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1 Matemática Elementar 2 Matemática Elementar Gestão da Educação a Distância Cidade Universitária – Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 Todos os direitos desta edição ficam reservados ao Unis – MG. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume (ou parte do mesmo), sob qualquer meio, sem autorização expressa da instituição. 3 Matemática Elementar Doutora em Educação (UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba) e Mestre em Tecnologias da Informação e Comunicação na Formação em EaD (UFC - Universidade Federal do Ceará). Licenciada em Matemática, com habilitações em Física e Desenho Geométrico (Unis-MG -Centro Universitário do Sul de Minas). Especialista em Educação Matemática, em Redes de Computadores, também pelo Unis-MG, em Informática na Educação (UFLA - Universidade Federal de Lavras) e em Design Instrucional (Unifei - Universidade Federal de Itajubá). Atua como professora universitária e supervisora na Unidade de Gestão da Educação a Distância do Unis-MG. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5950462827823117 Autoria MOREIRA, Simone de Paula Teodoro. Guia de Estudo – Matemática Elementar. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017. 198 p. I. Conjuntos 2. Potenciação e Radiciação. 3. Equações e Inequações. 4. Funções. I. Título. \hhhg Título. Profa. Dra. Simone de Paula Teodoro Moreira 4 Matemática Elementar Caríssimo (a), Que bom estar você nessa disciplina! Matemática Elementar é uma disciplina que compõe a estrutura curricular de seu curso de graduação e entre seus objetivos está a proposta de conduzir o aluno a analisar e resolver situações-problemas práticos que envolvam conteúdos matemáticos, além de levá-lo a reconhecer a importância da Matemática nas diversas áreas de atuação. Em vários momentos somos questionados sobre a importância da Matemática e sua utilidade, principalmente no dia-a-dia ou na respectiva área de atuação. São comuns indagações como: Para que serve toda essa Matemática que estamos estudando? Qual a necessidade real de aprender tais fórmulas, regras e/ou expressões complicadas? Perguntas desse tipo nem sempre têm respostas diretas, fáceis ou breves. As razões mais frequentemente mencionadas para justificarmos o ensino da Matemática estão relacionadas à necessidade de realizarmos atividades práticas que envolvem aspectos quantitativos da realidade; dada a importância dessa disciplina auxiliar no desenvolvimento do raciocínio lógico e estar presente diretamente e indiretamente na vida das pessoas e no corre-corre do dia-a-dia. Sabemos que a Matemática é produto da cultura humana e faz parte do nosso cotidiano. Por isso, deve ser trabalhada de forma a ser aprendida por todos. É uma ciência exata, cuja produção envolve o pensar crítico e criativo. A Matemática é de fundamental importância para o desenvolvimento das teorias envolvendo os mais diversos cursos. O mundo moderno, cada vez mais, exige profissionais gabaritados e dinâmicos, independentemente da área de atuação, os Profissionais de agora necessitam de domínio de ferramentas e teorias da Matemática, que serão discutidas ao longo dessa disciplina, desde aspectos mais básicos como mais avançados. Além disso, sabemos que a Matemática caminha junto com a Física, com a área financeira, ou com métodos da Estatística, ou com linguagens de programação na área computacional, etc. Para condução da disciplina teremos com base o Guia de Estudos e material complementar, como os planos de estudos, vídeos-aulas e os livros da bibliográfica 5 Matemática Elementar básica e complementar. O acesso a todo esse material você fará através do ambiente virtual de aprendizagem (AVA). A disciplina é organizada em atividades e em orientações semanais que ajudarão você a se organizar nos estudos. É importante se organizar para não comprometer o seu rendimento e não atropelar as etapas. Sabendo das dificuldades enfrentadas por muitas pessoas em relação às exatas, busquei uma linguagem bastante simples como forma de propiciar um bom entendimento e estarei, junto da equipe de tutoria, sempre à disposição. A interação entre os colegas, tutores e professores será essencial! Abraço, Profª Simone de Paula Teodoro Moreira "Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam". (Leonardo Boff, 1997, p. 9) 6 Matemática Elementar Conjuntos e conjuntos numéricos. Potências, Radicais, Polinômios e Fatoração. Equações e Inequações. Funções do Primeiro Grau. Funções do Segundo Grau. Função Modular. Função Exponencial. Função Logarítmica. Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no Ambiente Virtual. Conjuntos, Equações, Inequações, Funções. Ementa Orientações Palavras-chave 7 Matemática Elementar EMENTA ____________________________________________________________________ 6 ORIENTAÇÕES ______________________________________________________________ 6 PALAVRAS-CHAVE ___________________________________________________________ 6 UNIDADE I – CONJUNTOS E CONJUNTOS NUMÉRICOS ___________________________ 10 1.1 INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS _______________________________________ 11 1.1.1 CONCEITO FORMAL DE CONJUNTO ___________________________________________ 12 1.1.2 CONJUNTOS E ELEMENTOS DE UM CONJUNTO: RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA _______________ 14 1.1.3 REPRESENTAÇÕES MAIS COMUNS DE UM CONJUNTO _______________________________ 15 1.1.3.1 DIAGRAMA DE VENN: UMA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ÚTIL _________________________ 16 1.1.4 CONJUNTOS IMPORTANTES: UNIVERSO, VAZIO E UNITÁRIO __________________________ 18 1.1.5 IGUALDADE DE CONJUNTOS _________________________________________________ 21 1.1.6 SUBCONJUNTOS DE UM CONJUNTO ___________________________________________ 21 1.1.7 OPERAÇÕES COM CONJUNTOS ______________________________________________ 25 1.1.7.1 UNIÃO DE CONJUNTOS __________________________________________________ 25 1.1.7.1.1 PROPRIEDADES DA UNIÃO DE CONJUNTOS ___________________________________ 28 1.1.7.2 INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS _____________________________________________ 29 1.1.7.2.1 PROPRIEDADES DA INTERSECÇÃO DE CONJUNTOS ______________________________ 32 1.1.7.3 DIFERENÇA DE CONJUNTOS _______________________________________________ 32 1.1.7.4 COMPLEMENTO DE UM CONJUNTO A ________________________________________ 36 1.2 CONJUNTOS NUMÉRICOS ____________________________________________________ 37 1.2.1 INTERVALOS: SUBCONJUNTOS IMPORTANTES DOS NÚMEROS REAIS _____________________ 41 ATIVIDADES _________________________________________________________________ 42 GABARITO __________________________________________________________________ 52 UNIDADE II – POTÊNCIA, RADICAIS E POLINÔMIOS ______________________________ 70 2.1 RADICIAÇÃO E POTENCIAÇÃO ________________________________________________ 71 2.1.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAIS E OPERATÓRIAS DAS POTÊNCIAS _______________________ 74 2.1.2 PROPRIEDADE FUNDAMENTAIS E OPERATÓRIAS DOS RADICAIS ________________________ 76 2.1.3 SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES COM RADICAIS ___________________________________ 78 2.2 POLINÔMIOS E FATORAÇÃO __________________________________________________ 79 2.2.1 OPERAÇÃO COM POLINÔMIOS _______________________________________________ 82 2.3 PRODUTOS NOTÁVEIS ______________________________________________________ 83 2.4 FATORAÇÃO DE POLINÔMIOS USANDO PRODUTOSNOTÁVEIS _________________________ 85 2.5 EXPRESSÕES FRACIONÁRIAS E EXPRESSÕES RACIONAIS _______________________________ 88 ATIVIDADES _________________________________________________________________ 90 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018526 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018527 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018528 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018529 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018547 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018549 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018559 8 Matemática Elementar UNIDADE III – EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES ______________________________________ 93 3.1 INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES _________________________________________________ 94 3.1.1 EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU ______________________________________________ 94 3.1.2 EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU _____________________________________________ 97 3.1.3 SISTEMAS DE EQUAÇÕES __________________________________________________ 101 3.1.3.1 MÉTODOS DE RESOLUÇÃO DE UM SISTEMAS DE EQUAÇÕES ________________________ 105 3.2 INEQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU _____________________________________________ 107 3.2.2 INEQUAÇÕES DO SEGUNDO GRAU ___________________________________________ 110 3.2.3 SISTEMA DE INEQUAÇÕES __________________________________________________ 114 ATIVIDADES ________________________________________________________________ 116 UNIDADE IV - FUNÇÕES DE 1º E 2º GRAU ______________________________________ 123 4.1 INTRODUÇÃO E APLICAÇÃO DAS FUNÇÕES ______________________________________ 124 4.2 CONCEITOS PRELIMINARES DA TEORIA DE FUNÇÕES ________________________________ 126 4.2.1 PAR ORDENADO ________________________________________________________ 126 4.2.2 PRODUTO CARTESIANO___________________________________________________ 128 4.2.3 RELAÇÃO DE A EM B _____________________________________________________ 129 4.2.4 FUNÇÃO DE A EM B ______________________________________________________ 131 4.2.4.1 OUTRAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DE FUNÇÕES _____________________________ 134 4.2.5 GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO ________________________________________________ 134 4.2.6 DOMÍNIO, CONTRADOMÍNIO E CONJUNTO IMAGEM DE UMA FUNÇÃO ________________ 136 4.2.7 CRESCIMENTO DE UMA FUNÇÃO ____________________________________________ 140 4.2.8 PARIDADE DE FUNÇÕES ___________________________________________________ 142 4.3 FUNÇÃO AFIM (POLINOMIAL DO 1º GRAU) ______________________________________ 145 4.4 FUNÇÃO QUADRÁTICA (POLINOMIAL DO 2º GRAU) _______________________________ 148 4.5 CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS VIA IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA ________________________ 153 UNIDADE V - FUNÇÕES EXPONENCIAIS, LOGARÍTMICAS E MODULARES ____________ 155 5. OUTRAS FUNÇÕES _________________________________________________________ 156 5.1 A FUNÇÃO COMPOSTA ____________________________________________________ 156 5.2 FUNÇÃO INVERSA _________________________________________________________ 159 5.2.1 FUNÇÃO INJETORA ______________________________________________________ 160 5.2.2 FUNÇÃO SOBREJETORA. ___________________________________________________ 161 5.2.3 FUNÇÃO BIJETORA _______________________________________________________ 161 5.3 FUNÇÃO EXPONENCIAL ____________________________________________________ 166 5.4 FUNÇÃO LOGARÍTMICA ____________________________________________________ 169 5.4.1 LOGARITMOS __________________________________________________________ 169 5.4.2 PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LOGARITMOS. ________________________________ 172 5.5 FUNÇÃO MODULAR _______________________________________________________ 177 ESTUDO DE CASO: O LAVA - JATO ___________________________________________ 182 ESTUDO DE CASO: O CHEQUE ESPECIAL ______________________________________ 192 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________________ 198 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018560 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018569 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018570 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018585 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018597 file://///garoupa/Repositorio_GEAD/pubgead/D.E/Módulos%202017/2017-01/1.%20DISCIPLINAS/2º%20Módulo/Matematica%20Elementar%20I/Guia%20de%20Estudos/Guia%20completo/Guia%20Final.docx%23_Toc482018598 9 Matemática Elementar 10 Matemática Elementar Reconhecer, interpretar e resolver problemas que envolvam a Teoria dos Conjuntos. Ciclo 01 Atividade Fórum de Discussões Título: Resultados da Negociação Unidade I – Conjuntos e Conjuntos Numéricos Objetivos da Unidade Plano de Estudos I 11 Matemática Elementar 1.1 Introdução à Teoria dos Conjuntos A seguir, são apresentados conceitos básicos relativos à Teoria dos Conjuntos os quais, possivelmente, são do conhecimento de cada um de vocês. Neste caso, sugerimos uma rápida passagem para verificarmos as nomenclaturas e convenções adotadas ao longo da disciplina e do curso. A partir da segunda metade deste século, a Matemática passou a substituir cálculos por idéias. Por isso não é estranho que, atualmente, todos os conceitos fundamentais dessa Ciência sejam explicados à luz da Teoria dos Conjuntos. Essa teoria, elaborada principalmente entre 1850 e 1950, permite uma linguagem matemática universal por ser precisa e concisa. A figura abaixo é uma representação da linguagem da Teoria dos Conjuntos. Figura: Teoria dos Conjuntos A figura abaixo apresenta o ponto de partida nesta teoria é constituído pelas seguintes noções aceitas como conceitos primitivos: 12 Matemática Elementar Figura: Conceitos Primitivos da Teoria dos Conjuntos. 1.1.1 Conceito Formal de Conjunto O conceito de conjunto é fundamental, pois praticamente todos os conceitos desenvolvidos ao longo da Matemática (como por exemplo, a noção de relação, função etc.), bem como os correspondentes resultados, são baseados em conjuntos ou construções de conjuntos. Conjunto é uma estrutura que agrupa objetos e constitui uma base para a construção de estruturas maiscomplexas. Desta forma, informalmente, um conjunto é uma coleção, sem repetições e sem qualquer ordenação, de objetos denominados elementos. O termo “elemento” é usado de forma ampla e pode designar um objeto concreto ou abstrato. Neste contexto, um elemento é uma entidade básica a qual não é definida formalmente como falamos anteriormente. A figura representação a relação entre elemento e conjunto. A Noção de Igualdade A Noção de Conjunto A Noção de Elemento A Noção de Elemento de Um Conjunto Conceitos Primitivos 13 Matemática Elementar Figura: Relação entre Elemento e Conjunto. Definição Formal: Um Conjunto é uma coleção de zero ou mais objetos distintos, chamados Elementos do conjunto os quais não possuem qualquer ordem associada. Exemplos introdutórios de conjuntos: a) As vogais a, e, i, o e u; b) O par de sapatos preferidos; c) Os dígitos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9; d) Todos os brasileiros; e) Os números pares 0, 2, 4, 6, 8,...; f) O personagem Snoopy, a letra A, a baía da Guanabara e o Pelé. Conjunto Element o 14 Matemática Elementar Observemos que um conjunto pode ser definido listando-se todos os seus elementos (como “as vogais a, e, i, o e u”) ou por propriedades declaradas (como “todos os brasileiros”). Adicionalmente, deve ficar claro que um conjunto não necessariamente é constituído por objetos que compartilham mesmas características ou propriedades (como em “o personagem Snoopy, a letra A, a baía da Guanabara e o Pelé”). 1.1.2 Conjuntos e Elementos de um conjunto: relação de pertinência Se um determinado elemento a é elemento de um conjunto A, tal fato denotamos por: aA, o qual é interpretado como segue: a pertence ao conjunto A. Caso contrário, afirmamos que a não pertence ao conjunto A. Tal fato é denotado por: aA Exemplos para fixação das duas definições anteriores. a) Relativamente ao conjunto Vogais = {a, e, i, o, u}, temos que: aVogais h Vogais b) Relativamente ao conjunto B = {x | x é brasileiro} PeléB Bill GatesB 15 Matemática Elementar 1.1.3 Representações mais comuns de um conjunto As representações mais comuns envolvendo conjuntos são descritas conforme apresenta a figura a seguir. Figura: Principais Representações de Conjuntos. a) Descrevendo os elementos do conjunto por uma propriedade exclusiva dos mesmos: IN = {x / x é um número natural} b) Enumerando os seus elementos: {a, e, i, o, u} conjunto das vogais {0, 1, 2, 3, 4,..., 2009,...} conjunto dos números naturais (IN) {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...} conjunto dos números inteiros( ) c) Representação Gráfica pelo Diagrama de Venn: Nesse caso, o diagrama representa os conjuntos A = {6,9} e B = {2,9,10} 6 9 10 A B 2 Descrevendo os seus elementos Enumerando os seus Elementos Representação gráfica pelo Diagramas de Venn 16 Matemática Elementar 1.1.3.1 Diagrama de Venn: uma representação gráfica útil Com frequência, o tratamento dado aos conjuntos e conceitos correlatos usa uma linguagem textual. Todavia, na medida em que outros conceitos são desenvolvidos, como as operações sobre conjuntos, uma linguagem diagramática auxilia o entendimento de definições, facilita o desenvolvimento de raciocínios e permite uma identificação e uma compreensão fácil e rápida dos componentes e dos relacionamentos em discussão. Os Diagramas de Venn (John Venn (1834 -1923), matemático inglês) são universamente conhecidos e são largamente usados nos estudos da Teoria dos Conjuntos. Os diagramas usam figuras geométricas, em geral representadas no plano, para expressar as estruturas da Teoria dos Conjuntos. Em verdade, os conjuntos são apresentados por regiões planas interiores a uma curva fechada e simples (“simples”, aqui significa “não-entrelaçada). Exemplos ilustrativos referentes a empregabilidade dos Diagramas de Venn. 1) Seja A = {2, 3, 4, 5}. No Diagrama de Venn abaixo representado pela figura, temos que: 2 A 3 A 4 A 5 A 6 A 7 A Figura: o Diagrama de Venn do Exemplo. 