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VASOS SANGUÍNEOS ARTÉRIAS ARCO DA AORTA A aorta é a maior artéria do corpo, com um diâmetro de 2 a 3 cm. Suas quatro divisões principais são a parte ascendente da aorta, o arco da aorta, a parte torácica da aorta e a parte abdominal da aorta. A parte da aorta que emerge do ven- trículo esquerdo posterior ao tronco pulmo- nar é a parte ascendente da aorta. O início da aorta contém a valva da aorta. A parte ascendente da aorta origina duas artérias coronárias que irrigam o miocárdio do co- ração. Em seguida, a parte ascendente da aorta se curva para a esquerda formando o arco da aorta, que desce e termina no nível do disco intervertebral entre as vérte- bras TIV e TV (Tortora, 2016). O arco da aorta tem 4 a 5 cm de comprimento e é a continuação da parte ascendente da aorta. Emerge do pericárdio posterior ao esterno, no nível do ângulo do esterno. O arco da aorta dirige-se superior e posteriormente para a esquerda e então inferiormente; termina no disco intervertebral entre as vértebras TIV e TV, onde se torna a parte torácica da aorta. Três artérias principais se ramificam a partir da face superior do arco da aorta: o tronco braquiocefálico, a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia es- querda. O primeiro e maior ramo do arco da aorta é o tronco braquiocefálico. Estende- se superiormente, curvando-se discretamente para a direita e se divide na altura da arti- culação esternoclavicular direita para for- mar as artérias subclávia direita e carótida comum direita. O segundo ramo do arco da aorta é a artéria carótida comum esquerda, que se divide em ramos com os mesmos no- mes que os da artéria carótida. comum di- reita. O terceiro ramo do arco da aorta é a artéria subclávia esquerda, que distribui sangue para a artéria vertebral esquerda e vasos do membro superior esquerdo. PARTE TORÁCICA DA ARTÉRIA AORTA Conforme a aorta continua descendo, aproxima-se dos corpos vertebrais e é cha- mada parte torácica da aorta. Mede cerca de 20 cm de comprimento e é uma continu- ação do arco da aorta. Ela começa no ní- vel do disco intervertebral entre as vértebras TIV e TV, onde se encontra à esquerda da coluna vertebral. À medida que desce, se move para mais perto da linha central e atravessa uma abertura no diafragma (hiato aórtico), que está localizada anteriormente à coluna vertebral no nível do disco inter- vertebral entre T XIII e L1. Ao longo de seu curso, a parte torácica da aorta emite di- versas pequenas artérias, ramos viscerais para as vísceras e ramos parietais para as estruturas da parede de corpo (Tortora, 2016). PARTE ABDOMINAL DA ARTÉRIA AORTA A parte abdominal da aorta é a con- tinuação da parte torácica da aorta após ela passar através do diafragma. Começa no hiato aórtico do diafragma e termina aproximadamente no nível da vértebra L IV, onde se divide em artérias ilíaca comum di- reita e ilíaca comum esquerda. A parte ab- dominal da aorta encontra-se anterior à co- luna vertebral. A parte abdominal da aorta termina dividindo-se nas artérias ilíaca co- mum esquerda e ilíaca comum direita. Estas, por sua vez, se dividem nas artérias ilíaca interna e ilíaca externa (Tortora, 2016). ARTÉRIA ILÍACA COMUM DIREITA E ESQUERDA Emergem da parte abdominal da aorta, aproximadamente no nível da vérte- bra LIV. Cada artéria ilíaca comum avança no sentido inferior e discretamente lateral por cerca de 5cm e dá origem a dois ramos: a artéria ilíaca interna e ilíaca externa. Na sequência, a ilíaca externa se torna a arté- ria femoral na coxa, a artéria poplítea pos- terior ao joelho e as artérias tibiais anterior e posterior nas pernas (Tortora, 2016). VEIAS VEIA CAVA SUPERIOR As artérias geralmente têm trajetos bem definidos; as veias são mais difíceis de seguir, porque se conectam em redes irregu- lares em que muitas tributárias se fundem para formar uma grande veia. Embora uma única artéria sistêmica, a aorta, leve o san- gue oxigenado do coração (ventrículo es- querdo), três veias sistêmicas, o seio coroná- rio, a veia cava superior (VCS) e a veia cava inferior (VCI) retornam