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Adriana Rodrigues Anderson Osvaldo Ribeiro Váldina Gonçalves da Costa Emerson Reis Dias Leandro Martins da Silva Valdir Barbosa da Silva Júnior Wilton Rezende de Freitas Revisão técnica Antônio José D Almeida Júnior Pré-cálculo I Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube P91 Pré-cálculo I / Adriana Rodrigues ... [et al.]. – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2017. 292 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. Inclui bibliografia. ISBN 1. Matemática. 2. Funções (Matemática). 3. Cálculo diferencial. 4. Cálculo integral. I. Rodrigues, Adriana. II. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. CDD 515 © 2017 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Editoração e Arte Produção de Materiais Didáticos-Uniube Revisão textual Stela Maria Queiroz Dias Diagramação Douglas Silva Ribeiro Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Revisão técnica Antônio José D Almeida Júnior Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Adriana Rodrigues Doutora pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); especialista em Formaçãp de Professores em EAD pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); especialista em Gerenciamento de Redes de Computadores pela Universidade de Uberaba (Uniube); graduada em Tecnologia em Processamento de Dados pela Uniube; licenciada em Matemática e em Ciências Físicas e Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ituverava (FFCL); licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR); professora nos cursos de Graduação em Engenharias e integrante da equipe de produção de materiais para cursos em Educação a Distância da Uniube. Anderson Osvaldo Ribeiro Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade de Uberaba (Uniube); engenheiro civil pela Universidade de Uberlândia (UFU) e licenciado em Física pela mesma Universidade; professor nos cursos de Graduação em Engenharia e Sistemas de Informação na Uniube. Váldina Gonçalves da Costa Doutora em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba (Uniube). Licenciada em Matemática pela Universidade de Uberaba(Uniube). Professora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Sobre os autores Emerson Reis Dias Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba (Uniube); especialista em Metodologia do Ensino da Matemática; professor de Matemática nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Química e Pedagogia da Universidade de Uberaba. Leandro Martins da Silva Licenciado em Matemática pela Universidade de Uberaba (Uniube); professor de Matemática da rede pública estadual de Minas Gerais. Valdir Barbosa da Silva Júnior Mestre em Ciências - Química ambiental pela Universidade de Franca (UNIFRAN), especializado em Metodologia do Ensino de Física pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá e licenciado em Ciências físicas pela Universidade do Oeste Paulista. Coordenador de referência no curso de produção sucroalcooleira no ensino a distância, docente em ensino médio, em curso pré-vestibular e nos cursos de engenharia de produção sucroalcooleira e licenciatura em matemática pela Universidade de Uberaba (Uniube), onde ministra diversas disciplinas de áreas relacionadas à matemática e à física. Wilton Rezende de Freitas Especialista em Finanças e Controladoria pela Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (parceria com a FEA -USP/RP); graduado em Administração pela Universidade de Uberaba (Uniube); professor de Administração e Ciências Contábeis; preceptor dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade de Uberaba (Uniube). Sumário Apresentação ...............................................................................................................IX Capítulo 1 Álgebra e conjuntos: conceitos e significados ..................... 1 1.1 Conjuntos numéricos ................................................................................................5 1.1.1 Conjunto dos números naturais (N) .............................................................15 1.1.2 Conjunto dos números inteiros (Z) ...............................................................15 1.1.3 Conjunto dos números racionais (Q) ............................................................15 1.1.4 Conjunto dos números irracionais (I) ...........................................................20 1.1.5 Conjunto dos números reais (R) ...................................................................21 1.2 Potenciação ............................................................................................................27 1.2.1 Potência com expoente inteiro positivo ........................................................27 1.3 Frações ...................................................................................................................31 1.3.1 Igualdade de frações .....................................................................................31 1.3.2 Soma e subtração de frações .......................................................................31 1.3.3 Produto de frações ........................................................................................32 1.3.4 Divisão de frações .........................................................................................32 1.4 Expressões numéricas ...........................................................................................36 1.5 Equações polinomiais .............................................................................................42 1.5.1 Equações polinomiais do 1o grau..................................................................42 1.5.2 Equações polinomiais do 2o grau..................................................................44 1.5.3 Equações incompletas ..................................................................................47 1.5.4 Dispositivo prático para determinar as raízes ...............................................49 1.6 Produtos notáveis ...................................................................................................53 1.6.1 Outros produtos notáveis ..............................................................................54 1.7 Fatoração ................................................................................................................56 1.8 Simplificação de expressões algébricas ................................................................60 1.8.1 Divisão de monômios ....................................................................................60 1.8.2 Outras operações com expressões algébricas ............................................61 1.9 Radiciação e racionalização ...................................................................................64 1.10 Outras equações polinomiais e divisão de polinômios ........................................69 1.10.1 Equações polinomiais com grau maior ou igual a 3 ...................................69 1.10.2 Divisão de polinômios .................................................................................711.11 Introdução aos números complexos .....................................................................79 1.12 Determinando as raízes de um polinômio ............................................................81 Capítulo 2 Funções matemáticas elementares: um estudo sobre as principais funções de uma variável ............................... 85 2.1 Introdução a funções ..............................................................................................89 2.2 Domínio, contradomínio e imagem da função .......................................................93 2.3 Inequações do 1o grau ..........................................................................................100 2.4 Estudo do domínio de uma função .......................................................................104 2.5 Espaço bidimensional e pares ordenados ...........................................................108 2.6 Função afim ou função do 1o grau ........................................................................109 2.6.1 Construção de gráficos de funções do 1o grau ou lineares ........................112 2.6.2 Estudo do crescimento e decrescimento de uma função por meio do coeficiente angular ................................................................................115 2.6.3 Variação do sinal da função do 1o grau ......................................................116 2.7 Função constante .................................................................................................120 2.8 Função quadrática ou função do 2o grau .............................................................122 2.8.1 Construção de gráficos de funções quadráticas ........................................126 2.8.2 Sinal da função quadrática .........................................................................128 2.9 Inequações do 2o grau ..........................................................................................131 2.10 Função composta ...............................................................................................136 2.11 Outras funções polinomiais e funções racionais ................................................142 2.12 Funções definidas por diferentes sentenças ......................................................144 Capítulo 3 Outras funções elementares: modular, exponencial e logarítmica ..................................................................... 