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Notas sobre as cartas patrimoniais 
 
Analisar as chamadas cartas patrimoniais de maneira fundamentada, para que se tenha um entendimento 
mais pleno de suas formulações, é atividade essencial para quem trabalha com a preservação, sobretudo 
por serem textos concisos, que têm, em geral, caráter indicativo e não se constituem num receituário a ser 
aplicado diretamente na prática. As cartas patrimoniais em geral, e a de Veneza, em particular, têm dado 
origem, recentemente, a interpretações apressadas e muitas vezes equivocadas e superficiais. 
Para interpretar as indicações contidas na Carta de modo a poder utilizá-las na prática, nos dias de hoje, 
impõe-se uma análise crítica fundamentada do documento. 
As cartas patrimoniais são fruto da discussão de um determinado momento. Antes de tudo, não têm a 
pretensão de ser um sistema teórico desenvolvido de maneira extensa e com absoluto rigor, nem de expor 
toda a fundamentação teórica do período. As cartas são documentos concisos e sintetizam os pontos a 
respeito dos quais foi possível obter consenso, oferecendo indicações de caráter geral. Possuem, portanto, 
caráter indicativo, ou, no máximo, prescritivo. São documentos que se colocam como base deontológica 
para as várias profissões envolvidas na preservação, mas não constituem receituário de simples aplicação. 
As cartas internacionais, como a de Veneza, não podem, obviamente, ter caráter normativo, pois suas 
indicações devem ser reinterpretadas e aprofundadas paras as diversas realidades culturais de cada país e 
ser, ou não, absorvidas em suas propostas legislativas. 
As cartas em geral, e a Carta de Veneza em particular, não são um receituário de utilização fácil, nem de 
relação mecânica de causa-efeito; para poder utilizar suas proposições, que se equiparam a uma norma 
deontológica1, é necessário compreender sua natureza, as discussões que estão em sua base, os modos 
como suas indicações foram apreendidas e incorporadas na prática ao longo do tempo, para poder 
interpretar esses postulados de maneira fundamentada, com rigor metodológico. Para tanto, é essencial 
conhecer o debate sobre o restauro no período em que a Carta foi redigida, as razões que levaram a 
determinadas formulações naquela época, e a própria transformação do campo do restauro ao longo do 
tempo. As atas completas são fundamentais para ter uma idéia mais precisa das discussões ocorridas e da 
fundamentação teórica em debate. É necessário, ainda, ler o texto da Carta, sempre, em sua inteireza; ou 
seja, interpretar seus artigos em relação ao conjunto das propostas contidas na Carta, e não tirar frases do 
contexto, desconsiderando o restante do documento, pois isso pode levar a conclusões paradoxais. É 
importante ter em mente, sempre, que a Carta contém uma série de princípios-guia, que é algo muito 
diferente de regras e de um receituário para a sua aplicação. Esses princípios devem ser reinterpretados, 
para cada caso particular de aplicação, em função das colocações gerais contidas na Carta e da discussão 
que a fundamenta, e não de maneira literal-restritiva e redutora. 
No congresso realizado em Veneza, havia representantes dos mais variados países (inclusive Brasil), de 
todos os continentes2, apesar de a maioria dos participantes ser de países ocidentais, e de instituições 
internacionais. Claro está que havia idéias conflitantes3 e os debates foram numerosos, como é natural e 
saudável que ocorra. O texto da Carta é uma síntese propositiva, baseada nos pontos sobre os quais havia 
acordo. É fato que o documento é devedor do debate europeu, em especial italiano, sobre o tema. Foram 
as propostas relacionadas a um grupo de intelectuais, que tinham relação direta com as idéias debatidas na 
Itália naquele período, que predominaram no final; desse modo, para interpretar a Carta, é preciso 
conhecer muito bem a fundamentação dos debates do período. A Carta de Veneza está embasada nos 
 
1 CARBONARA, Giovanni. I trent’anni di una buona carta del restauro. Restauro, Napoli, 1995, v. 24, n. 131-132, p. 57-60. 
2 Ver os países representados e a lista completa dos participantes nas atas do Congresso, editadas em 1971(ICOMOS, 1971). O 
documento está disponível no sítio do ICOMOS: 
http://www.international.icomos.org/publications/homme.htm. 
3 Uma síntese das discussões e dos pontos de divergência está no texto do relator do Congresso, publicado nas Atas (p. 147-152), 
Lemaire, que faz uma análise geral dos trabalhos e, no que concerne especificamente à redação da Carta, mostra os aspectos de 
continuidade e as diferenças em relação à Carta de Atenas. Para uma idéia mais precisa do que foi sintetizado na Carta em relação 
às idéias que circulavam durante o Congresso, ver as atas, que contêm as várias apresentações. ICOMOS. Il monumento per l’uomo. 
Atti del II Congresso Internazionale del Restauro. Venezia 25-31 maggio 1964. Padova: ICOMOS - Marsilio, 1971. 
1 
 
princípios do chamado Restauro Crítico e para bem interpretá-la, é necessário conhecê-los em 
profundidade. A visão de restauro dessa tendência, foi assim sintetizada por Giovanni Carbonara4: 
No que se refere às transformações por que passou a teoria de restauração, veja-se a obra de 
Giovanni Carbonara, Avvicinamento al Restauro, Napoli, Liguori, 1997. O "restauro crítico" (v. pp. 
185-301) propôs-se a uma reelaboração teórica, de caráter estético e filosófico, em decorrência da 
crise teórico-metodológica evidenciada pelos danos dos bombardeios da Segunda Guerra 
Mundial; p. 285: "[O restauro crítico] parte da afirmação de que toda intervenção constitui um 
caso em si, não classificável em categorias (como aquelas meticulosamente precisadas pelos 
teóricos do chamado restauro 'científico': completamento, liberação, inovação, recomposição 
etc.), nem responde a regras prefixadas ou a dogmas de qualquer tipo, mas deve ser reinventado 
com originalidade, de vez em vez, caso a caso, em seus critérios e métodos. Será a própria obra, 
indagada atentamente com sensibilidade histórico-crítica e com competência técnica, a sugerir ao 
restaurador a via mais correta a ser empreendida". As formulações teóricas de meados do século 
XX evidenciam a individualidade e particularidades de cada obra, sendo essencial o juízo crítico 
(que não deve ser confundido com uma mera interpretação e muito menos com uma opinião 
pessoal), alicerçado na história da arte e na estética. 
 
É ainda de extrema importância compreender a Carta de Veneza, dentro do quadro de criação e de 
consolidação de organizações internacionais voltadas para a cultura. O intuito de criar essas organizações 
internacionais com especialistas era afastar a ação de atos arbitrários e tratar a questão de maneira 
fundamentada, vinculando-a ao pensamento crítico e às ciências. As cartas relacionadas à preservação são 
um esforço de apresentar princípios de modo a embasar a conduta dos profissionais da área. 
Cabe esclarecer, porém, uma confusão muito comum: falar das cartas patrimoniais como se fosse um 
conjunto homogêneo de documentos. São colocadas num mesmo plano, por exemplo, a Carta de Atenas 
de restauração, de 1931, e a Declaração de Nara sobre a Autenticidade, de 1994, do ICOMOS, as Normas 
de Quito, da Organização dos Estados Americanos, de 1967, e a Carta e Declaração de Amsterdã, do 
Conselho da Europa de 1975, sem fazer a necessária distinção entre esses escritos. Claro está que todos 
são de enorme interesse, mas estão longe de constituir um conjunto coerente, existindo, entre eles, 
diversas contradições – justamente por serem elaborados em períodos distintos, por organismos e grupos 
diferentes, com outras finalidades, tendo, portanto, intenções e repercussão bastante variadas – que devem 
ser devidamente pesadas e evidenciadas. 
Mesmo entre documentos de uma única instituição, há diferenças consideráveis que devem ser ressaltadas 
para não gerar equívocos. No caso do ICOMOS, é necessário relembrar que existem cartas que são 
adotadas pela AssembléiaGeral da instituição e deveriam ser seguidas por todos os Comitês Nacionais e 
por todos os seus membros, individuais ou institucionais. Uma carta, com seu caráter indicativo e 
prescritivo, difere de resoluções e declarações de simpósios do próprio ICOMOS, que têm por intuito 
apresentar o estado da arte de uma dada discussão e oferecer subsídios ao debate. Esse é o caso, por 
exemplo, do Documento de Nara sobre a Autenticidade, de 1994, que freqüentemente é citado como 
Carta, mas não o é. E, muito menos, coloca-se como texto substitutivo à Carta de Veneza, devendo ser 
reiterado que o Documento de Nara reafirma os postulados de Veneza5. As Cartas que são adotadas pela 
Assembléia Geral tampouco são equiparáveis às Cartas produzidas pelos Comitês Nacionais do ICOMOS; 
são documentos de interesse, e veiculados pelo sítio do ICOMOS internacional (numa categoria distinta, 
porém), mas não são referendados pela Assembléia Geral, o que significa que sua validade é local. Por 
vezes, apesar de seu interesse, alguns documentos não são avalizados pela Assembléia Geral, conter 
definições que são contraditórias com o documento-base da instituição, que continua sendo a Carta de 
 
4 CARBONARA, Giovanni. Giovanni. Avvicinamento al Restauro. Napoli: Liguori, 1997, p. 285. 
5 UNESCO. Nara conference on authenticity. Paris: UNESCO, 1995, p. XXI. “O Documento de Nara sobre a Autenticidade é 
concebido no espírito da Carta de Veneza, 1964, baseando-se nele e ampliando-o de modo a responder ao alargamento das 
preocupações e interesses daquilo que é considerado patrimônio cultural em nosso mundo contemporâneo”. 
2 
 