o sangue ve- noso ao coração (átrio direito). O seio co- ronário recebe sangue das veias cardíacas que drenam o coração; com algumas exce- ções, a veia cava superior recebe o sangue de outras veias superiores ao diafragma, com exceção dos alvéolos dos pulmões; a veia cava inferior recebe sangue das veias inferiores ao diafragma. Tem cerca de 7,5cm de comprimento e 2 cm de diâmetro; drena na parte superior do átrio direito. Começa posteriormente à primeira cartilagem costal direita pela união das veias braquiocefálicas direita e es- querda, e termina no nível da terceira carti- lagem costal direita, onde penetra no átrio direito. Regiões drenadas: cabeça, pes- coço, membros superiores e tórax. VEIA CAVA INFERIOR Maior veia no corpo, tem cerca de 3,5cm de diâmetro. Começa anterior à vér- tebra LV pela união das veias ilíacas co- muns, ascende atrás do peritônio à direita da linha mediana, passa pelo forame da veia cava do diafragma no nível da vérte- bra TVIII, e entra na parte inferior do átrio direito. Regiões drenadas: Abdome, pelve e membros inferiores (Tortora, 2016). VEIA ILÍACA COMUM DIREITA E ESQUERDA Formadas pela união das veias ilíacas interna e externa anteriormente às articula- ções sacroilíacas anteriores; anastomosam- se na altura da vértebra LV para formar a veia cava inferior. A veia ilíaca comum di- reita é muito mais curta do que a esquerda e também é mais vertical, visto que a veia cava inferior se encontra à direita da linha mediana (Tortora, 2016). FISIOLOGIA O sistema circulatório contribui para a homeostase de outros sistemas corporais, por meio do transporte e distribuição de sangue por todo o corpo para fornecer ma- teriais como oxigênio, nutrientes e hormônios e remover as escorias metabólicas. Sobre o sistema circulatório: ESTRUTURA E FUNÇÃO DE ARTÉRIAS, ARTERÍO- LAS, CAPILARES, VÊNULAS E VEIAS As artérias transportam o sangue do coração para outros órgãos. Artérias gran- des e elásticas deixam o coração e se rami- ficam em artérias musculares, de médio porte, que emitem ramos a várias regiões do corpo. As artérias de médio porte então se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem em artérias ainda menores cha- madas arteríolas. Conforme as arteríolas en- tram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados capilares. As paredes finas dos capilares possi- bilitam a troca de substâncias entre o san- gue e os tecidos do corpo. Grupos de ca- pilares no tecido se unem para formar pe- quenas veias chamados vênulas. Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos san- guíneos progressivamente maiores chama- dos veias. As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração (Tortora, 2016). A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento epitelial interno, uma túnica média formada por mús- culo liso e tecido conjuntivo elástico, e um revestimento externo de tecido conjuntivo. As três camadas estruturais de um vaso san- guíneo qualquer, da mais interna para a mais periférica, são a túnica íntima, a túnica média e a túnica externa. Modificações nessa estrutura básica respondem pelos cinco tipos de vasos sanguíneos e pelas di- ferenças estruturais e funcionais entre os vá- rios tipos de vasos. A parede de uma artéria tem as três túnicas de um vaso sanguíneo normal, mas tem uma espessa túnica média muscular a elástica. Devido a abundância de fibras elásticas, normalmente têm alta complacência, o que significa que suas paredes se esticam ou ex- pandem facilmente sem se romper em res- posta a um pequeno aumento da pressão. As artérias elásticas são as maiores artérias do corpo e seu tamanho varia desde o de uma mangueirade jardim (aorta e o tronco pulmonar) até um dedo da mão (ramos da aorta). Têm o maior diâmetro en- tre as artérias, mas suas paredes são relati- vamente finas em comparação ao tamanho total do vaso. Estes vasos são caracteriza- dos por lâminas elásticas interna e externa bem definidas, juntamente com uma túnica média espessa que é dominada por fibras elásticas, chamadas lamelas elásticas. As ar- térias elásticas incluem os dois troncos prin- cipais