Prévia do material em texto
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 1- COMPREENDER A BIOQUÍMICA DO CARBOIDRATO. 4- ENTENDER OS DISTÚRBIOS METABÓLICOS RELACIONADOS A DIABETES 3- CLASSIFICAR OS TIPOS DE DIABETES- 1,2, INSIPIDUS E GESTACIONAL (DIAGNÓSTICO , TRATAMENTO , SINTOMAS ) 2-DESCREVER O METABOLISMO DO CARBOIDRATO ( DANDO ÊNFASE NO METABOLISMO DA GLICOSE) Problema 3 - módulo 3 Objetivos : KLÊNYA MARIA - P2 São compostos aldeídicos ou cetônicos com muitas hidroxilas, ou seja , são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas ou substâncias que por hidrólise liberam um desses dois compostos. Os carboidratos também podem ser chamados de: Glicídios, Sacarídeos e Hidratos de carbono. Bioquímica do carboidrato O que é um carboidrato? (lembrando: Hidrólise é processo químico que envolve a quebra de uma molécula em presença de água. ) FUNÇÕES BIOLÓGICAS DOS CARBOIDRATOS : 1- Reservas energéticas de plantas e animais ( A energia nos seres vivos é armazenada na forma dos polissacarídeos amido e glicogênio.) O amido é a reserva energética das plantas e o glicogênio dos animais. 2- Função estrutural . Os polissacarídeos desempenham importante função estrutural, conferindo forma e dando sustentação a estruturas moleculares, como a celulose (encontrada na parede celular de plantas), O peptidoglicano (encontrada na parede celular de bactérias) e a quitina (no exoesqueleto de artrópodes). 3- Participam na adesão e reconhecimento celular. ( interação entre células, a adesão de uma bactéria à superfície de uma membrana celular, dentre outros.) Essa adesão ocorre com a interação de um receptor proteico localizado na superfície das bactérias com a porção glicídica das glicoproteínas ou de glicolipídios encontrados nas membranas celulares . Os carboidratos, que são exclusivamente encontrados na monocamada externa de membranas plasmáticas, interagem com glicoproteínas e com glicolipídios, formando uma estrutura denominada glicocálix. O glicocálix é uma camada de glicoproteínas e glicolipídios encontrada na superfície externa da membrana citoplasmática da maioria das células eucarióticas. 4- A ribose e a desoxirribose formam parte da estrutura do RNA e do DNA CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS Monossacarídeos são os carboidratos formados por uma única unidade de poliidroxialdeído ou poliidroxicetona. Exemplos: glicose, galactose, manose, frutose, entre outros. Os dissacarídeos contêm duas unidades de monossacarídeos. os oligossacarídeos contêm de três até cerca de 10 unidades de monossacarídeos . os polissacarídeos contêm mais de 10 unidades de monossacarídeos, podendo alcançar centenas de unidades de açúcares em sua estrutura. Monossacarídeos: são carboidratos que tem no máximo 7 carbonos . - fórmula geral deles é: ( Cn H2n On) 3 carbonos : trioses - C3H603 4 carbonos : tetroses - C4H8O4 5 carbonos : pentoses -C5H10O5 6 carbonos : hexose -C6H12O6 7 carbonos : heptose-C7H14O7 OBS: os mais importantes são as pentoses e hexoses , pois estão envolvidos com maior prevalência nos processos fisiológicos ocasionados pelos seres vivos. exemplos de pentoses : 1-Ribosse - participa diretamente da constituição do RNA( acido nucleico que tem como base a ribose ) e até do ATP( utilizada para produzir energia ) 2- Desoxirribose - está presente no DNA ( sua função é justamente formar as cadeias nucleotídicas que vão formar o DNA). exemplos de hexoses: 1- glicose : funções: serve como fonte de energias para nossas células ; é o produto final da fotossintese e sua decomposição vai produzir moléculas de ATP. algumas informações sobre a glicose : ela sofre um processo de ciclização, a maioria dos carboidratos cerca de 90% deles são armazenados no nosso organismo na forma cíclica ( que é a forma mais estável para que estes carboidratos eles possam ser até mesmo transportados pelo nosso organismo . 