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Aula_02_-_HEPATOPATIAS_Parte_1

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HEPATOPATIAS 
 
DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II 
 
Prof. Camila Sousa Avila 
 
Curso de Nutrição 
Unidade São José 
 
O QUE VAMOS VER: 
• Fígado: 
• anatomia e funções; 
• avaliação laboratorial de disfunção hepática 
• Hepatites virais 
• Cirrose: 
• Icterícia, hipertensão portal, ascite, edema 
• Terapia Nutricional 
• Estudo de Caso 
 
 
ASPECTOS GERAIS DO FÍGADO 
• É o maior órgão sólido do corpo humano. 
• Pode pesar até 1,5 kg nos adultos. 
• Localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal, logo abaixo da caixa torácica 
e do diafragma. 
• É dividido em face anterior e face posterior. 
• Maior víscera do corpo humano 
• Muitas doenças hepáticas evoluem crônicas e silenciosa 
 
 
 
ASPECTOS GERAIS DO FÍGADO 
• Representa 2% do peso corpóreo em adultos (1,5kg – 70kg) 
• Constituídos por milhões de hepatócitos 
• Significativa capacidade regenerativa 
 
Aspectos gerais sobre o fígado 
• O fígado detém cerca de 10% a 15% do volume sanguíneo total 
• ≈ 25% do débito cardíaco passa pelo fígado 
• Suprimento sanguíneo através da artéria hepática e veia porta, sendo: 
• Artéria hepática 30% a 40% (sangue arterial rico em O2) 
• Veia porta 60% a 70% (sangue venoso do intestino) 
• Esses sistemas vasculares ramificam-se progressivamente... 
 
Mushim OS, Gelman S. Hepatic Physiology and Pathophysiology. In: Miller, Ronald D. Miller's Anesthesia. Elsevier. 2015p. 520-544.e3 
 
 
ASPECTOS GERAIS DO FÍGADO 
• Células hepáticas = hepatócitos 
• Sinusóides = capilares que ocupam os espaços entre os hepatócitos 
• Paredes revestidas de células endoteliais e macrófagos 
• Celúlass Kupffer ≈ 10% massa hepática 
• Secretam imunosubstâncias, removem partícula exógenas e eritrócitos senescentes 
• Sentido contrário ao vascular ocorre a drenagem biliar através de um sistema de 
canalículos biliares que formam os ductos biliares (esquerdo e direito) 
 
HASSE; MATARASSE (2005) 
FÍGADO 
• É um órgão extremamente 
vascularizado, recebe suprimento 
sanguíneo da veia porta e das artérias 
hepáticas. 
 
• Recebe aproximadamente 1500ml de 
fluxo sanguíneo por minuto. 
 
 
FÍGADO 
• Todos os nutrientes ingeridos e absorvidos são transportados diretamente ao fígado pela 
circulação porta, com exceção dos ácidos graxos de cadeia longa e vitaminas lipossolúveis. 
• Os ácidos graxos de cadeia longa e as vitaminas lipossolúveis são transportadas ao fígado 
através da circulação sistêmica. 
• O fígado utiliza os nutrientes em processo metabólico e também armazena nutrientes, 
principalmente vitaminas lipossolúveis, vitamina B12 e glicose como glicogênio. 
 
 
 
FÍGADO 
Hepatócitos 
 
 São as células do fígado. 
Correspondem a 90% da massa hepática. 
 São capazes de sintetizar proteínas (ex. albumina), por 
isso torna-se uma das células mais versáteis do 
organismo. 
 São responsáveis também por metabolização de 
algumas substâncias (como o álcool etílico, e a maioria 
das drogas) e a produção da bílis. 
FÍGADO 
Regeneração hepática 
 
 É um evento que promove crescimento tecidual altamente ordenado e organizado. 
 
 A perda hepático, induzida por tratamento agudo, cirúrgico ou químico, desencadeia um 
processo regenerativo até que a massa hepática seja completamente restaurada. 
 
 Todas as células hepáticas (hepatócitos, células endoteliais) proliferam para substituir a 
perda do tecido hepático. 
 