que saem do coração (a aorta e o tronco pulmonar), juntamente com os princi- pais ramos iniciais da aorta, como o tronco braquiocefálico, a artéria subclávia, a arté- ria carótida comum e a artéria ilíaca comum. As artérias elásticas desempenham uma função importante: ajudam a impulsio- nar o sangue no sentido anterógrado en- quanto os ventrículos estão relaxados. Conforme o sangue é ejetado do co- ração para as artérias elásticas, suas pare- des se distendem, acomodando facilmente o pulso de sangue. Quando elas se esticam, as fibras elásticas momentaneamente arma- zenam energia mecânica, funcionando como um reservatório de pressão. Em seguida, as fibras elásticas recuam e convertem a ener- gia armazenada (potencial) no vaso em energia cinética do sangue. Assim, o sangue continua se movendo ao longo das artérias, mesmo quando os ventrículos estão relaxa- dos. Como conduzem sangue do coração para as artérias médias, mais musculosas, as artérias elásticas são também chamadas ar- térias condutoras (Tortora, 2016). As artérias de médio porte são cha- madas artérias musculares, porque sua tú- nica média contém mais músculo liso e menos fibras elásticas do que as artérias elásticas. A abundância de músculo liso, torna as paredes das artérias musculares espes- sas. Assim, conseguem se dilatar e contrair mais para se ajustar à velocidade do fluxo sanguíneo. Têm uma lâmina elástica interna bem definida, mas uma lâmina elástica ex- terna fina. Estas duas lâminas elásticas for- mam os limites interno e externo da túnica média muscular. A espessura das artérias musculares varia desde as artérias femoral e axilar que têm a espessura de um lápis até as artérias filiformes que penetram nos ór- gãos (até mesmo 0,5 mm de diâmetro). Em comparação com as artérias elásticas, a parede do vaso das artérias musculares re- presenta uma porcentagem maior do diâme- tro total do vaso (Tortora, 2016). Uma vez que as artérias musculares continuam ramificando-se e, por fim, distri- buem sangue para todos os órgãos, elas são chamadas artérias distributivas. Exem- plos incluem a artéria braquial no braço e a artéria radial no antebraço. A túnica ex- terna muitas vezes é mais espessa do que a túnica média nas artérias musculares. Esta camada externa contém fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas, todos orienta- dos longitudinalmente. A estrutura frouxa desta camada possibilita que ocorram alte- rações no diâmetro do vaso, mas também impede o encurtamento ou a retração do vaso quando ele é seccionado. Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias muscula- res, estes vasos não conseguem dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as ar- térias elásticas. Em vez disso, a espessa tú- nica média muscular é a principal responsá- vel pelas funções das artérias musculares. A capacidade do músculo de se con- trair e manter um estado de contração par- cial é chamado tônus vascular. O tônus vas- cular enrijece a parede do vaso e é impor- tante para manter a pressão do vaso e o fluxo sanguíneo eficiente (Tortora, 2016). Significando literalmente pequenas artérias, são abundantes vasos microscópicos que regulam o fluxo sanguíneo para as redes ca- pilares dos tecidos do corpo. A espessura da parede das arteríolas corresponde à metade do diâmetro total do vaso. As arteríolas têm uma túnica íntima fina com uma lâmina elástica interna fina, fenes- trada (com pequenos poros), que desapa- rece na extremidade terminal. A túnica média é constituída por uma a duas camadas de células musculares lisas que têm uma orien- tação circular na parede do vaso. A extre- midade terminal da arteríola, a região cha- mada metarteríola, se afunila em direção à junção capilar. Na junção metarteríolacapi- lar, a célula muscular mais distal forma o es- fíncter pré-capilar, que monitora o fluxo san- guíneo para o capilar; as outras células musculares da arteríola regulam a resistência (oposição) ao fluxo sanguíneo. A túnica externa da arteríola é cons- tituída por tecido conjuntivo areolar con- tendo numerosos nervos simpáticos amielíni- cos. Esta inervação