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Ciclâmio Leite Barreto Gilvan Luiz Borba Rui Tertuliano de Medeiros Física e Meio AmbienteD I S C I P L I N A Calor e Termodinâmica Autores aula 08 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da publicação na Fonte. Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN Coordenadora da Produção dos Materiais Célia Maria de Araújo Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Projeto Gráfi co Ivana Lima Revisores de Estrutura e Linguagem Eugenio Tavares Borges Marcos Aurélio Felipe Revisora das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Revisores de Língua Portuguesa Janaina Tomaz Capistrano Sandra Cristinne Xavier da Câmara Revisora Tipográfi ca Nouraide Queiroz Ilustradora Carolina Costa Editoração de Imagens Adauto Harley Carolina Costa Diagramadores Bruno de Souza Melo Adaptação para Módulo Matemático Thaisa Maria Simplício Lemos Pedro Gustavo Dias Diógenes Imagens Utilizadas Banco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN Fotografi as - Adauto Harley MasterClips IMSI MasterClips Collection, 1895 Francisco Blvd, East, San Rafael, CA 94901,USA. 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CDD 53 RN/UF/BCZM 2006/87 CDU 579 Aula 08 Física e Meio Ambiente 1 1 2 3 4 Apresentação Nesta aula, discutiremos as leis fundamentais da termodinâmica, o conceito de calor e de temperatura e os fundamentos para o equilíbrio térmico. Discutiremos também as relações de calor e trabalho na lei de conservação da energia (primeira lei da termodinâmica), conheceremos as máquinas térmicas e o seu rendimento, como também a formulação básica da segunda lei da termodinâmica. Destaca-se também, as relações entre calor e entropia e as transformações termodinâmicas. Por último, entenderemos o enunciado da segunda lei da termodinâmica em termos do conceito de entropia. Objetivos Ao fi nal desta aula, você deverá: compreender o signifi cado de calor como uma forma de energia; entender os processos termodinâmicos que levam à formulação da lei de conservação da energia, ou primeira lei da termodinâmica; relacionar com clareza o conceito de máquina térmica, o conceito de entropia e o enunciado da segunda lei da termodinâmica; resolver problemas que envolvam a formulação matemática do conceito de equilíbrio térmico, máquinas térmicas, primeira e segunda lei da termodinâmica. Aula 08 Física e Meio Ambiente2 Calor e temperatura Quando falamos em calor ou frio no nosso dia-a-dia, geralmente, associamos à idéia de temperatura alta ou baixa. Mas, se você pega um copo com água a uma temperatura, por exemplo, de 5 °C e dentro dela coloca um cubo de gelo retirado de um congelador que está a -10 °C, você irá perceber que a água fi cará mais fria, enquanto o gelo irá se fundir (derreter). Você pode então verifi car a mudança da água do estado sólido para o líquido a uma temperatura muito baixa, mesmo assim, a água forneceu uma quantidade de energia ao gelo. Colocando-se uma chaleira com água no fogo, veremos que, quando a água começa a ferver, a sua temperatura é em torno de 100 °C. Se deixarmos ferver por muito tempo, ela vai se evaporando, mas a água que resta na chaleira continua àquela temperatura de 100 °C. Os fenômenos podem então ocorrer a temperaturas baixas e altas, mas em ambos os casos é necessário fornecer energia à água para que os processos ocorram. A termodinâmica estuda a relação entre calor e trabalho em função da diferença de temperatura entre os corpos envolvidos. A aplicação dos fenômenos termodinâmicos traz muitos benefícios à vida moderna, como os motores e refrigeradores. A energia solar pode ser utilizada em vários dispositivos com o objetivo de aquecer, refrigerar ou mesmo como secador de determinadas substâncias, em que tudo ocorre devido à transferência de energia, que vamos associar ao calor. Calor, uma forma de energia O conceito de calor sofreu inúmeras modifi cações ao longo da história do desenvolvimento da Ciência. O conhecimento acerca do calor no século XVII tinha duas hipóteses alternativas para a sua explicação. a) Calor seria uma substância fl uida indestrutível que preencheria os poros dos corpos e se escoaria de um corpo mais quente para um mais frio. Esta era a idéia defendida por Lavoisier (teoria do calórico). b) Calor seria um minúsculo movimento de vibração das partículas dos corpos. Esta era a idéia defendida por Francis Bacon, Robert Hooke e Isaac Newton. A teoria do calórico, hipótese (a), era baseada na geração de calor por atrito. A explicação vinha do fato de que o atrito “espreme” o calórico para fora do material, como se espreme a água absorvida numa esponja. Aula 08 Física e Meio Ambiente 3 As primeiras difi culdades da teoria do calórico foram apontadas por Benjamim Thomson, um aventureiro, que depois virou Conde Rumford na Bavária. Em 1789, ele supervisionava as perfurações de canhões nas ofi cinas do arsenal militar de Munich, usando água para refrigerar o local que estava sendo perfurado. Quando o seu instrumento perdia o corte, ele percebia que mesmo assim a água continuava a fi car quente. Dizia ele: “chamou-me à atenção o elevado grau de aquecimento (aumento da temperatura) atingido por um canhão de bronze em tempos muitos curtos, durante o processo de perfuração, mesmo quando o objeto cortante já não perfurava o material”. O que se observava é que um grande aquecimento podia ser produzido pelo atrito e isso não