 Mecanismos mal compreendidos estimulam a proliferação de hepatócitos remanescentes. 
FÍGADO 
 
Funções (principais): 
 
 
• Produção de bile; 
• Síntese do colesterol; 
• Conversão de amônia em ureia; 
• Desintoxicação do organismo; 
• Síntese de protrombina e fibrinogênio (fatores de coagulação do sangue); 
• Síntese, armazenamento e quebra do glicogênio; 
• Emulsificação de gorduras no processo digestivo, através da secreção da bile; 
• Armazenamento das vitaminas A, B12, D, E e K; 
• Síntese de albumina (importante para a osmolaridade do sangue). 
METABOLISMO DE NUTRIENTES 
Carboidratos: 
• Manutenção da glicemia: 
• Glicogênese e gliconeogênese 
• Conversão de galactose e frutose em glicose 
Lipídeos: 
• Conversão de ácidos graxos (dieta e tecido adiposo) em aceti l coenzima A no processo 
de β oxidação - energia 
• Produção de corpos cetônicos 
• Lipogênese: síntese de lipídeos a partir de glicose 
 
HASSE; MATARASSE (2005) 
METABOLISMO DE NUTRIENTES 
• Proteínas: 
• Síntese de proteínas: 
• Fibrinogênio e protrombina: coagulação 
• Albumina 
 
HASSE; MATARASSE (2005) 
METABOLISMO DAS BILIRRUBINAS 
• Bilirrubina: produto metabólico final 
a partir da destruição dos eritrócitos 
• É conjugada no fígado para excreção 
 
HASSE; MATARASSE (2005) 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
HASSE; MATARASSE (2005) 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
HASSE; MATARASSE (2005) 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
 
DOENÇAS HEPÁTICAS 
ETIOLOGIA 
• Álcool 
• Fármacos 
• Vírus (hepatites) 
• Metabólicos genéticos 
• Auto-imune, D. Wilson (Cobre), hemocromatose(ferro) 
• Doença secundária 
• Colangiteesclerosante, fibrose cística, insuficiência cardíaca direita, cirrose biliar 
primária ou secundária 
FÍGADO 
Doenças hepáticas ou hepatopatias 
 
 
Podem ser classificadas como agudas ou crônicas, de acordo com a gravidade ou atividade da 
doença. 
 
 Agudas: Nessas doenças há destruição dos hepatócitos funcionantes, diminuindo a função 
hepática. Ex.: hepatite viral (A,B,C), colangite, doença hepática alcoólica. 
 
 Crônicas: Além da diminuição do número de hepatócitos, ocorre também alteração na 
microcirculação hepática, dificultando a perfusão de sangue no fígado. Essa alteração na 
circulação hepática pode levar a fibrose, que é a base da falência funcional do fígado. Ex.: 
hepatite viral, hepatite alcoólica, cirrose e carcinoma hepatocelular. 
HEPATITES 
FÍGADO 
Hepatite 
 
 
• O termo hepatite refere-se a qualquer processo inflamatório agudo ou crônico que resulte 
em destruição dos hepatócitos. 
 
• A hepatite pode ser sintomática ou assintomática (maioria dos casos). 
 
• A etiologia das hepatites é variada, podendo consistir em infecção viral, por uso de 
fármacos ou ainda de origem metabólica, isquêmica ou autoimune. 
HEPATITES VIRAIS 
• Inflamação disseminada do fígado causada pelo vírus das hepatites; 
• São responsáveis por cerca de 1,4milhão de óbitos anualmente, como 
consequência de suas formas agudas graves ou, principalmente, pelas 
complicações das formas descompensadas crônicas ou por hepatocarcinoma; 
 
HASSE; MATARASSE (2005); MINISTÉRIO DA SAÚDE (2019) 
FÍGADO 
Hepatite A 
 
 É causada por um vírus de RNA (VHA). 
 
 A transmissão acontece principalmente pela água e alimentos 
contaminados ou de uma pessoa para outra 
 
 
FÍGADO 
Hepatite A 
 
 Cerca de 1,4 milhões de casos de infecção aguda são relatados a cada ano. 
 