simpática, juntamente com as ações dos mediadores químicos lo- cais, pode alterar o diâmetro das arteríolas e, portanto, variar a velocidade do fluxo sanguíneo e a resistência ao longo destes vasos. As arteríolas têm uma participação essencial na regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os vasos capilares, regu- lando a resistência, a oposição ao fluxo sanguíneo decorrente do atrito entre o san- gue e as paredes dos vasos sanguíneos. Por isso, são conhecidas como vasos de resistência. Em um vaso sanguíneo, a re- sistência é decorrente principalmente do atrito entre o sangue e as paredes internas dos vasos sanguíneos. Quando o diâmetro do vaso sanguíneo é menor, o atrito é maior, de modo que há mais resistência. A contração do músculo liso de uma arteríola provoca vasoconstrição, o que au- menta ainda mais a resistência e diminui o fluxo sanguíneo para os vasos capilares irri- gados por essa arteríola. Em contrapartida, o relaxamento do músculo liso das arteríolas provoca vasodilatação, que diminui a resis- tência e aumenta o fluxo sanguíneo para os vasos capilares. A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar também a pressão ar- terial: a constrição das arteríolas aumenta a pressão arterial, e a dilatação das arterío- las diminui a pressão arterial. O capilar, o menor dos vasos sanguíneos e forma as curvas em U que conectam o efluxo arterial ao retorno venoso. Como os eritróci- tos têm um diâmetro de 8 μm, frequentemente precisam se dobrar sobre si mesmos a fim de passar em fila indiana pelos lumens desses vasos. Os capilares formam uma rede ex- tensa, de aproximadamente 20 bilhões de vasos curtos, ramificados e interconectados, que passam entre cada grupo de células do corpo. Esta rede constitui uma enorme área de superfície que entra em contato com as células do corpo. O fluxo do sangue de uma metarteríola para os capilares e para uma vênula póscapilar (vênula que recebe san- gue de um capilar) é chamada microcircu- lação do corpo. A função primária dos ca- pilares é a troca de substâncias entre o san- gue e o líquido intersticial. Por causa disto, estes vasos de paredes finas são chamados vasos de troca. Capilares são encontrados perto de quase todas as células do corpo, mas seu número varia de acordo com a atividade metabólica do tecido irrigado. Os tecidos corporais com necessidades metabólicas elevadas, como os músculos, o encéfalo, o fígado, os rins e o sistema nervoso, usam mais O2 e nutrientes e, portanto, têm redes capi- lares extensas. Os tecidos com necessidades metabólicas mais baixas, como os tendões e os ligamentos, contêm menos capilares. Não há capilares em alguns tecidos, como todos os revestimentos e epitélios de revestimento, a córnea e a lente do olho, e a cartilagem. A estrutura dos capilares é bem ade- quada à sua função de vaso de troca e eles não têm túnica média nem túnica ex- terna. Como as paredes dos capilares são compostas por apenas uma única camada de células endoteliais e uma membrana ba- sal, uma substância do sangue precisa atra- vessar apenas uma camada de células para alcançar o líquido intersticial e as células te- ciduais. A troca de materiais ocorre apenas pelas paredes dos capilares e o início de vênulas; as paredes das artérias, das arterí- olas, da maioria das vênulas e das veias constituem uma barreira muito espessa. Oscapilares formam redes de ramifi- cação extensas que aumentam a área de superfície disponível para a troca rápida de materiais. Na maioria dos tecidos, o sangue flui por apenas uma pequena parte da rede capilar quando as necessidades metabóli- cas são baixas. No entanto, quando um te- cido está ativo, como um músculo em con- tração, toda a rede capilar se enche com sangue. Em todo o corpo, os capilares atuam como parte do leito capilar, uma rede de 10 a 100 capilares que emerge de uma única metarteríola. Em quase todo o corpo, o sangue flui por uma rede capilar de uma arteríola para uma vênula (Tortora, 2016). O corpo contém três tipos diferentes de capilares: capilares contínuos, capilares fenestrados e vasos sinusóides. A maioria dos