151 3.1 Módulo ..................................................................................................................154 3.2 Funções, equações e inequações modulares ......................................................155 3.2.1 Função modular ..........................................................................................155 3.2.2 Equações modulares ..................................................................................157 3.2.3 Inequações modulares ................................................................................159 3.3 Funções, equações e inequações exponenciais .................................................161 3.3.1 Equação exponencial ..................................................................................162 3.3.2 Função exponencial ....................................................................................163 3.3.3 Inequação exponencial ...............................................................................165 3.4 Logaritmos e funções logarítmicas .......................................................................166 3.4.1 Logaritmos ...................................................................................................166 3.4.2 Função logarítmica ......................................................................................169 Capítulo 4 Semelhança ..................................................................... 177 4.1 Figuras semelhantes.............................................................................................179 4.2 Semelhança de polígonos ....................................................................................189 4.3 Semelhança de triângulos ....................................................................................193 4.4 Teorema de Tales ..................................................................................................198 4.4.1 Um pouco de história ..................................................................................198 4.4.2 Teorema de Tales ........................................................................................200 4.4.3 Aplicações do Teorema de Tales ................................................................204 4.5 Teorema da bissetriz interna e externa de um triângulo .....................................208 4.6 Teorema fundamental da semelhança .................................................................213 4.7 Casos ou critérios de semelhança de triângulos..................................................216 4.8 Observação ...........................................................................................................224 4.9 Exercitando ...........................................................................................................224 Capítulo 5 Aplicações de semelhança de triângulos ......................... 231 5.1 Relações métricas no triângulo retângulo ............................................................233 5.2 Relações métricas num triângulo qualquer ..........................................................262 5.2.1 Relação envolvendo o lado oposto a um ângulo agudo num triângulo acutângulo ...................................................................................263 5.2.2 Relação envolvendo o lado oposto ao ângulo obtuso ................................265 5.2.3 Natureza de um triângulo quanto aos ângulos ...........................................267 5.3 Teorema dos cossenos ou Lei dos cossenos e Teorema dos senos ou Lei dos senos ..............................................................................................................269 5.3.1 Teorema dos cossenos ou Lei dos cossenos .............................................270 5.3.2 Teorema dos senos ou Lei dos senos ........................................................274 Caro(a) aluno(a). Crescer! Aprimorar! Experimentar! Expandir! Transformar! Para atingir isso, você já sabe, vai precisar ter paciência, criatividade, persistência, envolvimento e dedicação. Assim, bem vindo(a) a esta nova caminhada! Temos o propósito aqui de oferecer novos caminhos e olhares sobre os conteúdos básicos e essenciais de Matemática. Pensando nisso, elaboramos o livro de Pré-Cálculo I. Ao longo dele procuramos mostrar, em vários momentos, que a construção do raciocínio e conhecimento matemáticos é resultado da vivência e resolução de situações do cotidiano, da análise dos fenômenos naturais e sociais. Para tanto, organizamos este livro em cinco capítulos: 1 - “Álgebra e conjuntos: conceitos e significados”; 2 – “Funções matemáticas elementares: um estudo sobre as principais funções de uma variável; 3 - “Outras funções elementares: modular, exponencial e logarítmica”; 4 – “Semelhança” e 5 - “Aplicações de semelhança de triângulos”; No primeiro capítulo, você terá a oportunidade de revisar vários conceitos matemáticos envolvendo as operações numéricas, as equações numéricas e polinomiais e os conjuntos numéricos. Eles serão importantes para o entendimento de outros conteúdos de matemática que você estudará ao longo de seu curso. Apresentação X UNIUBE No segundo capítulo, faremos uma abordagem geral das funções de uma variável. Nesse momento, você aprenderá a utilizar ferramentas matemáticas em sua interação com o espaço dos números, das formas, das medidas e das informações. No terceiro capítulo, daremos continuidade ao estudo de funções por meio das funções modulares, exponenciaise logarítmicas. Destacamos que é importante que conheça bem as funções abordadas neste livro. No quarto capítulo, estudaremos como resolver problemas de casos de semelhança de triângulos em diversas situações. Por fim, no quinto capítulo, você estudará como aplicar adequadamente as relações métricas e trigonométricas num triângulo retângulo; as relações métricas e trigonométricas num triângulo qualquer; assim como os casos de semelhança de triângulos. É preciso que desenvolva seu método de raciocinar e que acompanhe a resolução que oferecemos. Lembramos que não temos a intenção de esgotar todas as possíveis resoluções matemáticas dos problemas propostos. Acreditamos que terá valido a pena todo esforço da equipe de produção deste material, se você desempenhar com firme propósito o seu papel na construção do próprio conhecimento. Com certeza, isto será fundamental para maior segurança na capacidade de aprender e utilizar a matemática em sua vida pessoal e profissional. Bons estudos! Adriana Rodrigues Anderson Osvaldo Ribeiro Leandro Martins da Silva Introdução Álgebra e conjuntos: conceitos e signifi cados Capítulo 1 A importância da “ferramenta” matemática Prezado aluno! Em nossas trajetórias docentes, deparamo -nos com muitos alunos cujas difi culdades residiam em resolver atividades que requeriam conhecimentos de matemática básica. Assim, elaboramos esse capítulo a partir da análise dessas difi culdades, procurando mostrar que o conhecimento matemático está relacionado à nossa vivência cotidiana, à observação das regularidades, das irregularidades, dos fenômenos naturais e sociais, entre outros. Você vai relembrar uma série de conceitos matemáticos fundamentais para os estudos que serão desenvolvidos posteriormente no seu curso. Esses conceitos já foram estudados por você durante o Ensino Fundamental e Médio. No entanto, algumas regras podem ter sido esquecidas no decorrer dos anos. Esses conceitos de matemática básica são requisitos comuns às mais diversas áreas do conhecimento como Engenharias, Administração, Ciências Contábeis, Licenciaturas em Matemática, 2 UNIUBE Ciências Biológicas ou Geografia, Cursos de Gestão, enfim, áreas nas quais o domínio da álgebra e dos conjuntos é indispensável para a compreensão dos demais conceitos que serão estudados no decorrer do curso. O estudo da matemática contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico -dedutivo possibilitando o delineamento de habilidades como tomar decisões rápidas, analisar riscos, identificar problemas de ordem técnica ou ainda de aprendizagem em matemática. No capítulo seguinte, você estudará as funções matemáticas e a modelagem de situações -problema por meio dessas funções. Em seguida, daremos início aos tópicos de Cálculo Diferencial e Integral. Durante todo o curso, você vai necessitar, em maior ou menor escala, aplicar a matemática básica estudada nessa unidade didática. Assim, é fundamental que você entenda bem os conceitos estudados aqui. Mas, atenção! Não queremos dizer que só esses conceitos são suficientes para a sua formação superior, mas podemos afirmar certamente que a compreensão deles contribuirá na construção de conhecimentos necessários à sua futura atuação. Nesse momento, não nos preocupamos em descrever todas as possíveis aplicações da matemática no seu curso. Procuraremos somente ilustrar algumas situações que podem ser analisadas UNIUBE 3 Ao final desse capítulo, esperamos que você seja capaz de: • reconhecer as propriedades dos conjuntos, identificar os conjuntos numéricos e realizar operações com esses conjuntos; • reconhecer a operação de potenciação, identificar e aplicar suas propriedades; • solucionar equações polinomiais; • determinar o valor de expressões numéricas; • efetuar divisão de polinômios; • fatorar e simplificar expressões algébricas; • reconhecer a operação de radiciação, identificar e aplicar suas propriedades; • realizar operações de racionalização; • determinar soluções reais e complexas das equações polinomiais. 1.1 Conjuntos numéricos 1.1.1 Conjunto dos números naturais (N) 1.1.2 Conjunto dos números inteiros (Z) 1.1.3 Conjunto dos números racionais (Q) Objetivos Esquema segundo conceitos matemáticos e que estarão presentes, direta ou indiretamente, em sua atuação profissional. Bons estudos!!! 