 Em países menos desenvolvidos, com condições sanitárias e de higiene precárias, a 
infecção pelo VHA é altamente endêmica. 
 
 A maioria das pessoas é infectada na infância. 
 
 No Brasil cerca de um terço da população adulta já teve infecção, a maioria assintomática. 
 
FÍGADO 
Hepatite A 
Geralmente é assintomática, mas quanto sintomática apresenta: 
 Icterícia 
 Colúria (urina escura) 
 Hipocolia fecal (fezes esbranquiçadas) 
 Sintomas digestivos 
 Febre 
 Dor de cabeça 
 Fadiga 
 
FÍGADO 
Hepatite A 
 
Diagnóstico: 
 
 Através de análises sanguíneas, de anticorpos anti-VHA do tipo IgM que são 
gerados pelo sistema imunitário, para combater o vírus, logo após o aparecimento 
dos primeiros sintomas da doença. 
 
 Estes anticorpos mantêm-se no organismo durante três a seis meses e desaparecem 
quando o doente se cura. 
FÍGADO 
Hepatite A 
Tratamento: 
 Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. 
 O próprio corpo se encarregaráde livrar-se do vírus. 
 É necessário fazer repouso durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas 
voltem ao normal. 
 A maioria das pessoas se restabelecem completamente em cinco semanas. 
 
 
 
FÍGADO 
Hepatite A 
 
Prevenção: 
 Vacinas contra Hepatite A estão disponíveis desde 1992 no SUS. 
 Acesso a saneamento básico e tratamento da água. 
 Como a contaminação da água e alimentos é a causa da transmissão de hepatite A, o 
aquecimento de alimentos por pelo menos 1 min a 85° pode inativar o vírus. 
 Já o congelamento não pode inativá-lo. 
 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
 É causada por um vírus DNA (VHB). 
 Cerca de 95% das infecções agudas evoluem para cura no adulto. 
 5% tornam-se portadores crônicos do vírus que podem se manter inativo ou 
apresentar hepatite crônica com potencial evolutivo para cirrose e hepato-
carcinoma. 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
 A transmissão se faz por contato com sangue ou outros líquidos corpóreos proveniente de 
indivíduos em fase de replicação viral. 
 Em adultos geralmente a transmissão é por via sexual, mas também pode ocorrer entre 
profissionais da saúde. 
 Pode ocorrer também por instrumentos médicos ou dentários sem esterilização adequada. 
Agulhas de tatuagem ou qualquer outro instrumento que perfure a pele que pode entrar em 
contato com sangue contaminado. 
 A transmissão de mãe para filho ocorre por exposição ao sangue materno durante o parto 
ou pelo aleitamento. 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
Na maioria dos casos é assintomática. Geralmente, os sintomas de hepatite B surgem entre dois a 
quatro meses após o contato com o vírus, e sua intensidade varia de pessoa para pessoa. 
 
o Dor abdominal 
o Urina escura 
o Febre 
o Dor nas articulações 
o Perda de apetite 
o Náusea e vômitos 
o Fraqueza e fadiga 
o Icterícia (20% dos casos) 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
 
 
Diagnóstico: 
 
É feito por exames de sangue: 
• HBsAg: Um resultado reagente ou positivo significa que a pessoa está com hepatite B. 
 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
• Apesar da melhora dos sintomas os exames podem demorar até 6 meses para voltarem 
ao normal, quando ocorre a cura da hepatite. 
• Porém em cerca de 5 a 10% dos casos o corpo não consegue combater o vírus B, 
permanecendo com infecção ativa, o que caracteriza a forma crônica da doença, que pode 
evoluir para problemas mais graves no fígado, a exemplo da cirrose e do câncer. 
 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
 
 
Tratamento 
• Receber uma injeção de imunoglobulina e vacina contra a hepatite B em até 24 horas após o 
contágio, pode evitar que você desenvolva a doença. 
• Cerca de 5-10% das pessoas não melhoram, nem eliminam o vírus, permanecendo com a 
hepatite, que agora passa a ser chamada de crônica. Para este caso, é necessário 
tratamento específico. 
 