capilares é de capilares contínuos, em que as membranas plasmáticas das células endoteliais formam um tubo contínuo, que é interrompido apenas por fendas intercelula- res, lacunas entre células endoteliais vizi- nhas. Os capilares contínuos são encontra- dos na parte central do sistema nervoso, nos pulmões, no tecido muscular e na pele. Outro tipo de capilar do corpo são os capilares fenestrados. As membranas plasmáticas das células endoteliais nesses capilares têm muitas fenestrações, pequenos poros com 70 a 100 nm de diâmetro. Os ca- pilares fenestrados são encontradas nos rins, nas vilosidades do intestino delgado, nos plexos corióideos dos ventrículos no encé- falo, nos processos ciliares dos olhos e na maioria das glândulas endócrinas. Ao contrário de suas correspondentes arte- riais de paredes espessas, as vênulas e veias têm paredes finas que não mantêm facil- mente a sua forma. As vênulas drenam o san- gue capilar e iniciam o fluxo de retorno do sangue de volta ao coração. As vênulas que primeiro recebem sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares. Estas são as menores vênulas e têm junções intercelulares pouco organizadas (os contatos endoteliais mais fracos são en- contrados ao longo de toda a árvore vas- cular) e, portanto, são muito porosas. Atuam em importantes locais de troca de nutrientes e escórias metabólicas e emi- gração de leucócitos. Por esta razão, for- mam parte da unidade de troca microcircu- latória, juntamente com os capilares. Conforme as vênulas pós-capilares se afastam dos capilares, adquirem uma ou duas camadas de células musculares lisas dispostas circularmente. Estas vênulas musculares têm paredes mais espessas, através das quais a troca com o líquido intersticial não pode mais ocorrer. As paredes finas das vênulas pós-- capilares e musculares são os elementos mais distensíveis do sistema vascular; isso lhes possibilita expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes volumes de san- gue. Enquanto as veias mostram alterações estru- turais conforme aumentam de tamanho de pequeno para médio para grande, essas al- terações não são tão evidentes como nas artérias. As veias, em geral, têm paredes muito finas em relação ao seu diâmetro total. Variam em tamanho de 0,5 mm de diâmetro nas pequenas veias a 3 cm nas grandes veias cava superior e cava inferior, que se conectam ao coração. Embora as veias sejam compostas por, essencialmente, as mesmas três túnicas que as artérias, as espessuras relativas dessas tú- nicas são diferentes. A túnica íntima das veias é mais fina do que a das artérias; a túnica média das veias é muito mais fina do que a das artérias, com relativamente pouco músculo liso e fibras elásticas. A túnica ex- terna das veias é a mais espessa e é com- posta por colágeno e fibras elásticas. As veias não têm a lâmina elástica in- terna ou externa encontrada nas artérias. São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão e ao volume de sangue que passa por elas, mas não são concebidas para suportar altas pressões. O lúmen de uma veia é maior do que o de uma artéria comparável, e as veias fre- quentemente parecem colabadas (achata- das) quando seccionadas. A ação de bom- beamento do coração é um fator importante no deslocamento do sangue venoso de volta ao coração. A contração dos múscu- los esqueléticos dos membros inferiores tam- bém ajuda a impulsionar o retorno venoso para o coração. A pressão sanguínea mé- dia nas veias é consideravelmente mais baixa do que nas artérias. A diferença de pressão pode ser ob- servada quando o sangue flui de um vaso seccionado. O sangue sai de uma veia sec- cionada em um fluxo lento e contínuo, mas jorra rapidamente de uma artéria seccio- nada. A maioria das diferenças estruturais entre as artérias e as veias reflete esta dife- rença de pressão. Por exemplo, as paredes das veias não são tão fortes quanto as das artérias. Muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas fi- nas de túnica íntima que formam válvulas se- melhantes a abas. As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, apontando para o coração. A