4 UNIUBE 1.1.4 Conjunto dos números irracionais (I) 1.1.5 Conjunto dos números reais (R) 1.2 Potenciação 1.2.1 Potência com expoente inteiro positivo 1.3 Frações 1.3.1 Igualdade de frações 1.3.2 Soma e subtração de frações 1.3.3 Produto de frações 1.3.4 Divisão de frações 1.4 Expressões numéricas 1.5 Equações polinomiais 1.5.1 Equações polinomiais do 1o grau 1.5.2 Equações polinomiais do 2o grau 1.5.3 Equações incompletas 1.5.4 Dispositivo prático para determinar as raízes 1.6 Produtos notáveis 1.6.1 Outros produtos notáveis 1.7 Fatoração 1.8 Simplificação de expressões algébricas 1.8.1 Divisão de monômios 1.8.2 Outras operações com expressões algébricas 1.9 Radiciação e racionalização 1.10 Outras equações polinomiais e divisão de polinômios 1.10.1 Equações polinomiais com grau maior ou igual a 3 1.10.2 Divisão de polinômios 1.11 Introdução aos números complexos 1.12 Determinando as raízes de um polinômio UNIUBE 5 Conjuntos numéricos1.1 Quando nos referimos a um conjunto, o que vem à sua mente? Um conjunto formado por peças de um vestuário. Um conjunto de rock, ou música pop ‑rock. Aquela coleção de carrinhos ou bonecas que iniciou na infância. A lista de contatos do serviço. Você percebe que temos várias coleções ou conjuntos e objetos com os quais lidamos diariamente? Entenda por conjunto uma coleção qualquer: de animais, números, objetos etc. Já os objetos que formam um conjunto são denominados elementos. Um conjunto é geralmente representado por uma letra maiúscula (e os elementos por uma letra minúscula) e se apresenta de três formas: 1. Enumerando seus elementos, escrevendo -os entre chaves e separando -os por vírgulas, como: A = { segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo } B = { 1, 3, 5, 7, 9 } C = { a, e, i, o, u } 2. Por meio de uma propriedade que caracteriza os seus elementos, como por exemplo: A = { x | x é um dia da semana }. Lê -se: Conjunto A, formado por elementos x, tal que “x” é um dia da semana. B = { x | x é um número ímpar entre 0 e 10 }. C = { x | x é vogal }. Lê -se: “C é o conjunto dos elementos x, tal que x é vogal” 6 UNIUBE 3. Por uma figura denominada diagrama de Venn. Veja um exemplo dessa representação na Figura 1 a seguir: a e i o u A Figura 1: Representação conjunto A. A utilização de uma ou de outra forma de representação será de acordo com a situação proposta. Um elemento pode pertencer ou não pertencer a um determinado conjunto. Utilizamos o símbolo ∈ quando um elemento pertence a um conjunto, e o símbolo ∉ quando não pertence. Vamos tomar o conjunto B apresentado anteriormente para exemplificar a utilização desses símbolos: B = { 1, 3, 5, 7, 9 } 1 ∈ B – lê -se: o elemento 1 pertence ao conjunto B. 7 ∈ B – lê -se: o elemento 7 pertence ao conjunto B. 8 ∉ B – lê -se: o elemento 8 não pertence ao conjunto B. 15 ∉ B – lê -se: o elemento 15 não pertence ao conjunto B. Veja, a seguir, algumas propriedades dos conjuntos! • Igualdade de conjuntos: Dois conjuntos são iguais quando possuem os mesmos elementos. Indica -se A = B (A é igual a B) e a negação da igualdade é indicada por A ≠ B. (A é diferente de B). • Conjunto vazio: é um conjunto que não possui elementos. O conjunto vazio é representado por { } ou Ø. Para exemplificar vamos considerar o conjunto A a seguir: A = { x | x é um ser humano vivo com mais de 300 anos de idade } UNIUBE 7 Podemos concluir que não existe nenhum elemento que pertença ao conjunto A. Neste sentido A= { }. • Subconjuntos: Dados dois conjuntos A e B, dizemos que A é subconjunto de B se todos os elementos do conjunto A pertenceremao conjunto B. Escreve -se A ⊂ B e lê -se A está contido em B, ou B ⊃ A e lê -se B contém A. A negação destas relações é feita por meio dos símbolos ⊄ (não está contido) e ⊃ (não contém). Fique atento às regras! Todo conjunto A é subconjunto dele próprio: A ⊂ A. O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer conjunto: Ø ⊂ A. IMPORTANTE! Dados A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5 } e B = { 1, 3, 5 } temos que o conjunto B está contido no conjunto A, ou seja, B ⊂ A. Observe com atenção a Figura 2 a seguir, onde esses conjuntos estão representados em um diagrama de Venn, auxiliando na visualização de que o conjunto A contém o conjunto B. EXEMPLIFICANDO! • 1 • 5 • 3 • 0 • 2 • 4 A B Figura 2: Diagrama de Venn. • União de conjuntos: dados os conjuntos A e B, define -se como união dos conjuntos A e B o conjunto representado por A ∪ B, formado por todos os elementos pertencentes a A ou B. Temos, então: A ∪ B = { x / x ∈ A ou x ∈ B } (Figura 3). 8 UNIUBE A B A ∪ B Figura 3: União de conjuntos. • Intersecção de conjuntos: dados os conjuntos A e B, define -se como intersecção dos conjuntos A e B o conjunto representado por A ∩ B, formado por todos os elementos pertencentes a A e B, simultaneamente (Figura 4), ou seja: A ∩ B = { x / x ∈ A e x ∈ B }. A B A ∩ B Figura 4: Intersecção de conjuntos. • Diferença de conjuntos: dados os conjuntos A e B, define -se como diferença entre A e B (nesta ordem) o conjunto representado por A – B, formado por todos os elementos pertencentes a A, mas que não pertencem a B (Figura 5), ou seja: A – B = { x | x ∈ A e x ∉ B} A B A – B Figura 5: Diferença de conjuntos. Você já respondeu a algum questionário de opinião, por exemplo, preferência por determinada marca de determinado produto, opção de voto etc.? Esses questionários são muito utilizados e com base nos resultados chega -se a várias conclusões. Para visualizar os resultados, é comum a UNIUBE 9 utilização dos diagramas de Venn como um recurso matemático. Observe com atenção os exemplos a seguir: Exemplo 1 Uma prova de Matemática foi proposta a uma turma com 95 alunos. A prova foi elaborada com apenas duas questões e o resultado foi: • 27 alunos acertaram as duas questões; • 39 alunos acertaram a primeira questão; • 48 alunos acertaram a segunda questão. Vamos representar o resultado da turma utilizando um diagrama de Venn. Assim, temos: PQ SQ 35 12 27 21 U Como chegar aos valores apresentados? Temos no problema exposto um conjunto universo U igual a 95 alunos, e esse universo é subdividido em subconjuntos menores que são: • PQ: subconjunto que representa os alunos que acertaram a primeira questão; • SQ: subconjunto que representa os alunos que acertaram a segunda questão; • PQ SQ (intersecção entre os conjuntos PQ e SQ): subconjunto que representa os alunos que acertaram as duas questões. 10 UNIUBE Lembre -se de que a intersecção é um subconjunto dos elementos comuns aos conjuntos dados. DICAS • U – PQ ∪ SQ (diferença entre o conjunto universo e a união dos conjuntos PQ e SQ): subconjunto que representa os alunos que erraram as duas questões. Vamos compreender! Então, chamamos de “PQ” o diagrama dos alunos que acertaram a primeira questão e de “SQ” o diagrama dos alunos que acertaram a segunda questão. Como 27 acertaram as duas questões, esse valor representa a intersecção entre os dois conjuntos (PQ ∩ SQ). Tínhamos 39 alunos que acertaram a primeira questão. Então, para chegar aos 12 alunos, subtraímos de 39 os 27, que é a nossa intersecção. Tínhamos 48 alunos que acertaram a segunda questão. Então, para chegar aos 21 alunos, subtraímos de 48 os 27, que é a nossa intersecção. Como a soma de todas as partes (subconjuntos) tem que ser igual a 95, temos que subtrair dos 95 as outras partes (subconjuntos) para chegar a 35 alunos, que são os que erraram ambas as questões. Fazemos, então: 95 – 12 – 27 – 21 = 35 Após esse detalhamento, podemos responder a alguns questionamentos, como: a) Quantos alunos erraram as duas questões? UNIUBE 11 Resposta: 35 alunos. b) Quantos alunos acertaram somente a primeira questão? Resposta: 12 alunos. c) Quantos alunos acertaram somente a segunda questão? Resposta: 21 alunos. d) Quantos alunos acertaram apenas uma questão? Resposta: 33 alunos. Para chegar ao resultado anterior, somamos o número de alunos que acertaram a primeira questão com os alunos que acertaram a segunda questão. Portanto, alunos que tinham acertado só uma questão. Fizemos, então: 12 + 21 = 33 IMPORTANTE! e) Quantos alunos não acertaram a primeira questão? Resposta: 56 alunos. Para chegar a este resultado, somamos o número de alunos que acertaram somente a segunda questão com o número de alunos que erraram as duas questões. f) Quantos alunos erraram a segunda questão? Resposta: 47 alunos. Para chegar a este resultado somamos o número de alunos que acertaram somente a primeira questão com o número de alunos que erraram as duas questões. 12 UNIUBE Exemplo 2 Numa pesquisa de opinião, um total de 800 pessoas foram entrevistadas sobre qual jornal elas liam. As respostas foram tabuladas e obtiveram -se os seguintes dados: • 90 leem os três jornais; • 260 leem os jornais Diário e Pasquim; • 240 leem os jornais Diário e Planeta; • 240 leem os jornais Pasquim e Planeta. • 430 leem o jornal Diário; • 490 leem o jornal Pasquim; • 500 leem o jornal Planeta. Agora, responda: Quantas pessoas não leem nenhum dos jornais? Qual o total de pessoas que leem somente um dos jornais? Para a resolução desse exemplo, vamos representar os três conjuntos por meio de diagramas de Venn, que se interceptam e possuem regiões em comum, uma vez que a pesquisa indicou existirem pessoas que leem dois ou três jornais. Inicialmente, vamos representar a região de interseção entre os três conjuntos, onde existem 90 leitores (Figura 6). Planeta 90 DiárioPasquim Figura 6: Interseção entre três conjuntos. UNIUBE 13 Devemos sempre começar o preenchimento pelas regiões de interseção. DICAS Em seguida, vamos preencher as regiões desse diagrama de acordo com as quantidades indicadas no enunciado. O enunciado indicou que 260 leem os jornais Pasquim e Diário. No entanto, já sabemos que 90 pessoas leem os três jornais. Assim, para preenchermos a região do diagrama que indica os leitores, dentre esses 260, que leem somente os jornais Pasquim e Diário, devemos fazer: 260 – 90 = 170 leitores de Pasquim + Diário Da mesma forma, fazemos: 240 – 90 = 150 leitores de Diário + Planeta 240 – 90 = 150 leitores de Pasquim + Planeta Preenchemos, então, mais algumas regiões do diagrama (Figura 7): Planeta 90 150 150 170 DiárioPasquim Figura 7: Diagrama de leitores. Precisamos agora encontrar as quantidades de leitores que leem somente um dos jornais. Para determinarmos essas quantidades, vamos tomar o total de leitores de cada um dos jornais, e em seguida subtrairmos os valores que já estão indicados nos diagramas. 