 
Hepatite B 
 
 
 
Tratamento 
• Medicamentos antivirais: o médico recomendará o uso de medicamentos, que combaterão a 
ação do vírus VHB e que o impedirá de causar maiores danos ao fígado, geralmente usados 
de forma contínua, uma vez que não se consegue eliminar o vírus. 
• O tratamento é recomendável, se feito corretamente, é quase sempre eficaz, ocorre 
melhora dos exames e inativação do vírus, com menor risco de evoluir para cirrose e câncer 
de fígado. 
 
FÍGADO 
Hepatite B 
 
Prevenção 
 
A melhor maneira de prevenir a hepatite B é 
através da vacina. 
 
Todas as crianças devem receber a primeira dose 
da vacina contra a hepatite B no nascimento e 
devem completar a série de três vacinas até os seis 
meses. 
 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
 Doença infecto-contagiosa, assintomática. 
 Transmitida como a hepatite B, através do contato com sangue contaminado. 
 Causada por um vírus de RNA (HCV). 
 Apesar de ser mais grave, o indivíduo pode adquirir o vírus, mas não desenvolver logo a 
doença. 
 Evoluindo para fase crítica, pode acontecer necrose das células hepáticas, evoluindo 
para cirrose hepática. 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
Geralmente é assintomática, podendo os sintomas aparecer depois de anos. 
 
 Dor abdominal 
 Náuseas 
 Vômitos 
 Cansaço 
 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
• É um grave problema de saúde pública, existe cerca de 2 a 2,5 milhões de infectados no 
Brasil (1,3% da população). 
• Estima-se que apenas 20% dos indivíduos que possuem o vírus tenham sido 
diagnosticados e menos de 5% tratados. 
• Trata-se de uma doença silenciosa que só se manifesta clinicamente em fases avançadas. 
• Por isso é necessária uma busca ativa de caso na população brasileira. 
FÍGADO 
Hepatite C 
 Confirmada a infecção pelo vírus C, o passo seguinte é estadiar a doença em relação ao 
grau de fibrose e pesquisar a presença de cirrose mediante biopsia hepática. 
 A hepatite C pode evoluir para inflamação crônica, fibrose e cirrose. 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
Tratamento 
 
 É tratada com medicamentos antivirais. 
 Medicamentos mais recentes podem erradicar o vírus. 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
Efeitos colaterais do tratamento medicamentoso 
• Fadiga 
• Dor de cabeça 
• Febre 
• Mialgia 
• Alopecia 
• Perda de peso 
• Anorexia 
• Depressão 
 
FÍGADO 
Hepatite C 
 
Cuidados nutricionais 
 Um dos fármacos utilizado no combate a hepatite C é melhor absorvido quando administrado 
juntamente com uma refeição rica em lipídio. 
 Por isso é fundamental um acompanhamento nutricional para adequação da dieta que contenham 
lipídeos de qualidade e quantidade adequadas, evitando os ácidos graxos saturados e trans. 
FÍGADO 
Conduta Nutricional nas Hepatites 
 
• Pacientes com sobrepeso e obesidade devem ser acompanhados para reeducação 
alimentar e perda de peso. 
 
• Indivíduos com peso normal respondem melhor ao tratamento com retroviral. 
• Pacientes com outras hepatopatias devem ter peso adequado para prevenir a presença 
concomitante de esteatose hepática. 
• Verificar os sintomas e efeito colaterais apresentados pelos pacientes com hepatites 
virais, por exemplo falta de apetite, anemia. 
FÍGADO 
Conduta Nutricional nas Hepatites 
 
 
• Manter uma alimentação adequada para manter o repouso do fígado. 
 
• Dieta normolipídica e normoglicídica, dando preferência aos carboidratos complexos. 
 
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas. 
 
 
DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO 
ALCÓOLICA (DHGNA) 
 
FÍGADO 
Doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) 
 
• É considerada a epidemia hepática da atualidade, sendo a alimentação impactante no seu 
desenvolvimento e tratamento. 
 Estima-se que de 34 a 46% da população adulta apresentam algum grau de esteatose. 
 A causa da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é desconhecida. 
 Os fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo, colesterol alto e diabetes do tipo 2. 
 A maioria das pessoas não apresenta sintomas. Em casos raros, elas podem sentir 
cansaço, dor ou sofrer perda de peso. 
FÍGADO 
Doença hepática gordurosa não alcóolica 
 
Esteatose hepática 
 
 É um distúrbio que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado. 
 
