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Notas sobre as cartas patrimoniais Analisar as chamadas cartas patrimoniais de maneira fundamentada, para que se tenha um entendimento mais pleno de suas formulações, é atividade essencial para quem trabalha com a preservação, sobretudo por serem textos concisos, que têm, em geral, caráter indicativo e não se constituem num receituário a ser aplicado diretamente na prática. As cartas patrimoniais em geral, e a de Veneza, em particular, têm dado origem, recentemente, a interpretações apressadas e muitas vezes equivocadas e superficiais. Para interpretar as indicações contidas na Carta de modo a poder utilizá-las na prática, nos dias de hoje, impõe-se uma análise crítica fundamentada do documento. As cartas patrimoniais são fruto da discussão de um determinado momento. Antes de tudo, não têm a pretensão de ser um sistema teórico desenvolvido de maneira extensa e com absoluto rigor, nem de expor toda a fundamentação teórica do período. As cartas são documentos concisos e sintetizam os pontos a respeito dos quais foi possível obter consenso, oferecendo indicações de caráter geral. Possuem, portanto, caráter indicativo, ou, no máximo, prescritivo. São documentos que se colocam como base deontológica para as várias profissões envolvidas na preservação, mas não constituem receituário de simples aplicação. As cartas internacionais, como a de Veneza, não podem, obviamente, ter caráter normativo, pois suas indicações devem ser reinterpretadas e aprofundadas paras as diversas realidades culturais de cada país e ser, ou não, absorvidas em suas propostas legislativas. As cartas em geral, e a Carta de Veneza em particular, não são um receituário de utilização fácil, nem de relação mecânica de causa-efeito; para poder utilizar suas proposições, que se equiparam a uma norma deontológica1, é necessário compreender sua natureza, as discussões que estão em sua base, os modos como suas indicações foram apreendidas e incorporadas na prática ao longo do tempo, para poder interpretar esses postulados de maneira fundamentada, com rigor metodológico. Para tanto, é essencial conhecer o debate sobre o restauro no período em que a Carta foi redigida, as razões que levaram a determinadas formulações naquela época, e a própria transformação do campo do restauro ao longo do tempo. As atas completas são fundamentais para ter uma idéia mais precisa das discussões ocorridas e da fundamentação teórica em debate. É necessário, ainda, ler o texto da Carta, sempre, em sua inteireza; ou seja, interpretar seus artigos em relação ao conjunto das propostas contidas na Carta, e não tirar frases do contexto, desconsiderando o restante do documento, pois isso pode levar a conclusões paradoxais. É importante ter em mente, sempre, que a Carta contém uma série de princípios-guia, que é algo muito diferente de regras e de um receituário para a sua aplicação. Esses princípios devem ser reinterpretados, para cada caso particular de aplicação, em função das colocações gerais contidas na Carta e da discussão que a fundamenta, e não de maneira literal-restritiva e redutora. No congresso realizado em Veneza, havia representantes dos mais variados países (inclusive Brasil), de todos os continentes2, apesar de a maioria dos participantes ser de países ocidentais, e de instituições internacionais. Claro está que havia idéias conflitantes3 e os debates foram numerosos, como é natural e saudável que ocorra. O texto da Carta é uma síntese propositiva, baseada nos pontos sobre os quais havia acordo. É fato que o documento é devedor do debate europeu, em especial italiano, sobre o tema. Foram as propostas relacionadas a um grupo de intelectuais, que tinham relação direta com as idéias debatidas na Itália naquele período, que predominaram no final; desse modo, para interpretar a Carta, é preciso conhecer muito bem a fundamentação dos debates do período. A Carta de Veneza está embasada nos 1 CARBONARA, Giovanni. I trent’anni di una buona carta del restauro. Restauro, Napoli, 1995, v. 24, n. 131-132, p. 57-60. 2 Ver os países representados e a lista completa dos participantes nas atas do Congresso, editadas em 1971(ICOMOS, 1971). O documento está disponível no sítio do ICOMOS: http://www.international.icomos.org/publications/homme.htm. 3 Uma síntese das discussões e dos pontos de divergência está no texto do relator do Congresso, publicado nas Atas (p. 147-152), Lemaire, que faz uma análise geral dos trabalhos e, no que concerne especificamente à redação da Carta, mostra os aspectos de continuidade e as diferenças em relação à Carta de Atenas. Para uma idéia mais precisa do que foi sintetizado na Carta em relação às idéias que circulavam durante o Congresso, ver as atas, que contêm as várias apresentações. ICOMOS. Il monumento per l’uomo. Atti del II Congresso Internazionale del Restauro. Venezia 25-31 maggio 1964. Padova: ICOMOS - Marsilio, 1971. 1 princípios do chamado Restauro Crítico e para bem interpretá-la, é necessário conhecê-los em profundidade. A visão de restauro dessa tendência, foi assim sintetizada por Giovanni Carbonara4: No que se refere às transformações por que passou a teoria de restauração, veja-se a obra de Giovanni Carbonara, Avvicinamento al Restauro, Napoli, Liguori, 1997. O "restauro crítico" (v. pp. 185-301) propôs-se a uma reelaboração teórica, de caráter estético e filosófico, em decorrência da crise teórico-metodológica evidenciada pelos danos dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial; p. 285: "[O restauro crítico] parte da afirmação de que toda intervenção constitui um caso em si, não classificável em categorias (como aquelas meticulosamente precisadas pelos teóricos do chamado restauro 'científico': completamento, liberação, inovação, recomposição etc.), nem responde a regras prefixadas ou a dogmas de qualquer tipo, mas deve ser reinventado com originalidade, de vez em vez, caso a caso, em seus critérios e métodos. Será a própria obra, indagada atentamente com sensibilidade histórico-crítica e com competência técnica, a sugerir ao restaurador a via mais correta a ser empreendida". As formulações teóricas de meados do século XX evidenciam a individualidade e particularidades de cada obra, sendo essencial o juízo crítico (que não deve ser confundido com uma mera interpretação e muito menos com uma opinião pessoal), alicerçado na história da arte e na estética. É ainda de extrema importância compreender a Carta de Veneza, dentro do quadro de criação e de consolidação de organizações internacionais voltadas para a cultura. O intuito de criar essas organizações internacionais com especialistas era afastar a ação de atos arbitrários e tratar a questão de maneira fundamentada, vinculando-a ao pensamento crítico e às ciências. As cartas relacionadas à preservação são um esforço de apresentar princípios de modo a embasar a conduta dos profissionais da área. Cabe esclarecer, porém, uma confusão muito comum: falar das cartas patrimoniais como se fosse um conjunto homogêneo de documentos. São colocadas num mesmo plano, por exemplo, a Carta de Atenas de restauração, de 1931, e a Declaração de Nara sobre a Autenticidade, de 1994, do ICOMOS, as Normas de Quito, da Organização dos Estados Americanos, de 1967, e a Carta e Declaração de Amsterdã, do Conselho da Europa de 1975, sem fazer a necessária distinção entre esses escritos. Claro está que todos são de enorme interesse, mas estão longe de constituir um conjunto coerente, existindo, entre eles, diversas contradições – justamente por serem elaborados em períodos distintos, por organismos e grupos diferentes, com outras finalidades, tendo, portanto, intenções e repercussão bastante variadas – que devem ser devidamente pesadas e evidenciadas. Mesmo entre documentos de uma única instituição, há diferenças consideráveis que devem ser ressaltadas para não gerar equívocos. No caso do ICOMOS, é necessário relembrar que existem cartas que são adotadas pela AssembléiaGeral da instituição e deveriam ser seguidas por todos os Comitês Nacionais e por todos os seus membros, individuais ou institucionais. Uma carta, com seu caráter indicativo e prescritivo, difere de resoluções e declarações de simpósios do próprio ICOMOS, que têm por intuito apresentar o estado da arte de uma dada discussão e oferecer subsídios ao debate. Esse é o caso, por exemplo, do Documento de Nara sobre a Autenticidade, de 1994, que freqüentemente é citado como Carta, mas não o é. E, muito menos, coloca-se como texto substitutivo à Carta de Veneza, devendo ser reiterado que o Documento de Nara reafirma os postulados de Veneza5. As Cartas que são adotadas pela Assembléia Geral tampouco são equiparáveis às Cartas produzidas pelos Comitês Nacionais do ICOMOS; são documentos de interesse, e veiculados pelo sítio do ICOMOS internacional (numa categoria distinta, porém), mas não são referendados pela Assembléia Geral, o que significa que sua validade é local. Por vezes, apesar de seu interesse, alguns documentos não são avalizados pela Assembléia Geral, conter definições que são contraditórias com o documento-base da instituição, que continua sendo a Carta de 4 CARBONARA, Giovanni. Giovanni. Avvicinamento al Restauro. Napoli: Liguori, 1997, p. 285. 5 UNESCO. Nara conference on authenticity. Paris: UNESCO, 1995, p. XXI. “O Documento de Nara sobre a Autenticidade é concebido no espírito da Carta de Veneza, 1964, baseando-se nele e ampliando-o de modo a responder ao alargamento das preocupações e interesses daquilo que é considerado patrimônio cultural em nosso mundo contemporâneo”. 