14 UNIUBE Por exemplo, para determinarmos o número de pessoas que leem somente o jornal Pasquim, fazemos: 490 – 150 – 90 – 170 = 80 pessoas De maneira semelhante, podemos determinar quantas pessoas leem somente o jornal Diário, ou somente o jornal Planeta: 430 – 170 – 90 – 150 = 20 pessoas leem somente o Diário 500 – 150 – 90 – 150 = 110 pessoas leem somente o Planeta Preenchemos, então, as regiões restantes do diagrama de Venn (Figura 8): Planeta 90 150 80 20 110 150 170 DiárioPasquim Figura 8: Diagrama de Venn. As regiões do diagrama representam as quantidades de pessoas que leem um, dois ou três jornais. Vamos, agora, responder às questões propostas no exemplo: a) Quantas pessoas não leem nenhum dos jornais? Somamos as quantidades indicadas em todas as regiões do diagrama anterior, que resulta em 770 pessoas, e retiramos esse valor do total de pessoas entrevistadas (800 pessoas). Temos, então: 800 – 770 = 30 pessoas não leem nenhum dos jornaisb) Quantas pessoas leem somente um dos jornais? Ao nos referirmos às pessoas que leem somente um dos jornais, estamos falando daqueles leitores que leem somente o Diário, ou somente o UNIUBE 15 Planeta ou somente o Pasquim. Assim, temos: 80 + 20 + 110 = 210 pessoas leem somente um dos jornais. 1.1.1 Conjunto dos números naturais (N) N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Um subconjunto importante de N é o conjunto N* (naturais não nulos): N* = { 1, 2, 3, 4, 5,...} Qual a diferença dessa representação para a anterior? Veja que o zero foi excluído do conjunto N. 1.1.2 Conjunto dos números inteiros (Z) Z = {..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3,...} O conjunto N é subconjunto de Z. Temos, também, outros subconjuntos de Z: Z* = Z – {0} Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = { 0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Z– = conjunto dos inteiros não positivos = {0, –1, –2, –3, –4, –5, ...} 1.1.3 Conjunto dos números racionais (Q) Um número é denominado racional quando puder ser representado por meio de uma fração, ou seja, quando pode ser escrito na forma b a (com a ∈ Z e b ∈ Z*). Assim, podemos escrever: Q = { x | x = b a , com a ∈ Z e b ∈ Z* } 16 UNIUBE O conjunto dos números racionais representa a união do conjunto dos números inteiros, com as frações positivas e negativas, que resultam nos diversos números decimais que se encontram entre dois números inteiros quaisquer. Para entender que um número inteiro também é um racional lembre -se, por exemplo, de que o número inteiro 5 pode ser representado como uma fração na forma 2 10 ou 8 40 - - ou outra fração qualquer cuja divisão resulte no número cinco, desde que o denominador não seja nulo. PARADA OBRIGATÓRIA É possível representarmos um número racional, na forma decimal, que se obtém dividindo a por b. Essa divisão entre dois números inteiros pode então resultar num decimal exato ou, ainda, em um decimal periódico infinito. • Exemplos referentes às decimais exatas ou finitas: 4 1 = 0,25 20 75 = 3,75 • Exemplos referentes às decimais periódicas ou infinitas: 3 7 = 2,333... 7 6 = 0,857142857142... EXEMPLIFICANDO! Você se recorda do procedimento de transformar um número racional da forma decimal para a forma fracionária? Quando o decimal for exato, basta transformá -lo em uma fração cujo numerador é o numeral decimal sem a vírgula e cujo denominador é o algarismo 1 seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do numeral dado. UNIUBE 17 Exemplo 3 1,729 = 1000 1729 (3 casas decimais – acrescentam -se 3 zeros no denominador) 4,14 = 100 414 (2 casas decimais – acrescentam -se 2 zeros no denominador) Neste caso, não podemos nos esquecer de simplificar a fração. Assim: 2 2 414 207 100 50 ÷ ÷ = Realize, agora, a seguinte divisão: 9 4 Aproveite e anote o seu resultado. Você deve ter chegado ao resultado da dízima periódica 0,4444.... Definições importantes: • Denominamos dízima periódica ao número decimal infinito que apresenta um período de repetição, ou seja, um ou mais algarismos que se repetem infinitamente. • Ao número racional que gera a dízima periódica, denominamos fração geratriz. Nesse caso, o período é dado pelo algarismo 4, e 9 4 é a fração geratriz da dízima. Observe outros exemplos: 12,474747...: o período é dado por 47. 9,12835835835...: o período é dado por 835. Exemplo 4 Vamos considerar que você não conhecesse a fração geratriz do número decimal 0,444... Como poderia encontrá -la? 18 UNIUBE Acompanhe, agora, nossa resolução e compare os resultados. COMPARANDO Para transformar a dízima periódica 0,444... em fração, podemos seguir os passos enumerados: 1o passo Inicialmente, igualamos a dízima periódica a uma variável x. Assim, temos: 0,444... = x 2o passo Observe o período. Como no nosso exemplo o período é 4, você multiplicará ambos os membros (do passo anterior) por 10, de modo que a vírgula se desloque para a direita até que se tenha, na parte antes da vírgula, um período inteiro de repetição da dízima. Temos: 10x = 4,444... 3o passo Subtraia membro a membro a equação do 1° passo da equação do 2° passo. 10x = 4,444... – x = 0,444... 9x = 4 Observe que essa subtração eliminou o período de repetição da dízima. 4o passo Resolva a equação resultante e obtenha a fração geratriz. UNIUBE 19 9x = 4 → x = 9 4 Logo, 0,444... = 9 4 Exemplo 5 Escreva o número 3,2145454545... na forma fracionária. Agora, veja nossa resolução e compare os resultados. COMPARANDO Para escrever 3,2145454545... na forma fracionária temos que analisar o período e os números que não fazem parte dele. x = 3,21454545... Observe que, nesse caso, o decimal apresenta uma parte não periódica, então devemos transformá -la numa parte inteira, deslocando a vírgula duas casas para a direita. 100x = 321,454545... Para deslocar a vírgula duas casas para a direita, seria necessário que se multiplicasse por 100 o segundo membro da igualdade. Assim, para que a igualdade se mantivesse como verdadeira, o primeiro membro também foi multiplicado por 100. IMPORTANTE! Agora, responda: o que ficou à direita da vírgula? Você deve ter observado que temos aí apenas os períodos. Neste momento, podemos prosseguir como no exemplo anterior. 20 UNIUBE 10000x = 32145,4545... –100x = 321,454545... 9900x = 318247 x = 9900 318247 (simplificando a fração por 36) x = 275 884 Podemos representar todos os números decimais utilizando frações? PARADA PARA REFLEXÃO Para responder a esse questionamento, surge o conjunto dos números irracionais. Veja -o, a seguir: 1.1.4 Conjunto dos números irracionais (I) Observe os números a seguir: 2 = 1,4142135... 3 = 1,7320508... r = 3,1415926535... e = 2,718281... r – lê -se pi É um importante número irracional, que representa a razão entre as grandezas do perímetro de uma circunferência e seu diâmetro. EXPLICANDO MELHOR UNIUBE 21 e – número de Euler (pronuncia -se óilar), assim chamado em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler, é a base dos logaritmos naturais ou neperianos. Fonte: Wikipedia (2010). Podemos identificar seus períodos? Se você respondeu não, acertou! Observe que em nenhum deles existem repetições regulares formando um período. Assim, não é possível fazermos a representação deles na forma fracionária. Esses números são denominados decimais infinitos não periódicos e constituem o conjunto dos números irracionais. Outros exemplos • 0,23145213657... • 1,36598265892... • 458,25369248597... 1.1.5 Conjunto dos números reais (R) Denominamos número real a todo número racional ou irracional, ou seja, o conjunto dos números reais (R) é a união do conjunto dos números racionais (Q) com o conjunto dos números irracionais (I), isto é: R = Q ∪ I. Observe a relação entre os conjuntos numéricos estudados por meio do diagrama (Figura 9) a seguir: 22 UNIUBE IQ Z N Figura 9: Conjuntos numéricos. Observe que N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R e, ainda, que o conjunto dos números fracionários (Q) não está contido no conjunto dos números irracionais (I), uma vez que esse último é dado justamente pelos números que não podem ser escritos na forma de uma fração. IMPORTANTE! Lembramos ainda que o conjunto dos números reais é resultado da junção do conjunto dos números racionais com o dos números irracionais, ou seja, R = Q ∪ I. O diagrama (Figura 10) a seguir ilustra essa relação: I R Q Figura 10: Conjuntos números racionais e irracionais. O conjunto dos números reais mantém uma relação de correspondência biunívoca com os pontos da reta numerada (a cada ponto da reta corresponde um e somente um número real e a cada número real corresponde um e somente um ponto da reta) (Figura 11). Biunívoca Quando dois conjuntos finitos têm o mesmo número de elementos, então existe uma bijeção entre esses conjuntos. Na teoria dos conjuntos, essa propriedade é usada para definir a cardinalidade de conjuntos: dois conjuntos têm o mesmo número de elementos se,e somente se, existe uma bijeção entre eles. UNIUBE 23 –8 –7 –6 –5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Figura 11: Reta numerada. Entre dois números inteiros existem infinitos números reais. Como subconjuntos importantes de R, temos: R* = R – {0} R+ = conjunto dos números reais não negativos R– = conjunto dos números reais não positivos Intervalos reais Os intervalos reais são subconjuntos dos números reais. Assim, dados dois números reais a e b, sendo a < b: • Intervalo aberto é o conjunto dos números reais entre a e b (Figura 12). Representação: { x ∈ R | a < x < b } = ] a, b [ a b x Figura 12: Intervalo aberto. • Intervalo fechado é o conjunto dos números reais entre a e b, incluindo a e b (Figura 13). Representação: { x ∈ R | a ≤ x ≤ b } = [ a, b ] a b x Figura 13: Intervalo fechado. • Intervalo aberto à direita é o conjunto dos números reais entre a e b, incluindo a. Representação: { x ∈ R | a ≤ x < b } = [ a, b [ (Figura 14). 