17 Matemática Elementar 2) Seja A = { }, B = {b} e C = {1,2,3}. O Diagrama de Venn da figura representa esses conjuntos. Figura: o Diagrama de Venn do Exemplo. 3) Sejam A = {2, 3} e B = {1, 2, 3, 4, 5}. Nesse caso temos que A B e A ≠ B, como podemos visualizar no Diagrama de Venn da figura a seguir. Figura: o Diagrama de Venn do Exemplo 3. 4) Consideremos agora A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6, 8}. Nesse caso temos que A e B têm alguns elementos comuns (mas não todos), como podemos visualizar no Diagrama de Venn da figura abaixo. 18 Matemática Elementar Figura: o Diagrama de Venn do Exemplo 4. 5) Sejam A = {1, 2, 3} e B = {4, 6, 8, 9}. Nesse caso temos que A e B não possuem elementos comuns, como podemos visualizar no Diagrama de Venn da figura abaixo. Figura: o Diagrama de Venn do Exemplo 5. 1.1.4 Conjuntos importantes: Universo, Vazio e Unitário Quando vamos desenvolver um certo assunto de Matemática, admitimos a existência de um conjunto U ao qual pertencem todos os elementos utilizados no tal 19 Matemática Elementar assunto. Esse conjunto recebe o nome de conjunto universo e é o maior conjunto caracterizado no contexto. Sendo assim, ao escrevermos, por exemplo, {x | x > -1}, consideramos como sendo o conjunto universo, isto é, os elementos a serem considerados devem ser, antes de mais nada, pertencentes a . Observemos, então que ½ não é elemento de {x | x> -1}, pois não é um número inteiro. Usualmente representamos o conjunto universo por U. Nos diagramas é usual representarmos o conjunto universo por um retângulo e dentro dele os seus subconjuntos. Assim, por exemplo, sendo U = IN, A = {3, 4, 5} e B = {4, 5, 7, 9}, temos a seguinte disposição geométrica mostrada na figura abaixo. Figura: Representação geométrica do conjunto universo. Um conjunto especialmente importante é o conjunto vazio, ou seja, o conjunto sem elementos { }, o qual é usualmente representado pelo seguinte símbolo: . Ou ainda por: { }. O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto. 20 Matemática Elementar Vejamos alguns exemplos envolvendo o conjunto vazio. a) O conjunto de todos os brasileiros com mais de 300 anos. b) O conjunto de todos os números os quais são simultaneamente pares e ímpares. c) {x | 2.x – 1 = 6} é o conjunto vazio, já que não existe x inteiro tal que 2.x – 1 = 6. d) {xIN / x ≠ x} é o conjunto vazio, pois não existe nenhum número natural que seja diferente dele mesmo. e) O conjunto B = { }. O conjunto B é o conjunto vazio. Um tipo de conjunto quase tão importante como o vazio é o conjunto unitário, ou seja, um conjunto constituído por um único elemento. Portanto, existem infinitos conjuntos unitários. Entretanto, para muitas aplicações, podemos usar qualquer conjunto unitário, ou seja, o fato importante é que o conjunto considerado possui um único elemento, sendo irrelevante qual é o elemento que o constitui. A seguir alguns exemplos envolvendo o conjunto unitário. a) O conjunto constituído pelo jogador Pelé. b) O conjunto de todos os números que são simultaneamente pares e primos, que em verdade é o conjunto {2}. c) O conjunto A = { * }, que possui como único elemento o símbolo *. d) O conjunto B = {Ø}. Observemos que o conjunto B, não é o conjunto vazio e sim um conjunto unitário, cujo único elemento é o símbolo Ø, que sem as chaves representa o conjunto vazio. 21 Matemática Elementar 1.1.5 Igualdade de conjuntos Dizemos que dois conjuntos são iguais se ambos tiverem os mesmos elementos ou se ambos foremconjuntos vazios. Exemplo: Sejam os conjuntos A= {1, 2}; B = {2, 1} e C = {1, 2, 2, 2, 1, 1, 2} Podemos afirmar que A, B e C são conjuntos iguais, já que possuem os mesmos elementos que neste caso são os números 1 e 2. 1.1.6 Subconjuntos de um conjunto Para iniciarmos a discussão sobre a noção de um subconjunto de um conjunto, consideremos os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} e B = {1, 3, 5, 7}. Observemos sem grandes dificuldades que, se x é um elemento qualquer de B, então x é um elemento de A, isto é, todo elemento de B é também elemento de A. Desta maneira, temos a seguinte definição. Definição: Diremos que B é um subconjunto de A e indicamos isso por BA, se e somente se todo elemento de B for também elemento de A. Geometricamente, temos a seguinte disposição relacionando a inclusão entre B = {2,4} e A = {2,3,4}, como mostrado na figura abaixo. Figura: Interpretação Geométrica de Subconjunto de um Conjunto. A B 3 2 4 22 Matemática Elementar Vejamos alguns exemplos de relação de inclusão de subconjuntos. 1) {1, 2} {1, 3, 5} 2) {19, 7, -3} {-4, 18, 20} 3) {0, 1, 2} {0, 1, 3, 4, 5, 6, 7} 4) {0} { {0} } 5) {2,3,4} {2,4} Salientamos algumas informações importantes sobre o último conceito descrito, ou seja, sobre a relação de inclusão entre conjuntos. 1 Em vez de falarmos que B é um subconjunto de A, é comum dizermos que B está contido em A, o que não deve ser confundido com a expressão “pertence a A”. 2 Podemos afirmar que BA, se e somente se existir pelo menos um elemento de B que não seja elemento de A, em resumo: BA existe x, xB e xA, conforme demonstrado na figura. Figura: Interpretação Geométrica: BA. A B 23 Matemática Elementar 3 Quando tratamos da relação entre conjuntos temos a Relação de Inclusão. Quando falamos da relação entre Elemento e Conjunto temos a Relação de Pertinência. Não confundir o uso dos símbolos ou , conforme apresenta a figura. Figura: Relação entre Elemento e Conjunto e Relação entre Conjunto e Conjunto. 4 Dado o conjunto A, denominamos de conjunto das partes de A ao conjunto de todos os subconjuntos de A. Denotaremos tal conjunto por P(A). Definição: Consideremos um conjunto A. O Conjunto das Partes de A ou Conjunto Potência de A, denotado por: P(A) ou 2 A é como segue: P(A) = {X | X A} Exemplo: (Conjunto das Partes) Sejam A={a}, B= {a, b} e C = {a, b, c}. Então: P( ) = • ⊂: Serve para indicar que um conjunto está contido em outro conjunto. • Conjunto e Conjunto. Relação de Inclusão (⊂) • ∈: Serve para indicar que um objeto é elemento de um conjunto. • Elemento e Conjunto. Relação de Pertinência (∈) 24 Matemática Elementar P(A)={ , {a}} P(B)={ , {a}, {b}, {a,b}} P(C)={ , {a}, {b}, {c}, {a,b}, {a,c}, {b,c}, {a,b,c}} Supondo que o número de elementos de X é n, podemos mostrar que o número de elementos de P(X) é 2 n . Ou seja, um conjunto C = {a,b,c}, possui n=3, então o número de elementos do conjunto das partes de C será igual a 23 = 8, conforme demonstrado em P(C). 5 Outras formas de ler AB são descritas na figura abaixo: Figura: Outras formas da leitura de AB. A é parte de B A é subconjunto de B B contém A 25 Matemática Elementar 1.1.7 Operações com Conjuntos Sendo A e B conjuntos quaisquer, definimos as seguintes operações com A e B, conforme figura, que frequentemente retratam situações tanto na teoria quanto na prática. Figura: As operações entre Conjuntos. 1.1.7.1 União de Conjuntos Dados os conjuntos A e B, chamamos de união de A e B ao conjunto AB formado pelos elementos que pertencem a A ou a B ou a ambos. Em símbolos, a união entre A e B é caracterizada por: AB = {x | xA ou xB}, conforme representado na figura. A B União Intersecção Diferença Complemento de A Operação entre conjuntos 26 Matemática Elementar Figura: Representação da União. Exemplos que ilustram a determinação da união entre dois conjuntos A e B. 1) Consideremos os seguintes conjuntos: Dígitos = {0,1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} Vogais = {a, e, i, o, u} Pares = {0, 2, 4, 6,...} DígitosVogais = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,a,e,i,o,u} DígitosPares = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,14,16,...} A representação geométrica do exemplo 1 é mostrada na figura abaixo. Figura: Representação da União do exemplo 1. A B 27 Matemática Elementar 2) Suponha os conjuntos A = {xIN | x > 2} e B = {xIN | x 2 = x}. Então: AB ={0,1, 3, 4, 5, 6..} 3) Consideremos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6}. Desta forma o conjunto AB é dado por: AB = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. A representação geométrica de AB é mostrada na figura abaixo. Figura : Representação da União do exemplo. 4) Consideremos A = {3, 5, 6} e B = {1, 2, 7}. Desta forma o conjunto AB é dado por: AB = {1, 2, 3, 5, 6, 7}. A representação geométrica de AB é mostrada na figura. Figura: Representação da União do exemplo. 28 Matemática Elementar 5) Consideremos A = {3, 4} e B = {1, 2, 3, 4}. Desta forma o conjunto AB é dado por: AB = {1, 2, 3, 4}. A representação geométrica de AB é mostrada na figura abaixo. Figura: Representação da União do exemplo. 1.1.7.1.1 Propriedades da União de Conjuntos As seguintes propriedades da operação união podem ser facilmente verificadas. Suponha os conjuntos A, B e C: a) Elemento neutro. A = A = A b) Idempotência. AA = A c) Comutativa.AB = BA d) Associativa. Na figura abaixo é ilustrada a associatividade usando Diagramas de Venn. 29 Matemática Elementar A (BC) = (AB)C Figura: Associatividade da união. 