2 Veneza. Tomando a Carta de Burra, do ICOMOS-Austrália, como exemplo, a definição de restauro ali contida é: “a restauração será o restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior conhecido”6. Essa é uma visão sobre o restauro que prevaleceu até o século XIX7 e que foi refutada, num documento de âmbito nacional, nas resoluções do IV Congresso de Engenheiros e Arquitetos italianos, de 18938, e, no contexto internacional, desde a Carta de Atenas, de 1931. Ou seja, na visão de restauro como enunciada a partir de finais dos oitocentos e reiterada na Carta de Veneza, não se “volta” a estado algum anterior; “vai-se” em direção a uma renovada conformação que respeita as fases anteriores e as próprias marcas da passagem do tempo. Note-se também que, com base nas experiências do século XIX, reconstruções ao idêntico (ou de uma fase anterior qualquer) não são ações admitidas no âmbito da preservação; no máximo, são feitas anastiloses. O caráter de documento histórico dos bens culturais é enfatizado e, por isso, não são reproduzíveis e não devem ser desnaturados. Refazer um bem desaparecido equivale a falsificar um documento. Uma objeção comum à Carta de Veneza é considerá-la um documento “ultrapassado”, dadas as suas várias décadas de existência e que teria sido “substituída” por documentos posteriores do ICOMOS, como a “Carta” de Nara (que como visto, não é carta, é documento) e a Carta de Burra (que não é referendada pela Assembléia Geral). Além dos evidentes equívocos factuais, os documentos posteriores do ICOMOS não se colocam como substitutivos, mas como integrativos. Nenhuma outra carta foi feita ou aprovada para substituir a Carta de Veneza; não porque a instituição seja relapsa, mas porque seus princípios são considerados, ainda, fundamentalmente válidos para o trato de edifícios de interesse para a preservação, continuando a ser o documento-base da instituição9. A própria Carta de Varsóvia, de 2000, uma carta que tem por intuito esclarecer questões de preservação no âmbito da União Européia (fruto de trabalho conjunto de três anos de várias universidades européias), reafirma os princípios da Carta de Veneza, tornando determinadas questões, de difícil interpretação, mais claras. Pelo fato de a Carta de Veneza ser centrada em monumentos e sítios históricos o que tem sido feito, ao longo dos anos, levando em conta o alargamento daquilo que passou a ser considerado bem cultural (a definição que consta da Carta é abrangente, mas o campo se ampliou ainda mais desde então) – que abarca tipos cada vez mais variados de bens, relacionados a um passado cada vez mais próximo – é produzir documentos integrativos e de aprofundamento, reinterpretando (de maneira fundamentada) os princípios da Carta de Veneza para esse contexto mais amplo, tratando de temas não contemplados diretamente por ela, a exemplo da Carta dos Jardins Históricos (Carta de Florença), 1981, da Carta internacional para a salvaguarda de cidades históricas (Carta de Washington), 1987 ou da Carta de princípios para a análise, conservação e restauração de estruturas do patrimônio arquitetônico, 200310. 6 A tradução da Carta de Burra, versão de 1980, está disponível no sítio do IPHAN (http://portal.iphan.gov.br) 7 Sobre as transformações no campo, e suas razões, ao longo dos séculos, existe uma abundante literatura. Como exemplo de textos fundamentados, que remetem a uma ampla bibliografia, ver: CARBONARA, Giovanni. Avvicinamento al restauro. Teoria, storia, monumenti. Napoli: Liguori, 1997; CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001; JOKILEHTO, Jukka Ilmari. A History of Architectural Conservation. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1999. 8 Cf. Atti del Quarto Congresso degli Ingegneri ed Architetti Italiani, 1884. 9 A Declaração de Compromisso Ético para os membros do ICOMOS (o texto foi revisto em 2002, ver o sítio da instituição www.icomos.org) reitera a validade e pertinência da Carta de Veneza. 10 Lista em: www.international.icomos.org/chartes.htm (última consulta em 14.01.2010) 3 Anexo: Carta de Veneza (www.iphan.gov.br) Carta de Veneza de maio de 1964 II Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos CARTA INTERNACIONAL SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE MONUMENTOS E SÍTIOS Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos valores humanos, as considera um patrimônio comum e, perante as gerações futuras, se reconhece solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua autenticidade. É, portanto, essencial que os princípios que devem presidir à conservação e à restauração dos monumentos sejam elaborados em comum e formulados num plano internacional, ainda que caiba a cada nação aplicá-los no contexto de sua própria cultura e de suas tradições. Ao dar uma primeira forma a esses princípios fundamentais, a Carta de Atenas de 1931 contribui para a propagação de um amplo movimento internacional que se traduziu principalmente em documentos nacionais, na atividade de ICOM e da UNESCO e na criação, por esta última, do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauração dos Bens Culturais. A sensibilidade e o espírito crítico se dirigem para problemas cada vez mais complexos e diversificados. Agora é chegado o momento de reexaminar os princípios da Carta para aprofundá-las e dotá-las de um alcance maior em um novo documento. Consequentemente, o Segundo Congresso Internacional de Arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos, reunido em Veneza de 25 a 31 de maio de 1964, aprovou o texto seguinte: Definições Artigo 1º - A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada, bem como o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Estende-se não só às grandes criações mas também às obras modestas, que tenham adquirido, com o tempo, uma significação cultural. Artigo 2º - A conservação e a restauração dos monumentos constituem uma disciplina que reclama a colaboração de todas asciências e técnicas que possam contribuir para o estudo e a salvaguarda do patrimônio monumental. Finalidade Artigo 3º - A conservação e a restauração dos monumentos visam a salvaguardar tanto a obra de arte quanto o testemunho histórico. Conservação Artigo 4º - A conservação dos monumentos exige, antes de tudo, manutenção permanente. Artigo 5º - A conservação dos monumentos é sempre favorecida por sua destinação a uma função útil à sociedade; tal destinação é portanto, desejável, mas não pode nem deve alterar à disposição ou a decoração dos edifícios. É somente dentro destes limites que se deve conceber e se pode autorizar as modificações exigidas pela evolução dos usos e costumes. Artigo 6º - A conservação de um monumento implica a preservação de um esquema em sua escala. Enquanto subsistir, o esquema tradicional será conservado, e toda construção nova, toda destruição e toda modificação que poderiam alterar as relações de volumes e de cores serão proibidas. Artigo 7º- O monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que se situa. Por isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda do monumento o exigir ou quando o justificarem razões de grande interesse nacional ou internacional. Artigo 8º - Os elementos de escultura, pintura ou decoração que são parte integrante do monumento não lhes podem ser retirados a não ser que essa medida seja a única capaz de assegurar sua conservação. Restauração 4 Artigo 9º - A restauração é uma operação que deve ter caráter excepcional. Tem por objetivo conservar e revelar os valores estéticos e históricos do monumento e fundamenta-se no respeito ao material original e aos documentos autênticos. Termina onde começa a hipótese; no plano das reconstituições conjeturais, todo trabalho complementar reconhecido como indispensável por razões estéticas ou técnicas destacar-se-á da composição arquitetônica e deverá ostentar a marca do nosso tempo. A restauração será sempre precedida e acompanhada de um estudo arqueológico e histórico do monumento. Artigo 10º - Quando as técnicas tradicionais se revelarem inadequadas, a consolidação do monumento pode ser assegurada com o emprego de todas as técnicas modernas de conservação e construção cuja eficácia tenha sido demonstrada por dados científicos e comprovada pela experiência. Artigo11º - As contribuições válidas de todas as épocas para a edificação do monumento devem ser respeitadas, visto que a unidade de estilo não é a finalidade a alcançar no curso de uma restauração, a exibição de uma etapa subjacente só se justifica em circunstâncias excepcionais e quando o que se elimina é de pouco interesse e o material que é revelado é de grande valor histórico, arqueológico, ou estético, e seu estado de conservação é considerado satisfatório. O julgamento do valor dos elementos em causa e a decisão quanto ao que pode ser eliminado não podem depender somente do autor do projeto. Artigo 12º - Os elementos destinados a substituir as partes faltantes devem integrar-se harmoniosamente ao conjunto, distinguindo-se, todavia, das partes originais a fim de que a restauração não falsifique o documento de arte e de história. Artigo 13º - Os acréscimos só poderão ser tolerados na medida em que respeitarem todas as partes interessantes do edifício, seu esquema tradicional, o equilíbrio de sua composição e suas relações com o meio ambiente. Sítios Monumentais Artigo14º - Os sítios monumentais devem ser objeto de cuidados especiais que visem a salvaguardar sua integridade e assegurar seu saneamento, sua manutenção e valorização. Os trabalhos de conservação e restauração que neles se efetuarem devem inspirar-se nos princípios enunciados nos artigos precedentes. Escavações Artigo 15º - Os trabalhos de escavação devem ser executados em conformidade com padrões científicos e com a "Recomendação Definidora dos Princípios Internacionais a serem aplicados em Matéria de Escavações Arqueológicas", adotada pela UNESCO em 1956. Devem ser asseguradas as manutenções das ruínas e as medidas necessárias à conservação e proteção permanente dos elementos arquitetônicos e dos objetos descobertos. Além disso, devem ser tomadas todas as iniciativas para facilitar a compreensão do monumento trazido à luz sem jamais deturpar seu significado. Todo trabalho de reconstrução deverá, portanto, deve ser excluído a priori, admitindo-se apenas a anastilose, ou seja, a recomposição de partes existentes, mas desmembradas. Os elementos de integração deverão ser sempre reconhecíveis e reduzir-se ao mínimo necessário para assegurar as condições de conservação do monumento e restabelecer a continuidade de suas formas. Documentação e Publicações Artigo 16º - Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre acompanhadas pela elaboração de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. Todas as fases dos trabalhos de desobstrução, consolidação recomposição e integração, bem como os elementos técnicos e formais identificados ao longo dos trabalhos serão ali consignados. Essa documentação será depositada nos arquivos de um órgão público e posta à disposição dos pesquisadores; recomenda-se sua publicação. 