24 UNIUBE • Intervalo aberto à esquerda é o conjunto dos números reais entre a e b, incluindo b. Representação: { x ∩ R | a < x ≤ b } = ] a, b ] (Figura 15). a b x Figura 15: Intervalo aberto à esquerda. Considerações importantes: • A correta representação dos intervalos reais por meio da reta numérica real facilita a realização das operações de união e interseção entre dois conjuntos numéricos quaisquer que contenham subconjuntos da reta real. • As operações de união e interseção são importantes para a determinação do conjunto domínio de funções reais ou ainda, na resolução de sistemas de inequações, que serão estudados por você futuramente. Exemplo 6 Determine o conjunto A B para: A = [ −5, 8 ) ∪ ] 12, + [ e B = { x ∩ R | 3 < x ≤ 15 } Resolução Representaremos os dois conjuntos em retas numéricas, uma abaixo da outra, e em seguida verificaremos qual é o intervalo de valores que pertence aos dois conjuntos ao mesmo tempo, representando a interseção. a b x Figura 14: Intervalo aberto à direita. UNIUBE 25 É interessante observar o intervalo indicado no conjunto A como [–5, 8), o que é outra notação utilizada para um intervalo aberto, onde em vez do colchete voltado para fora se utiliza um parêntese. DICAS Veja na Figura 16 a seguir os conjuntos: –5 8 12 A 15 B 3 Figura 16: Conjuntos. Os intervalos que pertencem, simultaneamente, aos dois conjuntos estão indicados na Figura 17 a seguir: 8 12 A B 153 Figura 17: Intervalos dos conjuntos. Atividade 1 1. Faça a representação gráfica (reta numérica real) dos intervalos: a) A = ] 2, 10 [ b) B = { x ∈ R | –2 ≤ x ≤ 2 } c) C = { x ∈ R | x > 1 } d) D = ] –1, 5 ] AGORA É A SUA VEZ Assim, temos o conjunto { }/ 3 8 ou 12 15A B x x x∩ = ∈ < < < < , ou de outra maneira: ] [ ] ]3,8 12,15A B∩ = ∩ 26 UNIUBE 2. Encontre a fração geratriz de cada dízima periódica: a) 0,7777... b) 0,232323... c) 1,666666... d) 2,131313... 3. Sejam os conjuntos A, B, C e D indicados, a seguir: A = { x ∈ R | x ≤ 3 3ou x ≥ 5 } B = { x ∈ R | –4 < x ≤ 6 } C = ] –, –1 ] ∪ ] 5, 12 [ D = { x ∈ R | 0 ≤ x < 5 ou x ≥ 7 } Determine: a) A ∩ B b) C ∩ D c) (D ∩ B) ∪ A d) A ∪ C 4. Uma população consome três marcas de sabão em pó: A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado, colheram -se os resultados tabelados, a seguir: Marca A B C A e B B e C C e A A, B e C Nenhuma das três N° de consumidores 145 220 195 27 45 32 5 130 Com base nestes dados, responda: a) o número de pessoas consultadas; b) o número de pessoas que só consomem a marca A; c) o número de pessoas que não consomem as marcas A e ou C; d) o número de pessoas que consomem ao menos duas marcas. UNIUBE 27 Na resolução do Exercício 4 da Atividade 1, faça inicialmente o diagrama de Venn representando as quantidades de pessoas em cada espaço do diagrama. Após isso, você responderá facilmente as questões. DICAS Potenciação1.2 1.2.1 Potência com expoente inteiro positivo Se a é um número real e n é inteiro e positivo, a expressão an representa o produto de n fatores, todos iguais a a, ou seja: an = a · a · a · ... · a n vezes. Nesta operação de potenciação, o termo “a” indica base da potência e “n”, o expoente. Exemplos 7 a) 35 = 3 · 3 · 3 · 3 · 3 = 243 b) 2 1 2 1 2 1 2 1 8 13 # #= =c m c) (–2)4 = (–2) · (–2) · (–2) · (–2) = 16 Vejamos, agora, algumas propriedades gerais da potenciação. Se m e n são números reais, valem as seguintes propriedades: 1 ‑ Na multiplicação de potências de mesma base, a potência resultante é obtida conservando ‑se a base e adicionando ‑se os expoentes: am · an = am+n Exemplo 8: 26 · 210 = 216 2 ‑ Na divisão de potências de mesma base, a potência resultante é obtida conservando ‑se a base e subtraindo ‑se os expoentes: 28 UNIUBE ( 0)a a a a a am n n m m n ' != = - Exemplo 9: 315 ÷ 38 = 37 3 ‑ Na potência de potência, o resultado é obtido conservando ‑se a base e multiplicando ‑se os expoentes: (am)n = am·n Exemplos 10 a) (73)6 = 718 b) (x2)5 = x10 4 ‑ A potência de um produto de dois ou mais fatores pode ser calculada elevando ‑se cada termo do produto ao expoente indicado e mantendo ‑se o produto entre os termos: (a · b)n = an · bn Exemplos 11 a) (4x3y)4 = 44 · (x3)4 ·y4 = 256x12y4 b) (2 ·3)4 = 24 · 34 = 16 · 81 = 1296 Nesse exemplo, também, seria possível realizar o produto dos termos entre parênteses e, em seguida, elevar ao expoente indicado: (2 · 3)4 = 64 = 6 · 6 · 6 · 6 = 1296. PARADA OBRIGATÓRIA 5 ‑ A potência de um quociente é o quociente das potências: ( ) b a b a b 0 n n n !=c m UNIUBE 29 Exemplos 12 a) 7 5 7 52 2 2 =c m b) a x a x a x a x 3 2 3 2 3 2 27 82 3 3 2 3 3 3 3 2 3 3 6 $ $ - = - = - =-e ^ ^ ^ ^ o h h h h 6 ‑ Potências com expoente inteiro negativo Se a é um número real não nulo (a ≠ 0) e n um número inteiro e positivo, definimos: a a 1n n= - Exemplos 13 a) 5–1 = 5 1 b) 4 4 1 16 12 2- = - =-^ ^ h h 7 ‑ Potências com expoente fracionário Vamos apresentar agora uma propriedade que será novamente estudada por você nessa unidade, no tópico sobre radiciação. No entanto, o raciocínio envolvido na resolução de radicais pode ser entendido, de forma simplificada, como a aplicação das propriedades da potenciação apresentadas anteriormente. Para os números inteiros n e m, com m ≠ 0, podemos transformar uma potência de base “a” elevada a um número fracionário, em um radical de índice m da potência an, fazendo: a am n nm= Exemplos 14 a) 64 2 2 2 43 63 3 6 2 = = = = 30 UNIUBE Observe na resolução desse exemplo que a propriedade 7 foi aplicada de “forma inversa”, uma vez que transformamos o radical em uma potência de expoente fracionário. IMPORTANTE! b) 729 3 3 3 813 2 3 2 6 3 2 6 3 2 3 1 4 = = = = =^ h c) 4$ 2 2 2 2 648 24 3 4 2 3 4 4 3 2 12 6 = = = = = =^ ^ `h h j Você acha que há diferença entre –32 e (–3)2? Para responder, volte ao enunciado que diz an = a · a · a · ... · a Isso quer dizer que devemos multiplicar a base por ela mesma conforme a quantidade de vezes que o expoente nos indica. Porém, é de suma importância entender que a base está subordinada ao expoente. Voltemos à indagação feita anteriormente: –32 : nesse caso, o expoente está aplicado somente ao três, e não para o sinal negativo. Portanto, temos: –(3 · 3) = –9 Já para (–3)2, a base da potência é menos três. Dessa forma, tanto o sinal negativo quanto o três estão subordinados ao expoente. Temos, então: (–3) · (–3) = 9 UNIUBE 31 Frações1.3 Em muitos cálculos que nos interessam, trabalhamos com números decimais exatos ou, ainda, as chamadas dízimas periódicas. Estes números podem ser expressos como uma fração. Nos exemplos apresentados anteriormente, já apareceram algumas frações e algumas operações já realizadas com essas frações. Agora, vamos comentar sobre alguns conceitos envolvendo frações e destacar as operações realizadas com os números fracionários. Uma fração indica a divisão (ou razão) entre dois números quaisquer a eb, com b ≠ 0, e pode ser representada por b a , em que a é o numerador e b é o denominador. RELEMBRANDO 1.3.1 Igualdade de frações Agora, para que duas frações b a e d c sejam iguais, tem -se que b a = d c ou a · d = b · c para quaisquer b ≠ 0 e d ≠ 0. Observe o exemplo a seguir: 3 2 = 6 4 2 · 6 = 3 · 4 12 = 12 1.3.2 Soma e subtração de frações Ao efetuarmos uma soma ou subtração de frações que possuem denominadores distintos, devemos reduzir as frações ao mesmo denominador, encontrando o mínimo múltiplo comum (mmc) desses denominadores. Em seguida, adicionamos ou subtraímos os numeradores, 32 UNIUBE conservando o denominador comum. Veja o exemplo a seguir: 5 2 7 3 10 1 70 2 14 3 10 1 7 70 24 30 7 70 47$ $ $ + - = + - = + - = Não se esqueça! Podemos simplificar o resultado, quando for possível, obtendo uma fração equivalente. DICAS 1.3.3 Produto de frações Se nosso objetivo for multiplicar duas frações b a e d c , com b ≠ 0 e d ≠ 0, procederemos da seguinte forma: Multiplicamos entre si os numeradores e os denominadores, ou seja: b a d c b d a c $ $ $ = Veja os exemplos a seguir: a) 5 2 7 3 35 6 # = b) y x y x y x y x 3 2 7 21 2 21 2 3 1 3 1 1 4 2 $ = = + + 1.3.4 Divisão de frações Para dividir uma fração b a por outra fração d c , com b ≠ 0 e d ≠ 0, conservaremos a primeira fração e multiplicaremos pelo inverso da segunda fração. d c b a b a c d b c a d $ $ $ = = A seguir, temos alguns exemplos: UNIUBE 33 a) 5 1 3 2 3 2 1 5 3 10 $= = b) 5 4 13 1 13 4 5 4 65 $= = c) 6 14 3 14 3 6 1 84 3 28 1 $= = = EXEMPLIFICANDO! Apresentaremos aqui novos exemplos de potenciação com expoente inteiro negativo, pois seu entendimento necessita da propriedade da divisão de frações que tratamos há pouco no texto. PARADA OBRIGATÓRIA Desenvolva a potência b x 4 3 2 3- e o . Aplicando a operação indicada na propriedade número 6, teríamos o seguinte: b x b x4 3 4 3 1 