade é relevante na sua atuação. Como ensina Cláudio C. Beato Filho (1999), O crime é uma coisa muito séria para ser deixada apenas nas mãos de policiais, advogados ou juízes, pois envolve dimensões que exigem a combinação de várias instâncias sob o encargo do Estado e, sobretudo, a mobilização de forças importantes na sociedade. (BEATO FILHO, 1999) 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 37/48 A concepção de segurança pública, assim, não pode ser interpretada tão-somente pela literalidade de textos normativos esparsos, mas deve ser analisada à luz da dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da República Federativa do Brasil, que permeia a hermenêutica de todo o ordenamento jurídico. Outra, portanto, não pode ser a conclusão a não ser que um: modelo de segurança que se preocupe com a contenção e controle do Estado em relação ao direito dos cidadãos não pode furtar-se à constatação de que segurança é igualmente um direito humano — aliás, consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Por outro lado, o sistema de Justiça Criminal em geral e a atuação policial em particular serão tanto mais e�cientes no exercício de suas funções de dissuasão quanto mais amparados pelas pessoas e comunidades nas quais atuam. (BEATO FILHO, 1999) O objetivo, portanto, há de ser integrar as diversas teorias e as diversas soluções propostas sempre com a �nalidade de melhor concretizar a dignidade da pessoa humana por meio das instituições integrantes do Sistema Único de Segurança Pública, observando as experiências globalmente testadas e aprovadas para �ns de experimentá-las localmente. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 38/48 atividade Atividade A globalização não signi�ca o �m do local, enquanto realidade social. Pelo contrário, a análise da modernidade deve ter presente e destacar a natureza dialéctica da globalização, enquanto processo assente na interacção do global e do local. LOURENÇO, Nelson. Globalização e glocalização : o difícil diálogo entre o global e o local, Mulembra, n. 2016. Disponível em: http://journals.openedition.org/mulemba/203 . Acesso em: 14 abr. 2019. Sobre a relação entre a segurança global e local, assinale a alternativa correta: a) A segurança local não interfere na segurança global b) A segurança global não interfere na segurança local c) A segurança global interfere na segurança local, que perde completamente as suas especi�cidades d) A segurança local interfere na segurança global, que perde completamente as suas especi�cidades e) A segurança local e a segurança global estão relacionadas, sem que isso signi�que a submissão de uma a outra http://journals.openedition.org/mulemba/203 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 39/48 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 40/48 indicações Material Complementar 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 41/48 LIVRO Estação Carandiru Drauzio Varella Editora: Companhia das Letras ISBN: 8571648972 Comentário: No livro, é abordado o código de condutas que os encarcerados precisam seguir, inclusive, com risco de pena de morte, além de diversas outras circunstâncias usuais da pena de privação de liberdade. Por meio dele, é possível perceber como a ideia de se manter uma pessoa presa apenas irá afastá-la ainda mais da socialização, já que está inserida em um ambiente arti�cial. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 42/48 FILME Alemão Ano: 2014 Comentário: O �lme conta a história de cinco agentes in�ltrados no Complexo do Alemão que concediam informações às instituições de segurança pública que, com apoio das forças armadas, realizaram uma operação especial, com �ns de retomar o controle da localidade. Nesse contexto, será demonstrada uma situação excepcional em que o Exército e a Marinha foram utilizados para realizar atividades do Sistema Único de Segurança Pública. TRA ILER 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 43/48 conclusão Conclusão Nesta unidade, aprendemos sobre a globalização, destacando que é um fenômeno difícil de se conceituar, mas possui como características a maior interconectividade das pessoas ao redor de todo o planeta por meio dos avanços dos meios de transporte e de comunicação, sendo um fenômeno mais sentido a partir da década de 1980. Analisamos posteriormente a política criminal contemporânea que lhe corresponde, veri�cando que o discurso prevalecente é o da lei e da ordem consistente em uma ampliação do orçamento com policiamento e instituições penitenciárias, ao passo que há uma redução de benefícios sociais. Constatamos, ainda, que há políticas públicas outras que impactam positivamente na segurança pública com melhor custo-benefício do que esses investimentos, motivo pelo qual a proposta adequada há de ser pela conjugação das diversas abordagens possíveis. Abordamos, ainda, a história do poder punitivo. Após a fase dos suplícios corporais expostos em público, aprendemos que houve uma sociedade que buscava controlar a peste por meio do poder disciplinar, mas a sua proposta era uma solução transitória e casuística, servindo de transição para a sociedade panóptica, modelo no qual a prisão inicialmente se inseriu, ou seja, uma sociedade que adota o poder disciplinar como regra. Entretanto, percebemos também que as �nalidades 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 44/48 proclamadas da instituição prisional não são atingidas, ao contrário, ela fabrica delinquentes (criminosos pro�ssionais) e exclui seletivamente algumas pessoas. A seguir, analisamos alguns desa�os contemporâneos em segurança pública, destacando a sua relação com a globalização. Primeiro, o Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal por in�uência de um julgado da Corte Suprema de Justiça da Colômbia. Segundo, os direitos humanos reconhecidos em tratados e convenções internacionais e aplicados por tribunais internacionais que por vezes divergem do Supremo Tribunal Federal, inclusive, em matérias de justiça criminal direcionada aos agentes de instituições de segurança pública. Terceiro, a atuação globalizadade empresas que se utilizam globalmente de mão-de-obra em condições análogas à escravidão e buscam países com menos �scalização e punição também em matéria de crimes ambientais. Por �m, aprenderemos sobre algumas relações entre a segurança local e global, ou seja, embora estejamos em época de globalização, não há um único padrão de mentalidade e cultura no mundo. Ao contrário, as identidades locais se rea�rmam constantemente. Destacamos, portanto, algumas experiências bem-sucedidas em outros países que podem ser testadas antes de generalizadas no contexto brasileiro. 18/03/24, 21:15 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/DIR_NCCUSP_19/unidade_4/ebook/index.html 45/48 referências Referências Bibliográ�cas ADORNO, S.; LAMIN, C. Medo, violência e insegurança. In: LIMA, R.; PAULA, L. (org.) . Segurança pública e violência : o Estado está cumprindo seu papel? 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014. BAUMAN, Zygmunt. 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