2- Frutose : funções : promover o sabor açucarado das frutas ; e ela é transformada em glicose quando chega no fígado . OBS: frutose e glicose são isômeros desse modo eles podem se interconverter(Causar ou sofrer um processo em que duas coisas se convertem reciprocamente. ) é raro , porém pode acontecer. 3- Galactose : é encontrada no leite e no fígado ela forma a glicose. é união de dois monossacarídeos , eles vão formar a ligação glicosídica ( ligação do tipo covalente que acontece entre dois monossacarídeos , e todas as vezes que essa ligação acontece ocorre a saída de água , e aí a água sai e ocorre a formação desta ligação ). Para quebrar dois dissacarídeos é preciso acontecer uma hidrólise (processo químico que envolve a quebra de uma molécula em presença de água.) É importante lembrar que nosso organismo só absorve monossacarídeos , então tudo que ingerimos na forma de dissacarídeos ou até mesmo de polissacarídeos vai ser convertido em monossacarídeos posteriormente. Dissacarídeos : e assim esses dissacarídeos se quebram e acontece a formação de dois monossacarídeos. Principais dissacarídeos : 1- Maltose ( forma GG- glicose+glicose ), vem dos vegetais ( ex: cerveja , trigo, cereais ) 2-Celobiose ( forma GG- glicose+glicose ), vem da degradação de celulose ( que não conseguimos fazer por isso que esse tipo de açúcar não é tão comentado) 3-Sacarose ( forma GF- glicose +frutose) , vem da cana de açucar( ex: açucar de cozinha . 4- Lactose ( Glicose + Galactose ) , obtenção: açúcar do leite 75% da população tem intolerância a lactose , essa alergia pode acontecer por vários motivos mas o principal é a ausência da enzima lactase que quebra essa molécula. Polissacarídeos formado por mais de 10 monossacarídeos. • Desempenham papéis vitais no armazenamento de energia e na manutenção da integridade estrutural dos organismos. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS- O objetivo da digestão dos carboidratos é chegar nas estruturas mais simples, os monossacarídeos. Os principais sítios de digestão dos carboidratos são a boca e o lúmen intestinal. Essa digestão é rápida e é catalisada por enzimas denominadas glicosídeo-hidrolases (glicosidases) que hidrolisam as ligações glicosídicas. As enzimas necessárias para a degradação da maioria dos carboidratos são principalmente as endoglicosidases, que hidrolisam oligossacarídeos e polissacarídeos, e as dissacaridases, que hidrolisam tri e dissacarídios em seus componentes redutores. Glicosidases em geral são específicas para a estrutura e para a configuração do resíduo glicosila a ser removido, bem como para o tipo de ligação a ser hidrolisada. Os produtos finais da digestão de carboidratos são os monossacarídeos glicose, galactose e frutose, os quais são absorvidos pelas células do intestino delgado. A digestão dos carboidratos inicia na boca Os principais polissacarídeos da dieta são de origem vegetal (amido, composto de amilose e amilopectina) e animal (glicogênio). Durante a mastigação, a a-amilase salivar atua brevemente sobre o amido e o glicogênio , de maneira aleatória, hidrolisando algumas ligações alfa(1-4). (Nota: existem na natureza tanto endoglicosidases alfa(1-4) quanto beta(1-4), mas os humanos não produzem nem secretam esta última nos sucos digestivos. Dessa forma, eles são incapazes de digerir a celulose - um carboidrato de origem vegetal que contém ligações glicosídicas beta(1-4) entre seus resíduos de glicose.) Tanto a amilopectina quanto o glicogênio são ramificados e, assim, também contêm ligações alfa(1-6), que a a-amilase não pode hidrolisar. Por isso, os produtos da digestão resultantes da sua ação contêm uma mistura de oligossacarídeos não ramificados e ramificados, conhecidos como dextrinas .