era acompanhado de variação de massa do corpo, a fonte de calor (calórico) por atrito parecia ser inesgotável. Portanto, aparentemente o calor não é uma substância material. Assim, a única coisa capaz de ser produzida ou transmitida na forma de calor, nessa experiência, é o movimento. Você pode reproduzir essa experiência usando uma furadeira para perfurar uma chapa de aço. Você verá que mesmo após a broca não conseguir perfurar mais a chapa de aço a temperatura do conjunto continuará aumentando. Essas observações endossaram a hipótese (b). Na metade do séc XVII, James Watt desenvolveu a máquina térmica. Ele demonstrava na prática que o calor relacionava-se com a capacidade de realizar trabalho. A conexão entre trabalho e calor só começou a ser feita no séc. XIX, por Julius Robert Mayer, em 1842, sendo que a equivalência entre essas quantidades físicas foi estabelecida em 1843 e divulgada precisamente em 1868 por James Prescott Joule. A formulação do princípio de conservação da energia foi apresentada pela primeira vez em julho de 1847 por Hermann von Helmholtz. Ele usou o conceito de energia cinética como sendo força viva, ou seja, energia como força. No seu trabalho, ele afi rmava que a natureza como um todo possui um estoque de energia que de forma alguma pode ser aumentado ou reduzido. A quantidade de energia na natureza é tão eterna e inalterável como a quantidade de matéria. Isso é o Princípio de Conservaçãoda Energia. Esse conceito foi defi nitivamente estabelecido em 1860 e reconhecido como um princípio fundamental aplicável a todos os fenômenos. Vamos então agora estabelecer o conceito de calor e trabalho e suas relações para se estabelecer o princípio de conservação da energia. Quando se fala em fontes de calor, imediatamente se pensa no fogo, no Sol, no carvão em brasa (para fazer aquele churrasquinho no fi nal de semana), mas pouca gente imagina que a água pode ser uma fonte de calor, que o ar pode ser uma fonte de calor e que até nosso próprio corpo pode ser uma fonte de calor. Podemos conceituar calor como a medida da quantidade de energia que se transfere de um corpo a outro unicamente devido à diferença de temperatura entre ambos. Aula 08 Física e Meio Ambiente4 Vizinhança Sistema Fronteira O que pode ser considerado como sendo fonte de calor ? Vamos analisar a seguinte situação: se você segurar uma pedra de gelo nas mãos, depois de certo tempo, certamente ela irá derreter. Responda à seguinte pergunta: qual dos dois corpos estava com uma temperatura maior, sua mão ou o gelo? Sua resposta certamente será que sua mão estava mais “quente”. Como a temperatura da sua mão era maior que a temperatura do gelo, ela perdeu um pouco de energia térmica para o gelo. A essa forma de energia chamaremos calor, que permite a transferência de energia térmica da sua mão para o gelo. Será que, nesse caso, podemos considerar sua mão como uma fonte de calor? A resposta é: sim, podemos. Afi nal, o calor que derreteu o gelo veio dela. Existe uma regra que sempre é válida para os fenômenos térmicos naturais. Sempre que mantemos corpos, ou sistemas, que estejam com temperaturas diferentes, em contato, haverá troca de calor entre eles. E mais, o calor sempre passará do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura, até que ambos atinjam a mesma temperatura, ou seja, atinjam uma situação de equilíbrio (equilíbrio térmico). É comum defi nirmos dois componentes quando falamos em transferência de calor: sistema e vizinhança. Veja a ilustração na Figura 1. I) Sistema termodinâmico – É uma parte da matéria isolada do resto do Universo, limitada através de uma fronteira. Assim sendo, quando colocamos o cubo de gelo na mão podemos considerá-lo como um sistema. II) Vizinhança – meio externo que cerca o sistema e que interage com ele através da fronteira. Dessa forma, podemos dizer que na experiência do cubo de gelo a nossa mão é a vizinhança do sistema (cubo de gelo) e a fronteira é a interface de contato da mão e da pedra do gelo. Se você forrar sua mão com um pedaço de plástico, então a fronteira muda de característica. Figura 1 – Esquematização do espaço: sistema e sua vizinhança Aula 08 Física e Meio Ambiente 5 As fronteiras entre os sistemas termodinâmicos e a vizinhança podem ser identifi cadas de acordo com as transformações que ocorrem em virtude da diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança. a) Fronteira Diatérmica – Fronteira que permite a troca de calor entre o sistema e a vizinhança, devido à diferença de temperaturas entre estes. b) Fronteira Adiabática – Não permite a troca de calor entre o sistema e a vizinhança, mesmo estando o sistema com uma temperatura diferente da vizinhança. Nesse caso, dizemos que o sistema está termicamente isolado. Então, todo corpo ou sistema, que esteja mais quente do que a sua vizinhança, pode ser considerado como sendo uma fonte de calor. No caso inverso, a vizinhança seria a fonte de calor. A nossa percepção do que está mais quente está diretamente relacionada com o valor das suas temperaturas. Quanto maior a temperatura, mais aquecidos estarão os corpos. Lei zero da termodinâmica Para enunciar essa lei vamos, então, estabelecer o equilíbrio térmico, por exemplo, entre o sistema e sua vizinhança, ou mesmo entre dois sistemas isolados termicamente e que são colocados em contato através de uma fronteira diatérmica. Se inicialmente eles estão a temperaturas diferentes, a