Veneza. Tomando a Carta de Burra, do ICOMOS-Austrália, como exemplo, a definição de restauro ali 
contida é: “a restauração será o restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior 
conhecido”6. Essa é uma visão sobre o restauro que prevaleceu até o século XIX7 e que foi refutada, num 
documento de âmbito nacional, nas resoluções do IV Congresso de Engenheiros e Arquitetos italianos, de 
18938, e, no contexto internacional, desde a Carta de Atenas, de 1931. 
Ou seja, na visão de restauro como enunciada a partir de finais dos oitocentos e reiterada na Carta de 
Veneza, não se “volta” a estado algum anterior; “vai-se” em direção a uma renovada conformação que 
respeita as fases anteriores e as próprias marcas da passagem do tempo. Note-se também que, com base 
nas experiências do século XIX, reconstruções ao idêntico (ou de uma fase anterior qualquer) não são 
ações admitidas no âmbito da preservação; no máximo, são feitas anastiloses. O caráter de documento 
histórico dos bens culturais é enfatizado e, por isso, não são reproduzíveis e não devem ser desnaturados. 
Refazer um bem desaparecido equivale a falsificar um documento. 
Uma objeção comum à Carta de Veneza é considerá-la um documento “ultrapassado”, dadas as suas 
várias décadas de existência e que teria sido “substituída” por documentos posteriores do ICOMOS, 
como a “Carta” de Nara (que como visto, não é carta, é documento) e a Carta de Burra (que não é 
referendada pela Assembléia Geral). Além dos evidentes equívocos factuais, os documentos posteriores 
do ICOMOS não se colocam como substitutivos, mas como integrativos. Nenhuma outra carta foi feita 
ou aprovada para substituir a Carta de Veneza; não porque a instituição seja relapsa, mas porque seus 
princípios são considerados, ainda, fundamentalmente válidos para o trato de edifícios de interesse para a 
preservação, continuando a ser o documento-base da instituição9. A própria Carta de Varsóvia, de 2000, 
uma carta que tem por intuito esclarecer questões de preservação no âmbito da União Européia (fruto de 
trabalho conjunto de três anos de várias universidades européias), reafirma os princípios da Carta de 
Veneza, tornando determinadas questões, de difícil interpretação, mais claras. 
Pelo fato de a Carta de Veneza ser centrada em monumentos e sítios históricos o que tem sido feito, ao 
longo dos anos, levando em conta o alargamento daquilo que passou a ser considerado bem cultural (a 
definição que consta da Carta é abrangente, mas o campo se ampliou ainda mais desde então) – que abarca 
tipos cada vez mais variados de bens, relacionados a um passado cada vez mais próximo – é produzir 
documentos integrativos e de aprofundamento, reinterpretando (de maneira fundamentada) os princípios 
da Carta de Veneza para esse contexto mais amplo, tratando de temas não contemplados diretamente por 
ela, a exemplo da Carta dos Jardins Históricos (Carta de Florença), 1981, da Carta internacional para a 
salvaguarda de cidades históricas (Carta de Washington), 1987 ou da Carta de princípios para a análise, 
conservação e restauração de estruturas do patrimônio arquitetônico, 200310. 
 
6 A tradução da Carta de Burra, versão de 1980, está disponível no sítio do IPHAN (http://portal.iphan.gov.br) 
7 Sobre as transformações no campo, e suas razões, ao longo dos séculos, existe uma abundante literatura. Como exemplo de 
textos fundamentados, que remetem a uma ampla bibliografia, ver: CARBONARA, Giovanni. Avvicinamento al restauro. Teoria, 
storia, monumenti. Napoli: Liguori, 1997; CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001; JOKILEHTO, 
Jukka Ilmari. A History of Architectural Conservation. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1999. 
8 Cf. Atti del Quarto Congresso degli Ingegneri ed Architetti Italiani, 1884. 
9 A Declaração de Compromisso Ético para os membros do ICOMOS (o texto foi revisto em 2002, ver o sítio da instituição 
www.icomos.org) reitera a validade e pertinência da Carta de Veneza. 
10 Lista em: www.international.icomos.org/chartes.htm (última consulta em 14.01.2010) 
3 
 
Anexo: Carta de Veneza (www.iphan.gov.br) 
 
Carta de Veneza de maio de 1964 
II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos 
 
CARTA INTERNACIONAL SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE MONUMENTOS E 
SÍTIOS 
Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no 
presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da 
unidade dos valores humanos, as considera um patrimônio comum e, perante as gerações futuras, se 
reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na 
plenitude de sua autenticidade. 
É, portanto, essencial que os princípios que devem presidir à conservação e à restauração dos 
monumentos sejam elaborados em comum e formulados num plano internacional, ainda que caiba a cada 
nação aplicá-los no contexto de sua própria cultura e de suas tradições. 
Ao dar uma primeira forma a esses princípios fundamentais, a Carta de Atenas de 1931 contribui para a 
propagação de um amplo movimento internacional que se traduziu principalmente em documentos 
nacionais, na atividade de ICOM e da UNESCO e na criação, por esta última, do Centro Internacional de 
Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais. A sensibilidade e o espírito crítico se 
dirigem para problemas cada vez mais complexos e diversificados. Agora é chegado o momento de 
reexaminar os princípios da Carta para aprofundá-las e dotá-las de um alcance maior em um novo 
documento. 
Consequentemente, o Segundo Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos 
Históricos, reunido em Veneza de 25 a 31 de maio de 1964, aprovou o texto seguinte: 
 
Definições 
Artigo 1º - A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada, bem como o 
sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou 
de um acontecimento histórico. Estende-se não só às grandes criações mas também às obras modestas, 
que tenham adquirido, com o tempo, uma significação cultural. 
Artigo 2º - A conservação e a restauração dos monumentos constituem uma disciplina que reclama a 
colaboração de todas asciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e a salvaguarda do 
patrimônio monumental. 
 
Finalidade 
Artigo 3º - A conservação e a restauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de arte 
quanto o testemunho histórico. 
 
Conservação 
Artigo 4º - A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente. 
Artigo 5º - A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à 
sociedade; tal destinação é portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar à disposição ou a 
decoração dos edifícios. É somente dentro destes limites que se deve conceber e se pode autorizar as 
modificações exigidas pela evolução dos usos e costumes. 
Artigo 6º - A conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. 
Enquanto subsistir, o esquema tradicional será conservado, e toda construção nova, toda destruição e 
toda modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores serão proibidas. 
Artigo 7º- O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por 
isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a 
salvaguarda do monumento o exigir ou quando o justificarem razões de grande interesse nacional ou 
internacional. 
Artigo 8º - Os elementos de escultura, pintura ou decoração que são parte integrante do monumento não 
lhes podem ser retirados a não ser que essa medida seja a única capaz de assegurar sua conservação. 
 
Restauração 
4 
 
Artigo 9º - A restauração é uma operação que deve ter caráter excepcional. Tem por objetivo conservar e 
revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original 
e aos documentos autênticos. Termina onde começa a hipótese; no plano das reconstituições 
conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou 
técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. A 
restauração será sempre precedida e acompanhada de um estudo arqueológico e histórico do 
monumento. 
Artigo 10º - Quando as técnicas tradicionais se revelarem inadequadas, a consolidação do monumento 
pode ser assegurada com o emprego de todas as técnicas modernas de conservação e construção cuja 
eficácia tenha sido demonstrada por dados científicos e comprovada pela experiência. 
Artigo11º - As contribuições válidas de todas as épocas para a edificação do monumento devem ser 
respeitadas, visto que a unidade de estilo não é a finalidade a alcançar no curso de uma restauração, a 
exibição de uma etapa subjacente só se justifica em circunstâncias excepcionais e quando o que se 
elimina é de pouco interesse e o material que é revelado é de grande valor histórico, arqueológico, ou 
estético, e seu estado de conservação é considerado satisfatório. O julgamento do valor dos elementos 
em causa e a decisão quanto ao que pode ser eliminado não podem depender somente do autor do 
projeto. 
Artigo 12º - Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmoniosamente 
ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim de que a restauração não falsifique o 
documento de arte e de história. 
Artigo 13º - Os acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que respeitarem todas as partes 
interessantes do edifício, seu esquema tradicional, o equilíbrio de sua composição e suas relações com o 
meio ambiente. 
 
Sítios Monumentais 
Artigo14º - Os sítios monumentais devem ser objeto de cuidados especiais que visem a salvaguardar sua 
integridade e assegurar seu saneamento, sua manutenção e valorização. Os trabalhos de conservação e 
restauração que neles se efetuarem devem inspirar-se nos princípios enunciados nos artigos precedentes. 
 
Escavações 
Artigo 15º - Os trabalhos de escavação devem ser executados em conformidade com padrões científicos e 
com a "Recomendação Definidora dos Princípios Internacionais a serem aplicados em Matéria de 
Escavações Arqueológicas", adotada pela UNESCO em 1956. 
Devem ser asseguradas as manutenções das ruínas e as medidas necessárias à conservação e proteção 
permanente dos elementos arquitetônicos e dos objetos descobertos. Além disso, devem ser tomadas 
todas as iniciativas para facilitar a compreensão do monumento trazido à luz sem jamais deturpar seu 
significado. 
Todo trabalho de reconstrução deverá, portanto, deve ser excluído a priori, admitindo-se apenas a 
anastilose, ou seja, a recomposição de partes existentes, mas desmembradas. Os elementos de integração 
deverão ser sempre reconhecíveis e reduzir-se ao mínimo necessário para assegurar as condições de 
conservação do monumento e restabelecer a continuidade de suas formas. 
 
Documentação e Publicações 
Artigo 16º - Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre acompanhadas pela 
elaboração de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com 
desenhos e fotografias. Todas as fases dos trabalhos de desobstrução, consolidação recomposição e 
integração, bem como os elementos técnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos serão ali 
consignados. Essa documentação será depositada nos arquivos de um órgão público e posta à 
disposição dos pesquisadores; recomenda-se sua publicação. 
 
5 
 
Legislação Estadual 
 
A Lei nº 10.247, de 22 de outubro de 1968, cria o CONDEPHAAT. 
 
O Decreto Estadual nº 13.426 de 16 de março de 1979, revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 
1983 - exceto quanto aos Artigos 134 a 149 que permanecem em vigor por força do Artigo 158 do 
Decreto 50.941 - disciplina o processo de tombamento. 
 