2 3 2 3= - e e o o . Desenvolvendo a potência no denominador e aplicando a propriedade da divisão de frações chegamos ao seguinte resultado: 1 b x b x x b b x x b 4 3 64 27 1 27 64 4 3 27 64 2 3 6 3 3 6 2 3 3 6 $= = = - - e c o m b x b x4 3 4 3 1 2 3 2 3= - e e o o 34 UNIUBE No entanto, podemos adotar uma regra prática quando se tem uma fração elevada a um expoente negativo: Invertemos de posição o numerador e o denominador da potência e trocamos o sinal do expoente para positivo. Em seguida, desenvolvemos a potenciação normalmente, elevando o numerador e o denominador da fração à potência indicada. Observe: b x x b x b x b 4 3 3 4 3 4 27 64 2 3 2 3 3 2 3 3 6 = = = - e e ^ ^ o o h h Veja outros exemplos: a) y x x y x y 4 4 16 2 2 2 2 2 4 = = - e eo o b) x x x 5 2 2 5 8 1253 3 3 = = - e eo o As operações de potenciação com expoente negativo são comuns em diversas situações como, por exemplo, nas operações de cálculo de juros compostos. Nunca é demais relembrar as propriedades da potenciação e os cuidados que se deve ter para não realizar cálculos equivocados nesses casos. Observe os casos a seguir: 1o 2 3 1-e o 2o 2 3 1-e o Novamente, vale ressaltar onde e para quem está o expoente. • No primeiro caso, temos: O menos um está somente para o três e não para a fração, então devemos proceder da seguinte maneira: Primeiro, devemos inverter o três para tornar o expoente positivo. UNIUBE 35 2 3 1 1c m , como todo número elevado a um é ele mesmo, temos: 2 3 1 . Assim, temos uma divisão de fração. Para resolver, vamos copiar a primeira fração vezes o inverso da segunda fração: 3 1 × 2 1 = 6 1 • No segundo caso, como o menos um está para toda a fração, basta inverter a fração inteira. 3 2 3 21 =e o Observe os resultados! Veja que são diferentes. Por isso, é muito importante analisar com calma antes de resolver qualquer exercício. Um sinal ou a interpretação errônea nos leva a outros resultados. Assim, é muito importante estar com os conhecimentos bem sedimentados. Atividade 2 1. Calcule as potências: a) 8–1 f) 11–2 b) (–5)–1 g) 5 12 2 - - e o c) 8 1 1-e o h) 7 6 3 - - e o d) 4 7 1-e o i) 10 3 4-e o e) (0,6)–1 j) (2,1)–2 2. Reduza cada item a uma potência de expoente positivo: a) 22 ÷ 25 AGORA É A SUA VEZ 36 UNIUBE b) 7 5 7 52 4 ' - - e eo o c) 8 7 8 7 1 ' - e eo o d) 10 1 1 5-e o= G 3. Determine as seguintes potências: a) (3x2b)4 b) z3 2 3-e o c) x p2 1 2 5 2 3- e o= G d) [3 · (a2m)2]3 Expressões numéricas1.4 A resolução da maioria dos problemas de matemática que nos interessam está relacionada à determinação do valor numérico de uma expressão ou, ainda, à resolução de uma equação determinando -se o valor de uma variável que torna verdadeira a igualdade indicada. Nesse momento, vamos relembrar algumas regras básicas de prioridade ou de precedências de operações na resolução de expressões numéricas. Na resolução de expressões numéricas, devemos efetuar as operações na seguinte ordem: 1. potenciação e radiciações; 2. multiplicações ou divisões, na ordem em que elas aparecem, da esquerda para a direita; 3. adições ou subtrações, na ordem em que aparecem, da esquerda para a direita. UNIUBE 37 Quando uma expressão apresenta parênteses, colchetes e chaves, resolvemos, em primeiro lugar, as operações indicadas entre parênteses. Em seguida, as operações entre colchetes e, por último, as que estão indicadas entre chaves. A seguir, você poderá acompanhar a resolução de uma expressão numérica e a descrição dos procedimentos utilizados para determinar o valor dessa expressão. Fique atento à ordem de prioridade das operações e aos cálculos realizados. IMPORTANTE! Exemplos 15 a) Determine o valor numérico da expressão E indicada a seguir: E 3 3 4 8 2 1 1 2 8 4 12 9 5 2 3 36 23 1 5 2 2 1 3 $ $ $ $ ' '= - + + + - + -^ eh o6 @) 3 Antes de começar a resolver, pense nesses questionamentos: O que podemos resolver primeiro? Qual é a ordem? O que devemos considerar? Observe o passo a passo da resolução comentada, para que você possa entender os questionamentos feitos anteriormente: E 9 4 8 2 1 1 2 8 4 12 9 5 2 3 6 23 8$ $ ' '= - + + + - + -^ eh o6 @) 3 • começamos multiplicando o 3 pelo 3, o que gerou um resultado igual a 9. Porém, não subtraímos o 4 desse 9, pois o 4 está multiplicando todos os valores dentro das chaves; • o 83 1 virou raiz cúbica de 8, pois podemos transformar um número elevado a um expoente fracionário em um radical, em que o denominador será sempre o índice da raiz e o numerador, o 38 UNIUBE expoente do número dentro da raiz. Da mesma forma, o 92 1 tornou- -se raiz quadrada de 9; • no caso do 22 3 , resolvemos primeiro o dois elevado à terceira, que são 8, tendo um resultado de 28; • no parêntese da parte de fora, extraímos a raiz quadrada de 36, que é seis, pois seis elevado ao quadrado é igual a 36; Continuando a resolução... 9 4 5E 2 2 1 1 256 8 4 12 3 2 3 12 4 $ $ ' '= - + + + - + -^ eh o6 @) 3 • agora, extraímos a raiz cúbica de 8, que é igual a dois, uma vez que dois elevado ao cubo é igual a 8; • logo após, elevamos o dois à oitava potência, que é o mesmo que multiplicar o dois por ele mesmo oito vezes, gerando um resultado igual a duzentos e cinquenta e seis; • no parêntese dentro das chaves, não podemos somar o oito com o quatro, pois primeiro devemos resolver a divisão para só depois realizar a soma; • no parêntese de fora tiramos o M.M.C (Mínimo Múltiplo Comum), que foi igual a dois. Continuando a resolução... 9 4 5E 2 2 1 1 32 4 12 3 2 11 $ $ '= - + + + -^ eh o6 @) 3 • Dividimos o duzentos cinquenta e seis por oito, obtendo um resultado igual a 32. • No parêntese de fora, somamos o três com o doze e subtraímos quatro, tendo um resultado igual a onze meios (ou onze sobre dois). Temos: 9 4E 2 2 1 1 36 12 3 2 55 $ $ '= - + + -^ h6 @) 3 • Somamoso trinta e dois com o quatro, gerando 36, e multiplicamos o menos cinco por onze meios, gerando um resultado de menos cinquenta e cinco sobre dois. UNIUBE 39 Obtemos, então: 9 4E 2 2 1 36 12 3 2 55 $ $ '= - + + -6 @) 3 • Multiplicamos o número um no interior do colchete pelo trinta e seis e dividimos o resultado por doze, gerando um valor igual a 3. 9 4E 2 2 1 3 3 2 55 $ $= - + + -6 @) 3 • Agora, multiplicamos a fração 2 1 por 3, e vamos obter no interior das chaves dois valores inteiros e um fracionário. • Podemos somar os valores inteiros e obter o seguinte: 9 4 9 4E 2 2 3 3 2 55 5 2 3 2 55 $= - + + - = - + -) )3 3 • Podemos, agora, realizar a soma no interior das chaves, determinando o M.M.C entre os denominadores “dois” e “um”. Temos, então: 9 4E 2 10 3 2 55 9 4 2 13 2 55 $= - + - = - -) )3 3 • Em seguida, multiplicamos o número 4 pela fração 2 13 , o que resulta em 2 52 = 26. E = 9 – 26 – 2 55 Finalmente... Podemos somar os dois números inteiros, 9 e –26, obtendo um resultado igual a –17. Em seguida, determinamos o MMC para somarmos o –17 com a fração 2 55- . Observe a resolução: E E 17 2 55 2 34 55 2 89 =- - = - - =- 40 UNIUBE Esse é o resultado final que não pode ser simplificado, pois os números não possuem divisores comuns. Na resolução de uma expressão numérica é muito importante atentar para as prioridades de resolução e também não fazer as coisas às pressas ou mesmo querer economizar espaço. Não faça nada muito direto, pois isso aumenta a possibilidade de cometer erros. IMPORTANTE! b) Determine o valor da expressão T u u u u 3 5 6 7 3 13 5 1 1 2 = + - + + - - - -^ h para u = 3 1 : Primeiro, devemos substituir o valor de “u” na expressão: T 3 1 3 5 6 3 1 7 3 3 1 13 5 3 1 1 1 2 $ $ = + - + + - - - - c c m m; E Em seguida, podemos realizar os produtos entre a fração 3 1 e os números 3 e 6. Também já é possível realizar as operações de potenciação em que a fração aparece elevada a um expoente negativo. Temos, então: T 3 3 5 2 7 1 13 5 3 2= + - + + - -6 @ Agora, podemos realizar a subtração no interior dos colchetes e também a subtração entre os números 5 e 2 que há no denominador da expressão: T 3 3 3 8 13 2 3 1 8 13 42= + + - = + + -6 @ UNIUBE 41 Finalmente, podemos realizar a soma no denominador da fração e, ainda, fazer a subtração entre 13 e 4 no numerador. Temos assim: T T 4 8 9 2 9 11 = + = + = Você, agora, vai resolver as atividades propostas a seguir, para fixar os conceitos estudados. Atividade 3 1. Realize as operações indicadas a seguir, atentando às prioridades das operações: a) x 3 5 3 10 2 2 $ - c m b) 4 2 3 5 6 1 + -- c) 3 5 3 2 6 2 3 1 22 $ $+ - - c m 2. Determine o valor de y em cada uma das seguintes expressões. Considere o valor de x dado. a) y x x x 1 3 5 2 1 3 5 2'=- + + - -c cm m para x = 2 b) y x x x1 4 3 3 3 5 3 1 2 3 1 6 72' $= + + - - - + +c c ^ cm m h m para x = 2 1 c) y x x 2 1 9 4 3 4 1 2 32 $ '= - - - - +c c c ^m m m h; E para x = 2 3 d) y x x x 2 1 1 2 1 2 2 1 '= - - - + - + + +c cm m; E para x = 1 e) y x x 6 1 2 32 3$= - - -- ^ h; E para x = 4 1 AGORA É A SUA VEZ 42 UNIUBE Equações polinomiais1.5 Um polinômio é uma expressão do tipo f(x) = an · x n + an–1 · x n–1 + ... + a2 · x2 + a1 · x + a0, onde os termos an, an–1, ... , a0 são constantes reais e an ≠ 0. As constantes an, an–1, ... , a0 são os denominados coeficientes do polinômio, o termo an · x n é chamado de termo principal e a0 é o termo constante. 1.5.1 Equações polinomiais do 1o grau Uma equação com uma incógnita x é denominada equação polinomial do 1o grau, ou simplesmente equação do 1o grau, se puder ser reduzida por meio de operações elementares à forma a · x + b = 0 em que “a” e “b” são números reais e a ≠ 0. Temos que: • x é a incógnita; • “a” é denominado coeficiente; • “b” é denominado termo independente. Ao resolver uma equação de 1o grau, estamos determinando o valor da variável que, no momento, estamos chamando de x e que satisfaça à equação dada. Para isso, é necessário isolar a incógnita em um dos membros que compõem a equação. Assim, o número resultante no outro membro será a solução da equação. Veja a tabela do exemplo 16 a seguir. Exemplo 16 5x + 2 = 12 Equação inicial 5x = 12 – 2 O número 2, que estava somando no 1o membro, passa subtraindo para o 2o membro. 