5 Legislação Estadual A Lei nº 10.247, de 22 de outubro de 1968, cria o CONDEPHAAT. O Decreto Estadual nº 13.426 de 16 de março de 1979, revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 1983 - exceto quanto aos Artigos 134 a 149 que permanecem em vigor por força do Artigo 158 do Decreto 50.941 - disciplina o processo de tombamento. O Decreto Estadual nº 48.137, de 07.10.03, altera a redação do Artigo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de março de 1979, no que se refere à área envoltória dos bens imóveis tombados pelo CONDEPHAAT. O Decreto Estadual nº 48.439 de 7 de janeiro de 2004, regulamenta a Lei nº 10.774, de 1º de março de 2001, que dispõe sobre aplicação de multas por danos causados a bens tombados ou protegidos pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, e dá providências correlatas. Resolução nº26 de 23 de julho de 1981 sobre o tombamento da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. 6 LEI Nº 10.247, DE 22 DE OUTUBRO DE 1968 Dispõe sobre a competência, organização e o funcionamento do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado, criado pelo Artigo 128 da Constituição Estadual e dá outras providências: O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1o – O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do estado, criado pelo art. 128 da Constituição Estadual, fica diretamente subordinado ao Secretario de Cultura Esportes e Turismo, e se regerá pelo disposto nessa lei. Artigo 2o – Competirá ao Conselho a adoção de todas as medidas para a defesa do patrimônio histórico, artístico e turístico do Estado, cuja conservação se imponha em razão de fatos históricos memoráveis, do seu valor folclórico, artístico, documental ou turístico, bem assim dos recantos paisagísticos, que mereçam ser preservados. Parágrafo Único – Caberá ao Conselho, para efetivação do disposto neste Artigo: I – propor às autoridades competentes o tombamento de bens nele referidos, bem como solicitar a sua desapropriação quando tal medida se fizer necessária; II – celebrar convênios ou acordos com entidades publicas ou particulares, visando à preservação do patrimônio de que trata este Artigo; III – propor a compra de bens moveis ou seu recebimento em doação; IV – sugerir a concessão de auxilio ou subvenções a entidades que objetivem as mesmas finalidades do Conselho, ou a particulares que conservem e protejam documentos, obras e locais de valor histórico,artístico ou turístico; V – ter a iniciativa de projetar e executar às expensas do Estado as obras de conservação e restauração de que necessitem os bens públicos ou particulares discriminados neste Artigo; VI – cadastrar os bens tombados na forma da legislação vigente; VII – adotar outras providencias previstas em regulamento. .. . .. . .. . .. ... ... ... ... .. ... . Palácio dos Bandeirantes, 22 de outubro de 1968. ROBERTO COSTA DE ABREU SODRÉ, Governador do Estado Orlando Gabriel Zancaner , Secretario de Cultura, Esportes e Turismo Publicado na Assessoria Técnico-Legislat iva, aos 22 de outubro de 1968 7 DECRETO ESTADUAL 13.426, DE 16/03/79 O Decreto Estadual nº 13.426/79 foi revogado pelo de nº 20.955, de 1º de junho de 1983, exceto quanto aos Artigos 134 a 149 que permanecem em vigor por força do Art igo 158 do Decreto 50.941/06: “Artigo 158 - Os bens que compõem o patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico do Estado serão defendidos e preservados pelo processo de tombamento nos termos da legislação federal pertinente, bem como na forma prevista neste decreto e nos Artigos 134 a 149 do Decreto 13.426, de 16 de março de 1979.” SEÇÃO IV Do Processo de Tombamento Artigo 134 - Os bens tombados não poderão ser destruídos, demolidos, mutilados ou alterados, nem sem prévia autorização do Conselho, reparados, pintados ou restaurados, sob pena de multa a ser imposta pelo mesmo Conselho, de até 20% (vinte por cento) do respectivo valor , neste incluído o do terreno, se for o caso, e, sem prejuízo das demais sanções aplicáveis ao infrator. § 1º - Na hipótese de alienação onerosa dos bens referidos neste Artigo, de propriedade de pessoas naturais ou jurídicas de Direito Privado, a União, o Estado e os Municípios terão nessa ordem, direito de preferência para aquisição, obedecido o processo estabelecido para a espécie pelo Decreto Lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 1937. § 2º - A alienação gratuita, a cessão de uso, a locação ou a remoção de qualquer bem tombado, deverá ser comunicada ao Conselho com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. § 3º - Os bens tombados, pertencentes ao Estado e aos Municípios só poderão ser alienados ou transferidos de uma para outra dessas entidades, comunicado o fato ao Conselho. § 4º - No caso de transferência da propriedade do bem imóvel tombado, inclusive por sucessão <causa mortis>, competirá ao serventuário do Registro de Imóveis competente efetuar <ex- officio>, as respectivas averbações, das quais dará ciência ao Conselho. § 5º - Os bens tombados ficam sujeitos à inspeção periódica do Conselho. § 6º - Na hipótese de extravio ou furto de qualquer bem tombado, o respectivo proprietário deverá comunicar a ocorrência ao Conselho dentro de 15 (quinze) dias, sob pena de multa de 20% do valor do bem. Artigo 135 - Não poderão ser tombadas as obras de origem estrangeira pertencentes a representações diplomáticas ou consulares, empresas estrangeira, casas de comércio ou que também tenham vindo do exterior para exposição ou certames. Artigo 136 - O proprietário que não dispuser de recurso para proceder a obras de conservação e reparação de que o bem tombado necessite, deverá comunicar a circunstância ao Conselho, sob pena de multa aplicada pelo Conselho, observado o disposto no Artigo 6º do Decreto Lei nº 149, de 15 de agosto de 1969. § 1º - Recebida a comunicação, o Conselho mandará executar as obras necessárias. § 2º - Omitindo-se o Conselho quanto às providências referidas no parágrafo anterior , assistirá o proprietário o direito de pleitear o cancelamento do tombamento. § 3º - O Conselho poderá projetar e executar obras de conservação de bens tombados independentemente de comunicação ou anuência do proprietário, uma vez comprovada a urgência das mesmas. Artigo 137 - Nenhuma obra poderá ser executada na área compreendida num raio de 300 (trezentos) metros em torno de qualquer edificação ou sítio tombado, sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo Conselho, para evitar prejuízo à visibilidade ou destaque do referido sítio ou edificação. *Redação alterada pelo Decreto 48.137, de 07.10.2003 – ver final do Decreto 8 Artigo 138 - Nenhuma obra - construção e loteamentos ou a instalação de propagandas-painéis, dísticos- cartazes, ou semelhantes - poderá ser autorizada ou aprovada pelos Municípios em zonas declaradas de interesse artístico estadual ou na vizinhança de bens tombados, desde que contrariem padrões de ordem estética fixados pelo Governo do Estado § 1º - A fixação dos padrões referidos neste Artigo será objeto de decreto, por proposta do Conselho por meio da Secretar ia da Cultura. § 2º - O estabelecimento das zonas de interesse turístico estadual far-se-á por decreto, na forma prevista no parágrafo anterior, ouvidos os municípios cuja área foi no todo ou em parte, abrangida por essa zona. Artigo 139 - O tombamento se efetiva por Resolução do Secretário da Cultura e posterior inscrição do bem tombado no livro próprio. Artigo 140 - Para o tombamento dos bens móveis e imóveis o Conselho manterá os seguintes Livros de Tombo: I - Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; II - Livro do Tombo das Artes Aplicadas; III - Livro do Tombo das Artes; IV - Livro do Tombo das Artes Populares; V - Livro do Tombo Histórico. § 1º - No Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico serão inscritos os bens de valor arqueológico e etnográficos e os monumentos naturais paisagísticos. § 2º - No Livro do Tombo das Artes Aplicadas as obras que se incluírem na categoria de artes apl icadas, nacionais ou estrangeiras. § 3º - No Livro do Tombo das Artes as obras nacionais ou estrangeiras de valor pictórico, escultórico e arquitetônico. § 4º - No Livro de