1.1.7.2 Intersecção de Conjuntos Dados os conjuntos A e B, chamamos de intersecção de A e B ao conjunto AB formado pelos elementos que são comuns aos dois conjuntos. Em símbolos, a intersecção entre A e B é caracterizada por: AB = {x | xA e xB}. A representação gráfica da interseção é apresentada na figura. Figura: Representação geométrica da Intersecção entre A e B. 30 Matemática Elementar A seguir alguns exemplos que ilustram a intersecção entre dois conjuntos A e B. 1) Consideremos os conjuntos: Dígitos = {0,1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} Vogais = {a, e, i, o, u} Pares = {0, 2, 4, 6,...} DígitosVogais = (Conjuntos disjuntos) DígitosPares = {0, 2, 4, 6, 8} A figura abaixo mostra a representação geométrica das situações descritas no exemplo 1. Figura: Intersecção do exemplo 1. Dois conjuntos A e B são ditos disjuntos quando a intersecção entre eles é o conjunto vazio. Suponha os conjuntos A={xIN | x > 2} e B = {xIN | x 2 = x}. Então: A B = (conjuntos disjuntos). 31 Matemática Elementar 2) Dados A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6}, os elementos comuns a A e B são 2 e 4, ou seja, temos que o conjunto intersecção de A e B, A B = {2, 4}. A figura abaixo ilustra tal situação. Figura: A Intersecção do exemplo 2. 3) Consideremos A = {3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5}. Neste caso o conjunto intersecção de A e B é dado por: A B = {3, 4}. A figura abaixo ilustra tal situação. Figura: A Intersecção do exemplo 3. 32 Matemática Elementar 4) Consideremos A = {3, 5} e B = {6, 8}. Neste caso não existem elementos comuns, ou seja, o conjunto intersecção de A e B é o conjunto vazio. AB= (conjuntos disjuntos). A figura abaixo ilustra tal situação. Figura: A Intersecção do exemplo 4. 1.1.7.2.1 Propriedades da Intersecção de Conjuntos As seguintes propriedades da operação intersecção podem ser facilmenteverificadas. Suponhamos os conjunto A, B e C: a) Elemento neutro. A U = U A = A b) Idempotência. A A = A c) Comutativa. A B = B A d) Associativa. A (BC) = (A B)C 1.1.7.3 Diferença de Conjuntos Dados os conjuntos A e B, chamamos de diferença A – B ao conjunto dos elementos que pertencem a A (ao primeiro) e não pertencem a B (ao segundo). Em símbolos a diferença A – B é definida da seguinte forma: A – B = {x | xA e xB} 33 Matemática Elementar Vejamos alguns exemplos que ilustram a diferença entre conjuntos. 1) Consideremos os conjuntos: Dígitos = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} Vogais = {a, e, i, o, u} Pares = {0, 2, 4, 6,...} Dígitos – Vogais = Dígitos Dígitos – Pares = {1, 3, 5, 7, 9} As diferenças determinadas acima são mostradas na figura abaixo. Figura: Diferença: Dígitos – Vogais (esquerda) e Dígitos – Pares (direita). 2) Consideremos agora os conjuntos A = {xIN | x > 2} e B = {xIN | x 2 = x}. Então: A – B = {3, 4, 5, 6,...} B – A = {0, 1} 34 Matemática Elementar 3) Sejam A = { 1, 2, 3, 4, 5} e B = {2, 4, 6, 8}, daí A – B = {1, 3, 5} como mostramos na figura. Figura: A diferença A – B do exemplo. 4) Consideremos A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {2, 4, 6, 8} então B – A = {6, 8} como mostrado na figura a seguir. Figura: A diferença B – A do exemplo. 5) Consideremos A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {2, 5} então A – B = {1, 3, 4} como mostrado na figura. 35 Matemática Elementar Figura: A diferença A – B do exemplo. 6) Consideremos A = {2, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 3, 4, 5} então A – B é o conjunto vazio, ou seja, A – B = . 7) Consideremos A = {3, 4, 5} e B = {2, 7, 8}, então: A – B = {3, 4, 5} = A B – A = {2, 7, 8} = B Desta forma, percebemos neste exemplo que em geral temos que A – B ≠ B – A. 8) Consideremos os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5} então: A – B = {1, 2} e B – A = {5} 36 Matemática Elementar 1.1.7.4 Complemento de Um Conjunto A Consideremos o conjunto universo U. O Complemento de um conjunto AU, é denotado por: A’ ou ~ A e é representado como segue: ~ A = {xU | xA}. Relacionando com a lógica, o complemento corresponde a noção de negação. Ou seja, considera todos os elementos do universo que não pertencem ao conjunto original. Observemos que o símbolo de complemento (~) é um dos símbolos usados para a negação na lógica. Vejamos alguns exemplos ilustrativos envolvendo o complemento de um conjunto A. 1) Consideremos o conjunto universo Dígitos = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9}. Seja A = {0, 1, 2}. Então: ~ A = {3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} O complementar de A neste exemplo 1 é mostrado na figura. Figura: Um conjunto (esquerda) e o seu complemento (direita). 2) Suponhamos o conjunto universo IN. Seja A={0, 1, 2}. Então: ~ A={xIN |x >2} 37 Matemática Elementar IMPORTANTE : o A união de um conjunto com seu complemento sempre resulta no conjunto universo. o A intersecção de um conjunto com seu complemento sempre resulta no conjunto vazio. o Uma importante propriedade da operação de complemento, decorrente da sua própria definição, denominada de duplo complemento, é o fato de que, para um dado conjunto AU, vale: ~ ~ A = A 1.2 Conjuntos Numéricos Os seguintes conjuntos são importantíssimos dentro da Matemática em geral e, principalmente para os nossos propósitos na disciplina em particular e que possuem uma denotação universalmente aceita são os listados a seguir. Mas, a priori já conhecemos os conjuntos dos números naturais (ℕ) e dos números inteiros (ℤ), sendo que ℕ ℤ. ℕ: Conjunto dos Números Naturais = {0, 1, 2, 3,...} ℤ: Conjunto dos Números Inteiros = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...} ℚ: Conjunto dos Números Racionais I : Conjunto dos Números Irracionais ℝ: Conjunto dos Números Reais 38 Matemática Elementar Temos a seguinte relação de inclusão entre os conjuntos numéricos citados acima, como podemos visualizar na figura abaixo. Figura: A relação de inclusão entre os principais conjuntos numéricos. Neste caso, leia a simbologia da seguinte forma: o conjunto dos números naturais (ℕ) está contido no conjunto dos números inteiros (ℤ); que, por sua vez, está contido no conjunto dos números racionais (ℚ); que por sua vez está contido no conjunto dos números reais ℝ, que será o nosso universo de estudo. Número Racional: Chamamos de número racional a todo número que pode ser escrito na forma 𝑝 𝑞 onde p e q são números inteiros, com q ≠ 0. Indicaremos o conjunto dos números racionais por ℚ. Desta forma: ℚ = {x / x = 𝑝 𝑞 ; p ℤ, q ℤ e q ≠ 0} 39 Matemática Elementar Por exemplo: a) 1 = 1 1 b) 0,75 = 4 3 c) 3 1 = 0,3333333... d) 0 = 1 0 e) 2,71 = 100 271 f) 5 = 1 5 g) 0,7171717171... = 99 71 IMPORTANTE : o Temos que N Z Q. o A forma decimal de todo número racional ou é exata ou é não exata e periódica infinita. Em outras palavras, um número racional é aquele que você pode escrever na forma de fração. Nessa definição encaixam-se todos os números naturais, inteiros, decimais e também as dízimas periódicas. o Dízimas periódicas são números racionais cuja representação decimal é infinita. São originadas da divisão entre 2 números inteiros. Ou ainda: é um número que quando escrito no sistema decimal apresenta uma série infinita de algarismos decimais que, a partir de um certo algarismo, se repetem em grupos de um ou mais algarismos, ordenados sempre na mesma disposição e chamados de período. o Exemplos: o 0,7222222222..... o 3 1 = 0,3333333.... o 0,584444444..... 40 Matemática Elementar Número Irracional: Existem, ainda, os números cujas formas decimais não são exatas nem periódicas, os quais denominamos de números irracionais. Ou seja, um número é irracional quando não podemos passá-lo para a forma de fração, ou seja, é número não fracionário e tem infinitas casas decimais não periódicas. Logo, não podemos expressar um número irracional como uma divisão entre dois números inteiros. Perceba que a união desses dois conjuntos, racionais e irracionais, dá o conjunto dos números reais ℝ. Ao representarmos, na reta numérica, os números racionais e os números irracionais, estamos estabelecendo a seguinte correspondência: todo número real possui uma representação na reta numérica e todo ponto da reta numérica é a representação de um número real (veremos mais a frente). Exemplo de números irracionais: -2,24681012... -1,234567234709876... 0,10011101100001111... 4,367823498701011123... 2 = 1,414213562... 3 = 1,7320508... e = 2,718281827... = 3,1415926535... 