5x = 10 Para isolar a variável, o número 5 que estava multiplicando x passa dividindo para o 2o membro. x = 5 10 = 2 Solução UNIUBE 43 a) x x 2 3 5 4 3 1- + = + Para iniciar a resolução, devemos determinar o mínimo múltiplo comum de toda a expressão para, em seguida, resolvermos a igualdade: x x x x x x x x 6 3 3 30 6 24 2 3 9 30 24 2 21 2 24 3 19 21 21 19 - + = + - + = + - = - = = ^ h b) y y y y 2 3 3 2 4 5 2 - - =- + + Na resolução deste exemplo vamos adotar um procedimento um pouco diferente, mas que apresenta resultados equivalentes àquele descrito anteriormente com o mmc. Vamos multiplicar toda a expressão por 12, uma vez que os denominadores são todos divisores deste valor. y y y y y y y y y y y y y y 2 12 3 12 3 2 12 4 12 5 2 6 4 12 24 15 6 2 12 18 15 2 18 15 12 20 3 20 3 $ $ $ - - =- + + - + =- + + + =- + + = - = = ^ ^h h • Se adicionarmos (ou subtrairmos) um mesmo número aos dois membros de uma igualdade, obteremos uma nova igualdade. • Se multiplicarmos (ou dividirmos) dois membros de uma igualdade por um mesmo número, obteremos uma nova igualdade. DICAS 44 UNIUBE Atividade 4 Determine a solução de cada uma das seguintes equações do 1o grau: a) 3 – (3x – 6) = 2x + (4 – x) b) 2(y – 2) + 5(2 – y) = –3(2y + 2) c) t t t 2 5 3 1 3 12 3 14- - = - + d) x x x 5 1 12 6 1 3 3 1+ + + = + e) y y y y 3 12 5 3 4 3 2 $ + - + - = ^ h AGORA É A SUA VEZ 1.5.2 Equações polinomiais do 2o grau Chama -se equação polinomial do 2o grau na variável x, equação do 2o grau ou equação quadrática, a qualquer expressão algébrica que possa ser reduzida à forma: ax2 + bx + c = 0, com a, b, c ∈ R e a ≠ 0. Os números reais a, b, c são chamados coeficientes da equação do 2o grau, sendo que: “a” é sempre o coeficiente de x2; “b” é sempre o coeficiente de x; “c” é chamado de termo independente ou termo constante. Para encontrar a solução de uma equação do 2o grau, utilizaremos a fórmula de Bhaskara, x = a b b ac 2 42!- - onde a expressão b2 – 4ac é chamada de discriminante da equação e usualmente é representada pela letra grega D (delta). Assim, temos que x = a b 2 ! D- e podemos estudar o discriminante D da seguinte maneira: UNIUBE 45 Se D > 0, a equação apresenta duas soluções (duas raízes) reais e distintas: x' = a b 2 D- + e x" = a b 2 D- - Se D = 0, a equação apresenta duas soluções iguais: x' = x" = – a b 2 . Se D < 0, a equação não apresenta soluções reais. Exemplo 17 Vamos encontrar o conjunto solução da equação x2 – 2x – 3 = 0. Temos: D = (–2)2 – 4 × 1 × (–3) = 16 Com este resultado, qual a interpretação que você pode fazer em relação às raízes? Se você respondeu que a equação possui duas raízes reais e diferentes, acertou! ' 3 '' x x x 2 1 2 16 2 2 4 2 2 4 2 6 2 2 4 2 2 1 # ! ! = - - = = + = = = - = - =- ^ h O conjunto solução da equação, então, é: S = { –1, 3 } Exemplo 18 Vamos resolver a equação x · (x – 10) = –25. Neste caso, devemos reduzir a equação anterior para a forma ax2 + bx + c = 0. Assim: x · (x – 10) = – 25 46 UNIUBE x2 – 10x + 25 = 0 Os coeficientes da equação são a = 1, b = –10, c = 25 O discriminante da equação tem valor igual a: D = (–10)2 – 4 · 1 · 25 D = 100 – 100 = 0 Como D = 0, as duas raízes são reais e iguais. x 2 1 10 0 2 10 5 ! = - - = = ^ ^ h h O conjunto solução da equação é S = {5}. Exemplo 19 Ao resolver a equação 2x2 – x + 5 = 0, temos: a = 2, b = –1, c = 5 D = (–1)2 – 4 · 2 · 5 D = 1 – 40 = –39 Como o D < 0, não há raízesreais. Assim S = Ø, ou seja, o conjunto solução é vazio. Até aqui, você estudou os métodos de resolução das equações polinomiais de 1o e 2o graus, que se referem aos polinômios de grau 1 e 2 (maior expoente do polinômio). Mais adiante, nesse capítulo, você vai estudar a resolução de algumas equações polinomiais com grau maior ou igual a 3. Agora, vamos apresentar a você simplificações que podem ser feitas na resolução de algumas equações do segundo grau, denominadas equações incompletas. UNIUBE 47 1.5.3 Equações incompletas Uma equação do 2o grau é incompleta, quando não apresenta o termo bx, ou o termo c, ou ambos. Todas as equações incompletas do 2o grau podem ser resolvidas utilizando a fórmula de Bhaskara, no entanto as equações do tipo ax2 + c = 0, em que b = 0, podem ser resolvidas isolando -se a variável x na equação. Exemplo 20 a) 3x2 – 27 = 0 Isolando -se a variável x na equação, tem -se: 3x2 = 27 x2 = 3 27 x2 = 9 x = ± 9 x = ±3 O conjunto solução da equação é: S = { –3, 3 } b) x 4 2 - + 1 = 0 Resolvendo a equação, temos: x 4 2 - = – 1 ×(–1) x 4 2 = 1 x2 = 4 x = ± 4 x = ±2 48 UNIUBE O conjunto solução é: S = { –2, 2 } c) 3x2 + 15 = 0 3x2 = –15 x2 = 3 15- x2 = –5 x = ± 5- Como não há solução real para o valor da raiz quadrada de um número negativo, o conjunto solução é vazio, ou seja, S = { }. As equações incompletas do 2o grau da forma ax2 + bx = 0, em que c = 0, podem ser resolvidas reescrevendo -se a equação como um produto de dois termos. Esse procedimento é denominado fatoração e será trabalhado mais detalhadamente em outra seção nesta unidade didática. Exemplo 21 a) x2 + 15x = 0 A equação pode ser reescrita na forma x · (x + 15) = 0. Observe que ao realizarmos o produto da expressão entre parênteses pelo termo x, aplicando a propriedade distributiva, obteremos novamente a equação x2 + 15x = 0. Na expressão x · (x + 15) = 0, como o resultado é igual a zero, necessariamente um dos fatores deve ser nulo. Dessa forma: x = 0 ou x + 15 = 0 x = –15 Conjunto solução da equação é S = { 0, –15 }. UNIUBE 49 b) 2x2 + 10x = 0 Reescrevendo a equação, temos: 2x · (x – 5) = 0. Assim: 2x = 0 x = 0 ou x – 5 = 0 x = 5 O conjunto solução é S = { 0, 5 } Sempre que uma equação do segundo grau não apresentar o termo “c”, uma de suas raízes será nula e a outra terá valor a b- . IMPORTANTE! 1.5.4 Dispositivo prático para determinar as raízes É possível descobrir mentalmente as raízes de uma equação do 2o grau e, assim, reduzir o tempo gasto durante a resolução de um problema. Veja como isso é possível. Você sabe que x' = a b 2 D- + e x" = a b 2 D- - são as raízes da equação de 2o grau, mas observe o que acontece ao somar e ao multiplicar as mesmas. Ao somarmos as raízes da equação ax2 + bx + c = 0, obteremos: ' ''x x a b b ac a b b ac a b b a 2 4 2 4 2 22 2 + = - + - + - - - =- =- x' + x" = – a b , ou seja, S = – a b (soma = S) Ao multiplicarmos as raízes da equação ax2 + bx + c = 0 entre si, obteremos: a b 50 UNIUBE ' '' ' '' x x a b a b a b a b x x a b b ac a b b ac a ac a c 2 2 4 4 4 4 4 4 4 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 $ $ $ D D D D = - + - - = - = - = - - = - + = = c c ^ ^ m m h h x' · x" = a c , ou seja, P = a c (produto = P) Sabemos que a forma completa da equação de 2o grau é ax2 + bx + c = 0 e que, ao dividirmos todos os coeficientes por a ≠ 0, obteremos: a a x a b x a c a x a b x a c 0 0 2 2 + + = + + = No entanto, sabemos que S = – a b e que P = a c , Logo, podemos escrever: x2 – Sx + P = 0, em que o coeficiente a sempre é igual a 1. Esse procedimento prático de determinar as raízes de uma equação quadrática (ou equação do 2o grau) somente deve ser aplicado nos casos em que o coeficiente “a” for igual a 1. Nos demais casos, a aplicação desse método prático, apesar de possível, torna -se geralmente mais complexa que o uso da fórmula de Bhaskara. IMPORTANTE! Exemplo 22 a) Determine a solução da equação x2 + 6x + 8 = 0. Inicialmente, responda quais são os dois números que, ao serem multiplicados, apresentam resultado igual a 8 e, ainda, somados resultam em –6. UNIUBE 51 Pensando em valores inteiros, é possível montar um quadro que auxilia na determinação das raízes da equação: Possíveis raízes x’ –1 1 2 –2 x” –8 8 4 –4 Produto x’ · x” 8 Soma x’ + x” –9 9 6 –6 Como o produto entre as raízes deve ser –6, então as soluções da equação são: x’ = –2 e x’’ = –4. Determine a solução da equação –x2 + 7x + 18 = 0. A princípio, você pode pensar que nesse exemplo não seria possível aplicar o método prático, uma vez que temos a = –1. No entanto, por meio de uma operação simples, podemos reescrever a equação sem alterar o resultado de suas raízes e fazer com que o coeficiente “a” passe a apresentar o valor igual a 1. Podemos multiplicar os dois membros da equação por (–1) . Dessa forma, teremos: –x2 + 7x + 18 = 0 × (–1) x2 – 7x – 18 = 0 Vamos, agora, tomar dois números que, ao serem multiplicados, resultem no valor do termo c, ou seja, –18. Obtemos, assim, pares de valores x’ e x”, que podem ser as raízes da equação. Possíveis raízes x’ –1 1 2 –2 3 –3 x” 18 –18 –9 9 –6 6 Produto x’ · x” –18 Soma x’ + x” 17 –17 –7 7 –3 3 52 UNIUBE De acordo com o procedimento prático, além de o produto entre as raízes resultar em –18, a soma dessas raízes deve ser igual ao negativo do termo b, ou seja, – (–7) = 7. Observando o quadro anterior, verificamos que a soma das raízes é igual a –7 para o par de valores x’ = –2 e x” = 9, que são as soluções da equação. Existem algumas equações do segundo grau em que, apesar de o coeficiente “a” ser igual a 1, as raízes não são facilmente determinadas pelo procedimento prático. Geralmente, nesses casos, as raízes são números fracionários. Uma dica é tentar realizar o procedimento prático adotando raízes inteiras, e caso não seja possível atender às condições do produto e da soma das raízes, deve -se abandonar o método prático e determinar as raízes pela fórmula de Bhaskara. DICAS Agora, você vai exercitar a resolução das equações quadráticas resolvendo a atividade, a seguir. Atividade 5 Determine o conjunto solução das seguintes equações: a) –x2 + 9x – 20 = 0 b) 4x2 + 12x + 9 = 0 c) 7y2 + y = 0 AGORA É A SUA VEZ UNIUBE 53 d) y y 6 4 5 0 2 - = e) (x + 3)2 = 4 f) x x x x x 6 4 1 9 2 9 4 3 12 2$ - - - = + +^ ^h h Produtos notáveis1.6 Na resolução de diversos problemas de matemática, é comum o aparecimento de expressões do tipo (x – 5)2, (4 + p)3 ou (2x + 3 )2. Devido à grande frequência com a qual esses termos aparecem no cálculo algébrico, eles são denominados produtos notáveis. O desenvolvimento destas expressões pode ser realizado simplesmente levando -se em conta o conceito de potenciação e aplicando a propriedade distributiva. Observe como exemplo o desenvolvimento de (x – 5)2: (x – 5)2 = (x – 5) · (x – 5) = x2 – 5x – 5x + 25 (x – 5)2 = x2 – 10x + 25 No entanto, como o resultado do produto notável apresenta sempre o mesmo formato, existem algumas regras práticas que podem ser adotadas para desenvolver esses produtos. Essas regras são apresentadas a seguir. 