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NOÇÕES SOBRE SISTEMA ÚNICONOÇÕES SOBRE SISTEMA ÚNICO
DE SEGURANÇA PUBLICADE SEGURANÇA PUBLICA
Esp. Tiago Ferreira Santos
IN IC IAR
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introdução
Introdução
Nesta unidade, aprenderemos sobre o conceito e o período da globalização, assim como quais
contornos possuí a política criminal contemporânea que lhe corresponde, obviamente,
acrescentando uma crítica fundamentada em pesquisas de alternativas com melhor custo-benefício.
Abordaremos, ainda, a história do poder punitivo, destacando os períodos dos suplícios
direcionados ao corpo, da sociedade disciplinar transitória com �ns de controlar a peste, da
sociedade panóptica que adota a disciplina como regra, da constatação do fracasso disciplinar da
prisão e do sucesso em fabricar delinquentes e de excluir seletivamente algumas pessoas.
Analisaremos, a seguir, alguns desa�os contemporâneos em segurança pública, destacando o
Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário, os direitos humanos e a capacidade de
os investidores se locomoverem globalmente.
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Por �m, aprenderemos sobre algumas relações entre a segurança local e global, destacando
algumas experiências bem-sucedidas em outros países que podem ser testadas no contexto
brasileiro.
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A "globalização é percebida como uma questão central de nosso tempo, apesar de não possuir um
signi�cado preciso" (FERREIRA, 2017, p. 25). Embora de conceito incerto, é certo que as
consequências das ações humanas cada vez mais transcendem as fronteiras de seus países. Nesse
sentido, segue transcrição:
Globalização e SegurançaGlobalização e Segurança
Pública. Política CriminalPública. Política Criminal
ContemporâneaContemporânea
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A crescente interconexão, potenciada por processos de aproximação espacial e
temporal, acarretou novos desa�os para a segurança dos estados e dos indivíduos. As
ameaças e os riscos encontram-se, cada vez menos, limitados pelas fronteiras nacionais,
criando uma rede de crescentes interdependências, que acrescentam complexidade à
governação da segurança global. (ESTEVENS, 2016, p. 135)
Entre os diversos riscos globais que podem ser elencados, ainda que seja difícil reduzi-los em um
único conceito, podemos elencar :
[...] alterações climáticas, desequilíbrios ecológicos, problemas de saúde pública, acesso
à água potável e saneamento, con�itos e corrida ao armamento, terrorismo
internacional, ciberterrorismo, instabilidade �nanceira, má governação e corrupção, má
nutrição e fome, assimetrias demográ�cas, problemas decorrentes das migrações e das
políticas de integração nos países de acolhimento, escassez de recursos, dependência
energética, barreiras comerciais e desigualdades socioeconômicas (ESTEVENS, 2016, p.
136)
De qualquer modo, uma boa de�nição é trazida por Anthony Giddens, para quem a globalização
consiste no “fato de vivermos cada vez mais num único mundo, pois os indivíduos, os grupos e as
nações tornaram-se mais interdependentes” (GIDDENS, 2008, p. 52), portanto, “é errado pensar que
as forças econômicas fazem por si só a globalização - que na realidade é resultado de uma
conjugação de fatores econômicos, políticos, sociais e culturais” (GIDDENS, 2008, p. 52).
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Nesse contexto globalizado, Giddens (2008, p. 223) a�rmou, ainda, que a subida ao poder de
Margaret Thatcher, na Grã-Bretanha, e de Ronald Reagan, nos EUA, na década de 1980, “conduziu a
uma abordagem do crime baseada num vigoroso enfoque na imposição da ’lei e da ordem’, em
ambos os países”, iniciando a política criminal contemporânea.
Em sentido similar, Bauman demonstra também que a política criminal contemporânea
correspondente ao discurso da lei e da ordem que ampliou os gastos do orçamento público com
polícias e prisões. Segue sua lição:
Os gastos orçamentários do Estado com as “forças da lei e da ordem”, principalmente
os efetivos policiais e os serviços penitenciários, crescem em todo o planeta. Mais
importante, a proporção da população em con�ito direto com a lei e sujeita à prisão
cresce num ritmo que indica uma mudança mais que meramente quantitativa
(BAUMAN, 1999, p. 122).
Se na perspectiva da política pública de segurança há um incremento na atuação do Estado, o
aspecto social que por vezes é uma política de segurança pública caminha na direção contrária. Na
verdade, Bauman (1999, p. 126) aponta com razão que
Os governos não podem seriamente prometer nada exceto “�exibilidade de mão-de-
obra” — isto é, em última análise, mais insegurança e cada vez mais penosa e
incapacitante. Os governos sérios não podem também prometer certeza; é quase
universalmente considerada uma conclusão de�nitiva que eles devem conceder
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liberdade a “forças de mercado” notoriamente erráticas e imprevisíveis, as quais, tendo
conquistado a extraterritorialidade, estão muito além do alcance de qualquer coisa que
os impotentes governos “locais” podem fazer.