41 Matemática Elementar 1.2.1 Intervalos: Subconjuntos importantes dos Números Reais Vimos que o conjunto dos números irracionais é, portanto, o complementar do conjunto ℚ (dos números racionais) em relação ao conjunto dos números reais. Desta maneira, definimos alguns subconjuntos dos números reais que são muito importantes, dentre eles os intervalos. Todavia, antes de definirmos os intervalos, definimos: ℝ = { 𝒙 ∈ ℝ | x ≤ 0} ℝ = { 𝒙 ∈ ℝ | x < 0} ℝ+= { 𝒙 ∈ ℝ | x ≥ 0} ℝ+ ∗ = { 𝒙 ∈ ℝ | x > 0} De forma similar, podemos definir os associados a ℕ, ℤ e ℚ. Além disso, se considerarmos a e b dois números reais, com a < b, consideraremos, na nossa disciplina e ao longo do curso, os seguintes subconjuntos de ℝ chamados de intervalos, definidos como segue: [a, b] = {𝒙 ∈ ℝ | a ≤ x ≤ b} ]a, b[ = {𝒙 ∈ ℝ | a < x < b} [a, b[ = { 𝒙 ∈ ℝ | a ≤ x < b} ]a, b] = { 𝒙 ∈ ℝ| x ≥ a} ]a, [ = { 𝒙 ∈ ℝ | x > a} [- , a] = { 𝒙 ∈ ℝ | x ≤ a} [- , a[ = { 𝒙 ∈ ℝ | x < a} 42 Matemática Elementar Atividades Para encerrarmos, como forma de fixação da teoria apresentada, listamos algumas atividades resolvidas sobre o conteúdo de Conjuntos e Conjuntos Numéricos trabalhados nessa unidade 1. Conjuntos 1) Escrever os elementos dos seguintes conjuntos: a) A = {x | x é letra da palavra matemática} b) A = {x | x é cor da bandeira brasileira} c) A = {x | x é nome do estado que começa com a} 2) Descrever por meio de uma propriedade característica dos elementos cada um dos conjuntos seguintes: a) A = {0, 2, 4, 6, 8,...} b) B = {0, 1, 2,..., 9} c) C = {Brasília, Rio de Janeiro, Salvador} 3) Escrever os elementos dos conjuntos a seguir: a) O conjunto dos múltiplos inteiros de 3, entre -10 e +10; b) O conjunto dos divisores inteiros de 42; c) O conjunto dos múltiplos inteiros de 0; 43 Matemática Elementar d) O conjunto das frações com numerador e denominador compreendidos entre 0 e 3; e) O conjunto dos nomes das capitais da região Centro-Oeste do Brasil. 4) Descrever por meio de uma propriedade dos elementos: a) A = {+1, -1, +2, -2, +3, -3, +6, -6} b) B = {0, -10, -20, -30, -40,...} c) C = {1, 4, 9, 16, 25,...} d) D = {Lua} 5) Quais dos conjuntos abaixo são unitários? a) A = {x | x < 4 9 e x > 5 6 } b) B = {x | 0.x = 2} c) C = {x | x é inteiro e x 2 = 3} d) D = {x | x = 2.x + 1 = 7} 6) Dados A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4}, pede-se: a) Escrever com os símbolos da teoria dos conjuntos as seguintes sentenças: 1a) 3 é elemento de A 2a) 1 não está em B 3a) B é parte de A 4a) B é igual a A 5a) 4 pertence a B 44 Matemática Elementar b) Classifique as sentenças anteriores em falsa ou verdadeira. 7) Transcreva as sentenças abaixo utilizando a notação simbólica: a) O conjunto A está contido no conjunto B. b) O conjunto C inclui B. c) O conjunto A não é subconjunto de B. d) O conjunto A não contém C. 8) Escreva os conjuntos abaixo na forma tabular: a) Conjunto dos números positivos, ímpares e menores que 20. b) Conjunto dos números primos de 1 a 20 (inclusive). c) Conjunto das raízes da equação 3.x + 1 = 2.x – 4 d) {x / 𝑥2 - 16 = 0}. e) O Conjunto das soluções que simultaneamente resolvem 2.x – 1 = 7 e 𝑥2 – 5.x + 4 = 0. f) {x / 𝑥2 – 25 e x – 2 = -7} g) Os algarismos de 12355. h) {x / x é algarismo de 1214}. i) Conjunto das raízes da equação x = 0. j) Conjunto dos números positivos, pares e menores que 15. 45 Matemática Elementar 9) Escreva os conjuntos abaixo utilizando a notação da propriedade: a) {2, 4, 6, 8,..., 20 b) {2, 8, 5} c) O conjunto dos números primos entre 5 e 21, inclusive. d) {2, 3, 4} 10) Seja A = {x / x é algarismo de 34210}, B = {0, 1, 2, 3, 4, 0}, C = {1, 3}, D = {2, 4, 5}. Assinale V para verdadeiro e F para falso: a) C B b) CA c) A C d) D B 11) Se B = {p, q, r}, diga se as proposições abaixo são verdadeiras ou falsas. a) B b) B c) BU d) BU 12) Escrever todos os subconjuntos de {1, {1}, {2}, 3} com dois elementos. 46 Matemática Elementar 13) Sendo A = {1, 2, 3}, vamos obter o conjunto das partes de A. 14) Consideremos as seguintes sentenças: 1 a ) Nenhum esportista é preguiçoso. 2 a ) Carlos é advogado. 3 a ) Todos os advogados são preguiçosos. Admitindo que as três sentenças são verdadeiras, verifique qual das sentenças a seguir é certamente verdadeira. a) Todos os preguiçosos são advogados. b) Algum esportista é advogado. c) Alguns advogados são esportistas. d) Carlos não é esportista. 15) Diga que conjunto abaixo são finitos e infinitos: a) O conjunto dos números inteiros entre 1 e 5. b) O conjunto das frações compreendidas entre 1 e 2. c) O conjunto das soluções de x 8 +2.x 4 – x 3 + 12 = 0. d) O conjunto dos números primos maiores do que 7. e) O conjunto dos números pares. f) O conjunto dos números ímpares. g) O conjunto das raízes da equação x 2 = -1, considerando o conjunto universo como sendo o conjunto dos números reais. h) O conjunto dos pares maiores que 2. 47 Matemática Elementar i) O conjunto dos números ímpares inferiores a 1.234.678. 16) Dados os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {3, 4, 5} e C = {1, 5, 6}, determine o conjunto D, sabendo que AD = {3}, BD = {3, 5} e CD = {5, 6} e D possui apenas quatro elementos. 17) Suponhamos o conjunto universo S = {p, q, r, s, t, u, v, w} bem como os seguintes conjuntos: A = {p, q, r, s} B = {r, t, v} C = {p, s, t, u} Então, determine: a) BC b) AC c) ~ C d) ABC e) B – C f) ~ (AB) g) (AB) ~ C 18) Uma prova era constituída de dois problemas. 300 alunos acertaram somente um dos problemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o primeiro. Quantos alunos fizeram a prova? 48 Matemática Elementar 19) Numa indústria, 120 operários trabalham de manhã, 130 trabalham à tarde, 80 trabalham à noite, 60 trabalham de manhã e à tarde, 50 trabalham de manhã e à noite, 40 trabalham à tarde e à noite e 20 trabalham nos três períodos. Quantos operários trabalham só de manhã? 20) Se A B = {6, 8, 10}, A = {4, x, 8, 10} e B = {2, x, y, 10, 12} obtenha x + y. 21) Sendo A = {1, 2, 3, 4}, B = {3, 4, 5, 6} e C = {4, 5, 6, 7}, calcule (AB) – (B C). 22) Seja A um conjunto com m subconjuntos, m natural. Acrescentando-se dois novos elementos ao conjunto A, qual o número de subconjuntos do novo conjunto formado? 23) Transcreva as sentenças abaixo utilizando a notação simbólica: a) “e” é membro do conjunto A. b) “p” é elemento de A. c) “a” não é elemento de A. d) “b” não é membro de B. 24) No Centro Universitário do Sul de Minas Gerais são lidos dois jornais, A e B; exatamente, 80% dos alunos lêem o jornal A e 60% o jornal B. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais, qual o percentual de alunos que lêem ambos? 49 Matemática Elementar Conjuntos Numéricos 1) Encontrar a fração geratriz de 0,44444... 2) Encontrar a fração geratriz de 2,7051515151... 3) Qual a intersecção dos conjuntos {{ x }} e { x }? 4) Dê alguns exemplos de números racionais compreendidos entre e + 1. 5) Classificar em Verdadeira (V) ou Falsa (F) as seguintes afirmações: a) 9 4 Q b) 3 2 I c) 7 2 Q 50 Matemática Elementar d) 3 2 e) 7 2 f) e g) π h) 7 2 i) 3 15 Q j) 7 2 k) 3 12 Q l) 3 15 51 Matemática Elementar m) 0 n) 0 I o) 1 I p) 10Q 6) Converta a notação de intervalo para desigualdade ou vice-versa. Encontre os extremos e verifique se o intervalo é limitado e seu tipo. a) [-6, 3 [ b) ]- , -1[ c) -2 ≤ x ≤ 3 52 Matemática Elementar Gabarito Conjuntos 1) Escrever os elementos dos seguintes conjuntos: a) A = {x | x é letra da palavra matemática} b) A = {x | x é cor da bandeira brasileira} c) A = {x | x é nome do estado que começa com a} Solução: a) A = {m, a, t, e, i, c} b) B = {branco, azul, amarelo, verde} c) C = {Amazonas, Amapá, Acre, Alagoas} 2) Descrever por meio de uma propriedade característica dos elementos cada um dos conjuntos seguintes: a) A = {0, 2, 4, 6, 8,...} b) B = {0, 1, 2,..., 9} c) C = {Brasília, Rio de Janeiro, Salvador} Solução: a) A = {x | x é inteiro, par enão negativo} b) B = {x | x é algarismo arábico} c) C = {x | x é nome da cidade que já foi capital do Brasil} 3) Escrever os elementos dos conjuntos a seguir: a) O conjunto dos múltiplos inteiros de 3, entre -10 e +10; b) O conjunto dos divisores inteiros de 42; c) O conjunto dos múltiplos inteiros de 0; 53 Matemática Elementar d) O conjunto das frações com numerador e denominador compreendidos entre 0 e 3; e) O conjunto dos nomes das capitais da região Centro-Oeste do Brasil. Solução: a) A = {-9, -6, -3, 0, 3, 6, 9} b) B = {±1, ±2, ±3, ±6, ±7, ±14, ±21, ±42} c) C = {0} d) D = {1 1 , 2 1 , 1 2 , 2 2 } e) {Cuiabá, Campo Grande, Goiânia} 4) Descrever por meio de uma propriedade dos elementos: a) A = {+1, -1, +2, -2, +3, -3, +6, -6} b) B = {0, -10, -20, -30, -40,...} c) C = {1, 4, 9, 16, 25,...} d) D = {Lua} Solução: a) A = {x | x é divisor de 6} b) B = {x | x é múltiplo inteiro e negativo de 10} c) C = {x | x é quadrado de um inteiro} d) D = {x | x é satélite da Terra} 5) Quais dos conjuntos abaixo são unitários? a) A = {x | x < 4 9 e x > 5 6 } 54 Matemática Elementar b) B = {x | 0.x = 2} c) C = {x | x é inteiro e x 2 = 3} d) D = {x | x = 2.x + 1 = 7} Solução: Neste caso, temos que apenas o conjunto D é um conjunto unitário, ou seja, podemos escrever D = {3}. 