tendência é os dois atingirem uma mesma temperatura até chegarem ao equilíbrio térmico. Podemos então enunciar a lei da termodinâmica associada ao equilíbrio térmico como sendo a lei zero da termodinâmica: se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro, então eles estão em equilíbrio térmico entre si. Esse terceiro corpo necessariamente se comporta como um termômetro. Atingido o equilíbrio térmico, as suas temperaturas já não mudam. E, portanto, cessa a transferência de energia entre um corpo e outro. Observemos, em decorrência dessa conceituação, que não há sentido em falarmos na quantidade de calor de um corpo. Um corpo não possui calor, e sim energia interna. A energia interna de um corpo é defi nida como sendo a soma de todos os tipos de energias cinéticas e potenciais das partículas que o constituem. Portanto, quando afi rmarmos que dois corpos, ou sistemas, trocam calor, estaremos com isso querendo dizer que houve uma transferência de certa quantidade de energia de um corpo para outro devido ao fato de ambos estarem a temperaturas diferentes. A temperatura de um corpo mede o grau de agitação das partículas que o constituem. Aula 08 Física e Meio Ambiente6 Para ferver 2 litros de leite, certamente se levará o dobro de tempo que é necessário para ferver 1 litro, colocado na mesma panela e levado à mesma chama. Entretanto, a temperatura de fervura do leite será a mesma. Portanto, deverá ser fornecida o dobro de energia na forma de calor para que os 2 litros de leite sejam fervidos. A unidade de medida do calor é a unidade de energia, que é medida em Joule. É costume usar ainda hoje a unidade de caloria (cal). Experimentalmente, podemos medir a caloria como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 g de água de 14,5 °C para 15,5 °C. Essa defi nição só é válida para a água. Isso signifi ca dizer que nem todas as substâncias ao mudar sua temperatura de 14,5 °C para 15,5 °C recebem uma caloria de calor. Em outras palavras, se duas substâncias quaisquer recebem uma mesma quantidade de calor, não necessariamente sofrem a mesma variação de temperatura. Você pode fazer a seguinte constatação: exponha ao Sol uma lata com 18 litros d’água, que corresponde a 18 kg, uma peça de ferro com a mesma massa durante o intervalo das 10 h às 14 h. Evidentemente, os raios solares vão fornecer uma mesma quantidade de energia na forma de calor para os dois objetos. Qual dos dois, então, você esperaria que estivesse a uma temperatura maior? Tente responder colocando a mão dentro da água e em seguida segurando a peça de ferro. Você dirá certamente que o ferro está a uma maior temperatura. Assim, existe uma grandeza que diferencia a capacidade de cada substância absorver calor, como verifi camos na observação anterior. Essa grandeza é denominada de calor específi co da substância. Observando a definição de uma caloria, veremos que o calor específico da água é cagua = 1 cal/g. °C. Representamos então de uma forma matemática o calor específico de um determinado material como sendo a quantidade de calor por unidade de massa dessa substância e por unidade do intervalo de temperatura envolvido: c = Q mΔT (Eq. 1) na qual Q é a quantidade de calor que foi fornecida ou retirada do sistema, ∆T é a variação de temperatura a qual o sistema foi submetido, e m a massa do sistema. Calor - É a energia que é transferida entre um sistema e sua vizinhança ou entre dois sistemas devido à diferença de temperatura. Calor específi co (c) representa a quantidade de calor necessária para elevar em 1 oC a temperatura de 1 g de uma determinada substância. Aula 08 Física e Meio Ambiente 7 Conhecendo-se o calor específi co, c, de um sistema (substância), podemos obter a quantidade de calor fornecido, rearranjando a equação 1: Q = mc(Tf − Ti) (Eq. 2) em que os índices inferiores i e f indicam o início e fi m, respectivamente, da transferência de calor para o sistema. Defi nimosa capacidade térmica C da substância como sendo: C = mc (Eq. 3) A capacidade térmica mede-se em cal/ °C. No sistema Internacional, a unidade é joule por kelvin (J/K) Exemplo 1 Seja uma substância A de massa mA, calor específi co cA e temperatura TA. Ela é mergulhada dentro de uma massa m de água de calor específi co c, contida num recipiente de paredes adiabáticas, como uma garrafa térmica (veja Figura 2). A água está inicialmente à temperatura Ti, que é menor do que TA. A que temperatura Tf o sistema entrará em equilíbrio térmico? Termômetro águaA Parede adiabática Figura 2 – Esquematização de um calorímetro contendo uma amostra A e água Resolução Como as paredes não permitem trocas de calor com a vizinhança, a quantidade de calor perdida pela amostra é inteiramente cedida à água. O fato é que a soma de todas as quantidades de calor envolvidas no processo será nula. ou seja, Soma dos Q = 0 (Eq. 4) QA+Qagua= 0 (Eq. 5) em que QA é o calor transferido do corpo A, e Qagua é o calor transferido para a água. Aula 08 Física e Meio Ambiente8 QA = mAcA(Tf − TA) e Qagua = (mc)(Tf − Ti), então, mAcA(Tf − TA) + mc(Tf − Ti) = 0 Tf = mAcAtA + mcTi mAcA + mc (Eq. 6) Conhecendo-se os demais termos, podemos determinar o calor específico cA da amostra ou o calor específico médio nesse intervalo de temperatura (princípio do calorímetro de misturas). Exemplo 2 Um calorímetro, como o da Figura 2, contém 200 g de água, de calor específi co igual a 1,0 cal / g °C, a uma temperatura inicial de 25 °C. Se