baixa pressão arterial nas veias possibilita que o sangue que retorna ao co- ração desacelere ou até mesmo retorne; as válvulas auxiliam no retorno venoso impe- dindo o refluxo do sangue. O seio venoso é uma veia com uma parede endotelial fina que não tem músculo liso para alterar seu diâmetro. Em um seio venoso, o tecido con- juntivo denso circundante substitui as túni- cas média e externa no fornecimento de su- porte. Por exemplo, os seios venosos durais, que são apoiados pela dura-máter, levam o sangue desoxigenado do encéfalo para o coração. Outro exemplo de um seio vascular é o seio coronário do coração. Enquanto as veias seguem vias seme- lhantes às de suas artérias homólogas, elas diferem das artérias em diversas maneiras, além das estruturas de suas paredes. Em pri- meiro lugar, as veias são mais numerosas do que as artérias por vários motivos. Algumas veias formam pares e acompanham artérias musculares de médio a pequeno porte. Estes conjuntos duplos de veias escoltam as arté- rias e se conectam por canais venosos cha- mados veia anastomótica. As veias anasto- móticas cruzam a artéria acompanhante for- mando “degraus” entre o par de veias. A maior quantidade de pares de veia ocorre no interior dos membros. A camada subcutânea profunda à pele é outra fonte de veias. Estas veias, chamadas veias super- ficiais, atravessam a tela subcutânea desa- companhadas de artérias paralelas. Ao longo de seu curso, as veias su- perficiais formam pequenas conexões (anas- tomoses) com as veias profundas que estão entre os músculos esqueléticos. Estas cone- xões possibilitam a comunicação entre os fluxos sanguíneos profundo e superficial. O fluxo sanguíneo pelas veias super- ficiais varia de um local para outro no inte- rior do corpo. No membro superior, as veias superficiais são muito mais espessas do que as veias profundas; atuam como as princi- pais vias dos capilares do membro superior de volta ao coração. No membro inferior, o oposto é verdadeiro; as veias profundas atuam como as principais vias de retorno. Na verdade, as válvulas unidirecio- nais dos pequenos vasos anastomóticos possibilitam que o sangue passe das veias superficiais para as veias profundas, mas evitam que o sangue passe no sentido in- verso. Esta anatomia tem importantes impli- cações no desenvolvimento das veias vari- cosas. Em alguns indivíduos, as veias super- ficiais são vistas como tubos azulados que passam sob a pele (Tortora, 2016). Como o sangue venoso é vermelho- escuro, as veias parecem azuis porque suas paredes finas e os tecidos da pele absor- vem os comprimentos de onda de luz verme- lha, possibilitando que a luz azul passe para a superfície, onde as vemos como azuis. RETORNO VENOSO O retorno venoso, o volume de san- gue que flui de volta ao coração pelas veias sistêmicas, é consequente à pressão produzida pelo ventrículo esquerdo por meio das contrações do coração. Embora pequena, a diferença de pressão entre as vênulas (em média de aproximadamente 16 mmHg)e o ventrículo direito (0 mmHg) normalmente é suficiente para provocar o retorno venoso para o co- ração. Se a pressão no átrio ou ventrículo direito aumentar, o retorno venoso irá dimi- nuir. Uma das causas do aumento da pres- são no átrio direito é uma valva atrioventri- cular direita incompetente (com extravasa- mento), que possibilita a regurgitação (re- fluxo) de sangue quando os ventrículos se contraem. O resultado é a diminuição no re- torno venoso e o acúmulo de sangue no lado venoso da circulação sistêmica. Ao ficar em pé, por exemplo, a pres- são que empurra o sangue para cima nas veias de seus membros inferiores é apenas suficiente para vencer a força da gravi- dade que empurra o sangue de volta para baixo. Além do coração, dois outros meca- nismos “bombeiam” o sangue da parte infe- rior do corpo de volta ao coração: A bomba de músculo esquelético e a bomba respiratória. Ambas as bombas de- pendem das válvulas existentes nas veias. A bomba de músculo esquelético fun- ciona do seguinte modo: 1- Na posição ortostática, tanto as válvulas venosas mais próximas do coração (válvulas proximais) quanto aquelas mais distantes (válvulas distais) nesta parte do membro inferior estão abertas, e o sangue flui para cima em direção ao coração. 