6) Dados A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4}, pede-se: a) Escrever com os símbolos da teoria dos conjuntos as seguintes sentenças: 1a) 3 é elemento de A 2a) 1 não está em B 3a) B é parte de A 4a) B é igual a A 5a) 4 pertence a B b) Classifique as sentenças anteriores em falsa ou verdadeira. Solução: 1a) 3A (VERDADEIRA) 2a) 1 b (VERDADEIRA) 3a) B A (VERDADEIRA) 4a) B = A (FALSA) 5a) 4B (VERDADEIRA) 55 Matemática Elementar 7) Transcreva as sentenças abaixo utilizando a notação simbólica: a) O conjunto A está contido no conjunto B. AB b) O conjunto C inclui B. C B c) O conjunto A não é subconjunto de B. A B d) O conjunto A não contém C. A ⊉ C 8) Escreva os conjuntos abaixo na forma tabular: a) Conjunto dos números positivos, ímpares e menores que 20. b) Conjunto dos números primos de 1 a 20 (inclusive). c) Conjunto das raízes da equação 3.x + 1 = 2.x – 4 d) {x / 𝑥2 - 16 = 0}. e) O Conjunto das soluções que simultaneamente resolvem 2.x – 1 = 7 e 𝑥2 – 5.x + 4 = 0. f) {x / 𝑥2 – 25 e x – 2 = -7} g) Os algarismos de 12355. h) {x / x é algarismo de 1214}. i) Conjunto das raízes da equação x = 0. j) Conjunto dos números positivos, pares e menores que 15. Solução: a) {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19} b){1, 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19} c) {-5} 56 Matemática Elementar d) {-4, 4} e) {4} f) {-5} g) {1, 2, 3, 5} h) {1, 2, 4} i) {0} j) {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14} 9) Escreva os conjuntos abaixo utilizando a notação da propriedade: a) {2, 4, 6, 8,..., 20} {x / x é par e 2 ≤ x ≤ 20} b) {2, 8, 5} {x / x é algarismo de 285} c) O conjunto dos números primos entre 5 e 21, inclusive. {x / x é primo e está entre 5 e 21 inclusive} d) {2, 3, 4} {x / x é algarismo de 324} 10) Seja A = {x / x é algarismo de 34210}, B = {0, 1, 2, 3, 4, 0}, C = {1, 3}, D = {2, 4, 5}. Assinale V para verdadeiro e F para falso: 57 Matemática Elementar e) C B (F) f) CA (F) g) A C (V) h) D B (V) 11) Se B = {p, q, r}, diga se as proposições abaixo são verdadeiras ou falsas. e) B (F) f) B (F) g) BU (V) h) BU (F) 12) Escrever todos os subconjuntos de {1, {1}, {2}, 3} com dois elementos. Solução: Escolhendo sempre dois entre os 4 elementos, 1, {1}, {2} e 3, podemos formar os seguintes subconjuntos do conjunto dado: {1, {1}}; {1, {2]}; {1, 3}; {{1}, {2}}; {{1}, 3} e {{2}, 3} 13) Sendo A = {1, 2, 3}, vamos obter o conjunto das partes de A. Solução: Observemos que: Elementos de A: 1A, 2A, 3A 58 Matemática Elementar Subconjuntos de A: A; {1}A; {2}A; {3}A; {1, 2}A; {1, 3}A; {2, 3}A; {1, 2, 3}A Desta forma, concluímos que o conjunto das partes de A, ao qual denotamos por P(A) é dado por: P(A) = { , {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}} 14) Consideremos as seguintes sentenças: 1 a ) Nenhum esportista é preguiçoso. 2 a ) Carlos é advogado. 3 a ) Todos os advogados são preguiçosos. Admitindo que as três sentenças são verdadeiras, verifique qual das sentenças a seguir é certamente verdadeira. a) Todos os preguiçosos são advogados. b) Algum esportista é advogado. c) Alguns advogados são esportistas. d) Carlos não é esportista. Solução: Consideremos os seguintes conjuntos: A = Conjunto dos Advogados E = Conjunto dos Esportistas P = Conjuntos dos Preguiçosos Das premissas (premissas são as sentenças iniciais, supostas verdadeiras) concluímos que o diagrama dos conjuntos é como mostrado na figura abaixo: 59 Matemática Elementar Logo, concluímos que: a) Esta não pode ser considerada obrigatoriamente verdadeira, pois o que sabemos é que “todos os advogados são preguiçosos” (isto é, AP), mas ninguém nos garante que todos os preguiçosos são advogados (isto é, AP ). b) Não há elemento comum aos conjuntos P e E. Portanto, a sentença (b) é falsa. c) Pela mesma razão da letra anterior, a sentença (c) é falsa. d) A sentença (d) é verdadeira. 15) Diga que conjunto abaixo são finitos e infinitos: j) O conjunto dos números inteiros entre 1 e 5. Finito k) O conjunto das frações compreendidas entre 1 e 2. Infinito l) O conjunto das soluções de x 8 +2.x 4 – x 3 + 12 = 0. Finito m) O conjunto dos números primos maiores do que 7. Infinito n) O conjunto dos números pares. Infinito o) O conjunto dos números ímpares. Infinito p) O conjunto das raízes da equação x 2 = -1, considerando o conjunto universo como sendo o conjunto dos números reais. Finito q) O conjunto dos pares maiores que 2. Infinito 60 Matemática Elementar r) O conjunto dos números ímpares inferiores a 1.234.678. Finito 16) Dados os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {3, 4, 5} e C = {1, 5, 6}, determine o conjunto D, sabendo que AD = {3}, BD = {3, 5} e CD = {5, 6} e D possui apenas quatro elementos. Solução: AD = {3}, donde concluímos que 1D; 2D; 3D. BD = {3, 5}, logo concluímos que 3D; 4D; 5D. CD = {5, 6}, logo concluímos que 5D; 1D; 6D. Logo, D = {3, 5, 6, x} onde x{1, 2, 3, 4, 5, 6} 17) Suponhamos o conjunto universo S = {p, q, r, s, t, u, v, w} bem como os seguintes conjuntos: A = {p, q, r, s} B = {r, t, v} C = {p, s, t, u} Então, determine: h) BC i) AC j) ~ C k) ABC l) B – C m) ~ (AB) n) (AB) ~ C 61 Matemática Elementar Solução: Neste caso, temos que: a) BC = { t } b) AC = {p, q, r, s, t, u} c) ~ C = {q, r, v, w} d) ABC = (AB)C = {r}C = { } e) B – C = {r, v} f) ~ (AB) = {u, w} g) (AB) ~ C = {q, r, v} 18) Uma prova era constituída de dois problemas. 300 alunos acertaram somente um dos problemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o primeiro. Quantos alunos fizeram a prova? Solução: Vamos resolver o exercício utilizando o Diagrama de Venn, para tal consideremos os conjuntos: A = {alunos que acertaram o primeiro problema} B = {alunos que acertaram o segundo problema} 62 Matemática Elementar Desta forma: Primeiro Passo: colocar o valor 100 (AB); Segundo Passo: colocar o valor 160 (260 – 100); Terceiro Passo: colocar o valor 210 (210 = número de alunos que erraram o primeiro problema); Quarto Passo: colocar o valor 140 (140 = 300 – 160); Portanto, o total de alunos que fizerama prova é: 140 + 100 + 160 + 50 = 450 alunos 19) Numa indústria, 120 operários trabalham de manhã, 130 trabalham à tarde, 80 trabalham à noite, 60 trabalham de manhã e à tarde, 50 trabalham de manhã e à noite, 40 trabalham à tarde e à noite e 20 trabalham nos três períodos. Quantos operários trabalham só de manhã? Solução: Neste caso, temos que: A = {trabalham de manhã} B = {trabalham à tarde} C = {trabalham à noite} 63 Matemática Elementar Desta forma, temos o seguinte diagrama de Venn associado: Onde devemos seguir a seqüência de passos descrita abaixo: Primeiro Passo: colocar o valor 20 (trabalham nos três períodos, i.e., a interseção dos três conjuntos); Segundo Passo: colocar o valor 40 (60 trabalham de manhã e à tarde); Terceiro Passo: colocar o valor 20 (interseção: CB); Quarto Passo: colocar o valor 30 interseção: (AC); Quinto Passo: colocar os valores 60, 50 e 10 (que trabalham só em um período); Portanto, o número de operários que trabalham só no período da manhã é igual a 30. 64 Matemática Elementar 20) Se A B = {6, 8, 10}, A = {4, x, 8, 10} e B = {2, x, y, 10, 12} obtenha x + y. Solução: Olhando para A e AB, concluímos que x = 6; além disso, olhando para B e AB segue que y = 8. Portanto, temos que: x + y = 6 + 8 = 14 21) Sendo A = {1, 2, 3, 4}, B = {3, 4, 5, 6} e C = {4, 5, 6, 7}, calcule (AB) – (B C). Solução: Olhando para os conjuntos, segue que: AB = {3, 4} BC = {3, 4, 5, 6, 7} Portanto (AB) – (BC) = 22) Seja A um conjunto com m subconjuntos, m natural. Acrescentando-se dois novos elementos ao conjunto A, qual o número de subconjuntos do novo conjunto formado? Solução: Faça um exemplo particular para entendimento, por exemplo, considere m = 2, e comprove que o novo conjunto tem 4 x 2 = 8 subconjuntos. 65 Matemática Elementar 23) Transcreva as sentenças abaixo utilizando a notação simbólica: e) “e” é membro do conjunto A. eA f) “p” é elemento de A. pA g) “a” não é elemento de A. aA h) “b” não é membro de B. bB 24) No Centro Universitário do Sul de Minas Gerais são lidos dois jornais, A e B; exatamente, 80% dos alunos lêem o jornal A e 60% o jornal B. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais, qual o percentual de alunos que lêem ambos? Solução: Consideremos os conjuntos: A = {alunos que lêem o jornal A} B = {alunos que lêem o jornal B} Dica: Sempre devemos começar pela interseção entre os conjuntos. Sendo assim, o número de alunos que lêem ambos os jornais, pode ser obtido como segue: 80% - x + x + 60% - x + 0% = 100% Portanto x = 40% 66 Matemática Elementar Conjuntos Numéricos 1) Encontrar a fração geratriz de 0,44444... Solução: Consideremos x = 0,444444..., então: 10x = 4,44444444... x = 0,44444444.... Subtraindo, obtemos que: 10x – x = 4 9.x = 4 x = 9 4 2) Encontrar a fração geratriz de 2,7051515151... Solução: Consideremos x = 2,70515151...., daí: 100x = 270,51515151.... x = 2,70515151.... Subtraindo, obtemos que: 100x – x = 267,81 99.x = 267,81 x = 99 81,267 Ou seja, multiplicando e dividindo a fração anterior por 100, obtemos: 67 Matemática Elementar x = 9900 26781 3) Qual a intersecção dos conjuntos {{ x }} e { x }? Solução: Como os conjuntos dados não possuem nenhum elemento em comum, podemos afirmar que: {{ x }} { x } = { } 4) Dê alguns exemplos de números racionais compreendidos entre e + 1. Solução: Lembrando que 3,1416, segue que + 1 4,1416, logo alguns números racionais compreendidos entre e + 1 são 3,142; 3,149; 4,078; etc. 5) Classificar em Verdadeira (V) ou Falsa (F) as seguintes afirmações: a) 9 4 Q (Verdadeiro) b) 3 2 I (Falso) c) 7 2 Q (Falso) d) 3 2 (Verdadeiro) 68 Matemática Elementar e) 7 2 (Falso) f) e (Verdadeiro) g) π (Verdadeiro) h) 7 2 (Falso) i) 3 15 Q (Verdadeiro) j) 7 2 (Falso) k) 3 12 Q (Falso) l) 3 15 (Falso) m) 0 (Falso) 69 Matemática Elementar n) 0 I (Verdadeiro) o) 1 I (Verdadeiro) p) 10Q (Falso) 6) Converta a notação de intervalo para desigualdade ou vice-versa. Encontre os extremos e verifique se o intervalo é limitado e seu tipo. a) [-6, 3 [ O intervalo [-6, 3 [ corresponde a -6 ≤ x , 3, é limitado e é do tipo fechado á esquerda e aberto à direita.os extremos são -6 e 3. b) ]- , -1[ O intervalo ]- , -1[ corresponde a x < -1, não é limitado e é aberto. O extremo é somente -1. c) -2 ≤ x ≤ 3 A desigualdade -2 ≤ x ≤ 3 corresponde a um intervalo fechado e limitado, dado por [-2, 3]. Os extremos são -2 e 3. 70 Matemática Elementar - Aplicar as propriedades envolvendo a potenciação e radiciação na resolução de problemas simulados. - Reconhecer um monômio e um polinômio como uma soma algébrica de monômios. Potenciação Radiciação Monômio e Polinômio Objetivos da Unidade Plano de Estudos II Unidade II – Potência, Radicais e Polinômios 71 Matemática Elementar 2.1 Radiciação e Potenciação Nessa unidade estaremos interessados em discutir as definições envolvendo a radiciação e a potenciação, bem como suas principais propriedades, que constituem assuntos importantes dentre os aspectos introdutórios da Matemática Elementar e serão muito utilizados em várias situações problemas. Uma breve definição de cada um desses termos está apresentada na figura abaixo. Figura: Radiciação e Potenciação. A figura a seguir generaliza a representação da potência: xn Figura: Representação de Potência Potenciação • Operações envolvendo potências (expoentes) • Quando dizemos que um número qualquer está "elevado à potencia 4", por exemplo, estamos dizendo que este número será multiplicado por ele mesmo 4 vezes. • Exemplo: 54 = 5 · 5 · 5 · 5 = 625 Radiciação •Operações envolvendo radicais (raízes). •Radiciação é o inverso da potenciação. •Para acharmos a raiz quarta de 625 devemos nos perguntar qual o número que multiplicado por ele mesmo quatro vezes resulta em 625? Ou seja, qual o número que elevado a potência 4 resulta em 625? •Exemplo: 4 625= 5 Expoente ou potência Base 72 Matemática Elementar A figura abaixo representa as nomenclaturas da radiciação: √𝑎 𝑛 Figura: Nomenclatura da radiciação Se b 2 = a, então dizemos que b é a raiz quadrada de a. Por exemplo, 2 e –2 são raízes quadradas de 4 porque 2 2 = (–2) 2 = 4. Analogamente, temos que: 3 e – 3 são raízes quadradas de 9, já que 3 2 = (–3) 2 = 9. 4 e – 4 são raízes quadradas de 16, já que 4 2 = (–4) 2 = 16. 5 e – 5 são raízes quadradas de 25, já que 5 2 = (–5) 2 = 25. Similarmente, temos que se b 3 = a, então dizemos que b é a raiz cúbica de a. Por exemplo, 2 é raiz cúbica de 8 porque 2 3 = 8. Analogamente, temos que: 3 é raiz cúbica de 27 porque 3 3 = 27. 4 é raiz cúbica de 64 porque 4 = 64. 5 é raiz cúbica de 125 porque 5 3 = 125. Desta maneira podemos generalizar as duas informações anteriores como segue. Definição: Consideremos n um número inteiro maior que 1 (n > 1) e a e b números reais. Definimos: radical radicando 73 Matemática Elementar i) Se b n = a, então b é dita uma raiz n-ésima de a. ii) Se a possui uma raiz n-ésima, então a principal raiz n-ésima de a é aquela com o mesmo sinal de a. iii) A principal raiz n-ésima de a é denotada pela expressão com radical n a . O inteiropositivo n é o índice do radical e a é o radicando. Sendo assim, por exemplo: 3 e – 3 são raízes quadradas de 9, já que 3 2 = (–3) 2 = 9. Logo, a principal raiz quadrada de 9 é 3. 4 e – 4 são raízes quadradas de 16, já que 4 2 = (–4) 2 = 16. Logo, a principal raiz quadrada de 16 é 4. 4 é raiz cúbica de 64 porque 43 = 64. Logo, a principal raiz cúbica de 64 é 4. Ressaltamos, que todo número real tem exatamente uma raiz n- ésima real quando n é ímpar. Por exemplo, 2 é a única raiz cúbica real de 8. Quando n é par, números reais positivos têm duas raízes n-ésimas reais, enquanto que números reais negativos não têm raízes n- ésimas reais. Por exemplo, 4 16 = ± 2 e –16 não tem raiz quarta real. A principal raiz quarta de 16 é 2. Quando n = 2, utilizamos uma notação especial, i.e., uma notação padronizada. Omitimos o índice e escrevemos 2 , ao invés de escrevermos 2 a . Se a é um número real positivo e n um inteiro par positivo, suas duas raízes n-ésimas são denotadas por n a e – n a . Vejamos alguns exemplos ilustrativos, onde apresentamos a verificação de algumas n- ésimas principais. 1) 36 = 6, pois (6) 2 = 36. 2) 3 8 27 = – 2 3 porque (– 2 3 ) 3 = – 8 27 . 74 Matemática Elementar 3) 4 625 não é um número real porque o índice 4 é par e o radicando – 625 é negativo (não existe número real cuja quarta potência seja negativa). 2.1.1 Propriedade Fundamentais e Operatórias das Potências Vejamos agora algumas propriedades fundamentais das potências, juntamente com exemplos que nos auxiliam a ilustrar seus significados. Regra Descrição Exemplo a0 = 1 Qualquer número elevado à potência ZERO resulta 1. Só não pode ser 00, pois este não existe! 137 0 4 20 = 1 a1 = a A potência 1 indica que devemos multiplicar "a" por ele mesmo 1 única vez. Portanto, é o próprio "a". 4 1 4 3737 231 = 23 1n = 1 A potência "n" indica quantas vezes o número 1 será multiplicado por ele mesmo, e não interessa quantas vezes seja, sempre será 1. 11 5 123 = 1 0n = 0 Não interessa quantas vezes o zero seja multiplicado por ele mesmo, sempre será zero. 00 5 0(-47) = 0 n n a a 1 Sempre que tivermos um expoente negativo, este troca de numerador para denominador e troca o sinal da potência para positivo. 44 2 9 9 2 2 2 3 1 3 n n a a 1 Se tivermos uma potência negativa no denominador, este se transforma em numerador ao trocar o sinal da potência para positivo. 7 7 1 1 4 4 92 9 2 x 75 Matemática Elementar A tabela a seguir apresenta algumas propriedades operatórias das potências, que são extremamente importantes para nos auxiliar na agilidade com os cálculos onde estão envolvidas: Regra Descrição Exemplo baba xxx . Multiplicação de potências de mesma base: Conserva-se a base e soma-se os expoentes. 73434 555.5 ba b a x x x Divisão de potências de mesma base: Conserva-se a base e subtrai-se os expoentes 42626 121212/12 aaa xyyx )(. Multiplicação de potências de mesmo expoente: Conserva-se o expoente e multiplica-se a base 5555 54)96(9.6 x a a a y x y x Divisão de potências de mesmo expoente: Conserva-se o expoente e divide-se as bases 4 44 5 8 5/8 baba xx . Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplica-se os expoentes. 63232 44)4( x Número negativo elevado a qualquer expoente PAR este se comporta como se fosse positivo: multiplicação de "menos com menos dá mais". Exemplo: (-5)4 = (-5).(-5).(-5).(-5) = 625 Número negativo elevado a qualquer expoente ÍMPAR o sinal negativo permanecerá na resposta. Exemplo: (-5)3 = (-5).(-5).(-5) = -125 (-5)2 é totalmente diferente de -52 . No primeiro caso o sinal de menos também está elevado ao quadrado, então a resposta é +25. Já no segundo caso, o menos não está elevado ao quadrado, somente o 5, portanto a resposta é -25. 76 Matemática Elementar 2.1.2 Propriedade Fundamentais e Operatórias dos Radicais Quando trabalhamos com radicais, a forma mais simples de desenvolvê-lo é transformando-o em potência. Dessa forma, aplicaremos as propriedades já conhecidas. Vejamos agora algumas propriedades fundamentais dos radicais, juntamente com exemplos que nos auxiliam a ilustrar seus significados. Regra Descrição Exemplo 00 n Isto acontece porque ZERO vezes ZERO sempre será zero, não importa quantas "n" vezes ele aparecer. 005 004 11 n Um multiplicado por um é sempre um, independente de quantas vezes ele aparecer. 113 114 aa 1 Esta podemos provar pela definição de raiz. Qual o número que multiplicado uma vez por ele mesmo resulta ele? Ele mesmo! 551 12121 nn aa 1 Se colocarmos esta raiz na forma de potência temos: nn aa 1 1 3 1 3 44 √8 = 8 1 2 aan n Se colocarmos esta raiz na forma de potência temos: n n n n aa e a fração de 𝑛 𝑛 vale 1, então: aaaa n n n n 1 4444 13 3 3 3 14141414 16 6 6 6 n b n b aa Esta propriedade é idêntica à anterior, com a única diferença de que agora o "a" está elevado em uma potência diferente do radical n. 36666 24 8 4 8 A tabela a seguir apresenta algumas propriedades operatórias dos radicais: 77 Matemática Elementar Regra Descrição Exemplo √𝑎𝑏𝑥 . √𝑎𝑐 𝑦 = 𝑎 𝑏 𝑥 + 𝑐 𝑦 Ao transformarmos as raízes da multiplicação em potenciação, utilizamos a propriedade de multiplicação de potências de mesma base: Conserva a base e soma os expoentes. √222 . √284 = 2 2 2 + 8 4 = 21+2 = 23 = 8 √ 𝑎 𝑏 𝑛 = √𝑎 𝑛 √𝑏 𝑛 Se tivermos uma fração em uma raiz, podemos desmembrar numerador de denominador, considerando a divisão dos termos e conservando sempre o mesmo radical para cada um deles. 