O Decreto Estadual nº 48.137, de 07.10.03, altera a redação do Artigo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de 
março de 1979, no que se refere à área envoltória dos bens imóveis tombados pelo CONDEPHAAT. 
 
O Decreto Estadual nº 48.439 de 7 de janeiro de 2004, regulamenta a Lei nº 10.774, de 1º de março de 
2001, que dispõe sobre aplicação de multas por danos causados a bens tombados ou protegidos pelo 
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - 
CONDEPHAAT, e dá providências correlatas. 
 
Resolução nº26 de 23 de julho de 1981 sobre o tombamento da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da 
USP. 
 
 
 
 
6 
 
LEI Nº 10.247, DE 22 DE OUTUBRO DE 1968 
 
Dispõe sobre a competência, organização e o funcionamento do Conselho de Defesa do Patrimônio 
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado, criado pelo Artigo 128 da Constituição Estadual 
e dá outras providências: 
 
 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: 
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: 
 
Artigo 1o – O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do 
estado, criado pelo art. 128 da Constituição Estadual, fica diretamente subordinado ao Secretario de 
Cultura Esportes e Turismo, e se regerá pelo disposto nessa lei. 
Artigo 2o – Competirá ao Conselho a adoção de todas as medidas para a defesa do patrimônio histórico, 
artístico e turístico do Estado, cuja conservação se imponha em razão de fatos históricos memoráveis, do 
seu valor folclórico, artístico, documental ou turístico, bem assim dos recantos paisagísticos, que mereçam 
ser preservados. 
Parágrafo Único – Caberá ao Conselho, para efetivação do disposto neste Artigo: 
I – propor às autoridades competentes o tombamento de bens nele referidos, bem como solicitar a sua 
desapropriação quando tal medida se fizer necessária; 
II – celebrar convênios ou acordos com entidades publicas ou particulares, visando à preservação do 
patrimônio de que trata este Artigo; 
III – propor a compra de bens moveis ou seu recebimento em doação; 
IV – sugerir a concessão de auxilio ou subvenções a entidades que objetivem as mesmas finalidades do 
Conselho, ou a particulares que conservem e protejam documentos, obras e locais de valor histórico,artístico ou turístico; 
V – ter a iniciativa de projetar e executar às expensas do Estado as obras de conservação e restauração de 
que necessitem os bens públicos ou particulares discriminados neste Artigo; 
VI – cadastrar os bens tombados na forma da legislação vigente; 
VII – adotar outras providencias previstas em regulamento. 
.. . .. . .. . .. ... ... ... ... .. ... . 
Palácio dos Bandeirantes, 22 de outubro de 1968. 
ROBERTO COSTA DE ABREU SODRÉ, Governador do Estado 
Orlando Gabriel Zancaner , Secretario de Cultura, Esportes e Turismo 
Publicado na Assessoria Técnico-Legislat iva, aos 22 de outubro de 1968
7 
 
DECRETO ESTADUAL 13.426, DE 16/03/79 
 
O Decreto Estadual nº 13.426/79 foi revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 1983, exceto quanto 
aos Artigos 134 a 149 que permanecem em vigor por força do Art igo 158 do Decreto 50.941/06: 
 
“Artigo 158 - Os bens que compõem o patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico do Estado 
serão defendidos e preservados pelo processo de tombamento nos termos da legislação federal pertinente, 
bem como na forma prevista neste decreto e nos Artigos 134 a 149 do Decreto 13.426, de 16 de março de 
1979.” 
 
SEÇÃO IV 
Do Processo de Tombamento 
 
Artigo 134 - Os bens tombados não poderão ser destruídos, demolidos, mutilados ou alterados, nem sem 
prévia autorização do Conselho, reparados, pintados ou restaurados, sob pena de multa a ser imposta pelo 
mesmo Conselho, de até 20% (vinte por cento) do respectivo valor , neste incluído o do terreno, se for o 
caso, e, sem prejuízo das demais sanções aplicáveis ao infrator. 
§ 1º - Na hipótese de alienação onerosa dos bens referidos neste Artigo, de propriedade de 
pessoas naturais ou jurídicas de Direito Privado, a União, o Estado e os Municípios terão nessa 
ordem, direito de preferência para aquisição, obedecido o processo estabelecido para a espécie 
pelo Decreto Lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 1937. 
§ 2º - A alienação gratuita, a cessão de uso, a locação ou a remoção de qualquer bem tombado, 
deverá ser comunicada ao Conselho com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. 
§ 3º - Os bens tombados, pertencentes ao Estado e aos Municípios só poderão ser alienados ou 
transferidos de uma para outra dessas entidades, comunicado o fato ao Conselho. 
§ 4º - No caso de transferência da propriedade do bem imóvel tombado, inclusive por sucessão 
<causa mortis>, competirá ao serventuário do Registro de Imóveis competente efetuar <ex-
officio>, as respectivas averbações, das quais dará ciência ao Conselho. 
§ 5º - Os bens tombados ficam sujeitos à inspeção periódica do Conselho. 
§ 6º - Na hipótese de extravio ou furto de qualquer bem tombado, o respectivo proprietário 
deverá comunicar a ocorrência ao Conselho dentro de 15 (quinze) dias, sob pena de multa de 20% 
do valor do bem. 
Artigo 135 - Não poderão ser tombadas as obras de origem estrangeira pertencentes a representações 
diplomáticas ou consulares, empresas estrangeira, casas de comércio ou que também tenham vindo do 
exterior para exposição ou certames. 
Artigo 136 - O proprietário que não dispuser de recurso para proceder a obras de conservação e reparação 
de que o bem tombado necessite, deverá comunicar a circunstância ao Conselho, sob pena de multa 
aplicada pelo Conselho, observado o disposto no Artigo 6º do Decreto Lei nº 149, de 15 de agosto de 
1969. 
§ 1º - Recebida a comunicação, o Conselho mandará executar as obras necessárias. 
§ 2º - Omitindo-se o Conselho quanto às providências referidas no parágrafo anterior , assistirá o 
proprietário o direito de pleitear o cancelamento do tombamento. 
§ 3º - O Conselho poderá projetar e executar obras de conservação de bens tombados 
independentemente de comunicação ou anuência do proprietário, uma vez comprovada a 
urgência das mesmas. 
Artigo 137 - Nenhuma obra poderá ser executada na área compreendida num raio de 300 (trezentos) 
metros em torno de qualquer edificação ou sítio tombado, sem que o respectivo projeto seja previamente 
aprovado pelo Conselho, para evitar prejuízo à visibilidade ou destaque do referido sítio ou edificação. 
*Redação alterada pelo Decreto 48.137, de 07.10.2003 – ver final do Decreto 
8 
 
Artigo 138 - Nenhuma obra - construção e loteamentos ou a instalação de propagandas-painéis, dísticos-
cartazes, ou semelhantes - poderá ser autorizada ou aprovada pelos Municípios em zonas declaradas de 
interesse artístico estadual ou na vizinhança de bens tombados, desde que contrariem padrões de ordem 
estética fixados pelo Governo do Estado 
§ 1º - A fixação dos padrões referidos neste Artigo será objeto de decreto, por proposta do 
Conselho por meio da Secretar ia da Cultura. 
§ 2º - O estabelecimento das zonas de interesse turístico estadual far-se-á por decreto, na forma 
prevista no parágrafo anterior, ouvidos os municípios cuja área foi no todo ou em parte, 
abrangida por essa zona. 
Artigo 139 - O tombamento se efetiva por Resolução do Secretário da Cultura e posterior inscrição do 
bem tombado no livro próprio. 
Artigo 140 - Para o tombamento dos bens móveis e imóveis o Conselho manterá os seguintes Livros de 
Tombo: 
I - Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; 
II - Livro do Tombo das Artes Aplicadas; 
III - Livro do Tombo das Artes; 
IV - Livro do Tombo das Artes Populares; 
V - Livro do Tombo Histórico. 
§ 1º - No Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico serão inscritos os bens de 
valor arqueológico e etnográficos e os monumentos naturais paisagísticos. 
§ 2º - No Livro do Tombo das Artes Aplicadas as obras que se incluírem na categoria de artes apl 
icadas, nacionais ou estrangeiras. 
§ 3º - No Livro do Tombo das Artes as obras nacionais ou estrangeiras de valor pictórico, 
escultórico e arquitetônico. 
§ 4º - No Livro de Tombo das Artes Populares, os bens relacionados com as manifestações 
folclóricas, características de épocas e regiões do País e do Estado. 
§ 5º - No Livro de Tombo Histórico, os objetos de interesse histórico e as obras de ar te histórica. 
Artigo 141 - O tombamento dos bens pertencentes a pessoas naturais ou jurídicas de Direito Privado, 
inclusive ordens de instituições religiosas, far-se-á voluntária ou compulsoriamente e, no caso de bem 
móvel, os atos respectivos serão averbados no Registro de Títulos e Documentos. 
Artigo 142 - O tombamento de bens inicia pela abertura do processo respectivo por solicitação do 
interessado ou por deliberação do Conselho, tomada <ex-officio> 
Parágrafo Único - A deliberação do Conselho ordenando o tombamento ou a simples abertura do 
processo assegura a preservação do bem até decisão final da autor idade, pelo que o fato será 
imediatamente comunicado à autor idade policial sob cuja jurisdição se encontre o bem em causa para os 
devidos fins. 
Artigo 143 - Quando a iniciativa do tombamento de bens não partir de seus proprietários, serão estes 
notificados, para, se o quiserem, contestar a medida no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 1º - Não ocorrendo contestação, será o tombamento submetido à aprovação do Secretário da 
Cultura e uma vez publicada a Resolução no <Diário Oficial> imediatamente inscrito no Livro do 
Tombo; 
§ 2º - Contestada a proposta, o Conselho se manifestará, encaminhando o processo à apreciação 
final do Secretário. 
§ 3º - Da decisão do tombamento em que houve impugnação caberá recurso ao Governo do 
Estado. 
Artigo 144 - O tombamento de bens pertencentes ao Estado ou aos Municípios ser fará 
compulsoriamente comunicada, obrigatoriamente, a iniciativa da medida ao órgão interessado. 
Artigo 145 - Serão sumariamente arquivadas as propostas de tombamento não sejam devidamente 
instruídas e justificadas. 
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Artigo 146 - A abertura do processo tombamento, quando da iniciativa do proprietário, ou notificação 
deste nos demais casos, susta desde logo, qualquer projeto ou obra que importe em mutilação, 
modificação ou destruição dos bens em exame. 
Artigo 147 - Para as transgressões das obrigações impostas por este Decreto,para as quais não será 
prevista penalidade específica, o Conselho poderá aplicar multas no valor de 1 (hum) a 20% (vinte por 
cento) do bem tombado sem prejuízo de eventual apuração de responsabilidade funcional, criminal ou 
civil. 
Artigo 148 - O Conselho divulgará em publicação oficial, anualmente atualizada a relação dos bens 
tombados do Estado. 
Artigo 149 - Os bens tombados na área do Estado pela Diretor ia do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional serão inscritos nos Livros do Tombo respectivos, a fim de se beneficiarem com obras e 
iniciativas do Conselho respeitada a legislação federal aplicável à espécie 
 