(Nota: dissacarídeos também estão presentes, pois são resistentes à amilase.) A digestão dos carboidratos cessa temporariamente no estômago, porque a elevada acidez inativa a alfa- amilase salivar. A digestão subsequente dos carboidratos pelas enzimas pancreáticas ocorre no intestino delgado. Quando o conteúdo ácido do estômago atinge o intestino delgado, ele é neutralizado pelo bicarbonatosecretado pelo pâncreas, e a a-amilase pancreática continua o processo de digestão do amido. Digestão final dos carboidratos pelas enzimas sintetizadas pelas células mucosas intestinais O processo final da digestão ocorre principalmente no epitélio mucoso do jejuno superior, e inclui a ação de várias dissacaridases . Por exemplo, a isomaltase rompe a ligação alfa(1- 6) da isomaltose, e a maltase se hidrolisa a maltose e a malotriose, ambas produzindo glicose; a sacarase hidrolisa a sacarose, produzindo glicose e frutose, e a lactase (beta,-galactosidase) hidrolisa a lactose, produzindo galactose e glicose. A glicólise ocorre no citoplasma pode acontecer em situações anaeróbicas o alimento disponibiliza glicose e essa glicose vai para a célula ,dentro da célula a glicose vai ser transformada em glicose-6- fosfato, por meio de uma enzima a hexoquinase e isso só é possivel por meio do gasto de um ATP, ai a glicose-6-fosfato fica presa dentro da célula e assim vai continuidade a glicólise. Metabolismo do carboidrato - Glicólise glicólise - é a degradação de glicose formando piruvato ( glicose chega no sangue , ai depois ela vai para dentro da célula e lá ocorre a degradação dela para assim termos energia). Como acontece esse processo de glicólise ? 1-ocorre a transformação da glicose-6-fosfato em uma frutose-6-fosfato isso ocorre por meio de uma isomerização que acontece por meio da enzima que é a fosfohexose isomerase . Depois, ocorre a transformação da frutose-6-fosfato em frutose 1.6- bifosfato por meio da enzima fosfofrutoquinase e nesse processo há gasto de ATP. E ai acontece a transformação da frutose 1.6-bifosfato em Glicerol 3-fosfato e o Dihidroxiacetona fosfato por meio da enzima aldolase. Essa Dihidroxiacetona fosfato vai ser convertida em glicerol 3-fosfato por meio do processo de isomerização com uma isomerase. Agora o Glicerol 3- fosfato vai ser transformado em 1.3- Bifosfoglicerato por meio da ação de uma enzima chamada de glicerol 3-fosfato desidrogenase e nesse processo ocorre a liberação de dois NADH, ou seja , já começa a repor os elementos que vão ajudar na reposição energética. Ai agora ocorre a transformação do 1.3-Bifosfoglicerato em 3- fosfoglicerato por meio da enzima fosfoglicerato quinase e ai começa a repor ATP, já forma dois ATP´s Ai tem a transformação da 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato por meio da enzima fosfoglicerato mutase. Depois, ocorre a transformação da 2-fosfoglicerato para o fosfoenolpiruvato por meio da desidratação ( perda de água ) E assim temos o finalzinho da glicólise , ocorre a transformação do fosfoenolpiruvato em piruvato por meio da enzima piruvato quinase e assim temos a liberação de dois ATP. Conclusão final da glicólise ( durante o processo , no inicio foi gasto 2 ATP depois aconteceu a formação de 2 ATP´s e mais 2 ATP´s , totalizando a formação de 4 ATP´s, desse modo 4 ATP´s menos os 2 ATPS´s que foram utilizados . Deu certinho pra suprir e não ficar faltando nada , porque ‘’pegou e colocou de volta’’. Metabolismo do carboidrato - Gliconegênese gliconeogênese - é a via de piruvato formando a glicose Ocorre quando estamos com fome ou em jejum Ou seja, está com baixa de glicose no sangue e tem tecidos no corpo que precisam dessa glicose . A gliconeogênese basicamente vai pegar estruturas, substâncias que não são açúcares como o lactato/piruvato, glicerol e aminoácidos, com o intuito de formar a glicose. Então, como ocorre a transformação dessas substâncias em glicose ? 