Uma solução privada para a segurança pública, assim, tornou-se investir em circuitos internos de
vigilância, grades, portões, guardas particulares, guaritas, cadeados, correntes. Nesse sentido, a
política criminal contemporânea privatiza-se, como segue:
[...] o crime também “entrou pela porta dos fundos” destes edifícios residenciais. Passou
a frequentar o universo das classes média, seja através dos furtos e arrombamentos,
seja através do investimento em esquemas pro�ssionais de segurança interna, como
portões, grades, guardas privados, circuito interno de TV. (ADORNO; LAMIN, 2014, p.
153)
Um exemplo do equívoco de se focar nas políticas de segurança pública (incremento das instituições
de segurança pública) sem considerar juntamente políticas públicas de segurança (investimento em
fatores sociais que impactam na segurança pública) consiste na análise feita em um estudo que
comparou algumas abordagens não-convencionais com a perspectiva punitivista promovida pelo
Estado da Califórnia, relacionada ao “three-strikes laws”.
A primeira constatação, em verdade, foi de que a estratégia que mais conseguiu reduzir a
criminalidade, independentemente de qualquer análise sobre o seu custo-benefício, foi realmente a
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legislação mais dura da Califórnia. Ocorre que o valor despendido para obtenção desse resultado foi
elevadíssimo. Segue transcrição de trecho elucidativo:
Constata-se que a estratégia de maior impacto é a legislação dura adotada na
Califórnia, que foi capaz de reduzir o crime em 21,4%. Em contrapartida, seu custo é
extremamente alto, pois envolve a construção de prisões e a manutenção de pessoal
especializado. Para reduzir em 1% o número de crimes graves, gasta-se 258 milhões de
dólares e previne-se cerca de 61 crimes graves. (BEATO FILHO, 1999)
Entretanto, se esse dispendioso programa foi o mais impactante, os com os melhores custo-
benefício foram os de “treinamento e terapia para famílias com crianças que demonstrassem
comportamento agressivo na escola, ou estavam em vias de ser expulsas dela” (BEATO FILHO, 1999)
e de “quatro anos de incentivo monetáriopara induzir garotos carentes a se graduarem” (BEATO
FILHO, 1999). Nesse sentido, Beato Filho (1999) indica as vantagens comparativas desses
investimentos:
Dois outros programas apresentam uma melhor relação custo/benefício: os de
treinamento de pais e de incentivo à graduação. Embora tenham um impacto menor na
redução das taxas (6,6% e 15,5%, respectivamente), são muito mais baratos. O custo
para reduzir em 1% o total de crimes é da ordem de 55 milhões de dólares para o
treinamento de pais e 37 milhões para o incentivo a graduação.
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De outra forma dito, “o treinamento previne 158 crimes e o incentivo 258 crimes por milhão de
dólares” (BEATO FILHO, 1999). Não se pretende, entretanto, optar entre programas sociais ou
programas repressivos, “mas simplesmente ressaltar a possibilidade de se fazer uma combinação
ótima de estratégias de intervenção” (BEATO FILHO, 1999), demonstrando que a política criminal
contemporânea baseada no discurso da ‘lei e da ordem’, o qual vem acompanhado de um
liberalismo econômico-social por meio da doutrina do Estado-mínimo, está equivocado.
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atividade
Atividade
“Outra consequência visível desse processo é a criminalização da miséria e de determinados grupos sociais
desprivilegiados, principais destinatários de medidas político-criminais duras que, sob o slogan de
extermínio da violência e da criminalidade urbanas, acabam cometendo diversas violações de direitos
humanos”. SPOSATO; CARDOSO NETO. Globalização e política criminal desigual. In: BRAGA; ÁVILA; RIBEIRO
(coord.). Criminologias e política criminal I .
Disponível em: publicadireito.com.br/publicacao/ufpb/livro.php?gt=230 . Acesso em: 12 abr. 2019,, p. 14/15.
Sobre a política criminal na contemporaneidade, assinale a alternativa correta:
a) O discurso da lei e da ordem não está relacionado com a política criminal na contemporaneidade
b) O discurso da lei e da ordem não está relacionado com o período em que se difundiu a ideia da
globalização
c) A política criminal contemporânea está relacionada com o crescimento dos gastos orçamentários
do Estado com as forças da lei e da ordem, principalmente os efetivos policiais e os serviços
penitenciários.
d) É uma política criminal contemporânea a concessão de quatro anos de incentivo monetário para
induzir garotos carentes a se graduarem
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e) A política criminal da contemporaneidade está relacionada com elevados investimentos em
penitenciárias, na segurança pública, mas também no incremento do Estado-providência por meio
de uma diversidade de políticas públicas de segurança
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Michel Foucault traz, inicialmente, no livro Vigiar e punir, o relato de como o poder punitivo
funcionava até o começo do século XIX, quando desapareceu “o grande espetáculo da punição física”
(FOUCAULT, 2009, p. 19).
Nesse período, buscava-se atingir principalmente o corpo do condenado por meio de suplícios. A
exposição acontecia em público justamente para que fosse visualizada por todos. Nesse sentido, por
História do PoderHistória do Poder
PunitivoPunitivo
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exemplo, há o detalhado relato da condenação de Damiens, que ocorreu na
Praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido, atenazado nos mamilos,
braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que
cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre e às partes em que será
atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre
derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por
quatro cavalos e seus membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas
cinzas lançadas ao vento (FOUCAULT, 2009, p. 9).