 
 
 
DECRETO ESTADUAL Nº 48.137, DE 07.10.03 
Altera a redação do Art igo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de março de 1979, no que se refere à área 
envoltória dos bens imóveis tombados pelo CONDEPHAAT. 
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,Decreta: 
Artigo 1º - O Artigo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de março de 1979, passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
"Artigo 137 - A Resolução de Tombamento preverá, no entorno do bem imóvel tombado, edificação ou 
sítio, uma área sujeita a restrições de ocupação e de uso, quando estes se revelarem aptos a prejudicar a 
qual idade ambiental do bem sob preservação, definindo, caso a caso, as dimensões dessa área envoltória. 
Parágrafo único - Nenhuma obra poderá ser executada dentro da área envoltória definida nos termos 
deste Artigo sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo CONDEPHAAT." 
Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
 
10 
 
DECRETO Nº 48.439, DE 7 DE JANEIRO DE 2004 
Regulamenta a Lei nº 10.774, de 1º de março de 2001, que dispõe sobre aplicação de multas por danos 
causados a bens tombados ou protegidos pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Históri-co, 
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, e dá providências correlatas 
GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas 
atribuições legais e tendo em vista o disposto no artigo 9º da Lei esta-dual nº 10.774, de 1º de março de 
2001, Decreta: 
Artigo 1º - Os bens tombados ou protegidos pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, 
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT não poderão ser objeto de 
quaisquer intervenções ou remoções sem a prévia autorização desse órgão. 
Parágrafo único - Consideram-se intervenções especialmente as ações de destruição, demolição, 
mutilação, alteração, abandono, reparação ou restauração dos bens, bem como a execução de 
obras irregulares. 
Artigo 2º - O interessado em efetuar intervenção ou remoção nos bens de que trata o artigo 1º deverá 
apresentar requerimento dirigido ao Presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, 
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, instruído na forma prevista em 
deliberação expedida pelo órgão para esse fim. 
Artigo 3º - O Presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e 
Turístico do Estado - CONDEPHAAT, após a autuação e instrução com elementos técnicos que se 
fizerem necessários, submeterá o pedido ao Conselho Deliberativo. 
Artigo 4º - O Conselho Deliberativo decidirá, motivadamente, e, em caso de deferimento do pedido, 
estabelecerá as condições e os limites à intervenção ou remoção. 
Artigo 5º - O interessado será intimado da decisão, por carta, entregue no endereço indicado no 
requerimento. 
Artigo 6º - Da decisão caberá recurso ao Secretário da Cultura, na forma do disposto na Lei nº 10.177, de 
30 de dezembro de 1998. 
Artigo 7º - Incumbe ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico 
do Estado - CONDEPHAAT delimitar áreas urbanas particularmente significativas para a preservação da 
memória e da paisagem das cidades, mediante deliberação, da qual será dada ciência aos interessados por 
meio de publicação no Diário Oficial do Estado. 
Parágrafo único - As restrições quanto à instalação de anúncios externos sob qualquer forma de 
intervenção comunicativa visual, bem como painéis, luminosos, suportes e assemelhados, que possam 
comprometer ou prejudicar a qualidade ambiental dos edifícios, espaços e logradouros, serão estabelecidas 
por ocasião da delimitação referida no "caput" deste artigo. 
Artigo 8º - O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado 
- CONDEPHAAT determinará a imediata remoção de qualquer objeto, móvel ou imóvel, cuja instalação 
ou localização, ainda que de caráter provisório, venha a prejudicar a visibilidade ou a qualidade ambiental 
de um bem tombado, mediante intimação do responsável, atribuindo-lhe prazo para tanto. 
Parágrafo único - Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderá o Conselho de Defesa do 
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT estabelecer 
disciplina especial para o tráfego, estacionamento ou atracação de quaisquer veículos ou embarcações em 
áreas tombadas ou envoltórias. 
Artigo 9º - Pelo descumprimento das normas deste decreto e sem prejuízo das sanções civis e penais 
cabíveis e do que dispuser a legislação federal, ficará o infrator sujeito a multa pecuniária, de natureza 
administrativa, a ser recolhida ao Fundo Especial de Despesa da Secretaria de Estado da Cultura. 
Parágrafo único - São solidariamente responsáveis, no que couber, no caso de obra irregular em 
bem tombado ou protegido, ou na ausência das providências indispensáveis de proteção e 
preservação: 
1. o proprietário e o possuidor do bem a qualquer título; 
11 
 
2. o responsável técnico pela obra ou intervenção; 
3. o empreiteiro da obra. 
Artigo 10 - Na imposição da multa, serão consideradas a natureza da in-fração cometida e a relevância do 
bem cultural agredido, sendo classificadas como: 
I - leves: as infrações que importem em intervenções removíveis sem a necessidade de restauro; 
II - médias: as infrações que importem intervenção reversível mediante restauro, sem desfiguração 
definitiva; 
III - graves: as ações que importam em irreversível desfiguração ou destruição. 
Artigo 11 - As multas de que trata o presente decreto serão aplicadas pelo Conselho de Defesa do 
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, por meio de seu 
Conselho Deliberativo, observados os seguintes valores: 
I - 50 (cinqüenta) a 250 (duzentas e cinqüenta) UFESPs para as infrações consideradas leves; 
II - 500 (quinhentas) a 5.000 (cinco mil) UFESPs para as infrações consideradas médias; 
III - 6.000 (seis mil) a 30.000 (trinta mil) UFESPs para as infrações consideradas graves. 
§ 1º - Na quantificação do valor da multa serão considerados a relevância do bem, a extensão da 
agressão e os efeitos com relação ao uso social, simbólico, cultural ou científico, apreciando-se, 
conforme o caso, as circunstâncias relativas: 
1. à identificação do bem imóvel agredido: o bem propriamente dito ou sua área envoltória; 
2. à identificação do bem móvel agredido: coleção ou bem singular, unidade de coleção ou 
pertença do bem tombado; 
3. à situação jurídica do bem agredido: tombado, em processo de tombamento, listado, ou 
protegido diversamente; 
4. ao estado de conservação, por ocasião das medidas de proteção: bom, regular ou precário; 
5. à atuação do infrator: omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa, sistemática ou ocasional, em 
concurso de pessoas ou individual; 
6. ao propósito de remoção do bem: definitiva ou provisória. 
§ 2º - Os valores das multas previstas neste artigo serão renováveis mensalmente até a efetiva 
recuperação dos bens protegidos. 
§ 3º - A infração ao disposto no artigo 7º deste decreto será classificada como leve para o fim do 
artigo 10 e implicará em multa pecuniária, renovável mensal-mente até a remoção do elemento de 
interferência. 
§ 4º - A infração ao disposto no artigo 8º deste decreto implicará em multa diária não inferior a 
250 (duzentas ecinqüenta) UFESPs, até a efetiva remoção do objeto de localização irregular. 
Artigo 12 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de infração prevista na Lei nº 10.774, de 1º de março 
de 2001, e neste decreto poderá denunciá-la ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, 
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT. 
Artigo 13 - A denúncia conterá a identificação do seu autor, devendo indicar o fato e suas circunstâncias e, 
se possível, seus responsáveis ou beneficiários. 
Parágrafo único - Quando a denúncia for apresentada verbalmente, a autoridade lavrará termo, 
assinado pelo denunciante. 
Artigo 14 - Na apuração das infrações, lavratura do auto de infração e imposição de multas observar-se-á 
o disposto na Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998. 
Artigo 15 - Da decisão do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e 
Turístico do Estado - CONDEPHAAT que impuser multa caberá recurso ao Secretário da Cultura, no 
prazo de quinze dias contados da notificação do infrator e, se for o caso, do responsável solidário, 
observadas as disposições da Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998. 
Artigo 16 - Os anúncios e similares já instalados na data da vigência deste decreto poderão manter-se 
enquanto perdurem as respectivas autorizações legais. 
Artigo 17 - O Secretário da Cultura expedirá normas complementares ao presente decreto. 
Artigo 18 - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Palácio dos Bandeirantes, 7 de janeiro de 2004 GERALDO ALCKMIN 
12 
 
 
13 
 
 
14 
 
Legislação Municipal 
 
 
CONPRESP 
CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E 
AMBIENTAL DA CIDADE DE SÃO PAULO 
 
LEGISLAÇÃO 
 
 
LEI Nº 10.032 de 27 de dezembro de 1985 LEI Nº 10.236 de 16 de 
dezembro de 1986 
Dispõe sobre a criação de um Conselho Municipal de Preservação do 
Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo. 
Altera dispositivos da Lei nº 
10.032, de 27 de dezembro de 1985, que 
dispõe sobre a criação do CONPRESP 
TÍTULO I - DO CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO 
DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL DA 
CIDADE DE SÃO PAULO (CONPRESP) 
Art. 1º - VETADO 
Art. 1º - Fica instituído o Conselho Municipal de Preservação do 
Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), 
órgão colegiado de assessoramento cultural integrante da estrutura da Secretaria 
Municipal de Cultura. 
 