1-Primeiro o glicerol se transforma em glicerol fosfato 2-depois o glicerol fosfato é transformado em Dihidroxiacetona fosfato 3-Depois a Dihidroxiacetona fosfato é transformada em gliceraldeído 3- fosfato. 4-Aí acontece o processo inverso da glicólise - pega o gliceraldeído 3- fosfato transforma ele em frutose 1.6-Bifosfato depois com a enzima frutose 1.6 -Bifosfatase 5- Depois ocorre a transformação da frutose 1.6-Fosfato em frutose 6-fosfato 6-Aí acontece a transformação da frutose 6-fosfato em glicose 6-fosfato 7-E ai ocorre a transformação da glicose 6-fosfato em glicose por meio da enzima glicose 6-fosfatase. -Como ocorre a transformação do lactato em glicose ? O lactato é liberado no sangue pelo músculo esquelético em exercício e pelas células que não possuem mitocôndrias (eritrócitos) → glicólise anaeróbica. Lactato → corrente sanguínea → fígado → converte lactato a piruvato Enzima que transforma o lactato em piruvato é a lactato-desidrogenase ai ocorre a oxidação do lactato, produzindo piruvato e NADH Como ocorre a transformação dos aminoácidos em glicose ? A alanina é o principal aminoácido glicogênico, mas a serina e a glutamina também forma piruvato. As proteínas são quebradas na digestão → aminoácidos → corrente sanguínea → fígado → converte em piruvato Reação: A alanina é convertida a piruvato por meio da enzima alanina- aminotransferase, liberando amônia no processo (ciclo da ureia). Metabolismo do carboidrato - Glicogênese - Ocorre no citosol e gasta 1ADP (para fosforilar a glicose) e 1 UDP e é basicamente acrescentar várias moléculas de glicose em um glicogênio pré formado (proteína glicogenina ligada a algumas glicoses) Mas, para fazer esse acréscimo é necessário primeiramte ‘’ativar a glicose’’, tornando-a mais energética. Glicogenólise -A via de degradação que mobiliza o glicogênio armazenado no fígado e no músculo não é o inverso das reações de síntese. Ao contrário da glicogênese (formação), não precisa investir ATP nem UDP, pois já está partindo de um nível de energia maior, sem necessidade de mais. O glicogênio é degradado por duas enzimas, a glicogênio fosforilase e a enzima desramificadora. • No músculo - Para em glicose-6-fosfato, pois o músculo quer a glicose só pra ele e o fosfato não deixa atravessar a bicamada lipídica e não existe carreador específico na membrana para ele. • no fígado tira o ‘’P’’ da glicose-6P no retículo endoplasmático liso, pois ele precisa lançar a glicose no sangue para que ocorra todo o processo de glicólise novamente. Diabetes Mellitus Conceito: Não é uma doença única, mas sim um grupo heterogêneo de síndromes multifatoriais, caracterizadas por elevação da glicemia em jejum. Causa → deficiência relativa ou absoluta de insulina. É a principal causa de cegueira e amputação no adulto, e importante causa de: Falha renal ,Dano neural ,Ataques cardíacos ,Acidente vascular cerebral (AVC) Os casos podem ser divididos em 2 • DM tipo 1 ou insulinodependentes e DM tipo 2 ou independente de insulina . DM tipo 1 Caracterizada por deficiência absoluta de insulina. A insulina é um hormônio que age permitindo a entrada de glicose (açúcar) para dentro das células, onde elas são utilizadas como combustível para gerar energia