1. Quadrado da soma de dois termos: (a + b)2 = (a + b) · (a + b) = a2 + 2ab + b2 O quadrado da soma de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo mais duas vezes o produto do primeiro pelo segundo termo, mais o quadrado do segundo termo. Veja alguns exemplos desse produto. 54 UNIUBE a) (x + 3)2 = x2 + 2 · x · 3 + 32 = x2 + 6x + 9 b) (2a + 5)2 = (2a)2 + 2 · (2a) · 5 + 52 = 4a2 + 20a + 25 2. Quadrado da diferença de dois termos: (a – b)2 = (a – b) · (a – b) = a2 – 2ab + b2 O quadrado da diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo menos duas vezes o produto do primeiro pelo segundo termo, mais o quadrado do segundo termo. A seguir, temos alguns exemplos do desenvolvimento desse produto: a) (x – 2)2= x2 – 2 · x · 2 + 22 = x2 – 4x + 4 b) (3x – 2)2 = (3x)2 – 2 · (3x) · 2 + 22 = 9x2 – 12x + 4 3. Produto da soma e diferença de dois termos: (a + b) · (a – b) = a2 – ab + ab – b2 = a2 – b2 O produto da soma pela diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo menos o quadrado do segundo termo. A seguir, temos alguns exemplos desse produto. a) (x – 2) · (x + 2) = x2 – 4 b) (3x – 2) · (3x + 2) = (3x)2 – 22 = 9x2 – 4 c) y x y x y x7 5 3 7 5 3 49 25 93 3 2 6$- + = -c cm m 1.6.1 Outros produtos notáveis (a + b)3 = (a + b) (a + b)2 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 (a – b)3 = (a – b) (a – b)2 = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3 (a + b + c)2 = a2 + b2 + c2 + 2ab + 2ac + 2bc UNIUBE 55 Veja alguns exemplos: a) (4 + p)3 = 43 + 3 · 42 · p + 3 · 4 · p2 + p3 (4 + p)3 = 64 + 48p + 12p2 + p3 b) (3x – 2)3 = (3x)3 – 3 · (3x)2 · 2 + 3 · 3x · 22 – 23 (3x – 2)3 = 27x3 – 54x2 + 24x – 8 EXEMPLIFICANDO! Como já citamos anteriormente, os produtos notáveis aparecem constantemente na resolução de problemas que são de nosso interesse. Até agora, simplesmente apresentamos como se desenvolvem esses produtos. Quando eles aparecem em equações, como (x + 3)2 – x = –2(x – 3) + 3, o desenvolvimento do produto notável é apenas uma parte da resolução do exercício: x2 + 2 · x · 3 + 32 – x = –2x + 6 + 3 x2 + 6x + 9 – x = –2x + 6 + 3 x2 + 5x + 9 = –2x + 9 x2 + 5x + 9 + 2x – 9 = 0 x2 + 7x = 0 O restante do cálculo algébrico consiste na determinação da solução da equação, ou seja, os valores da variável x que tornam verdadeira a igualdade. Esse tipo de expressão já foi estudado por você nesse capítulo, no tópico sobre equações do segundo grau. Não vamos resolver essa equação, mas, caso se interesse, retome o item que trata desse assunto. Agora, é o momento de você exercitar o que estudou sobre produtos notáveis. Faça a resolução da atividade seguinte para fixar os conceitos. 56 UNIUBE Atividade 6 1. Simplifique as expressões, desenvolvendo os produtos notáveis e agrupando os termos: a) (3x + 7)2 + (x – 3)2 b) (5x – 4)2 – (2x + 5)2 c) 2x (x – 3)2 + 4x (3x – x2) d) x (x – 1)2 – x2 (x + 1) 2. Se x2 + 16y2 = 67 e xy = 6, calcule o valor de (x + 4y)2. 3. Desenvolva os produtos a seguir: a) (5 – 4a)2 b) (x + 2y3)2 c) x2 2 1 2 -c m d) , x y1 4 2 1 2 +c m e) (–a + 2)2 f) (–3x – y)2 g) x 2 1 3 3 +c m h) x y4 3 5 2 2 -c m AGORA É A SUA VEZ Fatoração1.7 O processo de fatoração consiste, de forma simples, em reescrever uma expressão como produto de dois ou mais termos. No cálculo algébrico, em muitas situações, torna -se útil reescrever uma expressão na forma de produto para simplificar a expressão. Veja como é fácil fazer isso. Quando os termos de um polinômio apresentarem um fator comum, coloque -o em evidência e obtenha a forma fatorada do polinômio. UNIUBE 57 Exemplo 23 a) Para fatorar a expressão mx – nx + px, é necessário identificar o fator comum aos termos que, neste caso, é “x”. Ao colocar a variável x em evidência teremos: x · (m – n + p) Caso você queira confirmar a validação do processo, aplique a propriedade distributiva e observe se a expressão obtida é correspondente à expressão inicial. EXPLICANDO MELHOR b) Observe o polinômio ax + ay + bx + by. Nesse caso, agrupe os termos que se repetem dois a dois e coloque os fatores comuns em evidência: a(x + y) + b(x + y) O polinômio apresenta ainda um novo fator comum, que pode ser colocado em evidência completando a fatoração. (x + y) · (a + b) c) Expressões do tipo a2 – b2 podem ser obtidas, como mostramos anteriormente nos produtos notáveis, como o produto da soma pela diferença de dois termos, ou seja, a2 – b2 = (a + b) (a – b). A forma fatorada de uma diferença de dois quadrados é dada pelo produto da soma pela diferença das bases destas potências, na ordem em que aparecem. SINTETIZANDO... 58 UNIUBE Exemplo 24 a) x2 – 49 = x2 – 72 = (x + 7)(x – 7) b) m2 – 16n2 = (m + 4n)(m – 4n) c) x z x z x z 16 9 4 3 4 3 2 4 2 2$- = - +c cm m De forma semelhante ao que foi dito anteriormente para expressões do tipo a2 – b2, o quadrado da soma (a + b)2 e o quadrado da diferença (a – b)2, que resultam respectivamente nas expressões a2 + 2ab + b2 e a2 – 2ab + b2, podem ser considerados como as formas fatoradas dessas expressões. As expressões a2 + 2ab + b2 e a2 – 2ab + b2 são denominadas trinômio quadrado perfeito. Neste tipo de expressão, dois termos a2 e b2 são quadrados perfeitos (você pode verificar isso extraindo a raiz quadrada de ambos: a2 = a e b2 = b), e o terceiro termo é dado pelo dobro do produto entre a e b (2ab). Assim, temos as seguintes formas fatoradas: a2 + 2ab + b2 = (a + b)2 ou (a + b)(a + b) a2 – 2ab + b2 = (a – b)2 ou (a – b)(a – b) Exemplo 25 a) x2 + 6x + 9 Observe que x2 = x, 9 = 3 e ainda: 2 · x · 3 = 6x A forma fatorada de x2 + 6x + 9 é (x + 3)2 ou (x + 3) (x + 3) b) 4x2 – 20x + 25 Observe que 4x2 = 2x, 25 = 5 e ainda: 2 · 2x · 5 = 20x UNIUBE 59 A forma fatorada de 4x2 – 20x + 25 é: (2x – 5)2 ou (2x – 5)(2x – 5) c) x2 + 10x + 16 Temos que x2 = x e 16 = 4 No entanto, 2 · 4 · x = 8x, que é diferente de 10x. Assim, não é possível fatorar a expressão x2 + 10x + 16 em alguma das formas (a + b)2 ou (a – b)2. Existe, ainda, outra forma de se fazer a fatoração de expressões desse tipo, ou seja, para expressões do tipo ax2 + bx + c, desde que existam x’ e x”, soluções da equação ax2 + bx + c = 0, a expressão poderá ser fatorada na forma a · (x – x’)(x – x”). IMPORTANTE! Veja, nas resoluções a seguir, que os exemplos anteriores também poderiam ser fatorados por meio desse novo método: a) x2 + 6x + 9 Resolvendo a equação x2 + 6x + 9 = 0 obtemos x' = x" = –3. A forma fatorada fica, então, (x + 3)(x + 3) b) 4x2 – 20x + 25 Resolvendo a equação 4x2 – 20x + 25 = 0, obtemos x' = x" = 2 5 . A forma fatorada ficaria, então, 4 · x 2 5 -c m x 2 5 -c m. Se você observar a expressão fatorada obtida pelo método anterior, verá que ela é diferente dessa obtida agora. No entanto, podemos dizer que as duas expressões são equivalentes, uma vez que 4 · x 2 5 -c m x 2 5 -c m 60 UNIUBE = 2 · x 2 5 -c m · 2 · x 2 5 -c m o que resultaria em x2 2 2 5 $-c m · x2 2 2 5 $-c m que é a mesma expressão fatorada mostrada anteriormente: (2x – 5) (2x – 5) ou (2x – 5)2. c) x2 + 10x + 16 Uma vantagem dessa nova técnica de fatoração que estamos apresentando agora é a possibilidade de fatorar expressões como a desse exemplo, que não é um trinômio quadrado perfeito. Se fizermos x2 + 10x + 16 = 0, obtemos as raízes x' = –2 e x" = –8. Assim, podemos fatorar a expressão x2 + 10x + 16 na forma (x + 2)(x + 8). Simplificação de expressões algébricas1.8 A simplificação de expressões consiste em escrever o numerador e o denominador da fração algébrica na forma fatorada para, em seguida, realizar a simplificação, dividindo os dois termos da fração por um denominador comum. É importante lembrar que o termo a ser simplificado deve ser diferente de zero. IMPORTANTE! 1.8.1 Divisão de monômios As operações de divisão de monômios seguem basicamente as propriedades de potenciação, principalmente relacionadas à soma/ subtração de potências de mesma base e/ou divisão do numerador e do denominador da fração por um mesmo número inteiro. Observe os exemplos a seguir: UNIUBE 61 a) xy x y 2 15 2 4 3 Realizando a simplificação: 234 3 3 2 2 15 . .15 15 2 2 2 x x y yx y x y xy xy = = b) 3612 x ÷ . Desenvolve -se a potência e se faz o produto, com a devida simplificação: 3 3 3 3 12 12. 12. 6 216 18 x x x ÷ = = = c) x x 75 18 5 3 O numerador e o denominador podem ser simplificados por 3 e, ainda, é possível fazermos a simplificação das potências de mesma base. Temos: x x x x x x75 18 3 25 3 6 25 6 5 3 2 3 3 2 $ $ = = 1.8.2 Outras operações com expressões algébricas Apresentaremos, a seguir, outras operações envolvendo soma/subtração,
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