Art. 2º - São atribuições do CONPRESP as que se seguem: 
I - Deliberar sobre o tombamento de bens móveis e imóveis de valor 
reconhecido para a Cidade de São Paulo. 
II - Comunicar o tombamento de bens ao oficial do respectivo cartório de 
registros para realização dos competentes assentamentos, bem como aos órgãos 
estadual e federal de tombamento. 
III - Formular diretrizes a serem obedecidas na política de preservação e 
valorização dos bens culturais. 
IV - Promover a preservação e valorização da paisagem, ambientes e 
espaços ecológicos importantes para a manutenção da qualidade ambiental e 
garantia da memória física e ecológica, mediante a utilização dos instrumentos legais 
existentes, a exemplo de instituição de áreas de proteção ambiental, estações 
ecológicas e outros. 
V - Definir a área de entorno do bem tombado a ser controlado por 
sistemas de ordenações espaciais adequadas. 
VI - Quando necessário, opinar sobre planos, projetos e propostas de 
qualquer espécie referentes à preservação de bens culturais e naturais. 
VII - Promover a estratégia de fiscalização da preservação e do uso dos 
bens tombados. 
VIII - Adotar as medidas previstas nesta lei, necessárias a que se produzam 
os efeitos de tombamento. 
IX - Em caso de excepcional necessidade, deliberar sobre as propostas de 
revisão do processo de tombamento. 
X - Manter permanente contato com organismos públicos e privados, 
nacionais e internacionais, visando a obtenção de recursos, cooperação técnica e 
cultural para planejamento das etapas de preservação e revitalização dos bens 
culturais e naturais do Município. 
XI - Quando necessário e em maior nível de complexidade, manifestar-se 
sobre projetos, planos e propostas de construção, conservação, reparação, 
restauração e demolição, bem como sobre os pedidos de licença para 
funcionamento de atividades comerciais ou prestadoras de serviços em imóveis 
situados em local definido como área de preservação de bens culturais e naturais, 
ouvido o órgão municipal expedidor da respectiva licença. 
XII - Pleitear benefícios aos proprietários de bens tombados. 
XIII - Arbitrar e aplicar as sanções previstas nesta lei. 
 
Art. 3º - O Conselho compõe-se dos seguintes membros, indicados pelos órgãos e adiante 
discriminados e nomeados pelo Secretário Municipal de Cultura: 
I - Um representante da Secretaria Municipal de Cultura. 
II - O diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura. 
III - O Vereador presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de São 
Paulo. 
IV - Um representante por bancada na Câmara de São Paulo. 
V - Um representante da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do 
Município de São Paulo. 
Art. 2º - O "caput" do artigo 3º 
da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 
1985, passa a vigorar com a seguinte 
redação: 
“Art. 3º - O Conselho compõe-se 
dos seguintes membros, nomeados pelo 
Prefeito: 
I - Um representante da Secretaria 
Municipal de Cultura; 
15 
 
VI - Um representante da Secretaria Municipal do Planejamento. 
VII - Um representante do Departamento Judicial da Secretaria dos Negócios Jurídicos 
do Município de São Paulo. 
VIII - Um representante do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, 
Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). 
IX - Um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). 
X - Um representante do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA). 
XI - Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP). 
XII - Um representante da Curadoria do Meio Ambiente da Procuradoria Geral da 
Justiça. 
XIII - Três representantes escolhidos pelos demais integrantes do Conselho, indicados 
pelas Entidades Culturais abaixo relacionadas, e outros congêneres convidados sendo que, cada 
uma delas indicará um único membro: 
a) Associação Paulista de Artistas Plásticos; 
b) União dos Escritores Brasileiros; 
c) Associação Nacional dos Professores Universitários de História; 
d) Associação dos Geógrafos Brasileiros; 
e) Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; 
f) Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; 
g) Instituto de Engenharia; 
h) Sociedade dos Arqueólogos do Brasil; 
i) Associação Paulista de Museólogos; 
j) Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo. 
XIV - Três membros da sociedade civil da Cidade de São Paulo, escolhidos pelo 
Conselho de uma lista formada a partir de nomes inscritos pelas associações comunitárias que 
indicarão um membro cada, sendo para tanto convocadas por edital. 
XV - Três representantes do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria 
Municipal de Cultura, respectivamente das Divisões do Arquivo Histórico, de Iconografia e 
Museus e de Preservação. 
XVI - Dois representantes da Universidade de São Paulo escolhidos entre membros da 
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Arquitetura e Urbanismo e outros 
Departamentos ligados à área de preservação. 
XVII - Dois representantes indicados pelas Associações Comunitárias onde estiver 
localizado o bem, objeto de pedido de tombamento. Tal representante terá poderes de deliberação 
tão-somente quanto a este bem. 
(Alterado pelo Art. 2o. da Lei 10236/86). 
§ 1º - O presidente do Conselho será escolhido por eleição entre seus 
membros. 
§ 2º - Deixando qualquer dos órgãos ou entidades referidas neste artigo de 
indicar representantes, sua representação extinguir-se-á por toda a duração do 
respectivo mandato, reduzindo-se o quórum. 
§ 3º - O previsto no parágrafo anterior, também ocorrerá com a ausência do 
representantepor três reuniões consecutivas sem justificativa. 
§ 4º - O Conselho terá uma Secretaria Executiva e um corpo de 
assessoramento de diferentes áreas de conhecimento, com antropologia cultural, 
saúde pública, pré-história, geo-ecologia, organização de espaço, ecologia urbana, 
entre outras, incluindo-se entre eles técnicos dos órgãos de preservação do 
patrimônio histórico, cultural e ambiental, nos âmbitos federal, estadual e municipal, 
que serão convidados, em cada caso, a participar de suas reuniões sem direito a 
voto. 
II - O Diretor do Departamento 
do Patrimônio Histórico da Secretaria 
Municipal de Cultura; 
III - Um Vereador, 
preferentemente, o Presidente da 
Comissão de Cultura da Câmara 
Municipal de São Paulo; 
IV - Um representante da 
Secretaria dos Negócios Jurídicos; 
V - Um representante da 
Secretaria da Habitação e 
Desenvolvimento Urbano; 
VI - Um representante da 
Secretaria Municipal de Planejamento; 
VII - Um representante do 
Instituto de Arquitetos do Brasil - seção 
de São Paulo; 
VIII - Um representante da 
Ordem dos Advogados do Brasil - seção 
de São Paulo; 
IX - Um representante do 
Conselho Regional de Engenharia e 
Arquitetura - seção de São Paulo; 
X - VETADO; 
XI - VETADO; 
XII - VETADO; 
XIII - VETADO; 
XIV - VETADO; 
XV - VETADO; 
XVI - VETADO.” 
Art. 4º - O mandato dos membros do Conselho, bem como de seu 
presidente, é de três anos, permitida a recondução. 
 
Art. 5º - O Conselho reunir-se-á conforme estabelecido em seu Regimento 
Interno. 
 
Art. 6º - O exercício das funções de Conselheiro é considerado de relevante 
interesse público, e não poderá, por qualquer forma, ser remunerado. 
 
 
TÍTULO II - DO SISTEMA DE PRESERVAÇÃO 
Art. 7º - O Município, na forma desta lei, procederá ao tombamento total 
ou parcial de bens móveis e imóveis, de propriedade pública ou particular existentes 
em seu território que, pelo seu valor cultural, histórico, artístico, arquitetônico, 
documental, bibliográfico, paleográfico, urbanístico, museográfico, toponímico, 
ecológico e hídrico, ficam sob a especial proteção do Poder Público Municipal. 
Parágrafo Único - O tombamento deverá recair de ofício sobre bens já 
tombados pelos poderes públicos federal e estadual. 
 
Art. 8º - Caberá ao CONPRESP formular as diretrizes e estratégias necessárias para 
garantir a preservação de bens culturais e naturais, adotando todas as medidas cabíveis para tanto, 
independentemente da utilização direta do tombamento. Alterado pelo Art. 3( o. da Lei 
Art. 3º - O artigo 8º da Lei nº 
10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa 
a vigorar com a seguinte redação: 
16 
 
10236/86). 
 
"Art. 8º - Caberá ao CONPRESP, 
em conjunto com a Secretaria Municipal 
de Cultura, formular as diretrizes e as 
estratégias necessárias para garantir a 
preservação de bens culturais e naturais". 
Art. 9º - Com base nas diferentes categorias de bens tombados, o Conselho 
terá um conjunto de livros para registros dos bens tombados, entre os quais os que 
se seguem obrigatoriamente: 
I - Livro do Registro dos bens naturais, incluindo-se paisagens excepcionais, 
espaços ecológicos relevantes, recursos hídricos, monumentos de natureza regional 
e sítios históricos notáveis. 
II - Livro de Registro dos bens de valor arqueológico pré-histórico e 
antropológico. 
III - Livro de Registro dos bens históricos, artísticos, folclóricos, 
bibliográficos, iconográficos, toponímicos e etnográficos. 
IV - Livro de Registro dos parques, logradouros, espaços de lazer e espaços 
livres urbanos. 
V - Livro de Registro de edifícios, sistemas viários, conjuntos arquitetônicos 
e urbanos representativos e monumentos da cidade. 
VI - Livro de Registro de bens móveis, incluindo-se acervos de museus, 
coleções particulares, públicas, peças isoladas de propriedade identificada, 
documentos raros de arquivos, mapas, cartas, plantas, fotografias e documentos de 
sensores. 
Parágrafo Único - No caso de tombamento de coleções de Museu, 
arquivos, bibliotecas e pinacotecas, será obrigatoriamente feita uma relação das 
peças que se constituirá em anexo obrigatório do registro respectivo. 
 
Art. 10 - O tombamento de qualquer bem cultural ou natural requer a caracterização da 
delimitação de um espaço envoltório, dimensionado caso a caso por estudos do corpo técnico de apoio.
Parágrafo Único - Os estudos serão encaminhados simultaneamente com o respectivo 
processo e aprovados pelo Conselho, levando-se em conta a ambiência, visibilidade e harmonia. 
 