para o corpo. Sem insulina, a glicose não consegue entrar nas células e acaba ficando acumulada no sangue, levando a um quadro que é chamado de hiperglicemia. A hiperglicemia é extremamente maléfica ao organismo, provocando, a longo prazo, lesão de vários tecidos e órgãos. Apesar de ser mais comum em crianças e adolescentes, a diabetes tipo 1 também pode surgir em adultos. Causa : Causada por ataque autoimune às células B do pâncreas. Nesse tipo, as ilhotas de Langerhans tornam-se infiltradas com linfócitos T ativados, levando a insulite. Aos longos dos anos, esse ataque autoimune leva à depleção gradual da população de células B. Porém, os sintomas só aparecem quando 80 a 90% das células B foram destruídas → pâncreas falha em responder adequadamente à glicose ingerida na alimentação. Existem dois picos na incidência do diabetes, o primeiro ocorre entre os 4 e 7 anos e o segundo entre os 10 e 14 anos. Em resumo, o paciente já nasce com as alterações genéticas que favorecem o surgimento da diabetes tipo 1, desenvolve os autoanticorpos nos primeiros anos de vida e só vai apresentar a doença mesmo no meio para o final da infância. Os sintomas do diabetes tipo 1 costumam ser provocados pela hiperglicemia. São eles:Sede excessiva. Cansaço. Micção frequente. Perda do controle da bexiga durante o sono (voltar a fazer xixi na cama). Perda de peso. Visão turva. Fome frequente. Irritação. Infecções frequentes Lenta cicatrização de feridas. Mau hálito. Glicemia em jejum acima de 126 mg/dl. Glicemia em qualquer momento do dia acima de 200 mg/dl. Hemoglobina glicosilada (HbA1c) maior que 6,5%. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do DM1 é realizado através da dosagem sanguínea da glicemia ou da hemoglobina glicosilada. São necessários dois exames de sangue, colhidos em dias diferentes, com pelo menos um dos três critérios listados abaixo: Uma vez diagnosticada a diabetes, o endocrinologista pode também pesquisar a presença de autoanticorpos no sangue. Administração regular de insulina (até 6 vezes por dia). Controle da dieta. Monitoramento frequente da glicemia por parte do paciente. Prática de exercícios físicos. TRATAMENTO Não existe cura para a diabetes tipo 1. O tratamento visa o controle da glicemia a longo prazo, de forma a reduzir a incidência das complicações. O controle da glicemia é feito através de várias abordagens, sendo as mais importantes: O objetivo do tratamento é manter o valor da hemoglobina glicosilada abaixo de 7%. Para tanto, o paciente deve procurar manter a glicemia antes das refeições entre 80 e 130 mg/dl e após as refeições abaixo de 180 mg/dl. Se os valores estiverem descontrolados, a dieta e a dose da insulina devem ser reavaliadas. Insulina de ação rápida: tem início de ação com cerca de 15 minutos, atinge o pico em 1 hora e continua a funcionar por 2 a 4 horas. Insulina regular ou de ação curta: tem início de ação com cerca 30 minutos após a injeção, Insulina de ação intermediária: tem início de ação com cerca de 2 a 4 horas,. Insulina de ação prolongada: atinge a corrente sanguínea várias horas após a injeção e tende a diminuir os níveis de glicose de forma bastante uniforme ao longo de um período de 24 horas. Tratamento com insulina Como na diabetes tipo 1 o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, os pacientes precisam substituir a insulina natural por insulina artificial, que pode ser administrada por meio de injeções regulares ao longo do dia ou através de uma bomba de insulina. O nível de insulina administrado deve ser cuidadosamente definido de acordo com a dieta e os hábitos de exercício do paciente. Quantidades insuficientes podem não controlar a glicemia e