colocarmos a amostra A de 40 g, de calor específi co igual a 0,2 cal/g °C e temperatura de 500 °C, em contato com a água, qual será a temperatura fi nal Tf após o sistema atingir o equilíbrio térmico? Resolução Usamos o resultado da equação 6. Sendo a massa da água, m = 200 g; o calor específi co da água, c = 1, 0 cal / g o C ; o calor específi co da amostra, cA = 0, 2 cal / g o C , a massa da amostra, mA = 40 g ; a temperatura da amostra, TA = 500oC; a temperatura inicial da água Ti = 25 oC . Resolvendo essa expressão para encontrar a temperatura fi nal Tf . Da Eq. 6, temos Tf = mAcATA + (mc)Ti mAcA + mc Substituindo-se os valores numéricos, temos Tf = 43,3 ºC. Transferência de Calor A transferência de calor de um sistema para outro ocorre de várias maneiras, dependendo então dos sistemas envolvidos, são elas: (a) Por condução, (b) Por convecção e (c) Por radiação. Condução Se colocarmos uma das extremidades de uma barra de ferro numa chama e segurarmos a outra, com o passar do tempo ela fi cará demasiadamente quente que não conseguiremos fi car segurando a barra, pois a mão vai arder. Ocorre que o calor transferido da chama para uma extremidade da barra chegará a outra extremidade. Esse é o modo de transmissão de Aula 08 Física e Meio Ambiente 9 Atividade 1 calor denominado de condução. Como os átomos do material próximo a chama vibram mais rapidamente, eles colidem com seus vizinhos e assim por diante. Esse processo de múltiplas colisões continua até que o aumento do movimento seja transmitido a todos os átomos e, consequentemente, à barra inteira. São as ligações químicas na estrutura cristalina do material que determinam a sua condição de bom ou mau condutor de calor. Quanto mais fraca são as suas ligações melhor condutor ele será. Na cozinha de sua casa, você encontrará vários utensílios formados de materiais bons e maus condutores de calor. Por exemplo, as panelas geralmente são feitas de metais, como alumínio ou aço inoxidável que são bons condutores de calor e por isso ajudam a cozer mais rapidamente os alimentos. Por outro lado, os utensílios que mexem os alimentos geralmente têm os cabos de madeira, então, você pode segurá-los sem queimar as mãos, pois a madeira é mau condutora de calor. Elabore uma tabela contendo os materiais encontrados ao seu redor, dentro da sua casa, que você considera maus condutores e também com os excelentes condutores. Convecção Esse tipo de transferência de calor ocorre principalmente nos fl uidos (compreendendo os líquidos e gases) sendo feita a transferência em virtude da mudança das partes do fl uído. Quando você aquece água em uma panela, a chama aquece primeiro as moléculas que estão no fundo da panela. Como essas moléculas fi cam menos densas, são deslocadas por uma força de empuxo que as empurra para cima e o volume será então ocupado pelas moléculas mais frias que descem, pois são mais densas. Isso cria a corrente de convecção, a qual mantém o fl uido em circulação. Aula 08 Física e Meio Ambiente10 Atividade 2 água quente colorida cartão Tampa 2 Tampa 1 Orifício a água fria b d ec Faça em sua casa a seguinte experiência. Pegue duas garrafas de 2 litros vazias de refrigerante. Numa delas (Figura 3(a)), você deve colocar água quente e misturar um pouco de tinta. A água deve estar a uma temperatura que o material da garrafa suporte. Na outra garrafa (Figura.3(b)), você deve colocar água fria, podendo até ser gelada. Em seguida, cole duas tampas uma na outra, como ilustrado na Figura 3(e), fazendo um orifício, de modo a permitir a passagem da água de uma garrafa para a outra. Enrosque uma das tampas coladas na garrafa com água fria. Depois, enrosque rapidamente a outra tampa garrafa com água quente e coloque as duas na posição vertical, como mostra a Figura 3(c). Após algum tempo, você irá observar um fi lete de água colorida dentro da outra garrafa, como pode observar na Figura 3(d). Como já discutido anteriormente, a água quente é menos densa do que a água fria e, portanto, tenta deslocar-se para a garrafa de cima, formando então o fi lete. E a fria ocupará o espaço deixado por ela na garrafa de baixo. Radiação As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com a velocidade da luz. Com isso, é fácil de entender como a radiação solar chega até nós. A Terra recebe energia do Sol e, em seguida, a libera parcialmente para a atmosfera. Você pode também perceber a transferência de calor por radiação ao aproximar-se de uma fogueira (lembre das festas juninas), pois você sente o calor ou a quentura, como se diz. Figura 3 – Ilustração do processo de transferência de calor por convecção Aula 08 Física e Meio Ambiente 11 Um exemplo claro de transferência de calor do Sol para a Terra através da radiação foi mostrado na aula 7 (Teoria cinética dos gases) sobre o funcionamento do fogão solar. Um espelho parabólico do tipo côncavo faz com que toda energia refl etida na sua superfície seja concentrada num ponto chamado ponto focal. Para um espelho parabólico da ordem de 1,0 m de diâmetro, a temperatura da radiação no ponto focal chega a 450 °C. Se nesse ponto você coloca uma panela com água, a mesma chegará a ferver dentro de alguns minutos. Conhecendo-se as formas de transferência de calor, discutiremos agora em que situações esse calor pode ser útil e realizar trabalho, como vamos posteriormente verifi car nas máquinas térmicas. Voltemos à aula 6 (Leis da conservação da mecânica II), na