O suplício, portanto, não era um mecanismo apartado do poder punitivo, ao contrário, o “corpo
supliciado se insere em primeiro lugar no cerimonial judiciário que deve trazer à luz a verdade do
crime” (FOUCAULT, 2009, p. 37).
Essa circunstância, inclusive, �ca manifesta também na submissão dos executores às autoridades.
Nessa mesma execução do suplício de Damiens, alguns fatos imprevistos aconteceram, a exemplo
da di�culdade de desmembrá-lo por meio de quatro cavalos. Nesse sentido, segue transcrição:
os cavalos utilizados não estavam afeitos à tração; de modo que, em vez de quatro, foi
preciso colocar seis. e como isso não bastasse, foi necessário, para desmembrar as
coxas do infeliz, cortar-lhe os nervos e retalhar-lhe as juntas... (FOUCAULT, 2009, p. 9)
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Ocorre que para ter tal autorização, carrasco comunica “ao senhor Le Breton que não havia meio
nem esperança de se conseguir e lhe disse que perguntasse às autoridades se desejavam que ele
fosse cortado em pedaços” (FOUCAULT, 2009, p. 10).
Ressalta-se que, embora haja um excesso de suplícios com pena de morte nessa era clássica se
comparada com os padrões seguintes na história do poder punitivo, “as decisões do Châtelet
durante o período de 1755 a 1785 comportaram 9 a 10% de penas capitais” (FOUCAULT, 2009, p. 35).
A justi�cativa para tal situação é conferida por Michel Foucault, que ponderou que
não se deve esquecer que os tribunais encontravam muitos meios de abrandar os
rigores da penalidade regular, seja recusando-se a levar adiante processos quando as
infrações eram exageradamente castigadas, seja modi�cando a quali�cação do crime;
às vezes também o próprio poder real indicava não aplicar estritamente tal ordenação
particularmente severa. (FOUCAULT, 2009, p. 35)
Essa relativização acontecia especialmente por meio do instituto da lettre de cachet, que
possibilitava, por exemplo, a reclusão nos hospitais. Esse instituto, embora fosse assinado pelo rei,
consistia em um modo “do grupo ou grupos – familiares, religiosos, paroquiais, regionais, locais, etc.
– assegurarem seu próprio policiamento e a sua própria ordem” (FOUCAULT, 2003, p. 97).
Para demonstrar a importância desses grupos sociais para o funcionamento dessas alternativas ao
suplício promovidas pela lettre de cachet, por exemplo, no que se refere ao internamento, o seu
término apenas acontecia após uma nova solicitação, pois geralmente o monarca
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determinava que alguém deveria �car retido até nova ordem, e a nova ordem só
intervinha quando a pessoa que requisitara a lettre-de-cachet a�rmasse que o indivíduo
aprisionado tinha se corrigido. (FOUCAULT, 2003, p. 98).
Além disso, há, na visão de Foucault (2009, p. 28), uma relação entre o baixo desenvolvimento da
moeda e da produção com o crescimento dos castigos corporais, ao passo que a fase seguinte está
relacionada com o desenvolvimento da economia e do comércio.
Essa história narrada da condenação e execução de Damiens contrasta com o poder disciplinar que
surgiu no século XIX. As instituições não mais puniam publicamente, elas passaram a disciplinar os
sujeitos internamente. Não mais o corpo era o objeto, mas sim a alma. Nesse sentido, “permanece
[...] um fundo “supliciante” nos modernos mecanismos da justiça criminal - fundo que não está
inteiramente sob controle, mas envolvido, cada vez mais amplamente, por uma penalidade doincorporal” (FOUCAULT, 2009, p. 21).
Isso não signi�ca, contudo, que a redução do suplício corporal chegou ao termo �nal, ou seja,
desapareceu completamente da história. Na verdade, a “redução do suplício é uma tendência com
raízes na grande transformação de 1760-1840, mas que não chegou ao termo” (FOUCAULT, 2009, p.
20), ou seja, “podemos dizer que a prática da tortura se �xou por muito tempo - e ainda continua”
(FOUCAULT, 2009, p. 20).
De qualquer modo, no século XIX uma nova perspectiva de poder punitivo surgiu na história, a
saber, o poder disciplinar. Nesse sentido, destaca-se de logo que até então “a prisão [...] tinha
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apenas uma posição restrita e marginal no sistema das penas” (FOUCAULT, 2009, p. 113).
Nesse sentido, enquanto no período anterior se realizava o exílio do leproso por meio de um ideal
de uma comunidade pura, passou-se uma nova perspectiva por meio da prisão da peste. Em
resumo: o “exílio do leproso e a prisão da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. Um é o
de uma comunidade pura; o outro, o de uma sociedade disciplinar” (FOUCAULT, 2009, p. 189).
A diferença consiste em que, enquanto o modelo de disciplina da cidade empestada era excepcional,
surgiu um modelo de arquitetura chamado Panóptico, o qual foi desenhado por Bentham, mas
estava relacionado à ideia de generalizar a disciplina. Sua concepção pretendia propor uma
distribuição espacial do poder para potencializar o poder disciplinar de uma forma generalizada.
Segue descrição sobre esse modelo:
na periferia uma construção em anel; no centro, uma torre: esta é vazada de largas
janelas que se abrem sobre a face interna do anel; a construção periférica é dividida em
celas, cada uma atravessando toda a espessura da construção; elas têm duas janelas,
uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá para o exterior,
permite que a luz atravesse a cela de lado a lado.