aumentar o risco de complicações, enquanto quantidades excessivas podem provocar hipoglicemia. Os tipos de insulina mais utilizados são: Alterações metabólicas na DM tipo 1 As anormalidades metabólicas resultam da deficiência de insulina, a qual afeta marcadamente os 3 tecidos: Fígado → gliconeogênese, B- oxidação, cetogênese e degradação de proteínas. • Musculo (GLUT4) ,• Tecido adiposo (GLUT4) Como há uma incapacidade de produzir insulina, a relação insulina/glucagon não aumenta, mantendo o fígado em constante gliconeogênese e cetogenese → níveis de glicose não controlados. O organismo reage como se estivesse sempre no estado de jejum, devido à falta de insulina → pode levar a morte se não for administrada a insulina exógena 1- Hiperglicemia Causada por um aumento na produção hepática de glicose + diminuição da sua utilização em outros tecidos → músculo e tecido adiposo têm o GLUT4 que é dependente de insulina, vai permanecer no interior da célula). • Gliconeogênese no fígado • Degradação de proteínas (aminoácidos) de forma descontrolada no músculo esquelético → mantem a hiperglicemia mesmo em jejum. No estado pós-prandial o efeito da hiperglicemia é aumentado, pois a gliconeogênese continua produz mais glicose, além daquela obtida pela dieta. 2-Cetoacidose Quando a velocidade de formação de corpos cetônicos é maior do que a do consumo, seus níveis começam a aumentar • Corpos cetônicos no sangue → cetonemia ,• “ na urina → cetonuria. Essas duas condições são mais frequentes em casos não controlados de DM-1 3- Cetoacidose diabética Um sintoma frequentemente da cetoacidose diabética (muitos corpos cetônicos)é o odor frutado na respiração, resultante da alta produção de acetona. O aumento da concentração de corpos cetônicos → acidemia. Cada corpo cetônico libera um H+ quando circula no organismo → diminui pH. Além disso, a excreção de glicose e corpos cetônicos na urina resultam na desidratação do organismo. Assim = aumento de H+ no sangue + diminuição do volume plasmático (desidratação) → cetoacidose grave Resulta da mobilização aumentada de ácidos graxos do tecido adiposo + B-oxidação acelerada de AG no fígado → acetil-coa A acetil- coa • Substrato para a cetogênese → síntese de corpos cetônicos → aumento de 3- hidroxiburitato e acetoacetato → acidose (esses corpos liberam H+ no sangue) • Ativa a piruvato carboxilase da gliconeogênese o Piruvato → OAA que segue para a síntese de glicose A cetoacidose diabética é tratada com reposição de fluidos e eletrolíticos + doses baixas de insulina de ação rápida e curta duração = corrige a hiperglicemia sem causar a hipoglicemia . 4- Hipertriacilglicerolemia A B-oxidação e a formação de corpos cetônicos (produto = acetil-coa) não conseguem eliminar completamente os ácidos graxos → o excesso é esterificado em triacilgliceróis → síntese de VLDL. Ocasionando excesso de VLDL e quilomicra DM tipo 2 -Caracterizada por hiperglicemia , resistência a insulina e relativa diminuição na secreção de insulina . Causa → resistência à insulina + disfunção das células B (não envolve viroses ou anticorpos autoimunes) Mas não necessitam de administração de insulina para manter a vida, embora possa ser necessária em algum momento para controle da hiperglicemia. As alterações metabólicas são mais brandas, pois a secreção de insulina – embora inadequada – ainda acontece, impedindo a cetogênese excessiva, restringindo o desenvolvimento da cetoacidose. Obs: uma complicação aguda do tipo 2 na velhice é um estado hiperglicêmico hiperosmolar caracterizado por hiperglicemia e desidratação graves, além de estado mental alterado. -Resistência a insulina : É a diminuição na capacidade dos tecidos-alvo como