Art. 11 - As resoluções de tombamento definitivo de bens culturais e 
naturais, devem incluir diretrizes diferenciadas de utilização e preservação nos casos 
em que tais indicações se fizerem necessárias. 
 
Art. 12 - Não serão passíveis de tombamento os bens de origem estrangeira, 
pertencentes a representações diplomáticas ou consulares, empresas estrangeiras, 
assim como aqueles procedentes do exterior para integrarem exposição certame. 
 
 
TÍTULO III - DO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO 
Art. 13 - O processo de tombamento será iniciado a pedido de qualquer 
interessado, proprietário ou não do bem respectivo, de membro do Conselho, ou 
órgão técnico de apoio, protocolado junto ao CONPRESP. 
Parágrafo Único - O pedido deve estar instruído com dados para 
localização do bem, acompanhado de justificativa e documentação sumária. 
 
Art. 14 - O processo será aberto por resolução do Conselho que será publicado em até 
três dias úteis contados da data da resolução, pelo órgão técnico de apoio, no Diário Oficial do 
Município e em pelo menos um jornal de grande tiragem. 
§ 1º - Independentemente da publicação referida neste artigo, deverá o proprietário ser 
notificado. 
§ 2º - Com a abertura do processo de tombamento o bem em exame terá o mesmo regime 
de preservação do bem tombado até a decisão final do Conselho. 
 
Art. 15 - Efetiva-se o tombamento por resolução do Conselho publicada pelo Diário 
Oficial do Município, da qual caberá, no prazo de quinze dias, direito de contestação por qualquer 
pessoa física ou jurídica, protocolada junto ao CONPRESP. 
Parágrafo Único - Examinadas as contestações pelo Conselho, este decidirá pela 
manutenção ou não do tombamento. Em caso da manutenção, será a resolução homologada pelo 
Prefeito Municipal e levada para inscrição no respectivo livro de tombo, não cabendo dela nenhum 
recurso. 
(Alterados pelo Art. 4o. da Lei 10236/86). 
 
Art. 4º - O artigo 15 e seu 
parágrafo único da Lei nº 10.032, de 27 
de dezembro de 1985, passam a vigorar 
com a seguinte redação: 
"Art. 15 - Efetiva-se o 
tombamento, objeto de Resolução do 
Conselho, por Ato do Secretário 
Municipal de Cultura, publicado no Diário 
Oficial do Município, do qual caberá, no 
prazo de quinze dias, contestação, junto 
ao CONPRESP, por qualquer pessoa 
física ou jurídica. 
Parágrafo Único - Examinadas as 
contestações pelo Conselho, este opinará 
pela manutenção ou não do tombamento. 
Em caso de manutenção, será a resolução 
homologada pelo Prefeito, e levada para 
inscrição no respectivo livro de tombo." 
17 
 
Art. 16 - A resolução de que trata o artigo anterior exige a presença mínima 
de dois terços dos membros do Conselho para efetivar-se, sendo as suas 
deliberações tomadas por maioria de votos, cabendo ao presidente, além do seu, o 
voto de qualidade. 
Parágrafo Único - Todas as outras deliberações do Conselho, inclusive as que se 
referirem a preservação de bens que não envolvam tombamento, serão efetivadas conforme 
determinar o seu Regimento Interno. 
 
Art. 17 - O CONPRESP providenciará, no caso do tombamento do bem 
imóvel, o assentamento da respectiva resolução no Registro de Imóveis; no caso de 
bem móvel, o assentamento será realizado no Registro de Títulos e Documentos. 
 
 
TÍTULO IV - DO RELACIONAMENTO ENTRE O CONPRESP 
E O ÓRGÃO TÉCNICO DE APOIO 
 
Art. 18 - O órgão técnico de apoio do Conselho é o Departamento do 
Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, ao qual caberá: 
I - Fornecer subsídios técnicosque forem necessários ao Conselho; 
II - Viabilizar as decisões tomadas pelo Conselho; 
III - Encaminhar proposições e estudos atinentes à questão da preservação 
para deliberação do Conselho; 
IV - Planejar e efetuar as medidas previstas nos itens VI e XI do artigo 2º 
desta lei, ouvido quando necessário o Conselho; 
V - Divulgar as decisões do Conselho; 
VI - Administrar o FUNCAP; 
VII - As demais constantes nesta lei 
 
Art. 19 - Caberá à Secretaria Municipal de Cultura adequar e integrar seus 
departamentos ao funcionamento do Conselho. 
 
 
TÍTULO V - DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO 
Art. 20 - Em nenhuma circunstância o bem tombado poderá ser destruído, 
demolido, mutilado. 
 
Art. 21 - O bem tombado só poderá ser reparado, pintado, restaurado, ou 
por qualquer forma alterado, com prévia autorização do órgão técnico de apoio e, se 
necessário, do Conselho, aos quais caberá prestar a conveniente orientação e 
proceder ao acompanhamento da execução. 
Parágrafo Único - Sempre que for conveniente, deverá o órgão técnico de 
apoio vistoriar o bem tombado, indicando, se julgar necessário, os serviços e obras 
que devam ser executados ou então desfeitas. 
 
Art. 22 - O bem tombado não poderá sair do Município, exceto para efeito de 
intercâmbio cultural, e mesmo nesta hipótese, por prazo reduzido, mediante autorização do 
Conselho, que deverá ser solicitada por escrito e com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência 
pela responsável pelo bem. 
§ 1º - Concedida a autorização pelo Conselho, expedir-se-á uma guia de trânsito que 
deverá acompanhar o bem, devendo ser a mesma apresentada ao Conselho no prazo de 24 horas da 
data prevista para seu retorno ao território municipal. 
(Alterados pelo Art. 5o. da Lei 10236/86). 
 
§ 2º - Após o referido retorno, deverá o órgão técnico de apoio proceder a 
uma vistoria no bem para verificar a sua integridade. 
 
Art. 5º - O artigo 22 e seu § 1º 
passam a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 22 - O bem tombado 
somente poderá sair do Município para 
efeito de intercâmbio cultural, e, mesmo 
nesta hipótese, por prazo reduzido, 
mediante autorização do Secretário 
Municipal de Cultura, com anuência do 
Conselho, que deverá ser solicitada por 
escrito e com pelo menos 30 (trinta) dias 
de antecedência pelo responsável pelo 
bem. 
§ 1º - Concedida a autorização, 
expedir-se-á uma guia de trânsito que 
deverá acompanhar o bem, devendo a 
mesma ser apresentada ao Conselho no 
prazo de 24 horas após a data prevista 
para seu retorno ao território municipal." 
Art. 23 - Quando o deslocamento ocorrer dentro do território municipal, o 
Conselho deverá ser avisado com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias, para 
opinar sobre a localização proposta para o bem. 
 
Art. 24 - Na hipótese de extravio ou furto do bem tombado, o proprietário 
deverá dar conhecimento do fato ao conselho no prazo de quarenta e oito horas. 
 
Art. 25 - Todos os bens imóveis tombados receberão uma plaqueta com 
dizeres específicos (categoria do bem tombado, data do decreto de tombamento, 
nome do Conselho), vedadas quaisquer outras indicações. 
 
Art. 26 - As secretarias municipais e demais órgãos da administração pública 
direta ou indireta, com competência para a concessão de licenças, alvarás e outras 
autorizações para construção, reforma e utilização de prédio, desmembramento de 
terrenos, poda ou derrubada de espécimes vegetais, alterações quantitativas ou 
 
18 
 
qualitativas do solo - em qualquer de seus acidentes, caça e pesca em áreas de 
propriedade pública ou privada deverão consultar previamente ao Conselho, antes 
de qualquer deliberação, em se tratando de bens tombados, respeitando as 
respectivas áreas envoltórias. 
Parágrafo Único - Os órgãos de fiscalização do Município deverão incluir 
entre suas atribuições - no que couber e de acordo com os instrumentos normativos 
adequados, os encargos de registrar as infrações à presente lei e comunicá-las ao 
Conselho para os devidos efeitos legais. 
Art. 27 - Caberá ao Conselho envidar esforços para obter compensações 
indiretas para proprietários dos bens colocados sob o regime desta lei. 
 
Art. 28 - O DPH manterá comunicação com os proprietários dos bens 
tombados, para fins de comunicação de atividades culturais, sobre benefícios 
obtidos e correspondência burocrática. 
 
Art. 29 - A alienabilidade dos bens tombados por esta lei submete-se às 
restrições do Decreto-lei federal nº 25, de 30 de novembro de 1937. 
 
Art. 30 - As sanções e penalidades constantes deste título são aplicáveis com 
base na responsabilidade objetiva do proprietário do bem tombado, na simples 
ocorrência de fato que viole qualquer dispositivo desta lei, não excluindo o direito 
do Município ao ressarcimento de perdas e danos eventualmente apurados. 
 
Art. 31 - O descumprimento das obrigações previstas nesta lei, em se 
tratando de bem imóvel tombado, sujeitará o proprietário à aplicação das seguintes 
sanções conforme a natureza da infração: 
I - Destruição, demolição ou mutilação do bem tombado: multa no valor 
correspondente a no mínimo 1 (uma) e no máximo 10 (dez) vezes o respectivo valor 
venal; 
II - Reforma, reparação, pintura, restauração ou alteração, por qualquer 
forma, sem prévia autorização: multa no valor correspondente a no mínimo 10 (dez) 
e no máximo 100% (cem por cento) do valor venal; 
III - Não observância de normas estabelecidas para os bens da área de 
entorno: multa no valor correspondente a no mínimo 10 (dez) e 50% (cinquenta por 
cento) no máximo do valor venal. 
 
Art. 32 - No caso de bem móvel, o descumprimento das obrigações desta 
lei sujeitará o proprietário à aplicação das seguintes sanções: 
I - Destruição ou mutilação: multa de valor equivalente a no mínimo 1.000 (mil) e no 
máximo 10.000 (dez mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's) 
II - Restauração sem prévia autorização: multa de valor equivalente a no mínimo 500 
(quinhentas) e no máximo 5.000 (cinco mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional 
(ORTN's) 
III - Saída do bem para fora do território municipal sem autorização: multa de valor 
equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro 
Nacional (ORTN's). 
IV - Falta de comunicação na hipótese de extravio ou furto do bem tombado: multa de 
valor equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do 
Tesouro Nacional (ORTN's). 
(Alterados pelo Art. 6o. da Lei 10236/86). 
 