Surgiram, assim, prisões respaldadas no poder disciplinar. Entretanto, desde o começo, constatou-
se que elas falharam em atingir seus objetivos. Na verdade, ao contrário, fabricavam a
“delinquência” (FOUCAULT, 2009, p. 242).
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Essa inaptidão do sistema prisional para atingir as �nalidades previstas em legislação também já foi
constatada na realidade brasileira, estando relacionada, inclusive, ao surgimento do Primeiro
Comando da Capital (PCC), como segue:
As consequências diretas dessa insegurança e raiva podem ser vistas na história do
PCC, que foi fundado na Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo, em 1993, como
um sindicato de presos para demandar melhores condições de detenção em reação ao
massacre de 111 presos pela Polícia Militar após uma rebelião no notório presídio do
Carandiru, em 1992. Atualmente, sem dúvidas, o PCC está longe de ser um grupo de
defesa dos presos, estando fortemente envolvido com os trá�cos de drogas e armas,
sequestro e roubo [...] (MACAULAY, 2014, p. 18)
Não apenas se con�rma a instituição prisional, no Brasil, como uma fábrica de delinquentes tal qual
analisado por Michel Foucault, mas também há de se destacar que são instituições extremamente
onerosas para o país, mesmo que a sua condição seja precária. Nesse sentido, Macaulay (2014, p.
17):
Manter um suspeito ou condenado na prisão é muito caro, mesmo que em condições
precárias. O custo médio para providenciar uma nova vaga na prisão é em torno de
quinze mil reais e o custo mensal para manter essa pessoa na prisão é de, pelo menos,
oitocentos reais.
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A partir da constatação do fracasso das instituições prisionais, penas alternativas passaram a ser
propostas. Inicialmente, isso aconteceu na previsão do Código Penal de 1940 alterado pela Lei n.
7.209/84 de que, além das privativas de liberdade, haveria também as restritivas de direitos e de
multa (BRASIL, 1940, Art. 32).
Após outras incorporações de penas restritivas de direitos, o direito brasileiro atual prevê a
existência de penas de prestação pecuniária, perda de bens e valores, limitação de �m de semana,
prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e
limitação de �m de semana (BRASIL, 1940, Art. 44).
Mesmo entendimento de que a expansão das penas alternativas é um momento importante da
história do poder punitivo possui Carneiro (2010, p. 192), nos termos da citação que segue:
as penas restritivas de direitos e outras alternativas penais, no Brasil, têm justi�cativas
na constante escalada da violência, de um lado, e também na evidente crise das prisões,
de outro. Surgiram com missões múltiplas, quais sejam: prevenir e combater a
criminalidade, ao mesmo tempo em que promovem a recuperação e reinserção do
condenado no meio social.
Obviamente, tal alternativa à pena de prisão não é aplicada irrestritamente pelo Poder Judiciário a
qualquer condenado, ao contrário, há requisitos objetivos e subjetivos que devem ser cumpridos.
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Nesse sentido, a legislação enuncia requisitos objetivos ao a�rmar que a pena alternativa apenas
substitui a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos se “o crime não for cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo”
(BRASIL, 1940, Art. 44, I). Além disso, o réu não pode ser “reincidente em crime doloso” (BRASIL,
1940, Art. 44, II).
Haverá também o magistrado de observar os requisitos subjetivos, quais sejam, “a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja su�ciente” (BRASIL, 1940, Art. 44, III).
O mais recente fato marcante na história do poder punitivo consistiu no reconhecimento pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) de um Estado de Coisas Inconstitucional no sistema penitenciário
brasileiro.
Esse instituto “tem origem nas decisões da Corte Constitucional Colombiana (CCC) diante da
constatação de um quadro de violações generalizadas, contínuas e sistemáticas de direitos
fundamentais” (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 41).
O mérito dessa nova construção teórica é que o Poder Judiciário passa, a partir de seu
reconhecimento formal, a possibilitar a “construção de soluções estruturais, dialógicas e pactuadas
voltadas à superação desse lamentável cenário de violação massiva de direitos das populações
vulneráveis em face de ações e omissões [...]” (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 41/42).
Embora ainda pendente o mérito, a liminar foi parcialmente deferida nos seguintes termos:
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(a) proibiu o Poder Executivo de contingenciar os valores disponíveis no Fundo
Penitenciário Nacional - FUNPEN. A decisão determinou que a União libere o saldo
acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para utilização com a �nalidade para a
qual foi criado, abstendo-se de realizar novos contingenciamentos; e
(b) determinou aos Juízes e Tribunais que passem a realizar audiências de custódia para
viabilizar o comparecimento do preso perante a autoridade judiciária, num prazo de até
24 horas do momento da prisão (CUNHA JÚNIOR, 2016, p. 45).
Embora essa perspectiva inicial seja relevante, é possível que no mérito o Supremo amplie as
disposições da decisão judicial, com �ns a melhorar o poder punitivo no ordenamento jurídico
brasileiro.