 O fígado aumenta de tamanho e adquire um aspecto amarelado. 
 
 O aumento de gordura dentro dos hepatócitos, constante e por tempo prolongado, pode 
provocar uma inflamação capaz de evoluir para quadros graves de hepatite 
gordurosa, cirrose hepática e até câncer. 
FÍGADO 
Doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) 
 
 
 
Diagnóstico 
 É feito por meio de exames de rotina laboratoriais ou de 
imagem. 
 Exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas. 
 Ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética são 
úteis para avaliar possíveis alterações no fígado 
FÍGADO 
Doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) 
 
Tratamento: 
 Melhora do estilo de vida; 
 Alimentação adequada; 
 Redução calórica e restrição de açúcares simples e ácidos graxos 
saturados, trans e colesterol; 
 Exercício físico; 
 Perda de peso e diminuição da circunferência abdominal.FÍGADO 
Hepatite Alcoólica 
 
• A doença hepática mais prevalente. 
 
• Lesão causada pelo consumo abusivo de álcool. 
 
• O álcool pode provocar três tipos de lesões hepáticas: a acumulação de gordura 
(esteatose), a inflamação (hepatite alcoólica) e o aparecimento de cicatrizes (cirrose). 
 
• Quando o álcool é metabolizado no fígado, ele produz substâncias altamente tóxicas. 
Estas substâncias podem causar inflamação no fígado. Se essa inflamação persistir 
cronicamente, surgem cicatrizes no órgão (fibrose). Quando a fibrose é muito extensa, o 
quadro se caracteriza como cirrose. 
FÍGADO 
Hepatite Alcoólica 
 
Sinais e sintomas: 
 
 Icterícia 
 Hepatomegalia (fígado aumentado) 
 Eritema palmar 
 Hipertensão portal 
 Varizes esofágicas 
 Esplenomegalia (baço aumentado) 
 
FÍGADO 
Hepatite Alcoólica 
 
Diagnóstico 
• Através de exame físico é possível perceber um aumento do fígado e baço; 
• Transaminases hepáticas; 
• Tomografia computadorizada abdominal; 
• Ultrassonografia do fígado. 
 
FÍGADO 
Hepatite Alcoólica 
 
Tratamento 
 Após o diagnóstico é necessário interromper o consumo de álcool. 
 É a única maneira de possivelmente reverter danos ao fígado ou, em casos mais 
avançados, prevenir que a doença se agrave. 
 Muitas pessoas que param de beber têm melhora dos sintomas em apenas alguns meses. 
CIRROSE 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
 É uma doença crônica em que há destruição das células hepáticas (hepatócitos), que são 
substituídas por tecido cicatricial fibroso inativo. 
 Essa troca de tecido faz com que o fígado se reduza de tamanho tornando-se mais 
firme, prejudicando a função hepática. 
 É o estágio mais avançado da lesão hepática. 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
• O alcoolismo crônico é a causa mais comum. 
• Entre outras causas incluem: hepatites crônicas, obstrução biliar crônica, fármacos, 
distúrbios genéticos e metabólicos. 
• O abuso de álcool está associado com prejuízo na síntese e secreção de proteínas, lesão 
de mitocôndrias, peroxidação lipídica, hipoxia celular e citotoxidade. 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
O primeiro sinal de comprometimento 
pelo álcool é o acúmulo de gordura no 
fígado - esteatose hepática. 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
Ascite 
 Presença de líquido dentro da cavidade peritoneal com aumento da 
circunferência abdominal. 
 Em pacientes com doença hepática, a ascite deve-se à hipertensão portal e 
consequentemente retenção renal de sódio. 
 Pode ser confirmada pela presença de um gradiente de albumina do soro para 
líquido ascítico. 
 A presença de ascite clinicamente aparente em um paciente com doença do 
fígado está associada com menor sobrevida. 
 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Ascite 
 
Tratamento 
 Geralmente utilizam-se terapias farmacológicas para gerenciar ascite e a 
retenção hídrica. 
 Controle da ingestão de sódio e diuréticos é conduta essencial. 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
Hipertensão portal 
 Caracterizada pelo aumento crônico da pressão venosa no 
território portal causada por interferência no fluxo 
sanguíneo venoso hepático. 
 