qual vimos que o trabalho também se relaciona com transferência de energia, no entanto, o trabalho correspondia a trocas de energia sem infl uência de diferenças de temperaturas. O calor também corresponde a uma troca de energia, mas em função das diferenças de temperaturas, enquanto o trabalho não depende da temperatura e é realizado por uma força F. Quando o sistema como um todo produz um deslocamento ao agir com uma força sobre o meio exterior, o trabalho é realizado pelo sistema. Trabalho em uma transformação termodinâmica Quando falamos numa transformação termodinâmica, fazemos associação às mudanças que um sistema pode sofrer quando sai de uma posição de equilíbrio para outra. Podemos exemplifi car, para efeitos acadêmicos, com um sistema muito estudado que é um gás chamado de gás ideal (também discutido na aula 7). Esse gás fornece-nos uma equação denominada equação de estado (estado de equilíbrio), a qual nos permite especifi car o sistema completamente apartir de sua pressão, temperatura, volume e número de partículas, ou número de moles do gás. A relação mostrada por essa equação é: PV = μRT (Eq. 7) em que p é a pressão, V é o volume, µ é o número de moles, e T é a temperatura do gás (dada em kelvin). A constante R possui valor 8.314 J/mol.K, é conhecida como a constante universal dos gases. Essa equação pode ser usada para resolver problemas com gases ideais quando existe uma quantidade desconhecida entre as cinco da Eq. 7. A Figura 4, a seguir, apresenta um aparato que pode ser usado para identifi car a relação entre trabalho e calor numa transformação termodinâmica. Um erlenmeyer ligado a uma seringa descartável é mergulhado em uma cuba com água. Aumentando-se a temperatura Aula 08 Física e Meio Ambiente12 Cuba com água Seringa descartável Êmbolo da seringaErlenmeyer da água, a mesma, em contato com a parede do erlenmeyer, transfere calor para o ar que está dentro dele. O gás então sofre expansão, empurrando o êmbolo da seringa. Observamos que, nessa circunstância, o gás sofreu uma variação de volume, denominada ΔV. Essa variação volumétrica é o produto da área transversal do êmbolo da seringa pelo deslocamento sofrido pelo mesmo. Portanto, podemos dizer que esse gás realizou trabalho sobre o êmbolo da seringa e ao mesmo tempo recebeu uma certa quantidade de calor devido a sua variação de temperatura. Nessa expansão, a variação do volume é positiva e, portanto, o trabalho realizado é positivo. E, como o trabalho representa uma transferência de energia, o gás ao se expandir está perdendo energia, mas também a está recebendo sob forma de calor da água. O trabalho realizado em uma transformação termodinâmica depende não só do estado inicial e fi nal de equilíbrio do gás, mas da forma em que o processo ocorreu. Assim, podemos também realizar várias transformações termodinâmicas em que a quantidade de calor transferida durante o processo seja diferente. Equivalente mecânico do calor Figura 4 – Esquematização de um experimento envolvendo calor e trabalho Como vimos na Figura 4, o gás realizou trabalho sobre o êmbolo da seringa mediante absorção de calor da água. Vamos agora estabelecer a equivalência entre essas duas formas de energia. Como o calor era medido em calorias ou cal e a medida de energia no sistema SI dada em joule ou J, era necessário determinar a relação entre joule e calorias, ou seja, o equivalente mecânico do calor. Na experiência esquematizada na Figura 5 seguinte, conhecida como experiência de Joule, o trabalho mecânico quando o corpo de massa M desce de uma distância d é medido pela variação da energia potencial. O calor transferido para a água devido ao atrito das palhetas com a mesma era obtido pela expressão da equação 2. Se ao desenrolar todo o fi o do carretel voltamos a enrolá-lo para que o peso volte à posição original, vamos também realizar o mesmo trabalho e também a mesma quantidade de calor. Joule repetiu a experiência inúmeras vezes mudando a natureza do líquido aquecido do material das palhetas. Em todas Aula 08 Física e Meio Ambiente 13 Termômetro Palhetas M d as medidas, obteve a seguinte equivalência: para cada caloria recebida pela água realizava-se um trabalho equivalente a 4,186 J. Figura 5 – Experiência de Joule para determinação do equivalente mecânico do calor Exemplo 3 Uma resistência de 68 Ω (ohms) é imersa em 1 litro de água. Quando se faz passar por essa resistência uma corrente de 1 ampere (A) a temperatura da água sobe de 1 °C por minuto. Qual o valor correspondente do equivalente mecânico da caloria para esse experimento, se a resistência for aquecida durante 1 minuto? Resolução Quando uma corrente atravessa uma resistência elétrica, a potência dissipada através dela é dada por: Potência= Ri2, sendo R o valor da resistência em Ω e i a corrente em A. Substituindo esses valores, temos Potência = 68 x 12 = 68 watts = 68 joules/s. Como a resistência fi cou 60 segundos ligada, o trabalho resultante do fornecimento de energia elétrica foi W = Potência x tempo = 68 x 60 = 4080 J. O calor recebido pela água durante esse processo pode ser calculado usando a equação 2, ou seja, Q = mc(Tf − Ti), sendo m = 1000 g, c = 1 cal/g oC e a variação de temperatura de 1 °C . Logo, Q = 1000 cal. Assim, fazendo a equivalência de 1000 cal para 4080 J, encontraremos uma equivalência de 1cal = 4,080 J. Esse resultado fi ca muito próximo daquele encontrado na experiência de Joule. Aula 08 Física