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atividade
Atividade
“Sob o manto da reforma, a lei sobre a responsabilidade individual e o trabalho, de 1996, instaura o
dispositivo social mais retrógrado promulgado por um governo democrático no século XX. Sua passagem
con�rma e acelera a substituição progressiva de um (semi) Estado-providência por um Estado carcerário e
policial”.
WACQUANT, Loïc J. D. Punir os pobres : a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Tradução: Eliana
Aguiar. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2003, p. 41.
Sobre a história do poder punitivo, assinale a alternativa correta:
a) O atingimento da �nalidade disciplinar pelas prisões respalda a ampliação dos orçamentos
destinados às polícias e às penitenciárias.
b) As prisões corrigem os delinquentes, ressocializando-os.
c) O objetivo de fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento de medidas restritivas
de direito e de penas alternativas à prisão não se justi�ca sob o viés sociológico nem legislativo.
d) Embora a Lei n. 13.675/18 preveja o objetivo de fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do
cumprimento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à prisão, é sabido que as
penitenciárias atingem suas �nalidades.
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e) As penas restritivas de direitos e outras alternativas penais, no Brasil, têm justi�cativas na
constante escalada da violência, de um lado, e também na evidente crise das prisões, de outro.
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Há diversos desa�os contemporâneos em matéria de segurança pública, mas, sem dúvidas, os mais
relevantes são aqueles que decorrem justamente da globalização, tendência cada vez mais evidente
“a partir da década de oitenta [...] que afeta as sociedades contemporâneas em todas as suas
dimensões” (MONTERO, 1998, p. 113).
Desa�osDesa�os
Contemporâneos emContemporâneos em
Segurança PúblicaSegurança Pública
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Em matéria de sistema penitenciário, o maior problema atualmente é que do ponto de vista
sociológico a prisão é “planejada como fábrica de exclusão e de pessoas habituadas à sua condição
de excluídas” (BAUMAN, 1999, p. 121), tanto é assim que o modelo trazido não é mais o panóptico,
mas sim a Pelican Bay, na qual não é feito nenhum trabalho produtivo.
Em resumo, atualmente, “o con�namento é antes uma alternativa ao emprego, uma maneira de
utilizar ou neutralizar uma parcela considerável da população que não é necessária à produção e
para a qual não há trabalho ‘ao qual se reintegrar’” (BAUMAN, 1999, p. 119/120).
Para minimizar tal situação, a Lei n. 13.675/18 determina que seja um objetivo da Política Nacional
de Segurança Pública e Defesa Social “fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumprimento
de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à prisão” (BRASIL, 2018, Art. 6º, XII).
No aspecto da segurança pública por meio do policiamento, Bauman indica que sob a perspectiva
sociológica, os governos possuem pouco mais que a função de distritos policiais
superdimensionadas, isto quer dizer que lhes incumbe gerenciar a quantidade e a qualidade dos
policiais em serviço, varrendo os mendigos, perturbadores e ladrões das ruas, com �ns de recuperar
a con�ança dos investidores e seus recursos (BAUMAN, 1999, p. 128).
Outro signi�cativo desa�o da segurança pública é tratar com a criminalidade em um ambiente
globalizado, sendo certo que há uma “dimensão global das opções dos investidores” (BAUMAN,
1999, p. 113).
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É sabido que ao contrário da facilidade de atuação extraterritorial das empresas multinacionais, há
limites geralmente locais para aqueles que sobrevivem do trabalho. Nesse sentido, essa “assimetria
das condições manifesta-se nos graus respectivos de previsibilidade” (BAUMAN, 1999, p. 113), ou
seja, o “lado cuja gama de opções comportamentais é mais amplo introduz o elemento de incerteza
na situação vivida pelo outro lado” (BAUMAN, 1999, p. 113).
Essa perspectiva sociológica impacta principalmente na busca de empresas por países que possuem
um controle menos rígido da utilização de mão-de-obra análoga à escravidão, por exemplo.
Para enfrentar tais críticas, a Lei n. 13.675/18 possui diversas disposições que demonstram que o
policiamento deve respeitar os direitos humanos, os quais são geralmente previstos em tratados e
convenções internacionais.
De um lado, dispõe que é um princípio da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social a
“proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fundamentais e promoção da cidadania e da
dignidade da pessoa humana” (BRASIL, Art. 4º, III). De outro, regula a capacitação do pro�ssional em
segurança pública e defesa social, determinando que haverá uma matriz curricular nacional a ser
observada necessariamente “nas atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento, atualização,
capacitação e especialização na área de segurança pública e defesa social” (BRASIL, 2018, Art. 39),
sendo determinado expressamente que ela deverá se pautar nos direitos humanos.
Inclusive, há uma tendência manifestada nos tratados e convenções internacionais, inclusive os
devidamente incorporados no direito brasileiro, de reconhecer a superioridade deles e das decisões
de seus tribunais às normas nacionais infraconstitucionais, o que tem gerado alguns con�itos com o
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Supremo Tribunal Federal especialmente em matéria de justiça criminal, inclusive, no que se refere à
atuação dos agentes das instituições de segurança pública.
reflita
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reflita
Re�ita
A Corte Interamericana de Direitos Humanos, no
caso “Julia Gomes Lund e outros” (caso “Guerrilha
do Araguaia”), em absoluto respeito aos direitos das
vítimas e seus familiares, decidiu (sentença de
24.11.10, publicada em 14.12.10) que os crimes
contra a humanidade (mortes, torturas,
desaparecimentos), cometidos pelos agentes do
Estado, durante a ditadura militar brasileira (1964-
1985), devem ser devidamente investigados,
processados e, se o caso, punidos.