Art. 6º - Os incisos I, II, III e 
IV do artigo 32 da Lei nº 10.032, de 27 
de dezembro de 1985, passam a vigorar 
com a seguinte redação: 
a) "I - Destruição ou mutilação: 
multa de valor equivalente a no mínimo 
1.000 (mil) e no máximo a 10.000 (dez 
mil) Letras do Banco Central (LBCc)"; 
b) "II - Restauração sem prévia 
autorização: multa de valor equivalente a 
no mínimo 500 (quinhentas) e no máximo 
a 5.000 (cinco mil) Letras do Banco 
Central (LBCc)"; 
c) "III - Saída do bem para fora 
do território municipal sem autorização: 
multa de valor equivalente a no mínimo 
100 (cem) e no máximo a 1.000 (mil) 
Letras do Banco Central (LBCc)"; 
d) "IV - Falta de comunicação na 
hipótese de extravio ou furto do bem 
tombado: multa de valor equivalente a no 
mínimo 100 (cem) e no máximo a 1.000 
(mil) Letras do Banco Central (LBCc)". 
Art. 33 - Nos casos previstos nos números I e II do artigo anterior, caso o bem tombado 
tenha valor superior ao máximo da multa, o Conselho fica autorizado a elevar em até 10 (dez) 
vezes, o valor máximo das multas neles cominadas. 
(Alterado pelo Art. 7o. da Lei 10236/86). 
 
Art. 7º - O artigo 33 da Lei nº 
10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa 
a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 33 - Nos casos previstos nos 
números I e II do artigo superior, caso o 
bem tombado tenha valor superior ao 
mínimo de multa, o Secretário Municipal 
de Cultura fica autorizado a elevar em até 
10 (dez) vezes o valor máximo das multas 
neles cominadas." 
Art. 34 - Sem prejuízo das sançõesestabelecidas nos artigos anteriores, o 
proprietário também ficará obrigado a reconstruir ou restaurar o bem tombado às 
suas custas, de conformidade com as diretrizes traçadas pelo órgão técnico de apoio.
§ 1º - Ser-lhe-á cominada multa independentemente de notificação de pelo 
Art. 8º - O parágrafo segundo 
do artigo 34 da Lei nº 10.032, de 27 de 
dezembro de 1985, passa a vigorar com a 
seguinte redação: 
19 
 
menos 1% (um por cento) do valor venal, por dia, até o início da reconstrução ou 
restauração do bem imóvel. Se móvel, a multa será de no mínimo 10 (dez) 
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's) ao dia. 
§ 2º - Na falta de ação do proprietário, no prazo de 60 (sessenta) dias, o CONPRESP 
poderá tomar as providências cabíveis procedendo conforme o previsto nos artigos 22 e §§. 
(Alterado pelo Art. 8o. da Lei 10236/86). 
§ 3º - A possível ação prevista no parágrafo anterior, não exclui a multa que 
continuaria a ser aplicada. 
"§ 2º - Na falta de ação do 
proprietário no prazo de 60 (sessenta) 
dias, o CONPRESP recomendará as 
providências que entender cabíveis." 
 
TÍTULO VI - DA ALOCAÇÃO DE RECURSOS 
Art. 35 - A Secretaria Municipal de Cultura adotará as medidas requeridas 
para o funcionamento do Conselho, assegurando-lhe recursos financeiros e 
materiais necessários. 
 
Art. 36 - Fica instituído o Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental 
Paulistano (FUNCAP), gerido e representado ativa e passivamente pelo CONPRESP, cujos 
recursos são destinados à execução de serviços e obras de manutenção e reparos dos bens tombados, 
a fundo perdido ou não, assim como a sua aquisição, na forma a ser estipulada em regulamento. 
(Alterado pelo Art. 9o. da Lei 10236/86). 
 
Art. 9º - O artigo 36 da Lei nº 
10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa 
a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 36 - Fica instituído o Fundo 
de Proteção do Patrimônio Cultural e 
Ambiental Paulistano (FUNCAP), gerido 
pelo CONPRESP e representado ativa e 
passivamente pelo Prefeito, cujos recursos 
são destinados à execução de serviços e 
obras de manutenção e reparos dos bens 
tombados, a fundo perdido ou não, assim 
como a sua aquisição, na forma a ser 
estipulada em regulamento." 
Art. 37 - Constituirão receitas do FUNCAP: 
I - Dotações orçamentárias. 
II - Doações e legados de terceiros. 
III - O produto das multas aplicadas com base nesta lei. 
IV - Os rendimentos provenientes da aplicação dos seus recursos. 
V - Quaisquer outros recursos ou rendas que lhe sejam destinados. 
 
Art. 38 - O FUNCAP poderá ajustar contratos de financiamento ativo ou passivo, 
bem como acelerar convênios e acordos, com pessoas físicas ou jurídicas tendo por objeto as 
finalidades do Fundo. (Revogado pelo Art. 10o. da Lei 10236/86). 
Art. 10 - Ficam revogados os 
artigos 38 e 44 da Lei nº 10.032, de 27 de 
dezembro de 1985. 
Art. 39 - O FUNCAP funcionará junto à Secretaria Municipal de Cultura, 
sob orientação do CONPRESP, valendo-se de pessoal daquela unidade. 
 
Art. 40 - Aplicar-se-ão ao FUNCAP as normas legais de controle, prestação 
e tomada de contas em geral, sem prejuízo da competência específica do Tribunal de 
Contas do Município. 
Art. 41 - Os relatórios de atividades, direitos e despesas do FUNCAP serão 
apresentados semestralmente à Secretaria Municipal de Cultura. 
 
 
TÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
Art. 42 - O Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e 
Ambiental da Cidade de São Paulo manterá uma lista atualizada dos proprietários do 
bens tombados para fins de comunicação sobre atividades culturais dos órgãos de 
preservação, sobre benefícios obtidos e correspondência burocrática. 
 
Art. 43 - O Conselho Municipal de Tombamento elaborará o seu regimento 
interno no prazo de noventa dias após sua instalação. 
 
Art. 44 - O Secretário Municipal de Cultura convocará diretamente os representantes 
constantes dos nºs XIII e XIV do artigo 3º, na primeira investidura do Conselho. (Revogado 
pelo Art. 10o. da Lei 10236/86 
 
Art. 45 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as 
disposições em contrário. 
 
 Art. 11 - As despesas com a 
execução desta lei correrão por conta de 
dotações orçamentárias próprias. 
 Art. 12 - Esta lei entrará em vigor 
na data de sua publicação 
 
 
 
 
20 
 
Prefeitura do Município de São Paulo 
Secretaria Municipal de Cultura 
Departamento do Patrimônio Histórico 
Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de 
São Paulo 
 
 
Resolução no. 05/91 
 
Por decisão unânime dos Conselheiros presentes à reunião realizada aos cinco dias do mês de abril de 
1991, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de 
São Paulo - CONPRESP, resolve, nos termos e para os fins da Lei no 10.032/85, com as alterações 
introduzidas pela Lei no 10.236/86, tombar "ex-officio" os bens abaixo descriminados: 
1) Obras do Pintor Benedito Calixto; 
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i
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2) Igreja de Santo Antônio - Praça Patriarca, s/no - Centro; 
3) Obras do Pintor José Ferraz de Almeida Júnior; 
4) Obras de Arte de Victor Brecheret - Avenida Enéias de Carvalho de Aguiar, 255; 
5) Solar da Marquesa de Santos - Rua Roberto Simonsen, 136 - Centro; 
6) Igreja de São Gonçalo - Praça João Mendes, 108 - Centro; 
7) Sino que anunciou a Independência do Brasil - Largo Padre Péricles - Perdizes; 
8) Edifício do antigo Mercado Mun cipal de Santo Amaro - Praça Francisco Ferreira Lopes, s/no - 
Santo Amaro; 
9) Sítio da Ressaca - Rua Arsênio Tavolieri, s/no; 
10) Quartel da Luz - Avenida Tiradentes, 440 - Luz; 
11) Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte - Rua do Carmo, 202; 
12) Casa do Sítio Tatuapé - Rua Guabiju, 65 - Tatuapé; 
13) Igreja de São Miguel - Antiga Rio/São Paulo, km 24 - São Miguel Paulista; 
14) Sítio Morrinhos - Rua Santo Anselmo, 102 - Santana; 
15) Casa de Mário de Andrade - Rua Lopes Chaves, 546 - Barra Funda; 
16) Parque da Independência - Ipiranga; 
17) Largo da Memória - Rua Xavier de Toledo e Rua Quirino de Andrade - Centro; 
18) Ant go Instituto de Educação Caetano de Campos - Praça da República, 54 -Centro; 
19) Palácio dos Campos Elíseos - Avenida Rio Branco, 1289 - Campos Elíseos; 
20) Vila Penteado - Rua Maranhão, 88 - Higienópolis; 
21) Túmulo de Júlio Frank - Pátio interno da Faculdade de Direito da USP - Largo São Francisco - 
Centro; 
22) Capela dos Afl tos - Rua dos Aflitos, 70 - Liberdade; 
23) Colégio Porto Seguro - Praça Roosevelt 11, 129, 162, 172, 188, 190 e 226 - Consolação; 
24) Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz - Avenida Tiradentes, 676 - Luz; 
25) Vila Economizadora - Rua São Caetano, Avenida do Estado, Linha da Estrada de Ferro da Rede 
Ferroviária Federal e Rua Cantareira - Luz; 
26) Sobrado à Rua Florêncio de Abreu 111; 
27) Edifício da Faculdade de Medic na da Universidade de São Paulo - Avenida Dr. Arnaldo, 445 - 
Cerqueira. César; 
28) Mausoléu do Soldado Constituc onalista - Parque Ibirapuera - Ibirapuera; 
29) Edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP - Cidade Universitária - Butantã; 
30) Jardim da Luz - Perímetro compreendido ao longo das Ruas Prates, Ribeiro de Lima, Avenida 
Tiradentes e Praça da Luz; 
21 
 