e Meio Ambiente14 Como entender a primeira lei da termodinâmica Para discutir o comportamento de um gás ideal, vamos recorrer à Figura 4, analisando duas situações: a) expansão do gás mantendo a pressão constante; b) aumento da temperatura do gás mantendo o volume constante. No caso (a), podemos observar que de acordo com a equação 7 a temperatura do gás deve aumentar. Logo, você poderia aumentar lentamente o volume do recipiente em que o gás é mantido, enquanto simultaneamente o gás é aquecido o sufi ciente para manter a pressão constante. A densidade do gás diminui, mas as moléculas se movem mais rapidamente agora que a temperatura é maior, de modo que a pressão permanece constante. A variação de temperatura necessária pode ser calculada da equação dos gases ideais. Observe que o êmbolo da seringa é mantido à pressão atmosférica. No caso (b), é possível variar a pressão de um gás enquanto o mantemos com o volume constante. Para isso, basta prender o êmbolo da seringa enquanto aumentamos também a sua temperatura. Como o êmbolo da seringa não se deslocou, o gás não realiza trabalho, mas você necessita fornecer energia na forma de calor para que o gás aumente sua pressão. Mesmo tendo o gás sofrido a mesma variação de temperatura, em ambos os casos (a) e (b), tanto o trabalho realizado quanto o calor fornecido foram diferentes. Essa afi rmação nos garante que a transferência de calor com a realização de trabalho depende do processo que o gás sofre. Portanto, deve existir uma grandeza envolvida com a mudança de temperatura cujo comportamento seja o mesmo em ambos os processos (a) e (b). Primeira lei da termodinâmica Podemos quantifi car as afi rmações anteriores sobre transferência de calor e trabalho realizado em sistemas térmicos, combinando-os em uma expressão, a primeira lei da termodinâmica. Existe uma grandeza denominada de energia interna, na qual a variação da energia interna de um sistema (um gás ideal) é relacionada ao trabalho realizado sobre o ambiente e ao calor transferido ao sistema. Se o gás ideal sofre uma transformação Aula 08 Física e Meio Ambiente 15 termodinâmica, de modo que o seu estado de equilíbrio termodinâmico muda de i para f, então, a mudança da sua energia interna U ocorre da seguinte forma: Uf − Ui = Qi→f −Wi→f em que Wi→f é o trabalho realizado pelo gás sobre o ambiente ao irmos do estado i para o estado f , e Qi→f é o fl uxo de calor para o sistema nesse processo. A primeira lei da termodinâmica fi ca enunciada de uma forma consistente da seguinte forma: Quando é transferida uma quantidade de calor Q a um sistema, parte desse calor aumenta a energia interna ∆U e parte serve para o sistema realizar trabalho W. Para distinguir trabalho e calor de sistema e vizinhança, adotemos a seguinte convenção de sinal. Q > 0: o sistema recebe calor da vizinhança quando a diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança é ΔT < 0. Inicialmente, a temperatura do sistema é menor. Q < 0: o sistema perde calor para a vizinhança quando a diferença de temperatura entre o sistema e a vizinhança é ΔT > 0. Inicialmente, a temperatura do sistema é maior. W > 0: o trabalho é realizado pelo sistema – expansão volumétrica (ΔV > 0). W < 0: o trabalho realizado sobre o sistema – compressão volumétrica (ΔV < 0). As transformações termodinâmicas que envolvem o sistema é que são importantes para se observar de que modo o sistema variou a sua energia interna. Assim, é importante citar algumastransformações ou processos que podem ocorrer na mudança do estado de equilíbrio termodinâmico do sistema: a) isotérmico – processo que se realiza à temperatura constante; b) isobárico – processo que se realiza à pressão constante; c) isovolumétrico (isocórico) – processo que se realiza a volume constante; d) adiabático – processo que se realiza sem troca de calor. (Eq. 8) Aula 08 Física e Meio Ambiente16 Atividade 5 Atividade 4 Se 100 J de calor forem adicionados a um sistema que realiza 40 J de trabalho externo, em quanto se elevará sua energia interna? Durante um certo processo termodinâmico, uma amostra de um gás se expande e se resfria, reduzindo a sua energia interna em 3000 J. Esse é um processo adiabático. Quanto trabalho é realizado durante o processo? Exemplo 4 Mantendo fi xo o êmbolo (Figura 4), fornece-se 100 J de calor ao sistema. Nesse caso, em quanto aumenta sua energia? Resolução Nesse caso, pelo enunciado da primeira lei da termodinâmica, o volume permanece constante, logo, não é realizado trabalho no processo. Assim, o aumento de energia interna é: ΔU = Q = 100 J. Aula 08 Física e Meio Ambiente 17 Segunda lei da termodinâmica Os processos que ocorrem na natureza preservam a lei maior, a conservação da energia. No caso da termodinâmica, essa conservação fi ca demonstrada na primeira lei, segundo a qual a soma de todas as variações de energias envolvidas no processo é nula. Para discutir a essência da segunda lei, vamos analisar juntos a seguinte situação: dentro de um copo com água natural, você coloca três cubos de gelo. Certamente, esses cubos se fundirão, uma vez que a água lhes cederá calor e o processo só se encerrará quando a mistura (água e gelo) estiver a uma mesma temperatura de equilíbrio, ou seja, em equilíbrio térmico. De acordo com a primeira lei da termodinâmica, nenhuma energia se perde. Seria possível, então, o gelo ceder calor para a água? Pense um pouco... Essa possibilidade viola a primeira