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História Antiga - Aula 03 (Aula 12 do Livro) - A Grécia Antiga - O espaço geográfico e a ocupação humana

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HISTÓRIA ANTIGA
Aula 03 (Aula 12 do Livro Didático)
A GRÉCIA ANTIGA: O ESPAÇO GEOGRÁFICO E A OCUPAÇÃO HUMANA
Os gregos antigos chamavam seu território de Hellas, e a si mesmos de helenos. “Grécia” é um nome derivado do nome dado pelos romanos, Graii. A região não teve seus limites definidos com precisão na antiguidade. 
Periodização tradicional da história grega, segundo M. I. Finley (1988, p. 26):
1 – Período Arcaico – aproximadamente entre 800 a 500 a.C. Nesse momento, delineia-se o “mapa” geopolítico da Hélade e da Magna Grécia.
2 – Período Clássico – séculos V e IV a.C. Este é o período em que as poleis atingiram seu maior desenvolvimento político, artístico e econômico.
3 – Período Helenístico – desde a época de Alexandre, o Grande (323 a.C.) até a conquista romana do Mediterrâneo (146 a.C.).
“A arqueologia não chegou a um consenso em seus esforços para esclarecer as migrações de povos para a península grega”. Os grupos que trouxeram a língua indo-europeia para a Hélade parecem ter vindo do Norte, no fim do III Milênio a.C. ou início do II Milênio a.C. Podem ter sido os primeiros a se autodenominarem helenos. Entre 3000 e 2600 a.C., já se utilizavam de organização monárquica e desenvolviam uma economia agrícola e pastoril, utilizando-se de instrumentos de cobre e bronze. Creta, ilha ocupada pela civilização anatólia, não foi tomada pelos helenos inicialmente. Aliás, os cretenses mantinham contatos com o Egito faraônico e isso foi importante para a difusão da cultura egípcia na região do Mediterrâneo. A escrita cretense era hieroglífica. A ilha atingiu grande prosperidade no período do Minóico Médio (1700 a.C. - 1400 a.C.), provavelmente resultado de sua posição geográfica. Produziram obras de arte que eram comercializadas por todo o Mediterrâneo. Seu apogeu se dá nos séculos XVI e XV a.C., quando Cnossos se torna a principal cidade da ilha, e esta é toda governa por um rei. Minos de Creta pode referir-se a este rei ou, talvez, ao próprio título real. Em meados do séc. XV, as cidades de Creta sofreram destruições, mas não se sabe ao certo o que aconteceu. Há referências a desastres naturais, mas é possível que invasões helenas tenham contribuído. 
Os primeiros helenos a se estabelecerem foram os jônios, que provavelmente se agrupavam em tribos de guerreiros em sociedades militares, mas que absorveram muito das sociedades que dominaram. Tinham cidades fortificadas, mas sem a sotifisticação cretense, além de não conhecerem a escrita não teriam dado continuidade às atividades comerciais no Mediterrâneo. Por volta de 1580 a.C., foram expulsos de parte de seus domínios pelos aqueus e eólios. Os aqueus também eram bandos guerreiros e, assim como os jônios, absorveram a cultura local dos cretenses. Os reis aqueus enriqueceram muito, provavelmente por conta dos saques trazidos de Creta. Os aqueus desenvolveram uma sociedade centrada em palácios, conhecida como civilização micênica (referência à poderosa cidade de Micenas). Estes reinos independentes se uniam, algumas vezes, por interesses comuns sob um líder único momentâneo. “As mais antigas formas políticas especificamente helênicas remontam à época micênica”. A expansão militar marítima dos aqueus gerou a lendária Guerra de Tróia. Entre 1500 a.C. e 1150 a.C., a civilização micênica floresceu suntuosa. O mundo micênico desaparece no séc. XI a.C., sem ainda haver explicações para tal fato - segundo a interpretação tradicional, por conta da invasão dos dórios, no fim do II MIlênio a.C, outro grupo guerreiro. “A escrita e as criações artísticas da época áurea de Micenas também foram abandonadas”.
Os séculos XI a IX, pós invasões dóricas, parecem obscuros e possuem poucos vestígios arqueológicos. A população parece ter empobrecido e diminuído entre 1100 a 800 a.C. Com o desaparecimento dos escribas, a escrita desaparece, substituída pela poesia oral. Os novos dominadores continuam com as bases religiosas, inclusive os mesmos deuses. A sociedade palacial dá lugar a uma sociedade de camponeses e guerreiros. Dizia-se haver um retrocesso cultural, com o abandono da escrita, mas esta fala é contestada. No fim, é essa civilização camponesa e guerreira que solidificará as fundações de Grécia clássica.
“A partir do século IX a.C., constata-se o renascimento de certos locais que nunca foram completamente abandonados, como Atenas e, sobretudo, o surgimento de novos povoados, como Tebas, Esparta e Argos”. Ainda neste século, vemos o retorno da escrita. “Por esta época, foi feita a composição dos poemas que foram transcritos em Atenas, no século VI, e que a tradição atribui a um poeta jônio, Homero”.
A Ilíada e a Odisseia são resultado de um longo processo de desenvolvimento de temas e mitos. “Segundo Finley (1982), os dois poemas estão separados no tempo por cerca de cinquenta anos” e possuem algumas distinções gerais.
	ILÍADA
	ODISSEIA
	Vários heróis
Apenas atos divinos, mas não há magia
Deuses agem aleatoriamente
Foco voltado para o Oriente
	Um herói
Há atos mágicos
Atena guia o herói pela narrativa
Foco voltado para o Ocidente
“Os historiadores (...) nos mostram que os poemas não são contemporâneos àquilo que narram. Mas os historiadores se perguntam: houve mesmo, na Grécia, um tempo em que os seres humanos viveram do modo como Homero relata?”. Comparando os dados dos poemas com os arqueológicos, conclui-se que há um núcleo micênico no poema, mas os dados sobre a época estão deformados pelo processo de transmissão oral e pela liberdade poética. O mundo homérico se mostra mais simples que o micênico. 
“Nesse momento, nascia lentamente, da mistura das contribuições creto-micênicas, indo-europeias e orientais, a civilização grega propriamente dita. Ela não surgiu a partir do nada, ex nihilo, mas foi o resultado de fusões e embates culturais que se estenderam ao longo de mil anos”.

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