[...]
O STF, mantendo a tradição do Judiciário brasileiro
no sentido de ser tendencialmente autoritário, em
abril de 2010, validou a citada lei de anistia (7 votos
contra 2), impedindo dessa maneira o
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Outra perspectiva se refere aos crimes ambientais. Embora haja tratados e convenções
internacionais que buscam uniformizar ou garantir um mínimo de proteção ao meio ambiente em
toda a sociedade globalizada, é inegável que os países desenvolvidos possuem padrões de
�scalização e punição mais severos.
reconhecimento dos direitos dos familiares dos
mortos, torturados e desaparecidos, ou seja, a
apuração e o processamento desses crimes contra
a humanidade.
Ocorre que na era do direito globalizado e
universalizado (direito pós-moderno) as decisões
do STF, em matéria de direitos humanos, já não
signi�cam a última palavra. Acima do Judiciário
brasileiro está o Sistema Interamericano de Direitos
Humanos, que é composto de dois órgãos:
Comissão e Corte Interamericanas de Direitos
Humanos. A primeira está sediada em Washington,
enquanto a segunda está na Costa Rica.
Fonte: Gomes (2011).
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Nesse sentido, Ulrich Beck já denunciou que há um efeito bumerangue nessa política ambiental
europeia, qual seja, as empresas locomovem-se para os países menos rigorosos, levando empregos
e condições precárias. Entretanto, parte dessa poluição re�ete globalmente, ou seja, as
consequências retornam inclusive para os países que não desejavam sofrer mais com ela.
Não à toa, a Lei n. 13.675/18, que, além de instituir o Sistema Único de Segurança Pública, cria a
Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, a�rma que são princípios daquela política a
"e�ciência na prevenção e na redução de riscos em situações de emergência e desastres que afetam
a vida, o patrimônio e o meio ambiente" (BRASIL, 2018, Art. 4º, VI) e a "proteção da vida, do
patrimônio e do meio ambiente" (BRASIL, 2018, Art. 4º, X), além de que é uma de suas diretrizes a
“atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em ações de
segurança pública e políticas transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da
dignidade da pessoa humana” (BRASIL, 2018, Art. 5º, IV) e  um de seus objetivos “apoiar as ações de
manutenção da ordem pública e da incolumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e
de bens e direitos” (BRASIL, 2018, Art. 6º, II).
Também a corrupção e a lavagem de dinheiro são desa�os contemporâneos da segurança pública,
tendo já quem a�rme existir um papel para tratados e convenções internacionais e organismos
internacionais nessa matéria, inclusive, a Organização Mundial do Comércio.
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saiba mais
Saiba mais
A regulamentação do comércio internacional é tarefa
exercida pela OMC e, embora suas regras não sirvam ao
propósito de punir os países pela prática de atos corruptos,
vislumbra-se uma série de obrigações em seus acordos que,
ao menos indiretamente, têm o potencial de reduzir o
espaço para a corrupção no comércio internacional.
Diante do protagonismo da OMC na governança do
comércio internacional e do avanço de sua agenda para
questões contemporâneas sensíveis à liberalização
comercial e ao desenvolvimento econômico dos seus
membros, o presente artigo se propõe a complementar os
estudos existentes na tentativa de demonstrar o potencial
da OMC para o combate à corrupção no comércio
internacional, os desa�os e as perspectivas de
regulamentações multilaterais nesse sentido. Fonte: Silveira
(2016, p. 2).
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Muitos são os desa�os contemporâneos em segurança pública, de modo que esse rol analisado
nesta unidade é meramente exempli�cativo, mas já confere uma noção clara de como eles estão
relacionados com a globalização.
Assim, o Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro reconhecido pelo
Supremo Tribunal Federal por in�uência de um julgado de uma corte colombiana, os direitos
humanos reconhecidos em tratados e convenções internacionais e aplicados por tribunais
internacionais que por vezes divergem do Supremo Tribunal Federal e a atuação globalizada de
empresas que se utilizam globalmente de mão-de-obra em condições análogas à escravidão e
buscam países com menos �scalização e punição também em matéria de crimes ambientais são
alguns dos exemplos de di�culdades enfrentadas.
ACESSAR
https://www.researchgate.net/publication/312542466_O_combate_a_corrupcao_no_comercio_internacional_desafios_e_perspectivas_de_uma_regulamentacao_no_ambito_da_OMC
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atividade
Atividade
“A Conferência Diplomática de Plenipotenciários das Nações Unidas aprovou, em julho de 1998, o Estatuto
de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, órgão judiciário permanente destinado a processo e
julgamento dos crimes de guerra, dos crimes contra a humanidade, do crime de genocídio e do crime de
agressão.”
SHECAIRA. Globalização e o direito penal. In: BESTER (org.). Sistema penal contemporâneo : a crítica e o
debate. Brasília: Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2010, p. 19.