lei da termodinâmica? Certamente não viola, pois para isso acontecer bastaria o gelo fi car mais frio e a água mais quente. Esse processo violaria o processo natural de ocorrência de transferência de calor: o calor vai sempre fl uir de corpos de maior temperatura para corpos menor temperatura. A segunda lei da termodinâmica pode ser enunciada de uma forma simples baseada nesse sentido de fl uxo de calor: O sentido natural do fl uxo do calor só pode ser quebrado mediante o esforço externo. Podemos citar como exemplo os condicionadores de ar, geladeiras etc., com os quais retiramos calor de um ambiente que está mais frio do que o meio externo. Máquinas térmicas e segunda lei da termodinâmica Você é capaz de identifi car uma situação na qual podemos transformar trabalho em calor (energia térmica)? E o inverso? Transformar calor em trabalho mecânico? Quando empurramos um caixote com rapidez sobre um piso, todo trabalho que fazemos para superar o atrito é convertido completamente em energia térmica que aquece O calor por si mesmo jamais fl ui de um objeto frio para um objeto quente. Aula 08 Física e Meio Ambiente18 o caixote e o piso. Pode agora todo calor gerado no processo ser utilizado para realizar somente trabalho? Jamais chegaremos a essa situação. Um exemplo do nosso cotidiano é o que ocorre na combustão no motor de um carro. Parte do calor gerado na combustão será transferida ao meio externo através do radiador do carro e somente parte será transformada em trabalho para o deslocamento do carro. Essa conversão de uma parte de calor em trabalho mecânico deu origem à máquina térmica. A primeira máquina térmica inventada foi a máquina térmica a vapor. A idéia básica da máquina térmica, seja ela a vapor ou de combustão interna (motor a gasolina, diesel), é que o trabalho mecânico pode ser obtido quando o calor fl ui de uma temperatura alta para uma temperatura baixa. Sempre que falamos em máquinas térmicas, falamos de reservatórios térmicos, os quais são sistemas que mesmo recebendo ou perdendo calor permanecem com a sua temperatura inalterada. Toda máquina térmica recebe calor de um reservatório a uma alta temperatura, aumentando a sua energia interna. Com isso, converte parte dessa energia em trabalho e rejeita a energia restante na forma de calor para outro reservatório a uma temperatura baixa. No carro com motor de combustão a gasolina, os produtos da queima do combustível na câmara de combustão provêm do reservatório a alta temperatura. Esses gases quentes realizam trabalho sobre o pistão, e parte do calor é rejeitado para o meio ambiente (reservatório a baixa temperatura) através do sistema de resfriamento e da válvula de exaustão. A segunda lei da termodinâmica nos garante que nenhuma máquina térmica pode converter todo calor que lhe é fornecido em energia mecânica. Assim, o enunciado da segunda lei com base no funcionamento das máquinas térmicas é: Esse enunciado foi entendido posteriormente pelo engenheiro francês Sadi Carnot em 1824 da seguinte forma: você não pode converter totalmente calor em trabalho. Essa conversão é limitada pelas temperaturas dos reservatórios quente e frio e nenhuma outra máquina térmica pode ter rendimento superior a essa conversão. Sua equação indica que o rendimento ideal é η = 1− Tfria Tquente (Eq. 9) Essa equação é a fração máxima da energia que pode ser convertida em trabalho e as temperaturas são temperaturas absolutas expressas na escala Kelvin. Quando é realizado trabalho por uma máquina térmica que opera entre duas temperaturas Tquente e Tfria, só uma parte de calor fornecida na temperatura Tquente pode ser convertida em trabalho, o restante do calor será rejeitado a uma temperatura Tfria. Aula 08 Física e Meio Ambiente 19 Resumo 1 2 3 4 5 Nesta aula, você entendeu o conceito de calor como forma de energia; viu o processo de troca de calor entre dois corpos e o estado de equilíbrio térmico entre sistemas. Compreendeu também o conceito de calor específi co como a propriedade dos materiais de absorver calor em quantidades diferentes e a lei de conservação da energia, que foi descrita a partir dos conceitos de calor, trabalho e energia interna. Por fi m, estudou a descrição do processo de uma máquina térmica e a segunda lei da termodinâmica a partir do rendimento, como também a partir de uma única forma em que o calor fl ui de um corpo para outro. Auto-avaliação Quando adicionamos a mesma quantidade de calor a dois objetos diferentes, isso não produz necessariamente o mesmo aumento na temperatura. Explique. Se você deixa cair uma pedra aquecida em um balde com água, as temperaturas da água e da pedra mudarão até que ambas se tornem iguais. Certamente, a pedra vai esfriar e a água vai esquentar. Isso continuaria válido, se a pedra fosse jogada em um grande reservatório de água, por exemplo, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves que tem 2 bilhões de metros cúbicos? Explique. Você consegue manter a sua a mão descoberta dentro do forno do fogão de sua casa por alguns segundos, quando este está muito quente, entretanto, queima- se, se momentaneamente tocar na forma do bolo que geralmente é de alumínio. Explique o processo. É possível converter completamente uma certa quantidade de energia mecânica em energia térmica? É possível converter completamente energia térmica em energia mecânica? Justifi que sua resposta exemplifi cando. Qual seria a temperatura fi nal de uma mistura de 50 g de água a 20 ºC com 50 g de água a 40 ºC? Aula 08 Física e Meio Ambiente20 6 7 8 9 10 Referências BIBLIOTECA VIRTUAL LEITE LOPES. [Experimento de Carnot]. Disponível em: < http://www4.prossiga.br/lopes/prodcien/fisicanaescola/Image3707.gif >. Acesso em: 20 nov. 2006. Figura 5. MÁXIMO, Antonio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de física. São Paulo: Scipione, 2006. v. 2. NAUTILUS. [seringa]. Disponível em: < http://nautilus.fi s.uc.pt/wwwqui/fi guras/laboratorio/ img/seringa_gases.