4 6 96 = 4 16 = 2 2 56,1 13,3 6 96 4 4 √𝑎 𝑛 . √𝑏 𝑛 = √𝑎. 𝑏 𝑛 Se transformarmos a multiplicação de raízes em multiplicação de potências, podemos utilizar a propriedade de multiplicação de dois números na mesma potência. 3.575 3.253.25 √ √𝑎 𝑦𝑥 = √𝑎 𝑥𝑦 Se transformarmos a raiz em potência, teremos: √ √𝑎 𝑦𝑥 = (𝑎 1 𝑦) 1 𝑥 = 𝑎 Agora o que devemos fazer é voltar de potência para raiz (𝑎 1 𝑦) 1 𝑥 = 𝑎 1 𝑥. 1 𝑦 = 𝑎 1 𝑥𝑦 = √𝑎 𝑥𝑦 63.23 777 78 Matemática Elementar 2.1.3 Simplificação de Expressões com Radicais Diversas técnicas de simplificação de raízes de números reais não são mais usadas, devido à utilização permanente de calculadoras e programas computacionais. Todavia, mostraremos abaixo através de exemplos ilustrativos quais os procedimentos necessários a fim de simplificarmos expressões que envolvem radicais quaisquer. 1) 4 80 = 4 5.16 = 4 4 5.2 = 4 42 . 4 5 = 2. 4 5 2) 5.18 x = xx 2...9 4 = xx 2.)3( 2 = 3.x 2 . x2 3) 4 44 .yx = 4 4).( yx = |x.y| 4) 3 624y = 3 32 3.).2( y = –2.y 2 . 3 3 Uma expressão envolvendo potências ou radicais está simplificada: Se cada fator aparecer somente uma vez. Se todos os expoentes são positivos. Remover fatores dos radicais. Eliminar radicais dos denominares e denominadores dos radicandos. Combinar, sempre que possível, somas e diferenças dos radicais. Vejamos mais alguns exemplos ilustrativos. 79 Matemática Elementar 3)( yx = (x + y) 2 3 3.x. ( 5 2x = 3.x.x 5 2 = 3.x 5 7 x 3 2 .y 3 1 = (x 2 y) 3 1 = 3 2 yx 2.2 Polinômios e Fatoração Aquidiscutiremos a parte relacionada as operações básicas que envolvem os polinômios, que em verdade são expressões comuns que aparecem no dia-a-dia da Matemática, independentemente da sua subárea. Monômios são expressões algébricas representando o produto de constantes e variáveis. São ditos semelhantes quando a parte das variáveis de um são idênticas. Polinômio: toda expressão algébrica composta por monômios ou pela soma de monômios. Os monômios que fazem parte do polinômio são chamados termos. Exemplos: 5x2y +2b 3x + 2yt + t Definição formal: Entendemos como sendo um polinômio em x (ou na variável x) é qualquer expressão que pode ser escrita na forma: 80 Matemática Elementar a n .x n + . a 1n .x 1n + a 2n .x 2n +...+ a 1 .x + a 0 onde n é um inteiro não negativo e a n ≠ 0. Os números a 1n ,..., a 1 , a 0 são números reais chamados coeficientes. O grau do polinômio é n e o coeficiente principal é o número a n . A figura abaixo apresenta os conceitos básicos da teoria que envolve o conteúdo de polinômios: Figura: Alguns conceitos básicos da teoria envolvendo os polinômios. Além disso, polinômios com um, dois, três termos são monômios, binômios e trinômios, respectivamente. Um polinômio escrito com as potências de x na ordem decrescente está na forma padrão. Veja exemplos na figura a seguir. Coeficientes: são números reais, valores constantes, os valores numérico do polinômio. Grau: é o valor do maior n da parte variável (para polinômio de uma variável) ou o grau do maior monômio (para polinômio com duas ou mais variáveis). Coeficiente Principal: número do an do polinômio. Variável: a letra que irá representar qualquer número ou um conjunto de números. Polinômios 81 Matemática Elementar Figura: Grau do Polinômio e sua Forma Padrão. Vejamos alguns exemplos ilustrativos de polinômios. 2.x + 1 : grau 1, binômio 3x: grau 1, monômio 2x 3 + 4x 2 – 10x: grau 3, trinômio 2 x 4 + 7x 3 + 5x 2 : grau 4, trinômio x 7 + 2.x 4 + 7x 3 : grau 7, trinômio 2x 3 + 19: grau 3, binômio Para adicionarmos ou subtrairmos polinômios, nós adicionamos ou subtraímos termos semelhantes usando a propriedade da distributiva. Termos dos polinômios que têm a mesma variável, cada uma elevada à mesma potência, são termos semelhantes. Termos semelhantes são àqueles termos dos polinômios que têm a mesma variável, cada uma elevada à mesma potência. Monômios 2a2b3 Binômios 2x + 3y Trinômios 2x2 + 3y + xt Forma Padrão x3 + 2x2 -x + y Polinômios 82 Matemática Elementar 2.2.1 Operação com Polinômios Adição entre polinômios: reduzir à forma mais simples, ou seja, redução de termos semelhantes (os que possuem a mesma parte variável). Para tanto, eliminamos os parênteses e somamos os termos semelhantes. Subtração de polinômios: conservar os sinais dos termos do minuendo e trocar os do subtraendo, recaindo, portanto, na adição. Multiplicação de monômio por polinômios: determinar os produtos do monômio pelos termos do polinômio. 83 Matemática Elementar Multiplicação de polinômio por polinômio: determinar os produtos de cada termo do polinômio multiplicado pelos termos do polinômio multiplicando, um a um. Divisão de polinômios: determinar os quocientes de cada termo do polinômio dividendo pelo monômio divisor, recaindo no caso anterior. 2.3 Produtos Notáveis Em muitas situações alguns produtos podem ser bastante úteis, tais produtos denominamos de produtos notáveis. Na figura abaixo listamos alguns produtos notáveis que utilizamos no dia-a-dia dos cálculos. 84 Matemática Elementar Figura: Principais produtos notáveis que utilizamos em cálculos diversos. Vejamos a descrição dos mesmos como segue: Descrição Desenvolvimento Exemplo Quadrado de uma soma de dois termos (u + v) 2 = u 2 + 2uv + v 2 a) (2 + 3) 2 = b) 2 2 + 2.2.3 + 3 2 = 4 + 12 + 9 = c) 25 Quadrado de uma diferença de dois termos (u – v) 2 = u 2 – 2uv + v 2 (4 – 2) 2 = 4 2 – 2.4.2 + 2 2 = 16 – 16 + 4 = 4 Produto de uma soma e uma diferença (u + v).(u – v) = u 2 – v 2 (5 + 3).(5 – 3) = 5 2 – 3 2 = 25 – 9 = d) 16 e) f) (3x + 8).(3x – 8) = g) (3x) 2 – (8) 2 = h) 9x 2 – 64 Quadrado de uma soma de dois termos Quadrado de uma diferença de dois termos Produto de uma soma e uma diferença Cubo de uma soma de dois termos Cubo de uma diferença de dois termos 85 Matemática Elementar Cubo de uma soma de dois termos (u + v) 3 = u 3 + 3 u 2 v + 3uv 2 + v 3 (2 + 3) 3 = 2 3 + 3 2 2 .3 + 3.2.3 2 + 3 3 = 8 + 36 + 54 + 27 = 125 Cubo de uma diferença de dois termos (u – v) 3 = u 3 – 3 u 2 v + 3uv 2 – v 3 i) (2x – 3y) 3 = j) (2x) 3 – 3.(2x) 2 .(3y) + 3.(2x)(3y) 2 – (3y) 3 = k) 8x 3 – 36x 2 .y + 54.xy 2 – 27y 3 2.4 Fatoração de Polinômios usando Produtos Notáveis Observemos que quando escrevemos um polinômio como um produto de dois ou mais fatores polinomiais, estamos fatorando um polinômio. Um tipo especial de é polinômio irredutível, conforme descrito na figura. Figura: Polinômio Irredutível. Além disso, salientamos que um polinômio está fatorado completamente se estiver escrito como um produto de seus fatores irredutíveis. Polinômio Irredutível Não pode ser fatorado usando coeficientes inteiros 86 Matemática Elementar a) 2x 2 + 7x – 4 = (2x – 1).(x + 4) b) x 3 + x 2 + x + 1 = (x + 1).(x 2 + 1) O exemplo “b” está fatorado completamente, pois podemos mostrar que x 2 + 1 é irredutível. Se o polinômio x 3 – 9x for fatorado como x.(x 2 – 9), podemos afirmar que ele não estaria fatorado completamente, pois (x 2 – 9) não é irredutível. De fato, notamos que podemos escrever que: (x 2 – 9) = (x – 3).(x + 3) x 3 – 9x = x.(x – 3).(x + 3). Assim, o polinômio x 3 – 9x estará fatorado completamente. O primeiro passo na fatoração de um polinômio é remover e colocar em evidência fatores comuns de seus termos usando a propriedade distributiva, como mostramos nos exemplos seguintes. Exemplos de fatoração de polinômios pelo “Fatores Comuns em Evidência” a) x 2 + x = x.(x + 1), colocamos o fator x em evidência b) 2x 3 + 2x 2 – 6x = 2x.( x 2 + x – 3), colocamos o fator 2x em evidência c) x 2 + x 4 = x 2 .(1 + x 2 ), colocamos o fator x 2 em evidência d) u 3 .v + u.v 3 = u.v.( u 2 + v 2 ), colocamos o fator u.v em evidência e) 5x 2 + 5x + 5 = 5.(x 2 + x + 1), colocamos o fator 5 em evidência f) x.u + v.x + a.x = x.(u + v + a), colocamos o fator x em evidência 87 Matemática Elementar Além disso, devemos notar também que: Exemplos de fatoração de polinômios pela “Fatoração da Diferença de Dois Quadrados” a) 25x 2 – 36 = (5x) 2 – 6 2 = (5x + 6).(5x – 6) b) 4x 2 – (y + 3) 2 = (2x) 2 – (y + 3) 2 = [2x + 9y + 3)].[2x – (y + 3)] Exemplos de fatoração de polinômios pela “Fatoração de Trinômios Quadrados Perfeitos” a) 9x 2 + 6x + 1 = (3x) 2 + 2.(3x).(1) + 1 2 b) 4x 2 – 12xy + 9y 2 = (2x) 2 – 2.(2x).(3y) + (3y) 2 Reconhecer a forma expandida dos cinco produtos notáveis citados anteriormente nos ajudará a fatorar uma expressão algébrica. Um trinômio quadrado perfeito é o quadrado de um binômio e tem uma das duas formas mostradas aqui. O primeiro e último termos são quadrados de u e v e o termo central é duas vezes o produto de u e v. Os sinais da operação antes do termo central e no binômio são os mesmos.
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