Tombo das Artes Populares, os bens relacionados com as manifestações folclóricas, características de épocas e regiões do País e do Estado. § 5º - No Livro de Tombo Histórico, os objetos de interesse histórico e as obras de ar te histórica. Artigo 141 - O tombamento dos bens pertencentes a pessoas naturais ou jurídicas de Direito Privado, inclusive ordens de instituições religiosas, far-se-á voluntária ou compulsoriamente e, no caso de bem móvel, os atos respectivos serão averbados no Registro de Títulos e Documentos. Artigo 142 - O tombamento de bens inicia pela abertura do processo respectivo por solicitação do interessado ou por deliberação do Conselho, tomada <ex-officio> Parágrafo Único - A deliberação do Conselho ordenando o tombamento ou a simples abertura do processo assegura a preservação do bem até decisão final da autor idade, pelo que o fato será imediatamente comunicado à autor idade policial sob cuja jurisdição se encontre o bem em causa para os devidos fins. Artigo 143 - Quando a iniciativa do tombamento de bens não partir de seus proprietários, serão estes notificados, para, se o quiserem, contestar a medida no prazo de 15 (quinze) dias. § 1º - Não ocorrendo contestação, será o tombamento submetido à aprovação do Secretário da Cultura e uma vez publicada a Resolução no <Diário Oficial> imediatamente inscrito no Livro do Tombo; § 2º - Contestada a proposta, o Conselho se manifestará, encaminhando o processo à apreciação final do Secretário. § 3º - Da decisão do tombamento em que houve impugnação caberá recurso ao Governo do Estado. Artigo 144 - O tombamento de bens pertencentes ao Estado ou aos Municípios ser fará compulsoriamente comunicada, obrigatoriamente, a iniciativa da medida ao órgão interessado. Artigo 145 - Serão sumariamente arquivadas as propostas de tombamento não sejam devidamente instruídas e justificadas. 9 Artigo 146 - A abertura do processo tombamento, quando da iniciativa do proprietário, ou notificação deste nos demais casos, susta desde logo, qualquer projeto ou obra que importe em mutilação, modificação ou destruição dos bens em exame. Artigo 147 - Para as transgressões das obrigações impostas por este Decreto,para as quais não será prevista penalidade específica, o Conselho poderá aplicar multas no valor de 1 (hum) a 20% (vinte por cento) do bem tombado sem prejuízo de eventual apuração de responsabilidade funcional, criminal ou civil. Artigo 148 - O Conselho divulgará em publicação oficial, anualmente atualizada a relação dos bens tombados do Estado. Artigo 149 - Os bens tombados na área do Estado pela Diretor ia do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional serão inscritos nos Livros do Tombo respectivos, a fim de se beneficiarem com obras e iniciativas do Conselho respeitada a legislação federal aplicável à espécie DECRETO ESTADUAL Nº 48.137, DE 07.10.03 Altera a redação do Art igo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de março de 1979, no que se refere à área envoltória dos bens imóveis tombados pelo CONDEPHAAT. GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,Decreta: Artigo 1º - O Artigo 137 do Decreto nº 13.426, de 16 de março de 1979, passa a vigorar com a seguinte redação: "Artigo 137 - A Resolução de Tombamento preverá, no entorno do bem imóvel tombado, edificação ou sítio, uma área sujeita a restrições de ocupação e de uso, quando estes se revelarem aptos a prejudicar a qual idade ambiental do bem sob preservação, definindo, caso a caso, as dimensões dessa área envoltória. Parágrafo único - Nenhuma obra poderá ser executada dentro da área envoltória definida nos termos deste Artigo sem que o respectivo projeto seja previamente aprovado pelo CONDEPHAAT." Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. 10 DECRETO Nº 48.439, DE 7 DE JANEIRO DE 2004 Regulamenta a Lei nº 10.774, de 1º de março de 2001, que dispõe sobre aplicação de multas por danos causados a bens tombados ou protegidos pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Históri-co, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, e dá providências correlatas GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o disposto no artigo 9º da Lei esta-dual nº 10.774, de 1º de março de 2001, Decreta: Artigo 1º - Os bens tombados ou protegidos pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT não poderão ser objeto de quaisquer intervenções ou remoções sem a prévia autorização desse órgão. Parágrafo único - Consideram-se intervenções especialmente as ações de destruição, demolição, mutilação, alteração, abandono, reparação ou restauração dos bens, bem como a execução de obras irregulares. Artigo 2º - O interessado em efetuar intervenção ou remoção nos bens de que trata o artigo 1º deverá apresentar requerimento dirigido ao Presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, instruído na forma prevista em deliberação expedida pelo órgão para esse fim. Artigo 3º - O Presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, após a autuação e instrução com elementos técnicos que se fizerem necessários, submeterá o pedido ao Conselho Deliberativo. Artigo 4º - O Conselho Deliberativo decidirá, motivadamente, e, em caso de deferimento do pedido, estabelecerá as condições e os limites à intervenção ou remoção. Artigo 5º - O interessado será intimado da decisão, por carta, entregue no endereço indicado no requerimento. Artigo 6º - Da decisão caberá recurso ao Secretário da Cultura, na forma do disposto na Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998. Artigo 7º - Incumbe ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT delimitar áreas urbanas particularmente significativas para a preservação da memória e da paisagem das cidades, mediante deliberação, da qual será dada ciência aos interessados por meio de publicação no Diário Oficial do Estado. Parágrafo único - As restrições quanto à instalação de anúncios externos sob qualquer forma de intervenção comunicativa visual, bem como painéis, luminosos, suportes e assemelhados, que possam comprometer ou prejudicar a qualidade ambiental dos edifícios, espaços e logradouros, serão estabelecidas por ocasião da delimitação referida no "caput" deste artigo. Artigo 8º - O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT determinará a imediata remoção de qualquer objeto, móvel ou imóvel, cuja instalação ou localização, ainda que de caráter provisório, venha a prejudicar a visibilidade ou a qualidade ambiental de um bem tombado, mediante intimação do responsável, atribuindo-lhe prazo para tanto. Parágrafo único - Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderá o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT estabelecer disciplina especial para o tráfego, estacionamento ou atracação de quaisquer veículos ou embarcações em áreas tombadas ou envoltórias. Artigo 9º - Pelo descumprimento das normas deste decreto e sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis e do que dispuser a legislação federal, ficará o infrator sujeito a multa pecuniária, de natureza administrativa, a ser recolhida ao Fundo Especial de Despesa da Secretaria de Estado da Cultura. Parágrafo único - São solidariamente responsáveis, no que couber, no caso de obra irregular em bem tombado ou protegido, ou na ausência das providências indispensáveis de proteção e preservação: 1. o proprietário e o possuidor do bem a qualquer título; 11 2. o responsável técnico pela obra ou intervenção; 3. o empreiteiro da obra. Artigo 10 - Na imposição da multa, serão consideradas a natureza da in-fração cometida e a relevância do bem cultural agredido, sendo classificadas como: I - leves: as infrações que importem em intervenções removíveis sem a necessidade de restauro; II - médias: as infrações que importem intervenção reversível mediante restauro, sem desfiguração definitiva; III - graves: as ações que importam em irreversível desfiguração ou destruição. Artigo 11 - As multas de que trata o presente decreto serão aplicadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT, por meio de seu Conselho Deliberativo, observados os seguintes valores: I - 50 (cinqüenta) a 250 (duzentas e cinqüenta) UFESPs para as infrações consideradas leves; II - 500 (quinhentas) a 5.000 (cinco mil) UFESPs para as infrações consideradas médias; III - 6.000 (seis mil) a 30.000 (trinta mil) UFESPs para as infrações consideradas graves. § 1º - Na quantificação do valor da multa serão considerados a relevância do bem, a extensão da agressão e os efeitos com relação ao uso social, simbólico, cultural ou científico, apreciando-se, conforme o caso, as circunstâncias relativas: 1. à identificação do bem imóvel agredido: o bem propriamente dito ou sua área envoltória; 2. à identificação do bem móvel agredido: coleção ou bem singular, unidade de coleção ou pertença do bem tombado; 3. à situação jurídica do bem agredido: tombado, em processo de tombamento, listado, ou protegido diversamente; 4. ao estado de conservação, por ocasião das medidas de proteção: bom, regular ou precário; 5. à atuação do infrator: omissiva ou comissiva, dolosa ou culposa, sistemática ou ocasional, em concurso de pessoas ou individual; 6. ao propósito de remoção do bem: definitiva ou provisória. § 2º - Os valores das multas previstas neste artigo serão renováveis mensalmente até a efetiva recuperação dos bens protegidos. § 3º - A infração ao disposto no artigo 7º deste decreto será classificada como leve para o fim do artigo 10 e implicará em multa pecuniária, renovável mensal-mente até a remoção do elemento de interferência. § 4º - A infração ao disposto no artigo 8º deste decreto implicará em multa diária