Assinale a alternativa correta sobre os desa�os contemporâneos da segurança pública e a globalização:
a) A incorporação ao direito brasileiro de tratados e convenções internacionais resolve qualquer
con�ito que possa haver entre o Poder Judiciário local e as Cortes Internacionais.
b) As Cortes Internacionais entendem que a aplicação dos tratados e convenções internacionais está
condicionada ao entendimento favorável do Supremo Tribunal Federal.
c) Os tratados e convenções internacionais não possuem disposições aplicáveis aos agentes de
segurança pública, já que eles se submetem à jurisdição local.
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d) A Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu que os crimes contra a humanidade
(mortes, torturas, desaparecimentos), cometidos pelos agentes do Estado, durante a ditadura militar
brasileira (1964-1985), devem ser devidamente investigados, processados e, se o caso, punidos, ou
seja, declarou que a lei de anistia viola tratados ou convenções internacionais de hierarquia
normativa superior.
e) É possível que os poderes constituídos anistiem crimes contra a humanidade por meio de leis, a
exemplo da lei da anistia, sem violar tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos.
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Na sociedade globalizada, a segurança local e global estão relacionadas. Na verdade, ao contrário do
que se imagina, a globalização não implicou uma uniformização das sociedades. Nesse sentido,
O mais interessante paradoxo deste �nal de século reside no fato de que, quanto mais
as tecnologias facilitam a compactação das distâncias e a supressão do tempo, mais o
que deveria tornar-se próximo se separa através de barreiras culturais que repõem o
Segurança Local e GlobalSegurança Local e Global
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distanciamento geográ�co e temporal via a rea�rmação de tradições e identidades
étnicas. (MONTERO, 1998, p. 113)
Há, portanto, uma nova forma de relação entre as sociedades pelas articulações entre os problemas
locais e globais, o que são bastante recentes em termos de história humana, tendo-se acelerado nos
últimos trinta ou quarenta anos, em resultado dos progressos dramáticos no campo da
comunicação, da tecnologia de informação e dos transportes. (GIDDENS, 2008, p. 51).
Nesse sentido, exemplos de outros países são muito relevantes e re�etem os aspectos da segurança
local. Um exemplo é o modelo holandês, analisado por Beato Filho (1999).
A ideia consistiu em realizar a contratação de desempregados para desempenhar a função de
guarda civil uniformizado sem autoridade policial. Embora sem dados precisos acerca da proporção
da redução de índices em virtude dessa medida, muito menos de seu custo/benefício, há indicativo
de que foi bem-sucedida nos seguintes termos:
A Holanda oferece outro exemplo de uma política de segurança bem-sucedida, que se
utiliza de abordagens não convencionais sobre o crime, incluindo uma reformulação de
natureza conceitual [...]. A idéia não é reformar indivíduos, o que é extremamente difícil,
mas di�cultar as condições de ocorrência de crimes. Isto é feito mediante a contratação
de desempregados para atuar como guardas civis uniformizados, mas sem autoridade
policial. (BEATO FILHO, 1999)
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Ainda na experiência holandesa, foi orientado aos comerciantes a deixar pouco dinheiro em caixa,
utilizar alarmes e instalar câmeras de vídeo, com a �nalidade de prevenir a atuação de criminosos.
Segundo estudos de Beato Filho (1999), houve signi�ca redução nas taxas. Segue sua lição:
Em relação ao roubo à mão armada, por exemplo, conseguiu-se uma signi�cativa
redução, tornando os alvos deste tipo de ação mais difíceis. Os comerciantes foram
orientados a deixar pouco dinheiro em caixa, a utilizar alarmes e outros obstáculos à
ação criminosa, ou a instalar câmaras de vídeo e coisas assim. (BEATO FILHO, 1999)
Não se propõe que a segurança local seja tratada exclusivamente com base na perspectiva global,
mas as experiências de outros países demonstra a necessidade de integrar medidas de todas as
ordens para possibilitar uma e�ciente redução das taxas de criminalidade.
Na busca por uma maior legitimidade da atuação policial e das políticas de segurança pública, o
Estado deve, portanto, “mobilizar organizações que atuam nas áreas da saúde, educação, assistência
social, planejamento urbano e, naturalmente, da segurança” (BEATO FILHO, 1999). A�nal, a
participação da sociedade é relevante na sua atuação. Como ensina Cláudio C. Beato Filho (1999),
O crime é uma coisa muito séria para ser deixada apenas nas mãos de policiais,
advogados ou juízes, pois envolve dimensões que exigem a combinação de várias
instâncias sob o encargo do Estado e, sobretudo, a mobilização de forças importantes
na sociedade. (BEATO FILHO, 1999)
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A concepção de segurança pública, assim, não pode ser interpretada tão-somente pela literalidade
de textos normativos esparsos, mas deve ser analisada à luz da dignidade da pessoa humana,
princípio fundamental da República Federativa do Brasil, que permeia a hermenêutica de todo o
ordenamento jurídico. Outra, portanto, não pode ser a conclusão a não ser que um:
modelo de segurança que se preocupe com a contenção e controle do Estado em
relação ao direito dos cidadãos não pode furtar-se à constatação de que segurança é
igualmente um direito humano — aliás, consagrado na Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Por outro lado, o sistema de Justiça Criminal em geral e a atuação
policial em particular serão tanto mais e�cientes no exercício de suas funções de
dissuasão quanto mais amparados pelas pessoas e comunidades nas quais atuam.