o fígado, músculo e adiposo, responder às concentrações circulantes (normais ou elevadas) de insulina. Por exemplo, acontece: • Produção não controlada de glicose hepática • Captação diminuída de glicose por músculo e tecido adiposo (GLUT4) A obesidade é a causa mais comum de resistência à insulina, contudo, a maioria das pessoas obesas resistentes à insulina não se tornam diabéticas. Pois, na ausência de disfunção das células B, eles conseguem compensar a resistência com os níveis da insulina. Obesos são hiperinsulêmicos, por causa da resistência à insulina, ela se acumula no plasma pois não consegue entrar nas células-alvo que necessitam dela. A maior concentração de insulina compensa seu efeito diminuído (por causa da resistência), levando a níveis de glicose similares aos magros. Os principais sintomas da diabetes do tipo 2 são: Sede excessiva; Boca seca; Cansaço excessivo; Visão turva ou embaçada; Formigamento nos pés ou nas mãos; Vontade frequente para urinar; Infecção urinária e/ ou candidíase frequentemente; Feridas que demoram para cicatrizar. OBS: Os GLUT são uma série de transportadores tipo porta, encarregados de realizar o transporte passivo de glicose para o citosol Alterações metabólicas da DM tipo 2 As anormalidades são resultado da resistência à insulina, que se expressa principalmente no fígado, músculo e tecido adiposo. Hiperglicemia Causada por aumento na produção de glicose hepática + diminuição no seu uso periférico Acontece pela insuficiência de insulina para controlar a produção de glicose no fígado e para permitir a captação desta pelo músculo esquelético. Assim : • Não ocorre aumento da frutose-2,6- bifosfatase • Não ocorre regulação negativa do fosfoenolpiruvato carboxilase, que acontece normalmente . Cetoacidose Não costuma manifestar-se, pois há uma produçãosuficiente de insulina para prevenir a liberação descontrolada de AG a partir dos adipócitos. Mesmo que pouca, a insulina diminui a cetogênese hepática Diagnóstico O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção de hiperglicemia. Existem 4 tipos de exames que podem ser utilizados no diagnostico de DM( Glicemia casual, Glicemia de jejum ,Teste de tolerancia à glicose com sobrecarga de 75g em 2 horas (TTG) ,Em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c) Tratamento para diabetes tipo 2 Costuma ser feito com medicamentos antidiabéticos que podem atuar tanto aumentando a produção de insulina no pâncreas, melhorando a sensibilidade do organismo à insulina, diminuindo a produção de glicose pelo corpo ou mesmo diminuindo a absorção de glicose na alimentação. Alguns dos principais exemplos destes remédios são Metformina, Glibenclamida, Gliclazida, Acarbose, Pioglitazona ou os mais novos como Vildagliptina, Sitagliptina ou Exenatida, por exemplo. A ingestão ou aplicação destes remédios costuma ser feita de 1 a 3 vezes ao dia, a depender do tipo e da gravidade da doença. Geralmente, inicia-se o tratamento utilizando somente 1 destes medicamentos e depois o médico avalia a necessidade da combinação de outros, inclusive da Insulina, o que se torna necessário à medida que a doença piora, ao longo dos anos. Diabetes gestacional Problema metabólico mais comum e tem prevalência de 3 a 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico DMG é uma classe clínica que inclui as pacientes grávidas, nas quais o início e o diagnóstico de diabetes ou da intolerância à glicose ocorre durante o período gestacional e desaparece após o parto. Ocorre com maior incidência em pacientes geneticamente predispostos, submetidos aos mecanismos hiperglicêmicos na gravidez. A instalação desse tipo de diabetes interfere muito no ambiente em que se