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2006. Figura 4. NUSSENZWEIG, Moysés.Curso de física básica. São Paulo: Edgar Blücher, 2002. v. 2. YOUNG, H.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica: Sears e Zemansky. 10. ed. São Paulo: Addison-Wesley, 2003. v. 2. O calor específi co do cobre é de 0,092cal/g ºC. Qual o calor necessário para elevar a temperatura de uma barra de cobre de 0 ºC a 100 ºC? Compare esse calor com o calor necessário para elevar a temperatura de uma mesma massa de água pela mesma diferença de temperatura. O calor específi co da água é 1,0 cal/g ºC. Um sistema passa de um estado de equilíbrio a outro, trocando energia com a sua vizinhança. Calcule a variação de energia interna do sistema quando ele absorve 100 cal de calor da vizinhança e realiza um trabalho de 200 J. Calcule a variação de energia interna do sistema se o mesmo agora libera 100 cal de calor para a vizinhança e é realizado um trabalho pela vizinhança de 200 J. Uma máquina de Carnot, opera entre duas temperaturas 300 K e 100 K. Qual o seu rendimento? Uma máquina de Carnot opera de modo que seu rendimento ideal é 0,25. Se a temperatura do reservatório quente é 400 K, qual será a temperatura do reservatório frio? EMENTA > Ciclamio Leite Barreto > Gilvan Luiz Borba > Rui Tertuliano de Medeiros Física e mensuração. Movimentos e conceitos da mecânica. Relatividade. Temperatura, calor e termodinâmica. Ondas, som e audição. Eletricidade e magnetismo. Ondas, luz e visão. Meio ambiente e Física Moderna. Aplicações tecnológicas contemporâneas FÍSICA E MEIO AMBIENTE – INTERDISCIPLINAR AUTORES AULAS 01 O meio ambiente e a Física 02 Física e mensuração 03 Movimentos: conceitos fundamentais e descrição 04 Força e movimento 05 Leis da conservação da mecânica I 06 Leis da conservação da mecânica II 07 Teoria cinética dos gases 08 Calor e termodinâmica 09 Ondas, som e audição 10 Eletricidade e magnetismo I 11 Eletricidade e magnetismo II 12 Ondas, luz e visão 13 Relatividade 14 Física moderna e meio ambiente 15 Energia nuclear e seus usos na sociedade << /ASCII85EncodePages false /AllowTransparency false /AutoPositionEPSFiles false /AutoRotatePages /None /Binding /Left /CalGrayProfile (None) /CalRGBProfile (Apple RGB) /CalCMYKProfile (None) /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1) /CannotEmbedFontPolicy /Error /CompatibilityLevel 1.3 /CompressObjects /Off /CompressPages true /ConvertImagesToIndexed true /PassThroughJPEGImages true /CreateJobTicket true /DefaultRenderingIntent /Default /DetectBlends false /DetectCurves 0.0000 /ColorConversionStrategy /LeaveColorUnchanged /DoThumbnails false /EmbedAllFonts true /EmbedOpenType false /ParseICCProfilesInComments true /EmbedJobOptions true /DSCReportingLevel 0 /EmitDSCWarnings false /EndPage -1 /ImageMemory 524288 /LockDistillerParams true /MaxSubsetPct 5 /Optimize false /OPM 1 /ParseDSCComments true /ParseDSCCommentsForDocInfo false /PreserveCopyPage true /PreserveDICMYKValues true /PreserveEPSInfo true /PreserveFlatness true /PreserveHalftoneInfo false /PreserveOPIComments false /PreserveOverprintSettings true /StartPage 1 /SubsetFonts true /TransferFunctionInfo /Remove /UCRandBGInfo /Remove /UsePrologue false /ColorSettingsFile (None) /AlwaysEmbed [ true ] /NeverEmbed [ true ] /AntiAliasColorImages false /CropColorImages true /ColorImageMinResolution 150 /ColorImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleColorImages true /ColorImageDownsampleType /Bicubic /ColorImageResolution 180 /ColorImageDepth -1 /ColorImageMinDownsampleDepth 1 /ColorImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeColorImages true /ColorImageFilter /DCTEncode /AutoFilterColorImages true /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG /ColorACSImageDict << /QFactor 0.76 /HSamples [2 1 1 2] /VSamples [2 1 1 2] >> /ColorImageDict << /QFactor 0.15 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1] >> /JPEG2000ColorACSImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /JPEG2000ColorImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 150 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 180 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict << /QFactor 0.76 /HSamples [2 1 1 2] /VSamples [2 1 1 2] >> /GrayImageDict << /QFactor 0.15 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1] >> /JPEG2000GrayACSImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /JPEG2000GrayImageDict << /TileWidth 256 /TileHeight 256 /Quality 30 >> /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict << /K -1 >> /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly true /PDFXNoTrimBoxError false /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile (None) /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False >> setdistillerparams << /HWResolution [2400 2400] /PageSize [1700.700 1133.800] >> setpagedevice
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