2- A contração dos músculos das per- nas, como quando você fica na ponta dos pés ou dá um passo, comprime a veia. A compressão empurra o sangue através da válvula proximal, em uma ação chamada or- denha. Ao mesmo tempo, a válvula distal do segmento não comprimido se fecha con- forme um pouco de sangue é empurrado contra ela. As pessoas que estão imobiliza- das em decorrência de uma lesão ou do- ença não têm essas contrações de músculos da perna. Como resultado, seu retorno ve- noso é mais lento e elas podem desenvolver problemas de circulação. 3- Logo após o relaxamento muscular, a pressão cai na seção previamente com- primida da veia, o que faz com que a vál- vula proximal se feche. A válvula distal agora se abre porque a pressão arterial no pé está mais elevada do que na perna, e a veia se enche com o sangue que vem do pé. A válvula proximal então reabre. A bomba respiratória também é base- ada na compressão e descompressão alter- nadas das veias. Durante a inspiração, o di- afragma se move para baixo, o que pro- voca uma diminuição da pressão na cavi- dade torácica e um aumento da pressão na cavidade abdominal. Como resultado, as veias abdominais são comprimidas, e um maior volume de sangue se move das veias abdominais comprimidas para as veias torá- cicas não comprimidas e então para dentro do átrio direito. Quando as pressões se in- vertem durante a expiração, as válvulas das veias evitam o refluxo do sangue das veias torácicas para as veias abdominais. PRESSÕES QUE CAUSAM O MOVIMENTO DE LÍ- QUIDOS ENTRE OS CAPILARES E OS ESPAÇOS INTERSTICIAIS Dentro de vasos, a pressão hidrostá- tica é decorrente da pressão que a água no plasma sanguíneo exerce contra as pa- redes dos vasos sanguíneos. A pressão hi- drostática do sangue (PHS) é de cerca de 35 milímetros de mercúrio (mmHg) na extremi- dade arterial do capilar, e de cerca de 16 mmHg na extremidade venosa do capilar. A PHS “empurra” o líquido para fora dos capilares para o líquido intersticial. A pressão contrária do líquido intersticial, cha- mada pressão hidrostática do líquido inters- ticial (PHLI), “empurra” o líquido dos espaços intersticiais de volta para os capilares. No entanto, a PHLI está perto de zero. (A PHLI é difícil de medir, e seus valores rela- tados variam de pequenos valores positivos a pequenos valores negativos.) Para a nossa discussão, assumimos que PHLI é igual a 0 mmHg ao longo dos capilares. A dife- rença na pressão osmótica na parede de um capilar é quase inteiramente decorrente da presença de proteínas plasmáticas no sangue, que são demasiadamente grandes para passar através das fenestrações e la- cunas entre as células endoteliais. A pressão coloidosmótica do sangue (PCS) é uma força causada pela suspensão coloidal destas grandes proteínas plasmáti- cas, medindo em média 26 mmHg na maioria dos capilares. O efeito da PCS é “puxar” o líquido dos espaços intersticiais para os ca- pilares. Em oposição à PCS está a pressão osmótica do líquido intersticial (POLI), que “puxa” o líquido para fora dos capilares em direção ao líquido intersticial. O fato de o líquido sair ou entrar no capilar depende do equilíbrio das pressões. Se as pressões que empurram o líquido para fora dos capilares excedem as pressões que puxam o líquido para os capilares, o líquido se move dos capilares para os espaços in- tersticiais (filtração). Se, no entanto, as pres- sões que empurram o líquido para fora dos espaços intersticiais para os capilares ultra- passam as pressões que puxam o líquido para fora dos capilares, então o líquido vai passar dos espaços intersticiais para os ca- pilares (reabsorção). Na extremidade arte- rial de um capilar, existe uma pressão efetiva externa de 10 mmHg, e o líquido se move do capilar para os espaços intersticiais (filtra- ção) (Tortora, 2016). REFERÊNCIAS TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiolo- gia. Artmed Editora, 2016.
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