não inferior a 250 (duzentas ecinqüenta) UFESPs, até a efetiva remoção do objeto de localização irregular. Artigo 12 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de infração prevista na Lei nº 10.774, de 1º de março de 2001, e neste decreto poderá denunciá-la ao Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT. Artigo 13 - A denúncia conterá a identificação do seu autor, devendo indicar o fato e suas circunstâncias e, se possível, seus responsáveis ou beneficiários. Parágrafo único - Quando a denúncia for apresentada verbalmente, a autoridade lavrará termo, assinado pelo denunciante. Artigo 14 - Na apuração das infrações, lavratura do auto de infração e imposição de multas observar-se-á o disposto na Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998. Artigo 15 - Da decisão do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado - CONDEPHAAT que impuser multa caberá recurso ao Secretário da Cultura, no prazo de quinze dias contados da notificação do infrator e, se for o caso, do responsável solidário, observadas as disposições da Lei nº 10.177, de 30 de dezembro de 1998. Artigo 16 - Os anúncios e similares já instalados na data da vigência deste decreto poderão manter-se enquanto perdurem as respectivas autorizações legais. Artigo 17 - O Secretário da Cultura expedirá normas complementares ao presente decreto. Artigo 18 - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 7 de janeiro de 2004 GERALDO ALCKMIN 12 13 14 Legislação Municipal CONPRESP CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL DA CIDADE DE SÃO PAULO LEGISLAÇÃO LEI Nº 10.032 de 27 de dezembro de 1985 LEI Nº 10.236 de 16 de dezembro de 1986 Dispõe sobre a criação de um Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo. Altera dispositivos da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, que dispõe sobre a criação do CONPRESP TÍTULO I - DO CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL DA CIDADE DE SÃO PAULO (CONPRESP) Art. 1º - VETADO Art. 1º - Fica instituído o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), órgão colegiado de assessoramento cultural integrante da estrutura da Secretaria Municipal de Cultura. Art. 2º - São atribuições do CONPRESP as que se seguem: I - Deliberar sobre o tombamento de bens móveis e imóveis de valor reconhecido para a Cidade de São Paulo. II - Comunicar o tombamento de bens ao oficial do respectivo cartório de registros para realização dos competentes assentamentos, bem como aos órgãos estadual e federal de tombamento. III - Formular diretrizes a serem obedecidas na política de preservação e valorização dos bens culturais. IV - Promover a preservação e valorização da paisagem, ambientes e espaços ecológicos importantes para a manutenção da qualidade ambiental e garantia da memória física e ecológica, mediante a utilização dos instrumentos legais existentes, a exemplo de instituição de áreas de proteção ambiental, estações ecológicas e outros. V - Definir a área de entorno do bem tombado a ser controlado por sistemas de ordenações espaciais adequadas. VI - Quando necessário, opinar sobre planos, projetos e propostas de qualquer espécie referentes à preservação de bens culturais e naturais. VII - Promover a estratégia de fiscalização da preservação e do uso dos bens tombados. VIII - Adotar as medidas previstas nesta lei, necessárias a que se produzam os efeitos de tombamento. IX - Em caso de excepcional necessidade, deliberar sobre as propostas de revisão do processo de tombamento. X - Manter permanente contato com organismos públicos e privados, nacionais e internacionais, visando a obtenção de recursos, cooperação técnica e cultural para planejamento das etapas de preservação e revitalização dos bens culturais e naturais do Município. XI - Quando necessário e em maior nível de complexidade, manifestar-se sobre projetos, planos e propostas de construção, conservação, reparação, restauração e demolição, bem como sobre os pedidos de licença para funcionamento de atividades comerciais ou prestadoras de serviços em imóveis situados em local definido como área de preservação de bens culturais e naturais, ouvido o órgão municipal expedidor da respectiva licença. XII - Pleitear benefícios aos proprietários de bens tombados. XIII - Arbitrar e aplicar as sanções previstas nesta lei. Art. 3º - O Conselho compõe-se dos seguintes membros, indicados pelos órgãos e adiante discriminados e nomeados pelo Secretário Municipal de Cultura: I - Um representante da Secretaria Municipal de Cultura. II - O diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura. III - O Vereador presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de São Paulo. IV - Um representante por bancada na Câmara de São Paulo. V - Um representante da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo. Art. 2º - O "caput" do artigo 3º da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 3º - O Conselho compõe-se dos seguintes membros, nomeados pelo Prefeito: I - Um representante da Secretaria Municipal de Cultura; 15 VI - Um representante da Secretaria Municipal do Planejamento. VII - Um representante do Departamento Judicial da Secretaria dos Negócios Jurídicos do Município de São Paulo. VIII - Um representante do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). IX - Um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). X - Um representante do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA). XI - Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP). XII - Um representante da Curadoria do Meio Ambiente da Procuradoria Geral da Justiça. XIII - Três representantes escolhidos pelos demais integrantes do Conselho, indicados pelas Entidades Culturais abaixo relacionadas, e outros congêneres convidados sendo que, cada uma delas indicará um único membro: a) Associação Paulista de Artistas Plásticos; b) União dos Escritores Brasileiros; c) Associação Nacional dos Professores Universitários de História; d) Associação dos Geógrafos Brasileiros; e) Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; f) Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; g) Instituto de Engenharia; h) Sociedade dos Arqueólogos do Brasil; i) Associação Paulista de Museólogos; j) Sindicato dos Bibliotecários no Estado de São Paulo. XIV - Três membros da sociedade civil da Cidade de São Paulo, escolhidos pelo Conselho de uma lista formada a partir de nomes inscritos pelas associações comunitárias que indicarão um membro cada, sendo para tanto convocadas por edital. XV - Três representantes do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, respectivamente das Divisões do Arquivo Histórico, de Iconografia e Museus e de Preservação. XVI - Dois representantes da Universidade de São Paulo escolhidos entre membros da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Arquitetura e Urbanismo e outros Departamentos ligados à área de preservação. XVII - Dois representantes indicados pelas Associações Comunitárias onde estiver localizado o bem, objeto de pedido de tombamento. Tal representante terá poderes de deliberação tão-somente quanto a este bem. (Alterado pelo Art. 2o. da Lei 10236/86). § 1º - O presidente do Conselho será escolhido por eleição entre seus membros. § 2º - Deixando qualquer dos órgãos ou entidades referidas neste artigo de indicar representantes, sua representação extinguir-se-á por toda a duração do respectivo mandato, reduzindo-se o quórum. § 3º - O previsto no parágrafo anterior, também ocorrerá com a ausência do representantepor três reuniões consecutivas sem justificativa. § 4º - O Conselho terá uma Secretaria Executiva e um corpo de assessoramento de diferentes áreas de conhecimento, com antropologia cultural, saúde pública, pré-história, geo-ecologia, organização de espaço, ecologia urbana, entre outras, incluindo-se entre eles técnicos dos órgãos de preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental, nos âmbitos federal, estadual e municipal, que serão convidados, em cada caso, a participar de suas reuniões sem direito a voto. II - O Diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura; III - Um Vereador, preferentemente, o Presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de São Paulo; IV - Um representante da Secretaria dos Negócios Jurídicos; V - Um representante da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano; VI - Um representante da Secretaria Municipal de Planejamento; VII - Um representante do Instituto de Arquitetos do Brasil - seção de São Paulo; VIII - Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil - seção de São Paulo; IX - Um representante do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - seção de São Paulo; X - VETADO; XI - VETADO; XII - VETADO; XIII - VETADO; XIV - VETADO; XV - VETADO; XVI - VETADO.” Art. 4º - O mandato dos membros do Conselho, bem como de seu presidente, é de três anos, permitida a recondução. Art. 5º - O Conselho reunir-se-á conforme estabelecido em seu Regimento Interno. Art. 6º - O exercício das funções de Conselheiro é considerado de relevante interesse público, e não poderá, por qualquer forma, ser remunerado. TÍTULO II - DO SISTEMA DE PRESERVAÇÃO Art. 7º - O Município, na forma desta lei, procederá ao tombamento total ou parcial de bens móveis e imóveis, de propriedade pública ou particular existentes em seu território que, pelo seu valor cultural, histórico, artístico, arquitetônico, documental, bibliográfico, paleográfico, urbanístico, museográfico, toponímico, ecológico e hídrico, ficam sob a especial proteção do Poder Público Municipal. Parágrafo Único - O tombamento deverá recair de ofício sobre bens já tombados