 Apresenta hepatoesplenomegalia, ascite e rede venoso 
visível na parede abdominal. 
HIPERTENSÃO PORTAL 
 
 
 
 
 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Encefalopatia hepática 
 
 Perda da função cerebral quando o fígado danificado não consegue remover as 
toxinas do sangue, decorrente da doença hepática crônica. 
 
 Acredita-se que a amônia é principal fator. 
 
 Com as funções do fígado prejudicadas, a concentração de amônia no sangue 
periférico subirá níveis tóxicos podendo levar o indivíduo ao coma hepático. 
 
 Sintomas: esquecimento, confusão mental, agitação, desorientação, fala arrastada. 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Encefalopatia hepática 
• Nestes casos, se há suspeita de encefalopatia hepática, deve-se evitar alto teor de proteína 
na alimentação, o que pode contribuir para o aparecimento de intoxicação por amônia. 
• Para evitar e absorção intestinal de composto nitrogenados estão indicadas também 
medidas laxativas para manter a evacuação diária. 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Diagnóstico: Biópsia do fígado (único método). 
 
Sinais e sintomas: 
 Fadiga 
 Perda de peso 
 Náusea e vômitos 
 Icterícia 
 Hepatomegalia 
 Hipertensão portal 
 Ascite 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Tratamento 
• A cirrose é irreversível, não tem cura, podendo ser necessário o transplante de fígado. 
• A melhor maneira de prevenir a cirrose hepática é adotar um estilo de vida mais 
saudável, evitando bebidas alcoólicas, dieta muito calórica e a automedicação. 
• Outro fator de proteção é se proteger dos vírus das hepatites— para quais existem 
vacina. 
• O tratamento de hepatites crônicas é crucial para impedir que o fígado entre em cirrose 
e, com isso, perca suas funções. 
 
FÍGADO 
Cirrose hepática 
 
Tratamento 
O paciente pode apresentar: 
 Hipermetabolismo 
 Ingestão alimentar inadequada 
 Anorexia 
 Má absorção dos nutrientes 
 Resultando em comprometimento nutricional. 
 
FÍGADO 
Carcinoma hepatocelular 
 
 A cirrose é a principal causa (80 a 90%). 
 A segunda maior causa é a infecção crônica por hepatite B. 
 Fatores de risco: sexo masculino, idade avançada, uso excessivo de 
álcool e excesso de peso. 
FÍGADO 
Carcinoma hepatocelular 
 
• O diagnosticado geralmente acontece em fases avançadas, limitando as abordagens. 
• Os tratamentos podem incluir cirurgia, transplante, quimioterapia. 
• O uso de vacina contra o vírus da hepatite B acaba por reduzir a incidência. 
• Evitar o desenvolvimento da cirrose, independentemente da causa, também pode ajudar. 
EXERCÍCIO 
1.A bile é composta por diversas substâncias, sendo as principais água, sais biliares, 
colesterol e bilirrubina. Com relação a formação da bile podemos afirmar: 
a) É sintetizada pela vesícula biliar 
b) É sintetizada e armazenada no fígado 
c) É sintetizada no fígado e armazenada na vesícula biliar 
d) É sintetizada pelo pâncreas 
e) É sintetizada pelo pâncreas e armazenada na vesícula biliar 
EXERCÍCIO 
2.Na encefalopatia hepática costuma ocorrer um desequilíbrio no metabolismo de aminoácido
s de cadeia ramificada e de aromáticos. Um exemplo de aminoácido de cadeia ramificada é: 
Tirosina 
b) Valina 
c) Fenilalanina 
 d) Metionina 
e) Glicerol 
OBRIGADA!! 
• avila.camila@estacio.br

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