(BEATO FILHO, 1999)
O objetivo, portanto, há de ser integrar as diversas teorias e as diversas soluções propostas sempre
com a �nalidade de melhor concretizar a dignidade da pessoa humana por meio das instituições
integrantes do Sistema Único de Segurança Pública, observando as experiências globalmente
testadas e aprovadas para �ns de experimentá-las localmente.
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atividade
Atividade
A globalização não signi�ca o �m do local, enquanto realidade social. Pelo contrário, a análise da
modernidade deve ter presente e destacar a natureza dialéctica da globalização, enquanto processo assente
na interacção do global e do local.
LOURENÇO, Nelson. Globalização e glocalização : o difícil diálogo entre o global e o local, Mulembra, n.
2016. Disponível em: http://journals.openedition.org/mulemba/203 . Acesso em: 14 abr. 2019.
Sobre a relação entre a segurança global e local, assinale a alternativa correta:
a) A segurança local não interfere na segurança global
b) A segurança global não interfere na segurança local
c) A segurança global interfere na segurança local, que perde completamente as suas
especi�cidades
d) A segurança local interfere na segurança global, que perde completamente as suas
especi�cidades
e) A segurança local e a segurança global estão relacionadas, sem que isso signi�que a submissão de
uma a outra
http://journals.openedition.org/mulemba/203
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indicações
Material
Complementar
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LIVRO
Estação Carandiru
Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 8571648972
Comentário: No livro, é abordado o código de condutas que os
encarcerados precisam seguir, inclusive, com risco de pena de morte,
além de diversas outras circunstâncias usuais da pena de privação de
liberdade. Por meio dele, é possível perceber como a ideia de se manter
uma pessoa presa apenas irá afastá-la ainda mais da socialização, já que
está inserida em um ambiente arti�cial.
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FILME
Alemão
Ano: 2014
Comentário: O �lme conta a história de cinco agentes in�ltrados no
Complexo do Alemão que concediam informações às instituições de
segurança pública que, com apoio das forças armadas, realizaram uma
operação especial, com �ns de retomar o controle da localidade. Nesse
contexto, será demonstrada uma situação excepcional em que o
Exército e a Marinha foram utilizados para realizar atividades do Sistema
Único de Segurança Pública.
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
Nesta unidade, aprendemos sobre a globalização, destacando que é um fenômeno difícil de se
conceituar, mas possui como características a maior interconectividade das pessoas ao redor de
todo o planeta por meio dos avanços dos meios de transporte e de comunicação, sendo um
fenômeno mais sentido a partir da década de 1980. Analisamos posteriormente a política criminal
contemporânea que lhe corresponde, veri�cando que o discurso prevalecente é o da lei e da ordem
consistente em uma ampliação do orçamento com policiamento e instituições penitenciárias, ao
passo que há uma redução de benefícios sociais. Constatamos, ainda, que há políticas públicas
outras que impactam positivamente na segurança pública com melhor custo-benefício do que esses
investimentos, motivo pelo qual a proposta adequada há de ser pela conjugação das diversas
abordagens possíveis.
Abordamos, ainda, a história do poder punitivo. Após a fase dos suplícios corporais expostos em
público, aprendemos que houve uma sociedade que buscava controlar a peste por meio do poder
disciplinar, mas a sua proposta era uma solução transitória e casuística, servindo de transição para a
sociedade panóptica, modelo no qual a prisão inicialmente se inseriu, ou seja, uma sociedade que
adota o poder disciplinar como regra. Entretanto, percebemos também que as �nalidades
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proclamadas da instituição prisional não são atingidas, ao contrário, ela fabrica delinquentes
(criminosos pro�ssionais) e exclui seletivamente algumas pessoas.
A seguir, analisamos alguns desa�os contemporâneos em segurança pública, destacando a sua
relação com a globalização. Primeiro, o Estado de Coisas Inconstitucional do sistema penitenciário
brasileiro, reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal por in�uência de um julgado da Corte
Suprema de Justiça da Colômbia. Segundo, os direitos humanos reconhecidos em tratados e
convenções internacionais e aplicados por tribunais internacionais que por vezes divergem do
Supremo Tribunal Federal, inclusive, em matérias de justiça criminal direcionada aos agentes de
instituições de segurança pública. Terceiro, a atuação globalizadade empresas que se utilizam
globalmente de mão-de-obra em condições análogas à escravidão e buscam países com menos
�scalização e punição também em matéria de crimes ambientais.
Por �m, aprenderemos sobre algumas relações entre a segurança local e global, ou seja, embora
estejamos em época de globalização, não há um único padrão de mentalidade e cultura no mundo.
Ao contrário, as identidades locais se rea�rmam constantemente. Destacamos, portanto, algumas
experiências bem-sucedidas em outros países que podem ser testadas antes de generalizadas no
contexto brasileiro.
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18/03/24, 21:15 Ead.br
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_internacional_desa�os_e_perspectivas_de_uma_regulamentacao_no_ambito_da_OMC . Acesso em:
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https://www.researchgate.net/publication/312542466_O_combate_a_corrupcao_no_comercio_internacional_desafios_e_perspectivas_de_uma_regulamentacao_no_ambito_da_OMC

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