pelos poderes públicos federal e estadual. Art. 8º - Caberá ao CONPRESP formular as diretrizes e estratégias necessárias para garantir a preservação de bens culturais e naturais, adotando todas as medidas cabíveis para tanto, independentemente da utilização direta do tombamento. Alterado pelo Art. 3( o. da Lei Art. 3º - O artigo 8º da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação: 16 10236/86). "Art. 8º - Caberá ao CONPRESP, em conjunto com a Secretaria Municipal de Cultura, formular as diretrizes e as estratégias necessárias para garantir a preservação de bens culturais e naturais". Art. 9º - Com base nas diferentes categorias de bens tombados, o Conselho terá um conjunto de livros para registros dos bens tombados, entre os quais os que se seguem obrigatoriamente: I - Livro do Registro dos bens naturais, incluindo-se paisagens excepcionais, espaços ecológicos relevantes, recursos hídricos, monumentos de natureza regional e sítios históricos notáveis. II - Livro de Registro dos bens de valor arqueológico pré-histórico e antropológico. III - Livro de Registro dos bens históricos, artísticos, folclóricos, bibliográficos, iconográficos, toponímicos e etnográficos. IV - Livro de Registro dos parques, logradouros, espaços de lazer e espaços livres urbanos. V - Livro de Registro de edifícios, sistemas viários, conjuntos arquitetônicos e urbanos representativos e monumentos da cidade. VI - Livro de Registro de bens móveis, incluindo-se acervos de museus, coleções particulares, públicas, peças isoladas de propriedade identificada, documentos raros de arquivos, mapas, cartas, plantas, fotografias e documentos de sensores. Parágrafo Único - No caso de tombamento de coleções de Museu, arquivos, bibliotecas e pinacotecas, será obrigatoriamente feita uma relação das peças que se constituirá em anexo obrigatório do registro respectivo. Art. 10 - O tombamento de qualquer bem cultural ou natural requer a caracterização da delimitação de um espaço envoltório, dimensionado caso a caso por estudos do corpo técnico de apoio. Parágrafo Único - Os estudos serão encaminhados simultaneamente com o respectivo processo e aprovados pelo Conselho, levando-se em conta a ambiência, visibilidade e harmonia. Art. 11 - As resoluções de tombamento definitivo de bens culturais e naturais, devem incluir diretrizes diferenciadas de utilização e preservação nos casos em que tais indicações se fizerem necessárias. Art. 12 - Não serão passíveis de tombamento os bens de origem estrangeira, pertencentes a representações diplomáticas ou consulares, empresas estrangeiras, assim como aqueles procedentes do exterior para integrarem exposição certame. TÍTULO III - DO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO Art. 13 - O processo de tombamento será iniciado a pedido de qualquer interessado, proprietário ou não do bem respectivo, de membro do Conselho, ou órgão técnico de apoio, protocolado junto ao CONPRESP. Parágrafo Único - O pedido deve estar instruído com dados para localização do bem, acompanhado de justificativa e documentação sumária. Art. 14 - O processo será aberto por resolução do Conselho que será publicado em até três dias úteis contados da data da resolução, pelo órgão técnico de apoio, no Diário Oficial do Município e em pelo menos um jornal de grande tiragem. § 1º - Independentemente da publicação referida neste artigo, deverá o proprietário ser notificado. § 2º - Com a abertura do processo de tombamento o bem em exame terá o mesmo regime de preservação do bem tombado até a decisão final do Conselho. Art. 15 - Efetiva-se o tombamento por resolução do Conselho publicada pelo Diário Oficial do Município, da qual caberá, no prazo de quinze dias, direito de contestação por qualquer pessoa física ou jurídica, protocolada junto ao CONPRESP. Parágrafo Único - Examinadas as contestações pelo Conselho, este decidirá pela manutenção ou não do tombamento. Em caso da manutenção, será a resolução homologada pelo Prefeito Municipal e levada para inscrição no respectivo livro de tombo, não cabendo dela nenhum recurso. (Alterados pelo Art. 4o. da Lei 10236/86). Art. 4º - O artigo 15 e seu parágrafo único da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 15 - Efetiva-se o tombamento, objeto de Resolução do Conselho, por Ato do Secretário Municipal de Cultura, publicado no Diário Oficial do Município, do qual caberá, no prazo de quinze dias, contestação, junto ao CONPRESP, por qualquer pessoa física ou jurídica. Parágrafo Único - Examinadas as contestações pelo Conselho, este opinará pela manutenção ou não do tombamento. Em caso de manutenção, será a resolução homologada pelo Prefeito, e levada para inscrição no respectivo livro de tombo." 17 Art. 16 - A resolução de que trata o artigo anterior exige a presença mínima de dois terços dos membros do Conselho para efetivar-se, sendo as suas deliberações tomadas por maioria de votos, cabendo ao presidente, além do seu, o voto de qualidade. Parágrafo Único - Todas as outras deliberações do Conselho, inclusive as que se referirem a preservação de bens que não envolvam tombamento, serão efetivadas conforme determinar o seu Regimento Interno. Art. 17 - O CONPRESP providenciará, no caso do tombamento do bem imóvel, o assentamento da respectiva resolução no Registro de Imóveis; no caso de bem móvel, o assentamento será realizado no Registro de Títulos e Documentos. TÍTULO IV - DO RELACIONAMENTO ENTRE O CONPRESP E O ÓRGÃO TÉCNICO DE APOIO Art. 18 - O órgão técnico de apoio do Conselho é o Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura, ao qual caberá: I - Fornecer subsídios técnicosque forem necessários ao Conselho; II - Viabilizar as decisões tomadas pelo Conselho; III - Encaminhar proposições e estudos atinentes à questão da preservação para deliberação do Conselho; IV - Planejar e efetuar as medidas previstas nos itens VI e XI do artigo 2º desta lei, ouvido quando necessário o Conselho; V - Divulgar as decisões do Conselho; VI - Administrar o FUNCAP; VII - As demais constantes nesta lei Art. 19 - Caberá à Secretaria Municipal de Cultura adequar e integrar seus departamentos ao funcionamento do Conselho. TÍTULO V - DOS EFEITOS DO TOMBAMENTO Art. 20 - Em nenhuma circunstância o bem tombado poderá ser destruído, demolido, mutilado. Art. 21 - O bem tombado só poderá ser reparado, pintado, restaurado, ou por qualquer forma alterado, com prévia autorização do órgão técnico de apoio e, se necessário, do Conselho, aos quais caberá prestar a conveniente orientação e proceder ao acompanhamento da execução. Parágrafo Único - Sempre que for conveniente, deverá o órgão técnico de apoio vistoriar o bem tombado, indicando, se julgar necessário, os serviços e obras que devam ser executados ou então desfeitas. Art. 22 - O bem tombado não poderá sair do Município, exceto para efeito de intercâmbio cultural, e mesmo nesta hipótese, por prazo reduzido, mediante autorização do Conselho, que deverá ser solicitada por escrito e com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência pela responsável pelo bem. § 1º - Concedida a autorização pelo Conselho, expedir-se-á uma guia de trânsito que deverá acompanhar o bem, devendo ser a mesma apresentada ao Conselho no prazo de 24 horas da data prevista para seu retorno ao território municipal. (Alterados pelo Art. 5o. da Lei 10236/86). § 2º - Após o referido retorno, deverá o órgão técnico de apoio proceder a uma vistoria no bem para verificar a sua integridade. Art. 5º - O artigo 22 e seu § 1º passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 22 - O bem tombado somente poderá sair do Município para efeito de intercâmbio cultural, e, mesmo nesta hipótese, por prazo reduzido, mediante autorização do Secretário Municipal de Cultura, com anuência do Conselho, que deverá ser solicitada por escrito e com pelo menos 30 (trinta) dias de antecedência pelo responsável pelo bem. § 1º - Concedida a autorização, expedir-se-á uma guia de trânsito que deverá acompanhar o bem, devendo a mesma ser apresentada ao Conselho no prazo de 24 horas após a data prevista para seu retorno ao território municipal." Art. 23 - Quando o deslocamento ocorrer dentro do território municipal, o Conselho deverá ser avisado com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias, para opinar sobre a localização proposta para o bem. Art. 24 - Na hipótese de extravio ou furto do bem tombado, o proprietário deverá dar conhecimento do fato ao conselho no prazo de quarenta e oito horas. Art. 25 - Todos os bens imóveis tombados receberão uma plaqueta com dizeres específicos (categoria do bem tombado, data do decreto de tombamento, nome do Conselho), vedadas quaisquer outras indicações. Art. 26 - As secretarias municipais e demais órgãos da administração pública direta ou indireta, com competência para a concessão de licenças, alvarás e outras autorizações para construção, reforma e utilização de prédio, desmembramento de terrenos, poda ou derrubada de espécimes vegetais, alterações quantitativas ou 18 qualitativas do solo - em qualquer de seus acidentes, caça e pesca em áreas de propriedade pública ou privada deverão consultar previamente ao Conselho, antes de qualquer deliberação, em se tratando de bens tombados, respeitando as respectivas áreas envoltórias. Parágrafo Único - Os órgãos de fiscalização do Município deverão incluir entre suas atribuições - no que couber e de acordo com os instrumentos normativos adequados, os encargos de registrar as infrações à presente lei e comunicá-las ao Conselho para os devidos efeitos legais. Art. 27 - Caberá ao Conselho envidar esforços para obter compensações