31) Quartel do Segundo Batalhão de Guarda - Parque D. Pedro II - Rua Frederico Alvarenga, s/no - 
Centro; 
32) Instituto Butantã - Avenida Vital Brasil, 1500 - Butantã; 
33) Teatro Munic pal - Praça Ramos de Azevedo; i
i
i
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34) Palácio da Justiça - Praça da Sé, 270- Centro; 
35) Igreja de São Franc sco de Assis da Venerável Ordem dos Frades Menores - 
Largo São Francisco, 133 - Centro; 
36) Igreja de Chagas do Seraphico Pai São Franc sco - Largo São Francisco, 173 - Centro; 
37) Remanescentes da antiga Estação do Brás da "São Paulo Railway" - Praça. Agente Cícero, 
s/no - Brás; 
38) Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos - Largo do Rosário, s/no -Penha; 
39) Pinacoteca do Estado - Avenida Tiradentes, 141 - Luz; 
40) Estação da Luz - Praça da Luz, s/no- Luz; 
41) Acervo arquivístico da Antiga Hospedaria dos Imigrantes - Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - 
Brás; 
42) Edifício da Antiga Hospedaria dos Imigrantes - Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - Brás; 
43) Edifício do Antigo Palácio das Indústrias - Parque. D. Pedro II - Centro; 
44) Sítio Mirim - Avenida Assis Ribeiro, s/no - Ermelino Matarazzo; 
45) Acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP - Parque. do Ibirapuera - Ibirapuera; 
46) Sítio Santa Luzia - Rua Soror Angélica, 364 - Santana; 
47) Parque Tenente Siqueira Campos - delimitado pela Avenida Paulista, Alameda Casa Branca, 
Alameda Jaú e Rua Peixoto Gomide; 
48) Sede do Antigo Sítio Itaim - Rua Iguatemi, 9 - Itaim; 
49) Museu de Arte de São Paulo - Avenida Paulista, 1578; 
50) Igreja de São Cristóvão - Avenida. Tiradentes, 84 - esquina com a Rua 25 de Janeiro - Luz; 
51) Antiga Sede da Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP - Rua Três Rios, 363 - Bom 
Retiro; 
52) Teatro Brasileiro de Comédia - Rua Major Diogo, 311/315 - Bela Vista; 
53) Instituto Oscar Freire - Rua Teodoro Sampaio, 115 - Cerqueira César; 
54) Casa do Bandeirante - Praça. Monteiro Lobato - Butantã; 
55) Teatro Oficina - Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista; 
56) Imóvel da Rua São Bento, 189, 195 e 197; 
57) Casa do Sertanista no Caxingui - Praça Paulo O* - Caxingui; 
58) Imóvel a Av. Brig. Luiz Antônio, 826; 
59) Casa do Sítio Piraquara e seus pertences *- Avenida Assis Ribeiro – Ermelino Matarazzo; 
60) Sede do Antigo Sítio Capão - Avenida Regente Feijó, 1295 - Água Rasa; 
61) Edifício do Teatro São Paulo - Rua Albuquerque Lins, 171 - Barra Funda; 
62) Edifício Alexandre Mackenzie - Rua Xavier de Toledo, 23 - Centro; 
63) Casa Modernista - Rua Santa Cruz, 325 - Vila Mariana; 
64) Conj. de Edifícios do antigo Matadouro de Vila Mariana - Largo Senador Raul Cardoso, 133 e 
207 e Rua Sena Madureira, 112 e 124 - Vila Mariana; 
65) Antigo Grupo Escolar Rodrigues Alves - Avenida Paulista, 227; 
66) Imóve s à Pirapitingui, 111, 141 e 159; 
67) Monumento às Bandeiras - Praça. Armando Sales de Oliveira - Ibirapuera; 
68) Edifício do Antigo Desinfetório Central - Rua Tenente Pena, 100 - Bom Retiro; 
69) Imóvel na Avenida Paulista, 37; 
70) Portal de Pedra, em forma de arco - Avenida Tiradentes, esquina com a Praça. Fernando Prestes - 
Luz; 
22 
 
71) Traçado Urbano, vegetação e linhas demarca órias dos lotes dos Jardins América, Europa, 
Paulista e Paulistano - Jardins; 
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72) Edifícios, remanescentes do ramal ferroviário e duas locomotivas "Davenport", integrantes 
do complexo industrial S/A Ind. Reunidas Francisco Matarazzo - Avenida Francisco Matarazzo, 
1096 - Água Branca; 
73) Hospital e Maternidade Umberto I (ex-Matarazzo) - Alameda Rio Claro, 190 – Bela Vista; 
74) Edifício Saldanha Marinho - Rua Líbero Badaró, 39 - Centro; 
75) Parque da Aclimação e Áreas Verdes Adjacentes - Avenida Aclimação; 
76) Edifício Teatral - Rua Brig. Machado, 71 - Brás; 
77) Colégio Sion - Avenida Higienópolis, 901 - Higienópolis; 
78) Casa de Vidro - Rua General Américo de Moura, 200 - Morumbi; 
79) Imóvel com respectivas edificações localizado à Rua Guaianases, 1238 e 1282 - Campos 
Elíseos; 
80) Conj. edificado e propriedade dos Dominicanos, compreendendo: antiga Casa de Chácara da
Família Cardoso de Almeida; antigo Convento de Santo Alber o; Igreja Matriz de São Domingos 
e seus pertences e Jardim do Inter or da propriedade - Rua Caiubi, 126 e 164, Rua Atibaia s/no - 
Perdizes; 
81) E.E.P.S.G. - Padre Anchieta - Rua Visconde de Abaeté, 154 - Brás; 
82) Edifício que abrigou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP – Rua Maria Antônia, 
294/310 - Consolação; 
83) Coleção de Arte do Museu de Arte de São Paulo - Avenida Paulista, 1578; 
84) Coleção de Arte Religiosa do Museu de Arte Sacra de São Paulo – Avenida Tiradentes, 676; 
85) Coleção arqueológica, Etnográfica e Histórica do Museu Paulista da USP - Parque. da 
Independência s/no; 
86) Coleção Artística do Museu Paulista da USP - Parque da Independência, s/no; 
87) Casa da Rua Itápolis, 961; 
88) Casa da Rua Bahia, 1126; 
89) Igreja Ordem Terceira do Carmo. 
Esta resolução deverá ser submetida à efetivação da Senhora Secretária, bem como homologada pela 
Senhora Prefeita, com posterior registro no livro próprio. 
 
 
 
23 
 
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA 
CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio 
Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. 
1 
REGIMENTO INTERNO 
 
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º - O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e ambiental da Cidade 
de São Paulo – Conpresp, criado pela Lei no. 10.032, de 27 de dezembro de 1985, com as alterações 
introduzidas pela Lei no. 10.236, de 16 de dezembro de 1986, tem seu funcionamento definido no 
presente Regimento. 
Parágrafo Único: O Conselho funcionará na sede da Secretaria Municipal de Cultura. 
 
CAPÍTULO II - ORGANIZAÇÃO 
 
Art. 2º - São órgãos do Conselho: 
I Presidência; 
II Assessoria da Presidência; 
III Plenário; 
IV Secretaria Executiva; 
V Corpo de Assessoramento. 
Parágrafo Único: O Departamento do Patrimônio Histórico - DPH dará suporte técnico ao 
Conselho. 
Art. 3º - O Conselho compõe-se de nove membros, a seguir relacionados: 
I Um representante da Secretaria Municipal de Cultura; 
II O Diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura; 
III Um representante da Secretaria dos Negócios Jurídicos; 
IV Um representante da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano; 
V Um representante da Secretaria de Planejamento; 
VI Um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção de São Paulo; 
VII Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo; 
VIII Um Conselheiro representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - 
Seção de São Paulo; 
IX Um representante da Câmara Municipal de São Paulo. 
§ 1º - Os órgãos e entidades que compõem esse Conselho deverão indicar simultaneamente um 
representante titular e um suplente, os quais serão nomeados pelo Prefeito. 
§ 2º - Deixando qualquer dos órgãos ou entidades referidas neste artigo de indicar os seus 
representantes, sua participação no Conselho extinguir-se-á por toda a duração do respectivo 
mandato, reduzindo-se o quorum. 
§ 3º - O previsto no parágrafo anterior também se aplica na hipótese de ausência do Conselheiro 
titular ou seu suplente, por 3 (três) reuniões consecutivas sem justificativa. 
Art. 4º - O Presidente e o Vice Presidente do Conselho serão escolhidos por maioria simples de votos de 
seus membros em reunião designada para esse fim. 
Art. 5º - O Plenário é constituído pelo Conselho reunido, presente a maioria absoluta de seus membros. 
Art. 6º - O mandato dos membros do Conselho, inclusive do Presidente e do Vice Presidente, é de 3 (três) 
anos, permitida recondução. 
24 
 
§ 1º - Com antecedência mínima de dois meses em relação ao final do mandato, a Secretaria 
Executiva expedirá ofício para os órgãos e entidades representadas neste Conselho e fará publicar 
no DOCSP, convocação para que enviem as indicações dos seus representantes – titular e 
suplente - para o mandato subseqüente. 
§ 2º - No caso de impedimento temporário do Presidente, o Vice-Presidente assumirá 
interinamente a função. 
§ 3º - Na vacância do cargo de Presidente, o Vice-Presidente assumirá a função de Presidente até 
o final do mandato, promovendo-se, neste caso, a eleição de outro Vice-Presidente na primeira 
reunião ordinária do Conselho. 
§ 4º - Na hipótese de renúncia, falecimento ou outro impedimento legal do Conselheiro – titular 
ou suplente -, a Secretaria Executiva notificará o órgão ou a entidade a qual representava para 
indicar um substituto, para o período complementar do mandato, no prazo improrrogável de 
trinta dias, sob pena de perder a representação até o final daquele mandato. 
§ 5º - Na vacância do cargo de Vice-Presidente promover-se-á nova eleição para o cargo vago, na 
primeira

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