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Calorimetria Física - 1º Trimestre - 2024 2ª Série - Ensino Médio Prof. Luiz Renato • Os sistemas em geral têm energia térmica – dada pela agitação de suas partículas –, mas não contêm calor. O calor é a energia que flui espontaneamente do corpo mais quente para o corpo mais frio (ou menos quente). • Vale lembrar, entretanto, que a energia térmica disponível em um litro de água a 100 °C é maior que a energia térmica disponível na água, também a 100 °C, que está em uma pequena xícara. • Ambos os corpos estão à mesma temperatura, mas a quantidade de energia (isto é, calor) que devem ceder para atingir a temperatura ambiente é bem diferente. Dizemos que esses dois sistemas têm diferentes capacidades térmicas. • Inicialmente, vamos analisar os fenômenos térmicos sem considerar as energias envolvidas durante as mudanças de fase, isto é, sem considerar processos como o derretimento do gelo ou a fundição de uma peça de chumbo. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 2 Calor ✓ Obs.: O Calor SEMPRE flui espontaneamente do corpo de MAIOR temperatura para o corpo de MENOR temperatura. A capacidade térmica é definida como a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de um corpo. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 3 Capacidade Térmica Equivale ao quociente entre a quantidade de calor recebido ou cedido pelo corpo e a correspondente variação de temperatura. Exemplo: Q = 40 cal 46ºC 26ºC ∆T = 20 ºC Neste caso, temos: 𝑪 = 𝟒𝟎 𝒄𝒂𝒍 𝟐𝟎 𝒐𝑪 Logo: 𝑪 = 𝟐 𝒄𝒂𝒍/𝒐𝑪 Esse resultado nos indica que, para variar a temperatura desse corpo em 1 ºC, precisaremos fornecer a ele 2 cal. Dizemos que dois corpos são termicamente equivalentes quando, ao trocarem (cederem ou receberem) a mesma quantidade de calor, sofrem a mesma variação de temperatura, ou, em outras palavras, dois corpos são termicamente equivalentes quando possuem a mesma capacidade térmica. 𝑪 𝒐𝒖 ℂ = 𝑸 ∆𝑻 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 4 Exemplo 1 • Resolução 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 5 Exemplo 1 • A capacidade térmica, além de depender da quantidade de matéria, depende também da substância que constitui o corpo. Com o intuito de diferenciar as substâncias, foi definida uma grandeza para medir a capacidade térmica por unidade de massa, chamada de calor específico. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 6 Calor Específico Exemplo: Esse resultado nos indica que, para variar a temperatura de 1 g do material que compõe esse corpo em 1 º C, precisaremos fornecer a ele 0,5 cal. Nesse caso, temos: 𝒄 = 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍 𝟏𝒈 ∙ 𝟏 𝒐𝑪 Logo: 𝒄 = 𝟎, 𝟓 𝒄𝒂𝒍/(𝒈. 𝒐𝑪) Q = 0,5 cal 27ºC 26ºC ∆T = 1 ºC 𝒄 = 𝑪 𝒎 𝒄 = 𝑸 𝒎 ∙ ∆𝑻 • O calor específico pode ser definido como a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de uma unidade de massa de um corpo. 𝑪 = 𝒎 ∙ 𝒄 • A energia é medida em joules (J) no (S.I.). Como o calor também é uma forma de energia, possui a mesma unidade. Por motivos históricos e práticos, também usamos outra unidade, a caloria (cal). – Uma caloria é a quantidade de calor necessária para mudar de 1 °C a temperatura de 1 g de água. • Observações sobre o calor específico: – Mede a “inércia térmica” que a substância tem, em relação às variações de temperatura ao trocar calor, por unidade de massa. – Depende da substância, mas não da massa do corpo. – Depende do estado de agregação da matéria. Assim, por exemplo, o carvão e o diamante, embora sejam compostos apenas por carbono, têm calores específicos diferentes, assim como a água líquida e o gelo. – Embora consideremos um valor constante, o calor específico tem pequenas variações de acordo com a temperatura. – A água líquida é uma substância de alto calor específico. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 7 Unidade de medida de Calor 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,1868 𝐽 1 𝑐𝑎𝑙 ≅ 4,2 𝐽 • Por ora, estamos considerando os corpos trocando calor sem sofrerem mudança de fase. Nessa condição, se o corpo receber calor, sua temperatura aumenta e, se ele ceder calor, sua temperatura diminui. Esses processos são perceptíveis (sensíveis) pelo uso de um termômetro, e por isso o calor é chamado de calor sensível. • Essa expressão nos mostra que a Quantidade de Calor Sensível (QS) é diretamente proporcional: – à Massa (m) do corpo → Quanto maior a massa do corpo, maior a quantidade de calor necessária para variar sua temperatura; – ao Calor Específico (c) → Quanto maior o calor específico, maior a quantidade de calor necessária para variar sua temperatura; – à Variação de Temperatura (∆T) → Quanto maior a variação de temperatura que se deseja obter de um corpo, maior a quantidade de calor que se deve fornecer. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 8 Equação do calor sensível Como: 𝑐 = 𝑄 𝑚 ∙ ∆𝑇 Temos que: 𝑸 = 𝐦 ∙ 𝒄 ∙ ∆𝑻 𝑸 = 𝑪 ∙ ∆𝑻 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 9 Exemplo 2 • Resolução 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 10 Exemplo 2 • Exercícios Propostos – Página 250, números (1 ao 4) – Página 252, números (5 e 6), – Página 253, números (7 ao 10) 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 11 Atividades No deserto, durante o dia, a temperatura atinge valores muito elevados; situação que se inverte à noite, com temperaturas bem baixas. Imagem: Thomas Tolkien / Creative Commons Attribution 2.0 Generic Curiosidade 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 12 A areia do deserto possui calor específico relativamente pequeno, o que a faz aquecer com muita facilidade durante o dia e se resfriar facilmente à noite. Por isso, as temperaturas variam muito. A explicação dessa variação se baseia no conceito de calor específico. • Há cidades com alta umidade relativa do ar, conforme a quantidade e o volume de rios que a rodeiam, como é o caso de Manaus. A “inércia térmica” da água faz com que as amplitudes térmicas sejam menores, ou seja, as diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas são menores. No caso de Manaus, até as noites são muito quentes. • No planejamento e construção de Brasília, nossa capital, esse fator foi levado em conta e grandes lagos artificiais foram construídos, assim como vários espelhos de água em muitos edifícios, visando melhorar a umidade e reduzir as amplitudes térmicas. • Considerando o planeta como um todo, com quase 3/4 de água cobrindo a superfície, é a água um dos fatores que colabora para equilibrar as temperaturas entre o dia e a noite e mesmo para mitigar as grandes variações de temperatura ao longo das estações do ano. Em cidades à beira-mar, por exemplo, situadas a médias latitudes, o clima é mais amigável, porque elas compartilham a grande capacidade térmica dos oceanos. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 13 A água como estabilizador climático • As trocas de calor terão impacto na temperatura dos corpos, mas as variações de temperatura vão depender da capacidade térmica dos corpos que participam do processo. • Fluxo de Calor • As trocas de calor ocorrem em determinados intervalos de tempo. Podem ser mais rápidas ou mais lentas. Para medir com que rapidez se processa a transferência de calor, define-se o fluxo de calor por: – No SI, a unidade é 𝚽 = 𝒆𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 = 𝒋𝒐𝒖𝒍𝒆 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒐 = 𝒘𝒂𝒕𝒕, ou seja, é uma unidade de potência, no caso, a potência térmica da fonte. – No sistema usual da Calorimetria, a unidade de fluxo de calor é cal/s. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 14 Trocas de Calor 𝚽 = 𝑸 ∆𝒕 • Um sistema isolado termicamente é um conjunto de corpos que apenas trocam calor entre si, ou seja, esse sistema não recebe nem cede calor de outras fontes. • Considerando que sejam apenas dois corpos A e B, e estando A inicialmente mais quente, todo calor cedido por A será recebido por B. • Em módulo, podemos escrever: |𝑄𝐴| = |𝑄𝐵|, mas, considerando a convenção de sinais em relação a calor recebido e cedido, temos: 𝑄𝐵 = − 𝑄𝐴 e, portanto,𝑄𝐴 + 𝑄𝐵 =0. • Se o sistema for constituído por três ou mais corpos, o resultado anterior pode ser generalizado pelo somatório de todos os calores trocados no sistema isolado ganhamos a primeira equação ao lado. Na expressão, n representa o número de corpos. • Caso haja trocas de calor também com o ambiente, esta troca pode ser incorporada na equação, obtendo-se a segunda equação. • Como, por ora, estamos considerando apenas trocas de calor sem mudança de fase e sem intervenção de trabalho mecânico, cada um dos calores envolvidos no somatório pode ser calculado por: 𝑸 = 𝐦 ∙ 𝒄 ∙ ∆𝑻. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 15 Sistema isolado termicamente 𝒊=𝟏 𝒏 𝑸𝒊 = 𝟎 𝒊=𝟏 𝒏 𝑸𝒊 + 𝑸𝒂𝒎𝒃𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 = 𝟎 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 16 Exemplo 3 • Resolução 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 17 Exemplo 3 • Exercícios Propostos – Página 254, números (11 ao 13) 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 18 Atividades • Recipiente termicamente isolado que evita troca de calor entre o seu conteúdo e o meio externo. • Em princípio, um calorímetro ideal não deveria trocar calor com os corpos de seu interior, mas na prática isso ocorre. Portanto, em alguns casos, vamos considerar a capacidade térmica do calorímetro no equacionamento da troca de calor. • A popular garrafa térmica, usada para manter bebidas quentes ou frias por longo tempo, é um exemplo razoável. Se ela cumpre sua função, está mantendo o seu interior termicamente isolado. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 19 Calorímetro • Todos os organismos vivos necessitam de energia para a sua sobrevivência. No caso dos animais, a principal fonte de energia é a alimentação. O homem, através da alimentação, ingere proteínas, gorduras, vitaminas, carboidratos e uma quantidade de energia necessária para a realização de todas as suas atividades diárias. • O mesmo podemos dizer das máquinas e motores. Para que possam realizar trabalho, eles necessitam de energia e, nestes casos, a principal fonte de energia é o combustível. Os combustíveis, assim como os alimentos, contêm energia que pode ser liberada e utilizada por outros mecanismos. • A energia contida nos alimentos e nos combustíveis pode ser medida através da queima (combustão). A combustão é uma reação exotérmica (liberação de calor) de uma substância com o oxigênio. Assim, a queima de 1 g de uma determinada substância libera uma quantidade de calor, denominada calor de combustão: – Calor de combustão é a quantidade de energia liberada na queima de uma substância, por unidade de massa. • Usualmente, o calor de combustão é apresentado em cal/g. • As tabelas no próximo slide apresentam os calores de combustão de alguns alimentos e combustíveis. 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 20 Calor de combustão 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 21 Calor de combustão • Exercícios de Revisão – Página 255-257, números (1, 2, 4 ao 8, 10, 11, 14, 15, 17, 18) 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 22 Atividades de Recapitulação 01/04/2024 Prof. Luiz Renato - Física 23 Slide 1: Calorimetria Slide 2: Calor Slide 3: Capacidade Térmica Slide 4: Exemplo 1 Slide 5: Exemplo 1 Slide 6: Calor Específico Slide 7: Unidade de medida de Calor Slide 8: Equação do calor sensível Slide 9: Exemplo 2 Slide 10: Exemplo 2 Slide 11: Atividades Slide 12 Slide 13: A água como estabilizador climático Slide 14: Trocas de Calor Slide 15: Sistema isolado termicamente Slide 16: Exemplo 3 Slide 17: Exemplo 3 Slide 18: Atividades Slide 19: Calorímetro Slide 20: Calor de combustão Slide 21: Calor de combustão Slide 22: Atividades de Recapitulação Slide 23
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