indiretas para proprietários dos bens colocados sob o regime desta lei. Art. 28 - O DPH manterá comunicação com os proprietários dos bens tombados, para fins de comunicação de atividades culturais, sobre benefícios obtidos e correspondência burocrática. Art. 29 - A alienabilidade dos bens tombados por esta lei submete-se às restrições do Decreto-lei federal nº 25, de 30 de novembro de 1937. Art. 30 - As sanções e penalidades constantes deste título são aplicáveis com base na responsabilidade objetiva do proprietário do bem tombado, na simples ocorrência de fato que viole qualquer dispositivo desta lei, não excluindo o direito do Município ao ressarcimento de perdas e danos eventualmente apurados. Art. 31 - O descumprimento das obrigações previstas nesta lei, em se tratando de bem imóvel tombado, sujeitará o proprietário à aplicação das seguintes sanções conforme a natureza da infração: I - Destruição, demolição ou mutilação do bem tombado: multa no valor correspondente a no mínimo 1 (uma) e no máximo 10 (dez) vezes o respectivo valor venal; II - Reforma, reparação, pintura, restauração ou alteração, por qualquer forma, sem prévia autorização: multa no valor correspondente a no mínimo 10 (dez) e no máximo 100% (cem por cento) do valor venal; III - Não observância de normas estabelecidas para os bens da área de entorno: multa no valor correspondente a no mínimo 10 (dez) e 50% (cinquenta por cento) no máximo do valor venal. Art. 32 - No caso de bem móvel, o descumprimento das obrigações desta lei sujeitará o proprietário à aplicação das seguintes sanções: I - Destruição ou mutilação: multa de valor equivalente a no mínimo 1.000 (mil) e no máximo 10.000 (dez mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's) II - Restauração sem prévia autorização: multa de valor equivalente a no mínimo 500 (quinhentas) e no máximo 5.000 (cinco mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's) III - Saída do bem para fora do território municipal sem autorização: multa de valor equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's). IV - Falta de comunicação na hipótese de extravio ou furto do bem tombado: multa de valor equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's). (Alterados pelo Art. 6o. da Lei 10236/86). Art. 6º - Os incisos I, II, III e IV do artigo 32 da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passam a vigorar com a seguinte redação: a) "I - Destruição ou mutilação: multa de valor equivalente a no mínimo 1.000 (mil) e no máximo a 10.000 (dez mil) Letras do Banco Central (LBCc)"; b) "II - Restauração sem prévia autorização: multa de valor equivalente a no mínimo 500 (quinhentas) e no máximo a 5.000 (cinco mil) Letras do Banco Central (LBCc)"; c) "III - Saída do bem para fora do território municipal sem autorização: multa de valor equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo a 1.000 (mil) Letras do Banco Central (LBCc)"; d) "IV - Falta de comunicação na hipótese de extravio ou furto do bem tombado: multa de valor equivalente a no mínimo 100 (cem) e no máximo a 1.000 (mil) Letras do Banco Central (LBCc)". Art. 33 - Nos casos previstos nos números I e II do artigo anterior, caso o bem tombado tenha valor superior ao máximo da multa, o Conselho fica autorizado a elevar em até 10 (dez) vezes, o valor máximo das multas neles cominadas. (Alterado pelo Art. 7o. da Lei 10236/86). Art. 7º - O artigo 33 da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 33 - Nos casos previstos nos números I e II do artigo superior, caso o bem tombado tenha valor superior ao mínimo de multa, o Secretário Municipal de Cultura fica autorizado a elevar em até 10 (dez) vezes o valor máximo das multas neles cominadas." Art. 34 - Sem prejuízo das sançõesestabelecidas nos artigos anteriores, o proprietário também ficará obrigado a reconstruir ou restaurar o bem tombado às suas custas, de conformidade com as diretrizes traçadas pelo órgão técnico de apoio. § 1º - Ser-lhe-á cominada multa independentemente de notificação de pelo Art. 8º - O parágrafo segundo do artigo 34 da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação: 19 menos 1% (um por cento) do valor venal, por dia, até o início da reconstrução ou restauração do bem imóvel. Se móvel, a multa será de no mínimo 10 (dez) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN's) ao dia. § 2º - Na falta de ação do proprietário, no prazo de 60 (sessenta) dias, o CONPRESP poderá tomar as providências cabíveis procedendo conforme o previsto nos artigos 22 e §§. (Alterado pelo Art. 8o. da Lei 10236/86). § 3º - A possível ação prevista no parágrafo anterior, não exclui a multa que continuaria a ser aplicada. "§ 2º - Na falta de ação do proprietário no prazo de 60 (sessenta) dias, o CONPRESP recomendará as providências que entender cabíveis." TÍTULO VI - DA ALOCAÇÃO DE RECURSOS Art. 35 - A Secretaria Municipal de Cultura adotará as medidas requeridas para o funcionamento do Conselho, assegurando-lhe recursos financeiros e materiais necessários. Art. 36 - Fica instituído o Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (FUNCAP), gerido e representado ativa e passivamente pelo CONPRESP, cujos recursos são destinados à execução de serviços e obras de manutenção e reparos dos bens tombados, a fundo perdido ou não, assim como a sua aquisição, na forma a ser estipulada em regulamento. (Alterado pelo Art. 9o. da Lei 10236/86). Art. 9º - O artigo 36 da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 36 - Fica instituído o Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (FUNCAP), gerido pelo CONPRESP e representado ativa e passivamente pelo Prefeito, cujos recursos são destinados à execução de serviços e obras de manutenção e reparos dos bens tombados, a fundo perdido ou não, assim como a sua aquisição, na forma a ser estipulada em regulamento." Art. 37 - Constituirão receitas do FUNCAP: I - Dotações orçamentárias. II - Doações e legados de terceiros. III - O produto das multas aplicadas com base nesta lei. IV - Os rendimentos provenientes da aplicação dos seus recursos. V - Quaisquer outros recursos ou rendas que lhe sejam destinados. Art. 38 - O FUNCAP poderá ajustar contratos de financiamento ativo ou passivo, bem como acelerar convênios e acordos, com pessoas físicas ou jurídicas tendo por objeto as finalidades do Fundo. (Revogado pelo Art. 10o. da Lei 10236/86). Art. 10 - Ficam revogados os artigos 38 e 44 da Lei nº 10.032, de 27 de dezembro de 1985. Art. 39 - O FUNCAP funcionará junto à Secretaria Municipal de Cultura, sob orientação do CONPRESP, valendo-se de pessoal daquela unidade. Art. 40 - Aplicar-se-ão ao FUNCAP as normas legais de controle, prestação e tomada de contas em geral, sem prejuízo da competência específica do Tribunal de Contas do Município. Art. 41 - Os relatórios de atividades, direitos e despesas do FUNCAP serão apresentados semestralmente à Secretaria Municipal de Cultura. TÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 42 - O Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo manterá uma lista atualizada dos proprietários do bens tombados para fins de comunicação sobre atividades culturais dos órgãos de preservação, sobre benefícios obtidos e correspondência burocrática. Art. 43 - O Conselho Municipal de Tombamento elaborará o seu regimento interno no prazo de noventa dias após sua instalação. Art. 44 - O Secretário Municipal de Cultura convocará diretamente os representantes constantes dos nºs XIII e XIV do artigo 3º, na primeira investidura do Conselho. (Revogado pelo Art. 10o. da Lei 10236/86 Art. 45 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário. Art. 11 - As despesas com a execução desta lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias. Art. 12 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação 20 Prefeitura do Município de São Paulo Secretaria Municipal de Cultura Departamento do Patrimônio Histórico Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo Resolução no. 05/91 Por decisão unânime dos Conselheiros presentes à reunião realizada aos cinco dias do mês de abril de 1991, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - CONPRESP, resolve, nos termos e para os fins da Lei no 10.032/85, com as alterações introduzidas pela Lei no 10.236/86, tombar "ex-officio" os bens abaixo descriminados: 1) Obras do Pintor Benedito Calixto; i i i , i i 2) Igreja de Santo Antônio - Praça Patriarca, s/no - Centro; 3) Obras do Pintor José Ferraz de Almeida Júnior; 4) Obras de Arte de Victor Brecheret - Avenida Enéias de Carvalho de Aguiar, 255; 5) Solar da Marquesa de Santos - Rua Roberto Simonsen, 136 - Centro; 6) Igreja de São Gonçalo - Praça João Mendes, 108 - Centro; 7) Sino que anunciou a Independência do Brasil - Largo Padre Péricles - Perdizes; 8) Edifício do antigo Mercado Mun cipal de Santo Amaro - Praça Francisco Ferreira Lopes, s/no - Santo Amaro; 9) Sítio da Ressaca - Rua Arsênio Tavolieri, s/no; 10) Quartel da Luz - Avenida Tiradentes, 440 - Luz; 11) Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte - Rua do Carmo, 202; 12) Casa do Sítio Tatuapé - Rua Guabiju, 65 - Tatuapé; 13) Igreja de São Miguel - Antiga Rio/São Paulo, km 24 - São Miguel Paulista; 14) Sítio Morrinhos - Rua Santo Anselmo, 102 - Santana; 15) Casa de Mário de Andrade - Rua Lopes Chaves, 546 - Barra Funda; 16) Parque da Independência - Ipiranga; 17) Largo da Memória - Rua Xavier de Toledo e Rua Quirino de Andrade - Centro; 18) Ant go Instituto de Educação Caetano de Campos - Praça da República, 54 -Centro; 19) Palácio dos Campos Elíseos - Avenida Rio Branco, 1289 - Campos Elíseos; 20) Vila Penteado - Rua Maranhão, 88 - Higienópolis; 21) Túmulo de Júlio Frank - Pátio interno da Faculdade de Direito da USP - Largo São Francisco - Centro; 22) Capela dos Afl tos - Rua dos Aflitos, 70 - Liberdade; 23) Colégio Porto Seguro - Praça Roosevelt 11, 129, 162, 172, 188, 190 e 226 - Consolação; 24) Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz - Avenida Tiradentes, 676 - Luz; 25) Vila Economizadora - Rua São Caetano, Avenida do Estado, Linha da Estrada de Ferro da Rede Ferroviária Federal e Rua Cantareira - Luz; 26) Sobrado à Rua Florêncio de Abreu 111; 27) Edifício da Faculdade de Medic na da Universidade de São Paulo - Avenida Dr. Arnaldo, 445 - Cerqueira. César; 28) Mausoléu do Soldado Constituc onalista - Parque Ibirapuera - Ibirapuera; 29) Edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP - Cidade Universitária - Butantã; 30) Jardim da Luz - Perímetro compreendido ao longo das Ruas Prates, Ribeiro de Lima, Avenida Tiradentes e Praça da Luz; 21 31) Quartel do Segundo Batalhão de Guarda - Parque D. Pedro II - Rua Frederico Alvarenga, s/no - Centro; 32) Instituto Butantã - Avenida Vital Brasil, 1500 - Butantã; 33) Teatro Munic pal - Praça Ramos de Azevedo; i i i i 34) Palácio da Justiça - Praça da Sé, 270- Centro; 35) Igreja de São Franc sco de Assis da Venerável Ordem dos Frades Menores - Largo São Francisco, 133 - Centro; 36) Igreja de Chagas do Seraphico Pai São Franc sco - Largo São Francisco, 173 - Centro; 37) Remanescentes da antiga Estação do Brás da "São Paulo Railway" - Praça. Agente Cícero, s/no - Brás; 38) Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos - Largo do Rosário, s/no -Penha; 39) Pinacoteca do Estado - Avenida Tiradentes, 141 - Luz; 40) Estação da Luz - Praça da Luz, s/no- Luz; 41) Acervo arquivístico da Antiga Hospedaria dos Imigrantes - Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - Brás; 42) Edifício da Antiga Hospedaria dos Imigrantes - Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - Brás; 43) Edifício do Antigo Palácio das Indústrias - Parque. D. Pedro II - Centro; 44) Sítio Mirim - Avenida Assis Ribeiro, s/no - Ermelino Matarazzo; 45) Acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP - Parque. do Ibirapuera - Ibirapuera; 46) Sítio Santa Luzia - Rua Soror Angélica, 364 - Santana; 47) Parque Tenente Siqueira Campos - delimitado pela Avenida Paulista, Alameda Casa Branca, Alameda Jaú e Rua Peixoto Gomide; 48) Sede do Antigo Sítio Itaim - Rua Iguatemi, 9 - Itaim; 49) Museu de Arte de São Paulo - Avenida Paulista, 1578; 50) Igreja de São Cristóvão - Avenida. Tiradentes, 84 - esquina com a Rua 25 de Janeiro - Luz; 51) Antiga Sede da Faculdade de Farmácia e Odontologia da USP - Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro; 52) Teatro Brasileiro de Comédia - Rua Major Diogo, 311/315 - Bela Vista; 53) Instituto Oscar Freire - Rua Teodoro Sampaio, 115 - Cerqueira César; 54) Casa do Bandeirante - Praça. Monteiro Lobato - Butantã; 55) Teatro Oficina - Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista; 56) Imóvel da Rua São Bento, 189, 195 e 197; 57) Casa do Sertanista no Caxingui - Praça Paulo O* - Caxingui; 58) Imóvel a Av. Brig. Luiz Antônio, 826; 59) Casa do Sítio Piraquara e seus pertences *- Avenida Assis Ribeiro – Ermelino Matarazzo; 60) Sede do Antigo Sítio Capão - Avenida Regente Feijó, 1295 - Água Rasa; 61) Edifício do Teatro São Paulo - Rua Albuquerque Lins, 171 - Barra Funda; 62) Edifício Alexandre Mackenzie - Rua Xavier de Toledo, 23 - Centro; 63) Casa Modernista - Rua Santa Cruz, 325 - Vila Mariana; 64) Conj. de Edifícios do antigo Matadouro de Vila Mariana - Largo Senador Raul Cardoso, 133 e 207 e Rua Sena Madureira, 112 e 124 - Vila Mariana; 65) Antigo Grupo Escolar Rodrigues Alves - Avenida Paulista, 227; 66) Imóve s à Pirapitingui, 111, 141 e 159; 67) Monumento às Bandeiras - Praça. Armando Sales de Oliveira - Ibirapuera; 68) Edifício do Antigo Desinfetório Central - Rua Tenente Pena, 100 - Bom Retiro; 69) Imóvel na Avenida Paulista, 37; 70) Portal de Pedra, em forma de arco - Avenida Tiradentes, esquina com a Praça. Fernando Prestes - Luz; 22 71) Traçado Urbano, vegetação e linhas demarca órias dos lotes dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano - Jardins; t t i 72) Edifícios, remanescentes do ramal ferroviário e duas locomotivas "Davenport", integrantes do complexo industrial S/A Ind. Reunidas Francisco Matarazzo - Avenida Francisco Matarazzo, 1096 - Água Branca; 73) Hospital e Maternidade Umberto I (ex-Matarazzo) - Alameda Rio Claro, 190 – Bela Vista; 74) Edifício Saldanha Marinho - Rua Líbero Badaró, 39 - Centro; 75) Parque da Aclimação e Áreas Verdes Adjacentes - Avenida Aclimação; 76) Edifício Teatral - Rua Brig. Machado, 71 - Brás; 77) Colégio Sion - Avenida Higienópolis, 901 - Higienópolis; 78) Casa de Vidro - Rua General Américo de Moura, 200 - Morumbi; 79) Imóvel com respectivas edificações localizado à Rua Guaianases, 1238 e 1282 - Campos Elíseos; 80) Conj. edificado e propriedade dos Dominicanos, compreendendo: antiga Casa de Chácara da Família Cardoso de Almeida; antigo Convento de Santo Alber o; Igreja Matriz de São Domingos e seus pertences e Jardim do Inter or da propriedade - Rua Caiubi, 126 e 164, Rua Atibaia s/no - Perdizes; 81) E.E.P.S.G. - Padre Anchieta - Rua Visconde de Abaeté, 154 - Brás; 82) Edifício que abrigou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP – Rua Maria Antônia, 294/310 - Consolação; 83) Coleção de Arte do Museu de Arte de São Paulo - Avenida Paulista, 1578; 84) Coleção de Arte Religiosa do Museu de Arte Sacra de São Paulo – Avenida Tiradentes, 676; 85) Coleção arqueológica, Etnográfica e Histórica do Museu Paulista da USP - Parque. da Independência s/no; 86) Coleção Artística do Museu Paulista da USP - Parque da Independência, s/no; 87) Casa da Rua Itápolis, 961; 88) Casa da Rua Bahia, 1126; 89) Igreja Ordem Terceira do Carmo. Esta resolução deverá ser submetida à efetivação da Senhora Secretária, bem como homologada pela Senhora Prefeita, com posterior registro no livro próprio. 23 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA CONPRESP - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo. 1 REGIMENTO INTERNO CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º - O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp, criado pela Lei no. 10.032, de 27 de dezembro de 1985, com as alterações introduzidas pela Lei no. 10.236, de 16 de dezembro de 1986, tem seu funcionamento definido no presente Regimento. Parágrafo Único: O Conselho funcionará na sede da Secretaria Municipal de Cultura. CAPÍTULO II - ORGANIZAÇÃO Art. 2º - São órgãos do Conselho: I Presidência; II Assessoria da Presidência; III Plenário; IV Secretaria Executiva; V Corpo de Assessoramento. Parágrafo Único: O Departamento do Patrimônio Histórico - DPH dará suporte técnico ao Conselho. Art. 3º - O Conselho compõe-se de nove membros, a seguir relacionados: I Um representante da Secretaria Municipal de Cultura; II O Diretor do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura; III Um representante da Secretaria dos Negócios Jurídicos; IV Um representante da Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano; V Um representante da Secretaria de Planejamento; VI Um representante do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção de São Paulo; VII Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo; VIII Um Conselheiro representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - Seção de São Paulo; IX Um representante da Câmara Municipal de São Paulo. § 1º - Os órgãos e entidades que compõem esse Conselho deverão indicar simultaneamente um representante titular e um suplente, os quais serão nomeados pelo Prefeito. § 2º - Deixando qualquer dos órgãos ou entidades referidas neste artigo de indicar os seus representantes, sua participação no Conselho extinguir-se-á por toda a duração do respectivo mandato, reduzindo-se o quorum. § 3º - O previsto no parágrafo anterior também se aplica na hipótese de ausência do Conselheiro titular ou seu suplente, por 3 (três) reuniões consecutivas sem justificativa. Art. 4º - O Presidente e o Vice Presidente do Conselho serão escolhidos por maioria simples de votos de seus membros em reunião designada para esse fim. Art. 5º - O Plenário é constituído pelo Conselho reunido, presente a maioria absoluta de seus membros. Art. 6º - O mandato dos membros do Conselho, inclusive do Presidente e do Vice Presidente, é de 3 (três) anos, permitida recondução. 24 § 1º - Com antecedência mínima de dois meses em relação ao final do mandato, a Secretaria Executiva expedirá ofício para os órgãos e entidades representadas neste Conselho e fará publicar no DOCSP, convocação para que enviem as indicações dos seus representantes – titular e suplente - para o mandato subseqüente. § 2º - No caso de impedimento temporário do Presidente, o Vice-Presidente assumirá interinamente a função. § 3º - Na vacância do cargo de Presidente, o Vice-Presidente assumirá a função de Presidente até o final do mandato, promovendo-se, neste caso, a eleição de outro Vice-Presidente na primeira reunião ordinária do Conselho. § 4º - Na hipótese de renúncia, falecimento ou outro impedimento legal do Conselheiro – titular ou suplente -, a Secretaria Executiva notificará o órgão ou a entidade a qual representava para indicar um substituto, para o período complementar do mandato, no prazo improrrogável de trinta dias, sob pena de perder a representação até o final daquele mandato. § 5º - Na vacância do cargo de Vice-Presidente promover-se-á nova eleição para o cargo vago, na primeira
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