desenvolve o concepto, aumentando em 3x as chances de malformações congênitas e aumento de 10x nos partos pré-termos Complicações metabólicas da Diabetes gestacional São as mesmas que no estado não- gravídico: • Hiperglicemia → compromete o feto (anomalias congênitas, natimortalidade, macrossomia, síndrome da angustia respiratória, hipoglicemia neonatal) • Cetoacidose (CAD) → perigoso, pode desencadear a morte fetal. • Hipoglicemia → não prejudica o feto, porém é possível evoluir para uma severa hipoglicemia, podendo gerar confusão mental, convulsões e até coma História familiar de diabetes mellitus. Já ter exames de sangue com glicose alterada em algum momento antes da gravidez. Excesso de peso antes e/ou durante a gravidez. Idade maior que 25 anos. Gravidez anterior com feto nascido com mais de 4 kg. Histórico de aborto espontâneo sem causa esclarecida. Ter tido um filho anterior com malformação. Ter hipertensão arterial. Ter ou já ter tido em gestação anterior pré-eclâmpsia ou eclâmpsia. Ter síndrome dos ovários policísticos. FATORES DE RISCO da Diabetes gestacional Usar corticoides. SINTOMAS o diabetes gestacional não costuma provocar sintomas. É sempre bom lembrar que sintomas como aumento da frequência urinária, cansaço e alterações no padrão da fome são habituais na gravidez, não servindo como parâmetro para identificação de um diabetes gestacional. https://www.mdsaude.com/gravidez/ganho-de-peso-na-gravidez/ https://www.mdsaude.com/gravidez/ganho-de-peso-na-gravidez/ https://www.mdsaude.com/hipertensao/hipertensao-arterial/ https://www.mdsaude.com/gravidez/eclampsia-e-pre-eclampsia/ https://www.mdsaude.com/ginecologia/ovario-policistico/ https://www.mdsaude.com/endocrinologia/glicocorticoides/ Glicemia Jejum: normal até 92 mg/dl. Glicemia após 1 hora: normal até 180 mg/dl. Glicemia após 2 horas: normal até 153 mg/dl. DIAGNÓSTICO Todas as gestantes devem medir sua glicose em jejum na primeira consulta do pré-natal. O valor esperado é menor que 85 mg/dl. Se a paciente tiver uma glicemia em jejum menor que 85 mg/dl e não apresentar nenhum fator de risco para diabetes gestacional, nenhuma outra pesquisa adicional é necessária, exceto se ao longo do curso da gravidez surjam indícios de diabetes gestacional. Se a paciente apresentar um resultado acima de 126 mg/dl na glicemia em jejum da primeira consulta, isso é indicativo de diabetes mellitus. O exame deve ser repetido 1 ou 2 semanas depois para confirmação. As gestantes com glicemia em jejum entre 85 e 125 mg/dl não são consideradas diabéticas, mas estão no grupo de alto risco, principalmente aquelas com glicemia mais próxima de 125 mg/dl. Neste grupo, uma nova pesquisa, chamada curva glicêmica ou teste de tolerância oral à glicose, deve ser feita entre a 24.ª e a 28.ª semana de gravidez. No teste de tolerância oral à glicose, a gestante colhe sangue para glicemia em 3 momentos. O primeiro é em jejum. Depois, a grávida consome um xarope contendo 75 gramas de glicose, espera 1 hora e colhe o sangue novamente. Duas horas após a ingestão do xarope, a gestante colhe o sangue pela 3.ª e última vez. O diagnóstico do diabetes gestacional é feito de a paciente tiver pelo menos 2 dos 3 resultados alterados: TRATAMENTO O controle dos níveis de glicose no sangue é essencial para a saúde materna e fetal. Para mulheres com sobrepeso ou obesidade é imperativo emagrecer. Uma dieta saudável, com controle de gordura, carboidratos e calorias é indicado para todas as gestantes. Exercícios físicos também são importantes, pois ajudam no funcionamento da insulina. Se a mudança de hábitos de vida não resultar no controle da glicose, a gestante pode precisar usar injeções de insulina.